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Despesa Pública 
A natureza da decisão sobre a aplicação dos gastos públicos tem, em regra, conteúdo político, entretanto existem limites, parâmetros e prioridades constitucionais e infraconstitucionais para a realização de todas as despesas públicas. As escolhas devem seguir o interesse coletivo, pautado nas necessidades mais urgentes da sociedade.
A despesa consiste no conjunto de gastos realizados pelo Estado no seu funcionamento, ou seja, é a aplicação dos recursos financeiros em bens e serviços destinados a satisfazer as necessidades coletivas. A despesa não deve ser entendida no sentido pejorativo de gasto, mas sim como um investimento na sociedade. 
Dentre os parâmetros encontrados pelo administrador para gerir as receitas encontra-se a necessidade de previsão orçamentária. “A despesa é a aplicação de certa importância em dinheiro por autoridade pública de acordo com a autorização do legislativo, para a execução de serviços a cargo do Governo”. Além do seu emprego para suprir as necessidades básicas coletivas, o Estado destina parte das receitas públicas para propiciar o desenvolvimento social e econômico. Daí por que dizemos que a despesa pública se relaciona diretamente com a política fiscal. 
CARACTERÍSTICAS
São três as características das despesas públicas: econômica, política e jurídica. 
Econômica: desponta seu próprio elemento, o dinheiro. A despesa nada mais é que a alocação de receitas públicas. A finalidade do Estado é sempre voltada ao atendimento das necessidades coletivas e tudo o que é arrecadado deve servir a um objetivo público. 
Política: através deste aspecto destacam-se as escolhas estatais para realizar as despesas. A programação de despesas estará de acordo com o perfil de cada governo, na linha de convicções econômicas, políticas e sociais. 
Jurídico: encontra-se na obrigação de previsão orçamentária. A despesa não pode ser realizada livremente pelo administrador público. Todas as despesas devem encontrar respaldo legal. Para toda despesa deve haver uma receita a financiá-la. 
NATUREZA DA DETERMINAÇÃO DAS DEPESAS PÚBLICAS
Eminentemente política. A própria CF atribui privativamente ao chefe do executivo a iniciativa para elaborar as leis orçamentárias. Entretanto, recente entendimento tem defendido que as despesas públicas são priorizadas e determinadas por comandos jurídicos e cada vez menos por deliberações políticas, ou seja, não se originam exclusivamente a partir destas. 
5 motivos afirmam que as despesas vêm absorvendo uma origem normativa:
- perfil social da CF de 88, oferecendo a sociedade uma gama de direitos sociais e fundamentais.
-estas normas perdem sua consideração de normas programáticas, conferindo-lhes uma aplicação direta e imediata.
- ascensão da judicialização dos direitos fundamentais, permitindo que o particular passe a ter legitimidade para demandar a realização destes direitos. 
- a CF apresenta tributos vinculados, especialmente no caso das contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, cuja arrecadação contém destinação predeterminada pela norma instituidora do tributo.
- dispositivos constitucionais estabelecem não apenas em que área deve ser realizada uma despesa pública, mas também especificam o percentual mínimo que deve ser aplicado. 
Apesar de ser competência privativa do Executivo a deliberação de alocação das receitas públicas, este deve seguir uma ordem de prioridades presentes na carta magna. 
CLASSIFICAÇÃO:
Despesas correntes: caracterizam-se por serem contínuas, rotineiras ou periódicas. São dotações destinadas ao pagamento de funcionamento ou manutenção da estrutura estatal, a remuneração de inativas, ao pagamento de juros... Estas podem ser subdivididas em despesas de custeio e transferências correntes.
-despesas de custeio: referem-se àquelas dotações em que há uma contraprestação ao pagamento que o Estado realiza periodicamente, tais como a remuneração dos servidores públicos, pagamentos a fornecedores de bens e serviços públicos. 
-transferências correntes: referem-se as despesas igualmente periódicas, porém não geram uma contraprestação específica e direta em bens ou serviços. É o caso de pagamento de juros de dívida pública, de aposentadorias e pensões de servidores públicos inativos, assim como as subvenções sociais e econômicas.
É considerada despesa decorrente aquela despesa pública de caráter continuado decorrente de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois anos. 
Despesas de capital: são eventuais, desprovidas de periodicidade. Apresentam na sua realização uma operação relativa a uma aquisição patrimonial (obras, bens móveis ou imóveis, valores mobiliários) ou a uma redução da dívida pública. Podem ser de três espécies:
-investimentos: são aquelas dotações para planejamento e execução de obras, inclusive as destinadas a aquisição de imóveis necessários a realização destas últimas. (obras, serviços em regime de programação especial, equipamentos e instalações, material permanente, constituição ou aumento de capital em empresas)
-inversões financeiras: dotações destinadas à aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização, aquisição de títulos representativos de capital de empresas ou entidades de qualquer espécie já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital. (concessão de empréstimos, aquisições de imóveis, de títulos de empresas)
-transferências de capital: dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências em auxílios ou contribuições.
DEPESAS PÚBLICAS CONSTITUCIONALMENTE PREVISTAS 
Apesar de a escolha das despesas públicas ser de ordem política, não há uma discricionariedade ilimitada, já que as despesas devem atender às necessidades coletivas, estando juridicamente condicionada às prioridades que a Constituição estabelece. Assim, buscando evitar os arbítrios políticos, a constituição previu montantes de recursos a serem aplicados, os quais estão fixados na própria norma constitucional, o que acaba por condicionar a elaboração do orçamento público. 
Assim, o administrador, ao propor o orçamento, deve destinar àquelas áreas nunca menos que os montantes constitucionalmente determinados. Poderá ainda deliberar por incluir mais recursos nestas áreas. 
A JUDICIALIZAÇÃO DAS DESPESAS PÚBLICAS
Certas despesas passam a poder ser demandadas ao Estado pelo cidadão, a partir da previsão constitucional de certos deveres ou garantias estatais. Não se trata aqui dos comandos constitucionais que definem expressamente o quando deve ser aplicado, mas àquelas previsões constitucionais que estão além de declarar direitos. 
Estas normas (direito a saúde, educação, alimentação, trabalho...) criam direito para o cidadão e deveres para o Estado nestas áreas. Inicialmente estas previsões funcionavam como meros parâmetros a serem seguidos. Com a efetividade normativa da CF e com a ampliação e o fortalecimento do exercício dos direitos de cidadania, identificamos uma tendência que vem se consolidado no Direito contemporâneo, no sentido de permitir que a sociedade possa exigir judicialmente do Estado a realização destas despesas públicas, especialmente no que se refere aos Direitos Fundamentais. 
Críticas:
-feriria o caráter programático das normas constitucionais 
-violação ao princípio da separação dos poderes
-equilíbrio fiscal e limitação dos recursos
PROCEDIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DAS DESPESAS PÚBLICAS 
Após definida qual será a despesa pública, inicia-se o processo para a sua realização. O procedimento para realizar uma despesa pública possui natureza de ato administrativo, e este seguirá os parâmetros, limites e princípios que o D. Administrativo. 
A realização da despesa pública exige uma etapa prévia, o procedimento licitatório (concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão) seguida detrês etapas: empenho, liquidação e ordem de pagamento. 
ESTÁGIO DAS DESPESAS
ETAPA PRÉVIA > EMPENHO > LIQUIDAÇÃO > ORDEM DE PAGAMENTO
A etapa prévia verifica a necessidade de realização prévia de licitação. 
O empenho cria para o estado a obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Consiste numa reserva a ser feita no orçamento, relativa à quantia necessária que deverá ser paga, visto que a lei não autoriza a realização de despesa pública sem o prévio empenho. É uma garantia para o credor. O prévio empenho é premissa para a realização da despesa. Para cada empenho, deve ser realizada uma nota de empenho. Existem 3 tipos de empenho:
-Ordinário: sabe-se o valor extado da despesa, faz o pagamento de uma só vez.
-Global: destina-se a despesas que devem ser pagas de forma parcelada (despesas de pessoal, prestação contínua...)
-Por estimativa: utilizado nas operações em que não se pode determinar previamente o montante exato das despesas, diz respeito a inúmeros gastos variáveis dos órgãos públicos (energia, água, serviços telefônicos)
A liquidação é condição prévia ao pagamento da despesa, já que este só será efetuado quando ordenado após a sua regular liquidação. Ela consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do crédito. 
A ordem de pagamento encerra o processo de realização da despesa pública. É a concretização do desembolso. Normalmente, utilizam-se instituições financeiras credenciadas para a efetivação do crédito. 
Todo caso que acarrete aumento de despesa deve ser acompanhado de estimativa de impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes. 
INSTRUMENTOS RETIFICADORES DO ORÇAMENTO
A realização de despesas que se tornaram necessárias durante a própria execução deve ser feita por meio de créditos adicionais, trata-se de autorização de despesas não computadas (crédito especial) ou insuficientemente dotada (crédito suplementar) na lei orçamentária anual. Só podem ser abertos por meio de lei específica. Estes créditos só podem ser abertos com a existência de recursos provenientes de 1)superávit financeiro ou excesso de arrecadação; 2) anulação de dotação orçamentária ou créditos adicionais ou 3)operações de crédito. 
Os extraordinários podem ser por medida provisória. 
PAGAMENTO DE DESPESAS PÚBLICAS DE ORIGEM JUDICIAL: PRECATÓRIOS
Existem despesas que pela sua natureza ou origem não podem ser programadas, não havendo como inseri-las ordinariamente no orçamento. Mas elas também não se enquadram no conceito de despesa pública extraordinária, já que apesar de ser imprevisível, existe a certeza de que ela ocorre anualmente. 
Consiste no pagamento que a Fazenda Pública é condenada a realizar após o trânsito em julgado de uma medida judicial promovida pelo particular. Caso estas fossem pagas imediatamente após o processo judicial, haveria um desequilíbrio orçamentário. Para isso, criou-se o precatório.
O precatório é a requisição formal de pagamento que a Fazenda Pública é condenada judicialmente a realizar. Condenada em uma ação, a Fazenda Pública realiza o pagamento apenas no exercício financeiro seguinte, após inclusão da despesa no seu orçamento, desde que apresentada até primeiro de julho. 
A norma refere expressamente a pagamentos devidos pelas fazendas públicas federal, estadual, distrital e municipal, mas entende-se que deve ser também em relação as autarquias, sociedade de economia mista e empresas públicas quando explorarem serviços públicos. 
Seu processamento inicia-se a partir da solicitação que o juiz da causa faz ao presidente do tribunal, o qual requisita verba necessária ao pagamento do credor. Essa solicitação ao presidente do tribunal denomina-se ofício precatório. O presidente comunica a fazenda a existência de obrigação, para ser consignada no orçamento como despesa pública e ser paga no exercício seguinte. 
Existem créditos que possuem especificidades próprias nas regras dos precatórios, são os de natureza alimentar e os de pequeno valor. Os primeiros são pagos com preferência e os segundo ficam de fora da metodologia de pagamento por precatórios. Então, existem 3 métodos: precatórios comuns, precatórios alimentares e créditos de pequeno valor. 
Os de natureza alimentar referem-se à subsistência do credor, são decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações. 
Serão pagos com preferência sobre os demais débitos, exceto sobre aqueles cujos titulares tenham 60 anos ou mais, ou sejam portadores de doenças graves.
Os créditos de pequeno valor estão fora das regras de expedição de precatórios. 
60 salários mínimos na esfera federal
40 na estadual
30 na municipal
Pode ocorrer fixação diversa por ente de direito público, segundo suas capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime de previdência social. 
Para garantir a efetividade da metodologia dos precatórios, a Constituição prevê a possibilidade de o credor requerer ao Presidente do tribunal o sequestro do valor a ser pago em caso de não alocação orçamentária ou de preterição na ordem cronológica dos precatórios. 
A EC nº 62/2009 trouxe a compensação do precatório, por meio da qual deve ser deduzido do valor a ser pago por precatório o montante da dívida do exequente perante a fazenda pública. (inclui parcelas vincendas do devedor)
Duas faculdades foram introduzidas na utilização do precatório. Uso para aquisição de imóveis e a cessão de precatórios para terceiros. 
A primeira permite ao credor a entrega de crédito em precatório para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. 
Pelo segundo, o credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário as regras sobre crédito alimentício ou de pequeno valor. 
CONTROLE DO ORÇAMENTO PÚBLICO
A execução orçamentária precisa ser devidamente acompanhada, fiscalizada e controlada. 
O interesse público envolvido das atividades financeiras do Estado enseja a preocupação de todos na garantia da melhor aplicação dos seus recursos. A CF possui seção específica para estruturar e disciplinar a matéria, assim como a LRF.
O acompanhamento da execução orçamentária é realizado por todos os interessados no seu objeto. Esse se dá por meio de relatórios periódicos que a ADM está obrigada a divulgar.
A fiscalização refere-se à certificação feita pelos órgãos competentes (controladorias, Tribunal de Contas) de que na execução do orçamento estejam sendo atendidos os princípios e as regras pertinentes, buscando identificar irregularidades. 
Já o controle envolve a correção de eventuais irregularidades encontradas na execução. A finalidade do controle é assegurar que a administração atue em consonância com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento público. 
Tal controle compreenderá: legalidade dos atos, fidelidade funcional dos agentes da administração, cumprimento do programa de trabalho expresso.
Aquele que utilizar dinheiro público deve justificar seu bom e regular emprego na conformidade das leis, regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas competentes. 
Os princípios aplicados aos que se relacionam com as normas orçamentárias são: legalidade (atendimento formal das previsões legislativas), legitimidade (consideração das condições materiais valorativas decorrentes das necessidades públicas que envolvam atos administrativos), economicidade (concretização da máxima eficiência da atividade financeira, maior aproveitamento das verbas públicas), desonerações (controle das verbas para entidades sem fins lucrativos).
MODALIDADES DE FISCALIZAÇÃO
Contábil: se faz através dos registros contábeis. É uma técnica que instrumentaliza o controle. 
Financeira: controla a arrecadação das receitas e realização das despesas. Ingresso e saída de dinheiro. 
Orçamentária: mensura o nível de concretização das previsões constantes na lei orçamentária
Operacional:controla as operações de crédito e de despesas não previstas nas leis orçamentárias. Deve haver um rigoroso controle sobre as formas de procedimento da despesa, atendendo-se ao atingimento dos objetivos traçados. 
Patrimonial: controla a situação e modificação dos bens móveis e imóveis do patrimônio público. Diz respeito a própria execução do orçamento.
A alteração no texto constitucional diz respeito ao fato de a fiscalização alcançar as entidades da administração direta e indireta, já que no texto anterior apenas incidia sobre a fiscalização sobre a União. 
ESPÉCIES DE CONTROLE DO ORÇAMENTO PÚBLICO 
-Prévio: realizado através de edição e observância de medidas que antecedem a elaboração do orçamento. Direciona a atuação do administrador público no sentido de atender ao interesse público. Se observadas essas normas, evita-se a prática de atos irregulares ou ilegais. 
-Concomitante: realizado ao longo da própria execução orçamentária, realizado através dos meios de fiscalização e de auditoria pelos órgãos de controle interno e externo.
-Subsequente: a partir da análise dos relatórios e documentos expedidos e divulgados periodicamente pela Administração Pública
INTERNO – EXTERNO
O externo é exercido pelo Legislativo de cada ente e pelo respectivo Tribunal de Contas. Visa comprovar a probidade administrativa e a regularidade da guarde e do emprego dos bens, valores e dinheiros públicos. A competência do controle externo é as designadas ao tribunal de contas.
O interno é realizado pelo sistema de controle específico que cada Poder deverá ter dentro da sua própria estrutura, ou seja, incube aos três órgãos de exercício do poder. Cada um deve manter um sistema de controle individual, de acordo com suas características próprias. Tal controle compreende a legalidade dos atos que resultem arrecadação da receita ou realização da despesa; a fidelidade funcional dos agentes da administração e o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços. 
Este controle interno será prévio, concomitante e subsequente em relação à legalidade dos atos praticados. 
O interno tem como finalidade: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto a eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e deveres da União; IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
Tem função preventiva e é feito a partir da análise e conferência dos registros contábeis e financeiros, dos relatórios emitidos, dos documentos comprobatórios dos atos realizados e das auditorias feitas pelos órgãos da administração pública em relação aos seus próprios atos. 
Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, devem dar ciência ao tribunal de contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. Além disso, qualquer cidadão é parte legítima para denunciar irregularidade ou ilegalidades perante o TCU. 
TRIBUNAL DE CONTAS E CONSELHO DE CONTAS
Auxilia o Poder Legislativo no controle externo de contas. 
Cabe ao Tribunal de Contas atuar na fiscalização contábil, financeira orçamentária, operacional e patrimonial do Estado, incluindo aí os seus poderes e as respectivas entidades de administração direta ou indireta, alcançando os administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, além das pessoas físicas ou jurídicas, que, mediante convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos, apliquem auxílios, subvenções ou recursos repassados pelo Poder Público. 
Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o dever de prestar contas ao TCU. 
Alguns defendem que o TCU é um órgão integrante do legislativo, que possui autonomia administrativa, sem, todavia, haver subordinação.
Mas o ministro do supremo tribunal federal entende que o TCU não é órgão do legislativo. Este se posta como um órgão da pessoa jurídica da União, diretamente, sem pertencer a nenhum dos três poderes federais. 
Apesar de ter nomenclatura de tribunal não possui função jurisdicional propriamente dita, uma vez que suas decisões apenas produzem coisa jugada administrativa, que pode ser revista pelo judiciário, o qual detém o monopólio jurisdicional no Brasil. 
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA 
A execução do orçamento caminha entre a rigidez e a flexibilidade. 
O orçamento é organizado na forma de créditos orçamentários, aos quais são consignadas dotações. 
A dotação é o montante de recursos financeiros com que conta o crédito orçamentário. 
Na etapa inicial da execução orçamentária registram-se os créditos orçamentários e as respectivas dotações, de modo a possibilitar o acompanhamento dos saldos e, portanto, da própria programação do orçamento. O controle desses saldos é realizado pelas programações de desembolso.
PROGRAMAÇÃO DE DESEMBOLSO
A LRF determina que o Poder Executivo no prazo de 30 dias após a publicação da lei orçamentária, estabeleça a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolsos, vedando que recursos vinculados a finalidade específica sejam utilizados para outros propósitos. A LRF também fixa diretrizes para a flexibilidade da programação de desembolso, a serem seguidas pelos executores diante de determinadas situações, tais como mudanças no comportamento da arrecadação tributária.

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