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RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL

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RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL
1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
A reclamação constitucional é uma ação autônoma que tem por objetivo preservar a competência e garantir a autoridade das decisões dos tribunais. A constituição federal prevê a reclamação apenas no âmbito da competência originária do STF e do STJ.
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
 I- processar e julgar, originariamente:
 l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões”;
“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
 I- processar e julgar, originariamente:
 f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões”.
Segundo Fredie Didier, a reclamação constitucional tem natureza de ação constitucional por que:
- Depende de provocação de uma das partes ou do Ministério Público;
- Exige capacidade postulatória;
- A sua decisão produz coisa julgada;
- Provoca o exercício da jurisdição contenciosa.
Logo, a reclamação constitucional não pode ser entendida como recurso, pois não segue o princípio da taxatividade, o qual exige a previsão legal daquilo que se considera recurso. O STF determinou na ADI 2212/CE que a reclamação constitucional é um mero direito de petição, estendendo a possibilidade de sua propositura perante os Tribunais de Justiça. 
2. HIPÓTESES DE CABIMENTO
2.1 RECLAMAÇÃO PARA A PRESERVAÇÃO DA COMPETÊNCIA
Quando um ato usurpa a competência do tribunal como, por exemplo, impetrar Mandado de Segurança contra ato do Presidente da República em primeiro grau, ao invés de impetrar no STF; ou, ainda, quando ocorre excessiva demora do tribunal de origem para apreciar recurso extraordinário ou especial e remetê-lo ao tribunal superior. 
2.2 RECLAMAÇÃO PARA GARANTIR A AUTORIDADE DA DECISÃO DO TRIBUNAL
Cabe a reclamação contra ato que desobedeça a uma decisão do tribunal, porém esse ato deve provir de outro órgão jurisdicional ou administrativo. Para essa hipótese Fredie Didier traz como exemplo a propositura de reclamação constitucional contra ato que determina execução de um julgado de maneira diversa daquela determinada pelo STF. Assim descreve:
“Proferida, num processo subjetivo, a decisão em recurso especial ou em recurso extraordinário, caberá reclamação, respectivamente, pra o STJ ou para o STF, se o juiz ou qualquer outra autoridade jurisdicional descumpri-la”. 
Ressalte-se que, quando a decisão é proferida por uma das ações de controle de constitucionalidade e não for cumprida, seja o órgão desobediente jurisdicional ou administrativo, caberá reclamação. 
2.3 RECLAMAÇÃO E A LEI 11.417/2006
A lei 11.417/2006 trata da edição, revisão e do cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal  e, em seu artigo 7º, fala da hipótese de cabimento de reclamação constitucional quando um ato administrativo ou uma decisão judicial desobecer a uma Súmula.
“ Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas.
§ 2o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.”
O parágrafo primeiro, fala de omissão ou ato somente da administração pública, e determina que a reclamação constitucional só deve ser utilizada após exauridos os meios por via administrativa. Sobre isso, posiciona-se Fredie Didier da seguinte forma:
“ Não se justifica constitucionalmente, à luz do direito fundamental à inafastabilidade (art. 5º,XXXV, da CF/88), qualquer regra legal que condicione o exercício do direito de agir a um prévio esgotamento de instâncias extrajudiciais, a pretexto de demonstração do interesse de agir, sem exame das peculiaridades do caso concreto”. 
E complementa que, essa limitação, chamada de “jurisdição condicionada ou instância administrativa de curso forçado” não é prevista na nossa atual constituição. 
O que, na opinião do referido autor, deveria ocorrer é uma análise ao caso concreto, pois poderá haver situações em que a demora de julgamento na esfera administrativa seja altamente prejudicial ao requerente. 
3. PROCEDIMENTO
3.1 FASE POSTULATÓRIA
Todo procedimento da reclamação está previsto na lei nº 8038/90 capítulo II.
Para propor a reclamação, é necessário a provocação da parte ou do Ministério Público que irá direcioná-la ao Presidente do Tribunal, instruída com prova documental, já que não existe fase instrutória na sede reclamacional.
“Art. 13, Parágrafo único, Lei nº 8038/90. A reclamação, dirigida ao Presidente do Tribunal, instruída com prova documental, será autuada e distribuída ao relator da causa, sempre que possível.”
Sendo assim, a produção de provas durante o procedimento não será admitida, salvo nos casos em que a documentação necessária esteja em repartição ou estabelecimento público, ou ainda com autoridade que se recuse a fornecer por certidão o documento.
3.2 FASE ORDINATÓRIA
“Art. 14, Lei nº 8038/90. Ao despachar a reclamação, o relator:
I – requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;
II – Ordenará, se necessário, para evitar dano irreparável, a suspensão do processo ou do ato impugnado.”
Além disso, de acordo com o art. 15 da mesma lei, qualquer interessado pode impugnar o pedido do reclamante, sendo permitida a intervenção da parte contrária ao reclamante, contanto que não se beneficie do ato impugnado e esteja na qualidade de assistente litisconsorcial. Lembrando que essa intervenção pode ocorrer em qualquer fase do curso da reclamação.
3.3 FASE PRÉ-FINAL
“Art. 16, Lei nº 8038/90. O Ministério Público, nas reclamações que não houver formulado, terá vista do processo, por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações.”
O órgão ministerial deve intervir obrigatoriamente pois, a inobservância gera nulidade dos atos praticados que não foram intimados pelo Ministério Público, como prescreve o art. 246 do CPC.
3.4 FASE DECISÓRIA
Se o pedido feito na reclamação for procedente, o Tribunal deverá tomar as providencias necessárias para dar eficácia a sua decisão ou a súmula vinculante e para garantir também sua competência.
“Art. 17, Lei nº 8038/90. Julgando procedente a reclamação, o Tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada a preservação de sua competência.”
A decisão proferida deverá ser cumprida de imediato com a determinação do Presidente do Tribunal, podendo ser realizada posteriormente a lavratura do acórdão. 
RECURSO INOMINADO
1. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
É o recurso cabível contra as sentenças proferidas nos Juizados Especiais (Lei 9.099/95 e Lei 10.259/01 – Juizado Especial Federal) – art. 41 da Lei 9.099/95, e possui caracteristicas semelhantes ao recurso de apelação. 
“Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
        § 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
        § 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.”
Equipara-se ao Recurso de Apelação, tratado nos artigos 513 a 521 do CPC. Deve ser interposto por petição escrita, com os seguintes requisitos formais: fundamentos de fato e de direito e pedido de nova decisão.
Tem prazo para interposição de 10 dias contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente (art. 42) e prazo para resposta – contra-razões de 10 dias (art. 42, §2º). O seu preparo será feito, independentementede intimação, nas 48 horas seguintes à interposição, sob pena de deserção, contando-se o prazo hora a hora (art. 42, §1º). 
O recurso é julgado pelas turmas recursais, que são compostas de juízes togados em exercício no primeiro grau de jurisdição. Na sessão de julgamento do recurso inominado admite-se sustentação oral, contanto que realizada por advogado regularmente constituído. 
2. EFEITOS
O efeito desse recurso é apenas devolutivo, podendo o juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte (art. 43). O recurso deve ser feito por advogado, mesmo que o valor da causa seja abaixo de 20 salários mínimos; se o recorrente perder o recurso, arcará com a custa e honorários de sucumbência, que serão fixados entre 10% e 20% do valor da condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
BIBLIOGRAFIA
Breves notas sobre a reclamação constitucional. Disponível em: <http://franciscofalconi.wordpress.com/2010/02/09/breves-notas-sobre-a-reclamacao-constitucional/>. Acesso em 22/05/2013.
Reclamação Constitucional: breves linhas. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,reclamacao-constitucional-breves-linhas,42160.html>. 
DIDIER JR. Fredie; CARNEIRO DA CUNHA, Leonardo José. Curso de Direito Processual Civil. 5ª edição. Podivm: Salvador, 2008. 
Reclamação Constitucional : aspectos teóricos e práticos. Disponível em: <http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/14283/14283.PDF>.
Lei 11.417/2006. Disponível em: <http://www.leidireto.com.br/lei-11417.html>.
A súmula vincunlante antes e após a lei n 11.417 de 19.02.2006: análise do efeito das súmulas 282 e 356 no âmbito do recurso extraordinário. Disponívem em: <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=5077>.
DONIZETTI, Elpídio. CURSO DIDATICO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Editora: Lumen Juris. 9ª edição. Rio de Janeiro, 2008.

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