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Apostila de Anestesiologia Veterinária Theury Reis Olegário – Discente em Medicina Veterinária Coronel Fabriciano, 2021 Anestesiologia Veterinária é a ciência que estuda e visa promover o estado de ausência de dor e sensações durante procedimentos cirúrgicos, entre outros. As técnicas permitem imobilização, tranquilização, analgesia, e relaxamento muscular em pacientes submetidos a procedimentos invasivos e dolorosos. Tranquilização: redução da ansiedade, relaxamento. Sedação: deprime o SNC, associada a sonolência. Hipnose: sono artificial x Narcose: sono profundo (perda ou não) Catalepsia: rigidez maleável, não responde a estímulos. Analgesia: ausência de estimulo doloroso. Neuroleptoanalgesia: hipnose + analgesia = sedativo Anestesia: perda de sensação, podendo ser geral, local ou regional. Anestesia balanceada: utiliza de vários fármacos visando planos individuais no estado anestésico. Anestesia dissociativa: fármacos que promovem dissociação dos sistemas tálamocortical e límbico, promovendo estado de catalepsia. Dor: experiencia sensorial ou emocional, associada a lesão tecidual. Nocicepcao: sinais que chegam ao SNC resultante da ativação de receptores sensoriais chamados nociceptores. De forma geral, a anestesia é dividida em 5 planos iniciais: Imobilização Perda da consciência Insensibilidade Relaxamento muscular Analgesia Avaliação MPA Indução da anestesia Manutenção da anestesia Recuperação do paciente MPA: objetiva promover a tranquilização do animal, reduzir desconforto e ajuda a reduzir o estresse para uma indução segura, evita picos de catecolaminas e depressão acentuada do SNC ou complicações na indução. A MPA auxilia a potencializar a ação dos anestésicos, diminuindo a dose dos mesmos e pode coibir o estágio 2 da anestesia, que promove excitação, tosse e êmese. A indução e recuperação suave também é um objetivo de uma MPA. Indução: é a fase em que o paciente irá receber os primeiros fármacos para a cirurgia. Visa o alcance do plano anestésico no qual ocorre a perda dos reflexos laringotraqueais e tônus mandibular, onde é possível intubar o paciente para início do procedimento. Manutenção: no início dessa fase, as drogas usadas na indução, que tem curtam duração, começam a perder o efeito, e o anestesista busca manter a concentração de fármacos de forma eficiente e controlada dos anestésicos, seja IV ou inalatória. Nesta fase é importante se atentar a subdoses e anestesia demasiadamente profunda. Recuperação: ao se aproximar do fim da cirurgia, o anestesista começa a reduzir o uso dos anestésicos para que o paciente acorde logo após a finalização de forma rápida e tranquila. Requisitos para o anestesista: Conhecer os fármacos, período de latência, tempo de ação, efeitos no sistema card, resp e renal. Medicações seguras em casos de emergência. Conhecer o estado geral do paciente e o tipo de cirurgia >>>>>>>>>> PLANEJAMENTO ANESTÉSICO! Antes da anestesia, é necessário classificar o paciente em categorias de risco de acordo com o estado em que se encontra, na classificação do ASA (American Society of Anesthesiology), observado na tabela 1. PREPARO DO PACIENTE Inicia-se com a anamnese, exame físico e exames complementares de acordo com o ASA. Após o diagnóstico, avaliação dos exames complementares e preparo do paciente. ASA I e II Hemograma completo; Função renal (ureia e creatinina); Glicemia (para neonatos). Hemograma completo, função renal (ureia e creatinina), função hepática (AST, ALT, FA), e ecocardiograma (ECG) para animais adultos. ASA III e IV Hemograma completo; Função renal (ureia e creatinina); Função hepática (AST, ALT, FA); Glicemia e Lactato, Ecocardiograma (ECG) Deve-se classificar o tipo de intervenção pré-anestésica, duração e estabelecer o jejum. Cães: casos de estresse são menos recorrentes. Em cães agressivos, administra-se tranquilizante para facilitar imobilização. Acepromazina ou Clorpromazina. Gatos: estresse elevado, sendo necessário a prática Cat friendly, mínimo de pessoas no consultório e ambiente silencioso e calmo. Não tranquilizar animais estressados. Deixar o animal transitar no consultório. EQ, RU, SU: contenção física inicial. Neonatos: não possuem o sistema termorregulatório totalmente desenvolvido, nesse período inicial usam a mãe como fonte principal de calor, estando propensos a hipotermia quando submetidos a procedimentos anestésicos. *Dispor de aquecimento artificial. Hipoglicemia também pode acontecer devido ao metabolismo hepático estar em desenvolvimento e possuírem baixa reserva de glicogênio. Geriatras: podem ser portadores de cardiopatias e nefropatias, principalmente. A anamnese fornece boas informações, como tosse, dispneia, diabetes, convulsão. Importante solicitar exames de rotina. Min ASA III. Silvestres e exóticos: a contenção adequada é o primeiro passo para uma boa anestesia. São pacientes que possuem o estresse em níveis elevados, metabolismo acelerado, temperaturas oscilam entre as espécies. Necessário conhecimento das particularidades anatômicas e fisiológicas. Grãos na luva > temp>UTA Obs: os óbitos em anestesia ocorrem com maior frequência no pós-operatório. TRANQUILIZANTES i. Fenotiazínicos Nota: São classificados como antipsicóticos e neurolépticos e promovem tranqüilização leve sem que ocorra desligamento do paciente com o meio, promovem pouco ou nenhum efeito analgésico, mas podem potencializar as propriedades analgésicas de outros fármacos. Acepromazina: indicada para cães, gatos, equinos e bovinos; possui alta potência e ação antiemética e anti- histamínica. Não deve ser utilizada em intoxicação por organofosforados para diminuir a excitação e nem em animais braquicefálicos. Latência: IM 10 – 15min Cães: 0,02 – 0,05mg/kg Gatos: 0,05mg/kg Ação: 2- 10h Clorpromazina: média potência; utilizado na medicina humana; não usar em gatos. Pode ser utilizada em braquicefálicos. Cães: 1,1mg/kg Levomepromazina: baixa potência; utilizada na medicina humana; elimina o estresse e é boa para utilizar em viagens. ii. Benzodiazepínicos Nota: Constituem o grupo de psicotrópicos mais comumente utilizados na prática clínica devido as suas quatro atividades principais: ansiolítica, hipnótica, anticonvulsivante e relaxante muscular Diazepam: oleoso, não sendo solúvel em água; maior período de latência (IV até 30 segundos). Utilizar na ausência de Midalozam; ótimo tranquilizante; usar em epilepsia, MPA, convulsões. Não utilizar em PIO e miastenia gravis. Queda do respiratório, e adm intra-retal promove absorção mais rápida. Cães e gatos: 0,1 – 5mg/kg Midazolam: relaxante muscular de eleição; menor período de latência, diminui a pressão arterial, pode causar excitação. Anticonvulsivante e não promove analgesia. Associado com Cetamina (3mg/kg) 0,3 – 0,6 mg/kg/h SEDATIVOS Medicamentos que exercem efeitos hipnóticos e que envolvem uma depressão mais profunda do sistema nervoso central (SNC). i. Agonistas alfa2 adrenérgicos (não usar em cardiopatia) Xilazina: baixo custo; aplicar vasopressor antes; não usar em equinos. Promove rápida sedação IM e IV. Bradicardia considerável. IM de 5-10min; IV até 30seg; Duração no máx 2h Cães e gatos: 0,2 – 0,5mg/kg Dexmedetomidina: alto custo, dose 1000x > Xilazina. Promove bradicardia no transoperatório (até 1 movimento respiratório por min). Fármaco seguro, polímero que não promove efeitos adversos. IM de 5-10 min IV até 30seg. Duração de no máx 2 horas. Cães e gatos: 0,001-0,005mg/kg Detomidina: mais potente que a Xilazina; usada em equinos. Equinos: 20-40 ug/kg iii. Haloperidóis Azaperone: utilizado em suínos. Su: 1ml para cada 20kg. ANALGÉSICOSAnalgésico é um grupo diversificado de medicamentos que diminuem ou interrompem as vias de transmissão nervosa, reduzindo a percepção de dor. i. Opióides Petidina: baixa potência, recomendado para procedimentos não invasivos como orquiectomia e tartarectomia. 2h de ação; provoca efeito anti-histamínico em alguns cães; associar a um anti-histamínico ex acepran, analgesia leve a moderada, indicada em espasmos musculares. Não utilizar em picada de escorpião. Cães e gatos: 2- 4mg/kg Tramadol: analgesia leve a moderada; 10x mais fraco que morfina; baixa potência; utilizada em pós-operatório. Não utilizar em IR, convulsão e prenhez. Não causa efeito em 40% dos cães, usar somente em gatos. Duração de 4-8h; IM de 5 a 10 min; IV até 30seg Gatos: 2-4mg/kg Morfina: 10x mais potente que os anteriores; recomendada em casos de fraturas, promove analgesia moderada a aguda; dor aguda ou crônica; analgesia de 2 a 6h de ação; causa náusea (emética); não utilizar em picada de escorpião, cautela em lactantes e pediátricos. IM de 5 a 10 min; IV até 30seg Metadona: 10x mais potente que os anteriores; dor aguda ou crônica; similar a morfina, porém não causa náusea; promove analgesia moderada a aguda; 2 a 6h de ação; retém urina. IM de 5 a 10min; IV até 30seg Cães: 0,3 – 0,5mg/kg podendo chegar até 1mg. Gatos: 0,2 – 0,3mg/kg. Butorfanol: analgésico e narcótico. 4x mais potente que a morfina e a metadona. Indicado para cirurgia em órgãos internos e dor pós-parto. Alto custo, porem a dose utilizada é baixa, em outras alternativas > metadona. Efeito prolongado em raças como collie, pastor australiano e shetland. Potencializa o efeito da Cetamina. IM de 5 a 10 min; IV até 30seg; duração de até 1 hora. Cães: 0,2 - 0,4 mg/kg Gatos: 0,1 – 0,4mg/kg Fentanil: alta potência, curta duração 20-30min. Dose cães e gatos: 1,0 a 5,0 ucg/kg. https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES) Os Anti-inflamatórios Não Esteroides (AINES) constituem uma das classes de fármacos mais difundidas em todo mundo, utilizados no tratamento da dor aguda e crônica decorrente de processo inflamatório. Carprofeno: alívio de dor e inflamação; não utilizar em gatos, gestantes e lactantes; efeitos adversos incluem vômitos. Meloxicam: baixo efeito analgésico; analgesia ocorre a partir de 48h; alívio de inflamação, dor e febre; não usar em renais, cardíacos e gestantes. Dipirona: alívio de dor, inflamação e anti-pirético. Utilizado como adjuvante no pós. ANESTÉSICO LOCAL Anestesia local corresponde ao bloqueio reversível da condução nervosa, determinando perda das sensações sem alteração do nível de consciência. Lidocaína: sem vasoconstritor. 10- 20 min período de latência. 1 a 2h de ação. Bupivacaína: 15-30 min período de latência. 4h de ação. 3x mais cara. Cães e gatos: 2mg/kg a dose máx. ANESTESIA INTRAVENOSA Tem como objetivo a indução para intubação e hipnose; manutenção para estabilizar a hemodinâmica; analgesia adequada; relaxamento muscular. Erros durante o levantamento de informações do paciente e durante a indução podem resultar em convulsões, contração labial rítmica e tremores oculares. i. Barbitúricos Tiopental: anestésico geral; curta duração (10-20 minutos); promove hipnose. Usado na indução de felinos (intraperitoneal); MPA reduz a dose pela metade; queda de PA e temp; anticonvulsivante. Se acumula no organismo. Contraindicação: nefropatas e cesarianas. Quando diluído permanece estável por 1 semana. Cães: 2,5% utilizar a dose de 7 a 12,5mg/kg Gatos: 1,25% utilizar a dose de 5mg/kg. Pentobarbital: utilizado para grandes animais. Sedativo, hipnótico e anestésico, utilizado para eutanásia. Fenobarbital: anticonvulsivante (gadernal); efeito sedativo pronunciado ii. Alqui-fenol Propofol: sedativo mais utilizado, hipnótico, curta duração, desprovido de ação analgésica. Utilizado na indução e manutenção. Usado em forma de bolus devido a sua farmacocinética, não se acumula, ao contrário do tiopental. Não utilizar em hipotensos. Aplicar a dose recomendada em 2 minutos. Em felinos o tempo de ação varia de 1,5 a 50 min. Pode ocorrer apneia por indução. Monitorar reflexos e tônus muscular. Dose cães e gatos: 1 a 5mg/kg COM MPA e 6 a 8 mg/kg SEM MPA iii. Composto imidazólico Etomidato: único indutor que não causa alteração cardíaca; curta duração; necessita de relaxante muscular na MPA; maior estabilidade vascular em cardiopatas; idosos e cesárea, não utilizar em insuficiência adrenal. Cães e gatos: 0,5-2mg/kg iv. Fenicilinas Cetamina racêmica: efeitos anestésicos e também adversos, possui longa duração. Baixo limiar de suprimir a dor. Cetamina S+ ou Dextrocetamina (humano): efeitos anestésicos e não adversos, mais seguro. 4x mais cara, porém utiliza-se metade da dose, longa ação. Cães e gatos: 4-10mg/kg. ANESTESIA INALATÓRIA Técnica de introdução de um agente anestésico por via respiratória através de vaporização. Após a absorção pelo pulmão, o agente alcança a corrente sanguínea e chega até o sistema nervoso central, local em que produz o efeito desejado. i. Não halogenados Óxido nitroso (1846): gás hilariante, contraindicado em cirurgia de órgãos ocos, caiu em desuso, anestésico fraco, seguro quando associado ao isofluorano; já vem na forma gasosa. Biotransformação em 0,004% = leve. ii. Halogenados Halotano (1956): potente, mais econômico (não vaporiza tanto), causa irritação, caiu em desuso e ficou mais caro, biotransformação de 10 a 20% > ficar no paciente. Isofluorano: Seguro, mais utilizado, biotransformação em 0,2%, 250ml = 320,00. Irrita as mucosas e possui odor característico. Sevofluorano: 2x mais caro que o Iso, porém possuem a mesma margem de segurança, e biotransformação em 3%. 250ml = 700,00. Odor menos evidente, ação antihistamínica sendo melhor para indução, e recuperação rápida – usar em cesarianas. Cães: 0,5 – 1 mg/kg Gatos: 0,05 – 0,1mg/kg MIORRELAXANTES São despolarizantes e não-despolarizantes, induzem a uma paralisia muscular reversível, elimina o espasmo laríngeo (facilita o controle da via respiratória e intubação), reduz a resistência a ventilação controlada, não possuem propriedades sedativas, anestésicas ou analgésicas, e recomenda-se utilização em cirúrgicas oftálmicas e ortopédicas. BLOQUEADORES MUSCULARES DESPOLARIZANTES: i. Ação periférica: Succinilcolina e Suxametonio: Induzem relaxamento de curta-duração, despolariza os receptores nicotínicos e não permite repolarizacao. Contração inicial com posterior paralisia, e pode ser revertido com analéptico (Doxapram). Efeitos adversos: mialgia, dor ocular, bradicardia, hipotensão. BLOQUEADORES MUSCULARES NÃO-DESPOLARIZANTES Pancurônio: período de ação de 60 a 100 min, usado em eq, can e fel. Baixa biotransformação e eliminação renal. Promove taquicardia. Reverter com neostigmina + atropina e monitorar por pelo menos 1h devido ao bloqueio respiratório. Vecurônio: ação de 20 a 40 min, em cães e gatos. Reverter com neostigmina + atropina, ou Sugamadex que é específico. Monitorar por 1h. Rocurônio: ação de 20 a 30 min, equinos, reverter como o vecuronio e monitorar. Galamina: não libera histamina e não interfere no feto. Não atravessa a barreira placentária. Atracúrio: paralisia completa, tempo de apneia até 40 min, altas doses podem causar hipotensão, bradicardia e liberar histamina. ii. Ação central Agonistas alfa-2: xilazina, detomidina, romifidina, dexmedetomidina, medetomidina Romifidina: não causa analgesia, equinos, latência de 10 min, ação de 40 a 50min, detomidina é mais segura como MPA. Medetomidina: cães e gatos, +isofluorano causa maior depressão do SNC, ação de 50 a 60 min, como MPA reduz até 90% da dose do anestésico inalatório. Benzodiazepínicos: Diazepam e midazolamÉter gliicerilguaiacólico (EGG): não interfere no diafragma, aumenta a FR, equinos. ANESTESIA DISSOCIATIVA Muito utilizada para contenção química, promove catalepsia, paciente imóvel, não há relaxamento muscular (rigidez maleável), a analgesia não é potente para cirurgias, interrompe a neurotransmissão do tálamo (altera a consciência), a dor não chega ao cérebro, e libera citocinas. Fenicilina + agonista alfa2: Cetamina + xilazina Fenicilina + benzodiazepínico: Tiletamina + Zolazepam (Zoletil): latência 2-3min, ação de 1h, usado em selvagens, apneia transitória em equinos Em anestesia dissociativa, associar a um opioide potente. MIORRELAXANTES: Cetamina + Midazolam Exemplos de MPA: •Acepromazina(0,05mg/kg) + metadona (0,05mg/kg) IM –Narcose •Xilazina(0,5mg/kg) + Petidina(2mg/kg) IM –Animais muito agressivos •Morfina (0,3mg/kg) + Midazolam(0,2mg/kg) IM –Animal agitado e com comorbidades •Midazolam(0,2mg/kg) + Tramadol(2mg/kg) + Dextrocetamina(2mg/kg) –gato muito agressivo •Dexmedetomidina (4mcg/kg) + Metadona (0,05mg/kg) –Narcose em gato •Dexmedetomidina (9mcg/kg) + Metadona (0,05mg/kg) –Narcose em cão PLANO ANESTÉSICO Os estágios e planos anestésicos são um conjunto de sinais associados a parâmetros fisiológicos, que tem como objetivo caracterizar a profundidade anestésica. Foram desenvolvidos por Guedel em 1937, e são validos somente para anestesias que promovem hipnose. Principais sinais e parâmetros avaliados: ▪ Oculopalpebrais (reflexo palpelbral, corneal e pupilar) ▪ Reflexo interdigital e digital ▪ Reflexo laringotraqueal ▪ Reflexo anal ▪ Alterações cardiopulmonares Esses reflexos são fisiológicos, de proteção. ESTÁGIO 1: Paciente acordado e consciente. ESTÁGIO 2: Excitação inicial + midríase (alerta para subdose de propofol, e aplicação prolongada +2min). ESTÁGIO 3: Plano I > Superficial: reflexos palpebrais e corneal presentes, bulbo ocular está centralizado, pupilas midriáticas, possível nistagmo, lacrimejamento presente, miorrelaxamento inadequado, ativação cardiopulmonar, reflexo a luz pesente. Plano II > Adequado: reflexo palpebral ausente e corneal presente, bulbo ocular rotacionado ou medializado, pupilas em miose, miorrelaxamento adequado, discreta depressão cardiopulmonar, reflexo a luz presente. Plano III > Profundo: reflexos palpebrais e corneal ausentes, bulbo ocular em processo de centralização, pupilas em midríase, intensa depressão cardiopulmonar, apneia e considerável hipotensão, reflexo a luz presente. Plano IV > Depressão bulbar: o bulbo ocular centraliza, pupilas em midríase, reflexo a luz ausente::: ALERTA! ESTÁGIO 4: Choque bulbar:::::::ÓBITO! * O ideal em uma cirurgia é manter o animal no estágio III, nos planos 2 e 3. CHECKLIST DE PROCEDIMENTOS 1. Primeira consulta 2. Anamnese e exame físico 3. Solicitar exames complementares 4. Interpretar os exames 5. Diagnóstico e definir o ASA 6. Termo de consentimento do tutor 7. Marcar a data da cirurgia 8. Recomendações para o tutor, como medicação prévia, alimentação e etc. 9. Dia da cirurgia 10. Reavalia o paciente 11. Calcula as doses e prepara os fármacos. 12. MPA: tranquilizante e sedativo 13. Aguardar o período de latência da MPA 14. Estágio 1: Assepsia, tricotomia, acesso venoso 15. Indução. 16. Estágio 3 – Plano I: Perda dos reflexos palpebrais 17. Estágio 3 – Plano II: Perda do tônus mandibular e rotação ocular. 18. Intubar. Se for um gato, aguardar superficializar devido ao tempo de latência do propofol, retornar para o plano 1 e depois continuar a indução. Spray de lidocaína antes de intubar em gatos (não inflar o cuff). 19. Estágio 3 – Planos II e III: Manutenção: infusão ou inalatória 20. Monitorar a cada 5 min – checkup total no paciente dos parâmetros Veia, soro, ausculta, temperatura, FC, FR, reflexos oculares 21. Aguardar o cirurgião terminar. 22. Anestesiar o local da sutura. 23. Monitorar o pós operatório. CONTROLE DE DOR Dor é uma experiencia sensorial ou emocional, associada a lesão tecidual. Atrapalha a cicatrização, aumenta o tempo de recuperação, e pode levar a óbito por alcalose metabólica. ▪ A dor pós-operatória pode ser controlada ainda na MPA, através de medicações com longo tempo de ação que irão fazer efeito ainda após a anestesia cirúrgica. ▪ Dor transoperatória se refere a dor aguda durante o procedimento cirúrgico, sendo indicada para remissão da dor > opioides de alta potência, como fentanil ou butorfanol. ▪ Dor paradoxal – com dor sob efeito analgésico forte, reclamavam de dor. – Opioides, age de acordo com o nível de dor que o paciente está sentindo. ▪ Analgesia preemptiva: analgesia antes do estímulo doloroso ser gerado. TOXICIDADE Toxicidade consiste na capacidade de uma substancia química produzir um efeito nocivo quanto interage com um organismo vivo. A toxicidade de uma substancia depende da dose e do sistema biológico de cada um. Em anestesia, quanto maior o volume, maiores são os efeitos adversos. As principais causas são: inibição do SNC, alteração da fisiologia normal, depressão da função cardiopulmonar, efeitos tóxicos diretos, sensibilidade aos fármacos nas diferentes espécies, reações idiossincrásicas. ▪ Opióides: hiperexcitabilidade, depressão respiratória e reações anafiláticas. ▪ Tranquilizantes fenotiazínicos: diminuem a PA e raramente diminuem FC. ▪ Benzodiazepínicos: podem causar bradicardia e parada cardíaca. ▪ Alfa-2 agonistas: depressão respiratória e significativa bradicardia. ▪ AINES: nefrotoxicidade. Anestésicos locais: reações de toxicidade afetam o sistema cardiovascular e o SNC. Lidocaína: pode causar hipotensão, tremores, convulsões ou coma. Bupivacaína: a injeção IV rápida pode causar colapso cardiovascular; arritmias ventriculares e fibrilação ventricular fatal; ressuscitação é mais difícil, e gestantes são mais sensíveis. Inalatórios e intravenosos Isofluorano e Sevofluorano: biotransformados no fígado e excretados nos rins. Predispõe a hipertermia maligna. Tiopental: biotransformado lentamente (cães de caca e hepatopatas); aumenta a suscetibilidade e desenvolvimento de arritmias cardíacas. Propofol: gatos + de 3 dias consecutivos pode causar letargia, diarreia e anorexia. Aplicar por mais de 3h aumenta o tempo de recuperação. Obs: Inalatórios podem causar efeitos devido à perda de gás no ambiente. A exposição crônica em humanos pode ocasionar em abortos espontâneos, fetos defeituosos, neoplasias, doenças hepáticas e renais, infertilidade e prurido. Deve-se controlar a perda de gás e monitorar os níveis de escape. Coleta e remoção do gás utilizado. Métodos adicionais de controle: avaliar pressão do circuito, certificar o balonete do tubo endotraqueal, não acionar o gás inalatório sem que o paciente esteja conectado, usar máscaras se a perda de gás não puder ser evitada. Em casos de toxicidade, existem reversores de alguns medicamentos!!!!!!!! ▪ Opioides: em doses altas podem causar reações anafiláticas. Naloxona ▪ Alfa-2 adrenergicos: Ioimbina, Tolazolina e Atipamezol ▪ Benzodiazepinico: Flumazenil ▪ Depressão do SNC induzida por anestésicos gerais: Doxapram, Ioimbina, Tolazolina, Atipamezol. (CAUSAM REVERSAO PARCIAL) INTERAÇÃO FARMACOLÓGICA A interação medicamentosa ocorre quando você faz o uso de mais de um medicamento. Isso pode diminuir a eficácia dos seus medicamentos, aumentar os efeitos colaterais inesperados ou até mesmo a sua toxidade no organismo. Princípios: ▪ Não utilizar fármacos isoladamente, e sempre associá-los. ▪ As interações podem reduzir a dose de um fármaco, complementar e intensificar efeitos desejados. ▪ Podem reduzir efeitos adversos. Drogas sinérgicas: o efeito é maior do que a simples soma dos efeitos isolados de cada um. Ex: Propofol + Cetamina Antagônicas:fármacos que se anulam, mas não necessariamente são reversores. Ex: Cetamina + Xilazina Potencializadoras: fármacos que, aplicados anteriormente, potencializam o efeito dos outros. Ex: lidocaína IV antes de induzir com Propofol. Aditivas: fármacos associados que possuem efeito igual a soma de cada uma isoladamente. Ex: Lidocaína e Bupivacaína EXEMPLOS DE SINERGIAS • Xilazina + Lidocaína: melhora a anestesia via epidural ou intratecal em grandes animais. • Dexmedetomidina + Bupivacaína: aumenta a extensão do bloqueio em nervos na anestesia regional. • Cetamina (doses subanestésicas) + tramadol (IV): analgesia na laminite crônica em equinos. • Cetamina (doses subanestesicas): diminui as doses e pode combater a hiperalgesia por opioides. EXEMPLOS DE POTENCIALIZADORES • Dexmedetomidina e xilazina: potencializam a ação da maioria das drogas anestésicas. Reduzir a dose do alfa2 agonista ou do anestésico, sedativo, hipnótico ou opioide concomitante • Midazolam e Diazepam: administração concomitante com analgésicos opioides, sedativos e hipnóticos (etomidato, propofole cetamina). Reduzir a dose do benzodiazepínico ou do anestésico, sedativo, hipnótico ou opioide concomitante • Lidocaína: efeito aumentado por anestésicos, tais como, isoflurano, e cetaminae por bloqueadores neuromusculares não despolarizantes ANTAGONISMOS Xilazina: reversor > IOIMBINA – proporção de 10:1mg (cães) e 2:1 (gatos) Dexmedetomidina: reversor > ATIPAMEZOL – 10:1 (cães) e 5:1 (gatos) Opioides: reversor > NALOXONA Fentanil e Metadona: 100:1mg Morfina: 10:1mg Tramadol e Petidina 1:1 Benzodiazepinico: reversor > FLUMAZENIL 13:1mg Butorfanol + detomidina (equinos): não aplicar em animais com disritmia cardíaca ou bradicardia preexistente. Provoca diminuição da motilidade intestinal = cólica e impactacão por fezes. Fenotiazínicos não possuem reversores. EXEMPLO DE CÁLCULO DE DOSES E INTERAÇÕES ENTRE FÁRMACOS: Caso 1: uma fêmea da raça Bulldogue Francês 4 anos ASA 2 pesando 10kg vai passar por um procedimento de OSH. Vamos montar um protocolo de MPA e Indução: Fórmula de cálculo da dose: Volume a ser aplicado em ml = dose mínima x peso _________________________________________ [concentração] x10 Medicação pré-anestésica: Clorpromazina (0,5mg/kg) + Metadona (0,2mg/kg) 1- Dose de Clorpromazina necessária para o paciente: 0,5mg x 10kg = 5mg Apresentação do fármaco: ampola de 5ml contendo 25mg/ml Volume a ser aplicado: 0,2ml 2- Dose de Metadona necessária para o paciente: 0,2mg x 10kg = 2mg Apresentação do fármaco: ampola de 1ml contendo 10mg/ml Volume a ser aplicado: 0,2ml MPA: 0,2ml (clorpromazina) + 0,2ml (metadona) na mesma seringa via IM Indução: Propofol (6mg/kg) • O uso de MPA diminuí a dose do fármaco indutor pela metade • A associação com cetamina (dose subanestésica) na mesma seringa diminuí a dose do propofol pela metade • A lidocaína aplicada antes do propofol pela via endovenosa potencializa o propofol e diminuí a dose pela metade 1- Dose Cetamina (analgesia) para o paciente: 2mg/kg Apresentação do fármaco: frasco 10ml concentração 10% Cálculo: 2mg x 10kg/ 10% x 10 = 0,2ml Volume a ser aplicado: 0,2ml 2- Dose Lidocaína (IV) para o paciente: 2mg/kg Apresentação do fármaco: frasco 50ml concentração 2% Cálculo: 2mg x 10kg/ 2% x 10 = 1ml Volume a ser aplicado: 1ml 3- Dose de Propofol necessária para o paciente: 6mg/kg Apresentação do fármaco: Frasco de 50ml concentração a 2% Cálculo: 6mg x 10kg/ 2% x 10 = 3ml Volume a ser aplicado: 3ml Dose propofol isolada: 3ml Dose propofol com o uso de MPA: 3ml/2 = 1,5ml Dose propofol + Cetamina (0,2ml) + MPA: 1,5ml/2 = 0,75ml Dose propofol + cetamina (0,2ml) + MPA e aplicação de 2mg/kg de lidocaína IV antes do propofol: 0,75mg/2 = 0,375ml – arredondar para 0,4ml Seringa da indução: 0,4ml de propofol + 0,2ml de cetamina via IV Volume final: 0,6ml para ser aplicado em 2min Complementar com soro fisiológico para poder aplicar o indutor em 2min: Ex: Indutor 0,6ml + soro 3,4ml – total: 4ml (2ml por minuto) REPOSIÇÃO VOLÊMICA • Os principais objetivos da reposição volêmica são manter a volemia, otimizar a pré-carga e a capacidade de transportar O2. Volemia: volume de líquidos corporais circulantes. Janela terapêutica: equilíbrio entre a eficácia e a toxicidade de um medicamento, de forma a atingir o melhor efeito terapêutico sem efeitos colaterais. Os líquidos podem ser perdidos através da urina, transpiração e perda de sangue. Então a reposição volêmica deve ser instituída de acordo com o tipo de perda. DOSES DE MANUTENÇÃO Na internação Mínima: 3ml/kg/h Máxima: 90ml/kg/h – choque hipovolêmico inicialmente até 30 min, após isso, diminuir a dose. Durante cirurgia Cão: 5ml/kg/h Gato: 3ml/kg/h Hipovolemia: perda de sangue considerável. Cão: 10ml/kg/h e Gato: 6ml/kg/h Velocidade de infusão é o tempo em que o animal irá receber o medicamento ou fluido em um tempo superior e sem interrupções. Para isso, existem alguns aparelhos que possuem maior precisão de acordo com as especificidades. 1. Contador de gotas (R$300,00): conta as gotas e transforma em ml/h. Possui um leitor intravermelho e apita quando fica 1 minuto sem gotejar. Cálculo em gotas/min: Equipo macrogotas: 20 gotas = 1 ml Microgotas: 60 gotas = 1 ml 2. Bomba de equipo (R$4500,00): muito mais preciso. Ex: 0,1ml/kg/h. Calcula a velocidade da infusão; possui sensor de bolha e trava; digitar a quantidade de ml/h necessária. 3. Bomba de infusão (R$4500,00): infusão de fármacos; calcula a velocidade da infusão; digitar a quantidade ml/h necessária; seringas de 10, 20 e 50ml. ▪ Pacientes de porte muito pequeno (menos de 5kg) não se deve dar fluido sem bomba, devido ao risco de grandes quantidades e edema pulmonar. ▪ Evitar oclusão do cateter por coágulo. ▪ Choque hipovolêmico = ASA V – estabilizar a volemia e temperatura abaixa o ASA para IV ou III. ANALGESIA POR INFUSAO CONTÍNUA A infusão contínua de analgésicos durante a anestesia permite que a concentração plasmática de um dado medicamento se mantenha constante, promovendo adequada analgesia. Piso da janela terapêutica é a menor quantidade do fármaco que faz efeito, e se ultrapassar o teto da janela = overdose. Infusão contínua deve ser lenta. Bolus: administração de uma medicação com o intuito de aumentar rapidamente a sua concentração no sangue em um nível eficaz. Ex: Cetamina - 20 min de ação. A seguir, alguns protocolos prontos de analgesia por infusão contínua. A analgesia deve ser escolhida de acordo com o tipo de procedimento e a duração do mesmo. Obs: calcular as doses, colocar no soro e calcular a quantidade de soro que o animal irá tomar de acordo com o peso. Quando ultrapassar 5ml, retirar a quantidade de soro e injetar de analgésico. BAIXA POTENCIA 1. MLK = Morfina + Lidocaína + Cetamina em Soro fisiológico Fórmula = Dose de infusão x volume do frasco _______________________________ Concentração x 10 x taxa de infusão Ex: Cão, 10kg – MLK em 250ml de soro a 5ml/kg/h. R: Esse cão 10kg irá receber 50ml/h. Pois volume de soro aplicado no paciente (ml/h) = peso x taxa de infusão PARA GATOS: Ex: Gato 2kg – MLK em 100ml de soro a 3ml/kg/h. R: Esse gato de 2kg irá receber 6ml/h. Gato: utilizar metade da dose do cão. Não utilizar a mesma dose de lidocaína. ALTA POTENCIA 1. FLK – Fentanil + Lidocaína + Cetamina em Soro fisiológico Ex: Cão de 10kg – FLK em 250ml de soro a 5ml/kg/h. PARA GATOS: Ex: Gato de 2kg – FLK em 100ml de soro a 3ml/kg/h. 2. Remifentanil em Soro fisiológico Obs: até 30 dias em geladeira; perda da analgesia em 24h temp ambiente; diluir 2g em 4ml de água para injeção = 0,5mg por ml. Utilizar quando não puderutilizar lidocaína. Cardiopatas = não utilizar lidocaína IV. 3. DexFLK – Dexmedeto + Fentanil + Lidocaína + Cetamina em Soro fisiológico (mesma potência do remifentanil que é caro) Obs: Dexmedetomidina – alfa 2 agonista – sedativo – ótima analgesia – POTENCIALIZA O FENTANIL. Utilizada para dores refratárias. Fentanil: 1 miligrama = 1000 microgramas. Se estiver em micrograma, dividir por MIL. Transformar somente quando há diferença. Ex: Cão de 10kg – DexFLK em 250ml de soro a 5ml/kg/h. Para gato: Gato de 3kg – DexFLK em 100ml de soro a 3ml/kg/h. Resumindo, o volume total de analgesia por infusão escolhido deve ser colocado no frasco de escolha (100 ou 250ml de soro). Após isso, deve-se apenas multiplicar o peso do animal pela taxa de infusão que possuem taxas fixas (cães: 5ml/h e gatos 3ml/h), o resultado obtido será o volume total de analgesia em 1 HORA. Se atente ao tempo de cirurgia, caso ultrapasse ou seja menor que 60 min, pois o volume deve ser ajustado de acordo com o tempo. Fórmula = peso x taxa de infusão = (ml/h) ATENÇÃO: O VALOR FINAL OBTIDO SERÁ SEMPRE EXPRESSO EM ML E APLICADO VIA INTRAVENOSA !!!!!!!!!!!!! MANUTENÇÃO ANESTÉSICA TIVA – Total Intravenous Anesthesia: a Anestesia Total Intravenosa (Total intravenous anesthesia - TIVA) é uma técnica de anestesia geral que utiliza uma combinação de agentes administrados exclusivamente por via intravenosa sem recurso a agentes de inalação. • Vantagens: utilizar bomba de equipo, de infusão e monitor para monitorar. • Desvantagens: menor plano do controle anestésico, maior custo de anestesia x peso x tempo, hepatotóxico – não pode ser usado em hepatopata ASA IV. Custo médio de R$15000,00. Bolus intermitentes: tempo de ação 1:30 min A infusão contínua de Propofol é dividida em 4 etapas, onde as taxas de infusão são DOSES FIXAS para cães e gatos (circulados na tabela): 1- Nos primeiros 20 min 2- 15 min 3- 15 min 4- Nos minutos finais, finalizar em doses baixas A infusão contínua com propofol evita efeito acumulativo no organismo. Se não fracionar as doses, ocorre efeito acumulativo e efeito adverso. Entenda o cálculo para chegar nas TAXAS fixas de infusão: A dose de infusão é expressa em minutos, devendo ser multiplicada por 60 para obter o valor em 1 hora (1 hora = 60 min). O resultado deve ser utilizado na seguinte fórmula: O resultado obtido é referente a TAXA de infusão. Exemplo: 04 x 60min = 24ml (valor obtido) ____ 1 x 10 = 2,4ml/kg/hora. Os valores fixos da taxa de infusão devem ser multiplicados pelo peso do animal para encontrar o valor da taxa de infusão nos 4 tempos da manutenção. Atenção: dose de infusão e taxa de infusão NÃO SÃO a mesma coisa, são terminologias diferentes, funções diferentes na fórmula!!!!!!!!!!!! Se ultrapassar 50 min de cirurgia, monitorar o plano de Guedel. Se o animal superficializar, ou aprofundar, aumenta ou diminui a dose de infusão > manter o animal entre II e III até acabar a cirurgia. Monitoração a cada 5 minutos. PIVA – Parcial Intravenous Anesthesia: anestesia parcial intravenosa, utiliza fármacos em infusão contínua adicionalmente à anestesia inalatória. • Vantagens: maior controle do plano anestésico, recuperação rápida, maior segurança no procedimento, menor depressão respiratória. • Desvantagens: poluição ambiental, favorece metástase – proibido em cirurgias oncológicas. O controle também se baseia no acompanhamento do plano de Guedel durante a manutenção, e controlando o vaporizador. O animal deve permanecer nos planos II e III de Guedel. Quando há analgesia contínua, não há estímulo que acorde o animal da hipnose. Desligar vaporizador. VENTILAÇÃO ARTIFICIAL, CICLOS RESPIRATÓRIOS E MONITORAÇÃO CIRCUITOS: Sem reinalação de gases: 0,2L/kg/min (pacientes abaixo de 15kg) Com reinalação parcial de gases: 0,1L/kg/min (pacientes 15 a 30kg) Com reinalação total de gases: 0,002L/kg/min (acima de 30kg) VENTILAÇÃO ARTIFICIAL: Quando usar a ventilação artificial? Em situações de apneia, obstrução esofágica, ou quando o animal não respira adequadamente. i. Ventilação artificial manual: ▪ AMBU ▪ Unidade de respiração para manutenção de vias aéreas. ▪ Ter de vários tamanhos ml/kg. ▪ Apneia de mais de 30 segundos – 4 a 5x por minuto. ▪ Lesão por excesso de volume – volutrauma ▪ Lesão por excesso de pressão – barotrauma ii. Ventilação artificial mecânica: ▪ Automática. ▪ Ventilador eletropneumático. ▪ R$3000,00. ▪ Maior gasto de O2. CICLOS RESPIRATÓRIOS Controlado: o ventilador controla toda a fase respiratória Assistido: o ventilador auxilia a respiração do paciente, ventiladores modernos. Na ventilação controlada, as fases são determinadas e controladas pelo aparelho. Ou seja, o paciente não interfere na ventilação e não consegue realizar respirações adicionais. Nos ciclos assistidos, por sua vez, o paciente dispara o ventilador, mas o controle das demais fases e a finalização são feitos pelo aparelho. Tipos de ventilação Ventilação mecânica com pressão expiratória final positiva (PEEP): evita colabamento pulmonar, correção com pressão aumentada • Pressão no ambu por minuto: 15 –20 –30 –40 (máx) • Perfuração torácica e trauma. Ventilação assistida com aplicação de pressão inspiratória positiva (CPAP) • Situações de hipoxemia • Trauma torácico com pouco comprometimento do pulmão; não possui alvéolos suficientes para oxigenar, menos moléculas de hemoglobina pra carrear oxigênio. • Saturação de O2 tem que estar acima de 94 ou 95% • Abaixo de 85% -risco de óbito. Ciclos respiratórios mecânicos Ventilação controlada a VOLUME (VCV): garante um volume corrente pré-programado • 10ml de oxigênio para cada 10 kg. Animal com problema pulmonar e obeso altera a conta. Ventilação controlada a PRESSÃO (PVC): assegura um nível de pressão pré-programada • Pressão: 15cmH/L/s • Opção de escolha, sendo a mais indicada pela ventilação se adequar ao tamanho do pulmão. MONITORAÇÃO Monitorar significa aferir os parâmetros vitais do paciente durante o procedimento anestésico, se atentando aos valores fisiológicos máximos e mínimos. Para isso, alguns aparelhos auxiliam na monitorização: Oxímetro: mensura a passagem de hemoglobina saturada – 95 a 100%. Oximetria alta = vasoconstrição periférica – baixa = vasodilatação. Doppler: aferição da PA sistólica; virilha, palma da mão, veia do acesso venoso, ótimo para exóticos. Monitor: (ECG) eletrocardiograma, atividade elétrica do coração, FC e ritmo; diagnóstico de arritmias – xilazina FC cão 70 a 130bpm – bradicardia abaixo de 60 FC gato 160 a 240bpm – bradicardia abaixo de 80 Monitoração respiratória: movimento da parede torácica ou do balão reservatório (10 a 30 mpm). Carpinógrafo: mensura a ETCO2 (gás carbônico no final da expiração) e faz análise da troca gasosa. Alcalose (baixo CO2 no sangue) ou acidose (alto CO2 sangue). Faixa normal de 35 a 45mm/Hg. Ponto de corte acima de 45mm/Hg: iniciar a respiração artificial. Mensuração da PA: fornece a Pressões Arteriais Sistólica, Diastólica e Média. Pressão arterial média: (80 mm/Hg pra cima é o ideal). PAM abaixo de 60 ou 65mm/hg: não há volemia suficiente no corpo (hipóxia: baixa oxigenação tecidual), o sangue migra pros órgãos vitais, como coração pulmão e cérebro (os rins são os primeiros a serem lesionados – IRA). •PA cães e gatos 110-160/70-90 mm/Hg •PA média acima de 60mm/Hg Mensurar a pressão arterial ajuda a indicar o nível da profundidade da anestesia, FC, FR e PA antes da anestesia e durante da anestesia. Se os 3 valores subirem cerca de 20% o animal está superficializando, se os 3 valores baixarem 20%, estaráaprofundando. Temperatura: 36,5 a 39,5 °C Temperatura corporal central: coração. Temperatura corporal periférica: pé direito (termômetro entre os dedos preso com esparadrapo). Delta T: diferença entre a temperatura central e periférica. Até 4°C de diferença é fisiológico. Quanto maior a diferença entre a Delta T central e periférica, maior o risco de óbito Colchão térmico: CUIDADO PARA NÃO QUEIMAR O ANIMAL! A função é apenas diminuir a perda de temperatura do paciente, e não aumentar. Manter 0,5 grau abaixo do animal Oxigênio entrando paciente a 4°C. FC e PA caindo juntos –perigoso!!! EMERGÊNCIA ▪ Princípios da emergência: protocolos prontos, anamnese, trabalhar rapidamente, o óbito pode ser em alguns minutos, horas ou até dias, deve haver uma sequencia logica na abordagem do paciente (POP), manter estoque de fármacos emergenciais e reversores e manter kits emergenciais. ▪ O propósito do atendimento emergencial é manter os parâmetros vitais do paciente, evitar o risco de lesões irreparáveis e óbito do paciente. O atendimento deve ser organizado e seguir uma sequencia emergencial para evitar falhas. Funções da MACROCIRCULAÇÃO: nível de consciência, FC, temperatura retal, PA, qualidade do pulso Funções da MICROCIRCULAÇÃO: perfusão e oxigenação de órgãos e tecidos e transporte de nutrientes para as células. CHOQUE HIPOVOLÊMICO: perda de sangue, volume insuficiente, que pode causar hipóxia (perda de O2 nos tecidos) ou consequente hipoxemia (perda de O2 no sangue). De acordo com a sequência lógica, em choque hipovolêmico o ideal é a transfusão sanguínea > reanimação hídrica (soro ou ringer) > pressão arterial (Norepinefrina 0,1-0,2 ucg/kg/min). FLUIDO: 90ml/kg/h – até 30min (somente uma vez) •10ml/kg/h –15min (até 4x) –cão •6ml/kg/h –15min (até 4x) –gato •5ml/kg/h –cão •3ml/kg/h -gato PARADA CARDÍACA Bradicardia: reanimar com Atropina 0,02 mg/Kg ou Adrenalina 0,01mg/kg •1 ampola (1ml) de adrenalina diluída em 9ml de soro >> 1ml/10Kg Parada cardíaca (até 5min): •Adrenalina 0,2mg/Kg (coração sem batimento) •1 ampola (1ml) para cada 5kg RESSUCITAÇÃO CARDIO-PULMONAR (RCP) Compressão torácica na base de pelo menos 100/minuto, comprimindo o tórax de um terço a metade de sua largura., manter a compressão torácica contínua com o recolhimento completo do tórax. • Faça ciclos de RCP de 2 min, com interrupções mínimas entre eles • Proporcione ventilação sincrônica à taxa de 10 respirações/minuto com respiração completa em aproximadamente1 s, com volume corrente de 10 mℓ/kg. PARADA RESPIRATÓRIA • Bradipnéia: ventilação manual ou mecânica • Parada respiratória: apneia de mais de 30 segundos – ventilar 4 a 5 vezes por minuto, fazer massagem torácica, acupuntura septo nasal, traqueostomia –acesso direto à traqueia do paciente • Trauma torácico –evitar colabamento dos pulmões (PEEP) TRAUMA ABDOMINAL • Controle da hemorragia/ contaminação –empacotar o paciente (24h) • Reaquecer o paciente, estabilização hemodinâmica • Exploração para correção definitiva. TRAUMA TORÁCICO POR CONTUSÃO PULMONAR • Trauma por compressão-descompressão (atropelamentos). • Hemorragia alveolar –insuficiência respiratória –óbito • OXIGENIOTERAPIA –abordagem inicial • SUPORTE VENTILATÓRIO –ventilação mecânica • Fluidoterapia • Suporte com corticosteroides e antibióticos • Talvez usar opióides TRAUMA TORÁCICO POR AFUNDAMENTO • Fratura de 2 ou mais costelas • Agravado pela dor intensa • OXIGENIOTERAPIA –abordagem inicial • ANALGESIA • Estabilização • Suporte ventilatório –ventilação assistida KITS EMERGENCIAIS KIT PARA PUNÇÃO TRAQUEAL: •Catéter14G •Seringa 20ml •Conexão KIT PARA PUNÇÃO TORÁCICA: •Torneira de 3 vias •Seringa 20ml •Scalp19G ou agulha 40x12 KIT PARA TRAQUEOSTOMIA •Bisturi com lâmina •Tesoura •Cânula de traqueostomia ou tubo endotraqueal •Material para sutura KIT PARA INTUBAÇÃO: •Tubos endotraqueais •Ambu •Laringoscópio KIT PARA ACESSO VASCULAR: •Bolsa de fluido (RL) conectada a equipo macro gotas •Esparadrapo •Gazes estéreis •Cateteres 24G a 14G KIT PARA COMPRESSÃO ABDOMINAL: •Hemorragia > Fazer a compressão por 5 min •1 toalha grande •3 toalhas pequenas •Atatadurascompressivas •Esparadrapo EUTANÁSIA, PRÉ E PÓS OPERATÓRIO Abate: consiste em apenas matar o animal. Abate humanitário: antes de matar o animal é realizada insensibilização prévia. Eutanásia: morte sem sofrimento Abate de animais que oferecem risco também é denominada eutanásia. De acordo com o CFMV, na resolução de numero 1236, de 26 de outubro de 2018, Artigo 2, Parágrafo IX “Eutanásia: indução da cessação da vida, por meio de método tecnicamente aceitável e cientificamente comprovado, realizado, assistido e supervisionado por médico veterinário, para garantir uma morte sem dor e sofrimento ao animal. “ Quando realizar? Em casos de risco a saúde pública, risco a fauna nativa, situações de incompatibilidade com uma vida sem sofrimento, abate de animais para consumo e experimentação científica. O responsável DEVE: garantir um ambiente tranquilo e adequado; atestar a morte do animal; manter os prontuários com os métodos e técnicas utilizados em caso de fiscalização por órgãos competentes; esclarecer ao proprietário sobre o ato da eutanásia; solicitar autorização por escrito do proprietário para a realização do procedimento. Com relação aos animais, o ambiente deve ser silencioso, com baixa luminosidade, livre de ruídos, limpo, calmo e de preferencia no local onde vivem. Deve ser realizada a manipulação cuidadosa visando minimizar medo, sofrimento e ansiedade. A sedação e anestesia deve ser realizada (exceto para animais de consumo). Sinais de dor: expressão facial e postura; vocalização, se debater, tentativa de escapar, salivação, micção, defecação, secreção de glândulas anais, midríase, aumento da FC e FR, sudorese, tremores, espasmos e contrações musculares e timpanismo em RU. Sinais de confirmação do óbito: ausência de movimento respiratório, ausência de batimento cardíaco, ausência de pulsação, mucosas pálidas, perda do reflexo a luz. MÉTODOS INACEITÁVES: embolia gasosa, traumatismo craniano, afogamento, exsanguinação sem inconsciência previa, imersão em formol, uso isolado de bloqueadores musculares, cloreto de potássio ou sulfato de mg, eletrocussão sem insensibilização previa. MÉTODOS ACEITOS: Químicos: anestesia geral seguida de procedimento para assegurar a morte. Preceder de MPA, via IV que causa a perda do reflexo corneal, aplicar cloreto de potássio ou bloqueador neuromuscular. Físicos: pistola de ar comprimido – insensibilização. • Exsanguinação – com insensibilização previa. • Armas de fogo – risco para humanos. • Deslocamento cervical – aves e animais menores, geralmente utilizados em experimentos. • Eletrocussão com insensibilização prévia. Tratamento paliativo: SEMPRE há algo a mais a ser feito, como outras formas de pensar e agir: controle de dor, de sinais gerais, sinais respiratórios, sinais do TGI, sinais neurológicos, fisioterapia, nutrição e etc. Nunca pensar em eutanásia como primeira opção. ORTOTANÁSIA: morte natural, deixar seguir o percurso da doença em fase terminal, porém com a utilização de analgésicos, sedativos e ventilação quando necessário para que não haja sofrimento. EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE O equilíbrio ácido-base é um processo complexo, essencial para manter um pH extracelular estável que permita o normal funcionamento celular. A manutenção de um pH normal depende assim do balanço entre a produção e o consumo de ácido ou base e do seu metabolismo ou excreção. Os processos metabólicos produzem água e ATP; ácido voláteis e fixos. Ácidos voláteis: CO2 Ácidos fixos:íons de H = H+ • A H+ define o pH > quanto maior a concentração H+ menor o pH, ou seja, mais ácido. • O pH sanguíneo dos mamíferos domésticos varia entre 7,35 e 7,45. • Concentrações de pH compatíveis com a vida: 6,8 e 7,8. Solução tampão: duas formas – ácido fraco HÁ e base conjugada A Elevação de H+ = a base conjugada vai atuar neutralizando o excesso. Diminuição de H+ = o ácido fraco vai doar elétrons H+. Tampões químicos sanguíneos atuam diretamente no controle da H+ através dos sistemas bicabornato e proteínas circulantes. Tampão bicarbonato: Proteínas circulantes: Sistema tampão respiratório • Excesso de CO2 = taquipneia para eliminar o CO2. • Diminuição de CO2 = bradipneia para concentrar mais CO2. Animal com dor abdominal por muito tempo? ALCALOSE METABÓLICA. AVALIANDO O EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE Hemogasometria> sangue arterial imediato. Mensura presença de oxigênio, e pressão parcial de dióxido de carbono, bem como bicarbonato e pH. Acidose respiratória Depressão respiratória – hipercapnia pH: 45mmHg HCO3-: estável AG: estável DB: estável Compensação fisiológica: taquipneia Tratamento: favorecer a eliminação de CO2 Aumentar a amplitude ou frequência respiratória. Não necessita de tratamento farmacológico. Alcalose respiratória Pode ocorrer por uso inadequado da ventilação mecânica, hipertermia, dor intensa. • pH: > 7,45 • PaCO2: 35mmHg • HCO3-: estável • AG: estável • DB: estável Tratamento: ajustar o volume corrente do ventilador mecânico e corrigir a hipertermia e dor intensa. Acidose metabólica Pode ser causada por diarreia, azotemia, choque hemorrágico e endotoxemia. • pH: 7,45 • PaCO2: estável • HCO3-: aumentado Tratamento: repor soluções ácidas (soro fisiológico) e potássio. ANESTESIA LOCORREGIONAL A anestesia local é qualquer técnica para induzir a ausência de sensação em uma parte específica do corpo, geralmente com o objetivo de induzir analgesia local, ou seja, insensibilidade local à dor, embora outros sentidos locais também possam ser afetados. A anestesia locorregional utiliza fármacos e técnicas que tem como objetivo bloquear a transdução, transmissão e a modulação do estímulo nociceptivo na medula espinhal. Dessa forma, proporciona ao paciente conforto durante um procedimento, seja com anestesia geral ou apenas com sedação. A anestesia local possui benefícios como baixo custo, mantém os parâmetros normais do paciente, evita decúbito, evita problemas na recuperação. Diminui o uso de anestésicos gerais e opioides no trans, promove maior relaxamento da área, Malefícios: animal consciente e risco de acidentes 1. Bloqueio locorregional em grandes animais TÉCNICAS • Infiltrativas • Botão anestésico: bloqueio em anel • Pirâmide invertida: bloqueio incisional, primeiro no SC e posteriormente em tecidos profundos. PRINCIPAIS BLOQUEIOS EM EQUINOS Nervo auriculopalpebral: imobiliza as pálpebras Nervo supraorbitário: bloqueio acima da órbita ocular do paciente. Nervo infraorbitário: palato mole e dentes incisivos e caninos. Nervo metoniano: lábios inferiores, dentes incisivos e caninos. Orquiectomia: 1. Técnica de infiltração testicular com agulha 20G 7,5cm; 20 a 30mL de lidocaína em cada testículo. 2. Anestesia percutânea no cordão espermático: agulha 30x8 – 20mL de lidocaína com movimentos laterais; infiltrar a pele do escroto 5ml a 10 de lido antes 3. Injeção através do testículo até o cordão espermático: agulha de 15cm e 30ml de lido. Bloqueios ascendentes para diagnóstico de claudicação, injetar medicamentos nas articulações, anestésicos locais, AINES, corticoides, opioides. • Bloqueios intra-articulares –maior precisão e risco de contaminação. • Bloqueios perineurais –menos invasivo e menor risco de contaminação. Bloqueio de flanco: infiltração em L Invertido; infiltrar uma linha paralela à última costela; infiltrar outra linha transversal da última costela até a quarta vértebra lombar • Agulha150 x 15 longa e 100 a 250ml de lidocaína. Anestesia Regional Intravenosa Bier: intervenção cirúrgica em cascos e dígitos • Derrubar o animal. • Garrotear o membro (no máximo por 90min). • Aplicar lidocaína sem vasoconstritor. Anestesia Para Descorna: dessensibilizaro corno e a base do corno, anestesia perineural do nervo cornual • Agulha 30x12 18G. • Aplicar 5 a 10ml de lidocaína. • Complementar com bloqueio em anel. PRINCIPAIS BLOQUEIOS EM CÃES E GATOS Anestésicos mais usados Lidocaína 2% • Dose 2mg/kg (0,1ml/kg) • Dose tóxica 20mg/kg • Latência 10-15min Bupivacaína0,5% • Dose 0,5mg/kg (0,1ml/kg) • Dose tóxica 4mg/kg • Latência 10-20min Remoção de tumores e verrugas: técnica da pirâmide invertida; cuidado com pacientes conscientes (sedados e tranquilizados), dá pra operar durante a indução. Orquiectomia: técnica infiltrativa intratesticular; medir por fora o tamanho da agulha com o tamanho do testículo; aplicação longitudinal; fazer botão no local da incisão. Anestesia por tumescência: usada na mastectomia previamente à anestesia por TIVA; lidocaína provoca apoptose de células tumorais; solução aplicada sob o tumor • 210ml de solução NaCl • 40ml de lidocaína • 0,25ml de adrenalina • Dose 15ml/kg Bloqueio peribulbar: agulha inserida até o equador do bulbo; bisel voltado para o bulbo; acesso duplo posições opostas (aplicar metade do volume em cada); palpar a fossa lateral –não aplicar na fossa. Anestesia epidural: a anestesia peridural, também chamada de anestesia epidural, é um tipo de anestesia que bloqueia a dor de apenas uma região do corpo, geralmente da cintura para baixo que inclui abdômen, costas e pernas, mas a pessoa ainda pode sentir o toque e a pressão.Cão e gato sempre sedados ou sob anestesia inalatória superficial. • Tricotomia na região e antissepsia • Clorexidina ou álcool não iodado • Luvas e panos de campo estéreis • Usar agulha de Tuohy Cuidado com a contaminação! Medula espinhal •Cão –termina na sexta ou sétima vértebra lombar •Gato –termina na primeira vértebra sacral •Bovino –termina na última vértebra lombar -o saco meníngeo vai até a quinta vértebra sacral •Equino –termina na segunda vértebra sacral Acesso epidural •Cão –espaço entre L7 e S1 •Gato –espaço entre L7 e S1 •Bovino –espaço entre Co1 e Co2 •Equino –espaço entre Co1 e Co2 Técnica • Palpar o local da aplicação • Fazer um pequeno acesso na pele com agulha trifacetada • Introduzir a agulha de Tuohy–bisel voltado para a cabeça do paciente • Retirar o mandril da agulha e colocar uma gota na ponta do canhão da agulha • Romper o ligamento até a gota descer –não mexer mais. • Outra pessoa conecta a seringa e aplica a lidocaína • Quanto menor a velocidade da aplicação, mais cranial a anestesia –dose mínima • Manter a cabeça do cão ou gato mais alta que o resto do corpo –apoio • Aguardar 10 a 15 min