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Alexandre Garrido _ Infecção Urinária / 7º Período - Turma 105 B ________________________________________________________________________________________________ Nefrologi�: Infecçã� Urinári� ➤ Infecção do trato urinário → Cis�te (baixa) ou pielonefrite (alta), que podem ser classificadas como: ➥ ITU não complicada ⇒ mulheres não grávidas, fase pré-menopausa, sem anormalidades urológicas subjacentes, imunossupressão ou outro fator que favorece a perpetuação da infecção e/ou contribuísse à gravidade da infecção ➥ ITU complicada ⇒ todos os outros pacientes que não se enquadram acima (homens, DM…) ■ Tratamento se alinha de acordo com a extensão e a severidade da doença ➤ Nova classificação proposta se alinha com extensão, severidade e risco do paciente ______ 1. Cis�te Aguda confinada à bexiga : não complicada, infecção confinada à bexiga e sem repercussão sistêmica ★ Pode usar atb que atue somente na bexiga 2. ITU complicada (pielonefrite aguda ou ITU com repercussão sistêmica) : toda infecção urinária aguda com sintoma sistêmico ou sinal de que a infecção está além da bexiga ⥱ Febre (> 37.7°C) ⥱ Sinais e sintomas de doença sistêmica, incluindo calafrios, fadiga intensa ou mal estar, além do habitual ⥱ Dor no flanco ou sensibilidade no ângulo costovertebral ⥱ Idosos podem apresentar apenas letargia, alteração do nível de consciência ⥱ Homens: Considerar dor pélvica ou perineal ( prosta�te ) ★ Requer ATB que haja a nível além da bexiga ⥹ Abordagem contempla ______ ○ Eficácia da terapêu�ca com maior importância na ITU complicada ○ Alguns an�bió�cos não a�ngem concentração tecidual renal adequada e só servirão para cis�te ○ Risco de infecção por germes resistentes (cis�te e ITU complicada) ⦽ Quando suspeitar de germe diferente do habitual (resistentes)? ______ ➢ Paciente internado nos úl�mos 3 meses ➢ Urinocultura/Hemocultura mostrou germe resistente isolado nos úl�mos 3 meses ■ Bactéria com resistência a 3 classes → fluoroquinolonas, aminoglicosídeos e cefalosporinas ➢ Uso de ATB de amplo espectro nos úl�mos 3 meses ■ Fluorquinolonas, cefalosporinas de 3ª ou mais geração, bactrim ➢ Pessoas que viajaram para países com bactérias mul�rresistentes (Israel, Índia, México, Espanha) ⥹ Pacientes com Comorbidade merecem maior atenção, mas não muda esquema inicial ______ ○ Não muda o esquema ATB inicial, mas estes precisarão ser acompanhados em intervalos mais curtos e valorização de queixas su�s que possam sugerir comprome�mento de ITU alta ou sistêmica ★ Homens: também são considerados como portadores de infecção complicada, sendo necessário avaliar a próstata ★ Fatores de imunossupressão (medicação, DM, procedimento urológico) ⧭ 90% das bactérias são E. coli — além de proteus, klebsiella, enterobacter (outros germes provável apenas em pacientes expostos ou internação recentes) ⤨ Começa pela colonização do introito vaginal ou meato uretral por uropatógenos da flora fecal, ascendendo via uretra para bexiga; Alexandre Garrido _ Infecção Urinária / 7º Período - Turma 105 B ________________________________________________________________________________________________ ⤨ Pielonefrite se desenvolve quando o uropatógeno ascende aos rins, por via ureteral. Também pode ser por via hematogênica (s. aureus) ou por via linfá�ca ⤨ Mulheres jovens com vida sexual a�va: staphylus sapro��cos ■ Mulheres com maior risco, devendo ser recomendada quanto à medidas gerais ⤨ Pielonefrite: mesmos germes, mas adição de germes mais patogênicos como pseudomonas e s. aureus sensíveis e resistentes ⧭ Epidemiologia : 50% das mulheres com 1 infecção na vida – anualmente 10% das mulheres ⤨ Após primeira infecção, 24% com reinfecção em 6 meses ⤨ Homens possuem fatores protetores contra ITU (uretra, líquido prostá�co, ambiente seco) ⧭ Fatores de Risco ______ ★ Extremos de idade favorecem ITU em homens ( 50-60 anos ) por malformações e problemas na próstata ⤨ A�vidade sexual recente (60x até 48h) e frequente, novo parceiro sexual ■ Orientação: ir no banheiro e urinar pós relação sexual; não penetrar na vagina após penetração anal; ⤨ História materna de infecção urinária ⤨ Uso de Espermicida (tóxico à microflora vaginal) ⤨ DM: Sem evidência que > ITU sintomá�ca, mas aumenta a bacteriúria assintomá�ca e maior suscep�bilidade a complicações da ITU ⤨ Anormalidades funcionais ou estruturais do trato urinário ■ Bexiga neurogênica ⤨ Homens: penetração anal e não circuncisão ___________ _______ ____ — Cistite Aguda — _______________]_______ 1. Paciente Alice, 24 anos, disúria, polaciúria, dor supra-púbica há 24h. 1ª vez que apresenta os sintomas; a. Que informações adicionais são importantes na anamnese? Diagnós�co diferencial, germes diferentes (uso de ATB, viagem, internação, isolamento de germes mul�rresistente em urina ou sangue); b. Que dados no exame �sico deverão ser inves�gados? Febre, dor suprapúbica, excluir rep. sistêmica c. Que exames laboratoriais? Não precisa. EAS só na dúvida do diagnós�co, sintomas vaginais (corrimento, cheiro, prurido) hematúria macroscópica, incon�nência… d. Exame clínico? O diagnós�co é clínico!! ➤ Cis�te Aguda ______ ➔ 90% de acerto diagnós�co com apenas disúria + polaciúria sem sintoma vaginal associado → comum dar diagnós�co de cis�te ➔ Urgência, dor suprapúbica ➔ Descartar sintomas vaginais, repercussões sistêmicas, alergia a medicamentos, uso de ATB nos úl�mos 03 meses ➔ Nos homens: descartar prosta�te — mais relacionado a sintomas recorrentes de cis�te e acompanhado de dor pélvica ou perineal ➔ Sinais vitais avaliam gravidade ➔ Recorrente ( ≥ 6 meses ou ≥ 3 em 1 ano) ➽ EAS Cis�te : Presença de piócitos/piúria é fundamental, podendo haver nitrito posi�vo, esterase leucocitária. ➢ Pode haver hematúria (não é sinal de gravidade), proteína transitória ➢ Nem sempre precisa ser pedido, pois o diagnós�co pode ser clínico Alexandre Garrido _ Infecção Urinária / 7º Período - Turma 105 B ________________________________________________________________________________________________ ➤ Anamnese + Exame �sico ______ ➢ Inves�gar prurido e secreção vaginal ➢ Febre, calafrios ➢ Chance de g mul� r? ➢ Comorbidades? ➢ Exame �sico: sinais vitais normais, sem sinal de giordano ➤ Exames : Pouco necessários na cis�te ➢ UROCULTURA ⇒ Suspeita de G mul� R ou comorbidade com possível evolução desfavorável ou ausência de piúria no EAS/dúvida diagnós�ca ➢ EAS ⇒ Pedir em sintomas a�picos de cis�te (hematúria macro, piora da urgência miccional, surgimento de incon�nência urinária) → se ausência de piúria pensar em outros diagnós�cos + realização de urocultura com contagem de colônias e an�biograma ★ Quando fazer urocultura e TSA (an�biograma) antes do tratamento? ______ ■ Suspeita de germe mul�rresistente ■ Risco de evolução desfavorável ↳ (DM, imunossuprimido, anormalidade urológica) ■ Gestação ■ Infecção de repe�ção ⇉ Alta resistência ao BACTRIM (smx+tmp) → prof só usa quando guiado por cultura, muito pouco indicado ★ Descartado quando há risco de G mul� R: colher urocultura ⇉ Nitrofurantoína → Requer TFG > 30 mL/min, não usar na 38ª semana gest. ⇉ Fosfomicina → Não usa para infecção de repe�ção ○ Dose única na mulher, que dá mais chance de repe�ção ✖ Quinolona → Apenas em úl�mo caso para cis�te aguda, pois há muita resistência pelo uso indiscriminado ★ 1ª Linha:Fosfomicina / Nitrofurantoína (SMX-TMP com maior resistência) ⟾ Mulheres: Fosfomicina 3g em DU / Homens: DU ou esquema alterna�vo 3g cada 2-3d, com 3 doses ⟾ Nitrofurantoína 100 mg 6/6h – mulheres: 5 dias / homens: 7 dias ★ Tratamento sintomá�co: Associação com Fenazopiridina para pacientes muito sintomá�cas ➢ An�ssép�co urinário que não trata a infecção / Não usar isoladamente ⇒ pode mascarar a infecção Alexandre Garrido _ Infecção Urinária / 7º Período - Turma 105 B ________________________________________________________________________________________________ ★ Seguimento não é necessário em pacientes com resolução dos sintomas com o ATB ➢ Realizar seguimento clínico quando não houver melhora completa em 48-72h, ou se houver recorrência do quadro em poucas semanas ⇒ sempre buscar fatores que estejam afetando a terapêu�ca; ➢ Fazer urocultura, reiniciar ATB empírico e, se necessário, readequar esquema ATB conforme cultura ➢ Se mesmo após adequação do ATB os sintomas persis�rem ou se recorrerem, considerar realização de exame de imagem (USG/TC) e avaliação urológica 1. Analívia, 55 anos, casada, disúria, dor suprapúbica há 3 dias. Já usou bactrim há 03 meses, por 7 dias. É portadora de DM2 descontrolada; a. Informações adicionais? Se tem repercussão sistêmica (febre, dor lombar), risco de G mul� R (nos úl�mos 3 meses: internação, uso de atb amplo aspectro, viagem, isolamento de germe mul� resistente em cultura), comorbidades; b. Exame �sico? Sintomas vaginais (prurido, corrimento), sinais vitais; c. Exames laboratoriais? Necessários ★ Entra como cis�te aguda, pois não há repercussão sistêmica da infecção ★ Nega alergias; Chance de G Mul� R; Há comorbidades; ITU repe�ção (2 em 6 meses) → fazer urocultura + tsa pré-tratamento + crea�nina sérica (DM descontrolada, podendo não usar a Nitrofurantoína) + USG renal por ITU de repe�ção, podendo ter fator anatômico relacionado 1. Não esperar urocultura para iniciar ATB 2. 1ª opção com a nitrofurantoína / 2ª fosfomicina — bactrim não entra por G mul� R ★ Exame �sico normal, sem repercussão sistêmica → trata como cis�te aguda com critérios de gravidade Alexandre Garrido _ Infecção Urinária / 7º Período - Turma 105 B ________________________________________________________________________________________________ ___________ ____ — Infecção Urinária Complicada — _________________ ⦽ Infecção Urinária Complicada: risco de morte ★ Nem sempre tem febre ou sinais de infecções urinária baixa ⥧ ITU aguda acompanhada por sinais ou sintomas que s ugerem extensão da infecção além da bexiga: ■ Febre (>37,7°C) ■ Outros sinais ou sintomas de doença sistêmica, incluindo calafrios, fadiga intensa ou mal estar além do habitual. ■ Dor no flanco ou sensibilidade do ângulo costovertebral (sinal de giordano posi�vo) ■ Homens: Dor pélvica ou perineal (prosta�te) ⥧ Pielonefrite: dor lombar, febre, calafrios → sempre é complicada ⥧ Ex. �sico: giordano frequente, febre, dor abdominal, exame pélvico, toque retal ➽ Disreflexia autonômica: bexiga neurogênica e TRM ↳ Relato do paciente ví�ma trauma raqui-medular acima da sexta vértebra torácica com rosto/pescoço vermelho, hipertenso, sudorese profunda e taquicardia associada ➽ Prosta�te : cis�te de repe�ção com dor perineal, dor pélvica ↳ Geralmente trata com quinolona (tempo mais prolongado) ↳ Toque retal: próstata edemaciada, sensível ⦽ ABORDAGEM: Sempre pedir urinálise e urocultura com TSA ⥱ EAS: Apenas em dúvida do diagnós�co (ausência de piúria sugere outro diagnós�co que não seja ITU) ⥱ Imagem: Apenas em casos específicos, não é ro�na ⦽ Critérios de Internação ______ a. Sepse : alta chance com ITU alta b. Febre persistentemente alta (> 38,4°c) c. Dor persistente d. Claramente debilitado e. Incapaz de tomar medicação/hidratação por via oral (vomitando) f. Suspeita de obstrução de via urinária → pedir imagem e desobstruir via urinária g. Dúvida quanto a aderência do paciente ao tratamento → paciente que provavelmente não vai seguir o tratamento em casa Alexandre Garrido _ Infecção Urinária / 7º Período - Turma 105 B ________________________________________________________________________________________________ 1. Laura, 35 anos, advogada, procura PSF com, desde ontem, fraqueza além do habitual, dor no flanco e região lombar à esquerda, febre associada a calafrios. Disúria há alguns dias que passou, ape�te reduzido. Não esteve internada, não usou ATB recentemente. Não usa medicamentos regularmente. Nega alergias. a. Bom estado geral, lúcida e orientada, coopera�va b. Sinais vitais preservados. PCP = 2 segundos c. Leucograma: 9000 leucócitos/mm³ sem DE – PCR = 2,0 (até 5) I. Sem critérios de internação —> tratar ambulatorialmente II. Repercussão sistêmica da infecção → complicada III. Sem indícios de G mul� R ou sepse ★ Pode tratar com ATB venoso no atendimento e complementar com oral em casa, ou só tratar VO ★ Fazer urocultura + TSA e gram e começar esquema ATB 1. Quinolona: Ciprofloxacino 7-10 dias ou Levofloxacino por 5 dias 2. Ce�riaxona ou Ertapenem ou Gentamicina IM/IV seguido por Cipro/Levo por 5-7 dias ★ E. coli resistente quinol >10% → di�cil ter essa informação na realidade, geralmente é uma informação dada pelo infectologista do hospital; ★ Contra-Indicação Quinolonas ( alergia, intolerância, interação medicamentosa, cardiopata, arritmias - alargam QT) Alexandre Garrido _ Infecção Urinária / 7º Período - Turma 105 B ________________________________________________________________________________________________ 1. Caso 4) Joana, 28 anos.. etc etc. → Choque sép�co, internar. Histórico de nefroli�ase de repe�ção → li�ase ureteral pode estar obstruindo I. 1ª sepse: reposição volêmica com RL 30ml/kg primeiras 3h ou SF em acesso periférico calibroso II. Coletar 2 sets de cultura (colher urina para cultura e fazer hemocultura), TSA, GRAM e fazer ATB de amplo espectro I. Meropenem + Vancomicina (sepse grave – cobrir ESBL e MARSA) III. Suspeita de obstrução → UROTC sem contraste ou TC abdome pélvico I. Contraste u�lizado mais para inves�gar complicações II. Parecer da urologia ⟾ QUICK SOFA → Não é bom, mas é mais fácil – > ou igual a 2 tem risco maior de disfunção orgânica ○ Glasgow 22 ○ PASmeses de pós-transplante renal ★ Opções terapêu�cas: i. Nitrofurantoína (100mg 12/12h por 5 a 7 dias, evitar no 1oT e não u�lizar no termo); ii. Fosfomicina (3g em DU) iii. Betalactâmicos (amoxicilina com ou sem clavulanato 500mg 8/8h ou 875mg 12/12h por 5 a 7 dias) iv. Cefalexina 500mg 6/6h 5 a 7 dias) v. SMZ + TMP 800mg + 160mg 12/12h por 3 dias (não u�lizar no 1oT e no termo).