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Texto de apoio ao curso de Especialização 
Atividade física adaptada e saúde 
Prof. Dr. Luzimar Teixeira 
 
 
 
CAPSULITE ADESIVA 
(Capsulite Retrátil, Ombro Congelado, Ombro Rígido, Periartrite Escapuloumeral, Tenobursite) 
I - INTRODUÇÃO: 
A capsulite adesiva é caracterizada pela dor e perda da mobilidade passiva e ativa do ombro. 
Além do termo “capsulite adesiva” para designar a rigidez articular são utilizados também 
outros termos como “ombro congelado” que foi traduzido da língua inglesa (“frozen shoulder”). 
Ombro congelado significa um ombro rígido originado por qualquer motivo previamente 
conhecido, ou seja, secundário a um trauma, infecção, imobilização prolongada, etc. Para se 
referir a capsulite adesiva, que é um ombro rígido, porém de causa desconhecida, deve-se 
referir como “ombro congelado primário”. E, quando a rigidez for conseqüência de uma lesão 
inicial conhecida, refere-se como “ombro congelado secundário”. 
Em 1934, Codman descreveu como “difficult to define, difficult to treat and difficult to explain 
from the point of view of pathology”. 
Zuckerman fez uma definção aceita pelo American Shoulder and Elbow Surgeons no simpósio 
de 1992 e publicada pela American Academy of Orthopaedic Surgeons: “a condition of 
uncertain etiology characterized by significant restriction of both active and passive shoulder 
motion that occurs in the absence of a known intrisic shoulder disorder”. 
II – FISIOPATOLOGIA: 
A etiologia do processo que desenvolve a capsulite adesiva continua desconhecida, embora 
existam teorias que tentam explicá-la: a patogênese do processo inflamatório pela resposta 
imunológica e morfológica da célula; mediadores humorais; predisposição imunológica 
enfatizadas por alguns autores como possíveis desencadeadores que resultam na fibrose 
capsular. 
 
A cápsula articular encontra-se espessada, inelástica e friável, com fibrose e infiltrado 
perivascular aumentado, e diminuição do volume articular. 
Observa-se macroscopicamente a contratura da cápsula e microscopicamente uma 
inflamação e fibrose. 
III – CLASSIFICAÇÃO: 
O Ombro rígido pode ser classificado em: 
1 – Primário ou Idiopático: (a terminologia capsulite adesiva deve se restringir a este grupo) 
que contém o grupo em que ocorre a contratura capsular que aparece após mínimo ou 
nenhum trauma e tem um processo fibrótico intrínseco na cápsula; além disso, a etiologia é 
desconhecida; 
 
2 – Secundário (intrínseco ou extrínseco): este grupo abrange os ombros rígidos que 
apresentam etiologia conhecida (pós-traumáticos, pós-infecciosos, imobilização prolongada, 
etc). 
 
O fato de apresentar um tipo não exclui que o mesmo ombro possa apresentar o outro tipo 
simultaneamente. 
IV – EPIDEMIOLOGIA: 
A Incidência da capsulite adesiva é de cerca de 2% na população. Principalmente, na faixa 
etária dos 40 a 60 anos. Mesmo apresentando uma diferença muito pequena ocorre mais no 
sexo feminino que o masculino, sendo o lado mais acometido o não dominante, e bilateral em 
10 a 20% dos casos. 
Algumas patologias geram uma maior predisposição para desenvolver capsulite adesiva. 
Os pacientes que apresentam diabetes mellitus tem incidência de 10 a 20% e cerca de 40% 
são bilaterais. 
V – FATORES PREDISPONENTES: 
Abaixo estão algumas fatores que predispõe ao aparecimento da capsulite adesiva: 
 
diabetes mellitus, doenças cardiacas, doenças pulmonares, reação medicamentosa 
(fenobarbital, indinavir), doenças psíquicas (depressão). 
VI – EVOLUÇÂO CLÍNICA: 
A evolução clínica da capsulite adesiva caracteriza-se por 3 fases: 
A evolução clínica da capsulite adesiva caracteriza-se por 3 fases: 
 
 
 
 
 
 
Fase 1 (Inflamatória / Dolorosa): aparece de maneira insidiosa, gradual, mal localizada, com 
perda lenta e progressiva da mobilidade passiva e ativa do ombro, e tem como sintoma 
principal a dor. Apresenta duração de 2 a 6 meses. 
Fase 2 (Rigidez): caracteriza-se pela limitação da mobilidade, principalmente rotação externa, 
elevação até 100 graus, com dor leve e persistente. Esta fase pode variar de 6 a 24 meses. 
 
Fase 3 (Remissão da doença / “Descongelamento”) ocorre o retorno gradual dos movimentos, 
de forma lenta e progressiva ao longo de meses. O período de duração desta última fase 
pode variar de 6 a 12 meses. 
VII - EXAMES COMPLEMENTARES: 
O diagnóstico da capsulite adesiva é eminentemente clínico através de uma boa anamnese e 
exame físico. Entretanto, deve-se confirmar o diagnóstico através de exames por imagem. Os 
exames complementares que podem ser solicitados são: radiografias simples, radiografias 
com contraste intra-articular (artrografia com duplo contraste ou pneumo-artrografia) e 
ressonância magnética com com contraste intra-articular ou endovenoso. A finalidade do 
contraste intra-articular é distender a cápsula articular e verificar a sua retração para confirmar 
o diagnóstico. 
 
Fig. 1 – Exame de artrografia com duplo contraste para estudar a cápsula articular, que auxilia 
para confirmar o diagnóstico. 
VIII - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
Alguns dos diagósticos diferenciais mais comuns são: síndrome do impacto; rotura maciça do 
manguito rotador; tendinite calcárea; luxação gleno-umeral não reduzida; tumor primário ou 
metastático; distrofia pós-traumática. 
IX - TRATAMENTO: 
O tratamento na fase inicial da dor e inflamação, consiste em cuidados analgésicos e anti-
inflamatórios com medicamentos apropriados, e uma fisioterapia analgésica com exercícios 
leves para preservar ao máximo a função. Exercícios violentos com o objetivo de recuperar a 
mobilidade, nesta fase, não são indicados. 
Na fase de rigidez existem algumas alternativas para se tratar a capsulite adesiva: cuidados 
analgésicos e anti-inflamatórios à semelhança da fase inicial; distensão hídrica da cápsula 
articular e manipulação sob anestesia; bloqueios anestésicos seriados do nervo supra-
escapular; e capsulotomia artroscópica com liberação dos movimentos nos casos mais graves 
de limitação dos movimentos. 
Na última fase, de cura, somente cuidados analgésicos e de reabilitação, até a recuperação 
total da função do ombro afetado.

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