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CADERNO DE ESTUDOS GERENCIAMENTO DE CRISES ORIENTAÇÕES PARA CONSTRUÇÃO DOS CADERNOS DE ESTUDOS 2 Apresentação O presente caderno de estudo foi elaborado pela coordenação da disciplina com base na Matriz Curricular Nacional para Ações Formativas dos Profissionais de Segurança Pública/SENASP. O objetivo do presente caderno é nortear tanto o corpo docente quanto o corpo discente no processo de ensino-aprendizagem dos assuntos relacionados à Gerenciamento de Crises e Técnicas de Negociação. A importância da disciplina se justifica pela necessidade de proporcionar ao aluno os conhecimentos teóricos e práticos que deverão ser adotados como medidas iniciais pela primeira guarnição policial que se deparar com um evento crítico. Sendo assim, é importante que o aluno desenvolva as competências necessárias para desempenhar suas atribuições com propriedade e segurança durante o atendimento desse tipo de ocorrências, de modo que sejam dirimidas ao máximo as possíveis dificuldades relacionadas às medidas iniciais. Espera-se que, ao final da disciplina, os alunos estejam aptos a utilizarem conhecimentos que irão auxiliá-los na primeira resposta em ocorrências de eventos críticos que, mesmo complexas, possam ser administradas pelos policiais, independentemente de posto, graduação ou função, até a chegada da tropa especializada. Portanto, o policial dotado de tais conhecimentos, oferecendo uma primeira resposta de qualidade, facilitará a atuação do grupo responsável pela gerência da crise. Objetivo Geral Dominar as técnicas para o comando, coordenação e controle do Policiamento Ostensivo Geral, dentro da esfera de competências dos Cabos e Soldados, bem como, os aspectos jurídicos e operacionais das técnicas de Radiopatrulhamento, abordagens policiais e buscas pessoais, a fim de que seja executar os processos do Policiamento Ostensivo Geral. 3 Ementa Unidade 1 – Histórico e conceitos básicos da Doutrina de Gerenciamento de Crises. 1.1. Tipo de crises policiais; 1.2. Características e Grau de riscos dos eventos críticos; 1.3. Objetivos do gerenciamento de crise; 1.4. Alternativas táticas; 1.5. Critérios de ação; 1.6. Tipologia do causador da crise; 1.7. Síndromes. Unidade 2 – Elementos Essenciais do Gerenciamento de Crises. 2.1. Componentes do Teatro de Operações; 2.2. Personagens do Teatro de Operações. Unidade 3 – Sequência das ações no teatro de operações. Unidade 4 – POPs Ativos. 4.1. Ações do primeiro interventor em local de evento crítico; 4.2. Atuação dos envolvidos no teatro de operações; 4.3. Ato de rendição do Causador do Evento Crítico; 4.4. Causador armado com o objetivo de cometer o suicídio. 4 Capítulo 1 1. Histórico e conceitos básicos da Doutrina de Gerenciamento de Crises. A Doutrina de Gerenciamento de Crises teve sua origem na década de 60 nos Estados Unidos da América. Porém, foi na década de 70 que tal doutrina se espalhou pelo mundo, devido a ocorrência policial de alta complexidade que ocorreu nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972 e a edição da Convenção Internacional Contra a Tomada de Reféns. Nessa ocorrência, terroristas de origem árabe, membros de um grupo denominado Setembro Negro, mataram dois e sequestraram nove integrantes da equipe olímpica israelense. Em seguida, tentaram empreender fuga pelo aeroporto da base militar de Furstendelbruck. A polícia da Alemanha Ocidental iniciou uma operação de resgate dos reféns e, após o combate, chamado de Massacre de Munique, todos os reféns morreram. Do episódio, nasceu uma unidade antiterror chamada de GSG-9, que inspirou a criação de tropas especiais semelhantes em todas as polícias do mundo. A Organização das Nações Unidas sensibilizada com a situação editou, na década de 70, a Convenção Internacional Contra a Tomada de Reféns, considerando que a tomada de reféns constitui crime que preocupa gravemente a comunidade internacional e que urge desenvolver uma cooperação internacional entre os Estados, com vistas à elaboração e a adoção de medidas eficazes para a prevenção, a repressão e a punição de quaisquer atos de tomada de reféns, enquanto manifestações de terrorismo internacional. (ONU, 1979). No Brasil, a Doutrina de Gerenciamento de Crises foi introduzida, em meados da década de 1990, por meio de duas publicações: Monteiro (1994) e Souza (1995). Ambos citam a definição de crise adotada pela Academia Nacional da Federal Bureau of Investigation (FBI), dos Estados Unidos da América (EUA), qual seja: “Um evento ou situação crucial que exige uma resposta especial da Polícia, a fim de assegurar uma solução aceitável. (FBI, 1990). Crucial - significa algo “crítico”, “decisivo”, “grave”, “muito importante”. Essa expressão, portanto, significa que numa crise há pessoas na iminência de serem mortas ou feridas gravemente devido o risco real e presente no evento crucial. Resposta especial - para o atendimento eficaz de uma crise, é necessário a 5 atuação de policiais devidamente treinados e especializados para tal missão, como equipe de negociação, atirador de precisão, equipe de invasão tática. Esses aspectos não podem se negligenciados, pois a resolução de uma crise exige uma resposta especial e que, portanto, compete às unidades do Comando de Missões Especiais (CME), que são destinadas a atuarem em casos de graves perturbações da ordem, em ocorrências que extrapolem a capacidade do policiamento ordinário e exijam o emprego de técnicas especiais. Polícia - cabe exclusivamente à polícia a missão de resolução de uma evento crítico, pois a ela compete o policiamento preventivo e repressivo, a preservação da ordem pública e a aplicação da lei, conforme previsão constitucional. Sendo assim, pessoas famosas ou autoridades que não são policiais, não podem envolver-se diretamente na resolução de uma crise, sob pena de prejudicarem todo o processo de gerenciamento e aumentarem o risco de morte ou lesão grave para todos os envolvidos. Solução aceitável - em toda crise busca-se uma solução que atenda os preceitos legais, morais e éticos, ao se preservar vidas, aplica a lei e restabelecer a ordem. Segundo a Academia Nacional do FBI (1990) o “Gerenciamento de Crises é o processo de identificar, obter e aplicar os recursos necessários à antecipação, prevenção e resolução de uma crise”. O gerenciamento de crises policiais, por suas características, sempre são situações decisivas, onde o gerente da crise deve estar preparado para gerir adequadamente os recursos humanos e materiais envolvidos na missão. Porém, é preciso mencionar que atualmente a Doutrina de Primeira Intervenção em Crises vem sendo amplamente difuldida e empregada, pois a maioria dos sucessos no gerenciamento de crises ocorre em razão de respostas imediatas eficientes. Primeira intervenção em crise é o processo eficaz de adoção das medidas iniciais em crises pela primeira guarnição que se depara com a ocorrência ou chega no local, devendo executar as seguintes providências: conter, isolar, informar, estabelecer o primeiro contato com o CEC, estabilizar, coletar informações etc. (SILVA, 2016). Observe que a Primeira Intervenção aborda de forma detalhada as providências iniciais a serem adotadas. Por outro lado, o Gerenciamento busca uma 6 visão completa e profunda de todos os recursos humanos e materiais que fazem parte do teatro de operações. 1.1. Tipos de crises policial. Todo policial militar deve conhecer e acreditar nos preceitos básicos de ambas as doutrinas para aplicá-los técnicamente em ocorrências definidas como crises policiais: Roubo ou outro crime frustrado com a tomada de reféns; Extorsão mediante sequestro; Rebelião em estabelecimentos prisionais; Criminoso sozinho e barricado contra a ação policial; Pessoa mentalmente perturbada com tomada de vítimas ou reféns; MovimentoNegociação. Deve ser um local seguro e de espaço limitado e isolado, podendo ser no Perímetro Mediato; 21 FONTES DE INFORMAÇÃO: pessoas que podem servir como fontes de informação ou ferramentas de negociação ao Gerente do Evento Crítico e à Equipe de Negociadores. Exemplo: parentes, familiares e amigos. Essas pessoas devem ficar em local separado, seguro e próximo ao Posto de Comando, onde facilmente o Gerente pode ter acesso; 22 LOCAL DA IMPRENSA: local destinado aos profissionais de imprensa. Deve ser um local seguro e de espaço limitado, podendo ser no Perímetro Mediato; 23 Os procedimentos descritos no POP servirão de base para atuação dos policiais militares, ressalvados os casos excepcionais, que serão analisados conforme o caso concreto, sendo adaptado de acordo com as circunstâncias que o caso exigir.social com tomada de reféns ou vítimas; Tentativa de suicídio; Ocorrência que envolva artefato explosivo; Ações terroristas. 1.2. Características e Graus de riscos dos eventos críticos. Monteiro (1994), ao analisar o gerenciamento dos eventos críticos, com base na doutrina da Academia Nacional do FBI, que estuda basicamente as ocorrências com reféns, enumera três características principais desta modalidade de ocorrência: Imprevisibilidade: porque a crise é não-seletiva e inesperada, podendo ocorrer a qualquer tempo, lugar e com qualquer pessoa. Sabemos que ela vai acontecer, mas não podemos prever quando. Portanto, devemos estar preparados para enfrentá-la. Compressão de tempo: esse tipo de anormalidade exige providências urgentes. Pois, embora as crises possam durar várias horas ou dias, os processos decisórios no ambiente operacional impõem às autoridades policiais responsáveis pelo seu gerenciamento: urgência, agilidade e rapidez nas decisões. Ameaça de vida: Toda crise policial apresenta, ao menos, uma vida sendo ameaçada, mesmo quando a vida em risco é do próprio causador da crise; Necessidade de posturas diferenciadas: porque a crise exige uma resposta organizacional não rotineira, a qual demanda o gerenciamento de recursos 7 humanos e materiais de diversos órgãos responsáveis pelo controle de trânsito, atendimento pré-hospitalar e policiais, sobretudo, do Comando de Missões Especiais (equipe de negociação, equipe de invasão tática, atirador de precisão etc). Deflagrada a crise, a primeira guarnição que se deparar com a ocorrência deverá identificar o tipo de crise e preliminarmente avaliar o grau de risco do evento crítico, de acordo com o quadro abaixo: CLASSIFICAÇÃO TIPOS EXEMPLOS 1° GRAU MÉDIO RISCO Ação criminosa com arma de fogo de porte, sem reféns. 2° GRAU ALTO RISCO Ação criminosa com arma de fogo de porte, com reféns. 3° GRAU ALTÍSSIMO RISCO Ação criminosa com arma de fogo (de porte, portáteis ou de uso coletivo) e utilização de explosivos, com ou sem reféns. 4° GRAU RISCO EXTRAORDINÁRIO Ação de atirador ativo. Indivíduo ativamente envolvido em matar pessoas em área confinada e povoada, não havendo método padrão para escolha da vítima. Podendo ser com arma de fogo ou não, com ou sem explosivos. 5º GRAU TERRORISMO Ação terrorista (motivações étnicas, religiosas, etc.) com arma de fogo, com ou sem reféns. 6º GRAU TERRORISMO QBRN Ação terrorista (motivações étnicas, religiosas, etc.) que envolva agentes explosivos, químicos, biológicos, radiológicos e/ou nucleares. Tendo estes exemplos como base, será possível classificar as situações de crise com mais segurança, possibilitando desde o início o acionamento dos órgãos, autoridades e forças policiais necessárias à situação. Porém, o grau de risco de uma crise pode ser mudado no seu decorrer com a chegada do gerente da crise, pois a primeira guarnição policial que chega ao local faz uma avaliação precoce da situação com bases em informações precárias e de difícil confirmação. 1.3. Objetivos do gerenciamento de crise. O gerenciamento de crises possui três pilares que balisam os procedimentos a serem adotados pelos profissionais de segurança pública num evento crítico: Salvar vidas; Aplicar a Lei; Restabelecer a ordem pública. 8 Esses objetivos seguem uma hierarquia rigorosa quanto ao seu grau de importância e prioridade. Isto quer dizer que na resolução de um evento crítico deve- se buscar primeiramente a preservação de vidas em detrimento da própria aplicação da lei e restabelecimento da ordem pública. A aplicação da lei pode esperar por alguns meses até que sejam presos os desencadeadores da crise, enquanto que as perdas de vidas são irreversíveis. Portanto, a preservação de vidas deve observar a seguinte hierarquia: 1. Policiais; 2. Reféns ou Vítimas; 3. Público em geral; 4. Criminosos. 1.4. Alternativas táticas. Negociação: essa é a alternativa tática prioritária, pois oferece menor risco a todos os envolvidos, tem grande aceitabilidade e resolve, atualmente, cerca de 90% das crises. Essa alternativa é paralelamente usada com as demais alternativas táticas. A tarefa de negociação, dada a sua prioridade, não pode ser confiada a qualquer um. Dela ficará encarregado um policial com treinamento específico, denominado de negociador. Monteiro (1994), e De Souza (1995), afirmam que grande parte das organizações policiais do Brasil não são dotadas de uma equipe de negociadores constantemente treinada para essa missão. Na falta de alguém capacitado para negociar, é comum que aceitem qualquer um que voluntariamente se apresente para ser negociador. Técnicas e tecnologias de baixa letalidade: consiste no emprego de armas, munições e equipamentos de baixa letalidade empregadas contra o CEC com o objetivo de inibir ou neutralizar, temporariamente, a agressividade do indivíduo por meio de debilitação ou incapacitação. Ressalta-se que o principal objetivo dessas técnicas não é eliminar, mais sim reduzir o desconforto, a dor ou mesmo a possibilidade de lesão ocasionada pelas munições de impacto controlado, armas de condutividade elétrica ou agentes químicos. Atirador policial de precisão: O atirador policial de precisão constitui uma alternativa tática de fundamental importância para resolução de crises envolvendo reféns localizados. No entanto, a aplicação dessa alternativa tática necessita de uma 9 avaliação minuciosa de todo o contexto, sobretudo, do polígono formado pelo treinamento, armamento, munição e equipamento, que são os elementos fundamentais para que o objetivo idealizado seja alcançado. (Lucca, 2002). O atirador policial de precisão fica posicionado em local estratégico, sem ser visto, mas com ampla visão do cenário em que se desenrola a ação. O emprego dessa alternativa não se resume apenas na eliminação ou neutralização do risco por meio do tiro de precisão. Ela também é empregada para garantir uma observação privilegiada do ponto crítico e a preparação para a entrada do Time Tático. Time Tático: em regra, representa a última alternativa tática a ser empregada num evento crítico. Isso ocorre porque o emprego do time tático potencializa o risco da operação, aumentando, com isso, o risco de morte para o refém, para o policial e para o CEC. (Lucca, 2002). Essa alternativa é utilizada quando não se vislumbra a possibilidade de solução negociada, ou na oportunidade de repentina intervenção para solução da crise, e ainda quando o risco de morte ou ferimentos graves dos reféns for iminente, real e/ou insuportável. Ressalta-se que concomitantemente ao disparo do atirador policial de precisão, o time tático fará à invasão para promover o socorro imediato a todos os envolvidos e atuar caso ocorra alguma adversidade em que o disparo que não tenha atingido seu objetivo na plenitude, neutralizando o causador. 1.5. Critérios de ação. Necessidade: o critério de necessidade indica que toda e qualquer ação somente deve ser implementada quando for indispensável. Se não houver necessidade de se tomar determinadas decisões, não se justifica a sua adoção. Validade do risco: o critério da validade do risco estabelece que toda e qualquer ação, tem que levar em conta, se os riscos dela advindos são compensados pelos resultados. A pergunta que deve ser feita é: vale à pena correr esse risco? Este critério é muito difícil de ser avaliado, pois envolve fatores de ordem subjetiva (já que o que é arriscado para um não é para outro) e de ordem objetiva (o que foi proveitoso em uma crise poderá não sê-lo em outra). Aceitabilidade: o terceiro critério, aceitabilidade, implica em que toda decisão deve ter respaldo legal, moral e ético. A aceitabilidade legal significa que toda decisão deve ser tomada com base nos princípios ditados pelas leis. Uma crise, 10 por mais sériaque seja não dá à organização policial a prerrogativa de violar leis. A aceitabilidade moral implica que toda decisão para ser tomada deve levar em consideração aspectos de moralidade e bons costumes. A aceitabilidade ética está consubstanciada no princípio de que a decisão do superior hierarquico não pode exigir um resultado de seus comandados a prática de ações que causem constrangimentos “internas corporis”. 1.6. Tipologia do causador da crise. Criminoso eventual: provoca uma crise por acidente, devido a um confronto inesperado com a polícia na flagrância de alguma atividade ilícita. O causador da crise toma como refém a primeira pessoa ao seu alcance com a finalidade de garantir a preservação de sua vida, integridade física ou fuga. Criminoso profissional: indivíduo experiente no mundo do crime, que se mantém por meio de repetidos roubos, extorções mediante sequestro, furtos etc. O grande perigo desse tipo de CEC está nos momentos iniciais, pois ele sabe que o tempo conta em favor da Polícia que se organiza operacionalmente na primeira hora. Então, é comum este tipo de criminoso efetuar disparos contra transeuntes para sujeitar a polícia a promover o socorro aos feridos ao invés de combatê-los. Ele é discrente do sistema judiciário e, por isso, existe grande dificuldade no poder de persuasão do negociador. Detento: indivíduos que promovem ações delituosas e rebeliões dentro dos estabelecimentos prisionais. Suas reivindicações normalmente são diferentes dos demais criminosos: regime da pena, melhores condições de vida na cadeia, ampliação do horário de visitas e de banho de sol, fuga etc. Eles apoderam-se de outros presos e funcionários, tornando-os reféns. Os líderes das rebeliões, em regra, ficam no anonimato, o que dificulta bastante o processo de negociação. Mentalmente perturbado: individuo psicopata ou simplesmente alguém que não conseguiu lidar com seus problemas de trabalho ou família, ou ainda aquele que esteja parcial ou completamente divorciado da realidade. O nível de ansiedade e, muitas vezes, a própria racionalidade do elemento causador do evento crítico podem subir e descer vertiginosamente “como uma montanha russa”, dificultando a negociação. Brigas domésticas, problemas referentes à custódia de menores, empregados revoltados ou alguma mágoa com relação a uma autoridade podem ser o estopim para a prática de atos que geram esse tipo de evento crítico. 11 Suicida: individuos que pretendem consumar um ato autodestrutivo, objetivando sua própria morte. É importante mencionar que no trabalho policial são recorrentes a atuação em crises que envolvem pessoas tentando o suicídio. Vários são os fatores que podem desencadear esse propósito (emocionais, situação econômica, uso abusivo de álcool ou droga, doenças graves, perda de parentes, transtornos psiquiátricos etc.), tornando esse tipo de crise um risco potencializado. Diante dessa situação, o policial deve identificar qual é o fator que está ocasionando o propósito suicida e verbalizar com o CEC, buscando minimizar os efeitos dos fatores que originaram a intenção do ato autodestrutivo. Os métodos mais empregados são veneno, armas de fogo e corda, e os locais referência para a prática são pontes, viadutos ou prédios. Terrorista: indivíduos que por motivação política, ideológica ou religiosa, planejam cuidadosamente atentados terroristas, com emprego de violência ou grave ameaça, contra pessoas e instituições públicas, causando medo generalizado a fim de criticar autoridades constituídas e revelar propósitos ou programas do grupo que pertence. É muito difícil lidar com esse tipo de causador do evento crítico porque não pode haver nenhuma racionalização através do diálogo, o que praticamente inviabiliza as negociações. Ele não aceita barganhar as suas convicções e crenças. Quase sempre, o campo de manobra da negociação fica reduzido a tentar convencer o elemento de que, ao invés de morrer pela causa, naquele evento crítico, seria muito mais proveitoso sair vivo para continuar a luta. 1.7. Síndromes. Síndrome de Estocolmo: É um estado psicológico involuntário que causa uma relação de interdependência entre reféns e causadores da crise, os quais experimentam sentimentos de amor e simpatia, profunda amizade, paternalismo e proteção exacerbada, a fim de preservarem suas vidas durante o evento crítico. A psicologia passou a estudar essa alteração de comportamento, a partir da rendição de criminosos que praticaram um roubo ao Kreditbanken (Banco de Crédito) em Normalmstorg, Estocolmo – Suécia. A ocorrência deu-se entre 23 e 28 de agosto de 1973 e, mesmo depois dos seis dias de prisão física terem terminado, os reféns ainda demonstrava reticentes nos procedimentos policiais e nos processos judiciais. Sindrome de Londres: ao contrário do que ocorre com a chamada síndrome de Estocolmo, na qual os reféns passam a ter uma relação de afinidade 12 com seus algozes, na síndrome de Londres o fenômeno é justamente o contrário, os reféns passam a discutir, discordar, questionar o comportamento dos sequestradores gerando uma antipatia que poderá ser fatal. A expressão "síndrome de Londres" refere-se a um evento que ocorreu em 1980, na Embaixada Iraniana, ocasião em que 6 terroristas mantiveram como reféns 20 pessoas, dentre elas diplomatas e funcionários da repartição. Um funcionário chamado Abbas Lavasani passou a discutir com os terroristas/sequestradores. O clima entre os criminosos e o refém foi piorando, sendo o refém Abbas executado. Capítulo 2 2. Elementos Essenciais do Gerenciamento de Eventos Críticos. 2.1. Componentes do Teatro de Operações. Ponto Crítico: local específico onde está localizado o CEC. Perímetro Imediato: zona estéril, local onde fica o ponto crítico do Evento Crítico. É uma zona de controle absoluto onde só pede permanecer o CEC, os policiais designados (equipe de negociação e Time Tático), os reféns e/ou vítimas, sendo seu tamanho proporcional à ameaça (arma ou instrumento) de posse do CEC. Perímetro Mediato: zona tampão entre o perímetro imediato e o externo/ curiosos, tendo como finalidade limitar o acesso de pessoas não autorizadas. Nessa zona deve ter acesso à equipe de Gerenciamento de Evento Crítico, os grupos de apoio e suporte (médicos, psicólogos, engenheiros, técnicos, policiais especializados, policiais explosivistas, serviço de inteligência, etc.), enfim todas as pessoas envolvidas tecnicamente na resolução do evento crítico. Posto de Comando: local que centraliza a autoridade e o controle no Gerenciamento de Crises, servindo também como ponto de tomada de decisão. Pode ser um local improvisado ou previamente destinado para tal, como um veículo com essa função. Normalmente é estabelecido dentro do Perímetro Mediato, podendo também ficar no Perímetro Externo caso haja logística favorável; Sala de Triagem: local destinado à busca pessoal e entrevista de reféns e vítimas liberados do Ponto Crítico, além das pessoas fontes de informação que serão usadas como ferramenta pela Equipe de Negociação. Deve ser um local seguro e de espaço limitado e isolado, podendo ser no Perímetro Mediato. 13 Fontes De Informação: pessoas que podem servir como fontes de informação ou ferramentas de negociação ao Gerente do Evento Crítico e à Equipe de Negociadores. Exemplo: parentes, familiares e amigos. Essas pessoas devem ficar em local separado, seguro e próximo ao Posto de Comando, onde facilmente o Gerente pode ter acesso. Local Da Imprensa: local destinado aos profissionais de imprensa. Deve ser um local seguro e de espaço limitado, podendo ser no Perímetro Mediato; 2.2. Personagens do Teatro de Operações. Causador do Evento Crítico: é a pessoa que dá causa a um evento crítico policial envolvendo refém ou vítima, privando alguém de sua liberdade mediante violência ou grave ameaça para garantirsua integridade física, fuga, reivindicar direitos ou direcionar toda a sua raiva. Os termos “perpetrador” ou “provocador” são usados como sinônimos de Causador. Essa pessoa também é pode ser denominada de Agente Perturbador da Ordem Pública (APOP). Refém: a pessoa capturada e mantida por uma ou várias pessoas para forçar o cumprimento de exigências a uma terceira parte, com conhecimento e presença da autoridade policial militar. Vítima: difere do refém por não existir uma exigência concreta negociável; existe uma relação de vínculo anterior entre CEC e vítima, quer seja amizade, relação de trabalho ou familiar e o evento crítico se dá por conta dessa relação pré- existente. Primeiro Interventor: é a primeira Guarnição Policial Militar que chega em uma ocorrência típica de um Evento Crítico e toma as medidas iniciais necessárias: conter, informar e acionar apoio, isolar, verbalizar, estabilizar, não fazer concessões. Controlador: policial militar com poder de coordenação e controle dos recursos logísticos e humanos locais. Ele é o responsável por redefinir o isolamento e implementar medidas de proteção e segurança. Normalmente é o segundo mais antigo pertencente ao Policiamento da Área após o Gerente (considerando que este também pertence ao Policiamento da Área). Comandante do Teatro de Operações: autoridade técnica, Oficial da Unidade de Operações Especiais – BOPE que coordena e controla as Forças de Operações Policiais Especiais no Teatro de Operações (equipes táticas) ou Comandante UPO, caso não haja unidade especializada na área de operações. 14 Gerente do Evento Crítico: é o mais antigo presente no local. É assessorado diretamente pelo Comandante do Teatro de Operações. Responsável pelas tomadas de decisões, supervisiona todas as ações e ordena a utilização das alternativas táticas. Realiza a gestão política do Evento Crítico. Equipe de Negociação: primeira alternativa tática a ser utilizada em um gerenciamento de crises. Eles são profissionais que informam o status do ponto crítico para o gerente da crise, se comunicam com outras alternativas táticas presentes no teatro de operações e orientam como ocorrerá todo o processo de rendição. Atirador Policial de Precisão: policial militar da Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), com treinamento específico em armamentos de alta precisão, posicionado num local estratégico, em regra, sem ser visto pelo CEC, mas com ampla visão do teatro de operações, sobretudo do ponto crítico. Ele está sempre em contato com o gerente da crise e as demais alternativas táticas. Time Tático: é composta exclusivamente por policias do BOPE que ficam posicionados próximo ao ponto crítico, prontos para o uso de força letal e/ou IMPO. Em geral, é a última alternativa tática a ser empregada em um evento crítico, devido a imprevisibilidade das consequências e o elevado risco da operação para todos os presentes no teatro de operações. Intermediador: Qualquer pessoa que, autorizada pelo gerente da crise, devidamente protegida e orientada pela equipe de negociação, faz contato verbal com o CEC. É um importante instrumento de barganha e vantagem junto ao CEC, como liberação de reféns, promessa de não agressão aos capturados, acordo de rendição etc., porém sua utilização deve ser extremamente criteriosa. A pessoa deve ser previamente entrevistada e avaliado o tipo de relação existente entre o intermediador e o CEC, pois esse contato pode elevar o nível de tensão na crise ou até mesmo colocar a vida do intermediador em risco. Equipe de Primeiros Socorros: São profissionais de saúde do SAMU ou da Unidade de Resgate e Salvamento do Corpo de Bombeiro Militar. Ficam posicionados dentro do perímetro mediato, sendo responsáveis pelo atendimento pré-hospitalar de todos os envolvidos no evento crítico. Equipe de Controle de Trânsito: são profissionais da PRF, Detran ou Semob responsáveis pelo bloqueio, redirecionamento e controle do fluxo de trânsito no local do evento crítico. Eles ficam dispostos fora do teatro de operações. 15 Profissionais da Imprensa: são profissionais presentes na maioria das ocorrências dessa natureza. Devem permanecer num local seguro e previamente determinado dentro do perímetro mediato. Porém, excepcionalmente, com a autorização do gerente da crise poderão realizar a aproximação no perímetro imediato, desde que sejam acompanhados por escudeiros e fiquem distantes do ponto crítico. Centro Integrado de Operações - CIOp: é o órgão responsável por mediar a comunicação entre o cidadão e os órgãos de segurança pública do Pará (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Detran, Susipe e Centro de Perícias Científicas Renato Chaves), possibilitando o registro de ocorrências de urgência e emergência na área de segurança pública, permitindo o despacho oportuno de guarnições com o objetivo de promover um atendimento estratégico na Região Metropolitana de Belém. Capítulo 3 3. Sequência das ações no teatro de operações. Normalmente, a sequência das ações no teatro de operações ocorre da seguinte forma: uma guarnição policial do policiamento ordinário se depara com o evento crítico ou recebe a informação do evento pelo CIOP/NIOP ou por algum transeunte. Essa guarnição será o Primeiro Interventor e deverá localizar o ponto exato onde esta ocorrendo o evento crítico, conter a crise, informar e solicitar apoio, iniciar o processo de isolamento, sempre permanecer num local seguro e abrigado para iniciar a verbalização com o CEC, sem fazer concessões e iniciar o processo de estabilização. Em seguida, as guarnições policiais da área de policiamento onde está ocorrendo a crise, chegam para dar apoio. O Controlador (policial militar com poder de coordenação e controle dos recursos logísticos e humanos locais) potencializa as medidas de segurança, redefinindo e/ou estabelecendo os perímetros de isolamento, realizar contato com CIOp e reforçar o acionamento de órgãos e autoridades. As tropas do Comando de Missões Especiais (CME) chegam no local com as alternativas táticas e garantem o apoio na organização Teatro de Operações. A 16 equipe de negociação, alternativa tática proiritária, se aproxima do policial que esta mantento o primeiro contato verbal com o CEC, garantindo proteção balística e assessoramento técnico. O gerente do evento crítico (policial militar mais antigo presente no local) define o local para o posto de comando, sala de triagem e imprensa, gerir todos os recursos humanos e materiais presentes no evento crítico, decide pelo emprego das alternativas táticas, sempre assessorado tecnicamente pelo Comandante do Teatro de Operações (oficial do BOPE, autoridade técnica, que coordena e controla as Forças de Operações Policiais Especiais no Teatro de Operações ou Comandante UPO, caso não haja unidade especializada na área de operações). Na rendição, o gerente do evento crítico comanda, coordena e controla todo o processo. A equipe de negociação define a sequência das ações a serem executadas pelo CEC e demais envolvidos no ponto crítico. O Time de Apoio (Time Tático 2) age de acordo com as ações narradas pela equipe de negociação, levando concessões e realizando buscas pessoas. O Time Tático 1 realiza a varredura do ponto crítico, em busca de pessoas e objetos objetos relacionados à ocorrência, que serão apresentados à autoridade competente. Todos os objetos e valores recolhidos durante a busca pessoal, veicular ou domiciliar, que tenha relação com o fato serão apresentados à autoridade competente que fará o auto de apreensão. O primeiro interventor será responsável pelo registro da ocorrência junto ao Órgão competente como relator, caso tenha presenciado e/ou participado de todos os acontecimentos. O primeiro interventor auxiliará como testemunha na apresentação da ocorrência quando houver fato relevanteou emprego de força envolvendo Policial mais antigo ou pertencente a outra Guarnição Policial Militar. Capítulo 4 4. POPs Ativos. A Policia Militar do Pará por meio da Portaria nº 170/2020 – GAB. CMDº publicada no Boletim Geral nº 220, de 27 de novembro de 2020, Instituiu os Procedimentos Operacionais Padrão da corporação com o objetivo de promover uma padronização na execução de atividades operacionais, agilizando as ações e subsidiando o processo de tomada de decisão durante as missões. 17 Os procedimentos descritos no POP poderão ser acessados por meio do aplicativo “e-identidade”, por qualquer membro desta Corporação e servirão de base para atuação dos policiais militares, ressalvados os casos excepcionais, que serão analisados conforme o caso concreto, sendo adaptado de acordo com as circunstâncias que o caso exigir. No anexo I deste caderno de estudo, encontra-se todos os Procedimentos Operacionais Padrão do processo gerenciamento de crise, a saber: Ações do primeiro interventor em local de evento crítico, Atuação dos envolvidos no teatro de operações, Ato de rendição do Causador do Evento Crítico e Causador armado com o objetivo de cometer o suicídio. 18 Bibliografia BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. ______. Ministério da Justiça. Rede Nacional de Educação a Distância para Segurança Pública. Curso de Gerenciamento de Crises. Brasília: SENASP, 2017. ______. Ministério da Justiça. Rede Nacional de Educação a Distância para Segurança Pública. Técnicas e Tecnologias Não Letais de Atuação Policial. Brasília: SENASP, 2017. FBI. Federal Bureau of Investigation. Negotiations situates of crisis. FBI National Academy: Virgínia, EUA, 1990. LUCCA, Diógenes Viegas Dalle. Alternativas Táticas na Resolução de Ocorrências com Reféns Localizados. Monografia do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais – CAO-II/01. Polícia Militar do Estado de São Paulo. Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores. São Paulo, 2002. MONTEIRO, Roberto das Chagas. Manual de Gerenciamento de Crises. Ministério da Justiça. Academia Nacional de Polícia. 7ª Edição. Departamento de Polícia Federal. Brasília, 2004. ONU. Organização das Nações Unidas. Convenção Internacional Contra a Tomada de Reféns. Nova Iorque: 1979. PARÁ. Conselho Estadual de Segurança Pública. Resolução nº 204, 28 de novembro de 2012. Regulamentação do Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública do Estado do Pará. Belém: 2012. POLÍCIA MILITAR DO PARÁ. Portaria nº 170/2020 – GAB. CMDº publicada no Boletim Geral nº 220, de 27 de novembro de 2020. Procedimentos Operacionais Padrão. Icoarari: PMPA, 2020. SALIGNAC, Angelo Oliveira. Negociação em crises: atuação policial na busca da solução para eventos críticos. São Paulo: Ícone, 2011. SILVA, Marco Antônio da. Primeira Intervenção em crises policiais: teoria e prática. 2 ed. Curitiba: Associação da Vila Militar, 2016. SOUZA, Wanderley Mascarenhas de. Gerenciamento de crises: negociação e atuação de grupos especiais de polícia na solução de eventos críticos. 1995. Monografia (Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais) – Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores, Polícia Militar do Estado de São Paulo, São Paulo, 1995. 19 ANEXO I – POPs ATIVOS PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 005.001 NOME DO PROCESSO GERENCIAMENTO DE CRISE ETAPA PROCEDIMENTO AÇÕES DO PRIMEIRO INTERVENTOR EM LOCAL DE EVENTO CRÍTICO POP 005.001 ATUAÇÃO DOS ENVOLVIDOS NO TEATRO DE OPERAÇÕES POP 005.002 ATO DE RENDIÇÃO DO CEC POP 005.003 OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO PESSOAS ARMADAS COM O OBJETIVO DE COMETER SUICÍDIO POP 005.004 ESTABELECIDO EM REVISADO EM 27/11/2020 PROCEDIMENTO AÇÕES DO PRIMEIRO INTERVENTOR EM LOCAL DE EVENTO CRÍTICO RESPONSÁVEL COMANDANTE DA GUARNIÇÃO MATERIAL NECESSÁRIO 1 Uniforme de serviço; 2 Colete balístico; 3 Pistola .40 com carregador municiado, alimentada e carregada; 4 Carregadores sobressalentes municiados; 20 5 Cinto de guarnição e seus acessórios; 6 Algemas com chave; 7 Viatura; 8 Rádio portátil de comunicação; 9 Prancheta com bloco para anotações e caneta; 10 Fita zebrada; 11 Cones de sinalização. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 1 Constituição Federal/1988 – Art.1º, inciso III, art. 5º, incisos III, XXXIX, XLIX, LXI, LXIII, LXIV e art. 144, §5º; 2 Lei Complementar nº 053/2006 (Lei de Organização Básica da PMPA) - Art. 4º, inciso XX; 3 Decreto Estadual nº 647/2013 (Homologa a Resolução nº 204/2012 – Regulamenta o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública do Estado do Pará) – Itens I, II, III, IV e V; 4 Diretriz Geral para Emprego Operacional da PMPA nº 001/2014 DGOp/PMPA – item 5.3. ATIVIDADE CRÍTICA 1 Contenção, isolamento e verbalização do Evento Crítico. SEQUÊNCIA DAS AÇÕES 1 LOCALIZAÇÃO EXATA DO PONTO CRÍTICO 1.1 Parar a viatura distante do local, progredindo de forma segura, utilizando cobertas e abrigos; 1.2 Verificar as informações preliminares sobre a ocorrência, confirmando ou não o Evento Crítico; 1.3 Identificar o tipo de crise: CEC armado e barricado em local de difícil acesso, CEC com tomada de reféns ou vítimas, CEC com propósito suicida. 2 CONTENÇÃO DA CRISE 2.1 Manter uma distância segura e proporcional à ameaça enfrentada; 2.2 Impedir que Evento Crítico se torne móvel ou mude de lugar; 2.3 Evitar que o CEC aumente o número de reféns/vítimas; 21 2.4 Coibir que o CEC aumente seu poder de ameaça; 2.5 Utilizar barreiras físicas de contenção: porta, portões, janelas, viaturas, paredes, muros ou qualquer outro obstáculo; 2.6 Evitar o confronto com o CEC; 2.7 Evitar o aumento do nível de estresse do CEC. 3 INFORMAÇÃO E SOLICITAÇÃO DE APOIO 3.1 Informar ao CIOp, NIOp ou UPO sobre o Evento Crítico em andamento, solicitando que façam os devidos acionamentos de órgãos e autoridades, como: Controlador, Gerente, Comandante do Teatro de Operações, BOPE, ROTAM, SAMU, unidade de resgate do CBM, órgãos de trânsito ou Comandante da UPO, onde não houver unidades especializadas. 4 ISOLAMENTO 4.1 Interromper o contato do CEC com o exterior; 4.2 Utilizar fita zebrada, cones e viaturas para iniciar o processo de isolamento do local; 4.3 Proibir a entrada de pessoas não autorizadas ao local. 5 VERBALIZAÇÃO INICIAL COM O CEC 5.1 Permanecer em um local seguro e abrigado durante a verbalização; 5.2 Identificar o momento adequado para início do primeiro contato com o CEC; 5.3 Identificar-se ao CEC; 5.4 Deixar o CEC falar, ouvir mais e falar o necessário (escuta ativa); 5.5 Esclarecer ao CEC que você está fazendo um contato inicial e não tem poder decisório; 5.6 Manter o autocontrole frente a possíveis ofensas; 5.7 Levantar informações; 5.8 Informar que serão assegurados os direitos e garantias constitucionais. 6 ESTABILIZAÇÃO 6.1 Manter o ponto crítico tranquilo, evitando barulho de sirenes e aglomerações de curiosos ou de policiais armados; 6.2 Acalmar o CEC, reféns ou vítimas; 6.3 Demonstrar que está preocupado com todos os envolvidos (CEC, reféns ou vítimas, terceiros); 6.4 Utilizar termos positivos; 22 6.5 Ganhar tempo até a chegada da tropa especializada; 6.6 Demonstrar interesse sobre toda a comunicação do CEC. 7 NÃO FAZER CONCESSÕES 7.1 Não oferecer ou prometer nada ao CEC; 7.2 Anotar as exigências do CEC; ESCLARECIMENTOS 1 EVENTO CRÍTICO: é um fato humano excepcional, de natureza criminal ou não, relacionado à segurança pública e que venha a ameaçar vidas de pessoas envolvidas direta ou indiretamente, cujo atendimento técnico seja de competência do Sistema de Segurança Pública; 2 CENTRO INTEGRADO DE OPERAÇÕES - CIOp: é o órgão responsável por mediar a comunicação entre o cidadão e os órgãos de segurança pública do Pará (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Detran, Susipee Centro de Perícias Científicas Renato Chaves), possibilitando o registro de ocorrências de urgência e emergência na área de segurança pública, permitindo o despacho oportuno de guarnições com o objetivo de promover um atendimento estratégico na Região Metropolitana de Belém; 3 NÚCLEO INTEGRADO DE OPERAÇÕES - NIOp: é o órgão responsável por mediar a comunicação entre o cidadão e os órgãos de segurança pública do Pará (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Detran, Susipe e Centro de Perícias Científicas Renato Chaves), possibilitando o registro de ocorrências de urgência e emergência na área de segurança pública, permitindo o despacho oportuno de guarnições com o objetivo de promover um atendimento estratégico em determinados municípios. Os núcleos realizam o atendimento via contato 190; 4 UNIDADE OPERACIONAL DE POLÍCIA OSTENSIVA - UPO: são os órgãos de execução da Polícia Militar do Pará responsáveis pela polícia ostensiva, executando, por meio de diretrizes e ordens, a atividade-fim da corporação para cumprimento de suas missões e destinação; 5 TEATRO DE OPERAÇÕES - TO: é o cenário da crise, local da ocorrência, visão ampla do espaço físico; 23 6 PONTO CRÍTICO: local específico onde está localizado o CEC; 7 CAUSADOR DO EVENTO CRÍTICO – CEC: pessoa que coloca em risco ou ameaça a vida de pessoa (s) dentro de um evento crítico. Nesta situação, a pessoa que se coloca como pretenso suicida também se enquadra como de CEC; 8 GERENTE DO EVENTO CRÍTICO: é o mais antigo presente no local. É assessorado diretamente pelo Comandante do Teatro de Operações. Responsável pelas tomadas de decisões, supervisiona todas as ações e ordena a utilização das alternativas táticas. Realiza a gestão política do Evento Crítico; 9 COMANDANTE DO TEATRO DE OPERAÇÕES: autoridade técnica, Oficial da Unidade de Operações Especiais – BOPE que coordena e controla as Forças de Operações Policiais Especiais no Teatro de Operações (equipes táticas) ou Comandante UPO, caso não haja unidade especializada na área de operações; 10 CONTROLADOR: policial militar com poder de coordenação e controle dos recursos logísticos e humanos locais. Ele é o responsável por redefinir o isolamento e implementar medidas de proteção e segurança. Normalmente é o segundo mais antigo pertencente ao Policiamento da Área após o Gerente (considerando que este também pertence ao Policiamento da Área); 11 EQUIPE DE NEGOCIAÇÃO: primeira alternativa tática a ser utilizada em um gerenciamento de crises; 12 PRIMEIRO INTERVENTOR: é a primeira Guarnição Policial Militar que chega em uma ocorrência típica de um Evento Crítico e toma as medidas iniciais necessárias: conter, informar e acionar apoio, isolar, verbalizar, estabilizar, não fazer concessões; 13 REFÉM: a pessoa capturada e mantida por uma ou várias pessoas para forçar o cumprimento de exigências a uma terceira parte, com conhecimento e presença da autoridade policial militar; 14 VÍTIMA: difere do refém por não existir uma exigência concreta negociável; existe uma relação de vínculo anterior entre CEC e vítima, quer seja amizade, relação de trabalho ou familiar e o evento crítico se dá por conta dessa relação pré-existente; 24 15 ESCUTA ATIVA: é uma técnica que auxilia a manter um diálogo eficiente entre o primeiro interventor e o causador do evento crítico, onde aquele demonstra interesse genuíno naquilo que seu interlocutor está dizendo; 16 GERENCIAMENTO DE EVENTO CRÍTICO: é o processo organizacional, não rotineiro, realizado e coordenado pela Polícia Militar com o objetivo de gestão de eventos críticos, objetivando a proteção dos direitos fundamentais de todos os envolvidos; 17 Os procedimentos descritos no POP servirão de base para atuação dos policiais militares, ressalvados os casos excepcionais, que serão analisados conforme o caso concreto, sendo adaptado de acordo com as circunstâncias que o caso exigir. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 005.002 NOME DO PROCESSO GERENCIAMENTO DE CRISE ETAPA PROCEDIMENTO AÇÕES DO PRIMEIRO INTERVENTOR EM LOCAL DE EVENTO CRÍTICO POP 005.001 ATUAÇÃO DOS ENVOLVIDOS NO TEATRO DE OPERAÇÕES POP 005.002 ATO DE RENDIÇÃO DO CEC POP 005.003 OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO PESSOAS ARMADAS COM O OBJETIVO DE COMETER SUICÍDIO POP 005.004 ESTABELECIDO EM REVISADO EM 27/11/2020 25 PROCEDIMENTO ATUAÇÃO DOS ENVOLVIDOS NO TEATRO DE OPERAÇÕES RESPONSÁVEL GERENTE DO EVENTO CRÍTICO MATERIAL NECESSÁRIO 12 Uniforme de serviço; 13 Colete balístico; 14 Pistola .40 com carregador municiado, alimentada e carregada; 15 Carregadores sobressalentes municiados; 16 Cinto de guarnição e seus acessórios; 17 Algemas com chave; 18 Viatura; 19 Rádio portátil de comunicação; 20 Prancheta com bloco para anotações e caneta; 21 Fita zebrada; 22 Cones de sinalização. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 8 Constituição Federal/1988 – Art.1º, inciso III, art. 5º, incisos III, XXXIX, XLIX, LXI, LXIII, LXIV e art. 144, §5º; 9 Lei Complementar nº 053/2006 (Lei de Organização Básica da PMPA) – Art. 4º, XX; 10 Decreto Estadual nº 647/2013 (Homologa a Resolução nº 204/2012 - Regulamenta o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública do Estado do Pará) – Itens I, II, III, IV e V; 11 Diretriz Geral para Emprego Operacional da PMPA nº 001/2014 DGOp/PMPA – Item 5.3. ATIVIDADE CRÍTICA 1 Desmobilização do Teatro de Operações. 26 SEQUÊNCIA DAS AÇÕES 1 PRIMEIRO INTERVENTOR 1.1 Atender a ocorrência conforme o POP nº 009.001 - AÇÕES DO PRIMEIRO INTERVENTOR EM LOCAL DE EVENTO CRÍTICO; 1.2 Permanecer junto à equipe de negociação somente o Policial que estabeleceu contato verbal com CEC; 1.3 Auxiliar no isolamento do Perímetro Mediato, os demais Policiais pertencentes à Guarnição do Primeiro Interventor; 1.4 Obedecer às orientações técnicas da Equipe de Negociação, inclusive, a de se retirar caso necessário; 1.5 Registar a ocorrência junto ao Órgão competente como relator, caso tenha presenciado e/ou participado de todos os acontecimentos e não tenha ocorrido algo relevante envolvendo Policial Militar mais antigo ou pertencentes a outra Guarnição Policial Militar; 1.6 Auxiliar, como testemunha, no registro de apresentação da ocorrência em caso do uso de força ou fato relevante envolvendo Policial Militar mais antigo ou pertencente a outra Guarnição Policial Militar (se for o caso). 2 COORDENADOR DE OPERAÇÕES DO CENTRO INTEGRADO DE OPERAÇÕES – CIOP/NÚCLEO INTEGRADO DE OPERAÇÕES – NIOP 2.1 Acionar o responsável pelo policiamento do local do Evento Crítico, BOPE, ROTAM, SAMU, unidade de resgate do CBM, órgãos de trânsito; 2.2 Coordenar os deslocamentos de viaturas; 2.3 Atender as demandas do Gerente do Evento Crítico. 3 CONTROLADOR 3.1 Potencializar as medidas de segurança, redefinindo e/ou estabelecendo os perímetros de isolamento: Perímetro Imediato, Perímetro Mediato, Perímetro interno e externo; 3.2 Realizar contato com CIOp e reforçar o acionamento de órgãos e autoridades: Gerente, BOPE, ROTAM, SAMU, unidade de resgate do CBM, órgãos de trânsito; 3.3 Fazer com que o isolamento seja mantido durante toda ocorrência, inclusive, durante o procedimento de rendição; 27 3.4 Desmobilizar o isolamento do Perímetro Interno somente após determinação do Gerente do Evento Crítico. 4 POLICIAMENTO DE 2º ESFORÇO DE RECOBRIMENTO 4.1 Estabelecer fisicamente o isolamento do Perímetro Imediato; 4.2 Impossibilitar o acesso de pessoas ao Perímetro Imediato, inclusive policiais, sem autorização do Gerente; 4.3 Desmobilizar o isolamento do Perímetro Imediato somente após determinação do Gerente do Evento Crítico. 5 EQUIPE DE NEGOCIAÇÃO 5.1 Aproximar-se do Primeiro Interventor, garantindo sua proteção balística e assessoramento técnico; 5.2 Aplicar técnicas de negociação, promovendo a liberação de reféns/vítimas ea rendição do CEC; 5.3 Utilizar técnicas de negociação, com o objetivo de solucionar ocorrências envolvendo pessoas que queiram cometer o suicídio; 5.4 Empregar técnicas de negociação, facilitando a utilização de outra alternativa tática, caso necessário; 5.5 Manter comunicação com o Comandante do Teatro de Operações e as outras Equipes Táticas. 6 GERENTE DO EVENTO CRÍTICO 6.1 Chefiar o Posto de comando; 6.2 Definir o local posto de comando, a sala de triagem e o local para a imprensa; 6.3 Organizar o Teatro de Operações, reajustando os perímetros de isolamento; 6.4 Gerir os recursos humanos e materiais no local do Evento Crítico; 6.5 Informar superiores hierárquicos e autoridades pertinentes a respeito da ocorrência visando à gestão política do Evento Crítico; 6.6 Reforçar a atribuição de cada envolvido na ocorrência; 6.7 Decidir pela ação das Equipes Táticas, conforme assessoramento do Comandante do Teatro de Operações; 6.8 Sistematizar o Procedimento de rendição conforme POP nº 005.003 - ATO DE RENDIÇÃO DO CEC; 6.9 Controlar as informações, imagens e vídeos a serem repassados à imprensa. 7 TIME TÁTICO 28 7.1 Executar ações descritas no POP nº 030.002 - ATUAÇÃO DO TIME TÁTICO NO TEATRO DE OPERAÇÕES. 8 ATIRADOR POLICIAL DE PRECISÃO 8.1 Proceder ações descritas no POP 030.004 - EMPREGO DO ATIRADOR POLICIAL DE PRECISÃO COMO ALTERNATIVA TÁTICA. 9 COMANDANTE DO TEATRO DE OPERAÇÕES 9.1 Auxiliar na montagem do posto de comando e definição dos perímetros de isolamento; 9.2 Aconselhar tecnicamente o Gerente do Evento Crítico e líderes de equipes táticas; 9.3 Analisar tecnicamente a respeito da utilização das alternativas táticas; 9.4 Coordenar as providências que devem ser tomadas após o termino da ocorrência; 9.5 Auxiliar no controle das informações, imagens e vídeos a serem repassados à imprensa. Figura 1: Teatro de operações. 29 Fonte: PMPA, 2020. ESCLARECIMENTOS 30 1 GERENTE DO EVENTO CRÍTICO: é o mais antigo presente no local. É assessorado diretamente pelo Comandante do Teatro de Operações. Responsável pelas tomadas de decisões, supervisiona todas as ações e ordena a utilização das alternativas táticas. Realiza a gestão política do Evento Crítico; 2 COMANDANTE DO TEATRO DE OPERAÇÕES: autoridade técnica, Oficial da Unidade de Operações Especiais – BOPE que coordena e controla as Forças de Operações Policiais Especiais no Teatro de Operações (equipes táticas) ou Comandante UPO, caso não haja unidade especializada na área de operações; 3 CONTROLADOR: policial militar com poder de coordenação e controle dos recursos logísticos e humanos locais. Ele é o responsável por redefinir o isolamento e implementar medidas de proteção e segurança. Normalmente é o segundo mais antigo pertencente ao Policiamento da Área após o Gerente (considerando que este também pertence ao Policiamento da Área); 4 PRIMEIRO INTERVENTOR: é a primeira Guarnição Policial Militar que chega em uma ocorrência típica de um Evento Crítico e toma as medidas iniciais necessárias: conter, informar e acionar apoio, isolar, verbalizar, estabilizar, não fazer concessões; 5 EVENTO CRÍTICO: é um fato humano excepcional, de natureza criminal ou não, relacionado à segurança pública e que venha a ameaçar vidas de pessoas envolvidas direta ou indiretamente, cujo atendimento técnico seja de competência do Sistema de Segurança Pública; 6 CENTRO INTEGRADO DE OPERAÇÕES - CIOp: é o órgão responsável por mediar a comunicação entre o cidadão e os órgãos de segurança pública do Pará (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Detran, Susipe e Centro de Perícias Científicas Renato Chaves), possibilitando o registro de ocorrências de urgência e emergência na área de segurança pública, permitindo o despacho oportuno de guarnições com o objetivo de promover um atendimento estratégico na Região Metropolitana de Belém; 7 NÚCLEO INTEGRADO DE OPERAÇÕES - NIOp: é o órgão responsável por mediar a comunicação entre o cidadão e os órgãos de segurança pública do Pará (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Detran, Susipe 31 e Centro de Perícias Científicas Renato Chaves), possibilitando o registro de ocorrências de urgência e emergência na área de segurança pública, permitindo o despacho oportuno de guarnições com o objetivo de promover um atendimento estratégico em determinados municípios. Os núcleos realizam o atendimento via contato 190; 8 UNIDADE OPERACIONAL DE POLÍCIA OSTENSIVA - UPO: são os órgãos de execução da Polícia Militar do Pará responsáveis pela polícia ostensiva, executando, por meio de diretrizes e ordens, a atividade-fim da corporação para cumprimento de suas missões e destinação; 9 TEATRO DE OPERAÇÕES - TO: é o cenário da crise, local da ocorrência, visão ampla do espaço físico; 10 PONTO CRÍTICO: local específico onde está localizado o CEC; 11 CAUSADOR DO EVENTO CRÍTICO – CEC: pessoa que coloca em risco ou ameaça a vida de pessoa (s) dentro de um evento crítico. Nesta situação, a pessoa que se coloca como pretenso suicida também se enquadra como de CEC; 12 COMANDANTE DO GRUPO TÁTICO – CMT/GT: policial militar mais antigo da BOPE, responsável por comandar todas as equipes táticas presentes (NEGOCIAÇÃO, APP e TT); pode acumular a função de Comandante do Teatro de Operações ou assessorar diretamente o mesmo; 13 EQUIPE DE NEGOCIAÇÃO: primeira alternativa tática a ser utilizada em um gerenciamento de crises; 14 ATIRADOR POLICIAL DE PRECISÃO – APP: terceira alternativa tática a ser utilizada em um gerenciamento de crises; 15 TIME TÁTICO – TT: quarta alternativa tática a ser utilizada em um gerenciamento de crises; 16 ISOLAMENTO DO PONTO CRÍTICO: ponto crítico é o ponto central (epicentro) do evento crítico, onde se encontram o CEC, os reféns e/ou vítimas. O perímetro divide-se em interno e externo. O perímetro interno deve ser isolado e subdivide-se em: 16.1 PERÍMETRO IMEDIATO: zona estéril, local onde fica o ponto crítico do Evento Crítico. É uma zona de controle absoluto onde só pede permanecer o CEC, os policiais designados (equipe de negociação e Time Tático), os 32 reféns e/ou vítimas, sendo seu tamanho proporcional à ameaça (arma ou instrumento) de posse do CEC; 16.2 PERÍMETRO MEDIATO: zona tampão entre o perímetro imediato e o externo/ curiosos, tendo como finalidade limitar o acesso de pessoas não autorizadas. Nessa zona deve ter acesso à equipe de Gerenciamento de Evento Crítico, os grupos de apoio e suporte (médicos, psicólogos, engenheiros, técnicos, policiais especializados, policiais explosivistas, serviço de inteligência, etc.), enfim todas as pessoas envolvidas tecnicamente na resolução do evento crítico. 17 POSTO DE COMANDO: local que centraliza a autoridade e o controle no Gerenciamento de Crises, servindo também como ponto de tomada de decisão. Pode ser um local improvisado ou previamente destinado para tal, como um veículo com essa função. Normalmente é estabelecido dentro do Perímetro Mediato, podendo também ficar no Perímetro Externo caso haja logística favorável; 18 SALA DE TRIAGEM: local destinado à busca pessoal e entrevista de reféns e vítimas liberados do Ponto Crítico, além das pessoas fontes de informação que serão usadas como ferramenta pela Equipe de Negociação. Deve ser um local seguro e de espaço limitado e isolado, podendo ser no Perímetro Mediato; 19 FONTES DE INFORMAÇÃO: pessoas que podem servir como fontes de informação ou ferramentas de negociação ao Gerente do Evento Crítico e à Equipe de Negociadores. Exemplo: parentes, familiares e amigos. Essas pessoas devem ficar em local separado, seguro e próximo ao Posto de Comando, onde facilmente o Gerente pode ter acesso; 20 LOCAL DA IMPRENSA: local destinado aos profissionais de imprensa. Deve ser um local seguro e de espaço limitado,podendo ser no Perímetro Mediato; 21 Os procedimentos descritos no POP servirão de base para atuação dos policiais militares, ressalvados os casos excepcionais, que serão analisados conforme o caso concreto, sendo adaptado de acordo com as circunstâncias que o caso exigir. 33 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 005.003 NOME DO PROCESSO GERENCIAMENTO DE CRISE ETAPA PROCEDIMENTO AÇÕES DO PRIMEIRO INTERVENTOR EM LOCAL DE EVENTO CRÍTICO POP 005.001 ATUAÇÃO DOS ENVOLVIDOS NO TEATRO DE OPERAÇÕES POP 005.002 ATO DE RENDIÇÃO DO CEC POP 005.003 OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO PESSOAS ARMADAS COM O OBJETIVO DE COMETER SUICÍDIO POP 005.004 ESTABELECIDO EM REVISADO EM 27/11/2020 PROCEDIMENTO ATO DE RENDIÇÃO DO CEC RESPONSÁVEL GERENTE DO EVENTO CRÍTICO MATERIAL NECESSÁRIO 23 Uniforme de serviço; 24 Colete balístico; 25 Pistola .40 com carregador municiado, alimentada e carregada; 26 Carregadores sobressalentes municiados; 27 Cinto de guarnição e seus acessórios; 28 Algemas com chave; 34 29 Viatura; 30 Rádio portátil de comunicação; 31 Prancheta com bloco para anotações e caneta; 32 Fita zebrada; 33 Cones de sinalização. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 12 Constituição Federal/1988 – Art.1º, inciso III, art. 5º, incisos III, XXXIX, XLIX, LXI, LXIII, LXIV e art. 144, §5º; 13 Decreto-Lei nº 2.848/1940 (Código Penal) – Arts. 1º, 23, 24 e 25; 14 Lei Complementar nº 053/2006 (Lei de Organização Básica da PMPA) – Art. 4º, inciso XX; 15 Diretriz Geral para Emprego Operacional da PMPA nº 001/2014 DGOp/PMPA – Item 5.3. ATIVIDADE CRÍTICA 1 Busca pessoal e algemamento do CEC. SEQUÊNCIA DAS AÇÕES 10 GERENTE DO EVENTO CRÍTICO 10.1 Coordenar o procedimento de rendição; 10.2 Controlar o posicionamento das equipes táticas corretamente conforme respectivas atribuições, assim como a imprensa em local seguro e predeterminado; 10.3 Orientar as equipes de segurança dos perímetros táticos a redobrarem a atenção e manter o isolamento até o término do Evento Crítico; 10.4 Determinar às viaturas que farão a condução do refém/vítima e do CEC que fiquem posicionadas dentro do Perímetro Imediato, visando o embarque e posterior condução; 10.5 Conceder entrevista aos profissionais de imprensa, ou delegando a atribuição a outro policial, conforme Instrução Normativa nº 001/2018 - ASCOM, informando como transcorreu a resolução do Evento Crítico, somente após a rendição do CEC. 35 11 EQUIPE DE NEGOCIAÇÃO 11.1 Determinar a sequência de ações a serem executadas pelo CEC; 11.2 Estabelecer primeiramente a saída dos reféns/vítimas, um de cada vez, vindo em direção aos policiais com as mãos sobre a cabeça, para ser realizada a busca pessoal e entrevista em local de triagem predeterminado; 11.3 Ordenar que o CEC deixe sua arma no solo lentamente, preferencialmente às vistas da polícia, e que saia (um por vez, se for o caso), lentamente, sem movimentos bruscos até um ponto determinado onde se deitará ao solo com as mãos na cabeça. 12 TIME TÁTICO 1 12.1 Iniciar varredura do Ponto Crítico; 12.2 Utilizar técnicas especiais de entradas e neutralização do CEC, caso haja necessidade; 12.3 Conduzir pessoas eventualmente encontradas durante a varredura até local de triagem; 12.4 Apreender todos os objetos relacionados à ocorrência e apresentá-los ao Comandante do Teatro de Operações para posterior apresentação à autoridade competente. 13 TIME DE APOIO (TIME TÁTICO 2) 13.1 Agir conforme sequência de ações narradas pela Equipe de Negociação ao CEC; 13.2 Levar concessões negociadas com CEC; 13.3 Levantar informações e repassar à Equipe de Negociação no momento em que estiver próximo do Ponto Crítico; 13.4 Fazer a algemação do CEC, iniciando a busca pessoal e simultaneamente apreendendo armas e objetos encontrados com o mesmo no momento da rendição; 13.5 Conduzir o CEC até local predefinido pelo Comandante do Teatro de Operações ainda no Perímetro Imediato; 13.6 Auxiliar na condução do CEC até a Delegacia de Polícia ou órgão competente, conforme deliberação do Gerente do Evento Crítico. ESCLARECIMENTOS 36 1 PROCEDIMENTO DE RENDIÇÃO: Sequência de ações executadas durante a liberação de refém/ vítima e rendição do CEC; 2 TIME DE APOIO: Também chamado de TIME TÁTICO 2, caso seja uma fração do Time Tático do BOPE. É composto por no mínimo 3 operadores e tem a função de cumprir ações em apoio ao TIME TÁTICO 1. Em casos excepcionais de ausência de operadores do BOPE, o TIME DE APOIO poderá ser composto pela ROTAM; 3 Os procedimentos descritos no POP servirão de base para atuação dos policiais militares, ressalvados os casos excepcionais, que serão analisados conforme o caso concreto, sendo adaptado de acordo com as circunstâncias que o caso exigir. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 005.004 NOME DO PROCESSO GERENCIAMENTO DE CRISE ETAPA PROCEDIMENTO AÇÕES DO PRIMEIRO INTERVENTOR EM LOCAL DE EVENTO CRÍTICO POP 005.001 ATUAÇÃO DOS ENVOLVIDOS NO TEATRO DE OPERAÇÕES POP 005.002 ATO DE RENDIÇÃO DO CEC POP 005.003 OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO PESSOAS ARMADAS COM O OBJETIVO DE COMETER SUICÍDIO POP 005.004 ESTABELECIDO EM REVISADO EM 27/11/2020 37 PROCEDIMENTO OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO PESSOAS ARMADAS COM O OBJETIVO DE COMETER SUICÍDIO RESPONSÁVEL GERENTE DO EVENTO CRÍTICO MATERIAL NECESSÁRIO 1 Uniforme de serviço; 2 Colete balístico; 3 Pistola .40 com carregador municiado, alimentada e carregada; 4 Carregadores sobressalentes municiados; 5 Cinto de guarnição e seus acessórios; 6 Algemas com chave; 7 Viatura; 8 Rádio portátil de comunicação; 9 Prancheta com bloco para anotações e caneta; 10 Fita zebrada; 11 Cones de sinalização. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 1 Constituição Federal/1988 – Art.1º, inciso III; art. 5º, incisos III, XXXIX, XLIX, LXI, LXIII, LXIV e art. 144, §5º; 2 Lei Complementar nº 053/2006 (Lei de Organização Básica da PMPA) – Art. 4º, XX; 3 Decreto Estadual nº 647/2013 (Homologa a Resolução nº 204/2012 - Regulamenta o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública do Estado do Pará) – Itens I, II, III, IV e V; 4 Diretriz Geral para Emprego Operacional da PMPA nº 001/2014 DGOp/PMPA – Item 5.3. ATIVIDADE CRÍTICA 38 1 Desmobilização do Teatro de Operações. SEQUÊNCIA DAS AÇÕES 1 PRIMEIRO INTERVENTOR 1.1 Atender a ocorrência conforme o POP nº 005.001 - AÇÕES DO PRIMEIRO INTERVENTOR EM LOCAL DE EVENTO CRÍTICO; 1.2 Permanecer junto à equipe de negociação somente o Policial que estabeleceu contato verbal com CEC; 1.3 Obedecer às orientações técnicas da Equipe de Negociação, inclusive, a de se retirar caso necessário; 1.4 Entregar o CEC ao Corpo de Bombeiros ou ao SAMU após o término da crise, a fim de garantir atendimento médico especializado; 1.5 Preencher o BAPM; 1.6 Registar a ocorrência junto ao Órgão competente como relator, caso o CEC tenha cometido algum ilícito penal. 2 CONTROLADOR 2.1 Manter contato com o primeiro interventor para confirmar a tipologia da crise; 2.2 Potencializar as medidas de proteção e segurança inicialmente realizadas pelo primeiro interventor; 2.3 Estabelecer isolamento proporcional ao nível de perigo, utilizando as demais guarnições que chegarem ao local da crise para delimitar os perímetros mediato e imediato do evento crítico; 2.4 Realizar contato com CIOp e reforçar o acionamento de órgãos e autoridades: Gerente, BOPE, ROTAM, SAMU, unidade de resgate do CBM, órgãos de trânsito; 2.5 Coletar (com familiares, amigos ou vizinhos presentes no local) o maior número informações sobre o CEC; 2.6 Repassar todas as informações coletadas à Tropa especializada e ao gerente da crise; 2.7 Auxiliar o gerente da crise na organização do Teatro de Operações; 2.8 Manter o isolamento durante toda ocorrência e desmobilizá-lo somente após a determinação do Gerente do Evento Crítico.39 3 POLICIAMENTO DE 2º ESFORÇO DE RECOBRIMENTO 3.1 Estabelecer fisicamente o isolamento do Perímetro Imediato; 3.2 Impossibilitar o acesso de pessoas ao Perímetro Imediato sem autorização do Gerente, inclusive policiais; 3.3 Desmobilizar o isolamento do Perímetro Imediato somente após determinação do Gerente do Evento Crítico. 4 EQUIPE DE NEGOCIAÇÃO 4.1 Aproximar-se do Primeiro Interventor, garantindo sua proteção balística e assessoramento técnico; 4.2 Aplicar técnicas de negociação para persuadir o CEC a não cometer o suicídio; 4.3 Empregar técnicas de negociação para facilitar a utilização de outra alternativa tática, caso necessário; 4.4 Manter comunicação com o Comandante do Teatro de Operações e as outras Equipes Táticas. 5 TIME TÁTICO 5.1 Executar ações descritas no POP nº 030.002 - ATUAÇÃO DO TIME TÁTICO NO TEATRO DE OPERAÇÕES; 6 ATIRADOR POLICIAL DE PRECISÃO 6.1 Proceder ações descritas no POP 030.004 - EMPREGO DO ATIRADOR POLICIAL DE PRECISÃO COMO ALTERNATIVA TÁTICA. 7 GERENTE DO EVENTO CRÍTICO 7.1 Chefiar o Posto de comando; 7.2 Definir o local do posto de comando, da sala de triagem e o local para a imprensa; 7.3 Organizar o Teatro de Operações, reajustando os perímetros de isolamento, caso seja necessário; 7.4 Gerir os recursos humanos e materiais no local do Evento Crítico; 7.5 Informar superiores hierárquicos e autoridades pertinentes a respeito da ocorrência visando a gestão política do Evento Crítico; 7.6 Reforçar a atribuição de cada envolvido na ocorrência; 7.7 Decidir pela ação das Equipes Táticas, conforme assessoramento do 40 Comandante do Teatro de Operações; 7.8 Controlar as informações, imagens e vídeos a serem repassados à imprensa. 8 COMANDANTE DO TEATRO DE OPERAÇÕES 8.1 Auxiliar na montagem do posto de comando e definição dos perímetros de isolamento; 8.2 Aconselhar tecnicamente o Gerente do Evento Crítico e líderes de equipes táticas; 8.3 Analisar tecnicamente a respeito da utilização das alternativas táticas; 8.4 Coordenar as providências que devem ser tomadas após o término da ocorrência; 8.5 Auxiliar no controle das informações, imagens e vídeos a serem repassados à imprensa. ESCLARECIMENTOS 1 Quando constatadas ocorrências cujo CEC não esteja armado e apresente objetivo de cometer o suicídio, deverá ser acionado o Corpo de Bombeiros Militar, podendo os policiais militares prestarem apoio durante o atendimento da ocorrência; 2 Caso o CEC esteja armado em locais de meio líquido ou inflamável, ou que envolva altura, solicitar apoio do Corpo de Bombeiros Militar, para atuar em conjunto; 3 Caso o CEC armado seja policial militar, o oficial psicólogo de plantão da PMPA deverá ser acionado para auxiliar a equipe de negociação; 4 GERENTE DO EVENTO CRÍTICO: é o mais antigo presente no local. É assessorado diretamente pelo Comandante do Teatro de Operações. Responsável pelas tomadas de decisões, supervisiona todas as ações e ordena a utilização das alternativas táticas. Realiza a gestão política do Evento Crítico; 5 COMANDANTE DO TEATRO DE OPERAÇÕES: autoridade técnica, Oficial da Unidade de Operações Especiais – BOPE que coordena e controla as Forças de Operações Policiais Especiais no Teatro de Operações (equipes táticas) ou Comandante UPO, caso não haja unidade especializada na área de operações; 6 CONTROLADOR: policial militar com poder de coordenação e controle dos 41 recursos logísticos e humanos locais. Ele é o responsável por redefinir o isolamento e implementar medidas de proteção e segurança. Normalmente é o segundo mais antigo pertencente ao Policiamento da Área após o Gerente (considerando que este também pertence ao Policiamento da Área); 7 PRIMEIRO INTERVENTOR: é a primeira Guarnição Policial Militar que chega em uma ocorrência típica de um Evento Crítico e toma as medidas iniciais necessárias: conter, informar e acionar apoio, isolar, verbalizar, estabilizar, não fazer concessões; 8 EVENTO CRÍTICO: é um fato humano excepcional, de natureza criminal ou não, relacionado à segurança pública e que venha a ameaçar vidas de pessoas envolvidas direta ou indiretamente, cujo atendimento técnico seja de competência do Sistema de Segurança Pública; 9 CENTRO INTEGRADO DE OPERAÇÕES - CIOp: é o órgão responsável por mediar a comunicação entre o cidadão e os órgãos de segurança pública do Pará (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Detran, Susipe e Centro de Perícias Científicas Renato Chaves), possibilitando o registro de ocorrências de urgência e emergência na área de segurança pública, permitindo o despacho oportuno de guarnições com o objetivo de promover um atendimento estratégico na Região Metropolitana de Belém; 10 NÚCLEO INTEGRADO DE OPERAÇÕES - NIOp: é o órgão responsável por mediar a comunicação entre o cidadão e os órgãos de segurança pública do Pará (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Detran, Susipe e Centro de Perícias Científicas Renato Chaves), possibilitando o registro de ocorrências de urgência e emergência na área de segurança pública, permitindo o despacho oportuno de guarnições com o objetivo de promover um atendimento estratégico em determinados municípios. Os núcleos realizam o atendimento via contato 190; 11 UNIDADE OPERACIONAL DE POLÍCIA OSTENSIVA - UPO: são os órgãos de execução da Polícia Militar do Pará responsáveis pela polícia ostensiva, executando, por meio de diretrizes e ordens, a atividade-fim da corporação para cumprimento de suas missões e destinação; 12 TEATRO DE OPERAÇÕES - TO: é o cenário da crise, local da ocorrência, visão ampla do espaço físico; 42 13 PONTO CRÍTICO: local específico onde está localizado o CEC; 14 CAUSADOR DO EVENTO CRÍTICO – CEC: pessoa que coloca em risco ou ameaça a vida de pessoa (s) dentro de um evento crítico. Nesta situação, a pessoa que se coloca como pretenso suicida também se enquadra como de CEC; 15 EQUIPE DE NEGOCIAÇÃO: primeira alternativa tática a ser utilizada em um gerenciamento de crises; 16 ATIRADOR POLICIAL DE PRECISÃO – APP: terceira alternativa tática a ser utilizada em um gerenciamento de crises; 17 TIME TÁTICO – TT: quarta alternativa tática a ser utilizada em um gerenciamento de crises; 18 ISOLAMENTO DO PONTO CRÍTICO: ponto crítico é o ponto central (epicentro) do evento crítico, onde se encontram o CEC, os reféns e/ou vítimas. O perímetro divide-se em interno e externo. O perímetro interno deve ser isolado e subdivide-se em: 18.1 PERÍMETRO IMEDIATO: zona estéril, local onde fica o ponto crítico do Evento Crítico. É uma zona de controle absoluto onde só pede permanecer o CEC, os policiais designados (equipe de negociação e Time Tático), os reféns e/ou vítimas, sendo seu tamanho proporcional à ameaça (arma ou instrumento) de posse do CEC; 18.2 PERÍMETRO MEDIATO: zona tampão entre o perímetro imediato e o externo/ curiosos, tendo como finalidade limitar o acesso de pessoas não autorizadas. Nessa zona deve ter acesso à equipe de Gerenciamento de Evento Crítico, os grupos de apoio e suporte (médicos, psicólogos, engenheiros, técnicos, policiais especializados, policiais explosivistas, serviço de inteligência, etc.), enfim todas as pessoas envolvidas tecnicamente na resolução do evento crítico. 19 POSTO DE COMANDO: local que centraliza a autoridade e o controle no Gerenciamento de Crises, servindo também como ponto de tomada de decisão. Pode ser um local improvisado ou previamente destinado para tal, como um veículo com essa função. Normalmente é estabelecido dentro do Perímetro Mediato, podendo também ficar no Perímetro Externo caso haja logística favorável; 43 20 SALA DE TRIAGEM: local destinado à busca pessoal e entrevista de reféns e vítimas liberados do Ponto Crítico, além das pessoas fontes de informação que serão usadas como ferramenta pela Equipe de