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Processo do Trabalho - Prova AV1.pdf

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1 
 
Prova: Processo do Trabalho 
 
1. Princípios processuais do trabalho 
1.1. Da proteção 
Pelo princípio da proteção, o caráter tutelar, 
protecionista, tão evidenciado no direito material do 
trabalho, também é aplicável no âmbito do processo 
do trabalho, o qual é permeado de normas, que, em 
verdade, objetivam proteger o trabalhador, parte 
hipossuficiente da relação jurídica laboral. 
Portanto, considerando a hipossuficiência do obreiro 
também no plano processual, a própria legislação 
processual trabalhista contém normas que objetivem 
proteger o contratante mais fraco (empregado). 
Frise-se que não se trata de o juiz do trabalho 
instituir privilégios processuais ao trabalhador, 
conferindo tratamento não isonômico entre as partes, 
mas sim de o magistrado respeitar o ordenamento 
jurídico vigente, uma vez que a própria lei 
processual trabalhista é permeada de dispositivos 
que visam proteger o obreiro hipossuficiente. 
Logo, o princípio da igualdade ou isonomia, previsto 
no art. 5.° da CF/1988, determinando que todos são 
iguais perante a lei, é perfeitamente respeitado pelo 
processo do trabalho, pois é a própria lei 
instrumental trabalhista que cria alguns privilégios 
ao obreiro, para lhe garantir a isonomia em relação 
ao empregador. 
O princípio da igualdade, pois, consiste em tratar de 
maneira igual os que se encontram em situação 
equivalente e de maneira desigual os desiguais, na 
medida de suas desigualdades. 
 
1.2. Da conciliação 
O art. 764 da CLT contempla, de forma explícita, o 
princípio da conciliação, ao dispor que os dissídios 
individuais ou coletivos submetidos à apreciação da 
Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à 
conciliação. Neste contexto, os juízes e tribunais do 
trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e 
persuasão no sentido de uma solução conciliatória 
dos conflitos (art. 764, § 1.°, da CLT). 
Frise-se que, mesmo após encerrado o juízo 
conciliatório, é lícito às partes celebrar acordo que 
ponha termo ao processo (art. 764, § 3.°, da CLT). 
No procedimento comum (ordinário), em dois 
momentos a proposta conciliatória é obrigatória: 
após a abertura da audiência (art. 846 da CLT) e 
após razões finais (art. 850 da CLT). 
Já no procedimento sumaríssimo, estabelece o art. 
852-E da CLT que “aberta a sessão, o juiz 
esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da 
conciliação e usará os meios adequados de persuasão 
para a solução conciliatória do litígio, em qualquer 
fase da audiência”. 
Por outro lado, impende destacar que cabe ao juiz do 
trabalho, ao celebrar o acordo, verificar a 
observância das normas de proteção ao trabalhador 
(normas imperativas, de ordem pública), bem como 
atestar se as bases acordadas não são prejudiciais ao 
obreiro, podendo o magistrado recusar a 
homologação do acordo quando o mesmo 
representar, em verdade, renúncia de direitos pelo 
empregado. 
Aceita a conciliação proposta, será lavrado o 
respectivo termo de conciliação (considerado um 
título executivo judicial – art. 876 da CLT), valendo 
como decisão irrecorrível para as partes, salvo para a 
Previdência Social, quanto às contribuições que lhe 
forem devidas. 
 
1.3. Jus postulandi 
O princípio do jus postulandi da parte está 
consubstanciado no art. 791 da CLT, o qual 
estabelece que os empregados e os empregadores 
poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do 
Trabalho e acompanhar as suas reclamações. 
Nessa esteira, o art. 839, a, da CLT também salienta 
que a reclamação trabalhista poderá ser apresentada 
pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou 
por seus representantes, e pelos sindicatos de classe. 
Logo, em função do jus postulandi, reclamante e 
reclamado poderão atuar sem a presença de 
advogados, perante os juízos de primeiro grau e 
Tribunais Regionais. A atuação perante o TST, 
como se verá abaixo, não segue esta regra. 
Uma corrente minoritária defendia que, após a 
Constituição Federal de 1988, em função de o art. 
133 estabelecer que o advogado é indispensável à 
administração da justiça, o art. 791 da CLT não mais 
estaria em vigor, em face da incompatibilidade com 
o texto constitucional mencionado. 
Essa corrente ganhou mais força com a edição da 
Lei 8.906/1994 (Estatuto da OAB) que, em seu art. 
1°, I, considerava atividade privativa da advocacia 
“a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e 
aos juizados especiais”. 
Os tribunais trabalhistas, contudo, em sua maioria, 
firmaram jurisprudência no sentido de que o art. 791 
da CLT está em vigor, permanecendo o jus 
postulandi da parte na Justiça do Trabalho, mesmo 
após a promulgação da Constituição Federal de 
1988. 
Tal jurisprudência restou confirmada com o 
julgamento da ADI 1.127, proposta pela Associação 
dos Magistrados do Brasil – AMB, na qual o 
Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional 
a expressão “qualquer”, constante do art. 1°, I, da 
Lei 8.906/1994 (Estatuto da OAB), prevalecendo o 
entendimento de que é possível a parte postular sem 
a presença do advogado, em algumas hipóteses. 
Recentemente foi publicada a Súmula 425 do TST, 
que dispõe: 
“O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 
791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos 
Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a 
ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de 
segurança e os recursos de competência”. 
2 
 
Portanto, o jus postulandi não prevalece no TST. 
Logo, em caso de recurso de revista interposto, ele 
deverá ser subscrito por advogado, assim como 
qualquer outro recurso que venha a tramitar no TST. 
Em outras palavras, o jus postulandi doravante 
somente prevalecerá nas instâncias ordinárias. 
Em caso de eventual recurso extraordinário para o 
Supremo Tribunal Federal, ou mesmo recurso 
encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (para 
examinar, por exemplo, conflito de competência), 
também deve ele ser subscrito por advogado, sob 
pena de o apelo não ser conhecido. 
 
1.4. Celeridade 
É um reflexo direto da simplicidade e da 
informalidade dos atos. O Processo Trabalhista, por 
cuidar, na maior parte dos casos, de verbas salariais 
que serão usadas para a subsistência da parte, deve 
ser realizado de maneira rápida e simples. 
 
1.5. Identidade física do juiz 
O princípio da identidade física do juiz determina 
que o juiz que colheu a prova (depoimento pessoal 
das partes, oitiva das testemunhas, esclarecimentos 
verbais do perito etc.) é quem deve proferir a 
sentença. 
Esse princípio ganha especial relevância uma vez 
que é na inquirição direta das partes e testemunhas 
que o juiz consegue firmar o seu convencimento, 
alcançando a verdade real, esta muitas vezes não 
reproduzida nas atas de audiência. 
O art. 132 do CPC prestigiou o princípio da 
identidade física do juiz ao afirmar que: 
“Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir 
a audiência julgará a lide, salvo se estiver 
convocado, licenciado, afastado por qualquer 
motivo, promovido ou aposentado, casos em que 
passará os autos ao seu sucessor”. 
 
1.6. Irrecorribilidade imediata das decisões 
interlocutórias 
Decisão interlocutória, conforme previsto no art. 
162, § 2.°, do CPC, é o ato pelo qual o juiz, no curso 
do processo, resolve questão incidente. 
O processo do trabalho traz em seu bojo uma 
peculiaridade ao informar, no art. 893, § 1°, da CLT, 
que as decisões interlocutórias não são recorríveis de 
imediato, somente permitindo-se a apreciação do seu 
merecimento em recurso da decisão definitiva. 
O Tribunal Superior do Trabalho, em relação à 
possibilidade de recurso em face de decisão 
interlocutória, por meio da Resolução 127/2005, 
publicada no DJU em 16.03.2005, revisou a Súmula 
214, que passou a ter a seguinte redação: 
“S. 214/TST – Decisão interlocutória. 
Irrecorribilidade. Na Justiça do Trabalho, nos termos 
do art. 893, § 1°, da CLT, as decisões interlocutóriasnão ensejam recurso de imediato, salvo nas 
hipóteses de decisão: 
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à 
Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal 
Superior do Trabalho; 
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o 
mesmo Tribunal; 
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, 
com a remessa dos autos para Tribunal Regional 
distinto daquele a que se vincula o juízo 
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 
2°, da CLT”. 
 
1.7. Extrapetição 
O princípio da extrapetição permite que o juiz, nos 
casos expressamente previstos em lei, condene o réu 
em pedidos não contidos na petição inicial, ou seja, 
autoriza o julgador a conceder mais do que o 
pleiteado, ou mesmo vantagem diversa da que foi 
requerida. 
O art. 293 do CPC, por exemplo, permite que o juiz 
determine que sobre a condenação da parcela 
principal incida juros e correção monetária, mesmo 
que no rol de pedidos não conste tal requerimento. 
No âmbito do processo do trabalho também 
podemos mencionar alguns exemplos da aplicação 
do princípio da extrapetição. Senão vejamos: 
 
• Art. 137, § 2.°, da CLT – caso o empregado ajuíze 
reclamação trabalhista requerendo que o juiz fixe a 
data de gozo de suas férias, a sentença cominará, 
independentemente de pedido autoral, pena diária de 
5% do salário mínimo, devida ao empregado até que 
seja cumprida; 
• Art. 467 da CLT – em caso de rescisão de contrato 
de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante 
das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a 
pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à 
Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas 
verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de 50%, 
independentemente de pedido autoral; 
• Art. 496 da CLT – o princípio da extrapetição 
também está presente na autorização legal conferida 
ao juiz para determinar o pagamento de indenização, 
apesar de postulada apenas a reintegração de 
empregado alcançado pela estabilidade no emprego, 
quando a reintegração do obreiro for 
desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade 
resultante do dissídio, especialmente quando for o 
empregador pessoa física; 
• A Súmula 211 do TST também determina que os 
juros de mora e a correção monetária incluem-se na 
liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a 
condenação. 
 
2. Organização da justiça do trabalho 
O art. 111 da CF/1988 define como órgãos da 
Justiça do Trabalho: 
• o Tribunal Superior do Trabalho (TST); 
• os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs); 
• os juízes do trabalho. 
3 
 
O Judiciário trabalhista, portanto, é dividido em três 
graus de jurisdição, quais sejam: TST (terceiro grau 
de jurisdição), TRTs (segundo grau de jurisdição) e 
os juízes do trabalho (primeiro grau de jurisdição, 
que exercem a jurisdição nas Varas do Trabalho). 
A EC 45/2004 implementou algumas mudanças na 
organização da Justiça do Trabalho, as quais serão 
examinadas neste capítulo. 
 
2.1. Tribunal Superior do Trabalho 
O TST surgiu em 1946, ano em que a Justiça do 
Trabalho foi integrada ao Poder Judiciário. 
O Tribunal Superior do Trabalho é o órgão de 
cúpula da Justiça do Trabalho, com sede em Brasília 
e jurisdição em todo o território nacional. 
 
2.2. Tribunais Regionais do Trabalho 
A exemplo do TST, em 1946, quando a Justiça do 
Trabalho foi integrada ao Poder Judiciário, surgiram 
os TRTs, em substituição aos Conselhos Regionais 
do Trabalho. 
Anteriormente, a Constituição da República previa 
que haveria pelo menos um TRT em cada Estado. 
Atualmente, o território nacional está dividido em 24 
regiões para efeito da Jurisdição dos Tribunais 
Regionais. Portanto, hoje existem 24 regiões e 24 
Tribunais Regionais do Trabalho, sendo dois deles 
situados no Estado de São Paulo, o da 2.a Região 
(capital de São Paulo, região metropolitana e 
Baixada Santista) e o da 15.a Região (cidade de 
Campinas e cidades do interior de São Paulo). Não 
há Tribunal Regional do Trabalho nos seguintes 
Estados: Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. 
Compete aos Tribunais Regionais do Trabalho 
elaborar seu próprio Regimento Interno (art. 96, I, 
“a”, da CF/1988). 
 
2.3. Juízes do Trabalho 
Em função da extinção das Juntas de Conciliação e 
Julgamento (EC 24/1999), a jurisdição trabalhista no 
primeiro grau passou a ser exercida por um juiz 
singular, denominado juiz do trabalho, que exerce 
suas funções nas denominadas Varas do Trabalho. 
Nas comarcas onde não houver juiz do trabalho, por 
lei, os Juízes de Direito poderão ser investidos da 
jurisdição trabalhista. Das sentenças que proferirem 
caberá recurso ordinário para o respectivo Tribunal 
Regional do Trabalho (art. 112 da CF/1988 e art. 
668 da CLT). 
 
2.4. Competência da Justiça do Trabalho 
2.4.1. Jurisdição e competência 
O Estado é detentor do monopólio da Justiça, 
somente a ele cabendo dizer o direito. 
A jurisdição, por consequência, consiste no 
poder/dever do Estado de prestar a tutela 
jurisdicional a todo aquele que tenha uma pretensão 
resistida por outrem, aplicando a regra jurídica à 
celeuma. 
O exercício da jurisdição pelo Estado restabelece a 
ordem jurídica, mediante eliminação do conflito de 
interesses que ameaça a paz social. 
A jurisdição, portanto, é una e indivisível. 
Neste contexto, podemos conceituar competência 
como a medida da jurisdição, ou seja, a 
determinação da esfera de atribuições dos órgãos 
encarregados da função jurisdicional. 
 
2.5. Competência em razão da matéria e da pessoa 
A competência em razão da matéria é definida em 
função da natureza da lide descrita na peça 
inaugural, ou seja, a competência é firmada em 
função da causa de pedir e dos pedidos contidos na 
petição inicial. 
No âmbito da Justiça laboral, a competência é 
definida em razão da matéria e tem como 
fundamento jurídico principal o art. 114 da Carta 
Maior, artigo este alterado pela EC 45/2004, a qual 
ampliou, significativamente, a competência material 
da Justiça do Trabalho. 
 
2.6. Foro de eleição 
O art. 111 do CPC dispõe que as competências em 
razão do valor da causa e do território podem ser 
modificadas pelas partes, por meio da eleição de 
foro para dirimir os eventuais conflitos surgidos em 
função da relação jurídica estabelecida. 
Todavia, o art. 111 do digesto processual civil se 
revela incompatível com as normas de competência 
do processo do trabalho, visto que estas são de 
ordem pública e, por consequência, não suscetíveis 
de modificação pelas partes. 
O objetivo do art. 651 da CLT e seus parágrafos é 
facilitar o acesso do obreiro hipossuficiente à Justiça 
do Trabalho, sendo a eleição de foro incompatível 
com o processo trabalhista, muito embora não exista 
vedação expressa na norma consolidada. 
Portanto, no âmbito do processo do trabalho, não 
poderá ser instituída pelas partes da relação laboral 
cláusula que preveja foro de eleição em caso de 
eventual conflito. 
 
3. Atos, termos, prazos e nulidades processuais 
3.1. Atos processuais 
O processo nada mais representa do que um 
complexo ordenado de atos processuais, destinado à 
obtenção de um objetivo, qual seja a sentença. 
O ato processual constitui-se numa espécie de ato 
jurídico que objetiva a constituição, a conservação, o 
desenvolvimento, a modificação ou a extinção da 
relação processual. 
Os atos processuais ocorrem, evidentemente, no 
curso do processo, podendo ser praticados pelas 
partes, pelo juiz ou pelos órgãos auxiliares da 
Justiça. 
O Código de Processo Civil aborda o tema (atos 
processuais) nos arts. 154 a 261, e a Consolidação 
4 
 
das Leis do Trabalho, embora de maneira não 
concentrada, disciplina a matéria a partir do art. 770. 
Vale ressaltar que a Lei 11.419/2006 (que dispõe 
sobre a informatização do processo judicial), 
acrescentou o § 2.° ao art. 154 do CPC, 
estabelecendo que todos os atos e termos do 
processo podem ser produzidos,transmitidos, 
armazenados e assinados por meio eletrônico, na 
forma da lei. 
 
3.1.1. Comunicação dos atos 
Torna-se imprescindível para o desenvolvimento da 
cadeia procedimental que haja a comunicação dos 
atos processuais às partes. 
O Código de Processo Civil estabelece como formas 
de comunicação dos atos processuais a citação e a 
intimação. 
Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o 
interessado a fim de se defender (art. 213 do CPC). 
Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém 
dos atos e termos do processo, para que faça ou 
deixe de fazer alguma coisa (art. 234 do CPC). 
O legislador pátrio, entretanto, objetivando justificar 
a autonomia do processo do trabalho, utilizou na 
Consolidação das Leis do Trabalho, de forma 
indiscriminada, o termo notificação, como o meio 
adequado para comunicação de todo e qualquer ato 
processual realizado no âmbito da Justiça laboral 
(seja citação ou intimação). 
Na inicial trabalhista, portanto, não há citação do 
reclamado, mas notificação do mesmo, por meio de 
remessa automática pelo servidor da secretaria da 
Vara, dentro de 48 horas do recebimento da ação, 
via postal, de cópia da petição inicial ao reclamado, 
notificando-o a comparecer à audiência de 
julgamento, que será a primeira desimpedida, depois 
de cinco dias (art. 841 da CLT), ocasião em que o 
demandado apresentará, caso deseje, sua defesa. 
 
3.1.2. Publicidade 
Por regra, todos os julgamentos dos órgãos do Poder 
Judiciário leva-se em conta o princípio da 
publicidade, somente em casos excepcionais é 
admitido que o processo, na Justiça do Trabalho, 
corra em segredo de justiça, como nas hipóteses de 
preservação do direito à intimidade da parte, 
discriminação por motivo de doença, sexo, discussão 
relativa a atos de improbidade praticados pelo 
obreiro, assédio moral ou sexual etc., e realizar-se-
ão nos dias úteis das 6 às 20 horas (art. 770 CLT). 
 
3.1.3. Limites temporais 
Conforme o citado art. 770 CLT, os atos processuais 
realizar-se-ão nos dias úteis das 6 às 20 horas. 
 
*Para o processo do trabalho, dias úteis são de 
segunda a sábado. 
 
Não obstante, sendo necessário, mediante 
autorização judicial, os atos processuais podem ser 
praticados fora do limite temporal acima 
mencionado, aplicando-se o disposto no art. 172 do 
CPC, que resta compatível com o processo do 
trabalho. Dispõe o referido dispositivo legal: 
 
Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, 
das 6 às 20 horas. §1º Serão, todavia, concluídos 
depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, 
quando o adiamento prejudicar a diligencia ou 
causar grave dano. §2º- A citação e a penhora 
poderão, em casos excepcionais, e mediante 
autorização expressa do juiz, realizar-se em 
domingos e feriados, ou nos dias não úteis, fora do 
horário estabelecido nesse artigo, observado o 
disposto no art. 5º, XI, CF. §3º- Quando o ato tiver 
ser praticado em determinado prazo por meio de 
petição, essa deverá ser apresentada no protocolo, 
dentro do horário de expediente, nos termos da lei 
de organização judiciária local. 
 
Diante do dispositivo do art. 5º XI, CF, os atos 
processuais praticados com autorização judicial, em 
domingos e feriados, devem respeitar tal enunciado 
que se encontra como cláusula pétrea, inserido nas 
garantias fundamentais do cidadão. 
De outro lado, em casos excepcionais, no processo d 
trabalho, nos quais o reclamado ou o executado 
somente forem encontrados no período noturno, o 
juiz do trabalho, valendo-se dos princípios da 
razoabilidade e proporcionalidade, a fim de 
materializar o direito fundamental do acesso à 
justiça, poderá determinar a realização do ato 
processual no período noturno, após às 20 horas, em 
horário razoável que não comprometa o direito ao 
repouso noturno. 
Dias úteis são aqueles em que há funcionamento do 
fórum. Somente o domingo é considerado feriado 
(art. 175 CPC). Desse modo, os fatos processuais 
podem ser praticados de segunda a sábado. 
Entretanto, para fins de contagem de prazo 
processual, o sábado não é computado, pois não há 
expediente forense (art. 184 CPC) 
 
*Audiências não podem ser realizadas no sábado, 
os demais atos podem ser praticados. Ex: 
notificação, penhora e etc.. 
 
3.2. Termos processuais 
Termo é a redução escrita de determinado ato 
processual. 
A Consolidação das Leis do Trabalho disciplinou, de 
maneira singela, os termos processuais nos arts. 771 
a 773, in verbis: 
 
“Art. 771. Os atos e termos processuais poderão ser 
escritos à tinta, datilografados ou a carimbo. 
5 
 
Art. 772. Os atos e termos processuais, que devam 
ser assinados pelas partes interessadas, quando estas, 
por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão 
firmados a rogo, na presença de duas testemunhas, 
sempre que não houver procurador legalmente 
constituído. 
Art. 773. Os termos relativos ao movimento dos 
processos constarão de simples notas, datadas e 
rubricadas pelos Chefes de Secretaria ou escrivães”. 
 
3.3. Prazos processuais 
A doutrina adota distintas classificações dos prazos 
processuais. 
 
A – Quanto à origem da fixação, os prazos 
processuais se classificam em: 
 
• Legais – os que são estabelecidos pelo 
ordenamento jurídico vigente, como o prazo para 
apresentação de recursos, o prazo para o executado 
pagar ou garantir a execução (48 horas – art. 880 da 
CLT) etc.; 
 
• Judicial – os que são estabelecidos pelo magistrado 
trabalhista; 
 
• Convencionais – os que são acordados entre os 
litigantes, como a possibilidade de suspensão do 
processo para tentativa de conciliação (art. 265, II, 
do CPC). 
 
B – Quanto à natureza, os prazos processuais se 
classificam em: 
 
• Dilatórios – são os que admitem prorrogação pelo 
juiz em vista da solicitação da parte, permitindo-se 
ao interessado dispor do prazo para a prática de ato 
específico. Os prazos convencionais também são 
dilatórios. Como exemplo, poderíamos mencionar a 
concessão de dilação do prazo pelo magistrado para 
que a parte apresentasse determinado documento ou 
informação. Entretanto, dispõe o art. 181 do CPC 
que as partes, de comum acordo, poderão reduzir ou 
prorrogar o prazo dilatório (desde que requerida 
antes do vencimento do prazo, pois se postulada a 
prorrogação após o término do prazo, estará 
configurada a preclusão); 
 
• Peremptórios – são os prazos fatais, insuscetíveis 
de prorrogação, decorrendo de normas imperativas, 
de ordem pública, não podendo ser objeto de 
convenção entre as partes. Determina o art. 182 do 
CPC que é defeso às partes, ainda que todas estejam 
de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos 
peremptórios, sendo certo que o juiz poderá, nas 
comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar 
quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60 dias, 
ressalvados os casos de calamidade pública (art. 182, 
parágrafo único, do CPC), em que este limite poderá 
ser excedido; 
 
C – Quanto aos destinatários, os prazos processuais 
se classificam em: 
 
• Próprios – são os destinados às partes, sejam os 
previstos em lei, sejam os fixados pelo juiz, sempre 
sujeitos à preclusão; 
 
• Impróprios – são os fixados pelo ordenamento 
jurídico e destinados aos juízes e servidores do 
Poder Judiciário, não sujeitos à preclusão. 
 
3.4. Contagem de prazos 
A Consolidação das Leis do Trabalho disciplina, nos 
arts. 774 e 775, a contagem dos prazos no processo 
do trabalho. 
Vejamos: 
“Art. 774. Salvo disposição em contrário, os prazos 
previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a 
partir da data em que for feita pessoalmente, ou 
recebida a notificação, daquela em que for publicado 
o edital no jornal oficial ou no que publicar o 
expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, 
daquela em que for afixado o edital, na sede da 
Vara, Juízo ou Tribunal. 
 
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título 
contam-se comexclusão do dia do começo e 
inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e 
irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados 
pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou 
Tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente 
comprovada. 
Parágrafo único. Os prazos que se vencerem em 
sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no 
primeiro dia útil seguinte”. 
 
Em função do disposto nos arts. 774 e 775 
consolidados é preciso, na contagem dos prazos, 
diferenciar o início do prazo do início da contagem 
do prazo. 
O início do prazo ocorre no momento em que o 
interessado toma conhecimento ou ciência do ato 
processual a ser realizado (5 dias). 
Portanto, recebida a notificação postal, ou publicado 
o edital no jornal oficial ou mesmo afixado o edital 
na sede da Vara, Juízo ou Tribunal, ocorre o início 
do prazo. 
Caso a comunicação dos atos processuais seja feita 
por meio do oficial de justiça, via mandado, o início 
do prazo também ocorre no momento da ciência do 
inteiro teor do mandado. 
Por sua vez, o início da contagem do prazo acontece 
no dia útil seguinte ao início do prazo. 
Em outras palavras, na contagem dos prazos, exclui-
se o dia do começo e inclui-se o dia do vencimento. 
6 
 
Da mesma forma, se o interessado for intimado ou 
notificado no sábado ou no feriado, o início do prazo 
dar-se-á no primeiro dia útil imediato, e a contagem 
do prazo, no subsequente (Súmula 262, I, do TST). 
Caso o vencimento do prazo ocorra no sábado, 
domingo ou feriado, este se prorroga até o primeiro 
dia útil imediato subsequente, nos termos do art. 
775, parágrafo único, da CLT. 
Se o prazo começar a fluir na sexta-feira, e como 
sábado e domingo não são considerados dias úteis, a 
contagem somente de inicia na segunda-feira 
subsequente. 
 
“Súmula 1/TST – PRAZO JUDICIAL – 
INTIMAÇÃO EM SEXTA-FEIRA. Quando a 
intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação 
com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo 
judicial será contado da segunda-feira imediata, 
inclusive, salvo se não houver expediente, caso em 
que fluirá do dia útil que se seguir”. 
 
Para melhor compreensão do leitor, passamos 
destacar alguns exemplos práticos de contagem de 
prazos: 
• Exemplo 1: o reclamado foi notificado, via postal, 
para a prática de determinado ato, sendo a 
notificação expedida e postada no dia 07.07.2006 
(sexta-feira). Nesse caso, considerando que a 
Súmula 16 do TST informa que se presume recebida 
a notificação 48 horas após a sua postagem (sendo 
levados em conta somente os dias úteis), supõe-se 
que o reclamado recebeu a notificação postal no dia 
11.07.2006 (terça-feira – início do prazo), 
começando a contagem do prazo no dia 12.07.2006 
(quarta-feira); 
 
• Exemplo 2: o reclamado foi notificado, via 
publicação no Diário Oficial para prática de 
determinado ato no dia 07.07.2006 (sexta-feira). 
Nesse caso, o início do prazo ocorre no próprio dia 
07.07.2006 (sexta-feira), e o início da sua contagem 
começará a correr do primeiro dia útil seguinte ao da 
publicação, ou seja, 10.07.2006 (segunda-feira); 
 
• Exemplo 3: o reclamado foi notificado, via postal, 
para a prática de determinado ato, sendo a 
notificação expedida e postada no dia 06.07.2006 
(quinta-feira). Nesse caso, considerando a Súmula 
16 do TST, presume-se que o mesmo recebeu a 
notificação postal no dia 10.07.2006 (segunda-feira 
– início do prazo), principiando-se a contagem do 
prazo no dia 11.07.2006 (terça-feira); 
 
• Exemplo 4: o reclamado foi notificado, via postal, 
para a prática de determinado ato no dia 08.07.2006 
(sábado). Nesse caso, o início do prazo ocorrerá no 
dia 10.07.2006 (segunda-feira), iniciando-se a 
contagem do prazo no dia 11.07.2006 (terça-feira) 
(ver Súmula 262, I, TST). 
Convém lembrar que os prazos judiciais são 
contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, como 
possibilita o art. 775 da CLT, ser prorrogados pelo 
tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, 
ou em virtude de força maior, devidamente 
comprovada. 
Não havendo preceito legal, nem assinalação pelo 
juiz, será de cinco dias o prazo para a prática de ato 
processual a cargo da parte (art. 185 do CPC). 
Igualmente, as pessoas jurídicas de direito público 
(União, Estados, Municípios, Distrito Federal, 
Autarquias e Fundações Públicas) têm prazo em 
quádruplo para contestar (em função de que entre o 
recebimento da notificação e a audiência deverá 
decorrer o prazo de 20 dias) e em dobro para 
recurso, mediante regra explícita no Decreto-lei 
779/1969 (art. 1.°, II e III). 
Também o Ministério Público do Trabalho possui o 
prazo em quádruplo para contestar e em dobro para 
recorrer, na última hipótese, seja na qualidade de 
órgão agente (autor da ação) ou órgão interveniente 
(custos legis), conforme previsão explícita no art. 
188 do CPC, de aplicação subsidiária ao processo do 
trabalho. 
 
3.5. Nulidades processuais 
A Consolidação das Leis do Trabalho disciplina as 
nulidades processuais, especificamente nos arts. 794 
a 798, em que encontramos regras e princípios que 
devem ser observados, para a efetiva garantia das 
partes em face de eventuais abusos, bem como para 
o correto encadeamento dos atos processuais até o 
provimento final (sentença). 
Nulidade, segundo a melhor doutrina, é a privação 
dos efeitos de um ato jurídico. Na esfera processual, 
a nulidade acarreta perda do efeito de um ato 
processual, vale dizer: o ato processual não 
produzirá os efeitos pretendidos. 
É consenso na doutrina que as nulidades dos atos 
processuais podem ser absolutas, relativas, ou até 
mesmo o ato processual pode ser inexistente. De 
outro lado, há as chamadas irregularidades 
processuais, que são uma espécie de nulidade de 
menor potencial. 
São nulos os atos processuais quando violem normas 
de ordem pública e interesse social. O ato nulo não 
está sujeito à preclusão e pode ser declarado de 
oficio pelo juiz. São relativas as nulidades quando 
violem normas de ordem pública. Dependem da 
iniciativa da parte não podendo ser conhecidas de 
oficio. 
Os chamados atos inexistentes contêm um vício tão 
acentuado que não chegam a produzir efeitos. 
Entretanto, a doutrina tem dito que mesmo os atos 
inexistentes devem ter seus efeitos cassados por 
decisão judicial. Portanto, os atos inexistentes 
seguem o mesmo regime das nulidades absolutas. 
 
 
7 
 
3.5.1. Princípios das nulidades 
3.5.1.2. Prejuízo ou transcendência 
O princípio em comento está previsto no art. 794 da 
CLT, ao dispor que nos processos sujeitos à 
apreciação da Justiça do Trabalho somente haverá 
nulidade quando resultar dos atos inquinados 
manifesto prejuízo processual aos litigantes. O art. 
249, § 1°, do CPC também alberga tal princípio. 
Logo, exemplificando, se o reclamado é notificado 
por edital e, posteriormente, comparece de forma 
espontânea à audiência, apresentando sua defesa, 
não poderá, no futuro, alegar nulidade em função da 
ausência de notificação via postal, uma vez que a 
nulidade apontada não lhe causou prejuízo. 
 
3.5.1.3. Da instrumentalidade das formas ou da 
finalidade 
Conforme já explicitado, na legislação processual 
atual, a forma é apenas um instrumento para se 
alcançar a finalidade do processo, não sendo, em 
regra, essencial para a validade do ato, pelo que se 
depreende que, se a lei prescrever que o ato tenha 
determinada forma, sem cominar nulidade, o juiz 
considerará válido o ato se, realizado de outra forma, 
lhe alcançar a finalidade. O atinente princípio está 
inserido nos arts. 154 e 244 do CPC; 
 
3.5.1.4. Da convalidação ou da preclusão 
Está explícito no art. 795 da CLT, segundo o qual as 
nulidades não serão declaradas senão mediante 
provocação das partes, as quais deverão argui-las na 
primeira vez em que tiverem de falar em audiência 
ou nos autos. 
É comum, no âmbito laboral, a utilização, pelaspartes, do chamado “protesto nos autos”, em que o 
litigante já registra na ata de audiência a nulidade, 
objetivando evitar a convalidação do ato. No 
entanto, caso o juiz, no desenrolar da audiência, não 
conceder a palavra para consignação dos protestos, 
deverá a parte, em razões finais, arguir a nulidade. 
 
De outro lado, somente a nulidade relativa, ou seja, 
a que interessa apenas à parte, deve ser invocada no 
momento processual oportuno, já à nulidade 
absoluta poder ser invocada a qualquer tempo, 
inclusive de ofício, não estando abrangida pelo 
princípio da convalidação – Mauro Schiavi. 
 
3.5.1.5. Da economia processual 
Este princípio visa aproveitar ao máximo a relação 
jurídica processual, renovando os atos processuais 
defeituosos, sem a necessidade de extinção 
prematura do processo, dessa forma, apenas serão 
anulados os atos que não possam ser aproveitados. 
É possível repetir o ato nulo ou anulável, desde que 
não haja demora significativa no processo, ausência 
de prejuízos às partes e efetividade do ato 
processual. 
 
3.5.1.6. Do interesse 
Este princípio está previsto no art. 796, b, da CLT, 
que assim dispõe: 
 
A nulidade não será pronunciada: 
[...] b) quando arguida por quem lhe tiver dado 
causa. 
 
Desse modo, somente terá interesse de postular a 
declaração da nulidade a parte que foi prejudicada, 
mas que não deu causa a ela. 
Este princípio decorre do princípio geral de direito 
que ninguém é lícito alegar a própria torpeza em 
juízo, sendo um meio de moralização da relação 
jurídica processual, destacando-se o caráter 
publicista do Processo. 
 
4. Partes e procuradores 
4.1. Partes 
Em sentido processual, partes são quem ajuíza uma 
ação e em face de quem a ação é ajuizada. É quem 
pede a tutela jurisdicional trazendo uma pretensão a 
juízo e quem resiste a esta pretensão. O juiz é sujeito 
do processo e não parte. 
No processo do trabalho, as partes recebem a 
denominação de reclamante (quem entra com a 
ação) e reclamado (quem irá responder a ação). Tal 
denominação vem da época em que a justiça do 
trabalho era administrativa, não pertencendo ao 
poder judiciário. 
 
4.1.2. Capacidade de ser parte 
A capacidade, segundo a doutrina civil, é a aptidão 
para adquirir direitos e obrigações. Adquirida a 
personalidade com o nascimento com vida, toda 
pessoa passa a ser capaz de direitos e obrigações. 
 
4.1.3. Da capacidade para ser parte na justiça do 
trabalho 
Segundo a classificação da doutrina, a capacidade, 
para fins processuais subdivide-se em: 
 
a) capacidade de direito ou de ser parte 
Toda pessoa, desde que tenha adquirido a 
personalidade, tem capacidade de ser parte, para 
figurar nos polos ativo ou passivo de uma 
reclamação trabalhista. 
 
b) capacidade de fato ou ad processum 
É a capacidade de estar em juízo sem necessidade de 
representação ou assistência (é denominada também 
pela doutrina de legitimatio ad processum), ou seja, 
de estar em juízo por si só. 
 
Somente têm capacidade para estar em juízo, na 
justiça do trabalho, as pessoas maiores de 18 anos. 
Os incapazes serão representados e os relativamente 
incapazes serão assistidos, nos termos da lei civil. 
 
8 
 
Os menores emancipados também têm a capacidade 
ad processum, nos termos do art. 5º CC, que resta 
aplicável ao direito material e processual do trabalho 
(art. 8º e 769 da CLT). 
Portanto, desde que receba um salário mínimo e 
exista a relação de emprego, o menor de 18 anos e 
maior de 16 anos estará emancipado de pleno 
direito, inclusive para postular em juízo sem 
necessidade de representação ou assistência 
independentemente de declaração judicial de 
emancipação. 
 
c) capacidade postulatória ou jus postulandi 
É a capacidade para postular em juízo em causa 
própria ou defendendo terceiros, pois capacidade 
postulatória é a aptidão que se tem para procurar em 
juízo. O profissional regularmente inscrito no quadro 
de advogados da OAB tem capacidade postulatória. 
Na justiça do trabalho o empregado pode postular 
pessoalmente, sem a necessidade de advogado. 
 
4.2. Mandato tácito ou procuração 
A procuração é o instrumento do mandato. O 
advogado somente pode postular em juízo se possuir 
procuração assinada pelo cliente (mandante). 
Excepcionalmente, o advogado pode postular em 
juízo sem procuração a fim de evitar perecimento do 
direito, comprometendo-se a juntar a procuração no 
prazo máximo de 15 dias. 
A procuração pode ser substabelecida a outro 
advogado, ou seja, transferido para que outro 
advogado possa atuar no feito. O substabelecimento 
pode se dar com reserva de poderes, continuando o 
advogado anterior a atuar no processo, ou sem 
reservas de poderes, deixando o advogado anterior 
de atuar no processo. 
 
4.3. Da procuração apud acta 
A procuração apud acta, também chamada de tácita, 
é o mandado passado em audiência perante o juiz do 
trabalho. Na praxe forense trabalhista, a procuração 
apud acta sempre fora reconhecida em prestígio à 
celeridade, economia e simplicidade processuais. 
Desse modo, na presença do juiz, em audiência, há 
consignação em ata da procuração passada apud 
acta. 
 
5. Ritos 
São três os ritos processuais, são eles o ordinário, 
sumaríssimo e o sumário. 
Uma confusão rotineira de todo o estudante é achar 
que o sumário vem antes do sumaríssimo em relação 
ao valor da causa, confusão natural tendo em vista 
que o nome sumaríssimo dá-se a ideia de 
inferioridade, contudo essa confusão é errônea e 
jamais deve ser entendida dessa forma pelo operador 
de direito. 
 
 
5.1. Ordinário 
Esse rito é usado quando não couber o rito sumário 
ou sumaríssimo e quando o valor da causa 
ultrapassar 40 salários mínimos, seu rito permite um 
melhor conhecimento do mérito e é usado para casos 
de maior complexidade, poderá ser feita a citação 
por edital, e as entidades públicas podem ser 
demandadas (as que não podem ser demandadas 
pelo procedimento sumaríssimo, veremos a frente), e 
são de direito três testemunhas para cada parte; 
 
5.2. Sumaríssimo 
Tem por objetivo criar um rito processual mais 
simples e célere, para propiciar ao jurisdicionado 
maior rapidez e efetividade no recebimento da 
prestação jurisdicional para as demandas cujo valor 
dos pedidos não ultrapasse 40 salários mínimos, 
usada em dissídios individuais, lembrando que não 
pode ser aplicada a entidades autárquicas, 
administração direta e fundações, e podendo ser 
aplicado para as empresas públicas e sociedade de 
economia mista conforme o art. 852-A parágrafo 
único da CLT: 
 
 Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não 
exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na 
data do ajuizamento da reclamação ficam 
submetidos ao procedimento sumaríssimo. 
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento 
sumaríssimo as demandas em que é parte a 
Administração Pública direta, autárquica e 
fundacional. 
 
5.2.1. Requisitos para a aplicação do procedimento 
sumaríssimo: 
Pode ter pedido certo ou determinado, mas deverá 
sempre ser líquido, o reclamante deve indicar o 
nome e o endereço do reclamado (pois não há 
citação por edital, será por carta com aviso de 
recebimento). 
Na inobservância desses dois requisitos levará ao 
arquivamento do processo e a condenação do 
reclamante ao pagamento de custas processuais, 
extinguindo o processo sem resolução de mérito, 
veja o parágrafo 1º do artigo 852-B da CLT: 
 
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no 
procedimento sumaríssimo: 
I – o pedido deverá ser certo ou determinado e 
indicará o valor correspondente; 
II – não se fará citação por edital, incumbindo ao 
autor a correta indicação do nome e endereço do 
reclamado; 
III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no 
prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, 
podendo constar de pauta especial, se necessário, de 
acordo com o movimento judiciárioda Junta de 
Conciliação e Julgamento. 
9 
 
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do 
disposto nos incisos I e II deste artigo importará no 
arquivamento da reclamação e condenação ao 
pagamento de custas sobre o valor da causa. 
 
A audiência é una, todo o procedimento é feito no 
mesmo dia, do ajuizamento da reclamação até o dia 
da sentença, deverá ter o lapso temporal de no 
máximo 15 dias. A audiência pode ser interrompida 
(perícia por exemplo), mas da continuação da 
audiência até a sua sentença deverão transcorrer o 
máximo de 45 dias, a contar da data do ajuizamento. 
A prova testemunhal é limitada a 2 testemunhas. 
 
5.3. Sumário 
Dentre os ritos processuais, esse sem dúvida é o 
mais célere, contudo tem recebido inúmeras críticas 
por ofender o princípio constitucional do duplo grau 
de jurisdição (vermos logo a frente que não cabe 
recurso a esse procedimento, apenas um pedido de 
revisão), contudo tal rito tem sido aceitado pela 
sociedade e é uma ótima ferramenta para pequenas 
causas cujo o valor seja menor que 2 salários 
mínimos. 
 
5.3.1. Características 
São causas de única instância, utilizada para valores 
de até 2 salários mínimos conhecidas como dissídios 
de alçada; 
Não caberá nenhum recurso de sua sentença, apenas 
recurso extraordinário em caso de ofensa a 
constituição ou pedido de revisão ao valor fixado 
pelo juiz que será feito impugnando a sentença em 
juízo no momento das razões finais. Se negado pelo 
juiz, esse pedido deverá ser encaminhado em até 48 
horas ao TRT para ser revisto, veja os artigos abaixo 
da lei 5584/70: 
 
Art. 2º Nos dissídios individuais, proposta a 
conciliação, e não havendo acordo, o Presidente, da 
Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da 
causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da 
alçada, se este for indeterminado no pedido. 
§ 4º – Salvo se versarem sobre matéria 
constitucional, nenhum recurso caberá das 
sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que 
se refere o parágrafo anterior, considerado, para 
esse fim, o valor do salário mínimo à data do 
ajuizamento da ação. 
 
Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, 
observar-se-ão os princípios estabelecidos nesta lei. 
§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá 
qualquer das partes, impugnar o valor fixado e, se o 
Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no prazo 
de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do 
Tribunal Regional. 
 
A lei não previu o número máximo de testemunhas, 
por analogia entende-se que serão três.

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