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NOÇÕES DE DIREITO PENAL E DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 64 quantos destes requisitos precisam estar presentes para se decre- tar a prisão temporária? Há várias posições na doutrina. Um primeiro entendimento defende que o requisito “C” deve estar sempre presente, seja ao lado do requisito “A”, seja ao lado do requisito “B”. Ou seja, sempre devem estar presentes dois re- quisitos ao menos. Um segundo entendimento, mais radical, defende que basta a presença de apenas um requisito. Um terceiro entendimento defende que é necessária a presen- ça dos três requisitos conjuntamente. Um quarto entendimento diz que é necessária a presença dos três requisitos, mais as situações previstas no art. 312, do Código de Processo Penal, o qual regula a prisão preventiva. Não há um entendimento prevalente, todavia. Prazo da prisão temporária De acordo com o art. 2º, da Lei nº 7.960/89, o prazo da prisão temporária é de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de comprovada e extrema necessidade. Agora, se o crime for hediondo ou equiparado, o parágrafo quarto, do art. 2º, da Lei nº 8.072/90 (popularmente conhecida por “Lei dos Crimes Hediondos”), prevê que o prazo da prisão tempo- rária será de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de comprovada e extrema necessidade. Procedimento da prisão temporária O procedimento está previsto nos arts. 2º e 3º, da Lei nº 7.960/89: A) A prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz, dependendo de representação da autoridade policial ou de re- querimento do Ministério Público (na hipótese de representação da autoridade policial, o juiz, antes de decidir, deverá ouvir o Mi- nistério Público); B) O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de vinte e quatro ho- ras, contados a partir do recebimento da representação ou do re- querimento; C) O juiz poderá, de ofício ou a requerimento do Ministério Pú- blico e do advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito; D) Decretada a prisão temporária, se expedirá mandado de pri- são (em duas vias), uma das quais será entregue ao indiciado e ser- virá como nota de culpa. Vale lembrar que a prisão somente poderá ser executada depois de expedido o mandado judicial (aqui reside a principal diferença em relação à “prisão para averiguações”, extinta pela Lei nº 7.960/89, em que a autoridade policial meramente re- colhia o indivíduo ao claustro e se limitava a notificar a autoridade judicial disso); E) Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5º, da Constituição Federal (vale lem- brar que os presos temporários deverão permanecer, obrigatoria- mente, separados dos demais detentos); F) Decorrido o prazo de prisão temporária, o indivíduo deverá ser imediatamente posto em liberdade, salvo se tiver havido a con- versão da medida em prisão preventiva. Mandado de prisão É o instrumento emanado da autoridade competente para a execução da prisão, prevista no artigo 285. LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989. Dispõe sobre prisão temporária. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1° Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso(art. 121, caput, e seu § 2°); b) sequestro ou cárcere privado(art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); c) roubo(art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); d) extorsão(art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); e) extorsão mediante sequestro(art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); f) estupro(art. 213, caput, e sua combinação com oart. 223, caput, e parágrafo único);(Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) g) atentado violento ao pudor(art. 214, caput, e sua combina- ção com oart. 223, caput, e parágrafo único);(Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) h) rapto violento(art. 219, e sua combinação com oart. 223 caput, e parágrafo único);(Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940) i) epidemia com resultado de morte(art. 267, § 1°); j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); l) quadrilha ou bando(art. 288), todos do Código Penal; m) genocídio(arts. 1°,2°e3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; n) tráfico de drogas(art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.(Incluído pela Lei nº 13.260, de 2016) Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Minis- tério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. § 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. § 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento. § 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresenta- do, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito. § 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa. § 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o perío- do de duração da prisão temporária estabelecido no caput deste ar- tigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado.(Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) § 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedi- ção de mandado judicial. § 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso NOÇÕES DE DIREITO PENAL E DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 65 dos direitos previstos no art. 5° da Constituição Federal. § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a au- toridade responsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão temporária.(Redação dada pela Lei nº 13.869. de 2019) Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigato- riamente, separados dos demais detentos. Art. 4° Oart. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de 1965,fica acrescido da alínea i, com a seguinte redação: “Art. 4° ............................................................... i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade;” Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos pedidos de prisão tem- porária. Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário. EXERCÍCIOS 1. (PC-MA - Perito Criminal – CESPE/2018) A respeito do in- quérito policial, assinale a opção correta. (A) O inquérito policial poderá ser iniciado apenas com base em denúncia anônima que indique a ocorrência do fato criminoso e a sua provável autoria, ainda que sem a verificaçãoprévia da pro- cedência das informações. (B) Contra o despacho da autoridade policial que indeferir a instauração do inquérito policial a requerimento do ofendido cabe- rá reclamação ao Ministério Público. (C) Sendo o inquérito policial a base da denúncia, o Ministério Público não poderá alterar a classificação do crime definida pela autoridade policial. (D) O inquérito policial pode ser definido como um procedi- mento administrativo pré-processual destinado à apuração das in- frações penais e da sua autoria. (E) Por ser instrumento de informação pré-processual, o inqué- rito policial é imprescindível ao oferecimento da denúncia. 2. (PC-SC - Escrivão de Polícia Civil – FEPESE/2017) É correto afirmar sobre o inquérito policial. (A) A notitia criminis deverá ser por escrito, obrigatoriamente, quando apresentada por qualquer pessoa do povo (B) A representação do ofendido é condição indispensável para a abertura de inquérito policial para apurar a prática de crime de ação penal pública condicionada. (C) O Ministério Público é parte legítima e universal para re- querer a abertura de inquérito policial afim de investigar a prática de crime de ação penal pública ou privada. (D) Apenas o agressor poderá requerer à autoridade policial a abertura de investigação para apurar crimes de ação penal privada. (E) O inquérito policial somente poderá ser iniciado de ofício pela autoridade policial ou a requerimento do ofendido. 3. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário - NUCEPE/2016) Pode-se afirmar que a autoridade policial, assim que tiver conhecimento da prática da infração penal deverá: (A) intimar às partes para formular quesitos sobre que diligên- cias periciais pretendem fazer. (B) telefonar para o local, a fim de determinar que não se alte- rem o estado e a conservação das coisas, até sua chegada. (C) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, de- pois que já tiverem sido liberados pelos peritos criminais. (D) entregar os pertences do ofendido e do indiciado para seus respectivas familiares. (E) preparar um relatório assinado por, pelo menos, três teste- munhas que presenciaram o fato. 4. (PC/GO - Escrivão de Polícia Substituto - CESPE/2016) Acer- ca de aspectos diversos pertinentes ao IP, assinale a opção correta. (A) O IP, em razão da complexidade ou gravidade do delito a ser apurado, poderá ser presidido por representante do MP, me- diante prévia determinação judicial nesse sentido. (B) A notitia criminis é denominada direta quando a própria vítima provoca a atuação da polícia judiciária, comunicando a ocor- rência de fato delituoso diretamente à autoridade policial. (C) O indiciamento é ato próprio da autoridade policial a ser adotado na fase inquisitorial. (D) O prazo legal para o encerramento do IP é relevante in- dependentemente de o indiciado estar solto ou preso, visto que a superação dos prazos de investigação tem o efeito de encerrar a persecução penal na esfera policial. (E) Do despacho da autoridade policial que indeferir requeri- mento de abertura de IP feito pelo ofendido ou seu representante legal é cabível, como único remédio jurídico, recurso ao juiz crimi- nal da comarca onde, em tese, ocorreu o fato delituoso. 5. (PC/PE - Escrivão de Polícia - CESPE/2016) O inquérito po- licial (A) não pode ser iniciado se a representação não tiver sido ofe- recida e a ação penal dela depender. (B) é válido somente se, em seu curso, tiver sido assegurado o contraditório ao indiciado. (C) será instaurado de ofício pelo juiz se tratar-se de crime de ação penal pública incondicionada. (D) será requisitado pelo ofendido ou pelo Ministério Público se tratar-se de crime de ação penal privada. (E) é peça prévia e indispensável para a instauração de ação penal pública incondicionada. 6. (TJ-MS - Analista Judiciário - Área Fim - PUC-PR/2017) Sobre a prova no direito processual penal, marque a alternativa CORRETA. (A) São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, inclusive aquelas que evidenciam nexo de causalidade entre umas e outras, bem como aquelas que puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (B) A confissão será indivisível e irretratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em con- junto. (C) Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias; entretanto, tal espécie de prova não é aceita nos tribunais superiores por violar o princípio constitucional da ampla defesa. (D) A prova emprestada, quando obedecidos os requisitos le- gais, tem sua condição de prova perfeitamente aceita no processo penal; no entanto, ela não tem o mesmo valor probatório da prova originalmente produzida. (E) O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da pro- va produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e NOÇÕES DE DIREITO PENAL E DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 66 antecipadas. 7. (PC/GO - Agente de Polícia Substituto - CESPE/2016) No que diz respeito às provas no processo penal, assinale a opção correta. (A) Para se apurar o crime de lesão corporal, exige-se prova pericial médica, que não pode ser suprida por testemunho. (B) Se, no interrogatório em juízo, o réu confessar a autoria, ficará provada a alegação contida na denúncia, tornando-se desne- cessária a produção de outras provas. (C) As declarações do réu durante o interrogatório deverão ser avaliadas livremente pelo juiz, sendo valiosas para formar o livre convencimento do magistrado, quando amparadas em outros ele- mentos de prova. (D) São objetos de prova testemunhal no processo penal fatos relativos ao estado das pessoas, como, por exemplo, casamento, menoridade, filiação e cidadania. (E) O procedimento de acareação entre acusado e testemunha é típico da fase pré-processual da ação penal e deve ser presidido pelo delegado de polícia. 8. (PC/DF - Perito Criminal - IADES/2016) O Código de Processo Penal elenca um conjunto de regras que regulamentam a produção das provas no âmbito do processo criminal. No tocante às perícias em geral, as normas estão previstas nos artigos 158 a 184 da lei em comento. Quanto ao exame de corpo de delito, nos crimes (A) que deixam vestígios, quando estes desaparecerem, a pro- va testemunhal não poderá suprir-lhe a falta. (B) que deixam vestígios, esse exame só pode ser realizado du- rante o dia. (C) de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar apenas por de- terminação da autoridade judicial. (D) que deixam vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. (E) que deixam vestígios, será indispensável que as perícias se- jam realizadas por dois peritos oficiais. 9. (PC/GO - Escrivão de Polícia Substituto - CESPE/2016) Quan- to à prova pericial, assinale a opção correta. (A) A confissão do acusado suprirá a ausência de laudo pericial para atestar o rompimento de obstáculo nos casos de furto me- diante arrombamento, prevalecendo em tais situações a qualifica- dora do delito. (B) O exame de corpo de delito somente poderá realizar-se du- rante o dia, de modo a não suscitar qualquer tipo de dúvida, sendo vedada a sua realização durante a noite. (C) Prevê a legislação processual penal a obrigatória participa- ção da defesa na produção da prova pericial na fase investigatória, antes do encerramento do IP e da elaboração do laudo pericial. (D) Os exames de corpo de delito serão realizados por um pe- rito oficial e, na falta deste, admite a lei que duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior e dotadas de habilidade técnica relacionada com a natureza do exame, sejam nomeadas para tal atividade. (E) Em razão da especificidade da prova pericial,o seu resulta- do vincula o juízo; por isso, a sentença não poderá ser contrária à conclusão do laudo pericial. 10. (AL/MS - Agente de Polícia Legislativo - FCC/2016) Sobre o exame de corpo de delito e as perícias em geral, nos termos pre- conizados pelo Código de Processo Penal, é INCORRETO afirmar: (A) Na falta de perito oficial, o exame será realizado necessa- riamente por três pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tive- rem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. (B) Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado. (C) O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. (D) Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. (E) Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a auto- ridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade. 11. (PC/PA - Escrivão de Polícia Civil - FUNCAB/2016) A prova em matéria processual penal tem por finalidade formar a convicção do magistrado sobre a materialidade e a autoria de um fato tido como criminoso. No que tange aos meios de prova, o Código de Processo Penal dispõe: (A) o exame de corpo de delito não poderá ser feito em qual- quer dia e a qualquer hora. (B) quando a infração não deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. (C) o exame de corpo de delito e outras perícias serão realiza- dos por perito oficial, portador de diploma de curso superior. Na falta de perito oficial, o exame será realizado por uma pessoa idô- nea, portadora de diploma de curso superior preferencialmente na área específica. (D) no caso de autópsia, esta será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que de- clararão no auto. (E) não sendo possível o exame de corpo delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal não poderá suprir- -lhe a falta. 12. (PC/PE - Escrivão de Polícia - CESPE/2016) Com relação ao exame de corpo de delito, assinale a opção correta. (A) O exame de corpo de delito poderá ser suprido indireta- mente pela confissão do acusado se os vestígios já tiverem desa- parecido. (B) Não tendo a infração deixado vestígios, será realizado o exame de corpo de delito de modo indireto. (C) Tratando-se de lesões corporais, a falta de exame comple- mentar poderá ser suprida pela prova testemunhal. (D) Depende de mandado judicial a realização de exame de corpo de delito durante o período noturno. (E) Requerido, pelas partes, o exame de corpo de delito, o juiz poderá negar a sua realização, se entender que é desnecessário ao esclarecimento da verdade. 13. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – VUNESP/2018) A res- peito das provas, assinale a alternativa correta. (A) São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do proces- so, as provas ilegítimas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (B) A pessoa que nada souber que interesse à decisão da causa será computada como testemunha. (C) O exame para o reconhecimento de escritos, tal como o reconhecimento fotográfico, não tem previsão legal. (D) O juiz não tem iniciativa probatória. (E) A falta de exame complementar, em caso de lesões corpo- NOÇÕES DE DIREITO PENAL E DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 67 rais, poderá ser suprida pela prova testemunhal. 14. (PC-SC - Escrivão de Polícia Civil – FEPESE/2017) De acordo com a norma processual penal, a busca e apreensão: (A) será apenas domiciliar, não podendo ter como objeto pes- soa. (B) deverá sempre ser precedida de mandado judicial. (C) quando feita em mulher, somente poderá ser realizada por outra mulher. (D) poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes. (E) deverá ocorrer na presença, indispensável, do Ministério Público. 15. (PC/SP - Investigador de Polícia – VUNESP/2018) No que concerne ao regramento específico das provas no CPP, (A) o “reconhecimento de pessoas” em sede policial é diligên- cia que não requer qualquer formalidade, sendo facultado ao Dele- gado, caso deseje, alinhar várias pessoas para que o reconhecedor aponte o autor do crime. (B) a “acareação” é meio de prova expressamente previsto em lei, mas não se a admite entre acusados, sendo possível, apenas, entre testemunhas. (C) o ascendente pode se recusar a ser “testemunha”, mas, caso não o faça, deverá prestar compromisso de dizer a verdade. (D) consideram-se “documentos” para fins de prova quaisquer escritos, instrumentos ou papéis públicos, excluídos, expressamen- te, os particulares. (E) a pessoa vítima de crime pode ser objeto de “busca e apreensão”. 16. (Câmara de Campo Limpo Paulista/SP - Procurador Jurídi- co – VUNESP/2018) Nos expressos e literais termos do artigo 295 do CPP, têm direito à prisão especial – que nada mais é do que o recolhimento em local distinto da prisão comum – entre outros, (A) o Vereador, o Magistrado e o Ministro de Confissão Reli- giosa. (B) o Ministro de Estado, o Governador e o Agente Municipal de Trânsito. (C) o Prefeito Municipal, o Praça das Forças Armadas e o Minis- tro do Tribunal de Contas. (D) o Agente Fiscal de Posturas Públicas, o membro da Assem- bleia Legislativa dos Estados e os Delegados de Polícia. (E) o Oficial das Forças Armadas, o diplomado por qualquer das faculdades superiores da República e o Agente Fiscal de Rendas. 17. (PC/AC - Agente de Polícia Civil - IBADE/2017) Sobre o tema prisão preventiva assinale a alternativa correta. (A) Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensá- vel no caso de resistência, de tentativa de fuga do preso, dos reinci- dentes e dos presos de alta periculosidade por terem passado pelo regime disciplinar diferenciado. (B) O mandado de prisão, na ausência do juiz, poderá ser lavra- do e assinado pelo escrivão, ad referendum do juiz. (C) O mandado de prisão mencionará a infração penal e neces- sariamente a quantidade da pena privativa e de multa, bem como eventual pena pecuniária. (D) A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. (E) A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respec- tivo mandado, salvo quando, por questão de urgência, nos crimes inafiançáveis, poderá a prisão ocorrer por ordem verbal do juiz. 18. (PRF - Policial Rodoviário Federal – CESPE/2019) Em de- corrência de um homicídio doloso praticado com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários federais foram comunicados de que o autor do delito se evadira por rodovia federal em um veículo cuja placa e características foram informadas. O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um ponto de bloqueio monta- do cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam estar na rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida arma de fogo que estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada no crime. Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item. De acordo com a classificação doutrinária dominante, a situa- ção configura hipótese de flagrante presumido ou ficto. ( )Certo ( )Errado 19. (PRF - Policial Rodoviário Federal – CESPE/2019) Com re- lação aos meios de prova e os procedimentos inerentes a sua co- lheita, no âmbito da investigação criminal, julgue o próximo item. A entrada forçada em determinado domicílio é lícita, mesmo sem mandado judicial e ainda que durante a noite, caso esteja ocorrendo, dentro da casa,situação de flagrante delito nas modali- dades próprio, impróprio ou ficto. ( )Certo ( ) Errado 20. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário - NUCEPE/2016) Samuel teve voz de prisão dada por Agostinho, seu vizinho que é alfaiate, quando tentava esfaquear sua madrasta. Neste caso é possível dizer: (A) Agostinho jamais poderia prender Samuel, pois não é policial. (B) Agostinho poderia prender Samuel em 48 (quarenta e oito) horas depois, se a polícia não tivesse chegado ao local. (C) Em face do flagrante delito, Agostinho poderia sim ter dado voz de prisão a Samuel. (D) Agostinho somente poderia dar voz de prisão a Samuel, se este tivesse cometido o crime contra sua genitora. (E) Samuel somente poderia ser preso em flagrante, se ele ti- vesse levado para a Delegacia de Polícia a faca com a qual tentara esfaquear sua madrasta. 21. (PC/AC - Delegado de Polícia Civil - IBADE/2017) Tendo em vista a correta classificação, considera-se em flagrante delito quem: (A) é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, obje- tos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração, ou seja, flagrante impróprio. (B) acaba de cometer a infração penal, ou seja, flagrante pró- prio. (C) é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa em situação que faça presumir ser autor da infração, ou seja, flagrante presumido. (D) é preso por flagrante provocado. (E) está cometendo a infração penal, ou seja, crime imperfeito. 22. (PC/PA - Investigador de Polícia Civil - FUNCAB/2016) A prisão em flagrante consiste em medida restritiva de liberdade de natureza cautelar e processual. Em relação às espécies de flagrante, assinale a alternativa correta. (A) Flagrante próprio constitui-se na situação do agente que, logo depois, da prática do crime, embora não tenha sido persegui- do, é encontrado portando instrumentos, armas, objetos ou papéis que demonstrem, por presunção, ser ele o autor da infração. (B) Flagrante preparado é a possibilidade que a polícia possui de retardar a realização da prisão em flagrante, para obter maiores dados e informações a respeito do funcionamento, componentes e atuação de uma organização criminosa. (C) Flagrante presumido consiste na hipótese em que o agente NOÇÕES DE DIREITO PENAL E DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 68 concluiu a infração penal, ou é interrompido pela chegada de ter- ceiros, mas sem ser preso no local do delito, pois consegue fugir, fazendo com que haja perseguição por parte da polícia, da vítima ou de qualquer pessoa do povo. (D) Flagrante esperado é a hipótese viável de autorizar a prisão em flagrante e a constituição válida do crime. Não há agente provo- cador, mas simplesmente chega à polícia a notícia de que um crime será cometido, deslocando agentes para o local, aguardando-se a ocorrência do delito, para realizara prisão. (E) Flagrante impróprio refere-se ao caso em que a polícia se utiliza de um agente provocador, induzindo ou instigando o autor a praticar um determinado delito, para descobrir a real autoridade e materialidade de outro. 23. Considere os seguintes casos hipotéticos: I. Paulo, funcionário público no exercício do seu cargo, come- teu crime de corrupção passiva ao exigir dinheiro de uma deter- minada pessoa para deixar de praticar determinado ato de ofício. II. Júlio cometeu crime de cárcere privado (artigo 148, do Códi- go Penal) ao invadir a casa da ex-namorada, que não queria reatar o relacionamento amoroso. III. Afonso cometeu crime de roubo (artigo 157, do Código Pe- nal) contra um hipermercado situado na cidade de São Paulo, em comparsaria com outros elementos. IV. Manoel, funcionário público, cometeu crime de peculato após se apropriar de dinheiro de que teve a posse em razão do seu cargo. Presentes todos os requisitos legais previstos na Lei n° 7.960/1989, que dispõe sobre a prisão temporária, o magistrado competente poderá decretar a prisão temporária de: A. Paulo, Júlio e Manoel, apenas. B. Paulo, Júlio, Afonso e Manoel. C. Paulo, Afonso e Manoel, apenas. D. Júlio e Afonso, apenas. E. Júlio e Manoel, apenas. 24. Mariana, tecnicamente primária e com endereço fixo, foi identificada, a partir de câmeras de segurança, como autora de um crime de furto simples (Pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa) em um estabelecimento comercial. O inquérito policial com relatório conclusivo, acompanhado da Folha de Antecedentes Criminais com apenas uma outra anotação referente à ação penal em curso, sem decisão definitiva, foi encaminhado ao Poder Judiciário e, posterior- mente, ao Ministério Público. Entendendo que existe risco de reiteração delitiva, já que tes- temunhas indicavam que Mariana, que se encontrava solta, já teria praticado delitos semelhantes, no mesmo local, em outras ocasiões, poderá o Promotor de Justiça com atribuição requerer que seja: A. fixada cautelar alternativa de comparecimento mensal em juízo, proibição de contato com as testemunhas, mas não o recolhi- mento domiciliar no período noturno por ausência de previsão legal; B. fixada cautelar alternativa de proibição de frequentar, por determinado período, o estabelecimento lesado, mas não a decre- tação da prisão preventiva ou temporária; C. fixada a cautelar alternativa de internação provisória, que gera detração da pena, mas não a prisão preventiva ou temporária; D. decretada a prisão temporária da indiciada; E. decretada a prisão preventiva da indiciada. 25. Com base nas disposições da Lei nº 7.960/1989 sobre a pri- são temporária, analise os itens a seguir: I. A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da re- presentação da autoridade policial ou de requerimento do Ministé- rio Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por até 30 (trinta) dias em caso de extrema e comprovada necessidade. II. A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial. III. Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoria- mente, separados dos demais detentos. Analisados os itens, pode-se afirmar corretamente que: A. Apenas o item I está correto. B. Apenas o item II está correto. C. Apenas o item III está correto. D. Apenas os itens I e II estão corretos. E. Apenas os itens II e III estão corretos. 26. Com relação às prisões processuais, é INCORRETO afirmar: A. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar, entre outros casos, quando o acusado for maior de 80 anos. B. A prisão temporária prevista na Lei nº 7.960/1989, cabível apenas quando houver fundados indícios de autoria e prova de materialidade de crime doloso praticado com violência ou grave ameaça e punido com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos de reclusão, será decretada quando imprescindível para as investigações do inquérito policial ou quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade. C. Na hipótese de crime hediondo, a prisão temporária sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960/1989, quando presentes os requisi- tos legais, terá prazo máximo de trinta dias, prorrogável por mais trinta em caso de extrema e comprovada necessidade. Nas demais hipóteses cabíveis na referida legislação, a prisão temporária terá prazo de cinco dias, também prorrogável por mais cinco em caso de extrema e comprovada necessidade. D. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo pe- nal, havendo prova da existência de crime e indício suficiente de auto- ria, poderá ser decretada, fundamentadamente, a prisão preventiva, nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos, desde que para a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, ainda que o acusado seja primário. 27. Quanto à prisão temporária, assinale a alternativa correta. A. Por se tratar de medida cautelar, dada a urgência, na hipó- tese de representação da autoridade policial, o Juiz poderá decidirindependentemente de manifestação do Ministério Público. B. Caberá prisão temporária em homicídio qualificado, mas não em homicídio simples. C. A prisão temporária somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial. D. O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 48 horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento. 28. (DPE-AM - Analista Jurídico - FCC/2019)O crime impossível ocorre quando (A) o crime se consuma, mas o autor é inimputável. (B) o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vonta- de do agente. (C) o autor age de maneira não intencional, a despeito da con- sumação. (D) o agente atua em estado de necessidade ou em legítima defesa. (E) o crime não se consuma por ineficácia absoluta do meio empregado pelo agente. 29. (Pref. São José dos Campos/SP - Procurador - VU- NESP/2019) A omissão é penalmente relevante quando o omitente