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Marketing Digital Edição 1 Indaial – 2021 Marketing Digital Prof. André de Faria Thomáz 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof. André de Faria Thomáz Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: apresentação Caro (a) aluno (a), seja bem-vindo (a) à disciplina Marketing Digital. Durante nosso percurso, iremos navegar sobre o universo do Marketing e suas aplicabilidades para o universo digital, a disciplina é fundamentada em economia da informação, sociologia, marketing e administração, nosso material busca oferecer alternativas para o planejamento e para ações de marketing digital, demonstradas por meio de exemplos práticos. Aqui, versaremos sobre a evolução das mídias e também sobre como o marketing as adaptou aos seus objetivos. Abordaremos, além disso, aspectos relacionados às redes sociais e às principais ferramentas voltadas aos profissionais de marketing. Não se pode negar que vivemos em um mundo cada vez mais digital, no qual não apenas as palavras dos livros como basicamente todas as formas de comunicação estão acessíveis para produção e reprodução, sejam elas imagens, áudios, vídeos ou elaboradas ferramentas de interação, como jogos on-line. Séculos após Gutenberg desenvolver uma tecnologia mais prática para a reprodução de textos (1439), percebemos que a realidade vem se alterando quase que diariamente. O Twitter, por exemplo, consegue sintetizar a facilidade e, ao mesmo tempo, a amplitude de comunicação que as novas tecnologias colocaram à disposição das pessoas. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os alunos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, Aluno, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Bons estudos! NOTA Olá, Aluno! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE suMário UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL ................................................................................ 9 TÓPICO 1 ............................................................................................................................................... 11 APLICABILIDADE DO MARKETING DIGITAL ......................................................................... 11 TÓPICO 2 ............................................................................................................................................. 27 REDES SOCIAIS E SUA UTILIZAÇÃO ......................................................................................... 27 TÓPICO 3 ............................................................................................................................................... 44 INDICADORES DE DESEMPENHO ............................................................................................... 44 RESUMO ................................................................................................................................................ 57 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING ................................................ 59 TÓPICO 1 ............................................................................................................................................... 61 ESTRUTURAS E CONTEÚDO DO MARKETING DIGITAL ................................................... 61 TÓPICO 2 ............................................................................................................................................. 76 FUNÇÃO DAS MÍDIAS ...................................................................................................................... 76 TÓPICO 3 ............................................................................................................................................... 93 TIPOS ESTRUTURAIS DE CONTEÚDO ........................................................................................ 93 RESUMO .............................................................................................................................................. 105 UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL ........................... 106 TÓPICO 1 ............................................................................................................................................. 108 AVANÇOS DA TECNOLOGIA ....................................................................................................... 108 TÓPICO 2 ............................................................................................................................................ 119 APLICABILIDADE DAS MÍDIAS ................................................................................................ 119 TÓPICO 3 ............................................................................................................................................ 130 ESTRUTURAS DAS MÍDIAS SOCIAIS ........................................................................................ 130 RESUMO .............................................................................................................................................. 139 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 141 9 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL UNIDADE 1 Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados. TÓPICO 1 – Aplicabilidade do Marketing Digital TÓPICO 2 – Redes Sociais e sua utilização TÓPICO 3 – Indicadores de Desempenho A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • Descrever a Evolução das Mídias Sociais; • Aplicar os Pilares do Marketing Digital; • Identificar a Interação Digital X Sociedade; • Interpretar o Ambiente Virtual. 10 INTRODUÇÃO DA UNIDADE O perfil do consumidor mudou. O avanço da tecnologia, dos dispositivos móveis e da internet contribuírampelo marketing digital. 40 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL ThruPlays: É a quantidade de vezes que o seu vídeo foi reproduzido 100% ou pelo menos por 15 segundos; o investimento por cada ThruPlays; o alcance do conteúdo audiovisual; e o valor total gasto na campanha (independentemente da quantidade de vídeos que ela possui). NOTA Já os dados disponibilizados pelo YouTube estão subdivididos em algumas categorias: visão geral, descoberta, público, conteúdo interativo, playlists e receita. Sendo: • Visão geral: refere-se a dados do vídeo específico. Exemplos de métricas: visualizações em tempo real, visualizações, tempo de exibição, duração média da visualização, retenção do público, percentual de marcações de “gostei” e “não gostei”, receita estimada, inscritos, tempo de exibição dos inscritos, vídeos mais acessados; • Descoberta: possibilita a análise de como as pessoas chegaram em seu conteúdo. Exemplos de métricas: tipos de origens de tráfego, principais fontes externas, principais termos de pesquisa em sites buscadores e outros vídeos que sugerem seu conteúdo; • Público: remete a dados demográficos do seu público-alvo. Exemplos de métricas: sexo, idade e país de acesso; • Conteúdo interativo: está relacionado à análise de interações em anúncios de vídeos sequenciados. Exemplos de métricas: cliques em cada teaser exibido, cliques em cartão por cartão visualizados e principais cartões; • Playlists: refere-se à análise dos dados das playlists do canal. Exemplos de métricas: quantidade de visualizações, tempo médio em cada playlist, quais são as principais playlists e as visualizações de vídeos em cada playlist; • Receita: exibe os dados referentes ao faturamento. Exemplos de métricas: receita estimada, reproduções monetizadas estimadas, transações, tipos de anúncios, vídeos mais rentáveis, principais países por CPM (custo por mil visualizações). REDES SOCIAIS E SUA UTILIZAÇÃO 41 Figura 10: Importância do Youtube para pesquisa de marketing Fonte: Pixabay (2021). Esses dados fornecem informações muito importantes para os profissionais de marketing, pois é por meio deles que conseguimos obter insights valiosos. Por exemplo: o conhecimento sobre os vídeos mais acessados mostra qual é a estratégia de produção e edição que o profissional de marketing pode utilizar para elevar a visualização dos demais conteúdos audiovisuais; o número total de visualizações possibilita enxergar a performance da audiência a curto, médio e longo prazo; os dados referentes à retenção mostram quanto conteúdo está entretendo e engajando o público, além de apresentar pontos de sucesso e melhoria no conteúdo ofertado. Estes são apenas alguns exemplos do quanto a análise e a mensuração dos dados podem contribuir para o processo estratégico e criativo do marketing. Quanto mais uma empresa conhece o seu cliente e identifica a sua forma de interagir à oferta de conteúdos, mais ela se aproxima de conhecer seus desejos, e quanto mais isso acontece, mais próximo torna-se o relacionamento entre a marca e o público. Assim, maiores são as chances de os negócios conquistarem resultados cada vez mais expressivos e de os clientes obterem soluções inovadoras (desejáveis, factíveis e viáveis). 42 AUTOATIVIDADE Questão 1. As empresas inovadoras em tecnologia ofereceram novas mídias ao marketing e receberam em contrapartida: a. recursos para financiar mudanças e avanços nas próprias mídias. b. a dependência dessa área que antes agia de forma independente. c. campanhas mais bem planejadas e adequadas ao público- alvo. d. maior relevância na distribuição da verba na empresa. e. recursos para a criação exclusiva de novos projetos. Questão 2. Considerando que ambos são representações da realidade, podemos entender que são diferenças entre um material analógico e um digital: a. o grau de trabalho para a reprodução e a perda de qualidade com a reprodução sucessiva. b. o tempo de duração e a resistência desses materiais. c. se houve emprego de tecnologia na reprodução dos materiais. d. se a finalidade do material reproduzido será comercial ou não. e. a qualidade da sua cópia é suficiente para determinar se o material é analógico ou digital. Questão 3. Um conceito usado tanto no marketing tradicional quanto no marketing digital é o da capilaridade. Considerando esse conceito, qual das situações específicas apresentadas a seguir obteria melhores resultados para o marketing? a. Um técnico indicando determinada chuteira para os jogadores do seu time de futebol. b. Um pai aconselhando o filho a escolher determinada faculdade. c. Um vizinho indicando um hotel fazenda para a vizinha aposentada. d. Um vendedor apresentando determinado produto para um casal. e. Uma adolescente indicando uma loja para sua melhor amiga. 43 AUTOATIVIIDADE Questão 4. Uma pesquisa utiliza duas fontes de dados: dados secundários, que são as informações que o pesquisador se encarrega apenas de coletar, e os dados primários, que são observados e coletados especificamente para os objetivos da pesquisa. Como atua o papel das redes sociais dentro das rotinas do marketing, justifique sua resposta. Questão 5. A hipercompetição ocorre onde a frequência, a audácia e a dinâmica dos movimentos dos concorrentes são aceleradas para criar condição de desequilíbrio constante e mudança. As implicações de como a concorrência é entendida e como as organizações podem responder são extremamente importantes. Como acontece a hipercompetição nas mídias sociais? Descreva com exemplos. 44 UNIDADE 1 INDICADORES DE DESEMPENHO TÓPICO 3 3.1. Introdução do tópico Hoje, quando queremos saber alguma informação específica, seja sobre um filme, música, notícia, receita, país, curiosidade, produto ou empresa, recebemos como resposta: “dá um Google”. Essa expressão e ação estão praticamente incorporadas em nossa rotina. O tempo inteiro estamos conectados a diferentes ferramentas de buscas e consumindo conteúdo relevantes, úteis e necessários para solucionar cada necessidade presente em cada momento dos nossos dias. Diante deste cenário, questiona-se: como funcionam os sites de buscas na internet? Como as empresas e pessoas produzem e disseminam o conteúdo certo no instante em que precisamos? 3.2. Ferramentas de Pesquisa Todos os dias, nós utilizamos ferramentas de pesquisa on-line ou sites buscadores, em cada busca que realizamos em sites como Google, Yahoo, Bing, MSN Search e muitos outros. São dezenas deles presentes em todo o mercado. Entretanto, o que define uma ferramenta de busca ou de pesquisa? Podemos dizer que os sites buscadores são uma espécie de mecanismos distribuídos na web, que possuem a capacidade de explorar toda a rede e fornecer ao usuário todo e qualquer conteúdo pesquisado através da utilização de palavras-chaves. Possuem quatro funções essenciais: rastrear, indexar, ranquear e exibir o resultado. Geralmente, os sites buscadores estão classificados em três tipos: hierárquicos, diretórios e metabuscadores. Os hierárquicos são ferramentas de buscas, que utilizam interfaces textual, ou seja, são responsáveis por analisar e conferir bancos de dados de páginas da web utilizando rastreadores on-line capazes de coletar informações e exibir resultados compatíveis com a busca do usuário. Essa exibição de resultados é feita levando em conta critérios como: relevância do conteúdo e histórico de navegação do internauta. Os diretórios, diferentemente dos buscadores hierárquicos, não realizam a busca por relevância em relação à pesquisa realizada pelo usuário. É uma ferramenta que apenas agrupa as páginas por categorias e datas de publicação. Outra especificidade deste tipo de ferramenta de busca é que ela precisa de manutenção contínua e do suporte humano para funcionar perfeitamente. INDICADORES DE DESEMPENHO 45 Figura 11: Fonte de pesquisa digital Fonte: Pixabay (2021). Já os metabuscadores são sites que servem para encaminhar umapesquisa para outros sites buscadores, além de analisar os resultados que esses sites apresentam, ou seja, são ferramentas que promovem pesquisas em várias plataformas de buscas ao mesmo tempo. O objetivo da utilização de metabuscadores é a ampliação da margem de resultados. Neste caso, o ranqueamento das páginas é realizado de acordo com os padrões definidos pelo próprio metabuscador. Como podemos perceber, os buscadores on-line proporcionam aos seus usuários uma grande facilidade de obter conteúdos sobre os mais variados temas e formatos. O uso massivo e o efeito natural e escalável de suas presenças em nossos dias ofereceram às marcas uma ampla oportunidade: conhecer os interesses e comportamentos do seu consumidor. Para isso, tornou-se necessária a produção de conteúdo relevante e útil, além de buscas constantes de soluções capazes de ranquear seus conteúdos em posições de destaque para o público-alvo na exibição dos resultados dessas ferramentas. Diante desse contexto surge o SEO (Search Engine Optimization). Ao digitar “o que é Search Engine Optimization” no Google, consegue- se, em questão de segundos, pelo menos três links com conteúdos relevantes e relacionados à busca. O primeiro trata-se de um anúncio, e os dois seguintes são conteúdos orgânicos, ou seja, aqueles em que a empresa não investiu em publicidade para ficar bem ranqueada, mas, com toda certeza, investiu-se em estratégias de SEO (Search Engine Optimization). 46 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL SEO é o nome dado ao conjunto de estratégias de marketing digital que utilizam técnicas capazes de melhorar o ranqueamento das páginas de forma orgânica (gratuita) nos mecanismos de pesquisa. É um recurso utilizado pelos profissionais de marketing para maximizar o tráfego e desempenho dos sites. Entretanto, não podemos esquecer que o ambiente digital é dinâmico e versátil, e, por conta disso, as boas práticas de SEO passam por constantes alterações. NOTA Existem muitas estratégias de marketing para obter resultados eficientes e assertivos em seus negócios. Mas, partindo de uma única premissa, não existe uma fórmula certa. Existe a fórmula que melhor se adequa ao objetivo de sua empresa e ao comportamento e interesses do público-alvo. Sendo assim, é necessário reforçar que o SEO é experimental e exige do profissional de marketing recorrentes pesquisas e atualizações de mercado. Portanto, é importante compreender as mudanças que as diretrizes das estratégias de SEO vêm sofrendo durante sua trajetória. Já o atual SEO 3.0, segundo Costa (2017), é baseado na busca semântica e existe em “um cenário de grande complexidade e quantidade de conteúdo, maior interatividade com a universalidade e ubiquidade dos dispositivos móveis e democratização de acessibilidade na web, tornando vital uma busca otimizada” (COSTA, 2017, p. 92). SEO não é uma estratégia simples de ser aplicada. Para essa estratégia obter sucesso é fundamental que o seu conteúdo apareça na primeira página dos sites buscadores e nas primeiras posições. Afinal, a oferta de conteúdo é tamanha dentro da web que é muito provável e natural que o usuário encontre o que procura logo nos primeiros cliques. Portanto, é fundamental que o link da sua página seja um deles. 3.4. Aplicabilidade O Rank Brain é um algoritmo do Google que analisa a semântica das palavras-chaves procuradas pelos usuários. É esse algoritmo que interpreta o contexto das palavras-chaves buscadas pelos usuários, ou seja, é ele que analisa se, ao digitar a palavra “apple”, você está procurando informações sobre a fruta ou sobre a empresa de tecnologia. Como ele faz isso? Pelo perfil do usuário. Para isso, ele pode utilizar o processamento de dados demográficos e históricos de buscas, por exemplo. Esse algoritmo também detecta o uso excessivo de palavras- chaves em um conteúdo. Apesar de ser uma técnica muito utilizada no SEO 1.0, atualmente é considerada uma prática não adequada e, sempre que os robôs do Google a interpretam, o site é penalizado no ranqueamento instantaneamente. INDICADORES DE DESEMPENHO 47 O foco dos buscadores nos dias atuais é proporcionar a melhor experiência do usuário dentro de uma página e a oferta de conteúdo relevante. E, mais do que conteúdo relevante, o Google e os demais sites buscadores gostam de indicar websites considerados referências no universo do assunto pesquisado pelo usuário. Portanto, é natural se perguntar: como os buscadores sabem que determinado site possui maior relevância e conhecimento em determinada palavra-chave/assunto? Pela quantidade de conteúdos conectados que a página apresenta. Figura 12: Planejamento das mídias Fonte: Pixabay (2021). Quanto mais links internos relevantes e complementares houver no website, mais pontos ganha na busca pelo melhor posicionamento do ranking. A essa técnica damos o nome de deep link. Existe ainda outra técnica similar: o link juice. O link juice utiliza indicações externas ao website (como landing pages ou de sites terceiros, com menções/redirecionamentos em outros sites) para aumentar a autoridade da página com URL direcionada. Para complementar seus estudos, não deixe de fazer a leitura do artigo: Deep links mobile e o impacto no design da experiência do usuário. Disponível em: https:// brasil.uxdesign.cc/deep-links-mobile-e-o-impacto-no-design-da-experi%C3%AAncia-do- usu%C3%A1rio-f980255b1315. Acesso: 20 de abril de 2021. DICAS Por exemplo, se um site de notícias influente na cidade indica a sua URL em algum assunto, é como se ele estivesse falando para o Google que você é 48 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL confiável. Percebe o mecanismo? Utiliza-se a autoridade de páginas externas para credibilizar as suas páginas. O mesmo acontece quando se utiliza uma landing page bem ranqueada e insere em seu conteúdo um link para uma página com conteúdo novo, que não possui ainda boa classificação perante os sites buscadores. É como se esse link de redirecionamento recebesse uma indicação de uma fonte confiável. Logo, para os sites buscadores, é grande a probabilidade dessa página possuir um assunto relevante. Além disso, o Google e demais buscadores focam na experiência do usuário, e, por conta disso, é necessário certificar-se de que o site é responsivo, ou seja, possui conteúdo e layout adaptados a todos os tamanhos de tela visando sempre o comportamento do consumidor em cada uma delas. Outra dica importante é manter sempre o conteúdo atualizado, principalmente aqueles que possuem maior tráfego, pois isso garante que continuem atrativos, relevantes e úteis para os usuários. Afinal, o mundo digital é rápido e, a qualquer momento, alguém pode “subir” um conteúdo melhor (com mais detalhes, recursos gráficos e visuais) ou mais atualizado do que o seu. Ainda, é necessário divulgar os conteúdos nas mídias sociais. Por quê? Link juice. Além das redes sociais possuírem autoridade perante o Google, e se beneficiarem do redirecionamento de um link presente nas URL dela para o seu site, as mídias sociais proporcionam um contato mais próximo com os usuários por meio de perfis semelhantes ao do público-alvo, o que facilita o compartilhamento e a amplia o número visitas qualificadas nos websites. De acordo com Costa (2017), a compreensão da eficácia das estratégias de marketing digital depende da análise e mensuração de impacto. Dessa forma, as métricas utilizadas permitem que haja uma criticidade em relação aos objetivos alcançados e também à adequação das estratégias para alcançar as metas da organização. Por isso, encontrar os indicadores de performance auxilia na melhoria das taxas de conversão e, por consequência, no aumento da visibilidade da empresa na internet. Faz parte da rotina dos profissionais de marketing digital avaliar e analisar as interações dos usuários visitantes em seu website por meio de ferramentas analíticas, com o objetivo de ampliar a sua percepção em relação à eficácia das suas ações.3.5. Google Analytics O Google Analytics é uma ferramenta de web analytics do Google que reúne informações referentes aos usuários que acessam um website. Além de reunir os dados, esta ferramenta também os transfigura em relatórios fundamentais para a análise de desempenho de estratégias de marketing digital e conhecimentos referentes ao comportamento dos seus consumidores em sua plataforma. Contudo, não basta apenas ter acesso a esses dados. Um bom profissional de marketing precisa saber interpretá-los. INDICADORES DE DESEMPENHO 49 Para interpretar corretamente esses dados e torná-los úteis de fato para a maximização de resultados do negócio, é preciso compreender as características de alguns conceitos básicos e totalmente estratégicos presentes nessa ferramenta. As visitas indicam o número de acessos obtidos no website em um determinado período de tempo (uma semana, 15 dias, um mês etc.). Porém, esse número não representa sua quantidade de visitantes. Vamos supor que uma pessoa entre em um site dez vezes no tempo de análise estipulado. Logo, ela representa para a ferramenta o número de 10 visitas e um visitante. Sabendo disso, o Google realiza ainda o fornecimento de mais dois tipos de visitantes: os novos e os recorrentes. Os novos são pessoas que visitaram o website pela primeira vez naquele período de tempo. Os recorrentes são aqueles que visitaram o site mais de uma vez no mesmo intervalo de tempo. Quando utilizamos ferramentas de métricas digitais, precisamos sempre ter em mente o objetivo central das estratégias de marketing. Se o objetivo naquele período for aumentar a audiência, ter um número de visitantes recorrentes elevado, significa que houve falha nesse objetivo. Isso porque é o dado de novos visitantes que tange o aumento de audiência. Se o objetivo for aumentar a retenção do público, a elevação da curva dos dados de visitantes recorrentes é o que determina o sucesso. Contudo, toda marca busca conquistar novos usuários e reter os antigos. Sendo assim, é ideal que haja um equilíbrio entre esses dois indicadores de desempenho da sua plataforma. No caso da visualização de páginas, tem-se os números de visualizações das páginas no período analisado. Por exemplo, um único visitante fez dez visitas, visualizando um total de 100 páginas. O número de visualizações de páginas, caso ele fosse o único usuário deste website, seria de 100. Agora, imagine que 100 usuários diferentes realizam apenas uma visita no website e visualizam uma única página. O número de visualizações de páginas manter-se-ia o mesmo: 100. Por isso, é importante analisarmos um outro dado secundário presente nesta categoria, referente às páginas por visita. Esse dado mostra qual é o verdadeiro engajamento do consumidor no website. Então, o primeiro cenário é melhor do que o segundo? Depende do tipo de website e do contexto de busca do usuário. Por exemplo, se você tem um blog e a maioria dos seus acessos são orgânicos, é natural que a pessoa entre uma vez, leia o seu conteúdo, solucione a dúvida que tinha ou obtenha a informação de que precisava e vá embora. UNI A estratégia está funcionando corretamente, e tudo bem se o seu número de páginas por visitas não for crescente. Entretanto, se você possui um site que necessita de uma exploração de páginas para a conclusão de uma jornada de 50 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL consumo, como um e-commerce, ter um índice de páginas por visita baixo pode indicar que as pessoas não estão se interessando pelos seus produtos ofertados ou, ainda, que você possui um problema de layout ou experiência do usuário. Portanto, lembre-se sempre de analisar o contexto e o objetivo do marketing. A taxa de rejeição é o dado que reporta para o profissional de marketing o percentual de usuários que chegaram no site, não fizeram nenhum evento e foram embora. Supondo que você tenha um blog e um usuário chegou nele de forma orgânica, leu todo o seu conteúdo e depois foi embora. Essa pessoa, para o algoritmo do Google, rejeitou o seu site. No entanto, se houvesse um botão com a seta no meio do conteúdo, com o dizer “Leia mais”, por exemplo, ao clicar nele, o usuário teria realizado um evento (uma ação) em seu post. Logo, ele não seria contabilizado na métrica de taxa de rejeição. Para reduzir a taxa, não é preciso “sair criando” eventos. Esses eventos precisam proporcionar uma melhora na experiência do usuário ou ser totalmente intrínsecos a essa experiência, caso contrário, o usuário não permanece no site e o abandona. Logo, apesar de reduzir a taxa de rejeição, muito provavelmente irá contribuir para a redução de visitas recorrentes e também dos números de páginas por visita. É preciso analisar novamente o contexto e a estratégia de marketing em cada página do site. Em um blog, não é problema haver uma taxa de rejeição mais elevada, afinal, o usuário solucionou sua dúvida. Porém, se a página for uma landing page (com foco em conversão) e o usuário não realizou nenhum evento ou não forneceu os seus dados, o website provavelmente apresenta problemas de conteúdo e experiência. Assim, o profissional de marketing precisará iniciar outras técnicas de marketing digital para identificar o problema, entendê-lo e solucioná-lo. O tempo de permanência é a métrica que diz o tempo que os usuários ficam em média no website. Para esse parâmetro, quanto maior o tempo que o usuário fica na plataforma, melhor. Afinal, isso mostra que o conteúdo está interessante, que as suas linkagens internas estão funcionando perfeitamente, que a usabilidade está boa, entre outros fatores. Todavia, é preciso tomar cuidado ao analisar esse dado. Se um usuário entra no site e não realiza nenhum evento dentro da página, por mais que ele tenha lido todo o conteúdo, permanecido 30 minutos em seu domínio, o tempo dele não é contabilizado. Uma vez que uma visita é considerada como bounce (taxa de rejeição), o tempo dela não aparece no relatório de tempo de permanência. Portanto, taxa de rejeição e tempo de permanência são métricas interligadas. Quanto maior o bounce, menor o tempo de permanência. ATENCAO INDICADORES DE DESEMPENHO 51 A origem do tráfego também aparece como um tipo de dado extremamente importante, pois norteia os profissionais de marketing em relação aos canais que mais redirecionam público/ usuários para o site, o que contribui para que esses profissionais avaliem as estratégias de marketing digital aplicadas em cada canal e descubram quais estão sendo assertivas e quais precisam de ajustes. Por fim, tem-se o comportamento. Estes dados contam um pouco mais sobre os interesses dos usuários do site e também das páginas que precisam melhorar. Duas importantes métricas dessas categorias são as páginas mais acessadas e as páginas de saída. A primeira categoria se refere aos conteúdos que mais recebem visitas, que são mais atrativos para o público ou estão melhor ranqueados no Google. A segunda é o oposto, e mostra que, ao chegar naquela página, o usuário abandona o site. Apesar de ser um índice negativo, é através dele que é identificado qual ponto da jornada de consumo está falho e precisa de ajustes e melhorias. Figura 13: Ferramentas do marketing digital Fonte: Pixabay (2021). Como podemos observar, o Google Analytics é uma ferramenta capaz de oferecer dados importantes para os profissionais de marketing, e, assim, auxiliá- los nos ajustes e performance das suas estratégias digitais. Acesse o site do Google Analytics e descubra como aplicá-lo no seu website. Conheça todas as suas funcionalidades, e, caso seja necessário, entre em contato com a própria equipe de marketing de suporte do Google. Outras importantes ferramentas de web analytics são as que estão presentes nas mídias sociais. Isso porque, atualmente, essas plataformas representam bons canais para uma empresa conquistar um maior número de visitantes, obter leads, e, consequentemente, maximizar as vendas. 52 UNIDADE 1 INTRODUÇÃOAO MARKETING DIGITAL As evoluções tecnológicas recentes possibilitaram o advento de novos recursos para o marketing. Se primeiramente, a publicidade on-line era feita apenas com a utilização de banners eletrônicos, hoje os profissionais da área possuem ferramentas mais atraentes e interativas com o público. Entre essas opções estão jogos, vídeos, podcasts, mídias sociais, widgets, entre outras. As publicidades on-line também apresentam uma série de vantagens para as organizações. É uma plataforma de publicidade on-line do Google, cujos produtos são os links patrocinados. Nesta ferramenta, é possível investir em posições no ranqueamento de determinadas palavras-chaves usadas pelos usuários nos momentos de pesquisa no Google e também em diversos sites parceiros, como o Google Adsense. O principal diferencial dessa ferramenta é a possibilidade de anunciar para uma audiência qualificada por meio de uma segmentação altamente direcionada e específica. É aquela publicidade que alcança a pessoa certa no momento certo. Uma das vantagens dessa ferramenta é que a pessoa interessada no anúncio é quem determina o valor do investimento, podendo ainda aumentar, reduzir ou cancelar uma campanha. A geolocalização é uma tecnologia que ampliou as possibilidades de atuação do marketing. Atualmente as organizações conseguem monitorar a localização de seus consumidores em tempo real. É diante desse cenário que surge uma nova possibilidade para a publicidade: enviar a promoção certa no momento exato por meio do acompanhamento de atividades simples. Isso ocorre, por exemplo, com o compartilhamento de check-ins nas redes sociais, ou ainda, quando os usuários deixam ativos os serviços de localização de seus aparelhos celulares. Outro exemplo é quando você curte nas redes sociais uma loja de roupas específica ou acessa o e-commerce da marca, e, por algum motivo, não concluiu ou realizou um pedido. Dias depois, você está passando em um dos PDVs (ponto de venda) desta marca e recebe em seu celular uma promoção exclusiva, válida apenas nas próximas 24 horas. Outro exemplo: você realiza check-in em um bar e minutos depois recebe um SMS com um desconto para a próxima meia hora na compra de um combo que inclui bebidas e petiscos. O marketing começou a perceber que algo estava acontecendo, que as pessoas estavam passando bastante tempo nessas ferramentas tecnológicas, por isso, praticamente ao mesmo tempo em que as tecnologias para redes sociais eram desenvolvidas, também eram desenvolvidas formas de o marketing aproveitá- las. De fato, e desde o princípio, a maior parte do faturamento dessas ferramentas foi obtido por meio do marketing, principalmente com a utilização de anúncios. INDICADORES DE DESEMPENHO 53 Algumas ferramentas foram famosas no final dos anos 1990, como o ICQ, seguido do AIM e do MSN da Microsoft. As três eram ferramentas de mensagens instantâneas (chat) que compartilhavam como característica, o fato de que a maioria dos participantes precisaria se conhecer fora da ferramenta, para colocar o número do contato (ICQ), apelido (AIM) ou endereço de e-mail (MSN). Ao longo do tempo, essas três “redes sociais” (esse nome ainda não era tão comum na época) implementaram ferramentas em seus serviços para tentar encontrar pessoas por nome, apelido, endereço de e-mail, entre outras opções. Não era muito comum, até então, que as pessoas utilizassem os seus nomes verdadeiros nas ferramentas e o anonimato ainda era visto como uma grande vantagem da internet. As primeiras propagandas eram mensagens estáticas, banners que, ao serem clicados, remetiam para as páginas dos anunciantes. Depois de algum tempo, apareceram algumas possibilidades, como banners dinâmicos ou vídeos curtos. A Microsoft, por exemplo, explorou fortemente o MSN com seu próprio portfólio de produtos e serviços. Com a popularização da internet, no final dos anos 1990, investimentos em infraestrutura de telecomunicações, novas tecnologias e dispositivos móveis se intensificaram, assim como várias redes surgiram, outras foram desaparecendo ou perderam importância ao longo desses últimos vinte cinco anos. Podemos descrever pelos históricos abaixo: ICQ = 1996 MSN Messenger = 1999 MySpace = 2003 Orkut = 2004 Facebook = 2004 UNI Com a introdução de perfis cada vez mais completos, as redes sociais tentam conhecer melhor os seus usuários, como: características demográficas, preferências, assuntos de interesse, informações sobre localização, sobre o horário que costumam navegar, etc. Seus “rastros” digitais começam a ser monitorados pelas empresas e fornecem informações nunca antes disponíveis para os anunciantes. A esse tipo de publicidade se dá o nome de publicidade de geolocalização. Isso porque as ferramentas locativas permitem possibilidades criativas de realizar a comunicação entre empresa e público-alvo, utilizando como base dinâmicas promocionais e colaborativas para divulgar serviços e produtos. 54 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL Mais do que ter acessos a esses dados, as análises devem ser sempre alinhadas aos objetivos de marketing em cada ação, ao tipo de website utilizado e às necessidades do usuário e das empresas em cada etapa da estratégia que envolve a jornada de consumo. Assim, é possível garantir a análise correta e viabilizar a maximização dos resultados corporativos. Figura 14: Publicidade ativa Fonte: Pixabay (2021). Para tal, as métricas mais importantes das principais redes sociais dependem do local utilizado. Assim, temos Facebook (curtidas, alcance, publicação e pessoas); Facebook Ads (pontuação de relevância, CTR, custo por resultado e frequência); Instagram (seguidores, impressões, alcance, engajamento e interação); Instagram Stories (interação, descoberta, toques para seguir e voltar, saídas e respostas); Youtube (exibições, inscritos, gostei e não gostei, comentários, compartilhamentos e minutos assistidos). A publicidade on-line, dessa forma, tem como suas principais vantagens a comunicação direta e envolvente com o consumidor, a possibilidade de verificação de resultados em tempo real, a maior agilidade em alterações de anúncios, a alta segmentação de público e custos de investimentos inferiores aos de mídias de massa. Ademais, o marketing digital pode utilizar o conceito de publicidade de geolocalização, que vem conquistando cada vez mais adeptos e resultados expressivos nas campanhas de marketing digital. 55 AUTOATIVIDADE Questão 1. Considerando as teorias estudadas, pode-se afirmar que os maiores impactos decorrentes da tecnologia são: a. transpor limites anteriormente determinados por tempo, espaço e custo. b. aproximar pessoas, quebrar paradigmas e preconceitos. c. conectividade, mobilidade urbana e informação. d. Facebook, Instagram e Twitter. e. Google Trends, Zeitgeist e Earth. Questão 2. A evolução do marketing digital também está relacionada à evolução das diferentes redes sociais. Assim, podemos usar como exemplo do processo evolutivo das redes a seguinte sequência: a. ICQ, MSN, MySpace, Orkut e Facebook. b. Instagram, Facebook, Twitter, Orkut e Gtalk. c. LinkedIn, Facebook, Orkut, MySpace e ICQ. d. ICQ, MSN, MySpace, Facebook e Orkut. e. MSN, MySpace, Orkut, Facebook e ICQ. Questão 3. O desenvolvimento comercial nas redes sociais pode ser compreendido mediante a evolução de características, comportamentos e informações registradas nas próprias redes. Entre eles, pode-se citar: a. dados demográficos, costumes, preferências e rastreabilidade de conduta. b. preferências de consumo e dados bancários. c. informações cadastrais do perfil e fotografias. d. catálogo de endereços eletrônicos. e. o detalhamento dos dados demográficos obtidos com o Google Earth. 56 AUTOATIVIIDADE Questão 4. O Google Trends traz gráficos de tendência, nos quais é possível verificar tanto o histórico de volume de pesquisa por algum termo em específico, quanto a comparação desse termo com outro e mesmoa tendência (com base em equações de regressão), para o volume de pesquisa esperado para os próximos períodos. Qual o papel do Google nas mídias sociais? Questão 5. Compreender como as redes sociais se desenvolveram em ambientes tecnológicos é crucial para que possamos entender tanto os caminhos já percorridos como a atual situação, além de também proporcionar uma visão das alternativas para o futuro, tudo isso com o apoio de conceitos de capital social e formas de mensuração da configuração das redes sociais. Descreva como aconteceu a evolução das redes sociais. 57 Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. CHAMADA RESUMO Nesta unidade, aprendemos que o avanço da tecnologia, a concepção do mobile marketing e dos aplicativos e as crescentes audiência e interação entre marcas e consumidores das redes sociais apresentaram novas oportunidades e desafios para os profissionais da área, na elaboração e no acompanhamento de estratégias nos ambientes digitais. O avanço da tecnologia mobile impactou a forma de as pessoas interagirem entre si e com o mundo ao seu redor. As ferramentas de interatividade possibilitaram uma conexão praticamente simultânea entre tecnologia e consumo, sendo este último de conhecimento, informação, produto ou serviço. Por isso, questões precisam ser respondidas pelo profissional de marketing em relação à priorização/escolha das redes sociais, mídias digitais e tipos de aplicativo que serão utilizados em sua estratégia. É preciso conhecer as principais métricas usadas para avaliar o desempenho dessas estratégias nas redes sociais e como esses indicadores podem estimular a criação de insights úteis para os próximos passos de suas ações de publicidade. Entretanto, para obter sucesso diante dessas novas oportunidades de marketing, é necessário enfrentar novos desafios, como monitoramento e aferição de resultados de maneira contínua, além de atualizações constantes de suas estratégias, tecnologia, tendências de mercado, produtos e serviços e etc. A rede social mais popular no mundo, por exemplo, é o Facebook, com mais de 1,1 bilhão de usuários ativos, mensalmente, em todo o globo terrestre. (FACEBOOK, 2020). Contudo, seu elevado índice de alcance e audiência não é o diferencial mais atrativo para as campanhas publicitárias e, sim, a maneira como elas podem ser criadas dentro da plataforma. Isso leva em conta a alta segmentação de público, a possibilidade de definição dos objetivos do marketing por campanha, englobando três pilares – reconhecimento (atração), consideração (envolvimento), conversão – e o valor mínimo de investimento. Um outro ponto importante são os vídeos, ferramenta capaz de capturar a atenção e possibilitar a interação com o usuário, além de produzir um impulso para levá-lo à ação. 58 RESUMO Prova disso é o YouTube que apresenta cerca de 1 bilhão de horas assistidas de conteúdos audiovisuais todos os dias. (YOUTUBE, 2020). Para produzir vídeos atrativos e que entretenha os usuários, é necessário que o conteúdo contemple três características essenciais: ajude os usuários a descobrirem novos produtos, marcas e ideias, mesmo que não haja ainda a intenção de compra naquele momento; responda as principais dúvidas e perguntas mais frequentes das pessoas, auxiliando na construção de confiança na marca; e, por último, que tenha como objetivo estimular ações, incluindo conversões por meio de uma experiência única, simples e imediata. As ferramentas de buscas, quais são os tipos de sites buscadores (hierárquico, diretório e metabuscadores) e as quatro funções básicas da busca: rastrear, indexar, ranquear e exibir o melhor resultado. Para isso, entendeu-se a importância do SEO (Search Engine Optmization) e de sua aplicação por meio de auditoria do site, responsividade das páginas, deep link, link juice, produção de conteúdo de acordo com os interesses e comportamentos das personas na web, entre outros fatores. O objetivo do SEO é oferecer para o usuário o conteúdo mais relevante e no momento mais adequado, além de disponibilizar uma excelente experiência nas páginas. São esses fatores que determinarão uma melhor posição das páginas da web no ranqueamento dos sites buscadores, sem que haja a necessidade de realizar um investimento financeiro para garantir um espaço de destaque. Assim, o único jeito de mensurar as estratégias de SEO e o seu desempenho no ambiente digital é por meio da utilização das ferramentas de medição de performance e conversão, como o Google Analytics e as ferramentas de análise presentes nas redes sociais. 59 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING UNIDADE 2 Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados. TÓPICO 1 – Estruturas e Conteúdo do Marketing Digital; TÓPICO 2 – Função das Mídias; TÓPICO 3 – Tipos de Conteúdo. A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • Descrever tipos de conteúdo de marketing; • Aplicar as formas de conteúdo; • Identificar o uso dos indicadores de marketing; • Interpretar o ambiente das estratégias. 60 INTRODUÇÃO DA UNIDADE O principal objetivo desta unidade é desenvolver a compreensão sobre o planejamento, a produção e a publicação de conteúdo para as campanhas de marketing digital. Também serão abordados os aspectos referentes à promoção e propagação de conteúdo, personalização de experiências e estratégias para redes sociais. O conteúdo digital a ser veiculado nas mídias tradicionais, digitais ou sociais, precisa ser projetado, produzido e publicado visando sempre os objetivos da organização. Para tanto, retomaremos algumas diretrizes importantes fazendo uso de metodologias adequadas, que podem reduzir a necessidade de grandes esforços e liberar as pessoas para as atividades criativas e de acompanhamento. Hoje, quando queremos saber alguma informação específica, seja sobre um filme, música, notícia, receita, país, curiosidade, produto ou empresa, recebemos como resposta: “dá um Google”. Essa expressão e ação estão praticamente incorporadas em nossa rotina. O tempo inteiro estamos conectados a diferentes ferramentas de buscas e consumindo conteúdo relevantes, úteis e necessários para solucionar cada necessidade presente em cada momento dos nossos dias. Diante deste cenário, questiona-se: como funcionam os sites de buscas na internet? Como as empresas e pessoas produzem e disseminam o conteúdo certo no instante em que precisamos? 61 UNIDADE 2 ESTRUTURAS E CONTEÚDO DO MARKETING DIGITAL TÓPICO 1 1.1. Introdução do tópico Um projeto de um conteúdo digital envolve o nível de complexidade e custos de conteúdo (se ele será um conteúdo que pode ser realizado pelo próprio usuário ou se será uma produção profissional de alta qualidade), as práticas para a publicação desse conteúdo e as ferramentas utilizadas para sua publicação e acompanhamento. Sendo o conteúdo um dos componentes de uma estratégia de marketing, ele traz a atenção dos usuários, procurando manter o fluxo dos que visitam e observam as informações divulgadas, interagindo com o produto, com os outros usuários (clientes) e com o próprio conteúdo. Figura 15: Marketing digital Fonte: Freepik (2021). 1.2. Importância dos Conteúdos O projeto, portanto, deve considerar claramente qual é o objetivo da mensagem a ser transmitida pelo conteúdo, o quanto esse conteúdo é adequado ao público-alvo e às tecnologias disponíveis para esse público, bem como as ferramentas que serão utilizadas para sua publicação e acompanhamento. UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORESDE MARKETING 62 Costa (2017) descreve um princípio chamado “90-9-1”, introduzido originalmente por Jake McKee. Esse princípio é uma tese, já aplicada em várias mídias sociais, de que apenas 1% dos usuários de uma determinada rede social, posta contribuições de conteúdo significativas. Apenas 9% fazem contribuições eventuais e os 90% restantes são apenas consumidores de conteúdo. Esses consumidores de conteúdo passivos, também conhecidos como lurkers, são aqueles que se esgueiram, são numerosos, importantes e precisam ser compreendidos. Pela sua navegação “anônima”, pois são poucos os usuários que postam ou colaboram com conteúdo (proporcionalmente), também se tornam os mais intrigantes, os que possuímos menos informações a respeito. Todos os grupos são importantes, pois participam da atividade como criadores de conteúdo, como editores ou, no mínimo, como audiência. Um modo de entender essa relação é por meio do modelo de arquitetura social “os 4 Cs da comunidade” (COSTA, 2017). Neste modelo os quatro componentes são o conteúdo, o contexto, a continuidade e a conectividade. O conteúdo de qualidade é o ideal para a construção de uma comunidade. O contexto é a compreensão do grupo social, dos seus interesses e de como criar um ambiente digital que favoreça as relações entre as pessoas. A conectividade é a preocupação com a possibilidade dos acessos, das experiências, das relações, por meio das tecnologias e a continuidade é o compromisso em manter um fluxo de conteúdo, interações, usuários e manter a comunidade viva. No sentido de manter a comunidade viva, é necessário reconhecer a importância, tanto do conteúdo criado pelo próprio usuário, como do usuário que está criando o conteúdo. O conteúdo, mesmo que seja de baixa qualidade, no caso de um vídeo de baixa resolução, ou produzido com câmeras e equipamentos caseiros, é um conteúdo emergente. É uma criação da própria comunidade, é algo que realmente reflete o que os clientes pensam sobre a empresa. ATENCAO Esse conteúdo, presente no vídeo do YouTube, na imagem cômica do Facebook ou em uma frase sarcástica do Twitter, constitui um poderoso elemento. Ao mesmo tempo que esse objeto digital, com conteúdo autêntico, pode atender aos interesses da empresa para divulgação ou reforço da marca, também traz informações sobre usuários importantes (pois fazem parte do 1% que posta conteúdo regularmente ou 9% de postagens eventuais). Mesmo que o conteúdo possa ser engraçado ou ofensivo para a empresa, ainda é importante e deve ser analisado, cautelosamente, para extração do máximo de informações possíveis. ESTRUTURAS E CONTEÚDO DO MARKETING DIGITAL 63 Figura 16: Aplicação de conteúdo Fonte: Freepik (2021). Por outro lado, dependendo dos objetivos, do público e do produto, pode existir a necessidade de elaborar um conteúdo de acabamento profissional, um vídeo de alta qualidade com profissionais para a gravação e edição, atores e diretores. Esse vídeo sofre um processo de análise, de validação, de aprovação e de SMO – Social Media Optimization (COSTA, 2017). O processo envolve pensar e trabalhar em aspectos sutis, que podem ajudar a encontrar o conteúdo com mais facilidade e ter maior probabilidade de ser encaminhado, compartilhado e comentado pelos visitantes. Os cinco aspectos destacados por Bueno (2015) procuram aumentar a possibilidade de conexões, facilitar que os usuários marquem ou classifiquem o conteúdo, premiem links de retorno, ajudem para que o conteúdo possa ser portado, facilitando sua personalização. O conteúdo precisa estar em sintonia com os objetivos da estratégia mercadológica. Dessa forma, cada postagem de conteúdo em rede social precisa responder objetivamente às questões da metodologia 5W2H, conforme descrita por Bueno (2015), mas aplicada no contexto de publicação de conteúdo: 5W2H – What, Why, Where, When, Who, How, How much, ou em português: O quê, Por quê, Onde, Quando, Quem, Como e Qual o custo. O quê: Qual mensagem o conteúdo deve passar. Por quê: Como essa mensagem está justificada pelos objetivos de marketing. Onde: Qual é a rede social que os usuários/clientes estão observando e se é adequada para a combinação mensagem/conteúdo. UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING 64 Quando: Qual o dia e horário mais propício para a mensagem atingir o maior público monitorado e que irá gerar o melhor resultado. Quem: Quem será o responsável por esta mensagem. Como: Como o conteúdo irá atingir o objetivo. Custo: Determinação dos custos envolvidos na produção, veiculação e acompanhamento do conteúdo. Azevedo (2015) sugere uma metodologia prática para o planejamento na determinação de uma parte do custo, em especial o custo de acompanhamento. Esse, normalmente, é alvo de diversas discussões, pois não existia de forma objetiva no marketing tradicional, uma ferramenta para esse tipo de acompanhamento. Para o autor, as principais variáveis a serem consideradas são a frequência média das conversações relevantes em redes sociais (A) e a quantidade de comunidades relevantes (B). Com essas variáveis é possível calcular a alocação de recursos: ((A * B) * 20)/60 = tempo, em horas, necessário para o acompanhamento de ações em redes sociais. Ou seja, o número de conversas frequentes diárias por comunidade (por rede social monitorada), multiplicado pela quantidade de redes sociais, esse resultado multiplicado por 20, que representa os minutos, em média, necessários para procurar, entender e responder, quando necessário, cada postagem em rede social, dividido por 60 minutos, para deixar em unidade de horas. O cálculo de vinte minutos pode variar e é importante que seja registrado para um controle mais aproximado da realidade (COSTA, 2015). O resultado é uma quantidade de horas diárias, que irá ajudar a planejar quantas pessoas serão necessárias para o acompanhamento, ou mesmo justificar a necessidade de terceirizar (mesmo não sendo a prática mais recomendada) ou contratar mais pessoas. Simulando um cenário, se o objetivo for monitorar duas redes sociais (B), e em cada rede, em média, são 10 (A) postagens relevantes diárias (entre as da própria empresa e geradas por visitantes), o cálculo seria: ((10 * 2) * 20)/60 = 6,66 Para essa situação, uma pessoa levaria praticamente 7 horas para monitorar duas redes sociais com uma média de 10 postagens relevantes por dia. ESTRUTURAS E CONTEÚDO DO MARKETING DIGITAL 6565 Outra medida relevante para esse planejamento é o barômetro social, proposto por Azevedo (2015), composto pela exposição, engajamento, influência e ação. Para o autor, existiriam três zonas de medição em que esses componentes poderiam ser verificados: os sites da internet, as redes sociais e as informações off-line. 1.3. Aplicabilidade dos Conteúdos Algumas ferramentas de gestão também oferecem funcionalidades para a publicação de conteúdo. As ferramentas profissionais, atualmente, permitem a pré-visualização do conteúdo, um fluxo de aprovação e o agendamento dessa atividade. Figura 17: Uso das ferramentas Fonte: Freepik (2021). Na escolha de uma ferramenta é importante verificar se essas funcionalidades fazem sentido em relação à estrutura da organização. Por exemplo, se não existe uma estrutura para a validação de conteúdo, nem existem pessoas destinadas a cumprir esse papel, sendo que a responsabilidade de produzir e publicar é da mesma pessoa, é possível que esse requisito não seja tão importante, quanto o de permitir o agendamento das publicações, ou mesmo das informações estatísticas sobre os acessos do conteúdo publicado. As ferramentas de publicação são importantes para agilizar os processos de publicação, automatizar e agendar algumas atividades. Eventualmente, caso a publicação envolva o uso de parâmetros muito específicos de novas opções dentro da rede social, por exemplo: um novo tipo de postagem ou um diferente posicionamento da postagem, é possível que a ferramenta não suporte essaopção ou, pelo menos, que os desenvolvedores levem algum tempo para incluir a funcionalidade em seus aplicativos. 66 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING De forma geral, as ferramentas existentes conseguem cobrir os recursos comuns das redes sociais, permitindo o agendamento, a automação e alguns relatórios de acompanhamento. Algumas boas práticas no uso dessas ferramentas, em geral, podem ser descritas e envolvem principalmente orientações sobre o uso. A primeira boa prática é o controle das senhas. As ferramentas de postagem armazenam as senhas dos usuários da empresa na rede social. Dessa forma, é importante mapear quais senhas, e de quais usuários, estão configuradas para que, em caso de troca de funcionário, ou cancelamento dos serviços de terceiros, o gestor da empresa tenha o conhecimento e os acessos necessários para providenciar a troca das senhas, bem como ter ciência absoluta sobre quem é responsável por qual senha. Funcionários revoltados com uma demissão, ou mesmo sabotagens deliberadas podem ser evitadas, pelo menos parcialmente, com esse controle. Uma segunda prática muito importante, já no uso de postagens agendadas, é manter o acompanhamento da rede social sintonizado com a postagem automática. A pessoa que estiver monitorando a rede social precisa ter ciência de quais serão as próximas postagens, do horário e do conteúdo para interferir no caso de algum tópico, ou de alguma postagem polêmica estar contaminando o ambiente, prejudicando a atenção dos usuários, antes ou logo após a postagem programada. Por exemplo, um cliente está fazendo uma reclamação na rede social e aguardando uma resposta. Ele deve receber essa resposta antes da postagem automática agendada, pois, caso contrário, ficará com a impressão de que a empresa não tem tempo para responder às reclamações, mas pode postar um anúncio. Se é a mesma pessoa, ou se as pessoas responsáveis pelo agendamento e pelas respostas na rede social estiverem interagindo e sincronizadas com suas tarefas, a postagem automática pode ser postergada até que o momento na rede social esteja mais receptivo. No exemplo citado, até que o cliente tenha sua reclamação respondida. Uma outra situação que pode fugir ao controle é se a campanha a ser postada automaticamente utiliza alguma referência de pessoa ou de situação que possa gerar uma comoção negativa. Exemplo disso poderia ser uma campanha desenvolvida, aprovada e agendada para publicação com um ator famoso, que se envolve em alguma polêmica, depreciando gravemente seu nome e imagem. Nesse caso, a postagem precisa ser postergada ou até cancelada para uma nova análise. Eventualmente, essa situação pode não envolver uma pessoa, mas uma conjuntura, por exemplo: uma promoção de viagem, ou pacote de turismo para uma cidade, que no dia em que seria postada, coincide com um desastre natural, um terremoto ou um furacão. A postagem, também, precisa ser analisada novamente. O objetivo dessa boa prática é manter as vantagens de produtividade FUNÇÃO DAS MÍDIAS 67 da postagem automática agendada, mas sem perder de vista a sensibilidade de verificar se o conteúdo e o momento são adequados para aquilo que está agendado. Figura 18: Uso dos relatórios Fonte: Freepik (2021). Por fim, uma boa prática é, também, analisar os relatórios disponíveis, que poderão informar quantas pessoas comentam, encaminham ou classificam a postagem, dependendo da ferramenta e da rede social utilizada, mas que podem ajudar a mudar a estratégia atual ou mesmo fornecer informações importantes para definir a próxima estratégia de campanha. A promoção e a propagação de conteúdo digital precisam ocorrer de forma adequada ao público-alvo, planejadas pela organização e monitoradas quando sua propagação ocorre de forma espontânea. As informações de monitoramento precisam ser coletadas e analisadas para realimentar as campanhas em ação e o planejamento das próximas ações de marketing digital. INTERESSANTE Por mais sedutoras que sejam as tecnologias disponíveis para a nossa liberdade criativa, é importante considerar que existem dois limites importantes a serem respeitados: o limite em que o usuário (cliente) está confortável com a tecnologia oferecida e o senso crítico sobre quanto o conteúdo da promoção está consoante com os valores dos clientes, ou seja, se é aceito e entendido pelo público-alvo. 68 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING 1.4. Foco Tecnológico O limite tecnológico pode ser considerado, ao mesmo tempo, uma barreira, pois exige que as novas tecnologias sejam sempre usadas de forma criativa e um incentivo, oportunizando que haja mais criatividade no uso de tecnologias existentes, que por sua vez, já são confortavelmente utilizadas pelos clientes. A realidade virtual diz respeito à digitalização da realidade e à representação computacional de elementos reais, como o Second Life e jogos de simulação realistas. O uso de realidade virtual, de realidade aumentada de vídeos em altíssima resolução e de vídeos em 3D (tecnologias de imagem, que simulam a dimensão de profundidade ou em terceira dimensão, além de altura e largura) são ferramentas que já estão disponíveis para campanhas de marketing. Os custos para estas produções começam a ficar acessíveis, porém a questão crucial é o quanto uma produção “pesada” é necessária para a campanha e qual a porcentagem dos clientes que estará confortável e possuirá os recursos necessários para navegar por esse tipo de material. O conteúdo é propagado de forma planejada quando a campanha, deliberadamente, previu e preparou um caminho para que esse conteúdo fosse distribuído de forma a atingir as pessoas visadas pela campanha. No marketing tradicional podemos utilizar o exemplo de uma distribuição de flyers, aqueles pequenos panfletos com um conteúdo específico e visualmente atraentes para a divulgação de uma campanha. A distribuição desse flyer precisa considerar, entre outros fatores, qual o público que deve ser atingido, por onde esse público circula e em qual horário. Considerando esses fatores, deverão ser escolhidos locais e horários de distribuição, de maneira a ser possível atingir o maior número de consumidores em potencial e, preferencialmente, sem entregar ou oferecer esse conteúdo mais de uma vez para o mesmo cliente, pois trata-se de um conteúdo relativamente caro, que foi impresso em quantidade determinada de material, devendo ser bem aproveitado e, se possível, não descartado nas vias públicas. Na campanha digital planejada de propagação de conteúdo, as variáveis de público a ser atingido, por onde esse público circula e horário também devem ser consideradas, porém adaptadas para a realidade on-line. IMPORTANTE TIPOS ESTRUTURAIS DE CONTEÚDO 69 Na navegação on-line, seja por sites ou por redes sociais, é necessário conhecer as informações sobre o público-alvo que descrevem seus costumes, quais são os sites que esse público visita e quais são os fóruns, tópicos, grupos de discussão a que pertencem ou mesmo quais são seus interesses, quais pessoas são seguidas, em quais assuntos os clientes demonstram ter maior interesse. Esse planejamento não deverá considerar qual é a esquina mais movimentada, mas qual o local on-line, ou melhor, quais os locais em ambientes virtuais visitados regularmente para que possam receber o conteúdo da campanha. Porém, se para a empresa existem informações sobre locais físicos visitados por clientes, também é possível utilizar essa informação, de forma estratégica, na propagação de conteúdo de forma planejada. O local físico pode ser utilizado como um vetor de conexão para a campanha digital, ou mesmo para exibir o conteúdo da campanha. Esse vetor pode ser em forma de um cartaz, outdoor, totem ou ainda a distribuição tradicional de um flyer que possua o link, o endereço e a chamada para o conteúdo on-line. Também é possível utilizar um totem interativo ou uma tela que exibe o conteúdoda campanha. O QR Code – Quick Responde Code – é um formato de código de barras de duas dimensões que pode ser digitalizado e reconhecido rapidamente por câmeras digitais, mesmo de baixa resolução, em equipamentos como computadores, notebooks, tablets e smartphones. O QR Code consegue armazenar uma quantidade de informações razoável, suficiente para gravar dentro do código um endereço de e-mail, ou um link para um site da internet ou rede social, por exemplo. Diversos sites oferecem o serviço gratuito para a geração do QR Code, assim como aplicativos que permitem gerar um código para endereços de internet, cartões de visita ou mesmo textos curtos. Outra variável que auxilia na delimitação da estratégia de propagação é o horário, ou a periodicidade, dia da semana ou frequência das visitas. Por mais que o conteúdo da campanha esteja disponível durante as 24 horas do dia e por todo o mundo por estar acessível pelas tecnologias de informação e comunicação, no planejamento da propagação, podemos utilizar essa variável para concentrar e potencializar as ações. Conhecendo quais são os horários mais frequentes em que os clientes visitam cada site, cada rede social, é possível concentrar a veiculação de conteúdo, ou seja, a inserção de publicidade nas redes sociais nesses períodos, o que irá ajudar a atingir um maior número de espectadores e a manter dentro de controle os custos da campanha. Uma forma de pesquisa é observar, nas redes sociais, por exemplo, quais são os horários nos quais há mais publicações, mais atualizações por parte dos usuários, isso indica que são horários em que eles estão ativos, navegando pelas redes sociais. 70 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING Exemplificando, construiremos, a seguir, um cenário no qual realizaremos uma campanha de marketing digital para uma loja de acessórios femininos, sendo o principal conteúdo desenvolvido um vídeo com uma famosa atriz que utiliza a nova linha de produtos. Pesquisando o comportamento das consumidoras, foi identificado que existem três locais virtuais com grande número de visitantes interessados no produto. O primeiro local é um blog de dicas de moda, o segundo, é uma comunidade sobre tendências de moda em uma rede social e o terceiro, é a seção de horóscopo de um grande portal. Na mesma pesquisa também se observou que um salão de beleza específico, no mesmo bairro da loja de acessórios, também foi bastante citado. Para o acompanhamento dessa propagação, algumas práticas podem ser adotadas. A primeira questão é onde o vídeo está hospedado, se em um provedor externo ou em um servidor próprio, mas que consiga trazer a informação, no mínimo, sobre o número de acessos. A maioria das hospedagens atuais consegue trazer, além do número de acesso, também a localização geográfica e o navegador ou sistema operacional que o visitante utilizou. Figura 19: Abrangência do conteúdo Fonte: Freepik (2021). Já o conteúdo ou o vídeo em si, nesse caso, em que podemos ter diversas origens para a visita, podemos criar também uma landing page, ou seja, uma página de aterrissagem para cada origem. Desta forma, o site que irá hospedar nossa campanha precisaria ter uma página para receber os visitantes do blog, outra para o portal de conteúdo, uma terceira para a rede social e uma quarta página para contabilizar os visitantes do salão de beleza. Essas quatro páginas irão apontar para o mesmo vídeo, para o mesmo conteúdo, porém essa divisão nos permite analisar e acompanhar de forma independente como está a propagação em cada mídia, controlar os custos individualizados e, por fim, verificar qual dos meios possui melhor retorno sobre o resultado. TIPOS ESTRUTURAIS DE CONTEÚDO 71 Deve haver destaque para o horário ou frequência nos locais virtuais, pois a importância disso não se encerra na possibilidade de veicular o conteúdo de forma sincronizada com a audiência, pois nem todos os sites oferecem essa possibilidade. Além de tentar fazer essa sincronia de veiculação, a informação pode embasar uma estratégia de criação de um plantão que atenda aos clientes no período em que estão mais ativos nos locais virtuais. Esse é o horário mais propício para se responder nas redes sociais, para realizar promoções e para concentrar a veiculação de conteúdo. A propagação espontânea de conteúdo consiste no conteúdo relacionado ao produto ou serviço da empresa que é divulgado pelos próprios clientes, com pouca ou nenhuma intervenção. Esse conteúdo pode ser produzido pela empresa e propagado pelo público, ou criado e divulgado por ele. Os objetivos de propagação de conteúdo, de forma espontânea, podem envolver a “viralização” do conteúdo, o fortalecimento de marca ou ainda um teaser, ou provocação para uma campanha futura. Um conteúdo “viralizado” tem esse termo, pois é propagado de forma similar a um vírus, ou seja, espalha-se muito rapidamente, de forma descontrolada, tornando-se viral. O fortalecimento de uma marca por meio de conteúdo espontâneo é interessante para empresas que visem ser reconhecidas por grandes porções da população. NOTA Os teasers, são as partículas de conteúdo que são veiculadas para provocar, para incentivar a curiosidade das pessoas para uma campanha futura, ou para um produto ainda a ser lançado. Os trailers que os grandes estúdios produzem e lançam na internet para que se tornem virais, são um exemplo de conteúdo produzido pela empresa e divulgado de forma espontânea. Os estúdios de cinema enviam para alguns críticos ou sites especializados o conteúdo da campanha (trailer) e, a partir de então, de forma exponencial e, por meio dos contatos virtuais, uma multidão de pessoas assiste a esse conteúdo, sem esforço da empresa. Essa estratégia possui uma vantagem especial em produtos digitais, como é o caso de um filme, pois por maior que seja a procura, ainda seria possível atender os clientes interessados. Sendo, apenas, uma questão de mais semanas mantendo o filme em exibição. Para empresas com lojas ou produtos físicos, ou no setor de serviços que não sejam digitais, uma campanha com um conteúdo que se torne viral pode até causar problemas. Isso ocorre no caso de uma empresa não estar preparada ou de não existirem condições de atender à demanda. 72 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING Para que um conteúdo produzido pela empresa seja passível de propagação espontânea, o principal requisito é a sua portabilidade. O formato do conteúdo deve permitir que os usuários possuam facilidade para reproduzi- lo, para encaminhá-lo para outros usuários com a maior liberdade possível, sem restrições relacionadas à ferramenta ou à plataforma do usuário. É necessário permitir que qualquer usuário de internet consiga, seja por e-mail, por postagem em rede social ou blog, enviar o próprio conteúdo ou, ao menos, um link amigável que possa ser exibido em computadores, tablets, celulares e, eventualmente, em outros equipamentos, como as novas gerações de televisores conectados à internet. Um vídeo disponível on-line é um dos melhores exemplos de portabilidade. Até por meio de alguns consoles de videogame é possível sua exibição e compartilhamento, sendo que o YouTube, ainda, consegue fornecer muitas informações sobre os acessos. Por fim, o conteúdo produzido e propagado de forma espontânea pelos usuários é o que possui, ao mesmo tempo, o maior potencial e o maior risco. Esse conteúdo produzido pode ser na forma de texto, como um simples comentário em um blog ou site especializado na avaliação de produtos ou serviços, em uma imagem ou num vídeo. O potencial ocorre pela autenticidade do conteúdo. Usuários tendem a confiar mais na palavra e na opinião de outros clientes do que na propaganda da própria empresa. ATENCAO Se é um conteúdo interessante e bem avaliado pode alcançar um número de pessoas muito grande. Já o risco está relacionado ao conteúdo em si, que, apesar de poder trazer à tona qualidades importantes doproduto ou serviço, também pode conter opiniões desagradáveis sobre a empresa, péssimas experiências ou defeitos do produto que, pela característica de liberdade de expressão inerente à internet, não podem ser facilmente contidos pela empresa. Nessa situação só restam duas ações para a empresa. A ação preventiva de monitorar seus produtos, serviços e atendimento para sempre buscar satisfazer seus clientes e a ação reativa, que ao monitorar a circulação de conteúdo espontâneo resolve as questões e procura desenvolver conteúdos positivos para atenuar os efeitos de conteúdos pejorativos. TIPOS ESTRUTURAIS DE CONTEÚDO 73 Essas seriam as informações básicas a serem observadas e registradas sobre a campanha em andamento, com foco na audiência de conteúdo. É importante frisar que, ao longo do tempo, a percepção sobre o que está acontecendo pode influenciar o andamento da campanha, ou seja, por mais que exista uma estratégia deliberada sendo executada, a correção do caminho, a mudança e até a suspensão de um conteúdo que esteja gerando polêmica desfavorável deve ser realizada, mesmo que comprometa o planejamento inicial. A quantidade de variáveis envolvidas, a percepção da audiência virtual, a interferência de eventos externos, tornam a execução, normalmente, muito mais complexa do que quando planejada. 74 AUTOATIVIDADE Questão 1. Esse crescimento do varejo on-line pode ser creditado a algumas vantagens em relação ao ambiente tradicional. Levando em conta essas vantagens, avalie as afirmativas a seguir: a. Dentro da cadeia do varejo eletrônico, vivenciamos uma desintermediação, pois muitas vezes as negociações ocorrem diretamente com o consumidor. Essa desintermediação, por uma lógica comercial, acaba diminuindo o custo do produto. b. O ambiente on-line é composto unicamente por grandes empresas que já atuavam no varejo tradicional. c. No varejo on-line, a busca por produtos e serviços é dificultada pelo grande número de varejistas disponíveis. d. Um dos pontos a ser melhorado no varejo on-line é sua conveniência, pois o acesso a ele é dificultado pela necessidade de inclusão digital. e. O varejo on-line obriga os consumidores a realizarem suas compras em uma área geograficamente próxima à sua residência, sob pena de dificultar muito a logística de entrega. Questão 2. Dentro da formação e constituição de conteúdo para exibição aos consumidores, umas das ferramentas que mais se destaca por provocar e incentivar a curiosidade não somente de seus consumidores mas também dos concorrentes é: a. Youtube. b. Teasers. c. Google. d. Landing page. e. Trailer. 75 AUTOATIVIIDADE Questão 3. Comunicação integrada de marketing é a utilização simultânea de vários canais de comunicação com o objetivo de impactar e estimular o consumidor em todos os estágios de compra, da descoberta da necessidade até a efetivação. É correto afirmar que: a. Tornar o produto mais interessante aos olhos do consumidor, aumentando a proposta de valor e tornando-o mais vantajoso financeiramente. b. Ampliar as formas de contato com o consumidor. c. Adequar o pacote ofertado ao consumidor, trabalhando com um produto ampliado por outros elementos, como a garantia. d. Adequar o pacote ofertado ao consumidor, trabalhando com um produto ampliado por outros elementos, como a garantia. e. Efetivar ou agilizar o fluxo de mercadorias do fabricante até o consumidor. Questão 4. Descreva como as estruturas de conteúdo podem contribuir para o equilíbrio das propagandas digitais. Dê exemplos. Questão 5. O marketing de conteúdo atua dentro do ambiente de serviços que se apresenta como uma opção importante no cenário nacional, não resta a menor dúvida, contudo, quando analisamos o varejo, não podemos esquecer que existem diferenças significativas entre as características de um serviço e de um produto. Cite e descreva quais as características fundamentais da realidade virtual dentro do marketing digital. 76 UNIDADE 2 FUNÇÃO DAS MÍDIAS TÓPICO 2 2.1. Introdução do tópico Nas mídias tradicionais, como a televisão, rádio, jornais e revistas, o alvo da mídia, ou os clientes/expectadores/usuários possuem praticamente sempre a mesma experiência, ou seja, o conteúdo que está sendo empurrado pela mídia é sempre o mesmo, independentemente de quem o recebe. Nos primeiros anos de internet, os sites, a experiência on-line, também seguiam esta mesma lógica, pois eram estáticos, em páginas fixas com conteúdo fixo ou com pouca atualização, normalmente percebidos da mesma forma por todos os visitantes. Os sites de notícias eram praticamente uma reprodução fiel dos jornais impressos, sites de empresas, em sua maioria, traziam apenas informações que pareciam ter sido montadas a partir de um folder de apresentação antigo. Por volta do final dos anos 90 e de forma exponencial, até os dias de hoje, surgiram muitas possibilidades para a mudança desse cenário. A maioria dessas novidades orbita entre compartilhamento, colaboração e personalização. O compartilhamento engloba o conjunto de ferramentas que permite levar experiência e conteúdo para outros, ao encaminhar links, fazer envios por e-mail, compartilhar em rede social. Novamente o YouTube é um grande exemplo disso. A colaboração está presente em muitas ferramentas que tornaram fácil e prático a autoria coletiva, classificar e avaliar, comentar e informar ideias e opiniões. O fenômeno wiki, representado em especial pela Wikipedia, enciclopédia global gratuita, construída pela colaboração das pessoas, demonstra o potencial dessa funcionalidade. 2.2. Usos e Aplicabilidades A personalização libertou os usuários para escolherem as cores, o layout, o tamanho das letras, se irão ou não aguardar o encerramento da propaganda para assistir ao vídeo, se desejam que o conteúdo seja aberto em uma nova janela, ou não permitir o rastreamento por cookies, além de possibilitar a visualização do conteúdo em um computador, tablet, smartphone, notebook, smart TV, videogame etc. A liberdade de escolha, ajuste, personalização é muito diferente de quando o conteúdo era apenas recebido em jornais e revistas impressos, ou nos sites dos primeiros anos da internet. FUNÇÃO DAS MÍDIAS 77 O conteúdo, portanto, também é dinâmico. O site está vivo, recebe comentários, atualização frequente. A página da empresa, na rede social, precisa estar em movimento e ter um volume de informações dentro de um fluxo suficiente para manter a atenção, porém sem exageros, pois pode espantar o cliente um pouco mais crítico. Figura 20: Mídias sociais Fonte: Freepik (2021). O trio, compartilhamento, colaboração e personalização permite que os internautas possuam experiências únicas e personalizadas. O cliente que encaminha um link de produto, ou que comenta sobre uma compra realizada, que personaliza quais as seções da loja que está interessado, é um cliente que, além de tornar sua experiência diferente de qualquer outro visitante, oferece valiosas informações sobre seus interesses. Para explorar a personalização de experiências, precisamos utilizar as informações gerenciais em tempo real, identificar exemplos da personalização de produtos e serviços e aprender com as ações e experiências dos clientes, com o objetivo de proporcionar-lhes novas experiências personalizadas e exclusivas. A personalização de mídias, produtos e serviços consiste em uma mudança de paradigma, pois num primeiro momento, as empresas (em sua maioria indústrias) dos anos 1990 tinham como foco empurrar produtos iguais para todos os clientes, ao passo que, no momento atual, as empresas unem suas forças e recursos para atender às peculiaridades de cada cliente. Podemos verificar isso no uso das ferramentas, que ilustra o argumento de Bueno (2015). As ferramentas atuais permitem que todas as informações geradas pela navegação do usuário no site, com a participação de pessoas nos tópicos de redes sociais e visualização de conteúdo postado nas campanhassejam acompanhadas, à medida que acontecem, ou seja, em tempo real. Podemos receber um relatório, um alerta no celular, um novo indicador no painel de acompanhamento praticamente para cada clique que um cliente executa em nosso site. 78 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING Entretanto, por mais atrativo que possa parecer, para que existam essas informações com tanta velocidade, é necessário ter ciência dos próprios limites ao se lidar com a amplitude de informações disponíveis. Por exemplo, quanto maior for a quantidade de informações, provavelmente, menor será o nível de detalhamento possível para análise. Da mesma forma, quanto menor a gama de informações para serem trabalhadas, possivelmente, maior será o detalhe que conseguiremos aprofundar na informação. Atualmente, como os custos de armazenamento e processamento de informações estão cada vez menores, seria interessante fazer a escolha inicial de coletar o máximo de informações possíveis. Em seguida e, em um processo contínuo, verifica-se qual a periodicidade e o nível de detalhe que é suportável para análise. Esse nível de detalhe precisa ser suficiente para entender o que está acontecendo, mas ao mesmo tempo não pode ser tão detalhado que não permita uma análise rápida para ajustar a estratégia em andamento. A cada dia nos distanciamos dos primórdios da Era Industrial, quando as empresas buscavam produzir a maior quantidade de itens exatamente iguais, para reduzir seus custos de produção. O imperativo atual é a produção puxada (BUENO, 2015), que permite, mesmo para as grandes empresas, a fabricação de produtos com alguma personalização para cada cliente. Um exemplo que pode ser acessado, facilmente, é o dos fabricantes de automóveis, que trazem dentro de seus sites assistentes todas as opções para que o visitante configure seu carro, escolhendo modelo, cor e acessórios. Produtos digitais como a impressão de fotos, ou mesmo canecas e camisas também podem ser encomendados diretamente por algum site e recebidos de forma prática e cômoda. Um grande fabricante de tênis americano possui um site com a venda de produtos personalizados. Neste site é possível criar um tênis, escolhendo o material, a cor do cadarço (que pode ser até uma cor diferente para cada pé) e uma mensagem personalizada a ser bordada no tênis. Muitos produtos e serviços que podem estar a alguns cliques de distância do consumidor, ainda assim, são personalizáveis e configuráveis. A era do mercado de massa está dando passagem para a massificação dos nichos. Se na Era Industrial a empresa tentava atender o maior número de clientes, exatamente do mesmo jeito e com o mesmo produto, atualmente, tem como desafio atender às peculiaridades individuais de cada cliente, conforme descrito por Bueno (2015). Para o autor, as empresas vivem um ciclo de inovação e buscam proporcionar experiências personalizadas aos clientes. Com a sua participação, utilizam como base a arquitetura técnica da empresa, formada por seus processos, seus acessos e seus recursos locais, bem como a arquitetura social da empresa, mediada pelos pilares de manter experiências personalizadas e recrutar recursos globais. FUNÇÃO DAS MÍDIAS 79 O acesso em tempo real às informações dos nossos clientes permite, inclusive, a personalização das ofertas e das promoções que podemos fazer a cada um deles. Essa promoção não precisa mais ser uma decisão da empresa, que analisou todos os produtos e encontrou a possibilidade de reduzir o preço de determinado item do estoque. As promoções atualmente, em sites de comércio eletrônico, podem ser um conjunto de parâmetros, de regras predefinidas. Ou seja, se o cliente navegou pelos produtos da loja virtual e acessou um produto, a própria loja mostrará todos os produtos relacionados àquele e que possuam preço competitivo. Se o cliente sair da loja sem comprar o produto, em sua próxima visita, serão aproveitadas as informações já conhecidas sobre a sua navegação, e assim, podem ser exibidas, novamente, as ofertas. Por outro lado, após o cliente adquirir um produto na loja virtual, precisamos ter o cuidado de não exibir esse produto em oferta por um valor abaixo do que o cliente pagou, nas suas próximas visitas. Não é necessário (e nem ético), esconder o produto ou não exibir o produto apenas para aquele cliente, mas também não é necessário mostrar que o produto entrou em oferta logo após a compra. Figura 21: O cliente e a compra on-line Fonte: Freepik (2021). Basicamente as ferramentas utilizadas para essa atividade são os cookies, o próprio sistema da loja virtual. Os cookies são utilizados para registrar o usuário e a sua navegação, ou seja, quais links foram acessados, qual foi o caminho do cliente dentro da loja virtual. A combinação das informações da loja virtual e dos cookies pode identificar, por exemplo, onde é mais frequente a desistência de uma compra. Seguindo esse exemplo, descobrindo que os clientes desistem da compra após a confirmação de endereço, no cálculo do frete, seria uma indicação que os valores negociados para a entrega dos produtos precisam ser revistos. https://media.istockphoto.com/photos/light-bulbs-concept-picture-id1027533352?s=612x612 80 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING A personalização de produtos e serviços traz para a empresa um grande laboratório, cabendo ao cliente exercitar suas escolhas e à empresa, apenas duas responsabilidades: prover o ambiente no qual o cliente, realmente, consiga personalizar e receber esse produto exclusivo; e aprender com a personalização. IMPORTANTE 2.3. Domínio das Redes A responsabilidade de aprender leva a empresa a esquecer tudo aquilo que ela “acredita” que o cliente quer, para focar no que, realmente, ele está procurando ou escolhendo. A empresa pode negociar melhor com os seus fornecedores, ao valorizar o mesmo que os clientes valorizam. Consegue, assim, estruturar melhor os seus processos para dar vazão às escolhas desses clientes, além de oferecer e testar outras opções de forma exclusiva e com menores investimentos. A personalização tem preço, mesmo que existam opções acessíveis para atender a maior parte dos clientes. Entretanto, experiências com opções de valores mais elevados podem ser interessantes para antecipar mudanças. Para Bueno (2015), a personalização, não apenas de produtos ou serviços, tornou-se mais fácil por utilizar a internet como meio de comunicação individualizada com os clientes. Bueno (2015) utiliza a expressão cocriação de valor para designar a criação de valor em conjunto, em que as necessidades e habilidades dos clientes participam da criação das experiências proporcionadas pela empresa e pelos seus acessos aos recursos necessários. Por mais que a criatividade permita a criação de infinitas estratégias para a atuação em redes sociais, das mais simples às mais elaboradas, elas podem se dividir em pelo menos dois tipos distintos: estratégias de massa e estratégias de nicho. Eventualmente, um terceiro tipo, de estratégia mista, pode ser utilizado como uma estratégia para públicos distintos, sendo na prática a execução paralela e simultânea dos dois tipos originais. As estratégias de massa em redes sociais seguem, em grande parte, a lógica do marketing de massa das mídias tradicionais. A principal característica dessa estratégia é o envio massivo e indiscriminado de informações para o máximo de pessoas possível. FUNÇÃO DAS MÍDIAS 81 No marketing tradicional os exemplos são a panfletagem, a mala direta pelo correio, tanto quanto as mídias de massa como a televisão ou rádio. O marketing digital possui uma característica especial que torna o potencial dessa estratégia tão poderoso quanto perigoso. Conforme a descrição de Azevedo (2015), na economia digital o custo de produção pode ser alto, mas o custo de reprodução do bem de informação, ao longo do tempo, é muito baixo. Se mesmo em uma campanha tradicional, com uma ação demuito para a construção da relevância das redes sociais e dos sites buscadores no ambiente digital. Esse cenário proporcionou ao consumidor um amplo acesso às informações e relacionamento com pessoas com interesses afins. Diante do exposto, os consumidores abandonam a atitude passiva de apenas receber conteúdos e informações das marcas e adotam uma atitude ativa, ou seja, vão atrás das informações que querem, nos canais que confiam. Sites especializados, fóruns, vídeos tutoriais, postagens em redes sociais, são alguns dos exemplos de suas fontes. Sendo assim, quando chega o momento de efetivar sua compra, o cliente já está com boa parte da sua decisão tomada. Afinal, ele já fez a sua lição de casa, conhece vantagens e desvantagens de um produto/serviço oferecido por uma empresa em relação ao oferecido pela outra. Com essa mudança de comportamento fez-se necessária a presença das organizações nas plataformas digitais, com o intuito de dialogar com o seu consumidor e participar de forma ativa e positiva da sua jornada de consumo. Para compreendermos sua relevância para as organizações, precisamos entender o que é o marketing digital. Também chamado de novo marketing ou marketing 4.0, o marketing digital é o conjunto de atividades e estratégias de comunicação elaboradas dentro do ambiente on-line, utilizado pelas empresas para divulgar o seu produto ou serviço. Um de seus principais objetivos é adquirir mais consumidores. IMPORTANTE O que diferencia o marketing digital do marketing tradicional? O marketing digital possibilita, para o profissional e para a empresa que o adota, uma série de vantagens, como: a possibilidade e viabilidade da utilização de KPIs (Key Performance Indicator), KRIs (Key Risk Indicators), viabilidade de segmentação e personalização demográfica e psicográfica do público-alvo, análise em tempo real promovendo agilidade na divulgação e validação das campanhas publicitárias, alcance global, interatividade, feedback instantâneo do cliente ou lead, além de um investimento reduzido, comparado a uma campanha veiculada em uma mídia considerada de massa, como por exemplo: jornais, revistas, rádio e televisão. 11 UNIDADE 1 APLICABILIDADE DO MARKETING DIGITAL TÓPICO 1 1.1. Introdução do tópico O mundo digital gera grande impacto sobre a sociedade, em âmbito geral. É evidente que as tecnologias digitais estão cada vez mais presentes na vida humana e é inegável sua influência na maneira como vivemos e interagimos com o mundo. Entretanto, onde tudo isso começou? Para contextualizar o tema e conhecer as possibilidades do marketing digital, é necessário antes compreender como o marketing e a tecnologia contribuíram para seu mútuo desenvolvimento. O principal ponto de convergência entre marketing e tecnologia, e que ampliou os horizontes do marketing, foi a evolução das mídias, da mesma forma que o uso dessas mídias pelo marketing contribuiu para financiar as mudanças e avanços tecnológicos que ocorreram nas próprias mídias. Figura 01: Marketing digital Fonte: Pixabay (2021). 1.2. Origem e Reforço Do Marketing Nos últimos anos, a palavra digital se tornou, por assim dizer, um “sobrenome” para identificar as novas tecnologias. Temos televisões digitais, redes digitais, livros digitais e uma infinidade de outros produtos que compartilham essa denominação. Mas o que realmente quer dizer o termo digital? E o termo analógico, que parece ser quase um sinônimo de algo antigo, obsoleto, o que significa? UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL 12 O dicionário Aurélio traz a seguinte definição para a palavra analógico: “diz-se de um sistema cuja expressão matemática da relação existente entre suas grandezas físicas é análoga ou semelhante à mesma expressão de um outro sistema” (COSTA, 2017, p 58.). Em outras palavras, podemos dizer que o analógico seria como uma representação. Por exemplo, um relógio analógico possui ponteiros que representam a passagem do tempo; uma fotografia analógica é a representação de uma imagem, um disco de vinil possui ranhuras que fazem a agulha do aparelho de som vibrar na mesma frequência que os instrumentos ou a voz que estão representando o som. A humanidade já nos ofereceu diversas formas de representações analógicas, como textos escritos, ilustrações, músicas, televisão e rádio analógico, por exemplo. Tudo aquilo que é analógico é uma representação, ou seja, não é o objeto real, mas possui uma estreita ligação com a realidade. Além disso, sua reprodução pode ser trabalhosa e, quando é copiado sucessivamente, é possível, e até esperado, que se perca qualidade. Lembrando que essa qualidade da reprodução, muitas vezes é tratada como a fidelidade de uma cópia. Obviamente, não se pode considerar a reprodução ilegal de conteúdo digital, a pirataria, em que produtos podem ser contaminados com códigos maliciosos, vírus ou ter sua qualidade deliberadamente reduzida para facilitar a reprodução, como é feito com filmes e músicas. No entanto, é importante lembrar que nem sempre foi assim. A impressora com tipos móveis, inventada por Gutenberg em 1439, foi a primeira grande revolução nas mídias. Anteriormente, os livros eram escritos à mão por monges e escribas em um processo lento e caro. Gutenberg deu início à possibilidade de produzir mídia em massa com maior velocidade (BUENO, 2015). Telefone e rádio também trouxeram importantes contribuições e podem ser considerados mídias que conseguiram ao longo do tempo aproximar pessoas e reduzir distâncias. A sequência de avanços na eletrônica, com a criação de semicondutores, válvula, microchip, satélites, fibra ótica, estruturas internacionais de telecomunicações, entre outras, foram imprescindíveis para o desenvolvimento das grandes redes, como a internet e a telefonia fixa e móvel. Nas últimas décadas, cada avanço trouxe seu impacto, mas, em especial, a combinação e recombinação das tecnologias permitiram infinitas possibilidades de serviços, produtos e formas de comunicação. Diversas áreas do conhecimento humano aproveitaram cada onda de novas tecnologias disponíveis. No entanto, neste momento, iremos concentrar nossas observações nas possibilidades que essas mudanças trouxeram para o marketing. IMPORTANTE APLICABILIDADE DO MARKETING DIGITAL 13 1.3. Marketing Digital X Marketing Tradicional Para entendermos as possibilidades que temos à disposição atualmente e, por que não, também estarmos preparados para as que ainda vão surgir, é importante consolidarmos as diferenças entre o marketing digital e as formas tradicionais de mercadologia. Figura 02: Influência do marketing nas rotinas Fonte: Pixabay (2021). Nos meios tradicionais, ou seja, no mundo analógico, com objetos físicos, muitas das limitações estavam relacionadas com a capacidade de reprodução dos objetos, custos e tempo envolvidos nessa reprodução e distribuição. Por exemplo, no Brasil, até aproximadamente a metade da década de 1990, um dos meios de comunicação mais utilizados para anúncios era o jornal impresso. Em 1996, segundo uma pesquisa publicada pela ANJ (Associação Nacional de Jornais), os jornais ainda representavam mais de 25% de todo o investimento publicitário em mídias, enquanto em 2013 essa participação foi de pouco mais de 10% (AZEVEDO, 2015). O jornal impresso era considerado uma mídia dinâmica e estratégica. Dinâmica, pois era possível anunciar um produto rapidamente. Nos jornais mais profissionais, algo em torno de dois dias úteis, entre o anunciante ir até um balcão de atendimento e entregar um texto ou uma imagem para a diagramação no jornal. Estratégica, pois o alcance, a penetração do jornal impresso na população economicamente ativa, era muito grande. Os anúncios tinham diversos preços, os mais baratos, geralmente composições de duas ou três linhas, e os mais caros, aqueles que ocupavam uma página inteira e poderiam ser, inclusive, coloridos. Atualmente, a maioria dos jornais reduziu seu tamanho e tiragem, perdeupanfletagem, o custo da impressão e distribuição de cada panfleto é baixo, o custo para o envio de um e-mail em massa, para milhares de pessoas, é ainda menor. Outras estratégias de massa em redes sociais podem envolver a postagem para milhares de seguidores, a contratação de banners nas redes sociais ou em portais de grande número de acessos. Qualquer ação de marketing que não esteja preocupada em dirigir o seu conteúdo para grupos específicos de pessoas, ou selecionando critérios demográficos específicos, constitui uma estratégia de massa. Figura 22: Estratégias de marketing Fonte: Freepik (2021). As estratégias de massa em redes sociais podem ser eficazes nas situações em que a empresa não é conhecida pelo público, ou mesmo quando o produto ou serviço é inédito. Sendo assim, a estratégia de empurrar informações em massa faz-se necessária. Nesse caso não existe uma demanda, nem um volume de busca que traga o cliente ao encontro da empresa, sendo preciso levar as informações até o cliente. Apesar de ser uma estratégia familiar, com suas origens enraizadas no marketing de massa tradicional, essa estratégia possui o desafio de buscar a atenção da audiência para a assimilação da mensagem. Pois em um contexto, no qual o cliente internauta se habitua a ter controle de suas opções, facilmente, ele consegue evitar, cancelar, desviar de várias formas as propagandas em https://media.istockphoto.com/photos/woman-sketching-a-business-plan-at-a-creative-office-picture-id912338074?s=612x612 82 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING massa. Se a mensagem for complicada, longa, não atrativa, dificilmente alcançará o engajamento do cliente ou mesmo a chance de ter sido vista ou lida em sua completude. Da mesma forma, muito conteúdo veiculado não é assistido até o final, por falta de paciência do internauta. Dentro de uma rede social, a estratégia de empurrar conteúdo em massa pode ser executada basicamente por meio de dois vetores. Pelo anúncio para ou pela propagação espontânea do conteúdo viral. No caso do anúncio, a ação pode ter alguma margem de controle. Na prática, o ideal seria prover uma peça de conteúdo e acompanhar a reação e o número de visitantes que busca por informações adicionais. Esse acompanhamento irá embasar o próximo anúncio e, em algumas rodadas de ajustes, já haverá um certo fluxo de pessoas que, possivelmente, já terá entendido as principais características do produto ou serviço que a campanha objetivava divulgar. Nesse caso, é necessário verificar a competência e qualidade do produto que, realmente, está sendo adquirido ou contratado pelos clientes. A campanha com objetivo viral, conforme já alertado, pode atingir muitas pessoas, mas corre certos riscos. A velocidade de propagação dificulta o acompanhamento e o ajuste. É praticamente impossível entender o que está acontecendo na velocidade necessária para alguma ação. Não conseguimos acompanhar como os clientes estão compreendendo a mensagem, qual está sendo o seu efeito e mesmo o risco de gerar um volume de busca pelo produto ou serviço, além do que a empresa tem capacidade para atender, criando, assim, uma imagem negativa. As estratégias de nicho em redes sociais são potencializadas especialmente pelas novas tecnologias. As infinitas possibilidades de pessoas se conectarem em grupos (nichos) relacionados aos mais diversos interesses geram ambientes muito propícios para o marketing de nicho. As pessoas que gostam de consoles de videogame da década de 1980 podem se encontrar nas redes sociais, criar um tópico ou uma comunidade dentro da rede para trocar informações e experiências, mas o principal para as finalidades de marketing é entender, que não apenas as pessoas podem se encontrar, mas também podem ser encontradas pelas empresas. UNI Nichos demográficos ou socioeconômicos também podem ajudar a encontrar agrupamentos menores dentro das redes sociais. Dados demográficos correspondem a classificações gerais sobre idade, localização, número de filhos, expectativa de vida, sendo que as informações socioeconômicas podem completar esse quadro trazendo informações de aspectos financeiros, da vida e dos valores sociais do indivíduo ou do grupo de indivíduos em observação. FUNÇÃO DAS MÍDIAS 83 De forma genérica, podemos definir duas linhas estratégicas para seguir na opção pelo uso de nichos. A definição de nichos por interesse ou por conveniência. Os nichos por interesse englobam toda e qualquer preferência ou característica dos clientes que possa ser conectada à empresa ou ao produto e serviço. São os nichos óbvios para escolha de filtros em redes sociais ou para outras formas de anúncio que possuam um conjunto de informações sobre os clientes. Pessoas que participam de uma rede social e são ativas em um tópico sobre cozinha árabe, por exemplo, constituem um grupo óbvio para receberem anúncios de especiarias do Oriente Médio, assim como um grupo de donos de motocicletas é alvo de informações sobre um novo lançamento de moto ou de uma marca preferida pelo grupo. Utilizando os nichos de interesse, a empresa que anuncia está procurando estabelecer uma conexão direta, que, dependendo da rede social, pode ser um anúncio específico e fixo ou mesmo os tradicionais anúncios de texto, porém direcionados deliberadamente para aquele grupo social escolhido. Esse direcionamento, além de flexível, permite que o desenvolvimento de conteúdo também seja mais personalizado. Dependendo da importância do nicho, é possível produzir um conteúdo específico, personalizado, direcionado, na linguagem e padrões esperados e condizentes com o nicho. Para um segundo, terceiro, para quantos nichos a empresa tiver a capacidade de perseguir, seria possível criar conteúdo também específico, falando a linguagem e fazendo uso da identidade visual de cada nicho. Eventualmente o nicho de interesse não se dá por meio de uma ligação estabelecida de forma direta. O nicho pode ser importante por estar relacionado com assuntos em que a presença do produto ou serviço possa ser requerida. Como exemplo podemos imaginar uma empresa que comercialize produtos para iniciar o fogo em lareiras e churrasqueiras. Dificilmente encontraríamos um nicho específico e de pessoas que discutam esse assunto, mas dentro de nichos de pessoas que acampam, que pescam e que gostam de fazer churrasco iriam se abrir diversos nichos relacionados a esses anúncios. Finalizando a estratégia de nichos de interesse, uma boa prática é a de combinar o uso de landing page para separar o tráfego de visitantes originado por cada nicho, com a execução dos anúncios em dias alternados. Concentrando anúncios para cada nicho em períodos específicos (dias ou horários alternados), de acordo com o ciclo de audiência de cada nicho, permite-se que o atendimento para dúvidas ou a interação em redes sociais também lhes seja personalizada e direcionada. 84 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING Os nichos de conveniência consistem em divisões por critérios escolhidos, e ocorrem, justamente, pela conveniência da empresa. Podem estar relacionados com informações de localização, que, dependendo da rede social, oferece anúncios para internautas moradores em determinado bairro da cidade, combinado com a faixa etária e diversas outras opções, que começam a se tornar disponíveis, na medida em que são completados os perfis nas redes sociais ou que elas descubram essas informações. Uma autoescola, ou seja, uma empresa de serviços que possui um endereço físico, por exemplo, pode fazer uma promoção exclusiva para clientes do próprio bairro, que possui jovens entre 17 e 19 anos. Há duas grandes vantagens para essa estratégia: a primeira é que o valor para uma campanha delimitada como essa, tende a ser muito acessível para o anunciante (baixa concorrência) e, também, porque é possível descobrir qual o número de clientes em potencial, pois a maior parte das redes sociais que possuem asferramentas para o anúncio por nicho irá informar qual é a previsão de acessos ou visualizações do anúncio. 2.4. Descrição das Mídias As ferramentas de marketing digital serão abordadas de maneira mais prática, contextualizando as estratégias para sua aplicação dentro das possibilidades de marketing do Google, Facebook, ferramentas para marketing viral ou de guerrilha e a gestão de campanhas em múltiplas mídias sociais. Figura 23: Ferramentas de marketing Fonte: Freepik (2021). O gigante Google traz diversas possibilidades para o marketing on-line. Para um melhor uso das ferramentas e compreensão da aplicação das estratégias, é necessário entender o funcionamento dos mecanismos de busca em que são veiculados os anúncios, as ferramentas principais (AdSense e AdWords), algumas outras ferramentas complementares, bem como as formas possíveis para acompanhar o andamento das campanhas no Google. Grande parte do sucesso atual do Google se deve à construção de sua reputação ao longo dos anos, com os internautas confiando nos resultados de buscas realizadas dentro da ferramenta. https://media.istockphoto.com/photos/marketing-picture-id1125305608?s=612x612 FUNÇÃO DAS MÍDIAS 85 Atualmente, essa confiança é tão grande que dificilmente o usuário precisa avançar para as páginas seguintes, pois acaba encontrando seus resultados relevantes, normalmente, já entre os links apresentados na primeira página. As pessoas nem imaginam que antes disso, até a criação do Google, em 1998, era extremamente trabalhoso encontrar qualquer coisa na internet. Nos primeiros anos da internet no Brasil, no início da década de 1990, a busca por algum endereço era feita em um local muito pitoresco: o caderno de informática do jornal Folha de São Paulo, que circulava às quartas-feiras, foi uma das primeiras fontes para internautas brasileiros encontrarem endereços de sites na internet. Destacando que ainda não era uma busca por conteúdo, mas apenas uma indicação de endereços da internet, divididos em categorias. Mesmo em outros países, o início da década de 1990 ainda não trazia tanta facilidade para a realização de buscas on-line. O serviço Archie foi a primeira ferramenta de busca na internet, criada em 1990 por Alan Emtage enquanto era estudante de mestrado em Montreal na Universidade McGill (COSTA, 2017). Essa ferramenta de busca permitia que um usuário procurasse por nomes de arquivos, recebendo a indicação de quais servidores possuíam o arquivo disponível para download. Também não era uma busca por conteúdo, mas de nomes de arquivos, no máximo era possível solicitar uma lista disponível em determinado servidor. A ferramenta funcionava de três formas: por acesso www (página da internet, pelo navegador), por Telnet (conexão remota utilizando interface com linha de comando para digitar as operações), e por e-mail, que inclusive, foi mais popular (COSTA, 2017). Nessa opção, o usuário enviava um e-mail com um título específico e determinados comandos no corpo do texto, que era processado pelo servidor e retornava (depois de algumas horas) com os resultados da pesquisa, também, por e-mail. Nos anos em que o acesso à internet era caro e lento, essa ferramenta trazia muitas possibilidades, apesar de ainda ser apenas para buscar arquivos. Os arquivos procurados variavam entre textos técnicos ou publicações clássicas (textos já com direitos autorais vencidos), programas utilitários para computadores e atualizações de antivírus. Entretanto, nem todos os internautas buscavam apenas arquivos. Era crescente a busca por conteúdo, por informações, por produtos e serviços. O número de usuários crescendo e tornando a internet um território mais aberto, mais inclusivo, demandava ferramentas de busca mais amigáveis para os internautas que não eram usuários mais avançados, utilizando comandos complicados, mas qualquer pessoa com um equipamento e uma conexão, utilizando seu mouse para navegar. Os primeiros sites de busca mais amigáveis, por assim dizer, tentavam reproduzir a lógica de como as pessoas procuravam naturalmente por produtos e serviços, fora da internet. A lógica das páginas amarelas, ou seja, um diretório de categorias, era adotada por diversos sistemas de busca que começaram a proliferar no início dos anos 90. Nesses sites, as características gerais de seu funcionamento 86 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING envolviam que o “dono” do site o cadastrasse no diretório de busca e o internauta navegasse pelas categorias até encontrá-lo. Na maioria desses sites de diretório o cadastro era gratuito. Começavam a aparecer possibilidades de anúncios, em especial por banner e imagens fixas em determinados locais do site de busca. Apesar de serem simples para a navegação, com o crescimento do número de sites, alguns problemas graves começaram a surgir. Como a principal forma de catalogar um site era pelo cadastro voluntário e esse cadastro normalmente não era conferido, ficava muito fácil para as pessoas cadastrarem os sites em qualquer assunto e em qualquer categoria. O internauta poderia estar navegando por uma relação de sites de uma categoria como escolas, por exemplo, e era direcionado, ou “enganado” pelo cadastro, para clicar em outros sites com outros conteúdos, sem relação nenhuma com escolas. Infelizmente, essa foi uma prática muito comum nos primeiros anos da explosão mundial do crescimento da internet (início da década de 1990). As consequências dessas práticas envolviam muito tempo perdido do internauta, que precisava garimpar, procurar dentro das diversas páginas de resultados, até encontrar um conteúdo relevante. Esse desdobramento prejudicou o avanço da própria internet: a falta de confiança do anunciante. Nesses primeiros anos da internet, as grandes empresas não confiavam nas ferramentas de busca, não queriam ver os seus sites listados lado a lado com sites de conteúdo impróprio. A transparência de informações simplesmente não existia, sendo o site de busca uma “caixa preta”. Ninguém sabia, realmente, como monitorar o número correto de visitantes, se eles eram encaminhados para páginas relevantes com suas buscas, nem quem eram e onde estavam esses clientes, informações hoje básicas para qualquer ação de anúncios on-line. Figura 24: Conteúdos de anúncio Fonte: Pixabay (2021). TIPOS ESTRUTURAIS DE CONTEÚDO 87 Com praticamente os mesmos problemas, mas com navegação um pouco facilitada, surgiram os buscadores que utilizavam metadados, ou seja, informações cadastrais como título das páginas ou palavras-chave para criar índices e facilitar a busca. Como, em um primeiro momento, essas informações eram cadastradas pelos responsáveis por cada site, também era muito frequente o cadastro falso, apenas para incluir uma página dentro de um grupo de palavras-chave. Ao longo do tempo, algumas ferramentas foram desenvolvidas para melhorar os resultados de busca, proteger os internautas de conteúdos impróprios e tornar mais automática a atividade de cadastrar e atualizar os cadastros dos sites. Começou a surgir toda uma geração de softwares, caracterizada por programas de computador que rastreavam os links das páginas na internet e verificavam se o site ainda existia, quando foi sua última atualização e, na medida do possível, também tentava conferir se o conteúdo do site estava realmente relacionado com seu cadastro no site de busca. Essa geração de softwares, descrita por Costa (2017), consistia em spiders, bots, wanderers e crawlers. Os spiders, aranhas em inglês, simplesmente seguiam a teia, ou seja, percorriam os links existentes em uma determinada página previamente cadastrada no site de busca. O segundo tipo, o bot, ou pequeno robô, ainda é utilizado para algumas atividades programadas de atualização de informações ou do índice dos sites cadastrados em mecanismos de busca. Os wanderers, ou itinerantes, foram as primeiras tentativas de criar ferramentas que “vagassem” pela internet, percorrendoos links existentes entre os sites e tentando trazer informações para melhorar os resultados de busca. Por fim, a geração de crawlers, cuja tradução literal seria rastejadores, compõe uma ferramenta mais moderna e automatizada de percorrer a internet, entrando em múltiplos níveis de links, (link que está dentro de um link, dentro de diversos links, dentro de diversos níveis), em páginas e sites que não precisam estar cadastrados previamente na ferramenta. O conceito principal do crawler ainda é utilizado atualmente, inclusive pelo Google. O Google, que hoje é um gigante em diversas atividades, começou com um único servidor de buscas, instalado no dormitório da faculdade de Stanford. Seu lançamento oficial foi em 1998, porém, por alguns anos, os fundadores trabalharam nos algoritmos para o desenvolvimento de seu crawler e seu sistema de reputação, o que tornou o serviço do Google bem diferente do que existia até então (BUENO, 2015). 88 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING A questão que os fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin, procuravam responder era a base da dissertação de mestrado que Page elaborava pela Universidade de Stanford, ou seja, como seria possível encontrar a melhor informação, dentro de uma imensa quantidade de informações disponíveis na internet? (BUENO, 2015). A história completa do Google, especialmente de seus primeiros anos, é muito interessante e pitoresca, e pode ser explorada com mais detalhes em diversos livros ou dentro do próprio site de busca. Para complementar seus estudos, sugiro a leitura do Livro: Google, a biografia. Obra de Steven Levy, que conta a história de como tudo começou. Disponível: https:// mundonativodigital.files.wordpress.com/2016/03/google-a-biografia-steven-levy.pdf. UNI Para os interesses específicos para o marketing digital, podemos resumir essa história trazendo os aspectos que trouxeram maior impacto para as ações de marketing on-line. Ainda no desenvolvimento do buscador, os fundadores, preocupados com a questão de direcionar o usuário para informações relevantes, construíram um sistema de reputação, inicialmente chamado de BackRub, mas por fim nomeado de PageRank. Em termos simples, o sistema consistia em uma análise dos links que possuíam referências para uma determinada página. Dependendo da classificação desses links, da confiabilidade dos sites de origem, da quantidade de referências e outros critérios que foram sendo construídos ao longo dos anos, será gerado um ranking, ou “nota”, para dizer em qual posição a página irá aparecer nos resultados da pesquisa. Sites que possuam referências em páginas de universidades ou em sites do governo, por exemplo, conseguem melhores posições no ranking de páginas do Google, sendo exibidos dentro dos primeiros resultados da busca. Com essa ferramenta de reputação dos sites, combinada com um crawler que trazia automaticamente novos sites (sem necessidade de cadastro), o Google construiu a própria reputação e, no ano seguinte a sua fundação, em 1999, mais de 500 mil consultas diárias eram realizadas no site Google.com (BUENO, 2015). Quanto melhor a reputação de um site, maior o tamanho da bolinha colorida na representação. FUNÇÃO DAS MÍDIAS 89 Basicamente existem duas formas de conquistar um bom índice no PageRank: a reputação da página pode ser construída por poucas referências feitas por um site idôneo ou por um grande número de referências de outros sites neutros. IMPORTANTE O site em amarelo possui indicações feitas por vários sites, então possui o maior PageRank. Já o site representado pela bolinha azul possui muitas referências, porém nenhuma do amarelo ou do vermelho. Nesse caso, apresenta um PageRank intermediário. Os sites em vermelho representam sites reconhecidos como idóneos pelo Google (universidades ou sites governamentais). Um dos sites em verde, que possui uma referência do azul (de PageRank intermediário), ou seja, possui melhor reputação, irá aparecer nos resultados de busca antes dos demais sites em verde. Durante todo o tempo, e em diversos servidores ao mesmo tempo, milhares de páginas são examinadas e classificadas pelo Google a cada momento, mantendo o índice atualizado e as reputações calculadas. Com a reputação do site avaliada e criando um índice (um resumo das palavras-chave) do conteúdo do site, o Google consegue, por fim, trazer resultados com uma grande probabilidade de serem pertinentes para o usuário, já na primeira página dos resultados de busca. Durante os anos 2000, várias funcionalidades foram incluídas para melhorar a busca do Google, como a análise, também, do histórico de navegação do usuário, do histórico de buscas e, mais recentemente, da localização geográfica, incluindo resultados pela proximidade do usuário com o que está procurando. Porém, nesse início das atividades, pelo menos os primeiros dois anos de funcionamento do Google, foram direcionados para a construção da reputação da empresa. Alguns fatores eram muito diferentes dos sites de busca que existiam até então (BUENO, 2015). As três características mais interessantes no Google nos seus primeiros anos foram: o internauta realmente encontrava o que estava procurando. O algoritmo conseguia entender o que estava sendo buscado, mesmo se houvesse algum pequeno erro de digitação; a velocidade da busca era assustadora. Desde sua inauguração, os resultados de busca sempre foram gerados rapidamente, em uma velocidade sem precedentes; não existia nenhuma propaganda. Sim, nos primeiros anos do Google, durante a criação de sua reputação, enquanto outros sites possuíam banners de propagandas diversas, propagandas escondidas dentro dos resultados, ou mesmo abriam várias janelas adicionais com anúncios, o Google não mostrava nada, nenhuma propaganda. 90 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING Apenas no final de outubro de 2000 o Google lançou oficialmente para o público em geral o serviço AdWords, permitindo a inserção de pequenos e discretos anúncios dentro de um espaço delimitado e identificado da página. Antes do lançamento irrestrito, por alguns meses, o serviço ficou em fase de testes, ou melhor em beta testes, como a empresa referência até hoje os produtos cujo desenvolvimento ainda está em andamento. A evolução dos principais buscadores a partir da década de 1990. É interessante observar que a evolução não é apenas do aspecto gráfico, pelo uso de imagens com melhor resolução, mas de importantes evoluções de navegabilidade, e da alteração da forma de catálogo, para as buscas da forma que conhecemos atualmente. Com isso, uma série de restrições acabava impedindo que pequenas empresas (pequenos sites) conseguissem realizar anúncios de forma efetiva. Era necessário um grande planejamento para a identidade visual do anúncio, visto que qualquer alteração seria onerosa e envolveria diversas pessoas. Um pequeno site que precisasse fazer um anúncio iria conseguir um banner desenvolvido por um colega, ou terceiro contratado, e acabaria utilizando o mesmo banner para anunciar em alguns sites. Não existia muito controle sobre o anúncio, tampouco relatórios e outras formas de acompanhamento. A press release do serviço AdWords trouxe algumas das características revolucionárias que persistem até hoje e foram copiadas pelas gerações seguintes de anúncios on-line. O título do comunicado é Google launches self-service advertising program, em tradução livre seria algo como Google lança programa de anúncios de autosserviço. A questão que o Google destacou no título, na época, era a inédita possibilidade de que uma pessoa, mesmo sem conhecimentos de programação ou diagramação, pudesse fazer um anúncio na internet pessoalmente e sozinha. NOTA 91 AUTOATIVIDADE Questão 1. Atualmente é muito utilizada pelo Google, uma ferramenta para “varrer” ou percorrer os sites e conteúdos da internet, com a função de busca e interpretação de dados com o intuito de facilitara composição dos links utilizados, tal ferramenta é conhecida como: a. Crawler. b. Bot. c. Page Rank. d. Back Rub. e. Wanderers. Questão 2. Dentro de estrutura de propagandas e divulgação de informações alguns dados contribuem muito para conhecer e aplicar estratégias de mercado como por exemplo: definir os consumidores por idade, localização e outros, atuam como fonte de dados para que as estratégias sejam bem utilizadas, o relato trata de: a. Panfletagem. b. Redes Sociais. c. Nichos demográficos ou socioeconômicos. d. Banners. e. Conteúdo Viral. 92 AUTOATIVIIDADE Questão 3. O canal é o que podemos chamar de sistema. Evidentemente, é um sistema com objetivos financeiros, mas há muito mais em jogo do que apenas elementos monetários. Sabemos que as empresas interdependentes que compõem o canal são compostas obviamente por pessoas, e que elas possuem objetivos particulares na relação com o canal. Dentro dessa linha de raciocínio, seria correto afirmar que: a. o conflito dentro do canal é sempre indesejável em qualquer condição, pois não agrega nada de bom. b. a cooperação entre os membros do canal é uma condição dispensável, já que estamos lidando com profissionais que realizarão sua função independentemente da situação. c. o canal é um sistema social que exclui de suas operações a dimensão comportamental. d. todos trabalham em torno de um objetivo único – o consumidor – e esse objetivo sempre se sobrepõe aos objetivos individuais. e. canais de marketing podem também ser vistos como sistemas sociais, nos quais existe uma interação sociocultural entre todos os elementos. Questão 4. Como utilizar o Google como uma ferramenta de controle das ações e das empresas, para aumentar sua visibilidade e vendas, justifique sua resposta. Questão 5. Qual o papel das ferramentas e o uso nas rotinas do marketing digital. Dê exemplos e justifique seu uso. 93 UNIDADE 2 3 TIPOS ESTRUTURAIS DE CONTEÚDO TÓPICO 3.1. Introdução do tópico Segundo Costa (2017, p. 54), o advento da era da informação criou um tipo de consumidor com diferentes perspectivas, desafios e oportunidades. O avanço da internet, atrelado às infinitas possibilidades de interação dentro dos canais digitais, desencadeou o desenvolvimento do marketing (do 1.0 ao 4.0). Sua evolução permitiu que o relacionamento entre empresa e consumidor ficasse cada vez mais próximo, transparente e colaborativo. A proposta de valor do marketing deixou de ser apenas funcional e passou a ser social. Além disso, o objetivo das estratégias começou a promover o engajamento de consumidores por meio dos conteúdos nos mais diversos canais digitais e off-line. Antes, entretanto, servia só para explicar e descrever produtos. 3.2. Aplicabilidade dos Conteúdos na Rede Nos dias atuais, as pessoas costumam pesquisar (e muito) antes de realizar suas compras. Em seu processo de pesquisa, estão inclusas avaliações e opiniões de outros consumidores e maiores informações sobre as especificações dos produtos/serviços, tudo por meio das redes sociais, websites, sites buscadores, comparadores, avaliadores, entre outros. A jornada de compra envolve muita procura por conteúdo e conhecimento. O acesso a essas informações é que definirá a aquisição de um produto ou serviço em detrimento de outro. No entanto, esse processo não se sustenta mais. Hoje, os clientes querem interagir com a marca durante o ZMOT. ZMOT - (Zero Moment of Truth), em outras palavras significa Momento Zero da Verdade, que tem como intenção demonstrar como os consumidores agem em seus momentos de decisão de compra. NOTA 94 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING Eles também desejam compartilhar informações com outros consumidores, ou seja, buscam fazer parte de todo processo da concepção do produto/serviço que atende às suas necessidades (quanto mais personalizado, melhor). Eles querem que a experiência positiva seja proporcionada em toda a jornada de consumo. Por tudo isso, surge o questionamento: como as empresas tornam- se presentes no processo de ZMOT e oferecem estratégias colaborativas e personalizadas? De que maneira elas promovem relacionamento a longo prazo com os consumidores? A partir das ações de inbound marketing. Também conhecido como marketing de entrada e de atração, é a estratégia de conectar-se com os atuais e potenciais consumidores por meio da disseminação de conteúdo de quaisquer tipos. Seu objetivo é fornecer conhecimento e experiências aos clientes. Diferente do marketing tradicional, no inbound marketing o consumidor é quem vai até a empresa (e não a empresa até o cliente). “O inbound marketing é a melhor forma de fazer seus clientes e fãs fazerem a propaganda por você, afinal de contas, eles já conquistaram a confiança dos amigos deles; sua marca não” (COSTA, 2017, p.32). De acordo com Costa (2017), a metodologia do inbound marketing possui quatro etapas que precisam ser cumpridas, são elas: atrair, converter, fechar e manter. Figura 25: Inbound marketing Fonte: Pixabay (2021). Atrair é a fase inicial de uma estratégia de inbound marketing. Mais do que atrair usuários, você precisa buscar usuários com perfis de interesse e necessidade semelhantes às dos seus clientes. Portanto, não podemos seduzir qualquer público. É preciso conquistar público de qualidade. Para isso, nessa etapa, são concebidas e definidas as personas. TIPOS ESTRUTURAIS DE CONTEÚDO 95 Converter é o segundo passo. Após a atração, é necessário converter os visitantes em leads que são usuários que forneceram e-mail, telefone, nome ou qualquer ponto de contato. Para atingir isso, geralmente é oferecido conteúdo relevante e útil, como: e-books, cupons de desconto, informações exclusivas etc. Fechar é a terceira fase, em que ocorre a transação comercial, ou seja, quando a compra se realiza. É nesse momento que a pessoa deixa de ser lead e torna-se cliente. Contudo, esse processo é longo. A venda se concretiza após outra etapa, conhecida como nutrição do lead, isto é, o potencial cliente adquire confiança na marca e acredita ter encontrado a solução para seu problema. Não é incomum que a descoberta se realize nesse período, fator que contribui para a concretização da venda. Manter ou se relacionar é a quarta fase do inbound, sendo essencial porque serve para deixar o cliente encantado com a marca. É hora de fidelizá-lo e transformá-lo em divulgador da marca. Aqui, a empresa tem oportunidade de manter o relacionamento a longo prazo e que dê bons frutos para ambos os lados. Nessa etapa, a marca reforça seu posicionamento, identidade e valores. 3.3. Uso dos Conteúdos As ferramentas de inbound marketing podem ser usadas em todas as etapas descritas acima, incluindo para a análise de desempenho de cada uma delas. Entretanto, essas técnicas servem para momentos distintos, seguindo os objetivos das estratégias e respeitando o desenho das personas e das jornadas de consumo (realizado previamente pelos profissionais de marketing e ajustado durante análises e insights ocorridos no processo). Para isso, utilizamos algumas ferramentas. As redes sociais, como Facebook, LinkedIn, Twitter, YouTube, Pinterest e Instagram, são ambientes ricos para o inbound marketing. Isso porque eles possibilitam mapear interesses e comportamentos do consumidor, além de oferecer comunicação personalizada entre marca e cliente. Os blogs são tipos de websites que permitem publicar conteúdos nos mais diversos formatos, além de agrupá-los em categorias de interesse. São ideais para atrair consumidores que procuram informações específicas sobre conteúdos relacionados ao universo dos seus produtos/serviços. Já as landing pages são páginas simples e objetivas. Possuem apenas informações necessárias para guiar o usuário à conversão. O e-mail marketing é um canal de comunicação que acontece de forma individual, ele compartilha informações relevantes no momento certo para o consumidor. Essa estratégiacontribui para a construção de credibilidade da marca com o usuário, construindo, assim, uma relação forte e duradoura. 96 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING Os formulários são uma ferramenta útil para a coleta de informações do visitante. Uma vez colhidos, esses dados – e-mail, telefone, nome etc. – possibilitam às organizações estabelecerem relacionamentos mais próximos e pessoais com clientes (considerando que esses, dessa maneira, participaram do fluxo de comunicação). Há ainda os CTA (Call to Actions), que são frases de comando usadas para induzir o usuário à ação, e as keywords, também conhecidas como palavras- chaves, que representam o conteúdo digitado e buscado pelo usuário nos sites ou ferramentas de buscas. É por meio delas que as informações são direcionadas ao público. Portanto, é essencial estudá-las e compreendê-las para obter sucesso no exercício de atração. O SEO (Search Engine Optimization) é parte importante e pilar estrutural de toda estratégia de inbound marketing. Graças a ela que podemos posicionar nossos conteúdos nos mecanismos de busca e facilitar a atração do tráfego qualificado para os materiais elaborados. É por ela também que conseguimos nos destacar dos concorrentes no ambiente digital durante o ZMOT. O SEO é mais do que uma ferramenta, ele é peça fundamental do marketing que expande e ressoa em resultados digitais e off-lines ATENCAO Figura 26: Estrutura do conteúdo de marketing Fonte: Pixabay (2021). O CRM (Customer Relationship Management), assim como SEO, é um instrumento que integra outros e contribui para a estratégia de inbound marketing. Por ele, é possível classificar leads, analisar etapas da jornada e, portanto, gerenciar fluxos de comunicação de forma mais assertiva e direcionada. Enquanto isso, os workflows são ferramentas que permitem profissionais de marketing estabelecer fluxo de comunicação e automatizá-lo, com o objetivo de que cada lead receba o conteúdo certo e no momento certo. Desse modo, ele será direcionado passo a passo para a etapa de conversão. https://cdn.pixabay.com/photo/2015/09/11/08/48/banner-935470_960_720.jpg TIPOS ESTRUTURAIS DE CONTEÚDO 97 Blogs, vlogs, podcasts e instablogs são os canais de inbound marketing favoritos das organizações e influenciadores digitais. Os blogs, websites que possuem um conjunto de páginas e que requerem atualizações constantes, são utilizados por pessoas físicas, meios de comunicação e empresas. Representam, assim, canais de comunicação de indivíduos e instituições. Claro, cada um com seu alvo: enquanto as pessoas utilizam para compartilhar pensamentos e interesses, empresas possuem esses espaços para se relacionar com o público e explorar medos, desejos, dores e interesses. Ou seja, trata-se de uma ferramenta capaz de se ajustar e adequar à necessidade. Os vlogs são um tipo de blog que publicam conteúdos por meio de recursos audiovisuais. As plataformas escolhidas pelos vloggers (pessoas que produzem e disseminam materiais) normalmente são Youtube, Vimeo, Facebook e Instagram – os dois últimos têm sido os canais mais adotados. Os blogueiros que fazem conteúdos audiovisuais não são vloggers porque há uma diferença entre blog e vlog. Os blogs são páginas da web que discutem um ou mais temas e utilizam diversos formatos para atingir o objetivo do conteúdo (imagens, textos, áudios e vídeos). Enquanto nos vlogs, apesar de também terem a finalidade de abordar sobre determinado assunto, o produtor faz uso apenas do formato de vídeo nas publicações. Podcasts são formas de inbound marketing que espalham conteúdo por meio de áudio, como se fossem programas de rádio modernos. No entanto, os podcasts possuem certa especificidade: eles oferecem disponibilidade total para o consumidor. É uma ferramenta que vem ganhando espaço na rotina das pessoas (que a cada dia está mais intensa). Podcasts diferem de vídeos e textos, pois não exigem tanto foco quanto os demais. Outra vantagem deles é que, por serem mais leves, consomem menos dados de internet. Já o instablog é a fusão de ferramentas pelo Instagram. O aplicativo de fotos tornou-se um blog diário (público) on-line, a fim de divulgar perfil de marca, produto ou pessoa. Esse novo jeito de inbound marketing possibilita concentrar diversos tipos de formatos de conteúdo em um único espaço. Além disso, possui todas as vantagens de rede social: contato direto e influente com seguidores, possibilidade acima do normal de engajamento, fidelidade de audiência e construção de fluxo de relacionamento (marca – consumidor – consumidor – marca). Essa ferramenta cria o processo de divulgação do marketing boca a boca e transforma potenciais clientes e clientes, em embaixadores da marca (de maneira orgânica e natural). 98 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING Figura 27:Otimização do marketing Fonte: Pixabay (2021). Antigamente, era necessário ser ou possuir o profissional de web, chamado webmaster, para manter as páginas dos sites atualizadas. Hoje, a maioria delas é dinâmica e personalizada e conta com grande número de escritores produzindo informações dos mais variados assuntos e formatos. Assim, dinamismo e velocidade exigem gestão de conteúdo ágil e eficiente. Por conta disso, cria-se o CMS (Content Manager System) ou sistema de gerenciamento de conteúdo. De modo geral, esse sistema permite que qualquer usuário construa sites sem exigir nenhum código de programação. Portanto, você não precisa saber programar para fazer conteúdo na internet, porque “um sistema de gestão de conteúdo é geralmente composto de módulos que fornecem funcionalidades básicas sobre as quais desenvolvem-se as aplicações mais próximas do usuário final.” (BUENO,2015, p. 45) 3.4. Função dos Conteúdos De maneira mais técnica, a ferramenta de gestão de conteúdo tem dois sistemas principais: • Um aplicativo de gerenciamento de conteúdo (CMA): essa é a parte do sistema visível ao usuário/editor. Por ela, você pode gerenciar o conteúdo do site (login da ferramenta); possui interface de gerenciamento das páginas criadas pelos usuários e há painel de edição e comando das informações e documentos; • Um aplicativo de apresentação de conteúdo (CDA): esse é um item invisível para o usuário. Trata-se do back-end, processo que ocorre nos bastidores de todo o trabalho. Ele é responsável por coletar o conteúdo inserido pelo usuário/administrador no CMA, armazenar e tornar as alterações e atualizações visíveis para os visitantes dos websites. TIPOS ESTRUTURAIS DE CONTEÚDO 99 Uma das principais funções do gestor de conteúdo é fidelizar o leitor para torná-lo em consumidor. Para isso, é necessário nutrir todas as personas com informações relevantes, que agreguem valor e promovam confiança ao usuário. O objetivo é fazer com que ele confie na marca e se sinta confortável para adquirir produtos e serviços ofertados. Para tanto, o gestor de conteúdo deve gerenciar diversos canais digitais (simultaneamente). O profissional tem que conhecer bem a marca, com o intuito de garantir posicionamento, missão e valores em cada postagem. Nesse momento, é importante ter visão de curto, médio e longo prazo alinhadas às diretrizes do negócio no mesmo período de espaço/tempo. IMPORTANTE Além disso, é fundamental conhecer as especificidades de cada plataforma disponível na web. Assim, o gestor consegue identificar tom de comunicação, pautas, tipos de cada conteúdo, frequência de postagens, possíveis redirecionamentos e também estabelecer resultados que podem ser conquistados por meio de cada mídia. Suas atividades-chaves são: • benchmarking (avaliação comparativa com os concorrentes); • definição do tom da linguagem; • definição dos temas abordados; • proposição das pautas de conteúdo; • mapeamento de trends topics; • identificação de oportunidades; • brifar guides (manuais) visuais; • revisar textos escritos por toda equipe; • gerenciar o social listening. Antesde falarmos do processo de criação do conteúdo visual, vamos compreender, primeiramente, os elementos estruturais que compõem a mensagem visual. São eles: ponto, linha, forma, direção, tom, cor, textura, escala ou proporção, dimensão e movimento. 100 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING • Ponto: a unidade básica da comunicação visual. É considerado assim pela simplicidade que carrega. • Linha: um conjunto de pontos em movimento é uma marca fluída e delimitadora ao mesmo tempo. • Direção: define o sentido para o ponto, para a linha e/ou para a forma, seja ele horizontal, vertical, diagonal, para cima, para baixo, para a direita ou para a esquerda. • Forma: um contorno de linhas. Pode ser simples como um círculo, um triângulo equilátero ou um quadrado, mas também consegue ser um desenho complexo. • Tom: é a escala que nos faz discernir nuance mais clara ou mais escura do que a outra. É a intensidade da luz presente na imagem, ou seja, indica a presença ou ausência de luz. • Cor: informação com maior expressividade ou apelo emocional presente na imagem. • Texturas: reflete a ótica tátil. Possibilita perceber as qualidades táteis em algo, mesmo quando não pode ser tocado, como a percepção de que algo é liso ou áspero. Como experiência visual, serve para substituir o tato. • Escala: elemento visual comparativo, estabelece que medida e tamanho são relativos a algo. É variável e sofre influência do cenário em que está inserido e por meios que compõem. Por meio da escala as proporções são formadas. • Dimensão: esse aspecto visual necessita da ilusão. Refere-se à percepção de como percebemos as coisas. Aqui, são usadas técnicas especiais para dar a sensação de realidade adquirida pela visão estereotipada e binocular. • Movimento: item visual que depende da ilusão nas representações bidimensionais, leva em conta o repouso que projeta a mensagem visual, assim como tensões e ritmos dos dados visuais estimulados. O processo de comunicação visual, assim como o de comunicação em geral, ocorre pela presença de três recursos: emissor, receptor e mensagem. É do emissor o papel de decodificar a mensagem que deseja transmitir. Cabe ao receptor identificar o sinal e compreendê-lo – a decodificação incorpora também o repertório pessoal do receptor. Por isso, a mensagem é transmitida quando o receptor recebe e interpreta a codificação enviada pelo emissor, obtendo exatamente a informação que o receptor desejou transmitir. Nesse momento, a comunicação visual se realiza. TIPOS ESTRUTURAIS DE CONTEÚDO 101 Figura 28: Universo digital Fonte: Pixabay (2021). Contudo, existem fatores que contribuem (e muito) para o desenvolvimento do bom texto digital, como: • Persuasão: é responsável por criar e manter o interesse do leitor no conteúdo. • Objetividade: informar aquilo que o usuário quer saber de forma clara e precisa. • Relevância: precisamos escolher pautas e desenvolver conteúdos com informações consideradas importantes e úteis para o leitor. • Credibilidade: deve-se revisar todas as informações do conteúdo, atualizá-las e complementá-las (quando necessário). É uma prática que faz com que o leitor possa confiar naquilo que está sendo oferecido a ele. • Abrangência: o conteúdo da web, diferente de outros meios de comunicação, carrega maior abrangência e facilidade de acesso. O webwriter tem que ser capaz de realizar conexões de conteúdos complementares e usar diversos tipos de formatos para transmitir informações de maneira clara e agradável. 102 UNIDADE 2 TIPOS DE CONTEÚDO E INDICADORES DE MARKETING Além disso, segundo Nielsen apud Costa (2017), o redator de web precisa considerar que existem quatro tipos de leituras: • Leitura superficial, em que o leitor corre os olhos no texto para extrair o essencial. • Leitura por varrimento, com foco em suas necessidades. • Leitura intensa, feita por quem considera o texto relevante para se aprofundar. • Leitura extensiva, aprofundada diretamente da tela ou impressa. UNI Por conta disso, na hora de se redigir conteúdo digital é importante destacar características capazes de valorizar e enaltecer o conteúdo, como: usar títulos atrativos e relevantes, ressaltar informações textuais e utilizar hiperlinks (uma vez que são responsáveis por estabelecer conexões entre os conteúdos das páginas de um website). Além disso, considera-se que eles trabalham com a intuição do internauta e se responsabilizam por guiar leitores pela teia de links, por isso use com frequência nos materiais. Logo, webwriting é atividade essencial por englobar todas as etapas do inbound marketing. 103 AUTOATIVIDADE Questão 1. Quando tratamos como a imagem do marketing é vista pelos consumidores, em geral, precisamos ter uma preocupação com sua forma estrutural, neste caso, o mesmo apresenta algumas formas de influenciar e “cativar” seus adeptos, atualmente como tratamos esta preocupação, dando que tipo de foco para aumentar suas expectativas: a. Foco na produção de informações. b. Foco nos produtos apresentados para venda e consumo. c. Foco nas vendas de seus parceiros. d. Foco na estrutura dos sites. e. Foco nas ferramentas utilizadas para a conquista mercadológica. Questão 2. A utilização das tecnologias tem provocado grandes mudanças dentro e fora das organizações, e também nos consumidores, que têm apresentado expectativas diversas em relação a produtos e serviços: a. Necessidades de auto realização. a. Necessidade de estima. b. Necessidades fisiológicas. c. Necessidades sociais. d. Necessidade de segurança. Questão 3. Pode-se afirmar que uma das maiores possibilidades que as tecnologias da informação trouxe para o marketing foi: a. um melhor direcionamento por meio da segmentação. b. criação de centros de distribuição, impedindo vendas diretas de fábrica. c. atendimento das demandas de mercado do mercado de massa. d. a definição do mix de básico de marketing como sendo produto, preço, praça e promoção. e. uma melhor aceitação das organizações por parte dos consumidores. 104 AUTOATIVIIDADE Questão 4. Existem diversas ferramentas para que as empresas possam analisar clientes, o mercado, os concorrentes, com o objetivo de antever o que de fato irá acontecer lá na frente, com margens pequenas de erros. Explique a função do SEO na elaboração das mídias digitais. Questão 5. Depois de décadas onde o consumidor se relacionava somente com o departamento de vendas de uma organização, o marketing de conteúdo trouxe uma abordagem onde o relacionamento empresa/cliente perpassa outros departamentos. Descreva a função das ferramentas do marketing dentro destas atividades. 105 Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. CHAMADA RESUMO Nesta unidade, aprendemos sobre inbound marketing (ou marketing de conteúdo). Ele surgiu em paralelo com as constantes mudanças nos hábitos de consumo devido ao ambiente digital. O novo consumidor está mais exigente e tem maior acesso a informações: avaliações dos produtos, serviços e também das organizações que ofertam os serviços. Agora, a jornada de compra envolve procura por dados e conhecimentos. Essa mudança de perfil do consumidor tornou-se uma oportunidade para as empresas no momento em que começaram a produzir conteúdo, pois elas tiveram mais chances de serem uma das fontes de buscas de potenciais clientes e, assim, conquistaram papel de influência nas decisões deles. Esse cenário também ofereceu para as empresas a oportunidade de construir relacionamentos mais próximos com clientes durante o ZMOT. Para tanto, elas utilizam estratégia alicerçada em quatro etapas (atrair, converter, fechar e manter/relacionar). Conhecemos algumas ferramentas usadas pelos profissionais: redes sociais, blogs, landing pages, e-mail marketing, formulários, CTA’s, keywords, SEO,CRM e workflows. Assim, o marketing de conteúdo constitui-se na criação e disseminação de material relevante para as personas e seus clusters (subdivisões em grupo). Contudo, esses assuntos têm que obedecer a alguns critérios: devem ser interessantes, precisam promover confiança e gerar envolvimento. Para isso, é necessário entender como funciona o processo de comunicação (emissor – mensagem – canal – receptor) e também os elementos estruturais da comunicação visual (ponto, linha, direção, forma, tom, cor, textura, escala, dimensão e movimento). Ademais, há a necessidade de compreender a amplitude do webwriting e suas diferenças em relação à produção de conteúdo textual em mídias impressas. Na web, descobrimos que texto, imagem, áudio, vídeo e multimídia estão conectados, e o bom redator deve usar hipertexto e conduzir o cliente durante a jornada de consumo. Tudo isso torna o inbound marketing tão influente nos novos moldes de consumo. 106 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL UNIDADE 3 Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados. TÓPICO 1 – Avanços da Tecnologia; TÓPICO 2 – Aplicabilidades das Mídias; TÓPICO 3 – Estruturas das Mídias Sociais. A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • Descrever a Tecnologia como ferramenta de controle; • Aplicar as funcionalidades da Tecnologia sobre o Marketing Digital; • Identificar o crescimento do E-commerce; • Reconhecer o ambiente virtual. 107 INTRODUÇÃO DA UNIDADE O avanço da tecnologia, somado ao da internet, contribuiu e ainda contribui para uma transformação social. Foi a partir dele que se sucedeu a concepção da globalização, da sociedade da informação, do ciberespaço e da cibercultura. Hoje, as fronteiras geográficas são praticamente inexistentes no contexto do mundo digital. É totalmente possível acessar um site de compras chinês do Brasil, por exemplo, e efetuar um pedido. E mais, esse pedido pode ser entregue tanto em sua residência, quanto na de um amigo que resida na Espanha, caso você queira presenteá-lo. Tudo graças à existência do e-commerce. Diante desse cenário, questiona-se: O que é o e-commerce? 108 UNIDADE 3 AVANÇOS DA TECNOLOGIA TÓPICO 1 1.1. Introdução do tópico Website é toda página disponível na web. Segundo Guilherme Silva (2018, p. 29), existem “cerca de 1,8 bilhões destas páginas disponíveis para o público”, sejam elas pessoais ou corporativas. O website ou site corporativo é o cartão de visita e a porta de entrada da empresa no ambiente digital. É importante garantir que o usuário tenha uma boa experiência e percepção ou compreensão de sua marca com a plataforma. Para atingir esse objetivo, os desenvolvedores e profissionais de marketing utilizam uma técnica chamada: user story, que nada mais é do que um documento que propõe as funcionalidades que a página precisa ter para atender as necessidades do usuário, do webmaster (profissional que gerencia o projeto de desenvolvimento da página) e os objetivos do negócio. A partir da elaboração do user story é possível estabelecer a aplicação estratégica da página, ou seja, é possível definir o tipo de site corporativo que será construído. Para aprofundar ainda mais o seu conhecimento, não deixe de assistir o vídeo: A rede oculta que torna a internet possível, postado na plataforma TED, e mediado por Sajan Saini. O vídeo explica como tornou-se possível a existência da internet. UNI AVANÇOS DA TECNOLOGIA 109 Figura 29: Caminhos da Tecnologia Fonte: Pixabay (2021). De acordo com Azevedo (2015) às opções de escolha para a criação de um website existem em variedades. Compreender as especificidades de cada uma delas será essencial para deduzir qual é a que melhor se adapta ao objetivo do negócio. São elas: • Site institucional: reúne um conjunto de páginas com todas as mensagens relevantes para o público sobre a empresa. Essas informações vão desde o endereço, o telefone, a missão, a visão, os valores, os clientes, os produtos e serviços oferecidos a informações dos colaboradores, por exemplo; • Loja virtual: esse é o famoso comércio virtual. É o modelo de site ideal para as marcas que desejam vender os seus produtos de forma rápida, dinâmica e on-line; • Blogs: esse modelo de site é o responsável por centralizar boa parte das estratégias de inbound marketing. É muito utilizado pelas empresas para divulgar conteúdos pertinentes e relacionados aos seus produtos/serviços, como uma maneira de educar os consumidores e conduzi-los durante a sua jornada de consumo; • Site one page: possui uma única página. É usado quando as empresas estão começando e precisam conquistar uma ascensão considerável em um curto espaço de tempo; • Hotsite: são os sites temporários, geralmente usados para a divulgação de uma campanha pontual de marketing. Seu objetivo é bastante publicitário: conquistar o interesse dos consumidores; • Landing page: bastante similar ao hotsite, entretanto, possui uma característica específica: o foco é a conversão. Normalmente é a página do link de redirecionamento utilizado em campanhas de links patrocinados; • Sites dinâmicos: são aqueles que combinam os diferentes tipos anteriores. Eles podem compor um site institucional, um e-commerce ou um blog; UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL 110 Uma vez escolhido o modelo de website, existem algumas ferramentas utilizadas para nortear o seu desenvolvimento. Uma das possibilidades é a utilização da metodologia DADI (Definição de Arquitetura, Design e Implementação). Contudo, não basta apenas criar um website e aguardar os resultados surgirem. É necessário gerenciá-lo, para mantê-lo em constante modernização e atualização. Esta gestão engloba as seguintes atividades separadas como atribuições dos profissionais de T.I. (tecnologia da informação) e atribuições dos profissionais de marketing e comunicação. É válido ressaltar que, para realizar essas atividades, é necessária a atuação de equipes multidisciplinares de profissionais com habilidades e conhecimentos específicos de cada área mencionada. 1.2. Ferramentas Da Tecnologia Na ótica de Costa (2017) o e-commerce refere-se ao ato de comprar e vender pela internet. É a nomenclatura que utilizamos para nos referir ao comércio virtual, ou seja, a uma transação comercial realizada por meio de dispositivos eletrônicos. Os e-commerces podem ser: • B&B (business to business): ou B2B, modelo de negócio presente no comércio eletrônico, no qual a transação comercial ocorre entre empresas; • B&C (business to consumer): ou B2C, modelo de negócio que foca no consumidor final, ou seja, quando a transação comercial ocorre entre empresas e consumidores; • C2B (consumers to business): modelo contrário ao B2C, mas nesse cenário os consumidores possuem a oferta e as empresas, a demanda; • C2C (consumer to consumer): modelo de negócio em que a transação comercial ocorre entre consumidores. O e-commerce não é uma loja virtual, pois loja virtual é apenas um dos canais possíveis para o comércio eletrônico acontecer. Essa transação pode ocorrer em diversos canais digitais, como redes sociais, marketplace, aplicativos, comparadores de preços, e-mail marketing, entre outros. Ainda é possível que o cliente inicie sua jornada de consumo em meios impressos e eletrônicos, como revistas, rádio e TV, e a finalize nos canais digitais. Um exemplo muito comum dessa prática é a utilização de cupons oferecidos por esses meios que, se inseridos nas páginas de carrinho das lojas virtuais, concedem ao consumidor um percentual de desconto em seu pedido. Podemos, assim, pensar no e-commerce comouma estratégia de vendas alinhada às plataformas digitais, que apresenta algumas vantagens. Por exemplo, AVANÇOS DA TECNOLOGIA 111 o negócio estará à disposição do cliente 24 horas por dia. Além de oferecer este conforto, o comércio eletrônico viabiliza também a opção de o cliente não apenas efetuar o pedido on-line, mas também recebê-lo em sua residência. Figura 30: Desafios da Tecnologia Fonte: Pixabay (2021). O ambiente digital fornece ao consumidor a possibilidade de acesso a mais informações sobre o produto e a empresa. Os comentários e depoimentos de outros usuários presentes na plataforma podem estimular a venda. Além disso, oferecem a possibilidade de um menor custo operacional, uma vez que permite à marca exercer o seu negócio sem a necessidade de investir em uma loja física, e, assim, economizar com aluguel, contas fixas e vendedores. Ao utilizar os canais digitais, a marca pode aprimorar o seu relacionamento com os clientes. Isso porque as mídias digitais possibilitam uma divulgação mais assertiva, rápida e de menor investimento em comparação aos demais meios de comunicação. Ademais, as ferramentas de mensuração disponíveis fornecem dados estatísticos capazes de guiar, adaptar ou corrigir as estratégias de marketing e comunicação que estão em andamento, além de serem úteis para o conhecimento dos interesses e dos comportamentos dos consumidores. Por outro lado, apresenta como uma das desvantagens o receio de algumas pessoas em fornecer seus dados pessoais em um cadastro on-line ou número e senha do seu cartão de crédito. O consumidor também tem mais acesso às informações do produto oferecido pela empresa e dos concorrentes. É possível que ele compare a qualidade do atendimento, as informações específicas do produto desejado e os preços ofertados pelo mercado. Além disso, o prazo para o recebimento do pedido pode ser longo, visto que este possui alterações de acordo com o tipo de frete escolhido. Em muitas UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL 112 ocasiões é necessário avaliar a relação preço do produto versus valor do frete. Isso porque, dependendo desses valores, o valor do frete pode ser mais alto do que o do produto, fator este que faz com que seja mais vantajoso para o cliente efetuar a compra em uma loja física. Assim, o consumidor e a empresa precisam levar em consideração o tempo e as condições de troca. Além do tempo de envio, reenvio e recebimento definido pelos correios ou transportadoras, é preciso avaliar também quais danos um produto pode sofrer durante este trajeto. Marketplaces são também um tipo de e-commerce. Entretanto, possuem especificidades em relação aos modelos anteriores. O marketplace é uma espécie de shopping virtual, um modelo de negócio que engloba a oferta de diferentes lojas virtuais, além de unificar a experiência de compra, o carrinho e até mesmo a entrega dos produtos. Também é possível que a marca do próprio marketplace possua uma categoria exclusiva para disponibilizar produtos próprios. Quando isso acontece, denominamos de marketplace híbrido. É perceptível que os marketplaces, por disponibilizarem uma maior variedade de produtos em um único canal, concedem uma experiência de compra mais completa ao usuário. Para as marcas, eles assumem algumas funções, como: gestão das vendas, atendimento ao consumidor, controle de logística, pagamentos e até mesmo marketing para as lojas virtuais que os integram. Figura 31: Necessidade de evolução Fonte: Pixabay (2021). AVANÇOS DA TECNOLOGIA 113 Neste âmbito, aplica-se uma metodologia chamada MILCR, que é um acrônimo de: marca, infraestrutura, lucratividade, captação de clientes, relacionamento e recorrência. NOTA De acordo Bueno (2015) esse método, MILCR, busca realizar uma análise desses seis pontos: • (M)arca: o marketplace escolhido auxilia no processo de construção e disseminação da sua marca?; • (I)nfraestrutura: quanto a estrutura de vendas do seu negócio está ativa? E quanto custaria para estar? É importante considerar todos os pontos, incluindo o da criação/manutenção da loja virtual, custos com marketing e também operacionais; • (L)ucratividade: é rentável vender nesse canal? O investimento referente à taxa é inferior ao da infraestrutura?; • (C)aptação de clientes: o quão atrativo e competitivo é o seu produto neste canal? Quantos clientes você poderá atrair usando este marketplace? Leve em consideração os dados estatísticos da plataforma em relação aos usuários pertencentes ao seu público, taxa de visitas, cliques etc.; • (R)elacionamento + Recorrência: o marketplace te oferece um relacionamento com seu cliente em qual nível? Com esses tópicos em mente é possível estabelecer o peso de cada item para o objetivo de negócio e marketing em uma escala de 1 a 3, na qual 1 representa um quesito importante, 2 algo super importante, e 3 representa um critério essencial. Em seguida, é estabelecida uma nota referente ao markeplace avaliado em cada um dos seis itens. Feito isso, é preciso repetir o processo, avaliando a loja virtual institucional. Algumas ferramentas estão disponíveis e são úteis para as empresas e para os profissionais de marketing, que podem e devem implementá-las em suas lojas virtuais ou avaliar as oportunidades oferecidas neste contexto pelo marketplace em que a loja está inserida. Essas ferramentas podem ajudar com: monitoramento da audiência, SEO (Search Engine Optimization), experiência do usuário, otimização da conversão, relacionamento com o consumidor e gestão das mídias sociais. É perceptível que as ferramentas que otimizam as estratégias das lojas virtuais auxiliam as análises de métricas de sucesso, podendo, assim, contribuir 114 UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL para a criação de resultados surpreendentes. Portanto, não deixe de utilizá-las e integrá-las ao seu negócio. Ter conhecimento sobre os meios de pagamento da loja virtual é uma tarefa muito importante, uma vez que, além de representar uma parte dos custos operacionais do e-commerce é também preciso garantir uma boa experiência no processo de compra para o consumidor com o intuito de estimular novas vendas. IMPORTANTE Outros pontos importantes para a aplicação de e-commerce devem ser considerados, como o perfil do público-alvo, pois é preciso compreender o perfil de comportamento dos seus clientes em relação a suas finanças pessoais. Existem pessoas que valorizam um bom desconto, enquanto outras preferem a possibilidade de parcelar em um maior número de vezes, em uma compra com ticket médio mais elevado. Entretanto, também existem as que não possuem cartão de crédito. E em paralelo a esse cenário, existem usuários que possuem o hábito de utilizar cartões e carteiras digitais. Qual desses é o perfil do público da sua marca? 1.3. Inovação X Tecnologia O benchmarking é relevante pois permite conhecer as soluções de pagamento oferecidas pelos concorrentes. Além de possibilitar uma visão de mercado e de hábitos de consumo do seu público, pode oferecer a possibilidade de inovar e adquirir um diferencial para o negócio com a implementação das tendências do mercado. No entanto, sempre é bom lembrar de avaliar os prós e contras de cada opção de pagamento para o e-commerce antes de implementá-lo em seu negócio. Como existem diversas formas de pagamento on-line, é natural que todas cobrem um valor diferente em suas taxas de cobrança. Os facilitadores de pagamento possuem uma taxa de cobrança efetuada por transação realizada ou ainda uma cobrança fixada a cada venda realizada. O gateway apresenta taxas de cobranças inferiores aos facilitadores de pagamento. Contudo, também apresenta a cobrança baseada em um percentual por transação realizada adicionada a um valor fixo estipulado pela operadora. No caso de boletos e débitos on-line, o lojista realiza o pagamento referente à uma taxa de emissão, que varia de acordo com o banco escolhidoe a negociação em si. Facilitadores, bancos e operadoras de cartão de crédito possuem diferentes prazos de pagamentos. AVANÇOS DA TECNOLOGIA 115 Por exemplo: o débito on-line é a forma mais rápida, uma vez que é feito de uma conta para outra, automaticamente. Já no caso do boleto, é necessário que o lojista aguarde o prazo de pagamento do cliente e de compensação das instituições bancárias, que normalmente é de até 72h úteis. No caso do cartão de crédito, a aprovação é rápida, contudo, o prazo de recebimento é um ponto de atenção, isso porque exige do lojista um planejamento e alinhamento ao seu fluxo de caixa. Sim, é possível para a empresa efetuar o pagamento de uma taxa e obter o recebível no mesmo prazo de um pedido realizado via débito, no entanto, o valor desse benefício pode impactar a taxa de lucros. Opte por essa opção somente quando esse recurso for realmente necessário. É importante ter em mente que os facilitadores de integração de pagamento são mais fáceis de serem integrados às plataformas de gestão da loja virtual. Entretanto, o usuário normalmente é direcionado para um ambiente externo ao da loja para concluir a transação. INTERESSANTE Os gateways podem ser inseridos na interface da loja virtual da marca, e, assim, contribuir para uma melhor experiência do usuário. Essa forma de pagamento também efetua a integração da plataforma de vendas com as instituições financeiras e operadoras de cartão de crédito. Figura 32: Interferência da Rede Fonte: Pixabay (2021). É válido avaliar as funcionalidades e a performance dessa solução. Em relação à segurança para o lojista, é preciso se atentar para a probabilidade de fraudes. Os facilitadores de pagamento já possuem um sistema antifraude atrelado, isso porque são eles que recebem o pagamento. Logo, em casos de 116 UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL fraude, também são eles que arcam com os prejuízos. Por outro lado, justamente por serem mais seguros, eles possuem um sistema de aprovação mais rígido, existindo a probabilidade de rejeitar até mesmo as transações idôneas. Já o gateway exige um investimento em um sistema antifraude, fator que aumenta os custos de implementação, porém também possui sistemas de criptografias de dados e garante a segurança para as duas pontas envolvidas na transação (empresa e consumidor). Já no caso da segurança para o usuário, independentemente dos lados e das possibilidades de segurança implementadas à prática do pagamento seguro, ela é fundamental para o sucesso do varejo on-line. Por isso, é preciso certificar- se de que os meios de pagamento escolhidos seguem os certificados SSL (Secure Sockets Layer) e o protocolo HTTPS (Hyper Text Transfer Protocol Secure), que garantem que os dados confidenciais dos consumidores sejam criptografados em cada transação financeira. E, por fim, há a experiência do usuário. A linha de pensamento neste âmbito é bem simples: quanto mais fácil for para o cliente realizar o pagamento durante a jornada, mais vendas o negócio irá efetuar. 117 AUTOATIVIDADE Questão 1. Dentro da metodologia chamada MILCR, qual os itens avaliam a competitividade dentro das atividades e os consumidores, avalie as afirmativas a seguir: a. Captação. b. Infraestrutura. c. Lucratividade. d. Relacionamento. e. Marca. Questão 2. Dentro do marketing digital os consumidores são vigiados de acordo com suas vontades e gostos, isso se trata de um consumo virtual, onde todos têm ofertas e oportunidades negociar, comprar e estruturas seus produtos e suas necessidades, uma plataforma completa para aquisição de variados produtos dentro das atividades comerciais. Assim, o marketplace é: a) é uma técnica que permite associar controle financeiro e controle administrativo. a. é uma espécie de shopping virtual, um modelo de negócio que engloba a oferta de diferentes lojas virtuais, além de unificar a experiência de compra. b. é uma ferramenta que auxilia o controle das atividades e como os consumidores querem o comércio. c. uma técnica que assume o comportamento do consumidor e como este procura produtos na internet. d. é uma ferramenta que deve ser utilizada para controle das mídias sociais. 118 AUTOATIVIIDADE Questão 3. Não podemos considerar uma loja virtual, pois loja virtual é apenas um dos canais possíveis para o comércio eletrônico acontecer. Essa transação pode ocorrer em diversos canais digitais, como redes sociais, marketplace, aplicativos, comparadores de preços, e-mail marketing, entre outros. É conceito trata de: a. E-commerce. b. Loja virtual. c. Marketplace. d. Mídias. e. Loja física. Questão 4. Descreva como o e-commerce evoluiu e foi privilegiado pelas mídias sociais. Descreva também como o marketing digital contribui para esta inovação. Questão 5. Dentro do marketing digital os canais de comunicação possuem uma grande variedade de expansão e controle para atingir seus consumidores. Descreva como os canais de comunicação participam dessa interação com os consumidores. 119 UNIDADE 3 APLICABILIDADE DAS MÍDIAS TÓPICO 2 2.1. Introdução do tópico A propaganda é uma comunicação que visa informar ou persuadir o público. É uma mensagem paga veiculada nos espaços comerciais dos meios de comunicação de massa. Assim, a propaganda é vista nos comerciais de TV, anúncios de revistas, pop-ups de internet, spots de rádio, meios externos (como busdoor ou painéis). As relações públicas são responsáveis pelo gerenciamento da imagem e da reputação das organizações. Atuam nas áreas de relacionamento com a mídia, com os governos, com os acionistas, com os clientes e com outros públicos de interesse da organização. Figura 33: Mídias ativas Fonte: Pixabay (2021). Também criam, aplicam e analisam pesquisas de opinião pública; colaboram com a criação do planejamento estratégico da comunicação institucional, administrativa e mercadológica; planejam e executam o uso das mídias sociais; e ainda avaliam sua implantação e seus impactos. 120 UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL 2.2. Uso das Mídias Merchandising é um termo com muitos significados, e o mais comumente utilizado é a estratégia de marketing, que visa adequar o produto e o mercado consumidor; a criação, a produção e a alocação de peças e materiais de pontos de vendas; e a exibição de uma marca em programas de entretenimento em qualquer meio, dentro ou não de um contexto de consumo. Costa (2017) nos explica que esta técnica é também conhecida como merchandising editorial ou tie-in. O tie-in foi bastante utilizado durante o período de quarentena e isolamento social imposto por conta da pandemia Covid-19, e vários artistas se apresentaram ao vivo, utilizando plataformas como YouTube ou mesmo canais de televisão comerciais, as chamadas “lives”. Essas apresentações eram realizadas nas casas dos artistas e contava com o apoio de marcas que compraram o espaço publicitário disponível de maneira mecânica, como na aplicação de caracteres digitais na tela, ou orgânica, como nos momentos em que o artista consumia o produto, como água ou cerveja. O marketing promocional é o alinhamento de estratégias de promoção de vendas, merchandising e demais ferramentas de comunicação disponíveis. Para que uma organização consiga utilizar as possibilidades do marketing promocional adequadamente, ela deve ser planejada antecipadamente e utilizar um calendário promocional, visando datas estratégicas e sazonalidade dos produtos, além de se preocupar com a questão ética. De acordo com Bueno (2015), a ética do marketing promocional conta com: • Legalidade – estando de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC); • Honestidade – respeitando os concorrentes e os consumidores; • Interesses do consumidor – sem abusar da boa-fé do consumidor ou provocar frustrações; • Preços e condições de pagamento – estando claros e evidentes, conforme o CDC; • Imparcialidade – permitindoque todas as pessoas participem em igualdade de condições quando forem criadas competições, a partir de regras imparciais; • Interesse público – envolvendo atividades que não estimulem a violência ou o comportamento antissocial; • Segurança – zelando pela segurança de todos os envolvidos; • Limitações – comunicando fatos que possam impedir a participação do sujeito na atividade promocional; • Privacidade – protegendo o consumidor e as eventuais campanhas com vencedores, a partir do uso de imagem autorizado. APLICABILIDADE DAS MÍDIAS 121 Ademais, em relação a questões que envolvam crianças e jovens, deve-se seguir o que está disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Estatuto do Jovem. Segundo Costa (2017), os dez mandamentos do marketing promocional são: 1. Não considerar o marketing promocional o único meio para atingir consumidores; 2. Escolher a técnica de marketing promocional mais adequada para o produto e para o mercado-alvo; 3. Obter o maior efeito pelo menor custo; 4. Criar campanhas adequadas com a identidade e a imagem da marca; 5. Atrair atenção e provocar aceitação; 6. Criar mensagens simples e fáceis de serem entendidas; 7. Utilizar apelos emocionais e racionais; 8. Criar campanha única e exclusiva; 9. Ser honesta; 10. Ser desejada. Figura 34: Estruturas de mercado Fonte: Pixabay (2021). Por sua vez, a promoção de vendas é uma atividade voltada para a comercialização, usando técnicas de prêmios, brindes, ofertas, concursos, sorteios, competições, bônus, incentivos, eventos, patrocínios, datas festivas, descontos, 122 UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL liquidações, remarcações, coleções, degustações, amostras e quaisquer outras que tenham por objetivo promover a venda de determinado produto ou serviço no curto prazo. Seu objetivo é abranger o maior número possível de potenciais consumidores. É realizada por um promotor de vendas devidamente treinado para as ações comerciais, com um texto para abordagem e que saiba dirimir as dúvidas dos potenciais consumidores. Já a “técnica de expor, dispor e exibir produtos” é conhecida também como exibi técnica (AZEVEDO, 2015, p. 57). Refere-se ao ponto de venda (PDV), ou seja, o local de convergência de consumidores em potencial com o produto, sua embalagem, suas estratégias de promoção de vendas e de posicionamento. Isso porque a própria exibição do produto é uma maneira pensada para ter o maior impacto na mente do consumidor. Na gôndola de supermercados, o consumidor se depara com muitas marcas concorrentes e a técnica do facing, ou seja, o espaço da exposição da marca e o impacto visual dessa arrumação. Alguns PDVs também usam a técnica do vitrinismo para atrair clientes, com promoções ou apresentação das novidades, sendo renovada constantemente. Dentro do PDV, podem ser utilizadas ainda técnicas de ambientação, sonorização, iluminação e até aromatização dos ambientes, tudo visando que o consumidor em potencial se torne um cliente da marca. 3.2. Comunicação Através das Mídias O marketing direto é uma ferramenta mais barata para atingir um grande público de maneira personalizada, como as malas diretas por correio ou por e-mail. O telemarketing também é uma ferramenta muito utilizada para este fim, embora seja considerado extremamente invasivo. A comunicação no marketing direto é direta e seu objetivo principal é converter o contato em aceitação. A vantagem de utilizá-lo é que o retorno do esforço aplicado nesse meio é facilmente verificável. A televisão é responsável por explorar a visão e a audição, oferecendo um sentimento de realidade e proximidade. Dessa forma, o público tende a uma certa passividade em relação a esse meio, o que justifica os longos intervalos comerciais na programação. Sua veiculação é cara, assim como a produção de um bom comercial. Já o rádio explora a sensação auditiva exclusivamente, o que é feito por meio da música, sonorização, narrações marcantes e textos chamativos. O rádio tem a vantagem de amplo alcance da população, pois pode ser acessado por diversas plataformas, como o aparelho de rádio propriamente dito, pelo aparelho celular, pelo site da emissora etc.; tem baixo custo de investimento na produção e é uma mídia mais acessível no que tange a veiculação; e permite agilidade para modificar o anúncio em caso de algum imprevisto. APLICABILIDADE DAS MÍDIAS 123 Figura 35: Conhecimento pelas mídias Fonte: Pixabay (2021). As principais formas de expressão das mídias impressas são a imagem e a escrita, podendo explorar os sentidos por meio do olfato (microencapsulação de aromas), toque (uso de tecidos ou outras texturas), escolha de cores e famílias tipográficas e imagens. Tem cobertura local e seletiva, especialmente os jornais. No caso das revistas, o público é mais abrangente geograficamente, mas mais segmentado psicologicamente. Muitos veículos impressos tiveram sua tiragem diminuída por causa da mídia digital e se adaptaram para migrar de plataforma. A Comunicação Integrada de Marketing (CIM) faz seu planejamento pensando no off-line e no on-line, mas um diferencial é a chamada mídia out of home (OOH). De acordo com Azevedo (2015) esta se refere àquela pela qual passamos nas ruas, a caminho de atividades cotidianas, pode ser: • Outdoor – mídia externa em ruas e rodovias, com tamanho padrão de 9m X 6m e veiculação quinzenal. É proibida em algumas cidades para evitar a poluição visual; • Busdoor – anúncio impresso veiculado na janela traseira de ônibus; • Frontlight – painel de estrutura metálica com iluminação externa e com a propaganda impressa na lona; • Backlight – painel de estrutura metálica com iluminação interna e com a propaganda impressa em material translúcido; • Painel luminoso – peça utilizada para identificar prédios e lojas; • Empena – anúncio impresso e iluminado frontalmente, veiculado em paredes sem janelas (cegas) de edifícios. É proibida em algumas cidades para evitar a poluição visual; • Triedro – painel com iluminação frontal em que um mecanismo interno troca o anúncio a cada sete segundos, comumente encontrados em relógios de rua. Em espaços internos, como shopping centers, são utilizados painéis eletrônicos; 124 UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL Ainda é possível citar o cinema, que usa a mesma lógica do comercial de televisão, e, embora se caracterize por seu público estar focado na programação, é considerado mídia de apoio, por causa da baixa frequência comparada com a TV. A internet é a rede mundial de computadores, os quais estão interligados e dispersos ao redor do globo terrestre, unindo usuários particulares e organizações de todos os setores. Seu surgimento remonta à década de 1960, e em marketing é utilizado com fins mercadológicos. Sua criação e seu desenvolvimento possibilitaram a existência de mídias interativas, que, ao contrário das mídias off-line, dependem de ações do usuário para alcançar o resultado. A interação pode ser bem simples, desde clicar em determinado ícone ou hiperlink, até solicitar que o usuário forneça livremente dados pessoais para serem utilizados em campanhas mercadológicas, como data de nascimento e preferências de consumo. Figura 36: Interação Fonte: Pixabay (2021). A interatividade existe conceitualmente há bastante tempo e pode ser encontrada, por exemplo, nas artes visuais, nos Parangolés de Hélio Oiticica, em que o público era convidado a vestir a roupa denominada Parangolé e se tornar arte da própria obra de arte, ou nas performances de Marina Abramovic, em que a artista se posicionou na galeria de arte e o público interagia com ela, mas esta não esboçava nenhuma reação. Atualmente, os celulares podem ter e-books, mapas, e mais uma imensidão de possibilidades de mídia interativa, a partir do uso de aplicativos. Isso porque o usuário utiliza apenas aqueles que lhe convém e pode criar seus próprios aplicativos. Para um exemplogrande parte dos anunciantes e suas seções de classificados impressos estão cada vez menores. UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL 14 Outra forma de anúncio que já foi muito estratégica é as “páginas amarelas” dos guias telefônicos de grandes cidades. Esses guias, que tinham edições anuais, além de conter nomes e telefones de todos os moradores da cidade (nas “páginas brancas”), organizavam também telefones e endereços comerciais da cidade por categorias de produtos ou serviços e, por muito tempo, foram a única forma de um cliente buscar uma empresa de algum segmento específico. Nas páginas amarelas, por exemplo, também era possível inserir anúncios personalizados da empresa para obter maior destaque, chamar a atenção sobre características especiais, sobre os diferenciais oferecidos, etc. Era estratégico, certamente, pois não existia outro lugar no qual essas informações pudessem ser encontradas pelo público em geral, de forma rápida e centralizada. Mas precisamos concordar que não era exatamente um índice dinâmico. As edições eram distribuídas apenas no início de cada ano, então um anunciante tinha apenas uma oportunidade durante todo o ano para fazer ou atualizar seu anúncio. Esse calendário acabava restringindo significativamente as estratégias da empresa. Não apenas de marketing, mas inclusive de operação. Para inaugurar uma nova loja, três opções eram utilizadas: • inaugurar em um local com grande circulação de pessoas; • sincronizar a inauguração com o calendário de organização e distribuição dos guias telefônicos; • inaugurar e investir em anúncios impressos nos jornais de grande circulação. Para empreendimentos menores, outra estratégia tradicional sempre foi o famoso “boca a boca”, ou seja, os comentários que os clientes bem atendidos faziam a respeito da empresa para seus contatos. Seja a nova pizzaria do bairro, o salão de beleza que mudou de direção ou a churrascaria que inovou no cardápio, é fácil encontrar exemplos dessa forma orgânica de marketing social. Sim, a propaganda “boca a boca” e as recomendações que os clientes passam para seus conhecidos é uma forma importante de mídia social. As novas tecnologias permitiram que as formas de marketing tradicional fossem potencializadas ao extremo, pois a empresa pode fazer o seu anúncio em um site de busca ou em qualquer ferramenta de divulgação on-line em qualquer dia e horário do ano e em segundos. ATENCAO APLICABILIDADE DO MARKETING DIGITAL 1515 Em tempo real, consegue divulgar um novo produto, um novo serviço, uma oferta. Assim, as empresas passam a ser encontradas facilmente, não é mais necessário folhear um índice telefônico gigantesco para localizar o anúncio. A localização não precisa mais ser em uma via de grande movimento, talvez seja mais importante escolher um local com facilidade de estacionamento, por exemplo, pois a empresa pode oferecer um mapa indicando para o cliente (a partir de onde ele estiver), qual o melhor caminho para chegar até lá. Isso se considerarmos que o cliente realmente precisa ir até ao estabelecimento, pois existem outras formas de aproveitar a tecnologia para que nem isso seja necessário: eu, o meu produto e o meu serviço podemos ir até o cliente. O anúncio diário no jornal ainda é necessário? Talvez ele me ajude a atingir algum público tradicional, conservador e específico, mas a dinâmica das mídias digitais liberta a nossa estratégia dos limites daquele mundo que precisa ser impresso, transportado e distribuído. A tecnologia entrega o conteúdo imediatamente. Algumas comparações podem ser feitas sobre como os negócios são realizados atualmente e como era essa dinâmica até pouco tempo atrás, tempo em que alguns dos atuais recursos não eram nem mesmo imaginados. Figura 03: Tecnologia como fonte de renda Fonte: Pixabay (2021). Se considerarmos o mercado de veículos usados, por exemplo, a ferramenta de marketing mais comum era o anúncio de três linhas no jornal impresso. Nessas linhas, o anunciante precisava descrever marca, modelo, ano, opcionais e telefone de contato. Algum provável interessado precisava escolher muito bem, normalmente recortar esses anúncios e então despender algumas horas no telefone para perguntar informações adicionais sobre o veículo, verificar formas de pagamento ou mesmo para agendar uma visita ou verificar o endereço da loja ou do particular que estava comercializando o automóvel. 16 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL Atualmente, ainda existem anúncios de veículos desse tipo, mas a diferença é que agora nessas três linhas o vendedor tenta divulgar o endereço do seu site. Seja no site da revenda ou nos diversos portais de anúncio de veículos, um comprador pode fazer uma busca por faixa de preço, marca, modelo, ano, cor, combustível e até mesmo filtrar para mostrar os resultados (a grande maioria com diversas fotos ou até vídeo) de acordo com os opcionais que considere interessantes. Por exemplo, se você quiser encontrar um veículo azul, de determinada marca, fabricado em 1999, com ar condicionado, consegue fazer essa consulta em poucos segundos e com apenas alguns cliques. E o resultado mostrará os anúncios com fotos externas e internas, painel, estado dos pneus e até a quilometragem do veículo. A quantidade de anúncios e de informações que temos disponível atualmente é muito grande. Até que alguém leia um anúncio que foi diagramado, impresso no jornal, transportado até a banca e comprado, o caminho foi longo e, consequentemente, existiram custos para que todas essas etapas fossem cumpridas. Mas e no portal de anúncios de veículos, qual é o custo? Como se dá o transporte do conteúdo? É necessário levá-lo até uma banca para alguém comprar o jornal em que ele foi veiculado? Obviamente, há custos e pessoas que recebem para realizar serviços, como tirar as fotos e digitar os textos dos anúncios, mas você acha que esse custo é equivalente ao que tem o jornal impresso? É equivalente a imprimir e transportar cada jornal? Novamente surge a questão, o produto digital, o produto da economia da informação (nesse caso, o anúncio), é barato para reproduzir (BUENO, 2015). O custo para tirar as fotos e produzir um anúncio é maior do que o aplicado para se escrever as três linhas do anúncio do jornal impresso, porém, a partir desse momento, infinitas pessoas podem ter acesso ao anúncio que está disponível no portal de veículos, sem que seja necessário impressões e transportes posteriores, ou seja, ele precisará apenas da tecnologia disponível e necessária para essa atividade. Quanto mais conseguirmos tornar virtual nossa experiência, ou seja, quanto mais o mundo está digitalizado e podemos interagir, aprender, comprar, trabalhar, estudar e conhecer por meios remotos, mais as distâncias diminuem. Ou seja, o espaço tem outro significado. Ele não é mais um limite para as relações e atividades humanas, somos nós que configuramos o espaço. A distância entre o cliente e o produto não é em quilômetros, é em cliques, e o cliente está a um ou dois cliques de distância do produto. Nas estratégias convencionais, a localização da loja precisava considerar fatores como proximidade dos clientes e movimentação da rua. Atualmente, talvez até mesmo a diagramação das páginas e a funcionalidade do site sejam mais importantes do que seu local físico. REDES SOCIAIS E SUA UTILIZAÇÃO 17 Qual é a sua loja virtual favorita? Por acaso você sabe onde ela fica? Será que essa loja “existe” de verdade, ou seja, será que ela possui uma estrutura parecida com uma loja tradicional, ou ela é apenas um conjunto de sistemas de informação interligados com fornecedores, talvez nada mais que um pequeno escritório? Por fim, temos também a dimensão temporal, que apresenta algumas implicações, no mínimo, curiosas. Um parâmetro que ainda é muito importante no marketing é o “horário nobre”, aquele horário do dia em que o número de pessoas assistindo televisão atinge seu ponto máximo.de aplicação prática da interatividade entre organizações e clientes, em algumas localidades, os restaurantes da rede McDonald’s instalaram totens de autoatendimento para que o cliente monte seu pedido e efetue o pagamento sozinho. APLICABILIDADE DAS MÍDIAS 125 Com atenção para o mundo dos videogames, tem-se um conteúdo completamente baseado na interação de jogadores. Sua primeira geração ocorria entre jogador e máquina, mas hoje ocorre entre pessoas do mundo inteiro por meio da internet. Também existem os pervasive games, que usam o ambiente real como parte do jogo, como a caça a Pokémon no Pokémon Go, da Niantic. No quesito convergência, é preciso lembrar de Angry Birds. Devido ao sucesso, além de vários jogos para celular, tornou-se um filme de animação lançado e um crossover com a franquia cinematográfica Star Wars, provando que há um enorme campo a ser explorado no marketing digital. O livro: A companhia: breve história de uma ideia revolucionária, de John Micklethwait e Adrian Wooldridge (2003) narra a história de como as companhias se tornaram as instituições mais poderosas do mundo, mostrando o nascimento e crescimento das grandes corporações. Aprofunde ainda mais o seu conhecimento. UNI Em comparação com o consumidor off-line, o consumidor on-line tem renda média familiar superior, está entre os 25 e os 59 anos, usa preferencialmente o cartão de crédito e os produtos mais comprados nessa modalidade são ingressos para atividades culturais, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, artigos de informática e livros (BUENO, 2015). O marketing interativo pressupõe identificar o público-alvo (target), interagir com ele a respeito da marca, registrar e analisar como foi essa interação e voltar a ela. Dessa maneira, são estabelecidos diálogos constantes com os mercados-alvo, buscando sempre inovar e antecipar desejos, para continuar sendo a marca de preferência do cliente. ATENCAO Essa relação dialógica depende de um trabalho efetivo de pesquisa, tanto do consumidor como do próprio desenvolvimento do produto. Ela identifica informações relevantes dos clientes e prospects (pessoas que estão no mercado- alvo), tenta transformá-los em clientes, e ajuda a construir e manter a fidelidade dos clientes. Em marketing, a individualização refere-se a personalizar também a comunicação dirigida ao consumidor, criando cartas e brindes com seu nome estampado e mostrando grande cuidado com as informações transmitidas. 126 UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL Portanto, é uma segmentação extrema, pensando nos indivíduos, seus desejos e suas necessidades. A partir desse alinhamento, são criadas estratégias que devem ser desenhadas para atingir o mercado-alvo em determinado momento. É importante frisar que os objetivos devem ser realistas, ou seja, devem ter viabilidade para sua execução, além de mensuráveis e quantificáveis, para que possamos entregar relatórios avaliativos das ações desenvolvidas. Figura 37: Informações X Mídias Fonte: Pixabay (2021). A partir desses conceitos, é preciso responder algumas indagações, como: • Qual é sua marca, seu negócio, seu mercado? Para isso, é importante fazer a análise SWOT, buscando entender a marca e o ambiente mercadológico, além dos valores que deseja transmitir nas mensagens- chave; • Quem são os públicos de interesse, mercados-alvo, clientes, consumidores e empregados? Engloba as pessoas que se deseja atingir com as mensagens da Comunicação Integrada de Marketing (CIM) e como é possível se comunicar com eles. É muito utilizado o conceito de persona para criar estratégias comunicacionais mais eficazes. A persona oferece maior proximidade com quem é o real cliente da marca. APLICABILIDADE DAS MÍDIAS 127 A criação de personas identifica o comprador-alvo da empresa, com sua idade, profissão, local onde mora, arquétipo de consumidor, características pessoais, biografia, traços de personalidade, hábitos de uso de tecnologia, objetivos e frustrações pessoais e profissionais. A persona não é uma pessoa de verdade, mas ela é concebida para entender os consumidores não apenas como parte do mercado-alvo, mas como uma pessoa real, que poderia ser encontrada no ponto de venda consumindo um produto. • Qual é a mensagem que você quer transmitir? Ela deve ser real e relevante para o cliente, apresentando seu posicionamento; • Qual é a segmentação de seu público em todos os aspectos? Isso ajuda a criar a tônica das mensagens; • Quais são os recursos que você tem para investir? Uma dica importante para esse processo é não pensar apenas na campanha, mas no projeto e nos resultados como um todo. A comunicação digital pode ser dividida em três esferas: mídia própria, ou seja, que pertence à empresa e que ela pode publicar o que quiser; mídia paga, aquela que a empresa paga, como as publicações de influenciadores nas redes sociais, que vêm com a informação “#publipost” para que todos entendam que aquele conteúdo é patrocinado; e a mídia espontânea, conseguida através dos usuários das redes sociais por meio de likes ou interações com a marca. A internet tem ampla penetração e é uma alternativa mais barata para os investimentos em comunicação, além de ser o local em que o marketing viral pode efetivamente ocorrer. A maior interatividade entre organização e cliente também é uma vantagem, se bem gerenciada. Na visão de Costa (2017) o objetivo do marketing de busca (SEM – Search Engine Marketing) é facilitar que o público-alvo encontre uma marca na internet. Sabe-se que para fazer uma busca, a pessoa utiliza algum site como o Google e o Bing, que criam um ranqueamento das páginas mais acessadas, das que respondem mais adequadamente aos termos de busca e das que correspondem a buscas anteriores feitas por esse usuário. Para aprimorar os resultados, as empresas usam a otimização para mecanismos de busca (SEO – Search Engine Optimization), que aplica métodos para melhorar o ranqueamento das páginas. Em auxílio a esses resultados orgânicos, algumas técnicas podem ser empregadas: encurtamento de URL, descrição interessante para motivar a pessoa a acessar o conteúdo, design da página responsivo e conteúdos relevantes. O marketing de busca também se depara com os links patrocinados, ou seja, aqueles que estão no topo da página de resultados da busca por pagarem a cada acesso em garantia a essa posição. 128 AUTOATIVIDADE Questão 1. Podemos destacar que o público-alvo (target), precisa interagir com ele a respeito da marca, registrar e analisar como foi essa interação e voltar a ela. Dessa maneira, são estabelecidos diálogos constantes com os mercados-alvo: a. Marketing interativo. b. Marketing direto. c. Marketplace. d. Marketing social. e. Marketing digital. Questão 2. Trata de um painel de estrutura metálica com iluminação externa e com a propaganda impressa na lona: a. Empena. b. Busdoor. c. Frontlight. d. Painel Luminoso. e. Outdoor. Questão 3. Trata de um anúncio impresso e iluminado frontalmente, veiculado em paredes sem janelas (cegas) de edifícios. É proibida em algumas cidades para evitar a poluição visual: a. Empena. b. Busdoor. c. Frontlight. d. Painel Luminoso. e. Outdoor. 129 AUTOATIVIIDADE Questão 4. Descreva a importância dos mandamentos do marketing promocional como foco e preocupação para atrair os consumidores. Questão 5. Qual o papel da comunicação do marketing direto dentro das atividades digitais. Justifique a sua resposta. 130 UNIDADE 3 ESTRUTURAS DAS MÍDIAS SOCIAIS TÓPICO 3 3.1. Introdução do tópico As mídias sociais são instrumentos muito utilizados na Comunicação Integrada de Marketing (CIM), pois possuem um custo-benefício muito positivo, já que são gratuitas e os investimentos são baixos. Oferecem também alta visibilidade para uma ampla gama de públicos, com métricas precisas que ajudam a mensurar os resultados obtidos. Elas são eficientes para manter contato com os clientes daorganização e os prospects. As cinco mídias sociais mais usadas no Brasil são YouTube, Facebook, WhatsApp, Instagram e Messenger (COSTA, 2017). Elas podem ser utilizadas para o planejamento e a gestão da Comunicação Integrada de Marketing (CIM), pois permite postar vídeos, mensagens, informações, fotos, falar em particular com o cliente e até mesmo postar memes, se estiver de acordo com as políticas organizacionais. O uso das mídias sociais, então, traz uma sensação de proximidade entre a empresa e o cliente, além de serem alguns dos locais em que os clientes vão procurar mais informações sobre os produtos que estão pensando em adquirir. Figura 38: Desenvolvimento da comunicação Fonte: Pixabay (2021). Os anúncios são as comunicações pensadas e criadas por agências de propaganda. Eles devem apresentar a identidade e refletir a imagem da empresa ou do produto, de modo a criar desejo no consumidor por adquirir aquele item. https://cdn.pixabay.com/photo/2014/11/29/19/21/social-media-550767_960_720.png ESTRUTURAS DAS MÍDIAS SOCIAIS 131 São criados comerciais para veiculação nas TVs e nas rádios, anúncios para veículos impressos, banners para sites, cartazes para painéis etc. 3.2. Linguagem Direta do Marketing A linguagem do anúncio deve ser clara e acessível, com uso de cores e famílias tipográficas que se destaquem, por exemplo. A comunicação ativa (push) leva a informação até quem precisa dela. Embora tenha-se cada vez mais pessoas com acesso à internet, nem todas elas sabem utilizar todas as ferramentas digitais disponíveis. Então, cabe à Comunicação Integrada de Marketing (CIM) identificar essas pessoas e transmitir informações do interesse da organização para elas. A comunicação ativa se contrapõe à comunicação passiva (pull), em que o internauta tem autonomia para procurar as informações na rede. Por sua vez, a comunicação orgânica é aquela que surge espontaneamente nos grupos sociais, conectando as pessoas de maneira envolvente. Quando as pessoas que consomem e gostam da marca, divulgam aos amigos e familiares nas redes sociais, digitais e físicas. Assim, pode-se considerá-las como defensores, pessoas que dificilmente trocam essa marca por outra e que fazem um ótimo trabalho espontâneo de divulgação boca a boca. Figura 39: Paralelos do marketing Fonte: Pixabay (2021). O conceito de marketing viral surge inicialmente com Costa (2017), ao descrever o buzz marketing como o “boca a boca” favorável a uma marca. Ele surge em oposição ao marketing de interrupção, que nada mais é do que propagandas durante os programas em transmissão, revistas ou mesmo pop-ups nos sites. O conceito de marketing viral, proposto por Bueno (2015) evoca uma informação que chega a uma pessoa que a acha interessante e a viraliza, ou seja, envia a seus grupos de relacionamentos. 132 UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL Essa informação pode ser um vídeo, um meme ou qualquer outro meio, sendo o mais importante nesse processo o papel preponderante do sujeito na relação. O marketing viral remonta à teoria do fluxo comunicacional em duas etapas (two-step flow) de Paul Lazarsfeld e Bernard Berelson (1969), que enfatizava o papel dos formadores de opinião na construção da opinião pública. O comportamento do consumidor digital se pauta na preocupação com o atendimento, com a experiência do consumo e com a exclusividade do produto, utilizando as redes como fonte de pesquisas prévias às compras. O consumidor digital pode ser um representante ou um defensor das marcas que ele confia, dentro dos ambientes virtuais. Essa é a etapa final da jornada do consumidor, que começa com o conhecimento do produto, passa pela pesquisa com outras pessoas e in loco, e segue até a compra e a satisfação com a aquisição, que pode se tornar lealdade à marca. O mix da comunicação digital prevê a gestão da mídia própria, com sites e perfis nas redes sociais; da mídia paga, com links patrocinados e influenciadores digitais; e do acompanhamento da mídia espontânea com menções e respostas às postagens. Assim, o uso de redes sociais é fundamental para se manter conectado com os clientes e prospects. IMPORTANTE As marcas patrocinam eventos como shows, partidas de futebol, corridas de Fórmula 1 e outros eventos com o objetivo de destacar a sua marca na lembrança do consumidor. Figura 40: Inovação Fonte: Pixabay (2021). ESTRUTURAS DAS MÍDIAS SOCIAIS 133 Em eventos de grande porte, é possível fazer a ativação de marcas em stands oferecendo a experiência de usar o produto realmente ou apenas criar recordações, como no caso de criar locais instagramáveis, ou seja, específicos para tirar fotos para postar nas redes sociais, sem o produto efetivamente, mas com símbolos que remetem à marca, como cores, famílias tipográficas etc. A propaganda é veiculada durante o intervalo comercial das emissoras de rádio e tv ou entre as reportagens e notícias da mídia impressa; ela é caracterizada por interromper a atividade que está sendo transmitida. De acordo com Azevedo (2015) as relações públicas são mais sutis, pois podem aparecer nas notícias, através do trabalho da assessoria de imprensa ou em eventos, na exibição da marca e criação de experiências memoráveis, que contribuem para o posicionamento da empresa. A mídia OOH, (out of home) ou fora de casa, é encontrada em outdoors, pontos de ônibus, empenas de prédios, nos relógios nas ruas, em cartazes colados nas bancas de jornais, em anúncios na traseira de ônibus (busdoor), no banco do motorista de táxi, no pacote do pão e, inclusive, na própria sacola retornável do supermercado, pois a marca está estampada nela. Figura 41: Domínios da comunicação Fonte: Pixabay (2021). A comunicação permeia todas as nossas interações humanas, e a capacidade de se comunicar bem é desejável para os profissionais de todas as formações acadêmicas. O processo de comunicação parece bastante simples, afinal nos comunicamos em várias situações do cotidiano. Mas, na realidade, esse é um processo muito complexo que envolve uma infinidade de pessoas e ferramentas. Por isso, é importante estudar os processos de comunicação, como ocorrem e quem são os atores participantes. Da mesma forma, é fundamental entender a segmentação diferente de públicos, de acordo com os interesses mútuos entre eles e as organizações, além dos objetivos do planejamento de comunicação. Assim, diante deste cenário, surge a seguinte questão: no cotidiano, em quais situações podemos identificar os processos comunicacionais? 134 UNIDADE 3 CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA PARA O MARKETING DIGITAL A comunicação possibilita a nossa inserção no mundo e, como consequência, a compreensão deste. Existem diversas formas de comunicação, e ao longo da vida vamos adquirindo repertório para entender todas elas. 3.3. Função do Marketing nas Mídias A natureza da comunicação é o relacionamento humano. A comunicação se origina nas mais distintas formações sociais humanas, e vem mudando conforme a sociedade evolui. Temos a comunicação verbal, escrita e falada, e a comunicação não verbal, composta por gestos, cores, símbolos etc. Para entender profundamente ambas, deve-se entender o arcabouço cultural e comportamental da sociedade em que estão sendo utilizadas. Na ótica de Bueno (2015) a comunicação também pode ser formal como legislações, manuais, memorandos ou informal como conversas entre amigos e familiares, fofocas e boatos. As funções da linguagem servem para que a ênfase daquilo que é comunicado recaia sobre aquilo que o emissor quer que seja destacado, e são: • Função referencial ou denotativa: ênfase no assunto, no referente; seu foco é informar objetivamente e é utilizada em verbetes de enciclopédia, legislações e textos acadêmicos e jornalísticos; • Função emotiva ou expressiva: ênfase no emissor, ou seja, em quem está falando; seu objetivo é expor sentimentos e sonhos do narrador e é utilizada em letras de músicas, poesiase diários; • Função apelativa ou conativa: ênfase no receptor, ou seja, em quem está recebendo a mensagem; com o objetivo de fazer com que o receptor tome determinada atitude e é marcada por verbos no imperativo; usa-se comumente na linguagem publicitária; • Função fática: ênfase em manter o canal de comunicação aberto, para iniciar uma conversa ou verificar se o canal de comunicação está funcionando; • Função metalinguística: ênfase no próprio código, como em dicionários; • Função poética: ênfase na mensagem, em que as palavras são escolhidas para gerar efeitos sentimentais, com rimas, metáforas e figuras de linguagem. Não confunda função conativa (aquela com ênfase no receptor, também conhecida como apelativa) com linguagem conotativa, que é o uso de palavras em sentido figurado, como a ironia (uso de palavra em sentido oposto ao sentido literal), a metonímia (uso de outra palavra que dê a ideia do que eu quero expressar, através do sentido de proximidade entre ambas), a hipérbole (exagero), a personificação (atribuir sentimentos ou atitudes humanas a animais ou objetos) etc., e que se opõe à linguagem denotativa, que é o uso literal das palavras e ESTRUTURAS DAS MÍDIAS SOCIAIS 135 expressões. Figura 42: Influência das marcas Fonte: Pixabay (2021). As marcas utilizam prioritariamente a comunicação mercadológica para comunicar seu posicionamento e suas qualidades distintivas ao seu mercado- alvo segmentado. Essa comunicação mercadológica pode utilizar tanto os meios on-line como off-line. Além disso, como as marcas estão relacionadas a empresas, a comunicação institucional também deve ser trabalhada para criar um maior espectro de possibilidades para o consumidor, pois as extensões de linha e marca podem pegar carona em uma comunicação organizacional bem planejada e executada. https://cdn.pixabay.com/photo/2020/05/18/16/17/social-media-5187243_960_720.png 136 AUTOATIVIDADE Questão 1. Consiste em dar ênfase no emissor, ou seja, em quem está falando; seu objetivo é expor sentimentos e sonhos do narrador e é utilizada em letras de músicas, poesias e diários: a. Função metalinguística. b. Função poética. c. Função fática. d. Função apelativa. e. Função emotiva. Questão 2. Podemos considerar que são instrumentos muito utilizados na Comunicação Integrada de Marketing (CIM), pois possuem um custo- benefício muito positivo, já que são gratuitas e os investimentos são baixos. Oferecem também alta visibilidade para uma ampla gama de públicos, com métricas precisas que ajudam a mensurar os resultados obtidos: a. Busdoor. b. Empena. c. Outdoor. d. Mídias digitais. e. Mídias sociais. Questão 3. Trata-se de dar ênfase na mensagem, em que as palavras são escolhidas para gerar efeitos sentimentais, com rimas, metáforas e figuras de linguagem: a. Função metalinguística. b. Função poética. c. Função fática. d. Função apelativa. e. Função emotiva. ESTRUTURAS DAS MÍDIAS SOCIAIS 137 AUTOATIVIIDADE Questão 4. Dentro dos eventos digitais um fator muito importante é o controle das mídias sociais que colaboram para a aproximação das atividades, neste sentido descreva a função das mídias sociais dentro da atualidade. Questão 5. Tudo que está sobre a mídia tem uma rápida absorção e acaba tendo uma forte adesão dentro das atividades e da propaganda. Descreva a função do marketing viral dentro das mídias. Cite exemplos. 138 Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. CHAMADA RESUMO Nesta unidade, aprendemos que e-commerce é o ato de vender e comprar pela internet. Destacou-se as diferenças entre os conceitos de e-commerce e loja virtual. E-commerce é o nome dado a estratégia de marketing que tem como objetivo realizar uma compra no ambiente digital. Entende-se por venda, a presença do processo de transação comercial e que uma jornada de compra pode ser iniciada no ambiente digital ou off-line. Para tal, existem quatro tipos de e-commerce: B&B (business to business), B&C (business to consumer), C2B (consumers to business) e C2C (consumer to consumer). Compreendemos as diferenças e semelhanças entre lojas virtuais e marketplace. É preciso avaliar qual destes canais é o mais relevante para o negócio pela aplicação da metodologia MILCR, que utiliza como base seis critérios: a propagação da marca, a infraestrutura, a lucratividade, a oportunidade da captação de clientes, o relacionamento com os clientes e a possibilidade de recorrência da efetivação de pedidos. Estudamos sobre os meios de pagamentos possíveis, como: cartões de crédito e débito, milhas, carteiras digitais, entre outros, e vimos como integrá-los nas lojas virtuais por meio de gateways ou de facilitadores de pagamento. Assim, foi possível concluir que não basta possuir apenas essas informações em mãos para definir os meios de pagamento. É igualmente necessário avaliar outros fatores como: público-alvo, concorrentes, taxas de cobrança, prazos para pagamentos, segurança dos meios escolhidos (para o usuário e para o lojista) e, claro, a experiência do usuário. Primeiramente, tem-se as comunicações em mídias tradicionais, que ocorrem em TV, rádio e veículos impressos. Essas comunicações podem ser feitas em forma de propaganda, a veiculação paga de comerciais; relações públicas, que promovem a imagem organizacional; promoção de vendas, que oferece incentivos de curta duração; eventos e experiências que criam interação com o consumidor; marketing direto, como e-mails e telefonemas; merchandising, como a exibitécnica no ponto de venda, e merchandising editorial ou tie-in em programas de entretenimento; mídias de apoio (painéis, busdoor e cinema); e comunicação digital, com a criação de sites e 139 RESUMO redes sociais para aproximar cada vez mais a empresa do consumidor. Há diferenças entre propaganda e publicidade. Na propaganda, são criadas peças exclusivas, como comerciais e anúncios, e sua veiculação é paga nos meios de comunicação de massa. Na publicidade, o trabalho de divulgação é feito por meio de reportagens ou participação em programas de entrevistas, por exemplo. É um espaço gratuito conseguido pelos esforços de relacionamento com a mídia. 140 REFERÊNCIAS AZEVEDO, N Q. Marketing Digital: uma análise do mercado 3.0. Curitiba: Intersaberes, 2015. (on-line Plataforma Pearson). AZEVEDO, N Q. Marketing Digital: uma análise do mercado 3.0. Curitiba: Intersaberes, 2015. (on-line Plataforma Pearson). AZEVEDO, N Q. Marketing Digital: uma análise do mercado 3.0. Curitiba: Intersaberes, 2015. (on-line Plataforma Pearson). BUENO, W. da C. Estratégias de comunicação nas mídias sociais. Barueri, Sp: Manole, 2015. (Série Comunicação Empresarial). BUENO, W. da C. Estratégias de comunicação nas mídias sociais. Barueri, Sp: Manole, 2015. (Série Comunicação Empresarial). BUENO, W. C. Estratégias de comunicação nas mídias sociais. Barueri, Sp: Manole, 2015. (Série Comunicação Empresarial). COSTA, C. G. A. Gestão de Mídias Sociais. [livro eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2017. COSTA, C. G. A. Gestão de Mídias Sociais. [livro eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2017. COSTA, C. G. A. Gestão de Mídias Sociais. [livro eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2017. CRUZ, G. N. A. Internet: uma breve análise do mercado e da satisfação dos clientes. Ciências da Computação. Cadernos de Graduação: Ciências Exatas e Tecnológicas, [s.l.], v. 5, n. 2 (2019). Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2021. FACEBOOK. Ad Formats. Business. [s.l.], 2020. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2021. ________. Ad Objectives. Business. [s.l.], 2020. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2021. ________. Ad Targeting. Business.[s.l.], 2020. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2021. ________. Ads Guide Video. [s.l.], 2020. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2021. YOUTUBE. Ads. [s.l.], 2020. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2021. 141 REFERÊNCIAS ________. Answer. [s.l.], 2020. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2021. ________. YouTube About. [s.l.], 2020. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2021. ________. Press. [s.l.], 2020. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2021. LAZARSFELD, P., BERELSON, B. People’s choice: how the voter makes up his mind in a presidential campaign. New York: Columbia University, 1969Para complementar seus estudos indicamos a leitura do artigo: Marketing Digital: O poder de influência das redes sociais na decisão de compra do consumidor universitário da cidade de Juazeiro do Norte - CE. Disponível em: https:// semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo_cira_e_cristiano_0.pdf. Este artigo apresenta estudos interessantes sobre o Marketing Digital. Não deixe de aprofundar seus estudos! UNI 1.4. Pilares do Marketing Digital A seguir, em continuidade às orientações sobre a aplicação do marketing digital nas organizações, serão elaboradas conceituações e contextualizações que possibilitem a identificação de formas de aproveitar as vantagens do mundo digital. Iremos entender, também, os impactos que ele traz à organização e conheceremos algumas boas práticas que podem ser úteis no planejamento e operação do marketing digital. Figura 04: Planejamento do marketing digital Fonte: Pixabay (2021). https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo_cira_e_cristiano_0.pdf https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigo_cira_e_cristiano_0.pdf 18 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL Desenvolvendo mais o tema a respeito de como as três limitações (custo, espaço e tempo) podem ser transpostas com o uso das tecnologias digitais, podemos detectar alternativas eficazes para o uso do marketing. Com relação à questão do custo, por exemplo, podemos nos perguntar: quantos e-mails marketing, e-mail em massa ou, o mais popularmente conhecido, spam você recebe diariamente com ofertas de produtos? Spam é a abreviatura de Spiced Ham, um presunto enlatado que já foi muito popular em alguns países. A empresa que o produzia tinha uma estratégia de marketing agressiva e enviava pelo correio muitos folhetos divulgando o produto, o que acabou incomodando os clientes. O termo acabou virando sinônimo do irritante correio não solicitado (COSTA, 2017). NOTA Esse envio em massa possui uma função parecida com a panfletagem, que é a distribuição de folhetos com informações específicas, com produtos e ofertas, por exemplo. O objetivo dessa estratégia é atingir o máximo de clientes possível. Para criar o panfleto, precisamos diagramar um modelo e então imprimir e entregar, individualmente, cada um para cada cliente em potencial. Assumimos esses custos na estratégia de divulgação, mas, na verdade, não temos muito controle quanto a fatores como: quantos panfletos devemos imprimir? Para quantos “clientes” devo entregar? Será que estou entregando realmente para quem é um cliente em potencial? No e-mail marketing, ainda que ele precise ter uma diagramação de qualidade, não há a necessidade de imprimi-lo, com isso, não temos os custos individuais de impressão e entrega. Podemos ter um custo ínfimo para manter um sistema que faça esses envios, porém o diferencial competitivo é a inteligência no uso da tecnologia utilizada para a realização desse serviço. Essa inteligência pode estar na escolha dentro do cadastro de clientes verificando para quais deles deve-se enviar essa mala direta. É possível ser ainda mais específico quando personalizamos esses e-mails, pois não precisamos mais criar um folheto igual para todos os clientes. Na verdade, podemos identificar quais são os interesses de cada tipo de cliente, de acordo com o público-alvo da empresa e segmento, e levar em conta informações como, quais foram os produtos que eles visitaram na loja virtual da empresa para só então criar critérios de envio periódico de ofertas personalizadas, que contenham produtos pelos quais os clientes realmente já demonstraram interesse, mesclados com outros produtos que a empresa deseje divulgar. Obviamente também é necessário ter cuidado para não enviar e-mails muito frequentes, além de sempre oferecer uma forma simples de o cliente optar por não receber mais os e-mails, se assim desejar. INDICADORES DE DESEMPENHO 19 As tecnologias digitais também podem oferecer outras vantagens relativas à economia de custos, pois simplificam as comunicações, eximem a empresa da necessidade de ter uma loja física e permitem autoatendimento e personalização do produto, e tudo isso sem que sejam necessários vendedores, consultores, ou seja, o cliente acaba tendo mais liberdade de escolha. Atualmente, pela internet, conseguimos personalizar até um carro novo, escolhendo seu modelo, cor e acessórios. Essas opções são oferecidas por meio de sistemas de informação, e é importante frisar que nesses casos a empresa não está aumentando suas despesas, ela está disponibilizando aos clientes novas opções, de forma criativa e combinando as tecnologias em uso. Outra barreira ultrapassada pelas tecnologias é a de espaço físico. A Dell, por exemplo, não possuía lojas físicas. No início, era apenas uma pequena linha de produção de computadores. Para personalizar um carro, por exemplo, não precisamos nos deslocar até uma concessionária. Assim, cada vez mais nosso leque de produtos e serviços cresce por intermédio da flexibilidade trazida pela utilização da tecnologia. Podemos dizer que até mesmo o tempo está personalizado. Ele agora é o “nosso” tempo. Podemos solicitar serviços e comprar produtos no momento que quisermos. Se a nossa disponibilidade para realizar uma compra é às quatro horas da manhã, é nesse horário que a faremos. Algumas empresas não precisam mais limitar seus clientes a procurá-las durante o horário comercial. O mundo que funciona das 08h às 18h pode fazer sentido em muitas áreas, nas quais é preciso ter ganho de escala e padronização, como em uma fábrica, que precisa que a produção seja sincronizada e que os funcionários trabalhem ao mesmo tempo, entre outras várias atividades humanas que precisam ocorrer no mesmo local e momento. Escolhas, personalização, vendas, atendimento a clientes, tudo isso seria mesmo necessário? As ferramentas tecnológicas já permitem modelos mais flexíveis. Em um modelo flexível, não há sentido criar qualquer barreira, seja de espaço ou de tempo. IMPORTANTE 20 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL Um modelo estratégico muito utilizado nas empresas é o modelo das cinco forças de Azevedo (2015): • poder de negociação dos fornecedores; • ameaça de novos entrantes; • rivalidade entre as empresas existentes; • ameaça de produtos ou serviços substitutos e • poder de negociação dos compradores. Nesse modelo, ele descreve as forças que estão presentes na competição do mercado. Esse é o modelo tradicional, desenvolvido por Porter no início da década de 1980, mas que ainda hoje serve como base para análises e formulação de estratégias nas organizações. Um dos principais argumentos desse modelo é que a intensidade dessas forças pode descrever o quanto algum setor é competitivo, o que pode levá-lo a ser mais atrativo ou ter maiores margens de lucro. A ameaça de novos entrantes é a verificação dos requisitos para que um novo operador inicie suas atividades em um setor. Usando exemplos extremos, para criar uma empresa de desenvolvimento de softwares, seria necessário apenas contratar colaboradores capacitados, mas, para criar uma empresa de petróleo, os investimentos seriam monstruosos, considerando equipamentos e demais recursos e a legislação muito mais rigorosa. O poder de negociação dos compradores diz respeito às informações que os compradores têm para escolher um produto. Os fornecedores exercem seu poder de negociação ao terem outros fornecedores para comparar os valores que conseguem pelos seus produtos. A ameaça de produtos ou serviços substitutos serve para analisar a obsolescência, ou seja, o quanto o produto pode estar desatualizado em relação às outras opções disponíveis no mercado, ou mesmo se o nosso produto pode deixar de existir, pois alguma outra solução melhor pode torná-lo defasado. A rivalidade entre as empresas existentes é o fator que indica a disposição das empresas do mesmo setor, concorrentes diretos, em estratégias agressivas, como a reduçãode suas margens de lucro para conquistar mercados. Podemos dizer que a dinâmica de todas essas forças sofre influência das novas tecnologias. A internet, em especial, atua reduzindo os limites e intensificando a competição em vários aspectos das forças descritas por Porter. De forma objetiva, podemos verificar alguns aspectos em que as forças de Porter são influenciadas pela internet. A ameaça de novos entrantes é uma realidade, hoje, a empresa não possui como concorrente apenas a loja que está no mesmo bairro ou a empresa que está na mesma cidade. INDICADORES DE DESEMPENHO 21 O concorrente pode estar do outro lado do mundo, operando por sua loja virtual. O poder de negociação dos compradores e dos fornecedores também sofreu alterações, pois tanto um quanto o outro podem consultar opções para compra ou venda em qualquer local do mundo e comprar ou fornecer para qualquer local, obviamente respeitadas as limitações alfandegárias e valores de frete. Assim, produtos e serviços cada vez mais personalizados e embarcados com tecnologia podem substituir outros produtos ou serviços. Por exemplo, as atuais tecnologias para assistir a vídeo por demanda não apenas tornaram as vídeo locadoras um empreendimento arriscado e obsoleto, como até mesmo o próprio aparelho de DVD. Atualmente nem a televisão é necessária para assistir a um filme, para isso, podemos usar um computador, um tablet, um celular, assim estamos livres para escolher o conteúdo, o meio pelo qual ele será transmitido e o aparelho que usaremos. Devido a todos esses fatores, vivemos um ciclo de hipercompetição, no qual as empresas lutam por centavos em cada produto. Escolha um produto eletrônico, por exemplo, e compare seu preço nos sites especializados. Essa busca provavelmente lhe oferecerá diversas opções, geralmente com preços muito semelhantes, muitas vezes a diferença nos valores é de centavos. O modelo das cinco forças de Porter pode servir como ponto de partida para o estudo de algumas estratégias de marketing digital que conseguiram obter grande sucesso e também para as que se transformaram em um fracasso absoluto. No caso da primeira força descrita por Porter, ameaça de novos entrantes no mercado, muitas foram as empresas que por meio de suas lojas virtuais conseguiram expandir sua atuação para várias partes do mundo. Uma das primeiras lojas virtuais a ter abrangência mundial foi a Amazon.com. Inicialmente ela era centrada no comércio de livros, mas expandiu sua área de atuação e atualmente comercializa uma ampla gama de produtos, além de oferecer alguns serviços on-line. A missão da Amazon.com é ser a empresa mais focada no cliente em toda a Terra, na qual os clientes poderão encontrar tudo o que quiserem comprar on-line. A estratégia da Amazon tornou disponíveis produtos em muitos locais do mundo, o que é uma grande vantagem para os clientes. Mas, a Amazon acabou tornando muito difícil a operação de outras empresas desse setor, pois elevou o patamar de qualidade, de variedade de produtos e de segurança de comércio eletrônico a um nível que ficou difícil para outras empresas entrarem nesse mercado. Considerando o poder de negociação de compradores e fornecedores, uma estratégia de sucesso reconhecida na América do Sul é o site de comércio eletrônico Mercado Livre. Fundado em 1999 na Argentina, o Mercado Livre segue uma estratégia muito semelhante à do eBay, plataforma americana de comércio fundada nos Estados Unidos em 1995 (COSTA, 2017). No mercado latino- americano, o Mercado Livre criou escritórios locais e tornou seu portal adequado 22 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL às legislações dos países em que opera. Dessa forma, conseguiu rapidamente um grande número de usuários locais, que aproveitam a plataforma para negociar produtos que, muitas vezes, estão na mesma cidade ou em regiões próximas, o que permite que o comprador tenha acesso a frete e tempo de entrega atrativos. Já o eBay, por sua vez, nunca foi muito expressivo em vendas para o Brasil, pois a maior parte dos vendedores são americanos ou de outros países de língua inglesa, o que significa valor de frete internacional e aumento do tempo de entrega dos produtos, além das taxas alfandegárias envolvidas. O eBay reconheceu a importância do mercado latino-americano e se tornou o principal acionista do Mercado Livre, firmando uma parceria também nos aspectos técnicos, acelerando a implantação de diversas funcionalidades no Mercado Livre que já estavam disponíveis no eBay. Ambas as plataformas funcionam potencializando o poder de negociação de compradores e vendedores, trazendo informações sobre produtos, histórico das negociações e sistemas de reputação de compradores e vendedores, fatores estes que aumentam a confiança na plataforma de comércio. Um setor interessante para se analisar a ameaça de produtos ou serviços substitutos é o da indústria fonográfica e de audiovisual. Por muitos anos, as indústrias desse setor não tiveram grandes preocupações com a pirataria ou mesmo com produtos ou serviços substitutos. Essa indústria era centrada na produção e na distribuição de mídias de música e filmes. As mídias tradicionais ainda sobrevivem e geralmente vêm acompanhadas de encartes, brindes e outros diferenciais, atendendo também a um público que gosta da mídia física ou ainda está acostumado a colecionar itens de um determinado artista, por exemplo. Mas mesmo esse produto ficou diferente, a distribuição de filmes e músicas em meios físicos está cada vez mais restrita. O produto digital, depois de disponível nas plataformas de comércio eletrônico, não necessita de nenhuma despesa adicional para chegar até o cliente, não é necessário planejar uma tiragem de cópias, imprimir os encartes e transportar para montar os estoques das lojas, é só esperar o cliente comprar a música. O ambiente digital é propício para ações de marketing, pois em vez de investir em estoque de produtos acabados e em transporte, é possível investir em fatores relacionados diretamente com a divulgação ou promoção dos objetos digitais (filmes, músicas, softwares) que estão sendo comercializados. Mas todas essas potencialidades trazidas pelas novas tecnologias trazem também um aumento na rivalidade entre as empresas. Assim como o cliente pode comparar os preços, as características dos produtos e serviços e ter acesso a avaliações on-line sobre atendimento, reputação da empresa e reclamações, os concorrentes podem também ter acesso a essas mesmas informações e podem, inclusive, utilizá-las estrategicamente, seja para ajudar a formar os seus preços ou para decidir quais diferenciais irão utilizar e como irão atender aos seus clientes. INDICADORES DE DESEMPENHO 23 O mundo digital permite explorar o potencial de conexões que conseguimos estabelecer com indivíduos e organizações. IMPORTANTE Para Bueno (2015), quatro tipos de conexões estratégicas podem ser realizados pelas organizações integrando o marketing digital: • conexões com consumidores; • conexões com funcionários; • conexões com parceiros de canal; • conexões com acionistas. Nas conexões com os consumidores, a organização deve ser capaz de divulgar a sua missão e de se conectar com clientes que sejam tocados por ela. As três características de uma boa missão seriam a de criar práticas inovadoras, difundi-las por meio de histórias emocionantes e concretizá-las por meio do empowerment (empoderamento, dar poder) ao consumidor. Para criar conexões com os funcionários (colaboradores), é necessário trabalhar na dimensão de valores. Encontrar pessoas que compartilhem os valores da empresa facilita o desenvolvimento de um comportamento colaborativo e criativo, e ajuda a reter e manter talentos produtivos na organização (COSTA, 2017). Parceiros de canal são de especial importância quando a empresa não tem acesso direto ao cliente, isso, logicamente, quando ela precisa operar através de um canal de distribuição. Nessa situação, é imperativoque o canal seja selecionado considerando a sua compatibilidade com o propósito, os valores e a identidade da empresa. Canais compatíveis, que consigam refletir os valores, a cultura e o propósito da empresa, poderão ser mais efetivos em tocar os clientes e em criar conexões com a empresa. IMPORTANTE Por fim, Azevedo (2015) traz o marketing direcionado aos acionistas, que deve se dar por meio de uma formulação e comunicação da visão corporativa capazes de convencer acionistas (sócios, sociedade) a aguardar os resultados de longo prazo das ações e estratégias. 24 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL Figura 05: Organização social Fonte: Pixabay (2021). Para Costa (2017), as conexões são vitais para o acesso aos recursos globais, como fornecedores, mão de obra global ou mesmo canais de distribuição privilegiados. A criação de conexões por meio das tecnologias de informação e comunicação, forma uma sólida base para estratégias de inovação. O autor descreve o acesso global a recursos como uma característica das organizações inovadoras, pois ao ignorar as fronteiras e as disponibilidades locais de recursos, a inovação surge mais facilmente e pode se dar por meio da interação com fornecedores distantes ou mesmo por capacidades de mão de obra ou talentos localizados em outro lugar do globo (COSTA, 2017). O autor evidencia também que a empresa não está isolada, ela precisa estabelecer e manter relações, internas, externas e expandidas para manutenção e ampliação de suas operações, para aumentar seu potencial inovador e também devido a fatores de sustentabilidade (COSTA, 2017). Atualmente, uma das principais formas de alguém encontrar, seja por meio de desktops, smartphones ou tablets, uma empresa na internet é utilizando o Google. Para explorar melhor o potencial dessa poderosa ferramenta para o marketing, é importante conhecer o seu funcionamento, em especial, o seu surgimento. https://cdn.pixabay.com/photo/2020/05/18/16/17/social-media-5187243_960_720.png 25 AUTOATIVIDADE Questão 1. Em 1439, Gutenberg promoveu a disseminação de conteúdo por meio de inovação tecnológica para a publicação de textos. Inovações como essa permitem que: a. todas as pessoas tenham acesso às informações de maneira mais fácil e ampla. b. determinadas classes possuam acesso às informações de forma restrita. c. o acesso às informações ocorra de maneira superficial. d. pessoas, desde que autorizadas, tenham acesso às informações de maneira abrangente. e. o acesso às informações seja ampliado para determinados anunciantes. Questão 2. A evolução da mídia ocorreu a partir das ideias de Gutenberg. Diante desse fato, podemos afirmar que a imprensa de Gutenberg, o Facebook e o Twitter têm em comum: a. Todos facilitaram e ampliaram a disseminação da informação por meio da inovação tecnológica. b. Todos pregaram a democratização da comunicação pelas redes sociais. c. Todos foram considerados os eventos mais importantes da Idade Moderna. d. Todos inovaram permitindo acesso às informações de forma privativa, com cadastro. e. Todos inovaram permitindo acesso a mais informação por meio de textos, imagens, áudio e vídeo. 26 AUTOATIVIIDADE Questão 3. Para compreender as possibilidades atuais, quanto ao marketing digital, é fundamental entender como o marketing e a tecnologia: a. colaboraram para seu mútuo desenvolvimento, em especial com a evolução das mídias. b. competiram entre si, permitindo evolução significativa nas duas áreas. c. mantiveram os prazos para publicação de conteúdo e anúncios. d. são as áreas que têm a responsabilidade de criar campanhas. e. tiveram a sua principal colaboração na possibilidade de segmentação de público-alvo. Questão 4. Descreva como as novas tecnologias e a inovação contribuíram para que as atividades do Marketing possam ser implantadas nas rotinas empresariais. Questão 5. Considerando todos os avanços no campo do marketing, o que pode ser considerado inconcebível atualmente é o tradicional marketing de massa, pois é cada vez mais praticável oferecer personalização de toda a experiência do cliente, oferecendo a ele experiências únicas e marketing, ofertas e produtos personalizados. Como o Marketing Digital é apresentado ao longo dos anos? 27 UNIDADE 1 REDES SOCIAIS E SUA UTILIZAÇÃO TÓPICO 2 2.1. Introdução do tópico O avanço da tecnologia mobile e o desenvolvimento da internet nos inseriu em uma nova era: a era da comunicação ubíqua (que está em toda e em qualquer parte). Uma era em que a relação entre o homem e a tecnologia se tornou praticamente simbiótica. Um período em que as pessoas podem receber, emitir e compartilhar informações para o mundo inteiro, em tempo real, por meio de um aparelho celular conectado à internet, com a predominância das mídias digitais e sociais em nosso cotidiano. Uma era em que tecnologia e consumo estão diretamente conectados e em que o relacionamento entre empresa e consumidor está cada vez mais estreito e exigente. Diante do exposto, questiona-se: Quais são as novas possibilidades e os desafios do marketing neste novo contexto social? Como o mobile marketing e as mídias digitais adquiriram relevância no dia a dia dos consumidores e transformaram-se nos principais meios de divulgação para um negócio? 2.2. Marketing e Redes Sociais Há algum tempo, o marketing digital vem se consolidando como uma estratégia essencial para a expansão dos resultados corporativos. Isto porque, além de proporcionar um contato mais próximo e íntimo entre marcas e consumidores, trata-se de uma estratégia de comunicação que permite a mensuração de resultados e a captação de dados em tempo real. 28 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL Figura 06: Inovação das redes sociais Fonte: Pixabay (2021). Podemos destacar que o Brasil tem 116 milhões de pessoas conectadas à internet, assim, os brasileiros on-line somam 64,7% de toda a população (COSTA, 2017). As redes sociais são utilizadas por muitos usuários para manter contato com parentes e amigos, além de constituírem um importante meio para acompanhamento de notícias e outros conteúdos de seu interesse, tornando-se um canal atrativo e cada vez mais relevante para as estratégias de marketing. Entretanto, o conceito de redes sociais possui fronteiras maiores que o ambiente digital. Rede social caracteriza-se por ser um conjunto de pessoas conectadas por um interesse em comum, e podem estar divididas, segundo Costa (2017), em três tipos: • Redes sociais centralizadas: toda a informação passa por um dos nós da rede (o centro) para, então, poder ser distribuída para os demais nós. É o modelo clássico de broadcasting (transmissões realizadas por ondas eletromagnéticas de áudio ou áudio e vídeo, utilizadas pelas rádios e TVs), no qual o poder de controle e distribuição da informação é concentrado na fonte emissora; • Redes descentralizadas: quando se fala e organiza esse tipo de redes o importante é descrever que todas as suas funcionalidades são distintas e somente sua comunicação final terá um sentido de igualdade, por exemplo as redes por departamentalização, um programa de TV que REDES SOCIAIS E SUA UTILIZAÇÃO 29 depende de informações da emissora, que por ordem hierárquica demonstra essa efetividade, não tendo autonomia para funcionar diferente; • Redes distribuídas: conhecidas como redes abertas sem proprietário ou estrutura funcional onde existe alguém que irá coordenar, neste caso todos vivenciam e partilham as informações. As redes sociais concebidas e disseminadas pelas plataformas digitais vêm conquistando a cada dia maior predominância em nosso cenário social. De acordo com Cruz (2019), o Facebook é a maior e mais popular rede social do mundo. Possui 1,2 bilhões de usuários mensalmente ativos em sua plataforma, ou seja, sua audiência representa praticamente 50% de todos os usuários conectados na internet em todo o planeta. Estima-se que 61,2 milhões de brasileirosestão ativos na plataforma, razão que a torna uma preciosa ferramenta publicitária, com muitas vantagens de anúncio nesta rede. Os anúncios no Facebook também permitem desenhar o objetivo de marketing de cada campanha, isto é, ao anunciar na plataforma, é possível optar por uma publicidade que se conecta a três pilares que veremos agora. O reconhecimento (atração) é responsável por atrair o público, e é subdividido em duas categorias: reconhecimento de marca e alcance. A primeira tem como intuito elevar o reconhecimento geral da marca e exibe os anúncios aos usuários mais propícios a darem atenção para eles. O segundo refere-se a anúncios que buscam atingir o maior número de pessoas em seu público dentro do seu orçamento, incluindo a opção de anunciar apenas para as pessoas que circulam próximas ao seu ponto comercial. A consideração (envolvimento), por sua vez, envolve o target, e para isso pode-se optar pela utilização de: • Instalações do aplicativo: promover mais instalações do aplicativo divulgando um link direto para App Store e Google Play; • Tráfego: elevar o número de visitas em seu site, aplicativo ou conversa do Messenger. O objetivo é fazer com que as pessoas realizem ações relevantes para o negócio quando chegarem lá; • Geração de cadastros: esta opção incentiva os usuários a se cadastrarem para receber maiores informações sobre a empresa, ou então, para que possam ficar mais tempo no aplicativo ou site; • Mensagem: o objetivo desta opção é fazer com que as pessoas realizem mais interações com o Messenger. É a oportunidade de ter conversas pessoais e solucionar dúvidas, coletar cadastros e impulsionar as vendas; • Envolvimento: a intenção aqui é fazer com que as pessoas sigam a fanpage ou interajam com as publicações por meio de comentários, curtidas e compartilhamentos; 30 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL • Visualizações de vídeo: exibição de vídeos às pessoas mais dispostas e propícias a se interessarem por eles e assisti-los até o fim. E finalmente, a conversão que possui o intuito de fazer com que os usuários ajam com o propósito de realizarem uma conversão. Está dividida em três tipos: • Conversão: ampliação do número de ações dos usuários no site ou aplicativo. Esta é a opção ideal para quem deseja gerar compras, cadastros, registros ou qualquer outro tipo de conversão; • Visitas ao estabelecimento: promoção de visitas no estabelecimento, gerando vendas ou outras ações importantes em pontos de vendas. O objetivo ao selecionar esta opção é preencher uma lacuna entre as jornadas de compra on-line e off-line; • Vendas do catálogo: exibição dos produtos certos para os compradores certos. Criar promoções automáticas dos produtos mais relevantes para cada usuário. Os formatos disponíveis para anúncio do Facebook podem incluir vídeos, imagens, palavras ou uma combinação de todos esses elementos. O objetivo é permitir que, a partir deles, as empresas contem a história da sua marca, do seu produto ou serviço de forma convidativa. Os formatos oferecidos pela plataforma são: • Foto: um formato de anúncio simples para usar imagens inspiradoras e textos atrativos, sendo ideal quando se busca direcionar pessoas para o site ou quando se precisa criar um anúncio em poucos minutos. É muito eficiente quando o desejo é aumentar o reconhecimento dos produtos; • Vídeo: neste formato de anúncio existem três tipos de opções: • In-stream: neste formato, os anúncios aparecerão nos vídeos que os usuários visualizam; • Feed: ao escolher esta opção, o vídeo aparecerá no feed dos usuários; • Stories: neste estilo, o anúncio aparecerá no feed de stories do público; • Messenger: os anúncios veiculados no Messenger permitem que o público inicie conversas com a marca. É uma ótima oportunidade para tornar o relacionamento em algo pessoal, por meio da utilização de recursos interativos ou automatizados; • Carrossel: esta configuração possibilita exibir dez imagens ou vídeos em um único anúncio, cada um possuindo o seu próprio link. É perfeita para destacar diversos produtos ou ainda uma história que vai se desenrolando em cada cartão; REDES SOCIAIS E SUA UTILIZAÇÃO 31 • Apresentação multimídia: neste modelo, os anúncios de vídeo utilizam movimentos, sons e textos; • Coleção: os anúncios de coleção possibilitam ao usuário descobrir, entreter-se e comprar os produtos disponíveis. Por exemplo: o usuário pode tocar em um anúncio e receber mais informações sobre o produto específico, tudo em uma única experiência de carregamento rápido; • Reproduzível: este formato de anúncio é destinado à promoção de aplicativos, isto porque permite aos usuários interagirem com uma prévia do aplicativo antes de baixá-lo; • Experiência instantânea: conhecida como Canvas, possibilita que a empresa crie um destino em tela cheia e com carregamento veloz. É um tipo de anúncio desenhado para dispositivos móveis e no qual pode ser inserido qualquer um dos formatos dos anúncios anteriores. Figura 07: Interferência da mídia Fonte: Pixabay (2021). Uma vantagem competitiva muito relevante para as empresas anunciarem seus produtos e serviços no Facebook é que não existe restrição de orçamento, as organizações podem veicular anúncios na plataforma com qualquer orçamento. Outra poderosa rede social para o mundo dos negócios é o Instagram. Esta plataforma tem mais de 1 bilhão de usuários ativos mensalmente, sendo que 90% das contas de seus usuários seguem empresas e 500 milhões deles utilizam o Instagram Stories todos os dias; 60% dos seus integrantes afirmam encontrar novos produtos com o aplicativo. Números bastantes atrativos para qualquer empresa querer estar presente nesta rede social (CRUZ, 2019). São cerca de 25 milhões de perfis comerciais existentes na plataforma ao redor do mundo, ou seja, 25 milhões de empresas que possuem o Instagram for Business (Instagram para negócios) (CRUZ, 2019). A opção de conta corporativa fornece ao usuário algumas funções adicionais como: relatórios de performance do perfil; permissão para criação de anúncios no feed de notícias dos usuários; e inclusão do endereço da sua loja física. 32 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL Contudo, a maioria dos profissionais de marketing que usam a plataforma considera como melhor benefício a ferramenta analítica disponibilizada pela rede social. Isto porque o administrador de uma página comercial consegue ter acesso não apenas a dados de performance da sua página, mas também ao comportamento dos seus seguidores. Por conta disso, a ferramenta de mensuração do Instagram é nomeada Instagram Insights ou Analytics. Vamos conhecer agora as vantagens de se utilizar a ferramenta já mencionada e mais algumas delas. • Rastreabilidade: contas comerciais do Instagram podem inserir botões logo abaixo da sua biografia. A inserção destes botões fornece ao usuário algumas facilidades, como ligar e enviar mensagens diretamente por e-mail ou inbox para a organização. Também é possível que, ao clicar no endereço da empresa, o usuário seja redirecionado automaticamente para aplicativos como o Waze e o Google Maps, e planejar a sua locomoção até o estabelecimento comercial; • Acesso aos dados analíticos: o Instagram disponibiliza acesso a dados recolhidos automaticamente pela rede social. É por meio do conteúdo e análise dessas informações que o profissional de marketing consegue ter insights e planejar ajustes estratégicos com o objetivo de melhorar suas ações. Esses dados são divididos em três categorias: • Atividade: refere-se à mensuração de dados relacionados às interações das pessoas com a página, como, por exemplo: número de acessos, cliques nos botões presentes após a biografia e dias e horários com maior pico de atividade; • Conteúdo: trata-se das informações referentes a publicações e stories criadas pelo Facebook Ads; • Público: disponibiliza o acesso aos dados comportamentais e demográficos do públicoque segue a página comercial. Por ser uma rede social do Facebook, o Instagram apresenta as mesmas opções aos profissionais de marketing em relação a: segmentação de público, otimizações de anúncios alinhados ao objetivo do marketing e também ao formato dos seus anúncios descritos anteriormente. Não há como afirmar que há uma melhor rede social para todas as empresas. É necessário realizar uma análise específica conforme o tipo de negócio, para assim obter uma resposta assertiva. REDES SOCIAIS E SUA UTILIZAÇÃO 33 Todavia, deve-se atentar para algumas questões importantes, como: • Em qual rede social o seu público está, no Facebook ou no Instagram? Provavelmente eles estarão nas duas plataformas, considerando que o Facebook é a rede social com o maior número de usuários do mundo e o Instagram é a rede com maior ascensão. Assim, o que é preciso analisar? Após compreender que cada rede possui sua especificidade de interação e intenção para o usuário, procure responder às questões: • Qual é o objetivo da sua campanha? Gerar venda ou exposição? • Quais e como serão as mensagens que sua estratégia de comunicação pretende utilizar para a divulgação? Figura 08: Marketing estratégico Fonte: Pixabay (2021). Qual é a estrutura que você possui disponível para realizar a ação? Leve em consideração o número de profissionais envolvidos, recursos utilizados etc.; o objetivo desta questão é tornar tangível a relação tempo vs. capacidade de produção para atingir os resultados estratégicos. Após responder a todas estas perguntas, pode-se obter um fluxo de comunicação estratégico. Para cada etapa da estratégia de comunicação, uma rede social obterá maior relevância e performance compatível ao objetivo do momento. IMPORTANTE 34 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL O segredo das redes sociais é identificar onde o público-alvo está, como ele se relaciona com cada plataforma e como a marca pode atuar por meio de uma estratégia de marketing híbrida, com foco no objetivo de cada etapa da jornada do consumidor e do funil de vendas. Para as empresas, os principais desafios dentro desse universo é manter os usuários engajados e ampliar o alcance de suas publicações. Para tanto, utilizam não apenas as redes sociais, mas também outras mídias digitais, ou seja, todas as ferramentas de comunicação que possuem a internet como meio de distribuição, em suas estratégias de marketing digital. Existem três tipos de mídias digitais: • Mídia paga: refere-se à mídia na qual a empresa realiza um investimento financeiro para utilizar a audiência e o alcance de um canal digital. Apresenta ao negócio a oportunidade de alcançar apenas a segmentação do seu público-alvo em grande escala, tornando sua comunicação direcionada e assertiva. Exemplos de mídia paga são: Google Ads, Facebook Ads, Instagram Ads, YouTube Ads, Plataformas de Mídia Programáticas e Guest Posts; • Mídia espontânea: o sonho de todo profissional de marketing, a mídia espontânea é proporcionada por meio de boca a boca ou pela estratégia member-get-member. É quando a empresa obtém um espaço de promoção/divulgação em canais terceiros sem precisar que haja um investimento financeiro para isso. A menção é realizada devido a uma experiência positiva ou compatibilidade de valores. Comentários, compartilhamento de conteúdos e menções de marca nas redes sociais, resenhas e backlinks voluntários em blogs corporativos e pessoais, são algumas das possibilidades existentes; • Mídia própria: são as mídias nas quais a empresa é proprietária. É por elas que a marca entra em contato com os consumidores e estabelece relacionamentos duradouros, além de serem uma importante ferramenta para a prospecção de novos clientes. Exemplos de mídias próprias são: sites institucionais, e-commerce, blogs corporativos e canais próprios nas redes sociais. Deste modo, utilizar as mídias digitais em sua estratégia de marketing envolve muitas vantagens. Entre elas: • Assertividade: permite que a sua marca atinja exclusivamente os consumidores mais propensos a adquirir os seus produtos e serviços; • Mensuração de resultados: viabiliza relatórios de ROI (retorno sobre o investimento realizado) em real time (tempo real), possibilitando acompanhamento, ajustes e aprimoramento contínuo do investimento em cada ação de marketing promovida pela marca, proporcionando melhores resultados para o seu negócio; • Melhor relação custo-benefício: divulgar nos canais digitais requer um REDES SOCIAIS E SUA UTILIZAÇÃO 35 investimento menor do que em veículos de comunicação tradicionais, além de permitir que sua comunicação atinja apenas o seu cliente ideal; • Construção de melhor reputação e identidade de marca: os canais digitais possibilitam um relacionamento bilateral entre as marcas e os seus consumidores, fator que estimula uma relação duradoura, além de permitir estratégias corporativas orientadas à colaboração, envolvendo necessidades e desejos dos clientes do início ao fim dos projetos da organização. O consumidor não é mais um alvo de consumo, ele é também cocriador dos seus produtos, serviços e identidade de marca. Aliás, é muito provável que este cliente se torne um promotor da sua organização para o seu capital social (on-line e off-line). Figura 09: Participação do consumidor Fonte: Pixabay (2021). O mobile marketing pode ser entendido como toda atividade de marketing que utiliza um canal de comunicação móvel. De acordo com Bueno: […] a mobilidade é uma ferramenta para as ações de marketing e os equipamentos móveis ou também chamados sem fios – wireless em inglês – são a base das ações de marketing quanto ao mobile marketing ou móbile marketing (BUENO, 2015 p. 10). Assim, o celular é o dispositivo mais usado nas estratégias de mobile marketing. Sua popularização o transformou em um aparelho presente em todas as faixas etárias e classes sociais. Com o desenvolvimento da tecnologia, o celular passou a exercer um considerável papel de entretenimento para seus usuários, deixando de ser usado simplesmente para efetuar e receber ligações. 36 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL Atualmente, o celular é um dos meios de comunicação mais significativos para as estratégias de marketing e comunicação de uma organização, pois é por meio deste que as empresas obtêm uma interpretação cada vez mais direta, interativa, personalizada e simultânea com o seu consumidor. Isto promoveu a descentralização das mídias que, por muito tempo, eram selecionadas pela rentabilidade oferecida aos veículos e às agências. Considerando essa perspectiva, é natural pensar que novas ferramentas fossem concebidas e contribuíssem para a criação de uma nova maneira de interagir entre as pessoas e os seus aparelhos celulares. ATENCAO Os aplicativos possuem inúmeras utilidades, e podem nos ajudar em muitas atividades, como, por exemplo: ler nossos e-mails, registrar por vídeo ou foto momentos especiais do nosso dia, nos ajudar em nossa locomoção, indicando o melhor caminho ou linha de transporte, entrar em contato direto com amigos, colegas de trabalho, restaurantes e lojas, além de nos entreter com músicas, séries, filmes e livros. Sem dúvida, as possibilidades de usufruir e se beneficiar do uso de um aplicativo em nosso dia a dia são ilimitadas. Logo, diante desta conjuntura social, em que uma rotina pode ser estruturada pelo uso de aplicativos, o que vai definir o sucesso de um aplicativo é a funcionalidade (qual necessidade do cliente ele atende ou cria?), a UI (user interface) e a UX (user experience). Para tanto, a empresa deverá optar por um dentre os três tipos de modelos disponíveis para o desenvolvimento dessas ferramentas e utilitários. Vamos conhecê-los melhor: • Desenvolvimento: Possui um desenvolvimento específico para cada plataforma; • Funcionalidades: Possibilita altas variedades de features, como: notificações push, acesso off-line e integração com ferramentas mais elaboradas;• Integração: Permite o acesso a todas as funcionalidades e recursos de hardware do dispositivo; • Distribuição: A instalação pode ser realizada em um App Store; • Atualizações: As atualizações também são realizadas pela App Store. O progresso das tecnologias digitais possibilitou o desenvolvimento das ferramentas de interação. Mas, afinal, o que vem a ser essas ferramentas de interação? REDES SOCIAIS E SUA UTILIZAÇÃO 37 Ferramentas de interação possibilitam a comunicação entre as pessoas. Elas são subdivididas em dois grupos: ferramentas síncronas e ferramentas assíncronas. No primeiro grupo, a interação acontece em real time. No segundo, a relação ocorre em momentos distintos, de forma atemporal. Veja alguns exemplos dessas ferramentas: • Ferramentas síncronas: bate-papos, áudio conferências, videoconferências e webconferências; • Ferramentas assíncronas: fóruns, e-mails, blogs e e-books. Entretanto, existem algumas ferramentas de interação emergentes que estão sendo inseridas nas estratégias de marketing, com o objetivo de oferecer ao consumidor experiências capazes de expandir os limites da interatividade. Entre elas está o conceito da realidade aumentada, que surge com a criação do QR Code, abreviação de quick response code (código de resposta rápida). O QR Code é utilizado para direcionar o usuário de um smartphone diretamente a uma página da web, aplicativo ou grupo de WhatsApp, por exemplo, por meio da câmera de seu celular. Mas como o QR Code poderia enriquecer nossa experiência na prática? Imagine que uma pessoa está viajando pela Alemanha. Ela está diante de um monumento histórico e visualiza um QR Code. Ao posicionar a câmera do seu celular sobre o código, a pessoa tem acesso a conteúdos exclusivos sobre aquele monumento, e esse é o objetivo da realidade aumentada: aprimorar a experiência das pessoas com o espaço do mundo físico em que ela se encontra, promovendo uma vivência que amplia as fronteiras da interatividade. Outra tecnologia bastante promissora é o reconhecimento facial, uma técnica de biometria que tem como base o rosto das pessoas. Essa ferramenta está sendo utilizada para muitas atividades, desde a confirmação de senhas de aparelhos celulares e bancos até o mercado automobilístico, que a incorporou em seus veículos de luxo para detectarem não só o proprietário do veículo, como também quando este sente sono ao volante, por meio da captura de seus movimentos. Para falar deste assunto precisamos, antes, compreender que toda rede social é uma social media, mas nem toda social media é uma rede social. Social media, ou mídia social, é todo conteúdo criado de forma independente, descentralizada e externa aos meios de comunicação de massa. IMPORTANTE 38 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING DIGITAL De acordo com a agência de pesquisa Spannerworks (AZEVEDO, 2015, p. 75-76), as plataformas de social media devem apresentar cinco características em comum: • Participação: social media apela à participação e ao feedback dos diversos utilizadores. Torna mais tênue a linha que separa as empresas da audiência; • Abertura: a maior parte do social media permite que qualquer utilizador possa participar por meio de comentários, feedback, votações ou partilha de informação. Raras são as barreiras ao acesso e uso do conteúdo; • Conversação: enquanto as mídias de massa transmitem e distribuem os seus conteúdos para grandes audiências, a social media, por norma, apresenta-se como uma conversa nos dois sentidos, de alguns para alguns; • Comunidade: as plataformas colaborativas de social media permitem a criação e manutenção de comunidades por meio da partilha efetiva de conteúdos e informação entre utilizadores com interesses comuns, de forma fácil e rápida; • Conectividade: o sucesso da maioria dessas novas mídias passa pelas interligações existentes nos mesmos (interoperacionalidade) e a combinação entre os diferentes tipos de websites, recursos ou pessoas. O conceito de social media engloba as redes sociais, mas sem se limitar a elas. É um termo abrangente que envolve todos os veículos de comunicação on- line, desde que estes incorporem as cinco características mencionadas. Assim, é relevante dizer que, com a invenção dos smartphones e o avanço da social media mobile, os usuários adquiriram um poder de cocriação com as marcas nunca antes proporcionado. Com o seu aparelho móvel em mãos, o consumidor possui total liberdade para ser um defensor, uma autoridade e até mesmo um micro influenciador da marca. Os smartphones contribuíram de forma significativa para que as diferenças entre os mundos físico e digital se tornassem perceptivelmente inexistentes. Tudo está interligado, e as ações e interações entre os dois pólos, correlacionadas e integradas. Portanto, a comunicação tende, cada vez mais, a deixar de ser persuasiva para ser experiencial, promovendo a participação dos consumidores na concepção de produtos e processos. Uma maneira emergente de se fazer marketing, mas com forte potencial de gerar ou maximizar receitas para os negócios. O vídeo tornou-se uma ferramenta essencial nas estratégias de marketing, uma vez que é o tipo de conteúdo mais consumido nas mídias digitais. Com o desenvolvimento das tecnologias e o avanço da internet, os vídeos passaram a ocupar um papel adicional ao de entreter eles também informam. REDES SOCIAIS E SUA UTILIZAÇÃO 39 Essa possibilidade permite que metas de branding e de performance possam caminhar juntas quando o vídeo marketing é a estratégia que optamos por conceber, pois, além de capturar a atenção dos usuários, as ferramentas de vídeos são capazes de levá-los da inspiração à consideração, e, assim, estimulá- los a realizar ações. O site com maior facilidade de penetração para esta atividade é o YouTube. Atualmente, o YouTube é uma plataforma que conta com mais de 1 bilhão de usuários, número que engloba quase um terço das pessoas conectadas à internet ao redor do mundo. E este não é o único número atrativo dessa mídia social. Presente em mais de 100 países e com um catálogo de conteúdo disponível em até 80 línguas, o YouTube apresenta um número robusto de horas diárias assistidas em sua plataforma: 1 bilhão. Ou seja, esse site possui 1 bilhão de horas assistidas em apenas 24 horas. (CRUZ, 2019). Com esses números em mente, não é de se admirar que o YouTube seja tão atrativo para as empresas e tão presente em suas estratégias digitais. Segundo o próprio site (YOUTUBE, 2020, online): • O número de canais que tiveram receitas anuais de seis dígitos em sua plataforma cresceu mais de 40% ao ano; • O número de canais que tiveram receitas anuais de cinco dígitos em sua plataforma cresceu mais de 50% ao ano; • O número de canais com mais de um milhão de inscritos cresceu mais de 65% ao ano. Os vídeos e o YouTube estão ocupando, cada vez mais, papéis relevantes para as demandas dos profissionais de marketing. Em geral, as ferramentas de estática utilizadas para realizar a medição de dados exibem o comportamento e o perfil das pessoas que estão consumindo o nosso conteúdo. Dados que são úteis para avaliarmos a performance das nossas estratégias a curto, médio e longo prazo. Com o vídeo marketing não é diferente. Entretanto, as informações oferecidas sofrem variações em cada plataforma. Vamos mencionar as principais: Facebook, Instagram, Messenger e YouTube. Essas mídias são da mesma organização, o Facebook, e apresentam indicadores de performances audiovisuais iguais. Ao realizar um anúncio de vídeo em qualquer uma dessas mídias, obtém-se como métricas: número de vezes que o vídeo foi reproduzido, baseado nas impressões únicas; visualizações de vídeo baseado no percentual do conteúdo visual assistido (25%, 50%, 75%, 95% e 100%) e custo por visualização a cada 3 segundos visualizados. Podemos citar como exemplo destes dados o ThruPlays, que trata de uma opção para otimizar as visualizações de vídeos dentro das ferramentas utilizadas