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1 Prova: Processo do Trabalho 1. Princípios processuais do trabalho 1.1. Da proteção Pelo princípio da proteção, o caráter tutelar, protecionista, tão evidenciado no direito material do trabalho, também é aplicável no âmbito do processo do trabalho, o qual é permeado de normas, que, em verdade, objetivam proteger o trabalhador, parte hipossuficiente da relação jurídica laboral. Portanto, considerando a hipossuficiência do obreiro também no plano processual, a própria legislação processual trabalhista contém normas que objetivem proteger o contratante mais fraco (empregado). Frise-se que não se trata de o juiz do trabalho instituir privilégios processuais ao trabalhador, conferindo tratamento não isonômico entre as partes, mas sim de o magistrado respeitar o ordenamento jurídico vigente, uma vez que a própria lei processual trabalhista é permeada de dispositivos que visam proteger o obreiro hipossuficiente. Logo, o princípio da igualdade ou isonomia, previsto no art. 5.° da CF/1988, determinando que todos são iguais perante a lei, é perfeitamente respeitado pelo processo do trabalho, pois é a própria lei instrumental trabalhista que cria alguns privilégios ao obreiro, para lhe garantir a isonomia em relação ao empregador. O princípio da igualdade, pois, consiste em tratar de maneira igual os que se encontram em situação equivalente e de maneira desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades. 1.2. Da conciliação O art. 764 da CLT contempla, de forma explícita, o princípio da conciliação, ao dispor que os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. Neste contexto, os juízes e tribunais do trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos (art. 764, § 1.°, da CLT). Frise-se que, mesmo após encerrado o juízo conciliatório, é lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo (art. 764, § 3.°, da CLT). No procedimento comum (ordinário), em dois momentos a proposta conciliatória é obrigatória: após a abertura da audiência (art. 846 da CLT) e após razões finais (art. 850 da CLT). Já no procedimento sumaríssimo, estabelece o art. 852-E da CLT que “aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência”. Por outro lado, impende destacar que cabe ao juiz do trabalho, ao celebrar o acordo, verificar a observância das normas de proteção ao trabalhador (normas imperativas, de ordem pública), bem como atestar se as bases acordadas não são prejudiciais ao obreiro, podendo o magistrado recusar a homologação do acordo quando o mesmo representar, em verdade, renúncia de direitos pelo empregado. Aceita a conciliação proposta, será lavrado o respectivo termo de conciliação (considerado um título executivo judicial – art. 876 da CLT), valendo como decisão irrecorrível para as partes, salvo para a Previdência Social, quanto às contribuições que lhe forem devidas. 1.3. Jus postulandi O princípio do jus postulandi da parte está consubstanciado no art. 791 da CLT, o qual estabelece que os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações. Nessa esteira, o art. 839, a, da CLT também salienta que a reclamação trabalhista poderá ser apresentada pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos sindicatos de classe. Logo, em função do jus postulandi, reclamante e reclamado poderão atuar sem a presença de advogados, perante os juízos de primeiro grau e Tribunais Regionais. A atuação perante o TST, como se verá abaixo, não segue esta regra. Uma corrente minoritária defendia que, após a Constituição Federal de 1988, em função de o art. 133 estabelecer que o advogado é indispensável à administração da justiça, o art. 791 da CLT não mais estaria em vigor, em face da incompatibilidade com o texto constitucional mencionado. Essa corrente ganhou mais força com a edição da Lei 8.906/1994 (Estatuto da OAB) que, em seu art. 1°, I, considerava atividade privativa da advocacia “a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais”. Os tribunais trabalhistas, contudo, em sua maioria, firmaram jurisprudência no sentido de que o art. 791 da CLT está em vigor, permanecendo o jus postulandi da parte na Justiça do Trabalho, mesmo após a promulgação da Constituição Federal de 1988. Tal jurisprudência restou confirmada com o julgamento da ADI 1.127, proposta pela Associação dos Magistrados do Brasil – AMB, na qual o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a expressão “qualquer”, constante do art. 1°, I, da Lei 8.906/1994 (Estatuto da OAB), prevalecendo o entendimento de que é possível a parte postular sem a presença do advogado, em algumas hipóteses. Recentemente foi publicada a Súmula 425 do TST, que dispõe: “O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência”. 2 Portanto, o jus postulandi não prevalece no TST. Logo, em caso de recurso de revista interposto, ele deverá ser subscrito por advogado, assim como qualquer outro recurso que venha a tramitar no TST. Em outras palavras, o jus postulandi doravante somente prevalecerá nas instâncias ordinárias. Em caso de eventual recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal, ou mesmo recurso encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (para examinar, por exemplo, conflito de competência), também deve ele ser subscrito por advogado, sob pena de o apelo não ser conhecido. 1.4. Celeridade É um reflexo direto da simplicidade e da informalidade dos atos. O Processo Trabalhista, por cuidar, na maior parte dos casos, de verbas salariais que serão usadas para a subsistência da parte, deve ser realizado de maneira rápida e simples. 1.5. Identidade física do juiz O princípio da identidade física do juiz determina que o juiz que colheu a prova (depoimento pessoal das partes, oitiva das testemunhas, esclarecimentos verbais do perito etc.) é quem deve proferir a sentença. Esse princípio ganha especial relevância uma vez que é na inquirição direta das partes e testemunhas que o juiz consegue firmar o seu convencimento, alcançando a verdade real, esta muitas vezes não reproduzida nas atas de audiência. O art. 132 do CPC prestigiou o princípio da identidade física do juiz ao afirmar que: “Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor”. 1.6. Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias Decisão interlocutória, conforme previsto no art. 162, § 2.°, do CPC, é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. O processo do trabalho traz em seu bojo uma peculiaridade ao informar, no art. 893, § 1°, da CLT, que as decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato, somente permitindo-se a apreciação do seu merecimento em recurso da decisão definitiva. O Tribunal Superior do Trabalho, em relação à possibilidade de recurso em face de decisão interlocutória, por meio da Resolução 127/2005, publicada no DJU em 16.03.2005, revisou a Súmula 214, que passou a ter a seguinte redação: “S. 214/TST – Decisão interlocutória. Irrecorribilidade. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1°, da CLT, as decisões interlocutóriasnão ensejam recurso de imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2°, da CLT”. 1.7. Extrapetição O princípio da extrapetição permite que o juiz, nos casos expressamente previstos em lei, condene o réu em pedidos não contidos na petição inicial, ou seja, autoriza o julgador a conceder mais do que o pleiteado, ou mesmo vantagem diversa da que foi requerida. O art. 293 do CPC, por exemplo, permite que o juiz determine que sobre a condenação da parcela principal incida juros e correção monetária, mesmo que no rol de pedidos não conste tal requerimento. No âmbito do processo do trabalho também podemos mencionar alguns exemplos da aplicação do princípio da extrapetição. Senão vejamos: • Art. 137, § 2.°, da CLT – caso o empregado ajuíze reclamação trabalhista requerendo que o juiz fixe a data de gozo de suas férias, a sentença cominará, independentemente de pedido autoral, pena diária de 5% do salário mínimo, devida ao empregado até que seja cumprida; • Art. 467 da CLT – em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de 50%, independentemente de pedido autoral; • Art. 496 da CLT – o princípio da extrapetição também está presente na autorização legal conferida ao juiz para determinar o pagamento de indenização, apesar de postulada apenas a reintegração de empregado alcançado pela estabilidade no emprego, quando a reintegração do obreiro for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física; • A Súmula 211 do TST também determina que os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a condenação. 2. Organização da justiça do trabalho O art. 111 da CF/1988 define como órgãos da Justiça do Trabalho: • o Tribunal Superior do Trabalho (TST); • os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs); • os juízes do trabalho. 3 O Judiciário trabalhista, portanto, é dividido em três graus de jurisdição, quais sejam: TST (terceiro grau de jurisdição), TRTs (segundo grau de jurisdição) e os juízes do trabalho (primeiro grau de jurisdição, que exercem a jurisdição nas Varas do Trabalho). A EC 45/2004 implementou algumas mudanças na organização da Justiça do Trabalho, as quais serão examinadas neste capítulo. 2.1. Tribunal Superior do Trabalho O TST surgiu em 1946, ano em que a Justiça do Trabalho foi integrada ao Poder Judiciário. O Tribunal Superior do Trabalho é o órgão de cúpula da Justiça do Trabalho, com sede em Brasília e jurisdição em todo o território nacional. 2.2. Tribunais Regionais do Trabalho A exemplo do TST, em 1946, quando a Justiça do Trabalho foi integrada ao Poder Judiciário, surgiram os TRTs, em substituição aos Conselhos Regionais do Trabalho. Anteriormente, a Constituição da República previa que haveria pelo menos um TRT em cada Estado. Atualmente, o território nacional está dividido em 24 regiões para efeito da Jurisdição dos Tribunais Regionais. Portanto, hoje existem 24 regiões e 24 Tribunais Regionais do Trabalho, sendo dois deles situados no Estado de São Paulo, o da 2.a Região (capital de São Paulo, região metropolitana e Baixada Santista) e o da 15.a Região (cidade de Campinas e cidades do interior de São Paulo). Não há Tribunal Regional do Trabalho nos seguintes Estados: Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. Compete aos Tribunais Regionais do Trabalho elaborar seu próprio Regimento Interno (art. 96, I, “a”, da CF/1988). 2.3. Juízes do Trabalho Em função da extinção das Juntas de Conciliação e Julgamento (EC 24/1999), a jurisdição trabalhista no primeiro grau passou a ser exercida por um juiz singular, denominado juiz do trabalho, que exerce suas funções nas denominadas Varas do Trabalho. Nas comarcas onde não houver juiz do trabalho, por lei, os Juízes de Direito poderão ser investidos da jurisdição trabalhista. Das sentenças que proferirem caberá recurso ordinário para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho (art. 112 da CF/1988 e art. 668 da CLT). 2.4. Competência da Justiça do Trabalho 2.4.1. Jurisdição e competência O Estado é detentor do monopólio da Justiça, somente a ele cabendo dizer o direito. A jurisdição, por consequência, consiste no poder/dever do Estado de prestar a tutela jurisdicional a todo aquele que tenha uma pretensão resistida por outrem, aplicando a regra jurídica à celeuma. O exercício da jurisdição pelo Estado restabelece a ordem jurídica, mediante eliminação do conflito de interesses que ameaça a paz social. A jurisdição, portanto, é una e indivisível. Neste contexto, podemos conceituar competência como a medida da jurisdição, ou seja, a determinação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional. 2.5. Competência em razão da matéria e da pessoa A competência em razão da matéria é definida em função da natureza da lide descrita na peça inaugural, ou seja, a competência é firmada em função da causa de pedir e dos pedidos contidos na petição inicial. No âmbito da Justiça laboral, a competência é definida em razão da matéria e tem como fundamento jurídico principal o art. 114 da Carta Maior, artigo este alterado pela EC 45/2004, a qual ampliou, significativamente, a competência material da Justiça do Trabalho. 2.6. Foro de eleição O art. 111 do CPC dispõe que as competências em razão do valor da causa e do território podem ser modificadas pelas partes, por meio da eleição de foro para dirimir os eventuais conflitos surgidos em função da relação jurídica estabelecida. Todavia, o art. 111 do digesto processual civil se revela incompatível com as normas de competência do processo do trabalho, visto que estas são de ordem pública e, por consequência, não suscetíveis de modificação pelas partes. O objetivo do art. 651 da CLT e seus parágrafos é facilitar o acesso do obreiro hipossuficiente à Justiça do Trabalho, sendo a eleição de foro incompatível com o processo trabalhista, muito embora não exista vedação expressa na norma consolidada. Portanto, no âmbito do processo do trabalho, não poderá ser instituída pelas partes da relação laboral cláusula que preveja foro de eleição em caso de eventual conflito. 3. Atos, termos, prazos e nulidades processuais 3.1. Atos processuais O processo nada mais representa do que um complexo ordenado de atos processuais, destinado à obtenção de um objetivo, qual seja a sentença. O ato processual constitui-se numa espécie de ato jurídico que objetiva a constituição, a conservação, o desenvolvimento, a modificação ou a extinção da relação processual. Os atos processuais ocorrem, evidentemente, no curso do processo, podendo ser praticados pelas partes, pelo juiz ou pelos órgãos auxiliares da Justiça. O Código de Processo Civil aborda o tema (atos processuais) nos arts. 154 a 261, e a Consolidação 4 das Leis do Trabalho, embora de maneira não concentrada, disciplina a matéria a partir do art. 770. Vale ressaltar que a Lei 11.419/2006 (que dispõe sobre a informatização do processo judicial), acrescentou o § 2.° ao art. 154 do CPC, estabelecendo que todos os atos e termos do processo podem ser produzidos,transmitidos, armazenados e assinados por meio eletrônico, na forma da lei. 3.1.1. Comunicação dos atos Torna-se imprescindível para o desenvolvimento da cadeia procedimental que haja a comunicação dos atos processuais às partes. O Código de Processo Civil estabelece como formas de comunicação dos atos processuais a citação e a intimação. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender (art. 213 do CPC). Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa (art. 234 do CPC). O legislador pátrio, entretanto, objetivando justificar a autonomia do processo do trabalho, utilizou na Consolidação das Leis do Trabalho, de forma indiscriminada, o termo notificação, como o meio adequado para comunicação de todo e qualquer ato processual realizado no âmbito da Justiça laboral (seja citação ou intimação). Na inicial trabalhista, portanto, não há citação do reclamado, mas notificação do mesmo, por meio de remessa automática pelo servidor da secretaria da Vara, dentro de 48 horas do recebimento da ação, via postal, de cópia da petição inicial ao reclamado, notificando-o a comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de cinco dias (art. 841 da CLT), ocasião em que o demandado apresentará, caso deseje, sua defesa. 3.1.2. Publicidade Por regra, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário leva-se em conta o princípio da publicidade, somente em casos excepcionais é admitido que o processo, na Justiça do Trabalho, corra em segredo de justiça, como nas hipóteses de preservação do direito à intimidade da parte, discriminação por motivo de doença, sexo, discussão relativa a atos de improbidade praticados pelo obreiro, assédio moral ou sexual etc., e realizar-se- ão nos dias úteis das 6 às 20 horas (art. 770 CLT). 3.1.3. Limites temporais Conforme o citado art. 770 CLT, os atos processuais realizar-se-ão nos dias úteis das 6 às 20 horas. *Para o processo do trabalho, dias úteis são de segunda a sábado. Não obstante, sendo necessário, mediante autorização judicial, os atos processuais podem ser praticados fora do limite temporal acima mencionado, aplicando-se o disposto no art. 172 do CPC, que resta compatível com o processo do trabalho. Dispõe o referido dispositivo legal: Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 às 20 horas. §1º Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligencia ou causar grave dano. §2º- A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias não úteis, fora do horário estabelecido nesse artigo, observado o disposto no art. 5º, XI, CF. §3º- Quando o ato tiver ser praticado em determinado prazo por meio de petição, essa deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local. Diante do dispositivo do art. 5º XI, CF, os atos processuais praticados com autorização judicial, em domingos e feriados, devem respeitar tal enunciado que se encontra como cláusula pétrea, inserido nas garantias fundamentais do cidadão. De outro lado, em casos excepcionais, no processo d trabalho, nos quais o reclamado ou o executado somente forem encontrados no período noturno, o juiz do trabalho, valendo-se dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, a fim de materializar o direito fundamental do acesso à justiça, poderá determinar a realização do ato processual no período noturno, após às 20 horas, em horário razoável que não comprometa o direito ao repouso noturno. Dias úteis são aqueles em que há funcionamento do fórum. Somente o domingo é considerado feriado (art. 175 CPC). Desse modo, os fatos processuais podem ser praticados de segunda a sábado. Entretanto, para fins de contagem de prazo processual, o sábado não é computado, pois não há expediente forense (art. 184 CPC) *Audiências não podem ser realizadas no sábado, os demais atos podem ser praticados. Ex: notificação, penhora e etc.. 3.2. Termos processuais Termo é a redução escrita de determinado ato processual. A Consolidação das Leis do Trabalho disciplinou, de maneira singela, os termos processuais nos arts. 771 a 773, in verbis: “Art. 771. Os atos e termos processuais poderão ser escritos à tinta, datilografados ou a carimbo. 5 Art. 772. Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença de duas testemunhas, sempre que não houver procurador legalmente constituído. Art. 773. Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples notas, datadas e rubricadas pelos Chefes de Secretaria ou escrivães”. 3.3. Prazos processuais A doutrina adota distintas classificações dos prazos processuais. A – Quanto à origem da fixação, os prazos processuais se classificam em: • Legais – os que são estabelecidos pelo ordenamento jurídico vigente, como o prazo para apresentação de recursos, o prazo para o executado pagar ou garantir a execução (48 horas – art. 880 da CLT) etc.; • Judicial – os que são estabelecidos pelo magistrado trabalhista; • Convencionais – os que são acordados entre os litigantes, como a possibilidade de suspensão do processo para tentativa de conciliação (art. 265, II, do CPC). B – Quanto à natureza, os prazos processuais se classificam em: • Dilatórios – são os que admitem prorrogação pelo juiz em vista da solicitação da parte, permitindo-se ao interessado dispor do prazo para a prática de ato específico. Os prazos convencionais também são dilatórios. Como exemplo, poderíamos mencionar a concessão de dilação do prazo pelo magistrado para que a parte apresentasse determinado documento ou informação. Entretanto, dispõe o art. 181 do CPC que as partes, de comum acordo, poderão reduzir ou prorrogar o prazo dilatório (desde que requerida antes do vencimento do prazo, pois se postulada a prorrogação após o término do prazo, estará configurada a preclusão); • Peremptórios – são os prazos fatais, insuscetíveis de prorrogação, decorrendo de normas imperativas, de ordem pública, não podendo ser objeto de convenção entre as partes. Determina o art. 182 do CPC que é defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios, sendo certo que o juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60 dias, ressalvados os casos de calamidade pública (art. 182, parágrafo único, do CPC), em que este limite poderá ser excedido; C – Quanto aos destinatários, os prazos processuais se classificam em: • Próprios – são os destinados às partes, sejam os previstos em lei, sejam os fixados pelo juiz, sempre sujeitos à preclusão; • Impróprios – são os fixados pelo ordenamento jurídico e destinados aos juízes e servidores do Poder Judiciário, não sujeitos à preclusão. 3.4. Contagem de prazos A Consolidação das Leis do Trabalho disciplina, nos arts. 774 e 775, a contagem dos prazos no processo do trabalho. Vejamos: “Art. 774. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital, na sede da Vara, Juízo ou Tribunal. Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título contam-se comexclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou Tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada. Parágrafo único. Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte”. Em função do disposto nos arts. 774 e 775 consolidados é preciso, na contagem dos prazos, diferenciar o início do prazo do início da contagem do prazo. O início do prazo ocorre no momento em que o interessado toma conhecimento ou ciência do ato processual a ser realizado (5 dias). Portanto, recebida a notificação postal, ou publicado o edital no jornal oficial ou mesmo afixado o edital na sede da Vara, Juízo ou Tribunal, ocorre o início do prazo. Caso a comunicação dos atos processuais seja feita por meio do oficial de justiça, via mandado, o início do prazo também ocorre no momento da ciência do inteiro teor do mandado. Por sua vez, o início da contagem do prazo acontece no dia útil seguinte ao início do prazo. Em outras palavras, na contagem dos prazos, exclui- se o dia do começo e inclui-se o dia do vencimento. 6 Da mesma forma, se o interessado for intimado ou notificado no sábado ou no feriado, o início do prazo dar-se-á no primeiro dia útil imediato, e a contagem do prazo, no subsequente (Súmula 262, I, do TST). Caso o vencimento do prazo ocorra no sábado, domingo ou feriado, este se prorroga até o primeiro dia útil imediato subsequente, nos termos do art. 775, parágrafo único, da CLT. Se o prazo começar a fluir na sexta-feira, e como sábado e domingo não são considerados dias úteis, a contagem somente de inicia na segunda-feira subsequente. “Súmula 1/TST – PRAZO JUDICIAL – INTIMAÇÃO EM SEXTA-FEIRA. Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do dia útil que se seguir”. Para melhor compreensão do leitor, passamos destacar alguns exemplos práticos de contagem de prazos: • Exemplo 1: o reclamado foi notificado, via postal, para a prática de determinado ato, sendo a notificação expedida e postada no dia 07.07.2006 (sexta-feira). Nesse caso, considerando que a Súmula 16 do TST informa que se presume recebida a notificação 48 horas após a sua postagem (sendo levados em conta somente os dias úteis), supõe-se que o reclamado recebeu a notificação postal no dia 11.07.2006 (terça-feira – início do prazo), começando a contagem do prazo no dia 12.07.2006 (quarta-feira); • Exemplo 2: o reclamado foi notificado, via publicação no Diário Oficial para prática de determinado ato no dia 07.07.2006 (sexta-feira). Nesse caso, o início do prazo ocorre no próprio dia 07.07.2006 (sexta-feira), e o início da sua contagem começará a correr do primeiro dia útil seguinte ao da publicação, ou seja, 10.07.2006 (segunda-feira); • Exemplo 3: o reclamado foi notificado, via postal, para a prática de determinado ato, sendo a notificação expedida e postada no dia 06.07.2006 (quinta-feira). Nesse caso, considerando a Súmula 16 do TST, presume-se que o mesmo recebeu a notificação postal no dia 10.07.2006 (segunda-feira – início do prazo), principiando-se a contagem do prazo no dia 11.07.2006 (terça-feira); • Exemplo 4: o reclamado foi notificado, via postal, para a prática de determinado ato no dia 08.07.2006 (sábado). Nesse caso, o início do prazo ocorrerá no dia 10.07.2006 (segunda-feira), iniciando-se a contagem do prazo no dia 11.07.2006 (terça-feira) (ver Súmula 262, I, TST). Convém lembrar que os prazos judiciais são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, como possibilita o art. 775 da CLT, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada. Não havendo preceito legal, nem assinalação pelo juiz, será de cinco dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte (art. 185 do CPC). Igualmente, as pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Autarquias e Fundações Públicas) têm prazo em quádruplo para contestar (em função de que entre o recebimento da notificação e a audiência deverá decorrer o prazo de 20 dias) e em dobro para recurso, mediante regra explícita no Decreto-lei 779/1969 (art. 1.°, II e III). Também o Ministério Público do Trabalho possui o prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, na última hipótese, seja na qualidade de órgão agente (autor da ação) ou órgão interveniente (custos legis), conforme previsão explícita no art. 188 do CPC, de aplicação subsidiária ao processo do trabalho. 3.5. Nulidades processuais A Consolidação das Leis do Trabalho disciplina as nulidades processuais, especificamente nos arts. 794 a 798, em que encontramos regras e princípios que devem ser observados, para a efetiva garantia das partes em face de eventuais abusos, bem como para o correto encadeamento dos atos processuais até o provimento final (sentença). Nulidade, segundo a melhor doutrina, é a privação dos efeitos de um ato jurídico. Na esfera processual, a nulidade acarreta perda do efeito de um ato processual, vale dizer: o ato processual não produzirá os efeitos pretendidos. É consenso na doutrina que as nulidades dos atos processuais podem ser absolutas, relativas, ou até mesmo o ato processual pode ser inexistente. De outro lado, há as chamadas irregularidades processuais, que são uma espécie de nulidade de menor potencial. São nulos os atos processuais quando violem normas de ordem pública e interesse social. O ato nulo não está sujeito à preclusão e pode ser declarado de oficio pelo juiz. São relativas as nulidades quando violem normas de ordem pública. Dependem da iniciativa da parte não podendo ser conhecidas de oficio. Os chamados atos inexistentes contêm um vício tão acentuado que não chegam a produzir efeitos. Entretanto, a doutrina tem dito que mesmo os atos inexistentes devem ter seus efeitos cassados por decisão judicial. Portanto, os atos inexistentes seguem o mesmo regime das nulidades absolutas. 7 3.5.1. Princípios das nulidades 3.5.1.2. Prejuízo ou transcendência O princípio em comento está previsto no art. 794 da CLT, ao dispor que nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho somente haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo processual aos litigantes. O art. 249, § 1°, do CPC também alberga tal princípio. Logo, exemplificando, se o reclamado é notificado por edital e, posteriormente, comparece de forma espontânea à audiência, apresentando sua defesa, não poderá, no futuro, alegar nulidade em função da ausência de notificação via postal, uma vez que a nulidade apontada não lhe causou prejuízo. 3.5.1.3. Da instrumentalidade das formas ou da finalidade Conforme já explicitado, na legislação processual atual, a forma é apenas um instrumento para se alcançar a finalidade do processo, não sendo, em regra, essencial para a validade do ato, pelo que se depreende que, se a lei prescrever que o ato tenha determinada forma, sem cominar nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outra forma, lhe alcançar a finalidade. O atinente princípio está inserido nos arts. 154 e 244 do CPC; 3.5.1.4. Da convalidação ou da preclusão Está explícito no art. 795 da CLT, segundo o qual as nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las na primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. É comum, no âmbito laboral, a utilização, pelaspartes, do chamado “protesto nos autos”, em que o litigante já registra na ata de audiência a nulidade, objetivando evitar a convalidação do ato. No entanto, caso o juiz, no desenrolar da audiência, não conceder a palavra para consignação dos protestos, deverá a parte, em razões finais, arguir a nulidade. De outro lado, somente a nulidade relativa, ou seja, a que interessa apenas à parte, deve ser invocada no momento processual oportuno, já à nulidade absoluta poder ser invocada a qualquer tempo, inclusive de ofício, não estando abrangida pelo princípio da convalidação – Mauro Schiavi. 3.5.1.5. Da economia processual Este princípio visa aproveitar ao máximo a relação jurídica processual, renovando os atos processuais defeituosos, sem a necessidade de extinção prematura do processo, dessa forma, apenas serão anulados os atos que não possam ser aproveitados. É possível repetir o ato nulo ou anulável, desde que não haja demora significativa no processo, ausência de prejuízos às partes e efetividade do ato processual. 3.5.1.6. Do interesse Este princípio está previsto no art. 796, b, da CLT, que assim dispõe: A nulidade não será pronunciada: [...] b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa. Desse modo, somente terá interesse de postular a declaração da nulidade a parte que foi prejudicada, mas que não deu causa a ela. Este princípio decorre do princípio geral de direito que ninguém é lícito alegar a própria torpeza em juízo, sendo um meio de moralização da relação jurídica processual, destacando-se o caráter publicista do Processo. 4. Partes e procuradores 4.1. Partes Em sentido processual, partes são quem ajuíza uma ação e em face de quem a ação é ajuizada. É quem pede a tutela jurisdicional trazendo uma pretensão a juízo e quem resiste a esta pretensão. O juiz é sujeito do processo e não parte. No processo do trabalho, as partes recebem a denominação de reclamante (quem entra com a ação) e reclamado (quem irá responder a ação). Tal denominação vem da época em que a justiça do trabalho era administrativa, não pertencendo ao poder judiciário. 4.1.2. Capacidade de ser parte A capacidade, segundo a doutrina civil, é a aptidão para adquirir direitos e obrigações. Adquirida a personalidade com o nascimento com vida, toda pessoa passa a ser capaz de direitos e obrigações. 4.1.3. Da capacidade para ser parte na justiça do trabalho Segundo a classificação da doutrina, a capacidade, para fins processuais subdivide-se em: a) capacidade de direito ou de ser parte Toda pessoa, desde que tenha adquirido a personalidade, tem capacidade de ser parte, para figurar nos polos ativo ou passivo de uma reclamação trabalhista. b) capacidade de fato ou ad processum É a capacidade de estar em juízo sem necessidade de representação ou assistência (é denominada também pela doutrina de legitimatio ad processum), ou seja, de estar em juízo por si só. Somente têm capacidade para estar em juízo, na justiça do trabalho, as pessoas maiores de 18 anos. Os incapazes serão representados e os relativamente incapazes serão assistidos, nos termos da lei civil. 8 Os menores emancipados também têm a capacidade ad processum, nos termos do art. 5º CC, que resta aplicável ao direito material e processual do trabalho (art. 8º e 769 da CLT). Portanto, desde que receba um salário mínimo e exista a relação de emprego, o menor de 18 anos e maior de 16 anos estará emancipado de pleno direito, inclusive para postular em juízo sem necessidade de representação ou assistência independentemente de declaração judicial de emancipação. c) capacidade postulatória ou jus postulandi É a capacidade para postular em juízo em causa própria ou defendendo terceiros, pois capacidade postulatória é a aptidão que se tem para procurar em juízo. O profissional regularmente inscrito no quadro de advogados da OAB tem capacidade postulatória. Na justiça do trabalho o empregado pode postular pessoalmente, sem a necessidade de advogado. 4.2. Mandato tácito ou procuração A procuração é o instrumento do mandato. O advogado somente pode postular em juízo se possuir procuração assinada pelo cliente (mandante). Excepcionalmente, o advogado pode postular em juízo sem procuração a fim de evitar perecimento do direito, comprometendo-se a juntar a procuração no prazo máximo de 15 dias. A procuração pode ser substabelecida a outro advogado, ou seja, transferido para que outro advogado possa atuar no feito. O substabelecimento pode se dar com reserva de poderes, continuando o advogado anterior a atuar no processo, ou sem reservas de poderes, deixando o advogado anterior de atuar no processo. 4.3. Da procuração apud acta A procuração apud acta, também chamada de tácita, é o mandado passado em audiência perante o juiz do trabalho. Na praxe forense trabalhista, a procuração apud acta sempre fora reconhecida em prestígio à celeridade, economia e simplicidade processuais. Desse modo, na presença do juiz, em audiência, há consignação em ata da procuração passada apud acta. 5. Ritos São três os ritos processuais, são eles o ordinário, sumaríssimo e o sumário. Uma confusão rotineira de todo o estudante é achar que o sumário vem antes do sumaríssimo em relação ao valor da causa, confusão natural tendo em vista que o nome sumaríssimo dá-se a ideia de inferioridade, contudo essa confusão é errônea e jamais deve ser entendida dessa forma pelo operador de direito. 5.1. Ordinário Esse rito é usado quando não couber o rito sumário ou sumaríssimo e quando o valor da causa ultrapassar 40 salários mínimos, seu rito permite um melhor conhecimento do mérito e é usado para casos de maior complexidade, poderá ser feita a citação por edital, e as entidades públicas podem ser demandadas (as que não podem ser demandadas pelo procedimento sumaríssimo, veremos a frente), e são de direito três testemunhas para cada parte; 5.2. Sumaríssimo Tem por objetivo criar um rito processual mais simples e célere, para propiciar ao jurisdicionado maior rapidez e efetividade no recebimento da prestação jurisdicional para as demandas cujo valor dos pedidos não ultrapasse 40 salários mínimos, usada em dissídios individuais, lembrando que não pode ser aplicada a entidades autárquicas, administração direta e fundações, e podendo ser aplicado para as empresas públicas e sociedade de economia mista conforme o art. 852-A parágrafo único da CLT: Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. 5.2.1. Requisitos para a aplicação do procedimento sumaríssimo: Pode ter pedido certo ou determinado, mas deverá sempre ser líquido, o reclamante deve indicar o nome e o endereço do reclamado (pois não há citação por edital, será por carta com aviso de recebimento). Na inobservância desses dois requisitos levará ao arquivamento do processo e a condenação do reclamante ao pagamento de custas processuais, extinguindo o processo sem resolução de mérito, veja o parágrafo 1º do artigo 852-B da CLT: Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: I – o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; II – não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado; III – a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciárioda Junta de Conciliação e Julgamento. 9 § 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. A audiência é una, todo o procedimento é feito no mesmo dia, do ajuizamento da reclamação até o dia da sentença, deverá ter o lapso temporal de no máximo 15 dias. A audiência pode ser interrompida (perícia por exemplo), mas da continuação da audiência até a sua sentença deverão transcorrer o máximo de 45 dias, a contar da data do ajuizamento. A prova testemunhal é limitada a 2 testemunhas. 5.3. Sumário Dentre os ritos processuais, esse sem dúvida é o mais célere, contudo tem recebido inúmeras críticas por ofender o princípio constitucional do duplo grau de jurisdição (vermos logo a frente que não cabe recurso a esse procedimento, apenas um pedido de revisão), contudo tal rito tem sido aceitado pela sociedade e é uma ótima ferramenta para pequenas causas cujo o valor seja menor que 2 salários mínimos. 5.3.1. Características São causas de única instância, utilizada para valores de até 2 salários mínimos conhecidas como dissídios de alçada; Não caberá nenhum recurso de sua sentença, apenas recurso extraordinário em caso de ofensa a constituição ou pedido de revisão ao valor fixado pelo juiz que será feito impugnando a sentença em juízo no momento das razões finais. Se negado pelo juiz, esse pedido deverá ser encaminhado em até 48 horas ao TRT para ser revisto, veja os artigos abaixo da lei 5584/70: Art. 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acordo, o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se este for indeterminado no pedido. § 4º – Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, observar-se-ão os princípios estabelecidos nesta lei. § 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes, impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional. A lei não previu o número máximo de testemunhas, por analogia entende-se que serão três.
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