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CC Aula 13

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Título 
DIREITO CIVIL I 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
13 
Tema 
PRESCRIÇÃO 
Objetivos 
·         Conceituar, distinguir  e analisar os elementos da prescrição.  
·         Reconhecer as caracterı́sticas, espécies, causas e efeitos da prescrição nos negócios jurı́dicos. 
·         Compreender as caracterı́sticas relacionadas  ao instituto da prescrição no atual Código Civil. 
·         Elencar os prazos de prescrição. 
·         Diferenciar a prescrição em face da Fazenda Pública. 
l       Elencar as divergências de tratamento da prescrição no Código de Defesa do Consumidor 
Estrutura do Conteúdo 
1. PRESCRIÇAǂO  
Distinção e conceito. Teorias 
Prescrição: conceito, elementos, fundamento e espécies 
Regras gerais 
Impedimento, suspensão e interrupção da prescrição  
Prazos de prescrição. 
Prescrição em face da Fazenda Pública. 
Prescrição no Código de Defesa do Consumidor 
  
  
A EXTINÇÃO DOS DIREITOS . 
Os direitos extinguem - se quando ocorrer: 
·         Perecimento do objeto sobre o qual recaem, se ele perder suas qualidades essenciais ou valor econômico; se se confundir com outro modo que não possa distinguir 
(confusão, mistura de lı́quidos) se cair em local onde não se pode mais ser retirado (anel no mar); 
l Alienação, que é o ato de transferir o objeto de um patrimônio a outro, havendo perda do direito para o antigo titular; 
l Renúncia, que é o ato jurı́dico pelo qual o titular de um direito se despoja, sem transferi -lo a quem quer que seja; 
l Abandono, que é a intenção do titular de se desfazer da coisa, porque não quer mais continuar sendo dono; 
l Falecimento do titular, sendo o direito personalı́ssimo e por isso intransferı́vel; 
l Abolição de uma instituição jurı́dica, como aconteceu com a escravidão; 
l Confusão, se uma só pessoa se reúnem as qualidades de credor e de devedor; 
l Implemento de condição resolutiva; 
l Prescrição; 
l Decadência. 
  
PRESCRIÇAǂO 
  
CONCEITOS 
  
A doutrina aponta a origem do termo prescrição na palavra latina praescriptio, derivação do verbo praescribere, que signiϐica "escrever antes", na lição de Maria Helena Diniz (2002, 
v.1:335), remontando às ações temporárias do direito romano. 
Segundo Sı́lvio Venosa (2003, v. 1:615), para Clóvis Bevilácqua a "Prescrição é a perda da ação atribuı́da a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em conseqüência do não -
uso delas, durante um determinado espaço de tempo." 
Já Pontes de Miranda leciona, de acordo com Maria Helena Diniz (2002, v. 1:336), ser a prescrição "... a exceção, que alguém tem, contra o que não exerceu, durante certo tempo, que 
alguma regra jurı́dica ϐixa, a sua pretensão ou ação." 
Consoante Caio Mário (1997, v. 1:435), a prescrição é o modo pelo qual se extingue um direito (não apenas a ação) pela inércia do titular durante certo lapso de tempo. 
Pelas deϐinições, já se inicia a polêmica em torno do tema. Para uns a prescrição extingue a ação, enquanto que outros, direito de ação. A ambos opõe-se o atributo jurı́dico adotado 
hodiernamente em relação à ação, como sendo um direito subjetivo público e abstrato, o que implica a não extinção da ação, tampouco do seu exercı́cio, pois, quando atendidas as 
condições da ação, o exercı́cio do direito de ação, correspondente à obtenção de uma prestação jurisdicional, é sempre possı́vel, muito embora possa ser favorável ou contrária ao 
autor. 
Um marco na doutrina brasileira em relação ao tema foi a contribuição de Agnelo Amorim Filho que, em meados de 1960, publicou um artigo na Revista dos Tribunais intitulado 
Critério Cientı́ϐico para distinguir a prescrição da decadência (RT 300/8). 
Na nova concepção, a prescrição extingue a pretensão, que é a exigência de subordinação de um interesse alheio ao interesse próprio. De acordo com o art.189 do Código Civil de 
2002, o direito material violado dá origem à pretensão, que é deduzida em juı́zo por meio da ação. Extinta a pretensão, não há ação. Portanto, a prescrição extingue a pretensão, 
extinguindo também e indiretamente a ação(1) . 
Neste trabalho, ele toma por base a classiϐicação dos direitos desenvolvida por Chiovenda em: direitos sujeitos a uma obrigação, previstos no Código Alemão sob a denominação de 
pretensão, e direitos potestativos, em que o agente pode inϐluir na esfera de interesses de terceiro, independentemente da vontade deste, p. ex., para anular um negócio jurı́dico. Os 
primeiros são defendidos por meio de ação condenatória, pois a parte contrária deverá se sujeitar a cumprir uma obrigação; os segundos são protegidos por ação constitutiva, por 
meio da qual haverá a modiϐicação, formação ou extinção de estado jurı́dico, independentemente da vontade da parte contrária. 
A partir disso, conclui que: 
a) As ações condenatórias, correspondentes às pretensões, possuem prazos prescricionais(2) ; 
b) As ações constitutivas, correspondentes aos direitos potestativos, possuem prazos decadenciais; 
c) As ações meramente declaratórias, que só visam obter certeza jurı́dica, não estão sujeitas nem à decadência nem à prescrição, em princı́pio, sendo perpétuas, mas sujeitas a prazos 
decadenciais quando estes são previstos em lei. 
São imprescritı́veis as ações constitutivas que não têm prazo especial ϐixado em lei, assim como as ações meramente declaratórias. 
Tais conclusões estão de acordo com a melhor doutrina estrangeira, e vêm sendo acatadas por grande parte de nossos autores civilistas mais recentes. Também importantes 
legislações brasileiras elaboradas nos últimos anos adotam o raciocı́nio desenvolvido por Agnelo, entre eles o novo Código Civil. O Código de Defesa do Consumidor, elaborado em 
1990, também foi uma das mais importantes leis que seguiram essas teorias, no tocante ao assunto da prescrição e da decadência. 
  
ESPEƵCIES 
  
1. EXTINTIVA 
Como o próprio nome indica, faz desaparecer direitos. 
EƵ a prescrição propriamente dita, tratada no novo Código Civil, na parte geral, aplicada a todos os direitos. 
  
2. INTERCORRENTE 
EƵ a prescrição extintiva que ocorre no decurso do processo, ou seja, já tendo o autor provocado a tutela jurisdicional por meio da ação. Obviamente, se autor utiliza a ação para fugir à 
prescrição e, já sendo processada essa ação, o processo ϐicar paralisado, sem justa causa, pelo tempo prescricional, caracterizada está a desı́dia do autor, a justiϐicar a incidência da 
prescrição. 
  
3. AQUISITIVA 
Corresponde ao usucapião, previsto no novo Código Civil, na parte relativa ao direito das coisas, mais precisamente no tocante aos modos originários de aquisição do direito de 
propriedade. Está prevista também nos arts. 183 e 191 da Constituição Federal de 1988, continuando restrita a direitos reais. 
Nessa espécie, além do tempo e da inércia ou desinteresse do dono anterior, é necessária a posse do novo dono. 
  
4. ORDINAƵRIA 
Aquela cujo prazo é genericamente previsto em lei. 
No Código Civil de 1916, a prescrição ordinária era disciplinada no art. 177, já no Código Civil de 2002 o prazo genérico encontra -se previsto no art. 205, que conϐirmou a tendência 
de diminuição do prazo prescricional (de 20, 15 ou 10 anos para 10 anos), além de acabar com o tratamento diferenciado entre ações pessoais e ações reais. 
  
5. ESPECIAL 
Os prazos prescricionais são pontualmente previstos. 
No Código Civil de 1916, a prescrição especial era tratada pelo art. 178, que muito embora se referisse expressamente à prescrição, continha alguns casos de decadência. Por sua vez 
o Código Civil de 2002 disciplina a prescrição especial no art. 206, merecendo destaque o prazo prescricional de três anos (§ 3°) relativo à pretensão de ressarcimento de 
enriquecimento sem causa (inciso IV) e à pretensão de reparação civil (inciso V). 
  
ALEGAÇAǂO DA PRESCRIÇAǂO 
A prescriçãopode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte a quem aproveita, conforme dispõe o art. 193 do Código Civil de 2002. Logo, poderá ser argüida em qualquer 
fase, na segunda ou primeira instância, mesmo que não levantada na contestação. Porém, se não alegar de imediato, ao réu não caberá honorários advocatı́cios em seu favor, ex vi art. 
22 do Código de Processo Civil. 
A regra geral comporta exceções. Na fase de liquidação da sentença é inadmissı́vel a alegação de prescrição, que deve ser objeto de deliberação se argüida na fase cognitiva do 
processo. A prevista no art. 741, inciso VI, do Código de Processo Civil, que pode ser alegada mesmo na fase de execução, é a prescrição superveniente à sentença. Tampouco é 
admissı́vel a alegação em sede de recurso especial ou extraordinário, ou em ação rescisória, se não foi suscitada na instância ordinária por total falta de prequestionamento. 
A prescrição só poderá era argüida pelas partes, exceto se for reconhecida no interesse de absolutamente incapazes(3) , quando poderá fazê - lo o juiz, de ofı́cio. O ministério público, 
em nome do incapaz ou dos interesses que tutela, e o curador da lide, em favor do curatelado, ou o curador especial, também poderão invocar a prescrição. Entretanto o ministério 
público não poderá argüi -la, em se tratando de interesse patrimonial, quando atuar como fiscal da lei(4) . 
  
IMPEDIMENTO, SUSPENSAǂO E INTERRUPÇAǂO 
As causas que impedem ou suspendem estão elecandas nos arts. 197 a 201 e as que interrompem nos arts. 202 a 204, todos do Código Civil de 2002. E aplicam -se tanto à prescrição 
extintiva, quanto à aquisitiva. 
Discute -se se estes prazos são taxativos ou enunciativos. A maioria entende serem enunciativos, pois a força maior, o caso fortuito e a negligência judicial não podem interferir 
prejudicando o direito de outrem, tais como o preso por inundação que não propõe a ação a contento, a desı́dia do escrivão. 
  
IMPEDIMENTO E SUSPENSAǂO 
Ambos fazem cessar, temporariamente, o curso da prescrição. Uma vez desaparecida a causa de impedimento ou da suspensão, a prescrição retoma seu curso normal, computado o 
tempo anteriormente decorrido, se este existiu. 
Nos casos de impedimento, mantém -se o prazo prescricional ı́ntegro, pelo tempo de duração do impedimento, para que seu curso somente tenha inı́cio com o término da causa 
impeditiva. Nos casos de suspensão, nos quais a causa é superveniente ao inı́cio do decurso do prazo prescricional, uma vez desaparecida esta, o prazo prescricional retoma seu 
curso normal, computando-se o tempo veriϐicado antes da prescrição. 
O estatuto civil não faz distinção entre impedimento e suspensão, que é feita pela doutrina. Ou preexiste ao vencimento da obrigação o obstáculo ao inı́cio do curso prescricional, e o 
caso será de impedimento, ou se esse obstáculo surge após o vencimento da obrigação e durante a ϐluência do prazo, ocorrendo nessa hipótese a suspensão da prescrição. 
Certas pessoas, por sua condição ou situação fática, estão impedidas de agir. 
Segundo o art. 197 do Código Civil de 2002, não corre a prescrição entre cônjuges na constância da sociedade conjugal; entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. Estão presentes a conϐiança e a amizade. 
Não corre a prescrição, ainda, contra todos na condição suspensiva, estando o prazo ainda vencido, pendendo evicção, conforme o art. 199 do Código Civil de 2002. 
  
INTERRUPÇAǂO 
Em relação à interrupção da prescrição, que se dará apenas uma única vez, de acordo com o art. 202 do Código Civil de 2002, quando houver qualquer comportamento ativo do 
credor, destacando-se que a citação válida interrompe a prescrição, não mais se considerando interrompida a partir da propositura da ação, mas sim retroagindo ao despacho do juiz 
que ordenar a citação. 
Tal modiϐicação acabou com a alegação de prescrição intercorrente quando na demora da citação quando a própria parte não dera causa. Portanto agora, o simples despacho, ou como 
muitos entendem à luz do art. 219, § 1º do Código de Processo Civil, a distribuição protocolar, é suϐiciente para interromper a prescrição. 
Agora, se o juiz demora a despachar a inicial e operara-se a prescrição, não poderá ser alegada, conforme súmula 106 do STJ. A opção do art. 202, parágrafo único, do Código Civil de 
2002, quando possı́vel, será veriϐicada em favor do devedor. 
  
PRESCRIÇAǂO EM FACE DA FAZENDA PUƵBLICA. 
  
A prescrição para cobrança dos créditos ativos da Fazenda Pública, frente ao particular, a que também se submetem quaisquer direitos e ações, inclusive de titularidade de entidades 
paraestatais, tem sido invocada com base no Decreto nº. 20.910, de 6 de janeiro de 1932, verbis, cuja incidência foi estendida para alcançar fundações e outros entes, pelo Decreto-Lei 
nº. 4.597/42: 
"As dı́vidas passivas da União, dos Estados e dos Municı́pios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda Federal, estadual ou municipal , seja qual for sua 
natureza, prescrevem em 5 (cinco) anos, contados da data do ato ou fato do qual se originarem." 
  
Controvertem renomados juristas, a respeito do tema, considerando ora a imprescritibilidade dessas ações, com fundamento no artigo 37, § 5º., da Constituição Federal de 1998, ora 
admitindo a regra geral do artigo 177, Código Civil Brasileiro, dispondo sobre prescrição vintenária para ações pessoais e decenal para as ações reais, ora, invocando o princı́pio da 
isonomia, considerando a prescrição qüinqüenal das dı́vidas passivas da Fazenda Pública exigı́vel contra esta. 
  
PRESCRIÇAǂO NO COƵDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
  
Os prazos prescricionais referem -se à pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista no mesmo CDC.  
  
Esclarece Arruda Alvim (Código Do Consumidor Comentado; 2. ED. rev. e ampl.; Revista dos Tribunais; 1995): "O objeto da reclamação é substancialmente diferente do pedido de 
reparação de danos." A reclamação é exclusiva do vı́cio, a reparação se prende as perdas e danos, fato do produto ou do serviço.  
  
Fato do produto é todo e qualquer dano, podendo este ser oriundo de um vı́cio, que, por sua vez traz em si, intrı́nseco, uma potencialidade para produzir dano. Assim, caso o vı́cio 
não cause dano, correrá para o consumidor o prazo decadencial, para que proceda a reclamação, vindo a causar dano (hipóteses do art. 12), deve se ter em mente o prazo qüinqüenal, 
sempre que se quiser pleitear indenização. 
  
A posição de alguns doutrinadores estudados é no sentido de que se o consumidor tiver sido prejudicado, poderá haver perdas e danos (além da reclamação pelo vı́cio) e estas, 
apesar de originadas no próprio vı́cio do produto ou do serviço, não necessitam integrar a reclamação, ϐicando sujeitas o prazo prescricional ϐixado, em lei para estas, pois se 
constituem as perdas e os danos, em sentido lato, o fato do produto ou serviço, abrangendo o que o consumidor perdeu e o que deixou de ganhar em razão do vı́cio 
  
Arruda Alvim (Código Do Consumidor Comentado; 2. ED. rev. e ampl.; Revista dos Tribunais; 1995) esclarece, no entanto, que: não há diferença entre os danos advindos de vı́cio do 
produto e o fato do produto. A interpretação diversa, ainda segundo ele, levaria a entender que a indenização pelo vı́cio, restaria à margem das leis de consumo, e que sua prescrição 
se regeria pelo direito comum (15 dias CC, 10 dias Ccom havendo rescisão, ou 20 por ação pessoal, no caso de não se dar a rescisão contratual). Continua: "O vı́cio do produto ou do 
serviço e sua sanação recebe um tratamento jurı́dico que não é dispensado ao dano; este importa em fato do produto ou do serviço. Nada obsta a que um produto ou serviço seja 
viciado e que, este vı́cio ocasioneprejuı́zo, devendo este ser considerado como fato."  
  
Entendemos a propósito dessa discussão que fazer esta distinção entre fato do produto ou serviço e dano decorrente do vı́cio é supérϐlua até mesmo para negá-la. Qualquer perda ou 
dano implica em fato do produto ou do serviço, que vem a ser precisamente o dano resultante do vı́cio. 
  
William Santos Ferreira (Prescrição e Decadência no Código de Defesa do Consumidor, Revista de Direito do Consumidor, n 10, p 77 a 96, abril/junho, 1994), faz observação 
relevante ao observar que quando falamos do direito à incolumidade fı́sica-psı́quica do consumidor falamos de direito não sujeito à decadência. Temos então que a prescrição tem 
inı́cio com o nascimento da pretensão. Da lesão ou violação de um direito faz nascer a ação. Ora, o direito a vida, segurança, saúde nunca deixaram de existir, ao haver o dano, este 
implica em direito resistido, enseja ação e enseja também a prescrição decorrente. 
  
Termo Inicial 
  
A partir do momento do conhecimento do dano ou de sua autoria. Isto é, a partir do momento em que se conheça o dano e possa -se relacioná -lo com o defeito do produto ou do 
serviço. Conhecimento dos efeitos do dano, não é conhecimento do dano, necessário que o consumidor tenha consciência de que aquilo que observa é, de fato, um dano, já que tal 
ilação pode não ser imediata em todos os casos. 
  
Quanto à identiϐicação do autor, o comerciante é responsável subsidiário. Inexistindo informação sobre fabricante, construtor, produtor ou importador, bem como quando o fato se 
deve exclusivamente ao comerciante. será diretamente responsável nos casos previstos no art. 13. Nada impede que o consumidor descobrindo demais fornecedores, venha ajuizar 
ação já que só a contar deste conhecimento individualizado terá inı́cio o prazo prescricional. Poderá o consumidor demandar um ou mais dentre os responsáveis (solidariedade 
legal). A propositura de ação contra um não libera os demais. Liberação que só ocorre se houver o pagamento integral. 
  
No ajuizamento de ações coletivas: a citação válida interrompe a prescrição, que correrá novamente apenas da intimação da sentença condenatória, esta interrupção aproveita ao 
consumidor individualmente no ajuizamento da ação singular. 
  
. Causas Impeditivas, Suspensivas e Interruptivas 
  
O parágrafo único prevendo interrupção foi vetado. Regerá portanto a matéria a disciplina do art. 172 e ss. do Código Civil, fonte subsidiária do Direito do Consumidor. 
  
Nome do livro: Curso de Direito Civil vol.1 Parte Geral - ISBN - EAN-13: 9788530927929 
Nome do autor: NADER, Paulo 
Editora: Forense 
Ano: 2009. 
Edição: 6a 
Nome do capítulo: Prescrição e Decadência 
N. de páginas do capítulo : 19 
Aplicação Prática Teórica 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reϐlexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado 
enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos casos 
concretos, a saber: 
  
Caso concreto (1): 
  
Em julho de 2000, o veículo de João estava estacionado corretamente na margem direita de uma tranqüila rua de sua cidade, quando foi abalroado por um caminhão em alta 
velocidade e cujo motorista estava alcoolizado. Na época, estava em vigência o Código Civil de 1916, que estipulava um prazo prescricional de vinte (20) anos para pleitear 
tal indenização (art. 177 do CC/1916). 
O atual Código Civil – que entrou em vigência em janeiro de 2003 – diminuiu tal prazo para três (3) anos (art. 206 § 3.°, V).  
Levando-se em conta que João ainda não intentou a competente ação, pergunta-se: 
Em que ano estará consumada a prescrição da pretensão de João para cobrar tal dívida? Justifique.  
  
Caso concreto (2) 
Roberto completará dezoito anos em maio de 2006. Seu pai foi condenado a pagar-lhe alimentos em fevereiro de 1995, mas nunca pagou nem sequer uma parcela. Roberto 
aciona seu pai em março de 2006, visando a forçar o adimplemento de todas as prestações vencidas. 
Diante disso, poderão ser cobradas todas as parcelas vencidas do seu pai, mesmo tendo em vista o longo tempo transcorrido? Justifique. 
Plano de Aula: DIREITO CIVIL I
DIREITO CIVIL I 
Estácio de Sá Página 1 / 3
Título 
DIREITO CIVIL I 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
13 
Tema 
PRESCRIÇÃO 
Objetivos 
·         Conceituar, distinguir  e analisar os elementos da prescrição.  
·         Reconhecer as caracterı́sticas, espécies, causas e efeitos da prescrição nos negócios jurı́dicos. 
·         Compreender as caracterı́sticas relacionadas  ao instituto da prescrição no atual Código Civil. 
·         Elencar os prazos de prescrição. 
·         Diferenciar a prescrição em face da Fazenda Pública. 
l       Elencar as divergências de tratamento da prescrição no Código de Defesa do Consumidor 
Estrutura do Conteúdo 
1. PRESCRIÇAǂO  
Distinção e conceito. Teorias 
Prescrição: conceito, elementos, fundamento e espécies 
Regras gerais 
Impedimento, suspensão e interrupção da prescrição  
Prazos de prescrição. 
Prescrição em face da Fazenda Pública. 
Prescrição no Código de Defesa do Consumidor 
  
  
A EXTINÇÃO DOS DIREITOS . 
Os direitos extinguem - se quando ocorrer: 
·         Perecimento do objeto sobre o qual recaem, se ele perder suas qualidades essenciais ou valor econômico; se se confundir com outro modo que não possa distinguir 
(confusão, mistura de lı́quidos) se cair em local onde não se pode mais ser retirado (anel no mar); 
l Alienação, que é o ato de transferir o objeto de um patrimônio a outro, havendo perda do direito para o antigo titular; 
l Renúncia, que é o ato jurı́dico pelo qual o titular de um direito se despoja, sem transferi -lo a quem quer que seja; 
l Abandono, que é a intenção do titular de se desfazer da coisa, porque não quer mais continuar sendo dono; 
l Falecimento do titular, sendo o direito personalı́ssimo e por isso intransferı́vel; 
l Abolição de uma instituição jurı́dica, como aconteceu com a escravidão; 
l Confusão, se uma só pessoa se reúnem as qualidades de credor e de devedor; 
l Implemento de condição resolutiva; 
l Prescrição; 
l Decadência. 
  
PRESCRIÇAǂO 
  
CONCEITOS 
  
A doutrina aponta a origem do termo prescrição na palavra latina praescriptio, derivação do verbo praescribere, que signiϐica "escrever antes", na lição de Maria Helena Diniz (2002, 
v.1:335), remontando às ações temporárias do direito romano. 
Segundo Sı́lvio Venosa (2003, v. 1:615), para Clóvis Bevilácqua a "Prescrição é a perda da ação atribuı́da a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em conseqüência do não -
uso delas, durante um determinado espaço de tempo." 
Já Pontes de Miranda leciona, de acordo com Maria Helena Diniz (2002, v. 1:336), ser a prescrição "... a exceção, que alguém tem, contra o que não exerceu, durante certo tempo, que 
alguma regra jurı́dica ϐixa, a sua pretensão ou ação." 
Consoante Caio Mário (1997, v. 1:435), a prescrição é o modo pelo qual se extingue um direito (não apenas a ação) pela inércia do titular durante certo lapso de tempo. 
Pelas deϐinições, já se inicia a polêmica em torno do tema. Para uns a prescrição extingue a ação, enquanto que outros, direito de ação. A ambos opõe-se o atributo jurı́dico adotado 
hodiernamente em relação à ação, como sendo um direito subjetivo público e abstrato, o que implica a não extinção da ação, tampouco do seu exercı́cio, pois, quando atendidas as 
condições da ação, o exercı́cio do direito de ação, correspondente à obtenção de uma prestação jurisdicional, é sempre possı́vel, muito embora possa ser favorável ou contrária ao 
autor. 
Um marco na doutrina brasileira em relação ao tema foi a contribuiçãode Agnelo Amorim Filho que, em meados de 1960, publicou um artigo na Revista dos Tribunais intitulado 
Critério Cientı́ϐico para distinguir a prescrição da decadência (RT 300/8). 
Na nova concepção, a prescrição extingue a pretensão, que é a exigência de subordinação de um interesse alheio ao interesse próprio. De acordo com o art.189 do Código Civil de 
2002, o direito material violado dá origem à pretensão, que é deduzida em juı́zo por meio da ação. Extinta a pretensão, não há ação. Portanto, a prescrição extingue a pretensão, 
extinguindo também e indiretamente a ação(1) . 
Neste trabalho, ele toma por base a classiϐicação dos direitos desenvolvida por Chiovenda em: direitos sujeitos a uma obrigação, previstos no Código Alemão sob a denominação de 
pretensão, e direitos potestativos, em que o agente pode inϐluir na esfera de interesses de terceiro, independentemente da vontade deste, p. ex., para anular um negócio jurı́dico. Os 
primeiros são defendidos por meio de ação condenatória, pois a parte contrária deverá se sujeitar a cumprir uma obrigação; os segundos são protegidos por ação constitutiva, por 
meio da qual haverá a modiϐicação, formação ou extinção de estado jurı́dico, independentemente da vontade da parte contrária. 
A partir disso, conclui que: 
a) As ações condenatórias, correspondentes às pretensões, possuem prazos prescricionais(2) ; 
b) As ações constitutivas, correspondentes aos direitos potestativos, possuem prazos decadenciais; 
c) As ações meramente declaratórias, que só visam obter certeza jurı́dica, não estão sujeitas nem à decadência nem à prescrição, em princı́pio, sendo perpétuas, mas sujeitas a prazos 
decadenciais quando estes são previstos em lei. 
São imprescritı́veis as ações constitutivas que não têm prazo especial ϐixado em lei, assim como as ações meramente declaratórias. 
Tais conclusões estão de acordo com a melhor doutrina estrangeira, e vêm sendo acatadas por grande parte de nossos autores civilistas mais recentes. Também importantes 
legislações brasileiras elaboradas nos últimos anos adotam o raciocı́nio desenvolvido por Agnelo, entre eles o novo Código Civil. O Código de Defesa do Consumidor, elaborado em 
1990, também foi uma das mais importantes leis que seguiram essas teorias, no tocante ao assunto da prescrição e da decadência. 
  
ESPEƵCIES 
  
1. EXTINTIVA 
Como o próprio nome indica, faz desaparecer direitos. 
EƵ a prescrição propriamente dita, tratada no novo Código Civil, na parte geral, aplicada a todos os direitos. 
  
2. INTERCORRENTE 
EƵ a prescrição extintiva que ocorre no decurso do processo, ou seja, já tendo o autor provocado a tutela jurisdicional por meio da ação. Obviamente, se autor utiliza a ação para fugir à 
prescrição e, já sendo processada essa ação, o processo ϐicar paralisado, sem justa causa, pelo tempo prescricional, caracterizada está a desı́dia do autor, a justiϐicar a incidência da 
prescrição. 
  
3. AQUISITIVA 
Corresponde ao usucapião, previsto no novo Código Civil, na parte relativa ao direito das coisas, mais precisamente no tocante aos modos originários de aquisição do direito de 
propriedade. Está prevista também nos arts. 183 e 191 da Constituição Federal de 1988, continuando restrita a direitos reais. 
Nessa espécie, além do tempo e da inércia ou desinteresse do dono anterior, é necessária a posse do novo dono. 
  
4. ORDINAƵRIA 
Aquela cujo prazo é genericamente previsto em lei. 
No Código Civil de 1916, a prescrição ordinária era disciplinada no art. 177, já no Código Civil de 2002 o prazo genérico encontra -se previsto no art. 205, que conϐirmou a tendência 
de diminuição do prazo prescricional (de 20, 15 ou 10 anos para 10 anos), além de acabar com o tratamento diferenciado entre ações pessoais e ações reais. 
  
5. ESPECIAL 
Os prazos prescricionais são pontualmente previstos. 
No Código Civil de 1916, a prescrição especial era tratada pelo art. 178, que muito embora se referisse expressamente à prescrição, continha alguns casos de decadência. Por sua vez 
o Código Civil de 2002 disciplina a prescrição especial no art. 206, merecendo destaque o prazo prescricional de três anos (§ 3°) relativo à pretensão de ressarcimento de 
enriquecimento sem causa (inciso IV) e à pretensão de reparação civil (inciso V). 
  
ALEGAÇAǂO DA PRESCRIÇAǂO 
A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte a quem aproveita, conforme dispõe o art. 193 do Código Civil de 2002. Logo, poderá ser argüida em qualquer 
fase, na segunda ou primeira instância, mesmo que não levantada na contestação. Porém, se não alegar de imediato, ao réu não caberá honorários advocatı́cios em seu favor, ex vi art. 
22 do Código de Processo Civil. 
A regra geral comporta exceções. Na fase de liquidação da sentença é inadmissı́vel a alegação de prescrição, que deve ser objeto de deliberação se argüida na fase cognitiva do 
processo. A prevista no art. 741, inciso VI, do Código de Processo Civil, que pode ser alegada mesmo na fase de execução, é a prescrição superveniente à sentença. Tampouco é 
admissı́vel a alegação em sede de recurso especial ou extraordinário, ou em ação rescisória, se não foi suscitada na instância ordinária por total falta de prequestionamento. 
A prescrição só poderá era argüida pelas partes, exceto se for reconhecida no interesse de absolutamente incapazes(3) , quando poderá fazê - lo o juiz, de ofı́cio. O ministério público, 
em nome do incapaz ou dos interesses que tutela, e o curador da lide, em favor do curatelado, ou o curador especial, também poderão invocar a prescrição. Entretanto o ministério 
público não poderá argüi -la, em se tratando de interesse patrimonial, quando atuar como fiscal da lei(4) . 
  
IMPEDIMENTO, SUSPENSAǂO E INTERRUPÇAǂO 
As causas que impedem ou suspendem estão elecandas nos arts. 197 a 201 e as que interrompem nos arts. 202 a 204, todos do Código Civil de 2002. E aplicam -se tanto à prescrição 
extintiva, quanto à aquisitiva. 
Discute -se se estes prazos são taxativos ou enunciativos. A maioria entende serem enunciativos, pois a força maior, o caso fortuito e a negligência judicial não podem interferir 
prejudicando o direito de outrem, tais como o preso por inundação que não propõe a ação a contento, a desı́dia do escrivão. 
  
IMPEDIMENTO E SUSPENSAǂO 
Ambos fazem cessar, temporariamente, o curso da prescrição. Uma vez desaparecida a causa de impedimento ou da suspensão, a prescrição retoma seu curso normal, computado o 
tempo anteriormente decorrido, se este existiu. 
Nos casos de impedimento, mantém -se o prazo prescricional ı́ntegro, pelo tempo de duração do impedimento, para que seu curso somente tenha inı́cio com o término da causa 
impeditiva. Nos casos de suspensão, nos quais a causa é superveniente ao inı́cio do decurso do prazo prescricional, uma vez desaparecida esta, o prazo prescricional retoma seu 
curso normal, computando-se o tempo veriϐicado antes da prescrição. 
O estatuto civil não faz distinção entre impedimento e suspensão, que é feita pela doutrina. Ou preexiste ao vencimento da obrigação o obstáculo ao inı́cio do curso prescricional, e o 
caso será de impedimento, ou se esse obstáculo surge após o vencimento da obrigação e durante a ϐluência do prazo, ocorrendo nessa hipótese a suspensão da prescrição. 
Certas pessoas, por sua condição ou situação fática, estão impedidas de agir. 
Segundo o art. 197 do Código Civil de 2002, não corre a prescrição entre cônjuges na constância da sociedade conjugal; entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. Estão presentes a conϐiança e a amizade. 
Não corre a prescrição, ainda, contra todos na condição suspensiva, estando o prazo ainda vencido, pendendo evicção, conforme o art.199 do Código Civil de 2002. 
  
INTERRUPÇAǂO 
Em relação à interrupção da prescrição, que se dará apenas uma única vez, de acordo com o art. 202 do Código Civil de 2002, quando houver qualquer comportamento ativo do 
credor, destacando-se que a citação válida interrompe a prescrição, não mais se considerando interrompida a partir da propositura da ação, mas sim retroagindo ao despacho do juiz 
que ordenar a citação. 
Tal modiϐicação acabou com a alegação de prescrição intercorrente quando na demora da citação quando a própria parte não dera causa. Portanto agora, o simples despacho, ou como 
muitos entendem à luz do art. 219, § 1º do Código de Processo Civil, a distribuição protocolar, é suϐiciente para interromper a prescrição. 
Agora, se o juiz demora a despachar a inicial e operara-se a prescrição, não poderá ser alegada, conforme súmula 106 do STJ. A opção do art. 202, parágrafo único, do Código Civil de 
2002, quando possı́vel, será veriϐicada em favor do devedor. 
  
PRESCRIÇAǂO EM FACE DA FAZENDA PUƵBLICA. 
  
A prescrição para cobrança dos créditos ativos da Fazenda Pública, frente ao particular, a que também se submetem quaisquer direitos e ações, inclusive de titularidade de entidades 
paraestatais, tem sido invocada com base no Decreto nº. 20.910, de 6 de janeiro de 1932, verbis, cuja incidência foi estendida para alcançar fundações e outros entes, pelo Decreto-Lei 
nº. 4.597/42: 
"As dı́vidas passivas da União, dos Estados e dos Municı́pios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda Federal, estadual ou municipal , seja qual for sua 
natureza, prescrevem em 5 (cinco) anos, contados da data do ato ou fato do qual se originarem." 
  
Controvertem renomados juristas, a respeito do tema, considerando ora a imprescritibilidade dessas ações, com fundamento no artigo 37, § 5º., da Constituição Federal de 1998, ora 
admitindo a regra geral do artigo 177, Código Civil Brasileiro, dispondo sobre prescrição vintenária para ações pessoais e decenal para as ações reais, ora, invocando o princı́pio da 
isonomia, considerando a prescrição qüinqüenal das dı́vidas passivas da Fazenda Pública exigı́vel contra esta. 
  
PRESCRIÇAǂO NO COƵDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
  
Os prazos prescricionais referem -se à pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista no mesmo CDC.  
  
Esclarece Arruda Alvim (Código Do Consumidor Comentado; 2. ED. rev. e ampl.; Revista dos Tribunais; 1995): "O objeto da reclamação é substancialmente diferente do pedido de 
reparação de danos." A reclamação é exclusiva do vı́cio, a reparação se prende as perdas e danos, fato do produto ou do serviço.  
  
Fato do produto é todo e qualquer dano, podendo este ser oriundo de um vı́cio, que, por sua vez traz em si, intrı́nseco, uma potencialidade para produzir dano. Assim, caso o vı́cio 
não cause dano, correrá para o consumidor o prazo decadencial, para que proceda a reclamação, vindo a causar dano (hipóteses do art. 12), deve se ter em mente o prazo qüinqüenal, 
sempre que se quiser pleitear indenização. 
  
A posição de alguns doutrinadores estudados é no sentido de que se o consumidor tiver sido prejudicado, poderá haver perdas e danos (além da reclamação pelo vı́cio) e estas, 
apesar de originadas no próprio vı́cio do produto ou do serviço, não necessitam integrar a reclamação, ϐicando sujeitas o prazo prescricional ϐixado, em lei para estas, pois se 
constituem as perdas e os danos, em sentido lato, o fato do produto ou serviço, abrangendo o que o consumidor perdeu e o que deixou de ganhar em razão do vı́cio 
  
Arruda Alvim (Código Do Consumidor Comentado; 2. ED. rev. e ampl.; Revista dos Tribunais; 1995) esclarece, no entanto, que: não há diferença entre os danos advindos de vı́cio do 
produto e o fato do produto. A interpretação diversa, ainda segundo ele, levaria a entender que a indenização pelo vı́cio, restaria à margem das leis de consumo, e que sua prescrição 
se regeria pelo direito comum (15 dias CC, 10 dias Ccom havendo rescisão, ou 20 por ação pessoal, no caso de não se dar a rescisão contratual). Continua: "O vı́cio do produto ou do 
serviço e sua sanação recebe um tratamento jurı́dico que não é dispensado ao dano; este importa em fato do produto ou do serviço. Nada obsta a que um produto ou serviço seja 
viciado e que, este vı́cio ocasione prejuı́zo, devendo este ser considerado como fato."  
  
Entendemos a propósito dessa discussão que fazer esta distinção entre fato do produto ou serviço e dano decorrente do vı́cio é supérϐlua até mesmo para negá-la. Qualquer perda ou 
dano implica em fato do produto ou do serviço, que vem a ser precisamente o dano resultante do vı́cio. 
  
William Santos Ferreira (Prescrição e Decadência no Código de Defesa do Consumidor, Revista de Direito do Consumidor, n 10, p 77 a 96, abril/junho, 1994), faz observação 
relevante ao observar que quando falamos do direito à incolumidade fı́sica-psı́quica do consumidor falamos de direito não sujeito à decadência. Temos então que a prescrição tem 
inı́cio com o nascimento da pretensão. Da lesão ou violação de um direito faz nascer a ação. Ora, o direito a vida, segurança, saúde nunca deixaram de existir, ao haver o dano, este 
implica em direito resistido, enseja ação e enseja também a prescrição decorrente. 
  
Termo Inicial 
  
A partir do momento do conhecimento do dano ou de sua autoria. Isto é, a partir do momento em que se conheça o dano e possa -se relacioná -lo com o defeito do produto ou do 
serviço. Conhecimento dos efeitos do dano, não é conhecimento do dano, necessário que o consumidor tenha consciência de que aquilo que observa é, de fato, um dano, já que tal 
ilação pode não ser imediata em todos os casos. 
  
Quanto à identiϐicação do autor, o comerciante é responsável subsidiário. Inexistindo informação sobre fabricante, construtor, produtor ou importador, bem como quando o fato se 
deve exclusivamente ao comerciante. será diretamente responsável nos casos previstos no art. 13. Nada impede que o consumidor descobrindo demais fornecedores, venha ajuizar 
ação já que só a contar deste conhecimento individualizado terá inı́cio o prazo prescricional. Poderá o consumidor demandar um ou mais dentre os responsáveis (solidariedade 
legal). A propositura de ação contra um não libera os demais. Liberação que só ocorre se houver o pagamento integral. 
  
No ajuizamento de ações coletivas: a citação válida interrompe a prescrição, que correrá novamente apenas da intimação da sentença condenatória, esta interrupção aproveita ao 
consumidor individualmente no ajuizamento da ação singular. 
  
. Causas Impeditivas, Suspensivas e Interruptivas 
  
O parágrafo único prevendo interrupção foi vetado. Regerá portanto a matéria a disciplina do art. 172 e ss. do Código Civil, fonte subsidiária do Direito do Consumidor. 
  
Nome do livro: Curso de Direito Civil vol.1 Parte Geral - ISBN - EAN-13: 9788530927929 
Nome do autor: NADER, Paulo 
Editora: Forense 
Ano: 2009. 
Edição: 6a 
Nome do capítulo: Prescrição e Decadência 
N. de páginas do capítulo : 19 
Aplicação Prática Teórica 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reϐlexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado 
enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos casos 
concretos, a saber: 
  
Caso concreto (1): 
  
Em julho de 2000, o veículo de João estava estacionado corretamente na margem direita de uma tranqüila rua de sua cidade, quando foi abalroado por um caminhão em alta 
velocidade e cujo motorista estava alcoolizado. Na época, estava em vigência o Código Civil de 1916, que estipulava um prazo prescricional de vinte (20) anos para pleitear 
talindenização (art. 177 do CC/1916). 
O atual Código Civil – que entrou em vigência em janeiro de 2003 – diminuiu tal prazo para três (3) anos (art. 206 § 3.°, V).  
Levando-se em conta que João ainda não intentou a competente ação, pergunta-se: 
Em que ano estará consumada a prescrição da pretensão de João para cobrar tal dívida? Justifique.  
  
Caso concreto (2) 
Roberto completará dezoito anos em maio de 2006. Seu pai foi condenado a pagar-lhe alimentos em fevereiro de 1995, mas nunca pagou nem sequer uma parcela. Roberto 
aciona seu pai em março de 2006, visando a forçar o adimplemento de todas as prestações vencidas. 
Diante disso, poderão ser cobradas todas as parcelas vencidas do seu pai, mesmo tendo em vista o longo tempo transcorrido? Justifique. 
Plano de Aula: DIREITO CIVIL I
DIREITO CIVIL I 
Estácio de Sá Página 2 / 3
Título 
DIREITO CIVIL I 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
13 
Tema 
PRESCRIÇÃO 
Objetivos 
·         Conceituar, distinguir  e analisar os elementos da prescrição.  
·         Reconhecer as caracterı́sticas, espécies, causas e efeitos da prescrição nos negócios jurı́dicos. 
·         Compreender as caracterı́sticas relacionadas  ao instituto da prescrição no atual Código Civil. 
·         Elencar os prazos de prescrição. 
·         Diferenciar a prescrição em face da Fazenda Pública. 
l       Elencar as divergências de tratamento da prescrição no Código de Defesa do Consumidor 
Estrutura do Conteúdo 
1. PRESCRIÇAǂO  
Distinção e conceito. Teorias 
Prescrição: conceito, elementos, fundamento e espécies 
Regras gerais 
Impedimento, suspensão e interrupção da prescrição  
Prazos de prescrição. 
Prescrição em face da Fazenda Pública. 
Prescrição no Código de Defesa do Consumidor 
  
  
A EXTINÇÃO DOS DIREITOS . 
Os direitos extinguem - se quando ocorrer: 
·         Perecimento do objeto sobre o qual recaem, se ele perder suas qualidades essenciais ou valor econômico; se se confundir com outro modo que não possa distinguir 
(confusão, mistura de lı́quidos) se cair em local onde não se pode mais ser retirado (anel no mar); 
l Alienação, que é o ato de transferir o objeto de um patrimônio a outro, havendo perda do direito para o antigo titular; 
l Renúncia, que é o ato jurı́dico pelo qual o titular de um direito se despoja, sem transferi -lo a quem quer que seja; 
l Abandono, que é a intenção do titular de se desfazer da coisa, porque não quer mais continuar sendo dono; 
l Falecimento do titular, sendo o direito personalı́ssimo e por isso intransferı́vel; 
l Abolição de uma instituição jurı́dica, como aconteceu com a escravidão; 
l Confusão, se uma só pessoa se reúnem as qualidades de credor e de devedor; 
l Implemento de condição resolutiva; 
l Prescrição; 
l Decadência. 
  
PRESCRIÇAǂO 
  
CONCEITOS 
  
A doutrina aponta a origem do termo prescrição na palavra latina praescriptio, derivação do verbo praescribere, que signiϐica "escrever antes", na lição de Maria Helena Diniz (2002, 
v.1:335), remontando às ações temporárias do direito romano. 
Segundo Sı́lvio Venosa (2003, v. 1:615), para Clóvis Bevilácqua a "Prescrição é a perda da ação atribuı́da a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em conseqüência do não -
uso delas, durante um determinado espaço de tempo." 
Já Pontes de Miranda leciona, de acordo com Maria Helena Diniz (2002, v. 1:336), ser a prescrição "... a exceção, que alguém tem, contra o que não exerceu, durante certo tempo, que 
alguma regra jurı́dica ϐixa, a sua pretensão ou ação." 
Consoante Caio Mário (1997, v. 1:435), a prescrição é o modo pelo qual se extingue um direito (não apenas a ação) pela inércia do titular durante certo lapso de tempo. 
Pelas deϐinições, já se inicia a polêmica em torno do tema. Para uns a prescrição extingue a ação, enquanto que outros, direito de ação. A ambos opõe-se o atributo jurı́dico adotado 
hodiernamente em relação à ação, como sendo um direito subjetivo público e abstrato, o que implica a não extinção da ação, tampouco do seu exercı́cio, pois, quando atendidas as 
condições da ação, o exercı́cio do direito de ação, correspondente à obtenção de uma prestação jurisdicional, é sempre possı́vel, muito embora possa ser favorável ou contrária ao 
autor. 
Um marco na doutrina brasileira em relação ao tema foi a contribuição de Agnelo Amorim Filho que, em meados de 1960, publicou um artigo na Revista dos Tribunais intitulado 
Critério Cientı́ϐico para distinguir a prescrição da decadência (RT 300/8). 
Na nova concepção, a prescrição extingue a pretensão, que é a exigência de subordinação de um interesse alheio ao interesse próprio. De acordo com o art.189 do Código Civil de 
2002, o direito material violado dá origem à pretensão, que é deduzida em juı́zo por meio da ação. Extinta a pretensão, não há ação. Portanto, a prescrição extingue a pretensão, 
extinguindo também e indiretamente a ação(1) . 
Neste trabalho, ele toma por base a classiϐicação dos direitos desenvolvida por Chiovenda em: direitos sujeitos a uma obrigação, previstos no Código Alemão sob a denominação de 
pretensão, e direitos potestativos, em que o agente pode inϐluir na esfera de interesses de terceiro, independentemente da vontade deste, p. ex., para anular um negócio jurı́dico. Os 
primeiros são defendidos por meio de ação condenatória, pois a parte contrária deverá se sujeitar a cumprir uma obrigação; os segundos são protegidos por ação constitutiva, por 
meio da qual haverá a modiϐicação, formação ou extinção de estado jurı́dico, independentemente da vontade da parte contrária. 
A partir disso, conclui que: 
a) As ações condenatórias, correspondentes às pretensões, possuem prazos prescricionais(2) ; 
b) As ações constitutivas, correspondentes aos direitos potestativos, possuem prazos decadenciais; 
c) As ações meramente declaratórias, que só visam obter certeza jurı́dica, não estão sujeitas nem à decadência nem à prescrição, em princı́pio, sendo perpétuas, mas sujeitas a prazos 
decadenciais quando estes são previstos em lei. 
São imprescritı́veis as ações constitutivas que não têm prazo especial ϐixado em lei, assim como as ações meramente declaratórias. 
Tais conclusões estão de acordo com a melhor doutrina estrangeira, e vêm sendo acatadas por grande parte de nossos autores civilistas mais recentes. Também importantes 
legislações brasileiras elaboradas nos últimos anos adotam o raciocı́nio desenvolvido por Agnelo, entre eles o novo Código Civil. O Código de Defesa do Consumidor, elaborado em 
1990, também foi uma das mais importantes leis que seguiram essas teorias, no tocante ao assunto da prescrição e da decadência. 
  
ESPEƵCIES 
  
1. EXTINTIVA 
Como o próprio nome indica, faz desaparecer direitos. 
EƵ a prescrição propriamente dita, tratada no novo Código Civil, na parte geral, aplicada a todos os direitos. 
  
2. INTERCORRENTE 
EƵ a prescrição extintiva que ocorre no decurso do processo, ou seja, já tendo o autor provocado a tutela jurisdicional por meio da ação. Obviamente, se autor utiliza a ação para fugir à 
prescrição e, já sendo processada essa ação, o processo ϐicar paralisado, sem justa causa, pelo tempo prescricional, caracterizada está a desı́dia do autor, a justiϐicar a incidência da 
prescrição. 
  
3. AQUISITIVA 
Corresponde ao usucapião, previsto no novo Código Civil, na parte relativa ao direito das coisas, mais precisamente no tocante aos modos originários de aquisição do direito de 
propriedade. Está prevista também nos arts. 183 e 191 da Constituição Federal de 1988, continuando restrita a direitos reais. 
Nessa espécie, além do tempo e da inércia ou desinteresse do dono anterior, é necessária a posse do novo dono. 
  
4. ORDINAƵRIA 
Aquela cujo prazo é genericamente previsto em lei. 
No Código Civil de 1916, a prescrição ordinária eradisciplinada no art. 177, já no Código Civil de 2002 o prazo genérico encontra -se previsto no art. 205, que conϐirmou a tendência 
de diminuição do prazo prescricional (de 20, 15 ou 10 anos para 10 anos), além de acabar com o tratamento diferenciado entre ações pessoais e ações reais. 
  
5. ESPECIAL 
Os prazos prescricionais são pontualmente previstos. 
No Código Civil de 1916, a prescrição especial era tratada pelo art. 178, que muito embora se referisse expressamente à prescrição, continha alguns casos de decadência. Por sua vez 
o Código Civil de 2002 disciplina a prescrição especial no art. 206, merecendo destaque o prazo prescricional de três anos (§ 3°) relativo à pretensão de ressarcimento de 
enriquecimento sem causa (inciso IV) e à pretensão de reparação civil (inciso V). 
  
ALEGAÇAǂO DA PRESCRIÇAǂO 
A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte a quem aproveita, conforme dispõe o art. 193 do Código Civil de 2002. Logo, poderá ser argüida em qualquer 
fase, na segunda ou primeira instância, mesmo que não levantada na contestação. Porém, se não alegar de imediato, ao réu não caberá honorários advocatı́cios em seu favor, ex vi art. 
22 do Código de Processo Civil. 
A regra geral comporta exceções. Na fase de liquidação da sentença é inadmissı́vel a alegação de prescrição, que deve ser objeto de deliberação se argüida na fase cognitiva do 
processo. A prevista no art. 741, inciso VI, do Código de Processo Civil, que pode ser alegada mesmo na fase de execução, é a prescrição superveniente à sentença. Tampouco é 
admissı́vel a alegação em sede de recurso especial ou extraordinário, ou em ação rescisória, se não foi suscitada na instância ordinária por total falta de prequestionamento. 
A prescrição só poderá era argüida pelas partes, exceto se for reconhecida no interesse de absolutamente incapazes(3) , quando poderá fazê - lo o juiz, de ofı́cio. O ministério público, 
em nome do incapaz ou dos interesses que tutela, e o curador da lide, em favor do curatelado, ou o curador especial, também poderão invocar a prescrição. Entretanto o ministério 
público não poderá argüi -la, em se tratando de interesse patrimonial, quando atuar como fiscal da lei(4) . 
  
IMPEDIMENTO, SUSPENSAǂO E INTERRUPÇAǂO 
As causas que impedem ou suspendem estão elecandas nos arts. 197 a 201 e as que interrompem nos arts. 202 a 204, todos do Código Civil de 2002. E aplicam -se tanto à prescrição 
extintiva, quanto à aquisitiva. 
Discute -se se estes prazos são taxativos ou enunciativos. A maioria entende serem enunciativos, pois a força maior, o caso fortuito e a negligência judicial não podem interferir 
prejudicando o direito de outrem, tais como o preso por inundação que não propõe a ação a contento, a desı́dia do escrivão. 
  
IMPEDIMENTO E SUSPENSAǂO 
Ambos fazem cessar, temporariamente, o curso da prescrição. Uma vez desaparecida a causa de impedimento ou da suspensão, a prescrição retoma seu curso normal, computado o 
tempo anteriormente decorrido, se este existiu. 
Nos casos de impedimento, mantém -se o prazo prescricional ı́ntegro, pelo tempo de duração do impedimento, para que seu curso somente tenha inı́cio com o término da causa 
impeditiva. Nos casos de suspensão, nos quais a causa é superveniente ao inı́cio do decurso do prazo prescricional, uma vez desaparecida esta, o prazo prescricional retoma seu 
curso normal, computando-se o tempo veriϐicado antes da prescrição. 
O estatuto civil não faz distinção entre impedimento e suspensão, que é feita pela doutrina. Ou preexiste ao vencimento da obrigação o obstáculo ao inı́cio do curso prescricional, e o 
caso será de impedimento, ou se esse obstáculo surge após o vencimento da obrigação e durante a ϐluência do prazo, ocorrendo nessa hipótese a suspensão da prescrição. 
Certas pessoas, por sua condição ou situação fática, estão impedidas de agir. 
Segundo o art. 197 do Código Civil de 2002, não corre a prescrição entre cônjuges na constância da sociedade conjugal; entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. Estão presentes a conϐiança e a amizade. 
Não corre a prescrição, ainda, contra todos na condição suspensiva, estando o prazo ainda vencido, pendendo evicção, conforme o art. 199 do Código Civil de 2002. 
  
INTERRUPÇAǂO 
Em relação à interrupção da prescrição, que se dará apenas uma única vez, de acordo com o art. 202 do Código Civil de 2002, quando houver qualquer comportamento ativo do 
credor, destacando-se que a citação válida interrompe a prescrição, não mais se considerando interrompida a partir da propositura da ação, mas sim retroagindo ao despacho do juiz 
que ordenar a citação. 
Tal modiϐicação acabou com a alegação de prescrição intercorrente quando na demora da citação quando a própria parte não dera causa. Portanto agora, o simples despacho, ou como 
muitos entendem à luz do art. 219, § 1º do Código de Processo Civil, a distribuição protocolar, é suϐiciente para interromper a prescrição. 
Agora, se o juiz demora a despachar a inicial e operara-se a prescrição, não poderá ser alegada, conforme súmula 106 do STJ. A opção do art. 202, parágrafo único, do Código Civil de 
2002, quando possı́vel, será veriϐicada em favor do devedor. 
  
PRESCRIÇAǂO EM FACE DA FAZENDA PUƵBLICA. 
  
A prescrição para cobrança dos créditos ativos da Fazenda Pública, frente ao particular, a que também se submetem quaisquer direitos e ações, inclusive de titularidade de entidades 
paraestatais, tem sido invocada com base no Decreto nº. 20.910, de 6 de janeiro de 1932, verbis, cuja incidência foi estendida para alcançar fundações e outros entes, pelo Decreto-Lei 
nº. 4.597/42: 
"As dı́vidas passivas da União, dos Estados e dos Municı́pios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda Federal, estadual ou municipal , seja qual for sua 
natureza, prescrevem em 5 (cinco) anos, contados da data do ato ou fato do qual se originarem." 
  
Controvertem renomados juristas, a respeito do tema, considerando ora a imprescritibilidade dessas ações, com fundamento no artigo 37, § 5º., da Constituição Federal de 1998, ora 
admitindo a regra geral do artigo 177, Código Civil Brasileiro, dispondo sobre prescrição vintenária para ações pessoais e decenal para as ações reais, ora, invocando o princı́pio da 
isonomia, considerando a prescrição qüinqüenal das dı́vidas passivas da Fazenda Pública exigı́vel contra esta. 
  
PRESCRIÇAǂO NO COƵDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
  
Os prazos prescricionais referem -se à pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista no mesmo CDC.  
  
Esclarece Arruda Alvim (Código Do Consumidor Comentado; 2. ED. rev. e ampl.; Revista dos Tribunais; 1995): "O objeto da reclamação é substancialmente diferente do pedido de 
reparação de danos." A reclamação é exclusiva do vı́cio, a reparação se prende as perdas e danos, fato do produto ou do serviço.  
  
Fato do produto é todo e qualquer dano, podendo este ser oriundo de um vı́cio, que, por sua vez traz em si, intrı́nseco, uma potencialidade para produzir dano. Assim, caso o vı́cio 
não cause dano, correrá para o consumidor o prazo decadencial, para que proceda a reclamação, vindo a causar dano (hipóteses do art. 12), deve se ter em mente o prazo qüinqüenal, 
sempre que se quiser pleitear indenização. 
  
A posição de alguns doutrinadores estudados é no sentido de que se o consumidor tiver sido prejudicado, poderá haver perdas e danos (além da reclamação pelo vı́cio) e estas, 
apesar de originadas no próprio vı́cio do produto ou do serviço, não necessitam integrar a reclamação, ϐicando sujeitas o prazo prescricional ϐixado, em lei para estas, pois se 
constituem as perdas e os danos, em sentido lato, o fato do produto ou serviço,abrangendo o que o consumidor perdeu e o que deixou de ganhar em razão do vı́cio 
  
Arruda Alvim (Código Do Consumidor Comentado; 2. ED. rev. e ampl.; Revista dos Tribunais; 1995) esclarece, no entanto, que: não há diferença entre os danos advindos de vı́cio do 
produto e o fato do produto. A interpretação diversa, ainda segundo ele, levaria a entender que a indenização pelo vı́cio, restaria à margem das leis de consumo, e que sua prescrição 
se regeria pelo direito comum (15 dias CC, 10 dias Ccom havendo rescisão, ou 20 por ação pessoal, no caso de não se dar a rescisão contratual). Continua: "O vı́cio do produto ou do 
serviço e sua sanação recebe um tratamento jurı́dico que não é dispensado ao dano; este importa em fato do produto ou do serviço. Nada obsta a que um produto ou serviço seja 
viciado e que, este vı́cio ocasione prejuı́zo, devendo este ser considerado como fato."  
  
Entendemos a propósito dessa discussão que fazer esta distinção entre fato do produto ou serviço e dano decorrente do vı́cio é supérϐlua até mesmo para negá-la. Qualquer perda ou 
dano implica em fato do produto ou do serviço, que vem a ser precisamente o dano resultante do vı́cio. 
  
William Santos Ferreira (Prescrição e Decadência no Código de Defesa do Consumidor, Revista de Direito do Consumidor, n 10, p 77 a 96, abril/junho, 1994), faz observação 
relevante ao observar que quando falamos do direito à incolumidade fı́sica-psı́quica do consumidor falamos de direito não sujeito à decadência. Temos então que a prescrição tem 
inı́cio com o nascimento da pretensão. Da lesão ou violação de um direito faz nascer a ação. Ora, o direito a vida, segurança, saúde nunca deixaram de existir, ao haver o dano, este 
implica em direito resistido, enseja ação e enseja também a prescrição decorrente. 
  
Termo Inicial 
  
A partir do momento do conhecimento do dano ou de sua autoria. Isto é, a partir do momento em que se conheça o dano e possa -se relacioná -lo com o defeito do produto ou do 
serviço. Conhecimento dos efeitos do dano, não é conhecimento do dano, necessário que o consumidor tenha consciência de que aquilo que observa é, de fato, um dano, já que tal 
ilação pode não ser imediata em todos os casos. 
  
Quanto à identiϐicação do autor, o comerciante é responsável subsidiário. Inexistindo informação sobre fabricante, construtor, produtor ou importador, bem como quando o fato se 
deve exclusivamente ao comerciante. será diretamente responsável nos casos previstos no art. 13. Nada impede que o consumidor descobrindo demais fornecedores, venha ajuizar 
ação já que só a contar deste conhecimento individualizado terá inı́cio o prazo prescricional. Poderá o consumidor demandar um ou mais dentre os responsáveis (solidariedade 
legal). A propositura de ação contra um não libera os demais. Liberação que só ocorre se houver o pagamento integral. 
  
No ajuizamento de ações coletivas: a citação válida interrompe a prescrição, que correrá novamente apenas da intimação da sentença condenatória, esta interrupção aproveita ao 
consumidor individualmente no ajuizamento da ação singular. 
  
. Causas Impeditivas, Suspensivas e Interruptivas 
  
O parágrafo único prevendo interrupção foi vetado. Regerá portanto a matéria a disciplina do art. 172 e ss. do Código Civil, fonte subsidiária do Direito do Consumidor. 
  
Nome do livro: Curso de Direito Civil vol.1 Parte Geral - ISBN - EAN-13: 9788530927929 
Nome do autor: NADER, Paulo 
Editora: Forense 
Ano: 2009. 
Edição: 6a 
Nome do capítulo: Prescrição e Decadência 
N. de páginas do capítulo : 19 
Aplicação Prática Teórica 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reϐlexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado 
enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos casos 
concretos, a saber: 
  
Caso concreto (1): 
  
Em julho de 2000, o veículo de João estava estacionado corretamente na margem direita de uma tranqüila rua de sua cidade, quando foi abalroado por um caminhão em alta 
velocidade e cujo motorista estava alcoolizado. Na época, estava em vigência o Código Civil de 1916, que estipulava um prazo prescricional de vinte (20) anos para pleitear 
tal indenização (art. 177 do CC/1916). 
O atual Código Civil – que entrou em vigência em janeiro de 2003 – diminuiu tal prazo para três (3) anos (art. 206 § 3.°, V).  
Levando-se em conta que João ainda não intentou a competente ação, pergunta-se: 
Em que ano estará consumada a prescrição da pretensão de João para cobrar tal dívida? Justifique.  
  
Caso concreto (2) 
Roberto completará dezoito anos em maio de 2006. Seu pai foi condenado a pagar-lhe alimentos em fevereiro de 1995, mas nunca pagou nem sequer uma parcela. Roberto 
aciona seu pai em março de 2006, visando a forçar o adimplemento de todas as prestações vencidas. 
Diante disso, poderão ser cobradas todas as parcelas vencidas do seu pai, mesmo tendo em vista o longo tempo transcorrido? Justifique. 
Plano de Aula: DIREITO CIVIL I
DIREITO CIVIL I 
Estácio de Sá Página 3 / 3

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