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Processo Civil CEJ 19

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PROCESSO CIVIL – Celso Belmiro – 2007 – página � PAGE �405�
19ª aula (03/08/2007)
	Na aula passada vimos a Apelação. Vamos tratar agora dos Embargos de Declaração. 
2) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
	CABIMENTO: Os Embargos de Declaração são cabíveis contra sentença, acórdão e decisões interlocutórias (quando estas forem omissas). Os vícios que gerarão a oposição de Embargos de Declaração são: obscuridade, contradição e omissão. 
	Os Embargos de Declaração opostos contra sentença, acórdão ou decisão interlocutória que apresentem os vícios da obscuridade ou da contradição visarão ao esclarecimento. 
	Os Embargos de Declaração de sentença, acórdão e decisões interlocutórias que apresentem o vício da omissão visarão à integração. 
	PRAZO: 05 dias (artigo 536 do CPC)
	Nos Embargos de Declaração não há preparo e nem necessidade de sucumbência, até quem foi favorecido pela decisão pode opor os Embargos. Também não há sustentação oral nos Embargos de Declaração. 
	O artigo 538 do CPC dispõe que os Embargos de Declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes. 
	Independentemente do que for julgado nos Embargos de Declaração estará presente o efeito suspensivo dos mesmos. E tanto, isso é verdade que muita gente diz: e se os Embargos de Declaração forem meramente protelatórios, só para procrastinar a execução do que foi decidido? E aí? 
A própria lei prevê outros meios para o Juiz coibir atitudes desse tipo, que se encontram no parágrafo único do artigo 538 do CPC:
“Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)
Parágrafo único. Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo.(Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)”
	Imaginemos que, antes que os Embargos de Declaração fossem julgados o sujeito interpôs apelação. E aí? A apelação pode ser aproveitada? Se os Embargos de Declaração alterarem a sentença, essa apelação não terá como ser salva. 
	Partindo do princípio que não houve qualquer alteração na sentença através dos Embargos de Declaração, essa apelação poderá ser salva? É possível, mas depende de entendimento. 
	Atenção!!! A intempestividade ocorre não só se o recurso for interposto depois de esgotado o prazo, mas também se o recurso for interposto antes de iniciado o prazo para a sua interposição. Intempestividade é: fora do prazo. 
	Vamos imaginar duas situações: a primeira é a seguinte, 5º dia “B” apresenta Embargos de Declaração o prazo para a interposição de apelação está interrompido para quem? Para “B” e “A”. Depois de publicado o resultado dos Embargos de Declaração, 15 dias para os dois interporem a apelação. 
	A segunda situação é a seguinte: No 4º dia o “A” apela e no 5º dia o “B” apresenta Embargos de Declaração. Está interrompido o prazo para quem? Mais uma vez teremos que analisar o que será julgado nos Embargos de Declaração. Se os Embargos alterarem a sentença o A terá direito de interpor uma nova apelação, a apelação interposta antes não terá valor. Só poderei sustentar preclusão consumativa para “A”, se os Embargos não alterarem a sentença, a apelação apresentada por “A” é que será a válida. 
	Existe contraditório nos Embargos de Declaração? Tratando-se de recurso, o que significa contraditório? Significa que uma parte interpõe e o Juiz, antes de julgar, ouve a parte contrária. Isso que é contraditório, em se tratando de recurso. Há contraditório nos Embargos de Declaração? De acordo com a lei, não. Porém, apesar da lei não falar na existência de contraditório nos Embargos de Declaração, recomenda-se que o Juiz abra vista a parte contrária, principalmente se pretende modificar a decisão, para que a parte contrária não venha a alegar cerceamento de direito de defesa, violação do contraditório. 
Duas questões mais sobre Embargos de Declaração:
1) O Réu, na contestação, não alega nenhuma preliminar. O Juiz, na sentença, julga procedente o pedido do Autor. Pode o Réu em Embargos de Declaração alegar falta de condição da ação? 
 Pode, pois o Juiz deve conhecer a matéria de ofício, não o tendo feito foi omisso. Assim, o Réu pode em Embargos de Declaração alegar falta de condição da ação ainda que não o tenha feito na contestação. 
2) Outra questão que precisamos ver são os Embargos de Declaração lá nos Juizados Especiais. Vamos ver o artigo 48 da lei 9099/95:
“Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.
        Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.”
	A expressão “dúvida” foi extirpada do CPC em 1994. Por que a lei 9099/95 resolveu ressuscitar a “dúvida”? 
	O CPC é de 1973. A reforma do CPC que alterou os Embargos de Declaração é de 1994 e a lei 9099 é de 1995. 
	Na verdade os dois projetos tramitavam paralelamente e ambos olhavam o CPC da maneira que ele era. O projeto da reforma foi aprovado antes, em 1994. Em 1994 já tinha sido alterado e já se tinha retirado a expressão “dúvida”. Só que o projeto da lei 9099 também já estava tramitando e adiantada, se fosse voltar para adaptar a lei que reformou, ia demorar muito. Aí, a lei 9099 que foi publicada em 1995 olha para o CPC como ele era antes da reforma de 1994. 
	As críticas são as mesmas. A expressão “dúvida” no artigo 48 da lei 9099/95 está errada. Dúvida não é de decisão, dúvida é da cabeça do intérprete e não tem nada o que estar fazendo no artigo. Apesar de da expressão estar na lei, a dúvida não é um problema da decisão, é um problema do intérprete. 
3) Embargos de Declaração podem ter efeitos infringentes (modificativos)? 
	Eles não nasceram, não foram criados para isso. Foram criados para esclarecer, integrar a decisão. Não é da vocação dos Embargos de Declaração modificar a decisão. Mas, não tem jeito, eventualmente, para sanar uma omissão, para esclarecer uma obscuridade qualquer os Embargos de Declaração terão efeitos infringentes. 
	Por exemplo: “A” ajuíza ação em face de “B” cobrando R$ 10.000,00 (dez mil reais). “B” contesta alegando pagamento, e caso o Juiz reconheça que não houve pagamento, que está prescrita a dívida. Sentença: Não houve pagamento. Isto posto, julgo procedente o pedido e condeno “B” a pagar R$ 10.000, 00. 
	Existe algum problema nessa sentença? Sim. Omissão. Por que? O juiz pode terminar a sentença e não se manifestar sobre a prescrição? Não. Para julgar procedente o pedido do Autor tem que afastar todos os argumentos que o Réu colocou na sua contestação. Se, afastou o pagamento e o Réu alegou a prescrição, ou qualquer outra causa sobre a extinção da obrigação, o Juiz tem que se manifestar sobre essa outra. 
	A sentença é omissa, logo Embargos de Declaração.
	Apresentados os Embargos de Declaração o Juiz reconhece que “de mole”, que está caracterizada a omissão porque ele não falou da prescrição alegada pelo Réu. Analisando essa alegação percebe que a dívida está prescrita. E aí? Qual vai ser o resultado desses Embargos de Declaração? Reconhecendo a prescrição o que vai ocorrer com o processo? Extinção do processo com resolução do mérito, consoante artigo 269, inciso IV do CPC. 
	Nesse caso a sentença foi mantida? Tinha como o Juiz manter a sentença? Não. 
	Então, não é da vocação dos Embargos de Declaração modificar a decisão, mas eventualmente isso é inevitável, o Juiz para sanar uma omissão, esclarecer uma obscuridade qualquer acaba tendo que modificar a decisão. 
	Não se deve colocar na petição dos Embargos de Declaração a expressão “efeitos infringentes ou modificativos”, poisisso é pedir para que o Juiz julgue que se tratar de Embargos de Declaração onde o Embargante pretende obter a modificação do julgado, finalidade esta a qual não se presta o recurso interposto. 
	O artigo 49 da lei 9099/95 trata da possibilidade da interposição oral dos Embargos de Declaração:
“Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.”
	O artigo 50 da lei 9099/95 é interessante, assim dispõe:
“Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para recurso.”
	Diferentemente do que dispõe o CPC sobre os Embargos de Declaração. O CPC diz que a apresentação dos Embargos de Declaração interrompem o prazo para a interposição do recurso. A lei 9099/95 fala que os Embargos de Declaração suspendem o prazo para a interposição do recurso. O CPC antes da reforma utilizava a expressão “suspender”. Então, a mesma explicação sobre a expressão “dúvida” anteriormente, serve para explicar a expressão “suspenderão” do artigo 50 da lei 9099/95. 
	No entanto, no caso desse artigo 50 da lei 9099/95 a expressão “suspenderão” é suspensão mesmo. Ou seja, Apresentados os Embargos suspende-se o prazo no caso de Juizado Especial. Diferentemente do que ocorre nas Varas comuns, onde o prazo é interrompido. 
3) AGRAVO
	Vamos tratar agora do agravo do artigo 522 do CPC:
“Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)
Parágrafo único. O agravo retido independe de preparo. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)”
	Do agravo contra decisão de primeira instância. Agravo que sofreu algumas alterações fundamentais recentemente, com a lei 11.187/05. 
	Antes da lei 11. 187/05 tínhamos agravo retido ou agravo de instrumento. Era opção do agravante qual dos dois ia utilizar. 
	Para que servia o Agravo Retido? Qual a diferença entre retido e de instrumento? O Agravo Retido ficava retido nos autos e se fosse julgado o seria quando fosse julgada a apelação. Já no Agravo de Instrumento, o sujeito tirava cópia de peças do processo e ia direto ao Tribunal interpor. 
	Como era opção do agravante, se ele quisesse já resolver a questão ele ia de pronto ao Tribunal com o Agravo de Instrumento, se ele quisesse esperar ou evitar a preclusão ele ia interpor o Agravo Retido. 
	O que fez a lei 11.187/05? O Agravo é retido e excepcionalmente será de instrumento. 
	Na situação anterior à lei 11.187/05 qual era a finalidade do Agravo Retido? Quando o sujeito interpunha o Agravo retido ele estava fazendo isso para quê? A finalidade do Agravo Retido na situação anterior a lei 11.187/05 era tão-somente evitar a preclusão. 
	O sujeito dizia assim: Sr. Juiz eu não estou satisfeito com essa decisão não, mas também não vou “encher o saco” do Tribunal com isso agora não. Mas estou recorrendo. 
	A finalidade única do Agravo Retido era evitar a preclusão. 
	O artigo 523 do CPC assim dispõe: 
“Art. 523.  Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
§ 1o Não se conhecerá do agravo se a parte não requerer expressamente, nas razões ou na resposta da apelação, sua apreciação pelo Tribunal. (Incluído pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
§ 2º - Interposto o agravo, o juiz poderá reformar sua decisão, após ouvida a parte contrária, em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
§ 2o Interposto o agravo, e ouvido o agravado no prazo de 10 (dez) dias, o juiz poderá reformar sua decisão.(Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
§ 3º - Das decisões interlocutórias proferidas em audiência admitir-se-á interposição oral do agravo retido, a constar do respectivo termo, expostas sucintamente as razões que justifiquem o pedido de nova decisão. (Incluído pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995) 
§ 3o Das decisões interlocutórias proferidas na audiência de instrução e julgamento caberá agravo na forma retida, devendo ser interposto oral e imediatamente, bem como constar do respectivo termo (art. 457), nele expostas sucintamente as razões do agravante.(Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)
§ 4º - Será sempre retido o agravo das decisões posteriores à sentença, salvo caso de inadmissão da apelação. (Incluído pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
§ 4o Será retido o agravo das decisões proferidas na audiência de instrução e julgamento e das posteriores à sentença, salvo nos casos de dano de difícil e de incerta reparação, nos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida.(Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)   (Revogado pela Lei nº 11.187, de 2005)”
	Prestem atenção: 
	 Juiz
 A B 
Requereu		 Requereu prova
prova pericial	 pericial
Decisão: Indefiro a prova pericial. 
Agravo retido de A contra esta decisão. 
Sentença: Improcedente o pedido de “A”. 
“A” apela da sentença.
 TJ
	A B 
 Apelante Apelado
O Tribunal quando for julgar vai julgar primeiro o quê? O agravo retido, depois a apelação. Na modalidade do Agravo retido o Agravante requer que o Tribunal dele conheça preliminarmente por ocasião do julgamento da apelação. O Agravo Retido funciona como uma preliminar. 
É possível que em função do julgamento do Agravo Retido o Tribunal nem julgue a Apelação. Essa é a idéia de seja o Agravo Retido julgado preliminarmente à Apelação. 
	No caso acima, se o Tribunal julgar o Agravo Retido e entender que a prova pericial é realmente indispensável, se o Tribunal der provimento a esse Agravo Retido? O Tribunal não julgará a Apelação, o processo voltará para a 1ª Instância para ser produzida a prova pericial, o Juiz prolatar outra sentença. 
	O CPC estabelece um requisito específico para o Agrava Retido. É o que está estabelecido no parágrafo 1º do artigo 523 do CPC. A parte deve requerer expressamente nas razões ou na resposta da apelação sua apreciação pelo Tribunal. 
	Não basta ter o Agravo Retido nos autos, tem que expressamente requerer o julgamento na apelação ou nas contra razões. 
	O Agravo Retido tem contraditório? Tem. 
	Isso foi alterado em 2001. O parágrafo 2º do artigo 523 do CPC contempla expressamente que o Agravado será ouvido. Essa redação do parágrafo 2º do artigo 523 do CPC foi alterada para sanar a dúvida em relação a existir ou não contraditório no Agravo e também para sanar outro problema que havia, que era o prazo para a oitiva do Agravado, que era de 05 dias, mas isso ia de encontro à regra de que o prazo para responder ao recurso é o mesmo para interpor. Em todos os recursos era assim, menos no Agravo, que para interpor tinha prazo de 10 dias e para responder 05 dias. O CPC foi alterado e agora tanto para interpor como para responder o prazo é o mesmo, ou seja, 10 dias. 
	O Agravante terá sempre 10 dias para interpor o Agravo Retido? Não. Por quê? Devido ao parágrafo 3º do artigo 523 do CPC que dispõe que das decisões interlocutórias proferidas em audiência o Agravo Retido será interposto oral e imediatamente. 
	Antes da lei 11.187/05 se o sujeito estivesse na audiência e o Juiz proferisse decisão interlocutória ele poderia interpor o Agravo oralmente, mas se ele não quisesse ele saia da audiência intimado e poderia interpor o Agravo Retido por escrito dentro do prazo de 10 dias a contar da audiência. 
	O que antes era uma faculdade, agora não mais. Se a decisão interlocutória for proferida em audiênciae o sujeito quiser agravar da decisão terá que fazer na mesma audiência e oralmente. Não existe mais a possibilidade do sujeito sair intimado da audiência e interpor o agravo retido por escrito em 10 dias. 
	
	Com a evolução do processo, cada vez mais a oralidade vai se fazendo presente, cada vez mais se resolve os conflitos de forma oral e o advogado que não estiver atento a isso, vai “dançar”. 
	Atenção!!! A parte deve requerer expressamente nas razões ou contra razões da apelação que seja julgado preliminarmente o seu agravo retido e não o da outra parte. 
	Depois da lei 11.187/05 o Agravo será retido e excepcionalmente de instrumento. 
	Vamos ler o artigo 522 do CPC, antes e depois da lei 11.187/05: 
“Art. 522. Ressalvado o disposto nos arts. 504 e 513, de todas as decisões proferidas no processo caberá agravo de instrumento.
        § 1º Na petição, o agravante poderá requerer que o agravo fique retido nos autos, a fim de que dele conheça o tribunal, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.
        § 2º Requerendo o agravante a imediata subida do recurso, será este processado na conformidade dos artigos seguintes. 
        Art. 522. Ressalvado o disposto nos artigos 504 e 513, das decisões proferidas no processo caberá agravo de instrumento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
        § 1º Na petição, o agravante poderá requerer que o agravo fique retido nos autos, a fim de que dele conheça o tribunal, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação; reputar-se-á renunciado o agravo se a parte não pedir expressamente, nas razões ou nas contra-razões da apelação, sua apreciação pelo Tribunal. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
        § 2º Requerendo o agravante a imediata subida do recurso, será este processado na conformidade dos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, retido nos autos ou por instrumento. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995) 
Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)
Parágrafo único. O agravo retido independe de preparo. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)”
	Se a regra é o Agravo Retido, quando será cabível o Agravo de Instrumento? 
decisão que possa causar a parte lesão grave
inadmissão da apelação
efeitos em que a apelação é recebida
Observações sobre essas três hipóteses que a lei prevê: A número 2 e 3 são mais objetivas. Mas a número 1 é mais abrangente. Como eu vou medir se a decisão pode ou não causar grave lesão a parte? 
A lei procurou restringir o cabimento do Agravo de Instrumento para as hipóteses excepcionais, mas o sujeito que quiser interpor agravo de instrumento de qualquer jeito vai dizer que a decisão pode causar lesão grave a parte, pois é uma hipótese bastante subjetiva. 
A quantidade de agravo d instrumento não diminuiu justamente devido a essa possibilidade. 
	No caso da inadmissão da apelação e no caso dos efeitos em que a apelação é recebida, não existe faculdade, ou seja, não poderá ser admitido o agravo de instrumento, mas deverá ser interposto o agravo na forma de agravo de instrumento. Ou vai ser interposto Agravo de Instrumento, ou não será interposto Agravo algum, apesar do artigo 522 em seu final dizer que “será admitida a sua interposição por instrumento”. 
Prestem atenção: quero saber se nessas três hipóteses o sujeito poderá interpor agravo retido? Se admitirmos a possibilidade de interposição de agravo na foram retida será na hipótese que trata da decisão que possa causar lesão grave a parte, mas ainda assim não é recomendável. 
No caso da inadmissão da apelação ou dos efeitos em que a apelação será recebida não faz o menor sentido ser agravo retido. 
O que acontece no Agravo de Instrumento? O Agravante leva, já ao Tribunal o conhecimento daquela matéria contra a qual ele está se insurgindo. Em 1995, o Agravo passou a ser interposto diretamente no Tribunal. Antes de 1995, o Agravo de Instrumento era interposto na primeira instância. O sujeito pedia reconsideração e se o Juiz não reconsiderasse a decisão era formado o instrumento (tirava-se cópias dos documentos do processo) e remetido pela própria Vara ao Tribunal para que este julgasse o Agravo de Instrumento. Em 1995 isso foi alterado, passou a ser o próprio Agravante que tinha que ir ao Tribunal, é o Agravante que tem que formar o instrumento e ir direto ao Tribunal. 
O que tem que se fazer para interpor o Agravo de Instrumento? Vamos ver o que diz a lei no artigo 524 do CPC: 
“Art. 524. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, através de petição com os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
I - a exposição do fato e do direito; (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
II - as razões do pedido de reforma da decisão; (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
III - o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do processo.(Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)”
	
No artigo 524 do CPC está elencado o que tem que estar escrito no Agravo de Instrumento. As razões do fato e do direito; as razões do pedido de reforma da decisão; o nome e o endereço completo dos advogados constantes no processo. 
Por que a petição de Agravo tem que indicar o nome dos advogados do processo? Para intimações. Temos que lembrar que o processo está na primeira instância e o Agravo de Instrumento chegou no Tribunal agora. 
O artigo 525 do CPC dispõe sobre o que deve estar junto com a petição de Agravo:
“Art. 525. A petição de agravo de instrumento será instruída: (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
II - facultativamente, com outras peças que o agravante entender úteis. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
§ 1o Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela que será publicada pelos tribunais. (Incluído pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
§ 2o No prazo do recurso, a petição será protocolada no tribunal, ou postada no correio sob registro com aviso de recebimento, ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local. (Incluído pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)”
A lei cria dois tipos de documentos que tem que estar junto com a petição de Agravo: documentos obrigatórios (cópia da decisão; certidão da intimação, para saber se o Agravo é tempestivo ou não; as procurações) e documentos facultativos. 
Os Tribunais, ao contrário do que dispõe a lei, cria uma terceira categoria de documento, dos documentos necessários. O que são os documentos necessários? Documentos necessários são aqueles cuja ausência impede o Tribunal de ter pleno conhecimento da matéria decidida. 
Isso ocorre porque em determinadas situações a decisão do Juiz é: Ausentes os pressupostos, indefiro. Aí, o sujeito agrava, tira cópia dessa decisão, tira cópia da procuração e pronto. Aí o Tribunal fica sem saber o que o Juiz deferiu ou indeferiu no caso. A culpa é de quem nesse caso? A culpa é do Juiz, porque toda decisão deve ter um relatório dizendo o que a parte está pleiteando e porque ele está indeferindo. A decisão não está fundamentada e apesar a culpa ser do Juiz acaba sobrando para o Agravante. O Tribunal diante dessa situação diz que não pode julgar o Agravo porque não sabe o que foi decidido. Por isso, os Tribunaiscriaram a espécie de documentos necessários. Muito freqüentemente a petição inicial é considerada um documento necessário. 
O tribunal criou esse tipo de documentos, os documentos necessários. E se estes não são juntados ao Agravo? Intima a parte pra complementar? Não. É aí que está a “sacanagem”. Quer dizer que está faltando documento, tudo bem, mas intime o Agravante para que traga o documento que está faltando. Mas o Tribunal não faz isso. A ausência de um documento necessário leva ao não conhecimento do Agravo pelo Tribunal. Não existe complementação do instrumento. 
Então, se você vai agravar, não se baseie só nos documentos exigidos pela lei. Se coloque no lugar do sujeito que está julgando, junte todos os elementos para que ele possa julgar o seu recurso. 
Interposto o Agravo de Instrumento no Tribunal, o que o Agravante tem que fazer? Tem que comunicar o Juiz. Essa comunicação está prevista no artigo 526 do CPC: 
“Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)
Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)”
O prazo para a comunicação é de 03 (três) dias. E se não comunicar ao Juiz a interposição do Agravo? Essa interposição serve par quê? Para possibilitar que o Juiz exerça o Juízo de retratação. 
O Agravante vai praticar a comunicação que se reverterá em benefício próprio. Se ele não pratica esse ato, não seria razoável ele pensar que se ele não praticou o ato é problema dele? É menos uma possibilidade que ele tem de ver aquele processo resolvido. O STJ chegou a entendera assim durante um curto espaço de tempo. Até que em 2001, veio o parágrafo único deste artigo 526 do CPC, que diz que o não cumprimento dessa comunicação importa em inadmissibilidade do Agravo. A expressão “desde que alegado e provado pelo Agravado” constante do parágrafo único do artigo 526 do CPC deve ser esquecido, pois se o Relator depende disso pra não admitir o Agravo o que ele pode fazer? Mandar o Agravado se manifestar sobre o artigo 526, parágrafo único do CPC. A leitura do parágrafo único do artigo 526 do CPC deve ser: O não cumprimento do disposto nesse artigo importa inadmissibilidade do agravo. 
A comunicação, então, vou elevada a um requisito, a um pressuposto recursal do Agravo de Instrumento. 
O Agravado é intimado para nas contra razões falar e nas contra razões ele deve alegar que o Agravante não cumpriu a comunicação do artigo 526 do CPC. E se não o fizer, poderá alegar depois? Até poderá, pois essa comunicação trata-se de pressuposto recursal, mas só até o Tribunal julgar o recurso. Se o Tribunal já tiver julgado o Agravo não caberá mais essa alegação. 
Pergunta do aluno: a lei diz que o Agravante deve comunicar que interpôs agravo de instrumento. Tem muito Relator que despacha da seguinte forma: comprove o agravante o cumprimento do artigo 526 do CPC em 03 (três) dias. Imagine o sujeito que está em Itaperuna e quer interpor Agravo de Instrumento, tem que vir ao RJ par interpor o Agravo no Tribunal, voltar a Itaperuna para comunicar ao Juízo de lá que interpôs agravo de instrumento e depois voltar ao Tribunal para comunicar que cumpriu o artigo 5626 do CPC. Isso é uma tremenda maldade e “sacanagem” do Relator, pois isto é uma informação que pode ser conseguida pelo próprio Tribunal. Essa decisão do Relator não tem sentido algum. 
Interposto o Agravo de Instrumento, este vai para o Relator. O que o Relator pode de pronto fazer? O Relator de qualquer recurso pode de pronto negar seguimento com base no artigo 557 do CPC. 
Não negado o seguimento de pronto com base no artigo 557 do CPC o Relator pode converter o agravo de instrumento em agravo retido. 
Se não negar o seguimento, nem converter o agravo de instrumento em agravo retido O relator irá intimar o Agravado par ano prazo de 10 dias apresentar as suas contra razões e requerer informações ao Juízo (nessas informações ao Juízo estarão a questão da tempestividade do Agravo, a questão de ter o Agravante comunicado ao Juízo a interposição do Agravo de instrumento perante o Tribunal...), depois mandará para o Ministério Público, se for o caso, depois irá julgar no órgão colegiado. 
Assim dispõe o artigo 527 do CPC:
“Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti, o relator: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
I - negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos casos do art. 557; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
II - poderá converter o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de provisão jurisdicional de urgência ou houver perigo de lesão grave e de difícil ou incerta reparação, remetendo os respectivos autos ao juízo da causa, onde serão apensados aos principais, cabendo agravo dessa decisão ao órgão colegiado competente; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)  
II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa; (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)   
III - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
IV - poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
V - mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe juntar cópias das peças que entender convenientes; nas comarcas sede de tribunal e naquelas cujo expediente forense for divulgado no diário oficial, a intimação far-se-á mediante a publicação no órgão oficial; (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
V - mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez) dias (art. 525, § 2o), facultando-lhe juntar a documentação que entender conveniente, sendo que, nas comarcas sede de tribunal e naquelas em que o expediente forense for divulgado no diário oficial, a intimação far-se-á mediante publicação no órgão oficial;  (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)
VI - ultimadas as providências referidas nos incisos I a V, mandará ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se pronuncie no prazo de 10 (dez) dias.(Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001) 
VI - ultimadas as providências referidas nos incisos III a V do caput deste artigo, mandará ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se pronuncie no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)
Parágrafo único - Na sua resposta, o agravado observará o disposto no § 2º do art. 525. (Incluído pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995) 
Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)”
	A redação do inciso II do artigo 527 do CPC é igual a do artigo 522 do CPC. 
	O que vai levar o não julgamento do Agravo pelo Órgão Colegiado? 
	1) Falta de documento necessário ou obrigatório;
	2) falta da comunicação ao Juízo exigida pelo artigo 526 do CPC; 
	3) quando o Juiz se retratar da decisão (artigo 529 do CPC);
	4) quando o Relator negarseguimento; 
	5) quando o Relator converter em Agravo Retido; 
	6) quando a sentença absorve a decisão atacada. 
	Nesta última hipótese, o que acontece é o seguinte: dependendo do tipo da decisão que está sendo questionada o Agravo está sendo julgado no Tribunal, mas o processo em primeira instância continua e o Juiz profere sentença. Muitas vezes essa sentença absorve a decisão anterior que está sendo atacada via Agravo. E aí o que o sujeito estava discutindo no Agravo ele vai discutir em Apelação e não mais no Agravo. 
	
	Duas situações mais sobre o Agravo: a primeira é o efeito suspensivo do Agravo. 
	O Agravo tem efeito suspensivo? Não. Ma há possibilidade do Relator conceder. O que faz o efeito suspensivo concedido a um Agravo? Suspende os efeitos da decisão. 
	
	Digamos que o Autor na inicial tenha requerido a concessão da tutela antecipada. Vamos analisar duas hipóteses distintas, a concessão e a denegação. Na hipótese de denegação, digamos que a situação que estava vigendo antes da inicial era X, a inicial foi ajuizada a situação se altera? Não continua sendo X. Na hipótese em que o Juiz concede a tutela antecipada a situação se altera? Sim. A concessão de tutela antecipada produz uma alteração fática. Quando é concedida a tutela antecipada e o Réu agrava, pleiteia então a concessão de efeito suspensivo para que a situação volte a ser X. 
	Se o Juiz negar a tutela antecipada pleiteada a situação se altera? Não. Ela era X antes do ajuizamento da ação e depois do ajuizamento da ação continua sendo X e não havendo a concessão da tutela antecipada continua sendo X. Nessa hipótese a decisão que denega a tutela antecipada não produz efeito nenhum, é uma decisão de conteúdo negativo, não altera nada. Quem vai agravar nessa hipótese? O Autor. Ele poderá pleitear no seu Agravo a concessão de efeito suspensivo? O efeito suspensivo suspende o efeito da decisão. A decisão nesse caso está produzindo algum efeito? Não. Então, vai suspender o quê? 
	Na verdade, nesta hipótese de denegação da tutela antecipada, doutrina e jurisprudência criam o chamado EFEITO SUSPENSIVO ATIVO, que apesar do nome não vai suspender absolutamente nada. O que é o efeito suspensivo ativo? Através dele o Agravante pede ao Relator que conceda a medida (cautelar ou tutela antecipada) negada pelo Juiz na primeira instância. 
	Antigamente, o sujeito agravava e perdia algumas páginas explicando o que era o efeito suspensivo ativo, a possibilidade do Relator conceder a medida que o Juiz não concedeu em primeira instância. Hoje, não é necessário gastar tantas páginas, pois essa possibilidade passou a constar expressamente do inciso III do artigo 527 do CPC, a partir de 2001. 
	O Juiz concedeu a tutela antecipada, o Réu agravou. O Tribunal caça essa tutela antecipada. Pode o Juiz na sentença revigorar essa tutela antecipada? Pode. Por quê? Existem dois argumentos, um sustentando que o Juiz pode e outro que o Juiz não pode. Mas já adiantamos que a corrente majoritária milita no sentido de que o Juiz pode. 
	Qual é o argumento para sustentar que não pode? Se o Tribunal disse que não cabe aquela tutela antecipada o Juiz tem que se submeter. Nesse caso estou comparando cargos. 
	E qual é o argumento para dizer que o Juiz pode? Comparam-se as cognições. O Tribunal julgando o Agravo utilizou a cognição sumária. O Juiz ao proferir a sentença exerce a cognição exauriente. Comparando os dois tipos de cognição deve prevalecer a cognição exauriente. 
	Vamos agora destacar duas dessas decisões do Relator: a primeira é a decisão onde o relator converte o agravo de instrumento em agravo retido (artigo 527, inciso II do CPC) e a segunda onde o relator concede efeito suspensivo, concedeu ou negou a tutela antecipada (artigo 527, inciso III do CPC). Dessas duas decisões do Relator do Agravo qual é o recurso cabível? E se o Relator negar seguimento ao Agravo de Instrumento, qual é o recurso cabível? É o Agravo Interno, artigo 557, parágrafo 1º do CPC. 
	E nas hipóteses dos incisos II e III do artigo 527 do CPC, qual é o recurso cabível? Nenhum. Por quê? Parágrafo único do artigo 527 do CPC que veio com a lei 11.187/05:
“Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)”
	
	Este parágrafo diz de maneira indireta que essas decisões são irrecorríveis. A modificação de tais decisões só poderá acontecer quando o Órgão colegiado julgar o agravo. 
	E se o sujeito disser que vai morrer no dia seguinte se não for concedido o efeito suspensivo? E aí? Em último caso tem se utilizado o mandado de segurança para a concessão do efeito suspensivo, última alternativa. Mas também não tem colado muito não, pois a intenção nítida do legislador é de que a decisão do Relator não seja passível de nova apreciação, a não ser no julgamento do próprio Agravo. 
4) EMBARGOS INFRINGENTES
	CABIMENTO:
	Sempre que se pensa em modificar o nosso sistema recursal, porque o processo é demorado, porque o processo é demorado demais, o primeiro que entra na roda para desaparecer são os Embargos Infringentes. Por quê? Dizem que é um recurso que na maioria das vezes não dá em nada, que só faz o processo demorar mais. No entanto, ainda não foram extintos. Mas suas hipóteses de cabimento são cada vez mais restringidas. 
	Originariamente, o CPC previa os Embargos Infringentes da seguinte forma: sempre que ouvimos Embargos Infringentes direcionamos a cabeça para 2X1, ou seja, acórdão não unânime, acórdão por maioria, voto vencido. Então, temos um julgamento no Tribunal, onde há registro da discordância, há o registro de um voto vencido, eu não tenho um acórdão unânime. Isso em qualquer tipo de julgamento pelo Tribunal? Não. Só se for apelação ou ação rescisória. 
	Dentro dessa sistemática exposta, contra os acórdãos abaixo cabem ou não Embargos Infringentes? 
		 TJ
Apelante “A” Apelante “B”
Acórdão negou provimento: 2X1 A princípio caberia, pois trata-se de acórdão não unânime e dentro de uma apelação. Mas o CPC foi modificado pra incluir mais um requisito, o do artigo 530 do CPC: 
“Art. 530. Cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência. (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001”)”
	O Acórdão no caso acima reformou a sentença? Não. O que o acórdão que nega provimento ao recurso faz com a sentença? Mantém, confirma. 
	Então, quais são os requisitos dos Embargos Infringentes? Acórdão não unânime; que esse acórdão seja de apelação ou ação rescisória e que o acórdão haja reformado a sentença ou julgado procedente a ação rescisória. 
	Vamos analisar as hipóteses: 
1) Sentença X 
 		 TJ
		Pedido Y
Apelante “A” Apelante “B”
Acórdãos possíveis: 
Provimento 3X0 Não cabem Embargos Infringentes, pois não tem 
				voto vencido. 
Provimento 2X1 Cabem Embargos Infringentes, pois quando o 
				 Tribunal dá provimento a apelação ele está
				 reformando a sentença e o acórdão não 
				 foi unânime. 
Improvimento 3X0		 Não cabem Embargos Infringentes, pois o 
				 acórdão é unânime. 
Improvimento 2X1		Não cabem Embargos Infringentes, pois não
				há reforma da decisão. 
2) Trânsito em julgado X
 TJ
		Pedido Y (Ação rescisória)
 Fulano Beltrano 
Acórdãos possíveis: 
Procedente 3X0 Não cabem Embargos Infringentes, por ser o 
			 acórdão unânime. 
Procedente 2X1	 Cabem Embargos Infringentes, todos os requisitos
			 estãopresentes. 
Improcedente 3X0	 Não cabem Embargos Infringentes, por ser o 
			 acórdão unânime
Improcedente 2X1 Não cabem Embargos Infringentes, pois o acórdão
		 é de improcedência. 
ATENÇÃO!!! Em Mandado de Segurança não cabem Embargos Infringentes (Súmula 169 do STJ e súmula 597 do STF). Por quê? Porque a lei do Mandado de Segurança cria um procedimento especial e no que cria esse procedimento especial ela ao final diz que se aplica subsidiariamente as normas do CPC que regem o litisconsórcio, assim dispõe o artigo 19 da lei 1533/51: 
“Artigo 19 - Aplicam-se ao processo do mandado de segurança os artigos do Código de Processo Civil que regulam o litisconsórcio. (Redação dada pela Lei n. 6.071, de 3.7.74).”
Até hoje se discute o que teria pretendido o legislador com a expressão “que regulam o litisconsórcio”. Se do CPC aproveita-se só os dispositivos relativos a litisconsórcio ou se do CPC aproveita-se tudo, inclusive as partes referentes ao litisconsórcio. Para chegar ao que está estabelecido nas súmulas o entendimento qual é? Que do CPC só se aproveita os dispositivos relativos ao litisconsórcio. O que é uma grande baboseira, segundo Celso Belmiro.

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