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Ficha Modelo - Bulário Fármaco: Oxicodona INDICAÇÕES: A oxicodona é um analgésico opioide potente, indicado para o tratamento de dores agudas ou crônicas que variam de moderadas a intensas. Suas principais indicações incluem: · Dor Pós-Operatória: Utilizada para alívio de dor após cirurgias, especialmente em procedimentos que envolvem dor intensa. · Dor Oncológica: Eficaz no manejo da dor relacionada ao câncer, quando outros analgésicos não são suficientes. · Dor Crônica: Indicada em casos de dor crônica que não respondem a analgésicos menos potentes, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). · Condições Específicas: Pode ser utilizada em situações como dor intensa devido a lesões, artrite severa ou outras condições médicas que causem dor significativa. FARMACOCINÉTICA: · Absorção- Via Oral: A oxicodona é bem absorvida quando administrada por via oral, com uma biodisponibilidade que varia entre 60% e 87%. O pico de concentração plasmática é alcançado em aproximadamente 1 hora após a administração de formulações de liberação imediata e em cerca de 2,6 horas para formulações de liberação controlada. · Distribuição- A oxicodona se distribui amplamente nos tecidos do corpo, incluindo o sistema nervoso central, onde exerce seus efeitos analgésicos. É altamente lipofílica, o que facilita sua passagem através da barreira hematoencefálica. · Metabolismo- O fármaco é metabolizado principalmente no fígado, onde se transforma em metabólitos, incluindo morfina-3-glucuronídeo (M3G) e morfina-6-glucuronídeo (M6G). O M6G é um metabólito ativo, mas a maior parte da oxicodona é eliminada como metabólitos inativos. · Eliminação- A eliminação da oxicodona ocorre principalmente pela urina, com a meia-vida variando entre 3 a 5 horas para formulações de liberação imediata. A excreção dos metabólitos também se dá pela urina, sendo importante considerar a função renal do paciente, pois a insuficiência renal pode afetar a eliminação dos metabólitos. MECANISMO DE AÇÃO A oxicodona é um analgésico opioide que atua principalmente como um agonista dos receptores opioides no sistema nervoso central. Seu mecanismo de ação envolve várias etapas: 1. Ligação aos Receptores Opioides: A oxicodona se liga principalmente aos receptores mu (μ), mas também interage com os receptores kappa (κ) e delta (δ). A ligação aos receptores mu é responsável pela maioria de seus efeitos analgésicos e eufóricos. 2. Ativação de Receptores G-proteína: Ao se ligar aos receptores, a oxicodona ativa uma cascata de sinalização mediada por G-proteínas. Isso resulta na inibição da adenilato ciclase, levando à diminuição dos níveis de AMP cíclico (cAMP) dentro da célula. 3. Inibição da Liberação de Neurotransmissores: A redução do cAMP resulta na inibição da liberação de neurotransmissores nociceptivos (como acetilcolina, dopamina e substância P) e hormônios (como insulina e glucagon), contribuindo para o efeito analgésico. 4. Efeitos na Excitabilidade Neuronal: A oxicodona provoca hiperpolarização das membranas neuronais, o que diminui a excitabilidade dos neurônios no sistema nervoso central. Isso é alcançado através do fechamento de canais de cálcio dependentes de voltagem e da abertura de canais de potássio, resultando em uma maior resistência à dor. FORMAS FARMACÊUTICAS DISPONÍVEIS 1. Comprimidos de Liberação Imediata: · Disponíveis em doses de 5 mg, 10 mg, 15 mg, 20 mg e 30 mg. · Utilizados para alívio rápido da dor aguda. 2. Comprimidos de Liberação Controlada: · Disponíveis em doses de 10 mg, 15 mg, 20 mg, 30 mg, 40 mg, 60 mg e 80 mg. · Projetados para fornecer alívio da dor de longa duração, com efeito que pode durar de 10 a 12 horas. 3. Comprimidos de Liberação Prolongada com Naloxona: · Exemplos incluem Targin e Targiniq, que combinam oxicodona com naloxona para ajudar a prevenir a constipação e reduzir o potencial de abuso. 4. Solução Oral: · Disponível em concentrações como 5 mg/5 mL, permitindo ajuste de dose para pacientes que não conseguem engolir comprimidos. CONCENTRAÇÕES DISPONÍVEIS Comprimidos de Liberação Imediata · 5 mg, 10 mg, 15 mg, 20 mg e 30 mg Comprimidos de Liberação Controlada · 10 mg, 15 mg, 20 mg, 30 mg, 40 mg, 60 mg e 80 mg Algumas marcas comerciais que contêm oxicodona de liberação controlada incluem: - Oxycontin®: disponível nas doses de 10 mg, 20 mg e 40 mg - Targin®: combinação de oxicodona de liberação controlada com naloxona, nas doses de 5/2,5 mg, 10/5 mg e 20/10 mg (oxicodona/naloxona) MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA QUANTIDADE E FORMA FARMACÊUTICA Oxycontin Targin Purdue Pharma Mundipharma Pharmaceuticals - Oxycontin- 10 mg: embalagens com 14 e 2 comprimidos revestidos - Oxycontin 20 mg: embalagens com 28 comprimidos revestidos - Oxycontin 40 mg: embalagens com 28 comprimidos revestidos - Targin 5 mg/2,5 mg: 28 cp - Targin 10 mg/5 mg: 28 cp - Targin 20 mg/10 mg: 28 cp - Targin 40 mg/20 mg: 28 cp MEDICAMENTOS SIMILARES INDÚSTRIAS FARMACÊUTICAS QUANTIDADES E FORMAS FARMACÊUTICAS Oxygesic Oxypynal Oxydose Mundipharma Eurofarma Mundipharma - Oxygesic 10 mg: 14 cp- liberação prolongada - Oxygesic 20 mg: 14 cp- liberação prolongada - Oxygesic 40 mg: 14 cp liberação prolongada - Oxypynal 10 mg: 14 cp revestidos de liberação prolongada. - Oxypynal 20 mg: 14 cp revestidos de liberação prolongada. - Oxypynal 40 mg: 14 cp revestidos de liberação prolongada. - Oxydose: Solução oral. Cada ml contém 1mg de cloridrato de oxicodona. Geralmente disponível em 5 mg/5 mL. OBSERVAÇÕES DE PRESCRIÇÃO CONTRAINDICAÇÕES: · Pacientes com asma brônquica severa; · Pacientes com significativa depressão respiratória, com hipóxia e/ou hipercapnia; · Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica severa; · Pacientes com cor pulmonale; · Pacientes acometidos ou que apresentem suspeita de íleo paralítico (parada temporária do peristaltismo intestinal); · Categoria de risco na gravidez: B. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS · Outros Opioides: O uso concomitante pode aumentar o risco de depressão respiratória e sedação excessiva. · Relaxantes Musculares: Medicamentos como ciclobenzaprina podem ter seus efeitos potenciados, aumentando o risco de depressão do sistema nervoso central (SNC). · Antidepressivos Tricíclicos: A combinação pode aumentar o risco de efeitos colaterais, como sedação e toxicidade. · Antifúngicos: Medicamentos como cetoconazol podem aumentar os níveis de oxicodona no sangue, aumentando o risco de efeitos adversos. · Anticonvulsivantes: Como a carbamazepina, podem interferir na metabolização da oxicodona. · Ansiolíticos: Benzodiazepínicos como diazepam e alprazolam podem aumentar o risco de depressão respiratória e sedação. Prof. MSc. Rodrigo César A. Caixeta