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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA 
CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES 
Disciplina: Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho; 1° Semestre; 4° Ano; Laboral. 
ACIDENTES DE TRABALHOS: ESTUDO DE CASO 
 
Discentes: 
Carmen Juga 
Cleide Mussane 
Dinamárcia Henriques 
Shelton Cossa 
 
 
 
Docente: 
Msc. Reginaldo Sitoe 
 
 
 
 
Maputo, Junho de 2024 
 
 
 
Índice 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 
1.1. Objectivo Geral ........................................................................................................... 1 
1.2. Objectivos Específicos ................................................................................................ 1 
2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 2 
2.1. Acidente ...................................................................................................................... 2 
2.2. Acidente de Trabalho .................................................................................................. 2 
2.3. Abordagens de análises de acidentes .......................................................................... 3 
2.3.1. Abordagem Tradicional ....................................................................................... 3 
2.3.2. Abordagem Contemporânea ................................................................................ 3 
2.4. Principais Tipos de Acidentes ..................................................................................... 4 
2.5. Causas.......................................................................................................................... 5 
2.5.1. Factores causais de acidentes de trabalho ............................................................ 5 
2.6. Consequências ............................................................................................................. 6 
2.7. Medidas para a prevenção de acidente no trabalho ..................................................... 8 
2.8. Análise ergonómica do trabalho .................................................................................. 9 
3. METODOLOGIA ............................................................................................................. 10 
3.1. Tipos de Pesquisa ...................................................................................................... 10 
3.1.1. Pesquisa Exploratória......................................................................................... 10 
3.1.2. Estudo de Caso ................................................................................................... 10 
4. Descrição do Caso ............................................................................................................ 11 
5. Enquadramento Legal ....................................................................................................... 12 
6. Plano de intervenção ......................................................................................................... 14 
7. Conclusão ......................................................................................................................... 15 
8. Referências bibliográficas ................................................................................................ 16 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
Todos os acidentes de trabalho, sem excepção, constituem um problema a nível nacional e 
mundial, com consequências económicas e sociais graves. Os acidentes laborais, até os mais 
simples, acarretam custos para os países, para as organizações, para as famílias e têm 
consequências graves para a saúde e bem-estar da população em geral. 
O presente trabalho surge no âmbito da disciplina de Ergonomia e Qualidade e Vida no 
Trabalho, que constitui uma unidade curricular do Curso de Licenciatura em Psicologia das 
Organizações, leccionada pela Faculdade de Educação, da Universidade Eduardo Mondlane, 
e tem por escopo abordar os acidentes de trabalho, tendo como base um estudo efetuado na 
Joyo Alumínio e Vidro de Maputo. 
Para realização deste trabalho definiu-se como objectivos: 
1.1.Objectivo Geral: 
Analisar os impactos dos acidentes de trabalho no ambiente de trabalho. 
1.2.Objectivos Específicos: 
 Explicar os acidentes de trabalho com base na revisão de literatura; 
 Fazer o enquadramento legal; 
 Descrever o caso e propor um plano de intervenção. 
A estrutura deste trabalho encontra-se dividida em cinco partes. Na primeira parte é feita uma 
revisão da literatura apresentando alguns temas relevantes para o desenvolvimento do tema. 
Na segunda parte caracteriza-se a estratégia metodológica escolhida. Na terceira parte faz-se 
a caracterização da organização onde o estudo foi efetuado. Na quarta parte faz-se o 
enquadramento legal com a Lei de Trabalho, e na quinta parte faz-se a apresentação do plano 
de intervenção, ou seja, das medidas de melhoria/preventivas. 
 
 
2 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
Este ponto é dedicado à reflexão sobre alguns conceitos e perspectivas relacionados sobre as 
dimensões em estudo, inerentes a esta investigação. 
2.1.Acidente 
O termo “acidente” deriva do latim accidens, particípio de accidere, “ocorrer, acontecer, cair 
sobre”, de ad-, “a”, mais cadere, “cair”. O sentido mudou do inicial “evento, algo que 
acontece” para “algo que acontece por acaso” e depois para “acontecimento infortunado”. 
Acidente significa qualquer evento não planeado e inesperado que pode (ou não) causar 
morte, lesão, dano ou perda (Filhos e Soares, 2015). 
2.2.Acidente de Trabalho 
O acidente pode ser definido por “todas as ocorrências não programadas, estranhas ao 
andamento normal do trabalho, das quais poderão resultar danos físicos e/ou funcionais ou 
morte ao trabalhador e danos materiais e económicos à empresa”. 
O acidente de trabalho é um evento que ocorre de forma repentina e que pode ter na sua 
origem “factores sincrónicos e diacrónicos” (Areosa and Dwyer, 2010, p. 1, citados por 
Bacalhau, 2020), mas para ser considerado em consequência da actividade laboral, deve ter 
relação com o trabalho, deve ocorrer “no local e tempo de trabalho” e provocar um impacto 
físico-funcional (Freitas, 2011, p. 119, citado por Bacalhau, 2020). 
Para Heinrich (1932) citado por Filho e Soares (2015), o acidente é o resultado de uma 
sequência linear de eventos que podem ser comparados com cinco pedras enfileiradas de um 
jogo de dominós em pé. Essas pedras podem ser assim denominadas: 
a) Ambiente social (questões relacionadas à personalidade do trabalhador); 
b) Causa pessoal (falha humana durante a realização do trabalho); 
c) Acto inseguro – condição insegura (causa mecânica); 
d) Acidente e; 
e) Lesão. 
 
 
3 
 
2.3.Abordagens de análises de acidentes 
2.3.1. Abordagem Tradicional 
Na chamada abordagem ou paradigma tradicional (Cattino, 2002; Llory, 1999; Dwyer, 2000) 
o acidente é considerado culpa do trabalhador, evento simples, uni causal, produto do azar ou 
do acaso, fatalidade, evento negativo, produto do erro humano decorrente do desrespeito às 
normas ou de decisões conscientes dos operadores. Sob as considerações desse paradigma, há 
a dicotomia ato inseguro - ato seguro. A preocupação é identificar e punir os culpados pelo 
ocorrido para que não cometam novamente o referido ato. 
Uma das principais limitações da abordagem tradicional sobre os acidentes de trabalho é a 
sua consideração sobre a exposição do ser humano apenas a perigos concretos e visíveis que 
causam danos ao corpo (Garrigou, 2007) como os acidentes com cortes, quedas, torções nos 
pés, pancadas na cabeça, etc. São ignorados os riscos não visíveis como a sobrecarga gerada 
pelo tratamento de informações, excesso de responsabilidades, ritmo intensode trabalho, 
formas de supervisão, remuneração inadequada, horas extras abusivas dentre outras. 
 
2.3.2. Abordagem Contemporânea 
Já a visão contemporânea dos acidentes tira o foco do trabalhador enquanto culpado pelo 
acidente e engloba o sistema no qual ele está inserido. A partir dessa visão sistémica, é 
considerado que, em um processo produtivo, há variação humana e também na produção 
requerendo regulações constantes por parte do trabalhador. O trabalho é visto como um 
conjunto de aspectos materiais, organizacionais e subjectivos. Nesse contexto, o trabalhador 
está sempre fazendo prevenção a partir de modificações em seus comportamentos 
quotidianos para enfrentar os desafios das situações laborais (Gonçalves, 2006). 
Nessa perspectiva, a compreensão dos acidentes tem a ver com o entendimento dos motivos 
pelos quais os eventos causadores do acidente não foram detectados e evitados não apenas 
pelo trabalhador, mas pelos demais profissionais envolvidos no projecto da situação de 
trabalho na qual ele está envolvido. O acidente deixa de ser considerado apenas como erro 
humano, isto é, centrado nas demandas cognitivas, perceptuais e fisiológicas dos 
trabalhadores para ser considerado um evento inserido em um sistema (processo produtivo). 
Nessa visão, o erro humano não é considerado falta de atenção, de interesse, desmotivação e 
negligência do trabalhador. Busca-se entender o comportamento dele e o sentido de suas 
4 
 
acções no momento do acidente. Possivelmente, a partir dessa nova visão, seja possível 
pensar e actuar na prevenção de acidentes, enquanto, na visão tradicional, busca-se apenas 
identificar o culpado para puni-lo. 
 
2.4.Principais Tipos de Acidentes 
Segundo o Ministério do Trabalho (2013) os acidentes de trabalhos são divididos duas 
categorias: os Acidentes de Trabalho Típicos (ATTs) e os Acidentes de Trabalho Atípicos 
(ATAs) ou por Equiparação (ATE). 
Para melhor entendimento e simplificação desse estudo, os acidentes de trabalho serão 
divididos em: típico, atípico, acidente de trajecto e doenças ocupacionais. 
Acidente Típico: é aquele que ocorre no local de trabalho e durante o expediente, 
considerado como um acontecimento súbito, violento e ocasional, e provocando no 
trabalhador uma incapacidade para a prestação de serviço (Ferreira; Peixoto, 2012, p. 33, 
citado por Gonçalves, 2006). 
Acidentes Atípicos: são aqueles que, na realidade não decorre de um acidente propriamente 
dito, porém tem origem no exercício laboral e, por ter como consequência a incapacidade 
laborativa, a lei considera-os nessa categoria. 
Doenças Ocupacionais: abrangem qualquer condição de saúde que é causada ou agravada 
pelo ambiente de trabalho. Isso inclui uma ampla gama de doenças que podem afectar 
trabalhadores em diversos sectores. São doenças causadas pelas condições do ambiente de 
trabalho. 
Doenças Profissionais: por outro lado, são doenças directamente relacionadas a uma 
actividade ou profissão específica. Elas são frequentemente listadas em tabelas oficiais e 
reconhecidas legalmente como resultantes de determinadas actividades laborais. 
Acidente de trajecto: é o acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o 
local de trabalho ou vice-versa, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de 
propriedade do empregado. Deixa de caracterizar-se como “acidente de trajecto” quando o 
empregado tenha, por interesse próprio, interrompido ou alterado o percurso normal 
(Ferreira; Peixoto, 2012, p. 34, citado por Gonçalves, 2006). 
5 
 
 
2.5.Causas 
Segundo Gonçalves (2006), os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais podem ser 
provenientes de vários factores, tais como: movimentos repetitivos, carga excessiva, pressão 
por parte da empresa para o atendimento de metas e situações de estresse elevado e contínuo. 
Os acidentes de trabalho são multicausais, ou seja, há vários factores que podem contribuir ao 
mesmo tempo para que ocorram. 
Considerando que os acidentes geralmente são causados por vários motivos, Ayres e Corrêa 
(2001) afirmam que as principais causas de acidentes de trabalho são: falta de 
conscientização dos empresários e trabalhadores para a importância da prevenção dos perigos 
no trabalho que possam levar a um acidente; jornadas de trabalho longas; profissionais com 
formação imprópria; longos períodos de transporte incómodo e exaustivo – no caso de 
grandes cidades; prestação de serviço insalubre em jornadas de trabalho destinadas às 
actividades normais; trabalhadores sem o devido registo; trabalhadores com alimentação 
inadequada e não suficiente; alta rotatividade da mão-de-obra e excesso na terceirização de 
serviços. 
2.5.1. Factores causais de acidentes de trabalho 
De acordo com Pereira (2022), os factores causais podem ser classificados em três grupos: 
humanos, materiais e fortuitos. 
 Factores humanos 
Os factores causais humanos são constituídos por aquelas acções ou omissões das pessoas 
que, originando situações de risco, dão lugar à ocorrência de acidentes e respectivas 
consequências. Estes factores, também conhecidos por “falhas humanas”, podem ser 
imputados ao (s) sinistrado (s) ou a terceiros. 
Estes factores são devidos a deficiências (CICCOPN, 2005, citado por Pereira, 2022): 
 Fisiológicas: fadiga, etc.; 
 Psicológicas: imprudência, distração, negligência, fadiga psicológica, etc.; 
 Profissionais: ignorância, inaptidão, inexperiência, etc.; 
 Outras: doenças, alcoolismo, droga, etc. 
 
6 
 
 Factores materiais 
As condições materiais que originam, causam e explicam situações potenciais de risco e de 
perigo, de que resultem acidentes e as respectivas consequências, constituem os factores 
causais materiais e são motivados por anomalias de: máquinas ou ferramentas inadequadas, 
não protegidas, defeituosas; sinalização: inexistente ou desapropriada; arrumação ou 
armazenagem: má arrumação do local de trabalho e/ou acondicionamento defeituoso; higiene 
e salubridade: arejamento insuficiente, má iluminação, ruído excessivo, temperatura, 
humidade, sujidade, poeiras, etc. (CICCOPN, 2005, citado por Pereira, 2022). 
 Factores fortuitos 
Os factores fortuitos devem-se a situações imprevisíveis resultantes de: acções adversas de 
fenómenos atmosféricos incontroláveis, entre outros (CICCOPN, 2005, citado por Pereira, 
2022). Muitas têm sido as bases teóricas para caracterizar as causas de ocorrências dos 
acidentes de trabalho, nomeadamente modelos baseados no comportamento, modelos 
epidemiológicas, modelos sistémicos, modelos centrados em “quase acidentes”, entre outros. 
De um ponto de vista da complexidade, estas análises passaram de uma visão mono casual do 
acidente (de causa única ou de causas em sequência simples) para conceitos de 
multicasualidade e daí para o desenvolvimento em árvore e para a noção de níveis de 
significância. O fato de se considerar que cada efeito tem uma ou mais causas directas que, 
por sua vez, resultam de outras causas de nível de significância superior, permite desenhar as 
técnicas de controlo de riscos como processos de redução/minimização de causas e de 
estabelecimento de barreiras eficazes (Oliveira, 2014, citado por Pereira, 2022). 
 
2.6.Consequências 
Os acidentes de trabalho podem trazer consequências desagradáveis para todas as esferas da 
sociedade, não somente para o indivíduo e para a empresa. Essas consequências vão desde 
problemas financeiros, até problemas psicológicos e sociais. 
Segundo a Previdência Social, em um olhar apenas em nível de indivíduos, os acidentes de 
trabalho podem trazer como consequências a incapacidade temporária, a incapacidade 
permanente ou o óbito para o envolvido (Gonçalves, 2006). 
Cada um desses pode ser caracterizado da seguinte forma: 
7 
 
a) Incapacidade Temporária: compreende os empregados que ficaram temporariamente 
incapacitados para o exercício de sua actividade. Durante os primeiros 15dias 
consecutivos ao afastamento da actividade, caberá à empresa pagar ao empregado o 
seu salário. Após este período, o funcionário deverá ser encaminhado à perícia médica 
da Previdência Social para requerimento do auxílio-doença acidentário; 
b) Incapacidade Permanente: refere-se aos empregados que ficaram permanentemente 
incapacitados para o exercício de suas actividades. A incapacidade permanente pode 
ser de dois tipos: parcial ou total. Entende-se por incapacidade permanente parcial o 
fato do acidentado em exercício laboral, apresentar sequela definitiva que implique 
em uma redução de sua capacidade. A incapacidade permanente total ocorre quando o 
acidentado apresentar incapacidade permanente e total para o exercício de qualquer 
actividade laborativa; e 
c) Óbitos: corresponde aos trabalhadores que faleceram em função do acidente do 
trabalho. 
De acordo com um estudo realizado pela OIT (2012) foi levantado que as principais 
consequências dos acidentes de trabalho são os desgastes físicos e mentais e os altos custos, 
prejudicando pessoas e empresas. Os acidentes resultam nos seguintes gastos e despesas para 
as empresas: assistência médica, indemnizações, tempo perdido pela vítima, diminuição da 
produtividade, atrasos, danos materiais, gastos judiciais com a investigação do acidente, entre 
outras. 
Vieira (2009), com uma visão mais macro, afirma que quando um trabalhador acidentado está 
sem produzir a colectividade fica com mais dependentes, trazendo prejuízos maiores para a 
União e consequentemente para toda a população, pois isto pode trazer como consequências o 
aumento do custo de vida por meio do aumento de taxas, seguros e impostos, além de 
acentuar vários problemas sociais. 
Mesmo que se destaque a parte dos danos e prejuízos materiais que os acidentes de trabalho 
possam causar, o homem deve ser o objectivo principal da prevenção de acidentes de trabalho 
porque ele é o elemento da organização mais valioso, cuja perda não pode ser compensada 
pelo dinheiro e porque depende do ser humano e de seu comportamento o sucesso ou o 
fracasso de qualquer programa de segurança do trabalho (Zocchio, 1996). 
 
8 
 
2.7.Medidas para a prevenção de acidente no trabalho 
O tema prevenção e protecção contra os riscos derivados dos ambientes do trabalho e 
aspectos relacionados à saúde do trabalhador felizmente ganha a cada dia maior visibilidade 
no cenário mundial. 
Para a prevenção, o factor humano é fundamental, pois os trabalhadores em todas as 
dimensões da empresa precisam se sentir como pertencentes a ela, e necessitam desenvolver 
um sentido de segurança, além de sentirem que trabalham em um ambiente seguro e 
saudável. Caso a empresa desenvolva estes tipos de sentimentos nos indivíduos, poderá obter 
a colaboração do trabalhador com maior facilidade e consequentemente diminuir o número de 
acidentes de trabalho (OIT, 2012). 
De acordo com Marras (2000) a prevenção de acidentes no trabalho é um programa de longo 
prazo que tem como finalidade, antes de qualquer coisa, conscientizar o trabalhador a 
proteger sua própria vida e a dos companheiros por meio de acções seguras e de uma reflexão 
sobre as condições inseguras de trabalho que poderiam levá-lo a eventuais acidentes. 
Portanto, a prevenção pode ser considerada mais como um programa educativo de constância 
e de fixação de valores do que um programa técnico. O autor ainda cita que um programa de 
prevenção de acidentes deve estar amparado sob dois aspectos fundamentais: o aspecto 
humano com a preocupação centrada no bem-estar e na preservação da vida do trabalhador; e 
o aspecto económico, pois os custos decorrentes de faltas ao trabalho, causadas por acidentes, 
e os custos respectivos que os acidentes podem gerar para a empresa são muito altos. 
A prevenção de acidentes é um benefício tanto económico quanto social, a segurança do 
trabalho pode ser considerada como um bom investimento, pois os resultados de se obter um 
bom ambiente de trabalho por meio da prevenção dos acidentes são: mais produção por meio 
da estabilidade dos trabalhadores; mais equilíbrio e ânimo no grupo causado pela falta de 
mal-estar que os acidentes provocam; menor perda de tempo, de materiais e menos reparo em 
máquinas; e, melhor ambiente social na comunidade (Zocchio, 1996). 
 
 
 
9 
 
2.8.Análise ergonómica do trabalho 
Segundo Lida (2005), a análise ergonómica do trabalho (AET) visa aplicar os conhecimentos 
da ergonomia para analisar, diagnosticar e corrigir uma situação real de trabalho. Ela foi 
desenvolvida por pesquisadores franceses e se constitui em um exemplo de ergonomia de 
correcção. 
A análise da actividade constitui, segundo Guérin et al. (2001) citado por Lida (2005), uma 
das etapas do método da Análise ergonómica do trabalho. 
 Análise da actividade 
A actividade refere-se ao comportamento do trabalhador, na realização de uma tarefa. Ou 
seja, a maneira como o trabalhador procede para alcançar os objectivos que lhe foram 
atribuídos. Ela resulta de um processo de adaptação e regulação entre vários factores 
envolvidos no trabalho. 
A actividade é influenciada por factores internos e externos. Os factores internos localizam-se 
no próprio trabalhador e são caracterizados pela sua formação experiência, idade, sexo e 
outros, além de sua disposição momentânea, como motivação, vigilância, sono e fadiga. 
Os factores externos referem-se às condições em que a actividade é executada. Classificam-se 
em três tipos principais: conteúdo do trabalho (objectivos, regras e normas); organização do 
trabalho (constituição de equipas, horários, turnos); e meios técnicos (máquinas, 
equipamentos, arranjo e dimensionamento do posto de trabalho, iluminação, ambiente 
térmico). 
10 
 
3. METODOLOGIA 
3.1.Tipos de Pesquisa 
No trabalho de pesquisa da empresa Joyo Alumínio e Vidro Maputo, utilizaremos os 
seguintes tipos de pesquisa: 
3.1.1. Pesquisa Exploratória 
Pesquisa que tem como objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com 
vistas a torná-lo mais explícito. Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com 
pessoas experientes no problema pesquisado. 
Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. A pesquisa 
exploratória se define também como uma maneira de buscar a constatação de algo em um 
organismo ou em um fenómeno (Gil, 2002). 
 
3.1.2. Estudo de Caso 
Estudo de caso é um método de abordagem de investigação em ciências sociais. Para Yin 
(1993), estudo de caso caracteriza-se por descrever um evento ou caso de uma forma 
longitudinal. O caso consiste geralmente no estudo aprofundado de uma unidade individual, 
tal como: uma pessoa, um grupo de pessoas, uma instituição, um evento cultural, etc. Quanto 
ao tipo de casos estudo, estes podem ser exploratórios, descritivos, ou explanatórios.” (Yin, 
1993, p 56). 
Gil (2002, p 20), descreve um estudo de caso como sendo um estudo profundo e exaustivo de 
um ou poucos objectos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. Gil 
afirma ainda, “que essa modalidade de pesquisa é amplamente utilizada nas ciências sociais e 
biomédicas e que seus resultados, principalmente na área de biomédicas, são apresentados em 
aberto, ou seja, na condição de hipóteses, não de conclusões.” 
 
 
 
11 
 
4. Descrição do Caso 
A empresa do nosso objecto de estudo é a Joyo Alumínio e Vidro de Maputo, localizada na 
Avenida Angola, n° 2652. É uma empresa de venda e produção de alumínio e inox, produtos 
de casa de banho, tijoleiras e chapas de zinco. 
Joel, trabalhador da empresa Joyo Alumínio e Vidro da província de Maputo, relatou, numa 
conversa, que, houve uma vez, em 2022, um dos colegas, jovem de 29 anos de idade, morreu, 
num acidente de trabalho na mesma empresa, Joyo Alumínio e Vidro. 
Tudo acontecera por volta das 17H00, quando Derson Xavier, jovem de 29 de idade, 
encontrava-se a montar tecto numdos armazéns da empresa Joyo Alumínio e Vidro, a uma 
altura de quase 10 metros, tendo escorregado e perdido a vida no local. 
Logo depois da ocorrência, os colegas de Derson, tentaram ajudá-lo lavando-o ao Hospital 
José Macamo, mas não foram a tempo de evitar o pior. 
De acordo com o Joel, todos chocados com o acidente que tirou a vida ao seu colega, os 
trabalhadores daquela empresa pediram ao patronato uma dispensa para visitarem a família 
do malogrado e prestar seu apoio, mas esta recusou-se, o que originou revolta no seio destes. 
No âmbito da reclamação, os trabalhadores denunciaram essa irregularidade, e chamada a 
reagir, a direcção da empresa disse-lhes que o acidente aconteceu por negligência do 
trabalhador, pois existia equipamento de segurança para todos os colaboradores, mas estes 
não usavam. 
Ainda assim, a empresa JOYO Alumínio e Vidro revelou que haveria de prestar todo tipo de 
apoio necessário à família do malogrado e iria se encarregar de todas despesas fúnebres. 
 
12 
 
5. Enquadramento Legal 
A lei do trabalho diz no artigo 216 diz que é dever do empregador zelar pela segurança dos 
seus empregadores. 
Em caso de ocorrer um acidente de trabalho o artigo 228 da mesma lei diz que o empregador 
deve assegurar assistência ao trabalhador que tiver sofrido o acidente e caso resulte em morte, 
deve arcar com todas as despesas fúnebres. 
Artigos que podem dar suporte à prevenção de acidentes e às medidas legais a serem 
executadas no caso de não se cumprir 
 
ARTIGO 55 - Direitos do trabalhador 
 5. Ao trabalhador é, nomeadamente, reconhecido o direito a: 
g) Beneficiar de medidas apropriadas de protecção, segurança e higiene no trabalho aptas a 
assegurar a sua integridade física, moral e mental; 
h) Beneficiar de assistência médica e medicamentosa e de indemnização em caso de acidente 
de trabalho ou doença profissional; 
 
Artigo 60 - Deveres do empregador 
b) Observar as normas de higiene e segurança no trabalho, bem como prevenir acidentes de 
trabalho e doenças profissionais e investigar as causas quando ocorram; 
 
Artigo 220 - Princípios gerais 
 1. Todos os trabalhadores têm direito à prestação de trabalho em condições de higiene, 
saúde e segurança, incumbindo ao empregador a criação e desenvolvimento de meios 
adequados à protecção da sua integridade física e mental e à constante melhoria das 
condições de trabalho. 
 2. Os trabalhadores devem velar pela sua própria segurança e saúde e a de outras pessoas que 
se podem ver afectadas pelos seus actos e omissões no trabalho, assim como devem colaborar 
13 
 
com o seu empregador em matéria de higiene e segurança no trabalho, quer individualmente, 
quer através da comissão de segurança no trabalho ou de outras estruturas adequadas. 
4. O trabalhador que viole de forma culposa as regras de higiene e segurança no trabalho 
incorre em responsabilidade disciplinar nos termos da presente Lei. 
14 
 
6. Plano de intervenção 
Em Anexo 
15 
 
7. Conclusão 
O acidente pode ser definido por “todas as ocorrências não programadas, estranhas ao 
andamento normal do trabalho, das quais poderão resultar danos físicos e/ou funcionais ou 
morte ao trabalhador e danos materiais e económicos à empresa”. 
Segundo o ministério do trabalho (2013) os acidentes de trabalhos são divididos em 2 (duas) 
categorias: os Acidentes deTrabalho Típicos (ATTs) e os Acidentes de Trabalho Atípicos 
(ATAs) ou por Equiparação (ATE), incluindo-se as Doenças Profissional/Ocupacional e a do 
Trabalho, e os Acidentes de Trajecto, 
As consequências dos acidentes incidem sobre o trabalhador recaindo sobre o seu meio 
familiar mas também se revestem de dimensões avultadas para a economia geral 
repercutindo-se na sociedade. Para um trabalhador, os efeitos, temporários ou permanentes, 
pessoais ou laborais, variam de acordo com as circunstâncias dos acidentes, no entanto, estes 
efeitos poderão repercutir-se nas seguintes situações. As empresas perdem social e 
financeiramente com os acidentes. 
 
 
16 
 
8. Referências bibliográficas 
Amaro, A. (2015). Observação de Segurança Comportamental Numa Oficina Automóvel. 
Dissertação para a obtenção do grau de Mestre em Segurança e Higiene no Trabalho, 
IPS, Setúbal. 
Ayres, D.O; Corrêa, J.A.P. Manual de prevenção de acidentes do trabalho: aspectos técnicos 
e legais. São Paulo: Atlas, 2001. 
Bacalhau, M. C. A, (2007). Resumo de Direito do Trabalho. 19 ed. – São Paulo: Malheiros 
editores. 
Freitas, L. (2008). Manual de Segurança e Saúde do Trabalho. 1ª edição, Edições Sílabo. 
Freitas, L. (2011). Manual de Segurança e Saúde do Trabalho. (2ª ed.) Lisboa: Edições 
Sílabo, Lda. 
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