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Construtivismo e a Extensão Rural

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O CONSTRUTIVISMO na EXTENSÃO RURAL
EXTENSÃO RURAL
Transição política e institucional
EMBRATER: a partir de 1981, concretizado em 1985
Intenso esforço na recapacitação quadros médios
Resgate do “pré-serviço” em extensão
Planejamento participativo como processo político
Olhar a propriedade “como um todo”
Três princípios: educação, participação e realidade
Valorização do homem e apoio às suas organizações
Busca de respostas aos problemas reais e a atuação, inclusive, nas transformações estruturais
Extensão rural “crítica”
Embates ideológicos no SIBRATER
Adesão à proposta “crítica” mas pouco utilizada na prática
Dificuldades de implementar pela mesma geração de extensionistas “técnicos” com suas convicções difusionistas
Haviam sido formados na “neutralidade” política
Conhecimentos
A interação entre os técnicos e os agricultores faz parte do seu cotidiano rotineiro.
Encontro de diversos tipos de conhecimentos.
Extensionista: visão contextualizada e conhecimentos específicos.
Atualização de conhecimentos e práticas implicam em alguma forma de organização dos pensamentos e das ações
Métodos de extensão
Partem de três pontos comuns:
ocorrem em contextos específicos que influenciam os fatos e as próprias formas de ações
a maioria destas ações envolve interações sociais
em geral elas implicam em aquisições ou trocas de informações e conhecimentos.
o conhecimento em suas mais variadas expressões constitui-se em ponto de partida para o exercício da extensão rural, sendo a base fundamental para o estabelecimento de um processo de comunicação entre os profissionais das ciências agrárias e os agricultores com os quais eles se relacionam ou irão se relaciona.
Construção do conhecimento
O processo de construção do conhecimento ocorre a partir de três componentes fundamentais: 
a) o sujeito cognoscente, ou seja, alguém que possui capacidade de conhecer ou que deseja conhecer; 
b) o objeto cognoscível, isto é, algo que pode ser conhecido, analisado e compreendido; 
c) a imagem, ou seja, o resultado da relação estabelecida entre o sujeito e o objeto
Piaget
“(...) conhecer um objeto é agir sobre ele é transformá-lo, a fim de aprender o mecanismo daquela transformação, como sua função em ligação com as próprias ações transformadoras. Conhecer é, portanto, assimilar a realidade em estruturas de transformação, e são essas estruturas que a inteligência constrói como uma extensão direta das nossas ações”
O construtivismo
É um processo construtivo no qual cada um constrói a realidade a partir das interações sociais vivenciadas.
Considera-se que a ação e o conhecimento (ou pensamento) são indissociáveis, resultando das próprias interações entre o sujeito e o seu meio.
Essa abordagem de Piaget é conhecida como construtivista, pois não concebe o conhecimento como algo estático, parado, e sim, como atividade, movimento.
O conhecimento
O conhecimento é, antes de tudo, uma atividade, que pressupõe movimento e exige uma postura ativa por parte de quem deseja conhecer. Ou seja, conhecer é agir sobre o meio e transformá-lo
Freire
“Todo ato de pensar exige um sujeito que pensa, um objeto pensado, que mediatiza o primeiro sujeito do segundo, e a comunicação entre ambos, que se dá através de signos linguísticos. O mundo humano é, desta forma, um mundo de comunicação”.
Freire
O conhecimento não pode ser reduzido apenas ao resultado da relação estabelecida entre um sujeito e um objeto, necessitando da participação de outros sujeitos que compartilhem de uma mesma linguagem e estabeleçam entre si uma relação de diálogo e de comunicação
Pedagogia Freiriana
“Pedagogia do oprimido”; “pedagogia da libertação”; “pedagogia crítica”. 
“Pedagogia do conflito” (...)
Refletir e agir sobre a realidade, transformando-a
O agricultor como sujeito
Visão de contexto e de processo histórico
Comunicação dialógica e horizontalizada
O conhecimento popular importa
Atitude de aprendizagem
Processo educativo dialógico
A nova Extensão rural 
(crítica e agroecológica)
Os conceitos básicos são: 
Agroecologia
Sustentabilidade
Abordagem sistêmica
Sujeitos
O sujeito pensante não pode pensar sozinho; não pode pensar sem a coparticipação de outros sujeitos no ato de pensar sobre o objeto. 
Não há um “penso”, mas um “pensamos”. 
É o “pensamos” que estabelece o “penso” e não o contrário.
Construção do conhecimento
O processo de construção do conhecimento implica na articulação de duas funções inseparáveis: o ato de pensar e a comunicação entre os sujeitos pensantes.
O conhecimento tem a sua origem na prática social dos homens e nos processos de transformação da natureza por eles forjados
O conhecimento
Pode ser entendido como 
“(...) o movimento que parte da síncrese (sensorial concreto, o empírico, o concreto percebido), passando pela análise (abstração, separação dos elementos particulares de um todo, identificação dos elementos essenciais, das causas e contradições fundamentais) e chegando à síntese (o concreto pensado, um novo concreto mais elaborado, uma prática transformadora)”
Extensionistas e Agricultores
Tanto os extensionistas, quanto os agricultores são sujeitos dotados de capacidade para pensar e conhecer uma determinada realidade. 
A diferença existente entre o conhecimento de um e de outro está diretamente relacionada ao fato de que a interação entre o sujeito do conhecimento e o objeto conhecido, ocorre mediada por diferentes condicionamentos (sociais, econômicos, políticos e religiosos) e dentro de trajetórias e propósitos distintos.
é possível dizer que o conhecimento de uma determinada realidade (o objeto do conhecimento) pode ocorrer de diferentes formas e maneiras, dentro de racionalidades distintas, que acabam configurando a existência de diferentes tipos de conhecimento.
Estes diferentes tipos de conhecimento não são produzidos fora das relações de poder que se estabelecem nas sociedades, razão pela qual costuma existir uma hierarquia entre eles, que geralmente é atribuída pelos grupos sociais dominantes que detém mais poder (econômico, político, militar, cultural, simbólico), podendo ser acatada ou questionada pelos grupos dominados
Tipos de conhecimento
O conhecimento do senso comum; 
O conhecimento filosófico; 
O conhecimento religioso; 
O conhecimento científico
Censo comum ou conhecimento empírico
O conhecimento de senso comum, também denominado como empírico ou vulgar é aquele produzido espontaneamente, sem regras formais, ou seja, é o todo o conhecimento acumulado a partir das vivências pessoais.
Características do senso comum
Baseia-se em percepções sensoriais e pela busca de soluções para os problemas imediatos.
É espontâneo, instintivo, portanto, ametódico e assistemático.
Tem caráter utilitário, sendo repassado de uma pessoa à outra de geração em geração.
Apresenta uma visão fragmentada e difusa, subordinada ao envolvimento afetivo de quem o elabora, sendo condicionado por crenças, convicções pessoais e expectativas. Não valoriza a busca de provas e evidências.
Incapaz de se submeter a uma crítica sistemática e isenta das crenças pessoais.
Se expressa em linguagem diversificada e vaga, o que dificulta o controle e a avaliação experimental.
As suas condições de produção e uso podem permitir a emergência de um caráter dogmático.
O conhecimento filosófico
Têm como objeto as idéias, as relações entre conceitos, exigências lógicas que não se reduzem a realidade material, não sendo passíveis de observação sensorial.
Utiliza o método racional, no qual prevalece o processo dedutivo, que antecede a experiência e se centra na coerência lógica.
Está sempre em busca de leis universais, se interessando por uma concepção unificada e unificante de universo.
Tem por objetivo questionar as certezas, as conclusões, procurando um sentido ou uma interpretação mais ampla em resposta as grandes questões do ser humano.
Tem como fundamento a evidência lógica.
Conhecimento religioso
Não se distingue da filosofia e de outras ciências quanto ao objeto
que pode ser o mesmo (origem do mundo, a evolução das espécies).
Utiliza como princípio operativo a fé religiosa que é de ordem místico-intuitiva e não racional-intuitiva.
Tem uma esfera de valores completamente autônoma e uma epistemologia (explicação lógica do mundo) também autônoma.
Supõe e exige a autoridade divina, nela se fundamentando e só a ela atendendo.
Conhecimento científico
Até a época do renascimento apresentava as seguintes características:
Era considerado certo, pela condição de explicar os motivos da certeza.
Era considerado geral, porque reconhecia no real aquilo que há de mais universal e válido para todos os casos da mesma espécie.
Metódico, sistemático, objetivo e crítico, resultante da demonstração e da experimentação.
Atualmente, a ciência não é mais considerada como algo pronto, acabado e definitivo, caracterizando-se pela busca permanente de explicações e soluções e da revisão e avaliação dos seus resultados. 
Embora exista uma maior consciência por parte dos cientistas da sua falibilidade de dos seus limites, ainda prevalecem visões que a consideram como a única verdade a ser seguida, o que os aproxima muito do conhecimento religioso. 
No conhecimento científico, a relação entre o sujeito cognoscente e o objeto cognoscível se processa de forma metódica, sistemática, sendo regido por regras claras e conhecidas de todos. 
O conjunto dessas regras constitui o que se chama de método científico.

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