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CONTROLE DE QUALIDADE Hudson A Bode, Prof. Dr. Hudson.bode@fatec.sp.gov.br 2° Semestre de 2015 1 CONTROLE DE QUALIDADE Objetivo: Proporcionar ao estudante o conhecimento das normas técnicas e especificações nacionais e internacionais, bem como as técnicas de realização do ensaios, proporcionando, através da análise dos resultados propostas de correções e melhorias do processo produtivo. Ementa: Sistemas de garantia da qualidade e seus conceitos. Sistemas do monitoramento da Qualidade (tratamento de rejeitos e devoluções). Máquinas e equipamentos de ensaios, cuidados, calibração e climatização. Ensaios físicomecâncios e químicos. Normas técnicas e especificações. 2 CONTROLE DE QUALIDADE Bibliografia Básica: Juran, J.M.A. Qualidade Desde o Projeto. Thompson, 2009. Marshall Jr., Isnard, et al. Gestão da Qualidade. Atlas, 2008. Paladini, Edson P., Gestão da Qualidade. Atlas, 2008. Bibliografia Complementar: Garvin, D.A. Gerenciando a Qualidade. Qualitymark, 2002. Rotondaro, R.G. Miguel, P.A.C.; Ferreira, J.J.A. Gestão da Qualidade. Campus, 2005 Vieira Filho, Geraldo. Gestão da Qualidade Total. Ed. Alínea, 2007. Palmer, Colin F. Controle Total da Qualidade. Ed. Edgard Blücher Ltda, 1988 Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (PMBOK), 3ª Edição, PMI, Inc.,2004 3 NOÇÕES SOBRE A GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL “ Só fazemos melhor aquilo que, repetidamente, insistimos em melhorar. A Busca da excelência não deve ser um objetivo, e sim um hábito.” Aristóteles 4 PERPESCTIVA HISTÓRICA Ideias sobre qualidade existem desde o início da manufatura de ferramentas; Princípio simples de controle de qualidade: “Que o comprador se acautele”; Corporações de ofício; Revolução Industrial –supervisores; Primeira guerra mundial – produção em massa e o pagamento por peça – inspetores; Segunda guerra mundial – controle estatístico do processo; Reconstrução do Japão pós-guerra; Abordagens refinadas para o controle de qualidade. 5 http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfl8EAG/aula17-as-4-eras-qualidade 6 PERPESCTIVA HISTÓRICA • Deming, William Edwards é amplamente reconhecido pela melhoria dos processos, produtos nos EUA durante a segunda guerra mundial, sendo porem mais conhecido pelo seu trabalho no Japão. • A partir de 1950, ele ensinou altos executivos como melhorar projeto, qualidade do produto, teste de vendas (este ultimo por meio dos mercados globais) através de vários métodos, incluindo a aplicação de métodos estatísticos como a analise de variantes e teste de hipótese. • Análise de variância é a técnica estatística que permite avaliar afirmações sobre as médias de populações. A análise visa, fundamentalmente, verificar se existe uma diferença significativa entre as médias e se os fatores exercem influência em alguma variável dependente. • Um teste de hipótese é um método estatístico usando dados de um estudo cientifico. É um procedimento estatístico baseado na análise de uma amostra, através da teoria de probabilidades, usado para avaliar determinados parâmetros que são desconhecidos numa população. 7 CONCEITO DE QUALIDADE • Transcedental-Qualidade é um conceito subjetivo que está relacionado diretamente às percepções de cada indivíduo. • Produto-Diversos fatores como cultura, modelos mentais, tipo de produto ou serviço prestado, necessidades e expectativas influenciam diretamente nesta definição. • Produção-Do ponto de vista do produtor: aquele produto ou serviço que realmente atende as necessidades do cliente. • Usuário-Do ponto de vista do cliente: a qualidade é um conceito multidimensional (dimensão, cor, durabilidade, design, funções que desempenha, etc). • Valor-Gestão da qualidade é o processo de conceber, controlar e melhorar os processos da empresa, quer sejam processos de gestão, de produção, de marketing, de gestão de pessoal, de faturação, de cobrança ou outros. 8 CONCEITO DE QUALIDADE “Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente” (Vicente Falconi Campos – 1992) 9 As quatro eras da qualidade • O Controle de Qualidade limitava-se à inspeção e algumas atividades restritas. • A solução dos problemas era visto como ação fora da área de inspeção e assim perdurou por muitos anos. Porém, com o surgimento das pesquisas da Bell Telephone Laboratories, começa a surgir uma mudança que vem trazendo o destaque do Controle Estatístico da Qualidade. • A inspeção em 100% era deficiente para separar os produtos considerados bons para aqueles considerados como maus. De acordo com tabelas de amostragens, iriam ser inspecionados apenas um pequeno lote do total produzido, e sua aceitação ou não seria função do número de materiais defeituosos encontrados no lote. • O princípio da Qualidade Total defendia a ideia de que "para se conseguir uma verdadeira eficácia, o controle precisa começar na fase de projeto e ir até o momento em que o produto esteja nas mãos do cliente". • A Qualidade passou a ser incluída no Planejamento Estratégico das Empresas, apresentando metas específicas para a melhoria da Qualidade, sem perder, no entanto, o conteúdo oriundo dos movimentos que precederam a esta Era. 10 As quatro eras da qualidade A fase dos artesãos. Subdivisão das tarefas. Uso dos princípios estatísticos. Apostando na pró-atividade. Abrangência maior. O cliente é o rei. 11 12 Artesãos Exerciam todo o “empreendimento”. Uma única pessoa gerenciava todos os aspectos da qualidade. Subdivisão das Tarefas Taylor, Frederick W. (início do séc. XX – criador da “administração científica) Ênfase intensa na inspeção. (The Control of quality in manufacturing-Radford, 1922). O cliente e a conformidade no recebimento. Enfoque a posteriori. Apoio da Estatística Guerras: aumento da produção de armas + necessidade de custos menores + exigência de poucas falhas. Controle estatístico. (Economic control of quality of manufactured product – Shewhart, 1931). Que conferiu um caráter científico à prática da qualidade. Apostando na Pró-Ação Análise de valor. Retroalimentação. Certificação de fornecedores. Controle e inspeção abrangendo fatores humanos (além dos técnicos). = Garantia da Qualidade Abrangência Maior Qualidade indo além da produção. Enfoque organizacional. Ênfase na política de recursos humanos. Ênfase no relacionamento intra e inter empresas = Qualidade total Gestão da Qualidade Princípios da ISO 9001:2008 A Perturbação dos resultados nas empresas Ferramentas Auxiliares 13 PRIMEIRA ERA DA QUALIDADE-INSPEÇÃO Características Básicas Inspeção Interesse Principal Verificação Visão da Qualidade Problema a ser resolvido Ênfase Uniformidade do produto Métodos Instrumentos de medição Papel dos Profissionais da Qualidade Inspeção, classificação, contagem, avaliação e reparo Responsável pela Qualidade O departamento de Inspeção Orientação e Enfoque Inspecionar a Qualidade 14 SEGUNDA ERA DA QUALIDADE-CONTROLE ESTATÍSTICO Características Básicas Controle Estatístico da Qualidade Interesse Principal Controle Visão da Qualidade Problema a ser resolvido Ênfase Uniformidade do produto, com menos inspeção Métodos Ferramentas e técnicas estatísticas Papel dos Profissionais da Qualidade Solução de problemas e a aplicação de métodos estatísticos Responsável pela Qualidade Os departamentos de Fabricação e Engenharia (o controle de Qualidade) Orientação e Enfoque Controlar a Qualidade 15 TERCEIRA ERA DA QUALIDADE-GARANTIA Características Básicas Garantia da Qualidade Interesse Principal Coordenação Visão da QualidadeProblema a ser resolvido, enfrentado proativamente Ênfase Do projeto ao mercado, e a contribuição de todos para impedir falhas Métodos Ferramentas e técnicas estatísticas Papel dos Profissionais da Qualidade Solução de problemas e a aplicação de métodos estatísticos Responsável pela Qualidade Os departamentos de Fabricação e Engenharia (o controle de Qualidade) Orientação e Enfoque Controlar a Qualidade 16 QUARTA ERA DA QUALIDADE-GESTÃO ESTATÍSTICA Características Básicas Gestão da Qualidade Total Interesse Principal Impacto Estratégico Visão da Qualidade Uma oportunidade de diferenciação da concorrência Ênfase As necessidades de mercado e do cliente Métodos Planejamento estratégico, estabelecimento de objetivos e a mobilização da organização Papel dos Profissionais da Qualidade Estabelecimento de metas, treinamento, consultoria a outros departamentos e desenvolvimento de programas Responsável pela Qualidade Todos na empresa, com a alta administração exercendo forte liderança Orientação e Enfoque Gerenciar a Qualidade 17 EVOLUÇÃO DO CONCEITO Identificação das características Inspeção Controle estatístico da qualidade Garantia da Qualidade Gerenciamento Estratégico da Qualidade Preocupação Básica Verificação Controle Coordenação Impacto estratégico Visão da qualidade Um problema a ser resolvido Um problema a ser resolvido Um problema a ser resolvido mas que seja enfrentado coletivamente Uma oportunidade de concorrência Ênfase Uniformidade do produto Uniformidade do produto com menos inspeção Toda a cadeia de produção desde o projeto até o mercado, e a contribuição de todos os grupos funcionais, especialmente os projetistas, para impedir falhas de qualidade As necessidades de mercado e do consumidor Métodos Instrumento de medição Instrumento e técnicas estatísticas Programas e sistemas Planejamento estratégico, estabelecimento de objetivos e a mobilização da organização Papel dos profissionais da qualidade Inspeção, classificação, contagem e avaliação Solução de problemas e ampliação de métodos estatísticos Mensuração da qualidade, planejamento da qualidade e projetos de programas Estabelecimento de objetivos, educação e treinamento, trabalho consultivo com outros departamentos e delineamento de programas Quem é o responsável pela qualidade O departamento de inspeção Os departamentos de produção e engenharia Todos os departamentos, embora a alta gerência só se envolva perifericamente com o projeto e a execução das políticas da qualidade Todos na empresa, com a alta gerência exercendo forte liderança Orientação e abordagem Inspeciona a qualidade Controla a qualidade Constrói a qualidade Gerencia a qualidade 18 REAÇÃO EM CADEIA DO APRIMORAMENTO DA QUALIDADE Aprimoramento da Qualidade Menores taxas de retrabalho e de refugo Redução de erros e atrasos Melhor utilização do tempo de máquina e dos insumos Preços mais competitivos Incremento nas vendas Aumento da Qualidade Maior participação no mercado Aprimoramento da Qualidade Aprimoramento da Qualidade 19 OS GURUS DA QUALIDADE Mestres da Qualidade (Gurus) mais citados na literatura acadêmica e profissional. 20 1- Walter A. Shewhart - Ficou conhecido como o pai do controle estatístico da qualidade, desenvolveu uma das ferramentas mais utilizadas no controle da qualidade até hoje – os gráficos de controle. 21 1- Walter A. Shewhart – Propôs o ciclo (Plan-Do-Check-Act), enfoque da melhoria contínua. 22 “Qualidade é a satisfação das necessidades do cliente, em primeiro lugar” Fonte: Deming 2- W. Edwards Deming - Era tratado como pai do controle de qualidade no Japão e seu nome tornou-se o Prêmio Japonês da Qualidade – Deming Prize. Utilizou o controle estatístico de processos e o ciclo PDCA no conceito de melhoria contínua (kaizen) 23 2 - W. Edwards Deming Os 14 pontos de Deming (resumo): 1. Constância no aperfeiçoamento. 2. Nova filosofia da Qualidade (Desafio). 3. Acabe com a dependência da inspeção. 4. Considere o custo total, não apenas o preço inicial. 5. Planejamento. 6. Estabeleça o treinamento no trabalho. 7. Estabeleça a liderança na organização. 8. Elimine o medo. 9. Quebre as barreiras entre os departamentos. 10. Fale claramente com os funcionários. 11. Elimine metas numéricas (tempo todo melhorando). 12. Elimine metas de desempenho individual (sentir orgulho). 13. Institua um vigoroso programa de educação e auto melhoria. 14. A transformação é tarefa de todos 24 3 - Joseph M. Juran - Foi o primeiro a propor uma abordagem dos custos da qualidade, classificando-os em três categorias: falhas (externas e internas), prevenção e avaliação. Além disso, propôs a trilogia da qualidade: planejamento, controle e melhoria. 25 3 - JOSEPH M. JURAN “Qualidade é uma barreira de proteção à vida.” “Qualidade adequa ão ao uso.” Fonte: Juran 26 4 – Armand Feigenbaum Primeiro a tratar a qualidade de forma sistêmica nas organizações, formulando o sistema de Controle Total da Qualidade (TQC) Total Quality Control. TQC, segundo Feigenbaum “Um sistema eficaz para integração dos esforços dos diversos grupos em uma organização, no desenvolvimento da qualidade, na manutenção e na melhoria da qualidade.” (FEIGENBAUM, 1951). 27 4 – Armand Feigenbaum Necessário observar todo o ciclo produtivo, que começa e termina no cliente, Consiste em uma estrutura e procedimentos, gerenciais e técnicos, devidamente documentados, que serviram de guia referencial para garantir a satisfação dos clientes, mas com custos da qualidade adequados (FEIGENBAUM, 1987) . 28 4 – Armand Feigenbaum “Qualidade é a composição total das características de marketing, projeto, produção e manutenção dos bens e serviços, através dos quais os produtos atenderão às expectativas do cliente.” Fonte: Feigenbaum 29 5 – Philip B. Crosby Lançou o programa Zero Defeito – fazer certo da primeira vez. Os 14 pontos de Crosby 1.Obter o compromisso da alta gestão com a qualidade. 2. Instalar equipes de aperfeiçoamento da qualidade. 3. Mensurar a qualidade. 4. Levantar os custos da não qualidade. 5. Conscientização pela qualidade. 6. Implantar o sistema de ação corretiva. 7. Planejar o programa zero defeito. 8. Treinar os inspetores e demais responsáveis. 9. Instaurar o dia do zero defeito. 10. Estabelecer os objetivos a serem alcançados. 11. Eliminar as causas dos erros. 12. Reconhecimento. 13. Instalar os círculos de qualidade para monitorar o processo. 14. Realizar repetidamente os itens listados anteriormente. 30 6 – Kaoru Ishikawa Contribuição na formulação do Controle da Qualidade por toda a Empresa. Sete ferramentas da qualidade - amplamente utilizadas pelos Círculos de Controles de Qualidade (CCQs): - análise de Pareto; - diagrama de causa-efeito (ou espinha de peixe); - histograma; - folhas de verificação; - diagramas de correlação; - gráficos de controle e - fluxogramas. 31 7 – Genichi Taguchi - Focou nas atividades de projeto e não de produção; - Off-line (Projeto) e on-line (produção); - Propôs técnicas de projeto de experimento (DoE – design of experiment) e a função perda da qualidade 32 Atividade Dirigida - Discuta quantas e quais são as Eras da Qualidade, apontando as principais características de cada uma delas. Escolha uma organização que você conhece bem e classifique em qual das eras ela melhor se caracteriza. - Escolha um dos gurus da qualidade e descreva as suas principais contribuiçõespara o Controle de Qualidade. 33
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