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PATOLOGIA BUCAL NP2 Lesões associadas ao HPV - Vírus de DNA de fita dupla que infecta o epitélio pavimentoso. - Mais de 130 tipos de HPV identificados. Transmissão - Sexual e não sexual. - Contato pessoal, saliva, objetos contaminados, autoinoculação, aleitamento materno, transmissão perinatal ou pré-natal. Prevalência - 5% a 12% dos indivíduos saudáveis têm infecção oral por HPV. - 7% nos EUA (estudo NHANES 2009-2010). Fatores de risco - Gênero masculino. - Número de parceiros sexuais. - Fumo do tabaco. - Infecção pelo HIV. Lesões associadas ao HPV - Verrugas benignas. - Lesões potencialmente malignas. - Carcinomas. Tipos de HPV - Baixo risco (ex: tipos 6, 11). - Alto risco (ex: tipos 16, 18). Vacinas - Quadrivalente (Gardasil). - Bivalente (Cervarix). - Recomendadas para mulheres e homens entre 11 e 12 anos. Prevenção - Vacinação. - Práticas sexuais seguras. - Evitar fumar PAPILOMA - Proliferação benigna do epitélio pavimentoso estratificado induzido pelo HPV. Características Clínicas - Lesão papilar ou verruciforme. - Sítios de predileção: palato, língua e lábios. - Nódulo exofítico, assintomático, pediculado. - Projeções na superfície semelhantes a dedos. Epidemiologia - Ocorre em 1 a cada 250 adultos. - Representa 3% de todas as lesões orais submetidas a biópsia. - Mais comum em pessoas de 30 a 50 anos. Tipos de HPV - Os tipos 6 e 11 são mais comumente identificados. Tratamento e Prognóstico - Excisão cirúrgica conservadora. - A recorrência é incomum. - Remissão espontânea é possível. - Não há transformação maligna habitual. Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR) - Doença rara e potencialmente devastadora. - Proliferação de papilomas na laringe. - Duas formas: juvenil e adulto. VERRUGA VULVAR - Hiperplasia benigna e focal do epitélio pavimentoso estratificado induzida pelo HPV. Mobile User Características Clínicas - Aparece como pápula ou nódulo assintomático com superfície áspera e irregular. - Pode ser pediculada ou séssil. - Lesões cutâneas podem ser róseas, amarelas ou brancas. - Lesões orais são quase sempre brancas. Localização - Pele das mãos é o sítio mais envolvido. - Mucosa oral, borda do vermelhão do lábio, mucosa labial ou parte anterior da língua. Tratamento - Ácido salicílico, ácido lático tópico ou crioterapia com nitrogênio líquido para pele. - Excisão cirúrgica, laser, crioterapia ou eletrocirurgia para lesões orais. Prognóstico - Não sofre transformação maligna. - Dois terços desaparecerão espontaneamente em dois anos, especialmente em crianças. - Recidiva é vista em pequena proporção dos casos tratados. Características Histopatológicas - Proliferação de epitélio pavimentoso estratificado queratinizado hiperplásico. - Projeções pontiagudas com tecido conjuntivo entremeado. - Infiltrado de células inflamatórias crônicas. - Coilócitos são células epiteliais alteradas pelo HPV CONDILOMA ACUMINADO - Proliferação de epitélio pavimentoso estratificado induzida por HPV - Afeta região anogenital, boca e laringe Causa e Epidemiologia - 90% dos casos atribuídos ao HPV 6 e 11 - Co-infecção com outros tipos de HPV é frequente - Doença sexualmente transmissível (DST) comum - Afecta cerca de 1% da população sexualmente ativa Características Clínicas - Lesões exofíticas, séssil, rósea, bem delimitada, indolor - Projeções superficiais curtas e embotadas - Tamanho médio: 1,0 a 1,5 cm - Localização: mucosa labial, freio lingual, palato mole Características Histopatológicas - Proliferação benigna de epitélio pavimentoso estratificado acantótico - Projeções papilares embotadas - Coilócitos (células claras alteradas pelo HPV) Tratamento e Prognóstico - Excisão cirúrgica conservadora - Crioterapia ou ablação a laser - Agentes tópicos para lesões anogenitais - Risco de transformação para carcinoma epidermoide em lesões anogenitais infectadas com HPV 16 ou 18 Prevenção - Vacinação para HPV (Gardasil e Cervarix) - Reduz a taxa de transmissão e o risco de cânceres anogenitais relacionadas ao HPV Ceratose friccional Mobile User Causa: - Fricção crônica e repetida na mucosa oral - Pode ser causada por: - Mordedores de lábios ou bochechas - Hábitos de mastigação anormais - Uso de próteses dentárias mal ajustadas - Fricção com brinquedos ou objetos Características Histopatológicas: - Hiperplasia do epitélio pavimentoso estratificado - Hiperqueratose (aumento da camada córnea) - Acanthosis (espessamento da camada espinhosa) - Disqueratose (células anormais com núcleo picnótico) - Infiltração inflamatória leve no estroma Tratamento e Prognóstico: - Remoção da causa da fricção - Uso de cremes hidratantes e protetores - Ajuste de proteses dentárias - Cirurgia para remover lesões persistentes - Geralmente benigno e reversível - Pode evoluir para lesões malignas (carcinoma espinocelular) em casos raros Prevenção: - Evitar hábitos de mordedores ou mastigação anormais - Uso de proteses dentárias bem ajustadas - Higiene oral regular - Evitar fricção com brinquos ou objetos - Consultar dentista regularmente para ajustes e verificação Lesões potencialmente malignas LEUCOPLASIA - Leucoplasia é uma mancha branca ou placa que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença. - Não destacável; - Diagnóstico: exclusão de outras lesões; - Lesão potencialmente maligna oral mais comum; - Sexo masculino - Pessoas acima de 40 anos; - Áreas de maior incidência: vermelhão do lábio, mucosa jugal e gengiva; - Área de maior risco: língua, vermelhão do lábio e assoalho de boca; Causa: - Tabagismo (mais de 80% dos pacientes com leucoplasia são fumantes) - Uso de álcool - Radiação ultravioleta - Microrganismos (como Candida albicans) - Trauma (leucoplasia x queratose friccional) - Irritação mecânica, reversíveis após eliminação do trauma e sem relatos de transformação maligna - Uso de produtos que contenham sanguinária Características Histopatológicas: - Hiperqueratose (espessamento da camada de queratina) - Acantose (aumento da camada espinhosa) - Paraqueratose (ausência de camada de células granulares) - Atrofia - Infiltrado inflamatório crônico - Ortiqueratose (presença de camada de células granulares) - Displasia epitelial (alterações nas células epiteliais) - Carcinomam in situ Tratamento e Prognóstico: - Biopsia para diagnóstico histopatológico (áreas mais graves) - Remoção completa da lesão, se possível - Tratamento conservador para lesões pequenas ou com displasia leve - Cessação do hábito de fumar - Acompanhamento regular Mobile User Prevenção: - Evitar o tabagismo - Limitar o consumo de álcool - Evitar a exposição à radiação ultravioleta - Manter uma boa higiene bucal - Realizar exames regulares com um dentista ou médico especializado Tipos de leucoplasia Leucoplasia leve - Placa branca ou acinzentada; - Plana ou ligeiramente elevada; - Translúcida, fissurada ou enrugada; - Geralmente macia com bordas bem delimitadas. Leucoplasia espessa - Placas brancas espessas e bem delimitadas com fissuras profundas; - A maioria permanece indefinidamente nessa fase. Leucoplasia granular - Irregularidades na superfície (aspecto granular); - Mais preocupante do que as anteriores. Leucoplasia verrucosa - Lesões com projeções afiadas, rombas ou verruciformes; Leucoplasia verrucosa proliferativa - Lesão rara; - Desenvolvimento lento de múltiplas placas queratóticas; - Mais chances de malignização; - Mais comum em mulheres; - Sem associação com uso do tabaco; - Projeções rugosas de superfície. Eritroleucoplasia - Mistura de áreas brancas e vermelhas; - Frequentemente exibe displasia epitelial; - Mais chances de malignização; - Displasia epitelial leve se relaciona a alterações limitadas às camadas basal e parabasal. - Displasia epitelial moderada mostra envolvimento da camada basal até a porção média da camada espinhosa. - Displasia epitelial intensa mostra alterações a partir da camada basal até um nível acima do ponto médio do epitélio - Carcinoma in situé definido como uma displasia que envolve a espessura total do epitélio (estende-se da camada basal até a superfície) ERITROPLASIA - É uma lesão pré-maligna da mucosa oral, caracterizada por uma mancha ou placa vermelha bem delimitada. - Mesmas causas que estão associadas ao CEC; - Mais rara que a leucoplasia; - Potencial displásico maior; - Adultos mais velhos, sem predileção de gênero. Características clínicas - Maior prevalência: assoalho bucal, língua e palato mole; - Lesões múltiplas podem estar presentes; - Mancha ou placa bem delimitada, eritematosa de consistência macia e textura aveludada; - Assintomática; - Pode associar-se a uma leucoplasia. Características Histopatológicas - 90% das lesões apresentam displasia epitelial intensa, carcinoma in situ ou carcinoma epidermoide superficialmente invasivo - Epitélio atrófico com perda de queratina - Inflamação crônica no tecido conjuntivo subjacente Tratamento e Prognóstico - Biópsia necessária para diagnóstico - Remoção de fontes de irritação - Excisão completa ou ablação para displasia moderada ou intensa - Longo período de acompanhamento devido à recorrência e envolvimento multifocal - Prognóstico reservado devido ao alto risco de transformação em carcinoma Mobile User Prevenção - Evitar fatores de risco para carcinoma epidermoide (tabagismo, álcool, exposição solar, etc.) - Realizar exames regulares da mucosa oral - Diagnosticar e tratar lesões pré-malignas precocemente QUELITE ANGULAR - Exposição intensa a radiação UV; - Pele clara; - Homens; - Acima de 40 anos; - Evolução lenta. Características clínicas - Inicialmente: ressecamento e fissuras do vermelhão do lábio inferior; - Progressão: áreas descamativas e ásperas; - Margem definida entre o vermelhão e a pele; - Lesões leucoplásicas perto da linha úmida da mucosa labial; Histopatológico - Diferentes graus de displasia; - O epitélio pode ser atrófico ou acantótico; - Hiperqueratose; - Elastose solar. Tratamento - Proteção solar; - Biópsia; - Vermelhectomia; - Acompanhamento a longo prazo. Carcinoma espinocelular Epidemiologia - Mais de 90% das neoplasias malignas orais são Carcinoma Epidermoide - Incidência anual nos EUA: 27.000 casos - A incidência é crescente conforma a idade e tem pior prognóstico em pacientes jovens - O diagnóstico precoce oferece melhor prognóstico - 10% das lesões sem carcterísticas de malignidade são CEC - Mortalidade anual nos EUA: 5.500 casos - Taxa de incidência ajustada por idade: 60 por 100.000 homens com 65 anos ou mais - Relação homem-mulher: 2,5:1 - Lesões cancerosas avançadas apresentam-se como lesões vermelhas ou brancas, regiões ulceradas, protuberâncias, regiões endurecidas Fatores de Risco - Tabagismo - Consumo de álcool - Exposição solar - HPV (papilomavírus humano) - Imunossupressão - Idade avançada Localização - Lábio - Língua - Assoalho bucal - Palato mole - Orofaringe Tipos - Carcinoma epidermoide de lábio (semelhante ao carcinoma epidermoide da pele exposta ao sol) - Carcinoma epidermoide intra oral Tendências - Aumento na incidência de câncer de língua em jovens, especialmente mulheres leucodermas - Diminuição na incidência de câncer de lábio em homens leucodermas Mortalidade - Taxa de mortalidade ajustada por idade: 5,7 por 100.000 homens leucodermas e 3,6 por 100.000 homens melanodermas - Diferenças raciais na mortalidade podem ser devido à diferença na prevalência de carcinomas HPV-positivos Características Clínicas: - Exofítica (aumento de volume, vegetante, papilífera, verruciforme) - Endofítica (invasiva, escavada, ulcerada) - Leucoplasia (mancha branca) - Eritroplásica (mancha vermelha) Mobile User - Eritroleucoplasia (combinação de áreas vermelha e branca) - Superfície irregular, ulcerada, dura à palpação - Pode ser indolor ou dolorosa Características Radiográficas: - Radiolucidez "em roído de traça" com margens mal definidas ou bordas irregulares - Destruição do osso subjacente - Invasão perineural pode causar parestesia Características Histopatológicas: - Origina-se do epitélio displásico - Angiogênese - Invasão perineural - Pérolas córnea - Invasão vascular - Núcleos hipercromáticos - Fibrose - Relação núcleo-citoplasma alterado - Necrose - células indiferenciadas/ displásicas - Ilhas e cordões de células epiteliais malignas - Invasão irregular do epitélio neoplásico através da membrana basal - Células neoplásicas podem invadir o tecido conjuntivo, músculo, osso e nervos - Presença de queratina e necrose Gradação Histopatológica: - Grau I (bem diferenciado): semelhança com epitélio pavimentoso normal - Grau II (moderadamente diferenciado): some pleomorfismo celular e nuclear - Grau III (mal diferenciado): acentuado pleomorfismo celular e nuclear Tratamento: - Excisão cirúrgica - Estadiamento clínico orienta o tratamento - Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser utilizados isoladamente ou em combinação - Tratamento multimodal para casos avançados - O tratamento é realizado pelo cirurgião de cabeça e pescoço Prognóstico: - Taxa de sobrevida relativa estimada de cinco anos: 64% - Varia consideravelmente por estágio do tumor e localização anatômica - Melhor prognóstico para carcinomas do vermelhão do lábio (95%) - Pior prognóstico para carcinomas intraorais e orofaringe (51% e 65%, respectivamente) Fatores Prognósticos: - Estágio do tumor - Localização anatômica - Grau de diferenciação histopatológica - Presença de metástases - Resposta ao tratamento Neoplasia de glândulas salivares malignas: carcinoma mucoepidermoide e carcinoma adenoide cístico CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE Características clínicas - Aumento de volume assintomático; - Neoplasia maligna de glândula salivar mais comum em crianças; - Localização mais comum: glândula parótida e glândulas salivares menores (respectivamente). Características Histopatológicas: - Mistura de células produtoras de muco e células epidermoides. - Células mucosas com citoplasma espumoso. - Células epidermoides com formato poligonal e pontes intercelulares. - Células intermediárias variam em aparência. - Presença de um infiltrado linfoide associado. - Três graus histopatológicos - baixo grau - Formação cística, atipia celular mínima, proporção relativamente elevada de células mucosas. - alto grau - Ilhas sólidas de células epidermoides e intermediárias que podem demonstrar considerável pleomorfismo e atividade mitótica; Mobile User - grau intermediário - Características que se situam entre as de baixo grau e as de alto grau, formação cística (menos proeminente do que a observada nas de baixo grau), 3 tipos celulares presentes, atipia celular pode ou não ser observada. Tratamento: - Determinado pela localização, grau histopatológico e estágio clínico do tumor. - Parotidectomia subtotal com preservação do nervo facial para tumores de parótida em estágio inicial. - Remoção total da glândula parótida e/ou nervo facial para neoplasias avançadas. - Excisão cirúrgica para glândulas salivares menores. - Radioterapia pós-operatória para casos mais agressivos. Prognóstico: - Dependente do grau e estadiamento. - Neoplasias de baixo grau: bom prognóstico (90% a 98% de cura). - Neoplasias de grau intermediário: ligeiramente pior prognóstico. - Neoplasias de alto grau: reservado (30% a 54% de sobrevivência). - Translocação t(11;19) e transcrito do gene de fusão CRTC1-MAML2 associados a melhor prognóstico. Prevenção: - Não há medidas específicas de prevenção conhecidas. - A proteção contra exposição à radiação pode ser benéfica. - Controle de fatores de risco ambientais e estilo de vida saudável podem ajudar a reduzir o risco geral de câncer. CARCINOMA ADENOIDE CISTICO Características clínicas - 40% a 45% glândula salivares menores (palato é a localização mais comum); - Aumento de volume de crescimento lento; - Dor incômoda, constante e de baixo grau; - Na parótida pode causar paralisia do nervo facial; - Mais comum em adultos de meia-idade Características Histopatológicas: - Misturade células mioepiteliais e células ductais. - Três padrões principais: cribriforme, tubular e sólido. - Células neoplásicas pequenas e uniformes. - Invasão perineural característica. - Padrão cribriforme - Ilhas de células epiteliais basaloides, que contêm múltiplos espaços cilíndricos, queijo suíço, células neoplásicas pequenas e cuboides, exibindo um núcleo basofílico e um citoplasma pequeno. - Padrão tubular - Células neoplásicas podem se arranjar como múltiplos pequenos ductos ou túbulos dentro de um estroma hialinizado, o lúmen tubular pode ser delimitado de uma a diversas camadas de células; - Padrão sólido - Grandes ilhas ou lençóis celulares que demonstram pouca tendência para a formação de ductos ou cistos, pleomorfismo celular, atividade mitótica, focos centrais de necrose e o PADRÃO MAIS AGRESSIVO. Tratamento: - Excisão cirúrgica é o tratamento de escolha. - Radioterapia adjuvante pode ser útil em alguns casos. - Esvaziamento cervical não é geralmente indicado. - Neoplasias com padrão histopatológico sólido são associadas a um prognóstico pior do que o observado para os padrões cribriforme ou tubular. Prognóstico: - Taxa de sobrevida em cinco anos: 77% a 82%. - Taxa de sobrevida em 10 anos: 60% a 68%. - Taxa de sobrevida em 20 anos: 35% a 52%. - Neoplasias com padrão sólido têm pior prognóstico. Mobile User - Localização no seio maxilar e glândula submandibular têm pior prognóstico. Prevenção: - Não há medidas específicas de prevenção conhecidas. - Controle de fatores de risco ambientais e estilo de vida saudável podem ajudar a reduzir o risco geral de câncer. Outras informações importantes: - O carcinoma adenoide cístico é uma neoplasia maligna de glândula salivar comum. - Pode ocorrer em qualquer glândula salivar, mas é mais comum nas glândulas salivares menores. - O palato é a localização mais comum das lesões de glândula salivar menor. - A dor é o achado clínico mais comum e importante. - A invasão perineural é característica, mas não patognomônica. - A análise de polida de DNA do tumor pode ajudar a predizer o prognóstico. Neoplasia de glândulas salivares benignas: adenoma pleomórfico ou tumor de warthin ADENOMA PLEOMÓRFICO Causa: - Patogênese incerta - Não há fatores de risco conhecidos Características Clínicas: - Tumor benigno mais comum de glândulas salivares; - Derivados de elementos ductais e mioepiteliais; - Aumento de volume firme, indolor e de crescimento lento; dor e paralisia rara; - Adultos jovens e adultos de meia idade (30-60 anos) - Discreta predileção pelo sexo feminino; - Acomete comumente palato; - Aumento de volume de crescimento lento - Pode ocorrer em qualquer glândula salivar, mas é mais comum nas glândulas salivares menores - Representa cerca de 50% a 77% das neoplasias da parótida, 53% a 72% dos tumores da glândula submandibular, e 33% a 41% dos de glândula salivar menor. - Palato é a localização mais comum das lesões de glândula salivar menor Características Radiográficas: - Destruição óssea evidente em lesões do palato ou seio maxilar - Tomografia computadorizada (TC) pode mostrar extensão da neoplasia para dentro da cavidade nasal e seios maxilares Características Histopatológicas: - Lesão normalmente encapsulada e bem circunscrita; - A cápsula pode ser incompleta ou exibir infiltração pelas células neoplásicas; - Epitélio forma ductos e estruturas císticas, ou ocorre na forma de ilhas ou cordões de células; - O parênquima da lesão é composto de uma mistura de epitélio glandular e células mioepiteliais; - Algumas células mioepiteliais são arredondadas e possuem núcleo excêntrico e citoplasma eosinofílico hialinizado, lembrando plasmócitos. Tratamento: - Excisão cirúrgica; - Quando no lobo superficial da glândula parótida, é recomendada a parotidectomia superficial, com identificação e preservação do nervo facial; - Para lesões localizadas no lobo profundo da glândula parótida, a parotidectomia total é necessária, se possível com a preservação do nervo facial; - Remoção cirúrgica adequada = prognóstico excelente; taxa de cura +95%; - Transformação maligna = carcinoma ex-adenoma pleomórfico; - Ocorrer em aproximadamente 3% a 4% de todos os casos; pode Mobile User aumentar com o tempo de evolução da neoplasia. Prognóstico: - Taxa de sobrevida em cinco anos: 77% a 82% - Taxa de sobrevida em 10 anos: 60% a 68% - Taxa de sobrevida em 20 anos: 35% a 52% - Neoplasias com padrão sólido têm pior prognóstico - Localização no seio maxilar e glândula submandibular têm pior prognóstico Prevenção: - Não há medidas específicas de prevenção conhecidas - Controle de fatores de risco ambientais e estilo de vida saudável podem ajudar a reduzir o risco geral de câncer TUMOR DE WARTHIN Causa: - Patogênese incerta - Associação forte com tabagismo - Possível origem de tecido glandular heterotópico dentro de linfonodos da glândula parótida Características Clínicas: - Segundo tumor benigno mais comum da glândula parótida; - Quase exclusivamente na glândula parótida; - Aumento de volume nodular de crescimento lento e indolor na glândula parótida - Lesões firmes ou flutuantes à palpação - Ocorre mais frequentemente na cauda da parótida - Pode ser bilateral (5-17% dos casos) - Maioria dos tumores bilaterais não ocorre simultaneamente - Adultos idosos (= 60- 70 anos) - Predileção pelo sexo masculino Características Histopatológicas: - Mistura de epitélio ductal e estroma linfoide - Mistura de epitélio ductal e um estroma linfoide; - Epitélio oncocítico com citoplasma eosinofílico abundante - Projeções papilares dentro de espaços císticos - Estroma linfoide com formação de centros germinativos Tratamento: - Remoção cirúrgica - Taxa de recorrência de 2% a 6% após a cirurgia; - Transformação maligna = carcinoma ex-cistadenoma papilífero linfomatoso; raro. - Parotidectomia superficial ou ressecção local - Tratamento conservador possível em casos selecionados Prognóstico: - Taxa de recorrência de 2-6% após cirurgia - Tumores malignos extremamente raros - Prognóstico geralmente favorável Prevenção: - Evitar o tabagismo - Controle de fatores de risco ambientais e estilo de vida saudável podem ajudar a reduzir o risco geral de câncer. Sarcoma de kaposi Causa: - Rara neoplasia vascular, descrita inicialmente em 1872; - Infecção pelo herpes-vírus humano 8 (HHV8) - Associação com imunodeficiência, especialmente HIV/AIDS - Fatores genéticos e ambientais podem contribuir - Origem de células endoteliais. Características Clínicas: - Quatro formas: clássica, endêmica (africana), iatrogênica (associada a transplante) e epidêmica (relacionada com a AIDS) - Lesões cutâneas e mucosas azul-arroxeadas, indolores - Pode afetar órgãos internos e linfonodos Mobile User - Forma clássica: mais comum em homens idosos de ascendência italiana, judia ou eslava - Forma endêmica: mais comum na África Subsaariana Clássica - Doença da vida adulta; - 70% a 95% em homens; - Descendência italiana, judia ou eslava; - Múltiplas máculas e pápulas azul- arroxeadas; - Nódulos indolores; - Crescimento lento; - Lesões orais são raras e mais frequentemente acometem o palato. Endêmica - Pacientes adultosjovens e crianças na África Subsaariana; - Lesões indolentes ou agressivas; - Crescimento rápido dos linfonodos; - Lesões viscerais; - Envolvimento cutâneo. Iatrogênica - Associado a transplante de órgãos; - Afeta 0,5% dos pacientes transplantados renais; - Em geral muitos meses a alguns anos após a realização do transplante; - Perda da imunidade celular a partir da terapia imunossupressora dada para prevenir a rejeição do órgão. Epidêmica - Associação com a infecção pelo HIV; - Múltiplas lesões de pele ou mucosa oral, pode ocorrer envolvimento visceral e de linfonodos; - Lesões cutâneas apresentam predileção pela face e membros inferiores; - Cavidade oral é o local inicial de envolvimento; palato duro, gengiva e língua são os sítios mais afetados; - Quando presente no palato ou na gengiva, a neoplasia podeinvadir o osso e provocar mobilidade dentária; - Lesões são como máculas vermelho-purpúreas ou marrons; - Iniciar a TARV induz a regressão com a recuperação da imunidade. Características Histopatológicas: 01. Mancha (macular): - Caracterizado por uma proliferação de minúsculos vasos sanguíneos 02. Placa: - Proliferação adicional de canais vasculares - em conjunto com desenvolvimento de um - componente de células fusiformes. 03 Nodular: - Aumento do número de células fusiformes - formando aumentos de volume nodulares. Tratamento: - O tratamento do sarcoma de Kaposi depende do subtipo clínico e do estágio da doença; - Lesões cutâneas na forma clássica da doença, geralmente é usada a radioterapia; - Lesões orais, a radioterapia deve ser usada com cautela, devido ao desenvolvimento de mucosite grave; - Excisão cirúrgica; - Quimioterapia; - TARV. Prognóstico: - Variável, dependendo da forma e estágio da doença - Forma clássica: lentamente progressiva, com média de sobrevida de 10-15 anos - Forma endêmica: mais agressiva, com prognóstico ruim - Forma iatrogênica: pode regredir com redução da terapia imunossupressora Prevenção: - Controle da infecção pelo HIV - Redução da terapia imunossupressora em pacientes transplantados - Monitoramento regular em pacientes com fatores de risco. Mobile User