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A crônica no Brasil
Apresentação
Dentro do contexto da narração, a crônica brasileira tem uma natureza híbrida, mesclando 
elementos literários e jornalísticos. Aliás, é um fato único no mundo. Porém, nem sempre foi assim. 
Desde que foi trazida pelos portugueses no séc. XVI, ela passou por diversas transformações até 
chegar no formato atual, além de evidenciar vários cronistas, como Clarice Lispector, Rubem 
Braga, Carlos Drummond de Andrade e Martha Medeiros. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a forma como a crônica brasileira se 
transformou ao longo do tempo. Para isso, vai entender como se deu a sua criação em terras 
brasileiras e compreender como foi a sua transformação desde as primeiras manifestações na 
época das grandes navegações até o séc. XXI. Por fim, você vai analisar as principais características 
literárias do gênero a partir de crônicas selecionadas. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever como o gênero crônica nasceu no Brasil.•
Identificar as transformações da crônica no Brasil ao longo do tempo.•
Analisar as particularidades das crônicas brasileiras.•
Desafio
O gênero literário crônica feita no Brasil tem características próprias, as quais a tornaram um 
fenômeno literário e jornalístico único no mundo. Ela é tradicionalmente publicada em jornais, 
porém, atualmente, também há livros e sites de crônicas, conquistando leitores fiéis. 
Sabendo disso, imagine que você, como professor, vai iniciar a aula sobre o gênero literário crônica 
aos estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental. Para a introdução desse tema em aula, 
você pede à turma para que leiam estes dois textos:
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/945b8679-086b-45cc-9fa0-8f6addc153d4/52569e29-1158-440e-9811-5b4a0276f58e.jpg
Assim, depois da leitura e tomando como base os textos I e II, suas semelhanças e diferenças, como 
você apresentaria o conceito de crônica aos estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental, 
chamando atenção para as particularidades desse gênero?
Infográfico
A crônica é um dos gêneros literários mais populares entre leitores brasileiros. Embora seja feita 
por inúmeros cronistas atualmente, nem sempre ela teve essa face por conta de eventos sociais, 
políticos e culturais ocorridos ao longo da nossa história. 
Assim, no Infográfico, você verá uma linha do tempo evidenciando sucintamente o surgimento da 
crônica no Brasil.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Conteúdo do livro
A crônica é um dos gêneros literários mais famosos e lidos por leitores e leitoras do Brasil. Embora 
tenha sido criada fora do País, ao chegar aqui, ela ganhou temperos e sabores nacionais, tornando-
se muito lida em solo nacional.
No capítulo A crônica no Brasil, da obra Estudos de Literatura: análise da narrativa em suas diversas 
manifestações, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender como ela surgiu 
e se desenvolveu no Brasil, além de analisar suas particularidades literárias a partir de autores de 
destaque.
Boa leitura.
ESTUDOS DE 
LITERATURA: 
ANÁLISE DA 
NARRATIVA EM 
SUAS DIVERSAS 
MANIFESTAÇÕES
Leonardo Teixeira de Freitas Ribeiro Vilhagra
A crônica no Brasil
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever como o gênero crônica nasceu no Brasil.
  Identificar as transformações da crônica no Brasil ao longo do tempo.
  Analisar as particularidades das crônicas brasileiras.
Introdução
A crônica moderna poderia ser considerada um gênero literário espe-
cífico do Brasil, segundo alguns críticos, como Antonio Candido et al. 
(1992), caindo no gosto popular e sendo publicada e consumida até hoje. 
Em formato de prosa, nela o jornalismo e a literatura são misturados, 
tornando-a um gênero literário híbrido, fenômeno, inclusive, do que se 
considera jornalismo literário. A crônica trata de assuntos do cotidiano, 
frequentemente com um toque de humor, e fala do que nos parece 
familiar, a partir de diálogos, anedotas e reflexões. Faz isso por meio de 
uma composição mais próxima ao discurso coloquial, ou informal, mas 
por trás dessa aparente simplicidade há um acabamento da sua forma 
que demonstra o requinte de escritores que ficaram muito conhecidos 
como cronistas, como Rubem Braga, Clarice Lispector, João do Rio e 
Fernando Sabino. 
Neste capítulo, você vai entender a maneira pela qual a crônica 
surgiu no Brasil, no século XVI, ainda sob a forma de crônica histórica 
e de viagem, passando para a forma moderna no século XX. Além 
disso, você vai acompanhar suas transformações ao longo do tempo, 
principalmente em relação às suas características literárias. Por fim, 
você vai analisar as singularidades das crônicas brasileiras a partir de 
autores de destaque.
1 O surgimento da crônica no Brasil
Para iniciarmos a abordagem do surgimento da crônica no Brasil, é importante 
que retornarmos antes a Portugal do século XV. De acordo com Moisés (2006), 
houve uma preocupação do Estado monárquico português da transição da 
Idade Medieval para a Moderna em desenvolver a cultura letrada nacional. Em 
função disso, uma das diversas medidas do então rei Dom João I foi nomear o 
escritor Fernão Lopes com o título de guarda-mor da Torre do Tombo. Logo, 
uma das suas atribuições era ser cronista ofi cial da corte. É relevante que você 
entenda que “cronista” naquele tempo tinha um signifi cado atribuído a alguém 
que registra eventos da época, como se fosse um historiador. 
No século seguinte, a partir das Grandes Navegações e da chegada dos 
portugueses ao Brasil em 1500, Pero Vaz de Caminha, que tinha a função de 
cronista de viagens das embarcações portuguesas, redigiu a primeira crônica 
feita no país, em sua famosa carta (Figura 1).
Figura 1. A Carta do Descobrimento, redigida por Pero 
Vaz de Caminha.
Fonte: Curado (2019, documento on-line).
A crônica no Brasil2
Aliás, a carta de Pero Vaz de Caminha foi arquivada na Torre do Tombo, em 
Lisboa, Portugal, e existe lá até hoje. Sendo assim, em um primeiro momento 
a crônica começa no Brasil possuindo uma feição de crônica enquanto relato, 
ou então de crônica de viagem. Na carta do Descobrimento, Caminha narra 
eventos históricos, como o desaparecimento de uma nau da frota portuguesa 
e a viagem marítima que rumava para as Índias, mas acabou chegando a 
terras brasileiras. 
Vale destacar que nessas crônicas de viagem é descrita a paisagem exótica 
e tropical do Brasil, bem como a relação entre os portugueses e os povos indí-
genas da região, detalhando os interesses políticos econômicos dos europeus, 
além do escambo feito por eles. Em virtude disso, tal documento ganha um 
status de importante vestígio histórico tanto para Portugal quanto para o Brasil.
No entanto, esse cenário mudaria no início do século XIX. Com a chegada 
da Família Real ao Rio de Janeiro em 1808, trazendo consigo a Imprensa Régia, 
deu-se início às primeiras publicações em solo brasileiro. Tal fato gerou, mais 
tarde, a criação da imprensa brasileira (Figura 2), a qual teve como marco “[...] 
2 de dezembro de 1852. Foi nesta data que Francisco Otaviano inaugurou o 
Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro” (SIEBERT, 2014, documento on-line). 
Figura 2. Capa de uma edição do Jornal do Commercio.
Fonte: Jornal... (2019, documento on-line).
A partir de então, a crônica passou a ser escrita e publicada nos jornais da 
época, em especial nos folhetins, espaços desse veículos destinados a diversas 
produções literárias, dentre elas a crônica. Sobre isso, Neiva (2005, documento 
3A crônica no Brasil
on-line) afirma que: “[...] qualquer texto que [...] naquela época não preenchesse 
as exigências jornalísticas era publicado no espaço folhetinesco. Por isso, o 
conto, a crônica, a novela e o romance eram considerados folhetins, uma vez 
que ocuparamo rodapé dos jornais”.
Assim, o espaço cedido pelo jornal fez com que a crônica caísse no gosto 
popular, como também pudesse crescer ainda mais. Nesse sentido, Candido et 
al. (1992, p. 15) comentam que a crônica “[...] não nasceu propriamente com 
o jornal, mas só quando este se tornou cotidiano, de tiragem relativamente 
grande e teor acessível, isto é, há uns 150 anos mais ou menos”.
Nesse período, a crônica largou sua roupagem de histórias de viagem e passou 
a ter um laço estreito com a imprensa, além de exibir uma natureza mais literária. 
Sobre isso, Arnt e Brasil (2002, documento on-line) comentam que a maioria dos 
escritores de crônicas da época estavam envolvidos com o jornal: “Quer como edi-
tores, quer como cronistas ou escritores de folhetins, eles vão interferir na maneira 
de se fazer e conceber o jornal. A influência dos escritores foi de tal ordem que 
podemos qualificar esse período da história da imprensa de jornalismo literário”.
Outro detalhe importante, segundo Amato (2009), é que os primeiros 
cronistas brasileiros começaram a despontar a partir dessa época, a exemplo 
de Francisco Otaviano, Maria Firmina dos Reis, Lima Barreto, Machado de 
Assis, Carmen Dolores, Júlia Almeida e João do Rio. Em especial, Joaquim 
Manuel de Macedo e José de Alencar (Figura 3) merecem destaque, porque, 
segundo Costa (2005, p. 247), “[...] deram início a uma raça de cães vadios, 
livres farejadores do cotidiano, batizados com outro nome vale-tudo: crônica”. 
Figura 3. Joaquim Manuel de Macedo e José de Alencar.
Fonte: Academia Brasileira de Letras ([201-?]a; [201-?]b, documento on-line). 
A crônica no Brasil4
Com o século XX, a relação entre crônica e jornal foi afetada, por causa da 
modificação sofrida pela imprensa. De acordo com Beltrão (1992), os periódicos 
gradativamente se inclinaram ao big business, tornando-se empresas. Assim, 
deixaram de ser uma propriedade privada individual e passaram a pertencer a 
grandes grupos econômicos. Devido a disso, a obtenção de lucro foi priorizada, 
fazendo com que as publicações das crônicas minguassem. Complementando, 
Neiva (2005, documento on-line) afirma: “Nessas condições, podemos observar 
que as colaborações dos literatos passaram a ocupar um espaço separado, pois o 
jornal não pretendia manter o predomínio do caráter literário em suas páginas”.
Todavia, não vá se pensar que a crônica foi esquecida. Nesse mesmo cenário, 
com o crescimento do público leitor, aliado ao fortalecimento das editoras 
nacionais, a crônica ganhou novos meios de circular: os livros impressos. 
Inclusive, é nesse momento que grandes cronistas aparecem, como é o caso 
de Rachel de Queiroz, Cecília Meireles, Rubem Braga, Carlos Drummond de 
Andrade, Rubem Alves, Fernando Sabino, Luis Fernando Verissimo, Nelson 
Rodrigues, Eneida de Moraes, Vinícius de Moraes, Clarice Lispector e Carlos 
Heitor Cony. 
Você sabia que a cronista cearense Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a se tornar 
uma imortal da Academia Brasileira de Letras? No site oficial da entidade (ACADEMIA 
BRASILEIRA DE LETRAS, 2017) você encontra um informativo verbete sobre sua biografia 
e obra.
Por fim, na transição do século XX para o XXI, o advento das mídias 
digitais ofereceu uma nova possibilidade de publicação de crônicas, coexistindo 
não só com os livros impressos, mas também com os velhos jornais. Acerca 
disso, Siebert comenta (2014, documento on-line):
Assim, no final do século XX e início do século XXI as crônicas são adaptadas 
para os meios audiovisuais, publicadas em blogs, dando continuidade ao que 
lhes é constitutivo: permanecer em movimento, confrontando a história, o 
jornalismo e a literatura. Talvez o sentido da crônica brasileira seja este: causar 
o estranhamento, desestabilizar, fazer do incerto seu tempero mais genuíno 
e, em sua errância, buscando outros discursos para participar de sua trama. 
Agora sem o descarte do papel, na perenidade do mundo digital.
5A crônica no Brasil
Esse contexto também proporcionou a consolidação de novos cronistas, 
a exemplo de Antonio Prata, Martha Medeiros, Daniel Galera, Luiz Ruffato 
e Gregorio Duvivier.
2 Transformações da crônica brasileira ao longo 
do tempo
Como já mencionado, o surgimento da crônica no Brasil se deu por infl uência 
lusitana, sobretudo com a nomeação de Fernão Lopes como guarda-mor da 
Torre do Tombo e cronista ofi cial da corte portuguesa. Por conta disso, gerou-
-se uma tradição de registrar feitos históricos, as denominadas crônicas de 
viagem. Um grande exemplo disso foi a Carta de Pero Vaz de Caminha, a 
primeira crônica escrita em território nacional, seguida de outros relatos de 
vários cronistas, como “O Tratado da Terra”, de Pero Magalhães Gandavo e 
“Tratado Descritivo do Brasil”, de Gabriel Soares de Souza (RINALDI, 2007). 
Tais relatos assumem vários formatos, como cartas, tratados, etc., constituindo 
o que se entende por crônica histórica.
De acordo com Siebert (2014, documento on-line):
No início do século XVI, o funcionamento da crônica tem relação estreita 
com a narrativa de viagem, com os testemunhos das conquistas ‘além-mar’; 
nesse caso, os registros traziam a descrição pormenorizada do cenário e dos 
sujeitos encontrados em suas viagens.
Todavia, no século XIX esse gênero crônica é modificado, ganhando 
características próximas das que se conhece hoje. Um fator responsável por 
essa modificação da crônica foi o narrador nativo. Nesse aspecto, Siebert 
(2014) comenta que as crônicas de viagem eram feitas predominantemente 
por colonizadores portugueses e europeus ao longo dos séculos XVI, XVII 
e XVIII. Porém, no século XIX isso mudou, pois “[...] a imprensa brasileira 
ganha novos escritores, além de novas formas de produção e circulação” 
(SIEBERT, 2014, documento on-line). Além disso, ocorre a Independência 
do Brasil em 1822 e, em 1889, a Proclamação da República. Em virtude de 
todas essas mudanças, os cronistas passaram a ser exclusivamente brasileiros. 
Sendo assim, esses elementos fizeram com que a crônica se constituísse 
tal qual “[...] uma nova forma de dizer, em textos que tratavam dos hábitos 
e costumes dos brasileiros” (SIEBERT, 2014, documento on-line). Foi então 
que esse gênero literário passou a ter um semblante parecido com as crônicas 
A crônica no Brasil6
atuais, isto é, de narrativas as quais buscam retratar “[...] a essência humana 
reencontrada, que nos chega através de um texto bem elaborado, artisticamente 
recriando um momento belo da nossa vulgaridade diária” (SÁ, 1985, p. 22). 
Além disso, outras duas características das crônicas produzidas durante o 
século XIX podem ser ressaltadas. Uma é a abordagem de temáticas predomi-
nantemente urbanas, envolvendo elementos das cidades em seus enredos. A 
outra característica diz respeito ao diálogo que os cronistas estabeleciam com 
seus leitores. Siebert (2014, documento on-line) comenta isso, exemplificando 
o caso dos textos de José de Alencar: 
Na crônica brasileira, Alencar e o/a leitor(a) estabelecem uma relação de 
proximidade, quase íntima, conversando tanto com as mulheres como com os 
homens, o que provoca um deslocamento ainda maior nas posições dialógicas, 
tanto de escritura como de leitura do gênero. Ao falar da mocinha, do pai e 
do pretendente, Alencar atrai a atenção dos diferentes leitores, colocando-
-os como protagonistas na cena enunciativa central da crônica. O/A leitor(a) 
consegue se ver nesse lugar criado, lhe é familiar.
Em seguida, a crônica brasileira produzida no século XX passou a ser um 
gênero bastante lido por vários públicos. Isso se deveu não apenas ao longo 
período em que tal gênero circulou nos jornais, mas também à expansão das 
editoras nacionais e à criação tardia das mídias digitais (que apareceram na 
última década desse século).
Esse crescimento não ocorreu somente no aspecto de consumo do público 
leitor. As maneiras de se escrever a crônica também se diversificaram, enri-
quecendo ainda mais o próprio ofício do cronista. Como exemplos, podemos 
citaralguns tipos diferentes em que esse gênero se manifesta, a partir de 
Tuzino (2009), Thomé e Rodrigues (2017), Moura (2007) e Coutinho (1984). 
Assim, no século XX passaram a existir: 
  as crônicas sentimentais, que possuem um alto teor intimista e psico-
lógico em suas páginas — uma autora que exemplifica bem esse tipo 
é Clarice Lispector;
  as crônicas satírico-humorísticas, que buscam criticar, ironizar e extrair 
humor de fatos ou pessoas, a fim de entreter os leitores — podemos 
citar as obras de Luis Fernando Verissimo e Fernando Sabino;
  as crônicas argumentativas, que almejam, por meio da narrativa, en-
volver os leitores em algum posicionamento do autor, com uma fina-
lidade persuasiva — dois exemplos que podemos destacar são Nelson 
Rodrigues e Luiz Ruffato;
7A crônica no Brasil
  as crônicas-reportagem, que procuram imprimir lirismo, isto é, a no-
tícia lírica; por meio do fato noticiado, o cronista busca transcender o 
cotidiano e transformá-lo em literário — um exemplo disso é o escritor 
Caê Guimarães;
  as crônicas-poema, que imprimem um tom poético ao cotidiano — um 
bom exemplo disso é o autor Rubem Braga.
3 As singularidades da crônica brasileira
Como vimos, o gênero crônica no Brasil sofreu transformações contínuas 
desde o século XVI, fazendo com que assumisse várias feições e roupagens. 
Em função disso, vários autores atestam que a crônica feita no Brasil é única 
e difere de outros países. Em relação a isso, Flora Bender e Ilka Laurito (1999, 
p. 45) empregam uma metáfora culinária: 
Se fôssemos comparar o gênero a um prato de comida, não seria, certamente, 
uma sofisticada iguaria da culinária francesa e sim a comidinha trivial, o arroz 
e feijão com picadinho e batata. Embora de origem estrangeira, aclimatou-se 
bem à nossa terra, assim como a cana-de-açúcar e o café. Não se pode dizer 
que seja um gênero exclusivamente brasileiro, mas tem o nosso sotaque e 
encontrou, aqui, nos nossos leitores e jornais, seu habitat ideal.
Dialogando com as autoras, Candido (1989, p. 6–7) também atesta a ori-
ginalidade desse gênero literário: “No Brasil ela [a crônica] tem uma boa 
história, e até se poderia dizer que sob vários aspectos é um gênero brasileiro, 
pela naturalidade com que se aclimatou aqui e a originalidade com que aqui 
se desenvolveu”. 
Considerando isso, nos próximos subtópicos você analisará um pouco mais 
sobre a originalidade da crônica brasileira, a partir dos seus variados tipos, 
tomando como exemplo trechos de autores de maior destaque.
As crônicas satírico-humorísticas de Fernando Sabino
Mineiro de Belo Horizonte, Fernando Sabino é um autor popular não apenas em 
Minas Gerais como no Brasil todo. Mesmo jornalista de profi ssão, conseguiu 
ganhar a vida com as letras. Publicou vários romances e contos, mas foi com a 
crônica que se consagrou. Assim, a que analisaremos aqui será “Conversinha 
mineira”, a qual está na obra A mulher do vizinho.
A crônica no Brasil8
A obra em si é composta por um diálogo entre um viajante e o dono de uma 
leiteria em uma cidade de Minas. Desde o início, é estabelecida uma relação 
de desconfiança em relação ao forasteiro por parte do dono: 
— É bom mesmo o cafezinho daqui, amigo? 
— Sei dizer não senhor: não tomo café. 
— Você é dono do café, não sabe dizer? 
— Ninguém tem reclamado dele não senhor. 
— Então me dá café com leite, pão e manteiga. 
— Café com leite só se for sem leite. 
— Não tem leite? 
— Hoje, não senhor (SABINO, 1962, p. 144).
Com o desenrolar da crônica, o viajante pergunta ao dono da leiteria como 
está a política do município, pois era período de campanha para a prefeitura. O 
proprietário desconversa, dizendo que não sabe de nada, que não conhece os 
candidatos. Assim, para fechar a narrativa, o viajante faz um questionamento 
ao dono:
— Você, certamente, já tem candidato. 
— Quem, eu? Estou esperando as plataformas. 
— Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que his-
tória é essa? 
— Aonde, ali? Ué, gente: penduraram isso aí… (SABINO, 1962, p. 145).
De maneira leve e descontraída, o autor produz crônicas engraçadas e 
despretensiosas, mas, conforme Amato (2009, documento on-line): “Sabino 
fica à vontade para explorar o humor das situações tragicômicas da realidade 
brasileira, compondo um texto cuja característica básica é a leveza, mas sempre 
com visão crítica, de forma a ser tornar uma denúncia social”.
Em relação ao trecho anterior, a denúncia social pode ser observada no 
quadro do candidato a prefeito no estabelecimento e a surpresa do dono do 
lugar. Por se tratar de uma figura pública e em um cargo de representação 
social, em tese todos da cidade deveriam ao menos conhecê-lo, mas isso não 
ocorre por parte do proprietário. 
As crônicas reportagens de Caê Guimarães
Carlos Eduardo Guimarães, mais conhecido como Caê Guimarães, é um 
jornalista capixaba e também escritor. Já publicou romances e contos, 
9A crônica no Brasil
mas também é um cronista no jornal A Gazeta, além de ter publicado 
um livro voltado para a crônica, intitulado De quando a minha rua 
tinha borboletas. Dessa obra, vamos analisar o texto “Todas as areias da
 ampulheta II”. 
Nessa crônica, o autor busca ir além de um fato noticiado na época 
da publicação da obra, em 2008, a ativação do Large Hadron Collider 
(LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, construído em Gene-
bra. Na época, muitos boatos foram criados a partir de sua inauguração, 
dizendo que isso causaria um novo Big Bang, ocasionando a destruição 
do mundo. Sabendo disso, ele relembra da notícia, mas imprime uma 
subjetividade nela:
O acelerador de partículas não detonou o mundo. Ao menos por enquanto. Mas 
foi tema de especulações e conversas à toa sobre possíveis efeitos colaterais. 
Creio que as respostas surgidas do choque das partículas nervosas derivarão 
em invenções — convertidas em produtos — que mudarão as nossas vidas. 
Como foi com a telefonia móvel e a internet. Não somos os mesmos depois 
dos celulares e do Google (GUIMARÃES, 2010, p. 13).
Com base nisso, o autor imprime uma reflexão profunda a respeito do tempo 
e da insignificância humana frente ao poder de eventos minúsculos a olho nu, 
bem como a brevidade da vida. Esse tipo de crônica é muito instigante, uma 
vez que proporciona ao leitor uma visão além da objetividade das notícias, 
neste caso a ativação do LHC em 2008, fragmentando a barreira entre o fato 
e a ficção.
Dessa forma, você pode notar a riqueza literária da crônica brasileira. 
Embora ela tivesse no início do século XVI uma feição historiográfico com 
um viés literário, ela não apenas passou por transformações em solo brasileiro, 
como também caiu no gosto popular, sendo muito consumida até hoje. Assim, 
a partir das análises anteriores, você pode notar as maneiras pelas quais um 
evento do cotidiano pode ser ressignificado nas crônicas modernas e contem-
porâneas com base na subjetividade de cada cronista, imprimindo-se um tom 
poético ou crítico, por exemplo, e tornando-se um instigante e interessante 
relato e reflexão sobre a vida que nos cerca. 
A crônica no Brasil10
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Joaquim Manuel de Macedo: biografia. Rio de Janeiro, 
[201-?]a. Disponível em: https://www.academia.org.br/academicos/joaquim-manuel-
-de-macedo/biografia. Acesso em: 26 jul. 2020.
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. José de Alencar: biografia. Rio de Janeiro, [201-?]b. 
Disponível em: https://www.academia.org.br/academicos/jose-de-alencar. Acesso 
em: 26 jul. 2020.
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Rachel de Queiroz: biografia. Rio de Janeiro, 2017. 
Disponível em: http://www.academia.org.br/academicos/rachel-de-queiroz/biografia. 
Acesso em: 26 jul. 2020.
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São Luís, Jaboticabal, SP, 2009. Disponível em: https://www2.jf.jus.br/pergamumweb/vinculos/00001e/00001e1d.pdf. Acesso em: 26 jul. 2020.
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(Coleção Margens do texto).
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CANDIDO, A. et al. A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. 
Campinas, SP: Ed. da Unicamp; Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992.
COSTA, C. Pena de aluguel: escritores jornalistas no Brasil: 1904-2004. São Paulo: Com-
panhia das Letras, 2005.
COUTINHO, A. As formas da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Bloch, 1984. 
CURADO, A. Pero Vaz de Caminha, quem foi o narrador da descoberta do Brasil?. In: 
CONHECIMENTO Científico. [S. l.], 2019. Disponível em: https://conhecimentocientifico.
r7.com/pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 26 jul. 2020.
GUIMARÃES, C. E. De quando minha rua tinha borboletas. Vitória: Secult, 2010.
JORNAL do Comércio completa 100 anos. O Globo, 3 abr. 2019. Disponível em: ht-
tps://oglobo.globo.com/brasil/jornal-do-commercio-completa-100-anos-de-circu-
lacao-23569236. Acesso em: 26 jul. 2020.
11A crônica no Brasil
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
MOISÉS, M. Literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2006.
MOURA, E. S. Novos olhares, novas leituras das crô nicas de Machado de Assis e de Carlos 
Drummond de Andrade. 2007. Tese (Doutorado em Teoria da Literatura) — Pontifícia 
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NEIVA, É. M. C. A crônica no jornal impresso brasileiro. Revista PJ:BR: Jornalismo Bra-
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RINALDI, L. Cronistas de viagem e viajantes cronistas: o pêndulo da representação no Brasil 
colonial. 2007. Dissertação (Mestrado em Literatura Brasileira) — Universidade de São 
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SÁ, J. de. A crônica. São Paulo: Ática, 1985. (Coleção Princípios). 
SABINO, F. A mulher do vizinho. Rio de Janeiro. Editora do Autor, 1962.
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ubi.pt/pag/tuzino-yolanda-uma-interseccao.pdf. Acesso em: 26 jul. 2020.
A crônica no Brasil12
Dica do professor
A crônica brasileira não teve sempre essas características de hoje. Na verdade, ela é fruto de várias 
transformações ao longo da história literária brasileira. E isso começou especificamente nas 
chamadas crônicas de viagem, feitas durante o período das Grandes Navegações, sobretudo por 
colonizadores europeus.
Assim, na Dica do Professor, você vai conhecer um pouco mais sobre as crônicas de viagem do 
século XVI.
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Exercícios
1) A crônica brasileira é feita de maneira singular no Brasil. Isso talvez se deva a sua forma 
híbrida, que mistura um relato histórico ou de eventos do cotidiano a um formato ou estilo 
literário, tornando-a um fenômeno especificamente nacional.
Assim, considerando a evolução desse gênero literário, julgue as afirmações a seguir:
I - A primeira crônica brasileira, segundo a crítica literária, foi feita por Pero Vaz de Caminha, 
em formato de Crônicas de Viagens. Inclusive, esse modelo de crônica surgiu justamente por 
conta da colonização brasileira.
II - No século XIX, a crônica ganhou uma nova roupagem em função da sua publicação nos 
jornais da época.
III - Esse gênero literário perdeu espaço na imprensa nacional devido à comercialização das 
notícias. No entanto, com as mídias sociais, essa redução foi compensada, proporcionando 
novos meios de divulgações.
Marque a opção correta:
A) Somente a afirmação I é verdadeira.
B) As afirmações II e III são verdadeiras.
C) A afirmação II é verdadeira.
D) As afirmativas I e III são verdadeiras. 
E) A afirmativa III é verdadeira.
2) Veja a citação a seguir sobre o gênero crônica:
“[...] tanto em relação ao sentido tradicional do termo quanto em relação ao sentido 
moderno, é que a crônica, pela sua própria origem, está sempre ligada à ideia contida no 
radical do termo que a designa: assim, seja um registro do passado, seja um flagrante do 
presente, a crônica é sempre um resgate do tempo.” (BENDER; LAURITO, 1999, p. 11).
Assim, pode-se afirmar que o trecho da citação ressalta a capacidade de: 
A) narrar qualquer situação do cotidiano brasileiro urbano e rural.
B) elaborar narrativas a partir de um recorte temporal específico. 
C) criar vários personagens de épocas diferentes. 
D) gerar histórias ligadas ao passado brasileiro e suas origens. 
E) recortar um fato do presente ou do passado e narrá-lo objetivamente. 
3) A crôica brasileira é muito rica e multifacetada, tendo se aprimorado a partir de cada 
cronista brasileiro, o qual imprime um olhar singular nos diversos fatos do cotidiano. 
Considerando isso, leia um trecho da crônica Inimigos, de Luís Fernando Veríssimo:
"O apelido de Maria Teresa, para Norberto, era 'Quequinha'. Depois do casamento, sempre 
que queria contar para os outros uma da sua mulher, o Norberto pegava sua mão, 
carinhosamente, e começava: – Pois a Quequinha...
[...]
Com o tempo, Norberto passou a tratar a mulher por “Ela”. 
– Ela odeia o Charles Bronson.
[...]
Hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher, o Noberto nem olha na direção. Faz um 
meneio de lado com a cabeça e diz:
– Aquilo."
Logo, analisando a crônica, pode-se afirmar que o cronista ressaltou, por meio da narrativa:
A) o perecimento da relação do casal. Como um passa a não gostar mais do outro, eles ficam se 
engalfinhando por meio de apelidos pejorativos, os quais se acentuam ao longo da narrativa.
B) a transformação gradativa do sentimento de amor que o marido tem pela esposa para um 
sentimento de hostilidade. Em vez de ser companheiro, acaba se tornando inimigo dela.
C) o contraste de idade do casal. Por ser ele mais velho do que a mulher, não consegue lidar com 
as diferenças de geração; inclusive, isso se agrava com o passar do tempo.
D) o fato de se tratar de dois personagens de classe média brasileira; o autor utiliza os conflitos e 
desafios do dia a dia desse grupo social a fim de retratar a maneira como eles vivem.
E) o desdém que a mulher tem pelo marido, demonstrado pelo modo como ela se refere a ele a 
fim de retratar a deteriorização da relação dos dois com o tempo.
4) A crônica argumentativa teve, em Nelson Rodrigues,um de seus principais expoentes. Um 
exemplo disso é o texto intitulado Complexo de vira-latas, o qual está na obra À sombra das 
chuteiras imortais.
Publicada às vésperas do embarque da seleção brasileira de futebol masculino rumo ao 
mundial de futebol na Suécia em 1958, o autor utiliza-se de um fato do cotidiano, isto é, a 
perda da Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil, para criticar um conjunto de 
comportamentos autodepreciativos por parte de alguns jogadores da seleção, mas que 
acaba se estendendo ao povo brasileiro de uma maneira geral. 
Em relação a isso, assinale o trecho em que o posicionamento do autor é melhor explicado:
A) "Em suma: - temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as 
nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de 'complexo de vira-latas'. Estou 
a imaginar o espanto do leitor: - 'O que vem a ser isso?'."
B) "Mas vejamos: - o escrete brasileiro tem, realmente, possibilidades concretas? Eu poderia 
responder, simplesmente, 'não'. Mas eis a verdade: - eu acredito no brasileiro, e pior do que 
isso: - sou de um patriotismo inatual e agressivo, digno de um granadeiro bigodudo."
C) "Tenho visto jogadores de outros países, inclusive os ex-fabulosos húngaros, que apanharam, 
aqui, do aspirante-enxertado Flamengo. Pois bem: - não vi ninguém que se comparasse aos 
nossos. Falase num Puskas. Eu contra-argumento com um Ademir, um Didi, um Leônidas, um 
Jair, um Zizinho."
D) "Eis a verdade, amigos: a derrota frente aos uruguaios, na última batalha, ainda faz sofrer, na 
cara e na alma, qualquer brasileiro. Foi uma humilhação nacional que nada, absolutamente 
nada, pode curar."
E) "Eu vos digo: - o problema do escrete não é mais de futebol, nem de técnica, nem de tática. 
Absolutamente. É um problema de fé em si mesmo. O brasileiro precisa se convencer de que 
não é um vira-latas e que tem futebol para dar e vender, lá na Suécia."
A Carta de Pero Vaz de Caminha, feita no século XVI durante o período das Grandes 
Navegações, é considerada pela crítica literária nacional como a primeira crônica brasileira. 
Analise as afirmações a seguir acerca dela:
I - Segundo a crítica literária brasileira, não é possível limitar a Carta de Pero Vaz de 
Caminha ao aspecto literário.
PORQUE
5) 
II - Ela também tem um aspecto historiográfico, uma vez que se trata de um dos primeiros 
vestígios históricos sobre o Brasil do séc. XVI.
Marque a opção certa: 
A) As afirmações I e II são verdadeiras e a II é justificativa da I.
B) A afirmação I é verdadeira e a II é falsa.
C) As afirmações I e II são verdadeiras e a II não é justificativa da I.
D) As afirmações I e II são falsas. 
E) A afirmação I é falsa e a II é verdadeira. 
Na prática
A crônica, ainda que tenha origem fora do Brasil, se desenvolveu de maneira singular desde o séc. 
XVI até os dias atuais. Conforme você viu nesta Unidade de Aprendizagem, ela adquiriu várias 
formas, desenvolvendo características singulares nas narrativas. 
Sabendo disso, neste Na Prática, você verá o caso da professora Liliane, que aborda, em sua turma 
de Ensino Médio, a crônica argumentativa.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Quando adivinhar é ser: o intercâmbio eu-outro-outro-eu na 
escrita de Clarice Lispector
Neste artigo, Marília Malavolta investiga a maneira como a autora constrói a sua expressão 
intimista em suas crônicas.
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A crônica brasileira contemporânea
Neste vídeo, o professor João Amálio Ribas comenta esse gênero literário nos dias atuais.
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Crônica, uma mania nacional
No vídeo, o escritor Ignácio de Loyola Brandão fala, de modo descontraído, sobre as principais 
características da crônica feita no Brasil.
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https://periodicos.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/9696
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https://www.youtube.com/embed/AKHKsHlbeno

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