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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS – DEPARTAMENTO DE QUÍMICA 503 – 31 – Química Geral Experimental Curso: Licenciatura em Química Reconhecimento de instrumental e laboratório: bico de gás, manipulação de vidros e água destilada Alunos: Leandro dos Santos – R.A. 83308; Rômulo Luzia de Araújo – R.A. 82193; Ruan L. Iasseck Garcia – R.A. 82651; Trabalho realizado sob a orientação do Prof. Dr. Fábio Vandresen Fevereiro, 2012 Maringá - PR 2 1. Introdução Queimadores de gás são equipamentos muito comuns em qualquer laboratório químico. Eles proporcionam ao químico uma das mais fundamentais operações em um laboratório: o aquecimento. Um dos mais utilizados é o bico de Bunsen: feito de alumínio e ferro, é formado por um tubo com orifícios laterais na base, por onde a entrada do comburente, que se mistura com gás que é queimado na saída do tubo, ocorre. A entrada de gás é regulável devido a uma válvula e a do ar, por exemplo, por meio de uma anilha em volta do tubo (janela), a qual pode ser girada, tapando em maior ou menor extensão os orifícios da entrada; controlando, assim, o volume de ar que adentra o tubo do bico de Bunsen.[1] O combustível mais comumente utilizado em laboratórios é o GLP (gás liquefeito de petróleo); já o comburente que é mais utilizado é o O2, proveniente do ar atmosférico. Figura 1: Bico de Bunsen simples, sem válvula de regulamento de gás. Ao ser inflamado, o combustível – com o auxílio do comburente – se torna uma chama, que é dividida nas seguintes zonas: 1. Zona Oxidante: é a parte “quente” da chama, podendo alcançar até 1560oC; de coloração azulada, é a parte onde há mais contato ente o combustível e o comburente, tendo assim uma combustão completa. Tem como produtos principais H2O e CO2. 3 2. Zona Redutora: a parte “fria” da chama, podendo alcançar até 530oC; de coloração amarelada, é caracterizada pela combustão incompleta, pois falta oxigênio para que a completa ocorra. Em consequência desta falta de comburente, a chama apresenta pequenas partículas de carbono (fuligem); tem como produtos principais CO, C e H2O. 3. Zona Interna: como o nome já diz, é a parte mais interna da chama. Ali não há combustão, pois o combustível tem muito pouco contato com o comburente. Esses gases, ainda não inflamados, formam a mistura comburente.[2] Além dos queimadores, as vidrarias também são objetos corriqueiros no dia-a-dia de um laboratório: sejam tubos de ensaio ou tubos de vidro, um químico deve saber manuseá-los para fazer seus experimentos de maneira correta. Outro objeto utilizado diariamente é a água destilada, que nada mais é a água comum que passa por um processo de destilação para perder seus minerais, deixando, assim, de ser uma substância para se tornar uma substância pura. Assim os minerais antes presentes nela não atrapalharão os químicos em suas reações. A água destilada ainda apresenta pH neutro (7), ao contrário da água mineral que apresenta um caráter mais básico. No geral, a destilação da água é um processo de baixo rendimento. O teste de chama é muito utilizado na química para se fazer a identificação de íons metálicos, baseando-se no espectro de emissão de cada elemento. Este teste se baseia no fato de que, quando energia é fornecida a um elemento químico, os elétrons deste são excitados, o que os faz saltar para um nível de energia mais elevado. Ao retornarem para o estado fundamental, estes elétrons liberam energia na forma de luz (fóton). Tal energia tem comprimento de onda característico, pois a quantidade de energia liberada é diferente para cada elemento. Desta forma, os elementos que emitem luz no espectro visível ao olho do ser humano, criam uma chama de cor característica. Desta forma, é possível identificar o íon metálico de 4 uma substância colocando-a, com o auxílio de um fio de platina, em contato com uma chama. A vidraria é um dos materiais imprescindíveis para o funcionamento de um laboratório. Com diferentes formatos e aplicações, elas cumprem vital função na vida de um químico. Uma das mas conhecidas vidrarias é o tubo de ensaio: de formato cilíndrico com uma das extremidades arredondadas e a outra aberta, o tubo de ensaio serve para fazer reações em pequenas escalas. Tem a possibilidade de ser aquecido diretamente na chama do bico de Bunsen, o que auxilia na necessidade de um aquecimento rápido. Os tubos de vidro, em geral, também são muito utilizados em um laboratório. Quando aquecidos, ficam maleáveis, o que permite a moldagem nas formas que são necessárias nos experimentos. Este é a principal função dos tubos de vidro: com o auxílio de uma lima e um bico de Bunsen eles podem adquirir as mais diferentes formas. Sejam elas um tubo dobrado em um ângulo requisitado ou na forma de capilares. Com estas informações, teve-se como objetivos da aula: aprendizado da utilização de bico de gás; a manipulação de tubos de vidros e a transformá-los nos formatos necessários para experimentos e tornar-se ciente sobre a água destilada e suas propriedades. 5 2. Procedimentos 2.1. Materiais 2.1.1. Vidrarias e equipamentos Tubo de ensaio; Tubo de vidro; Pinça de madeira; Bico de Bunsen; Vidro relógio; Palito de fósforo; Solução CuSO4 0,1 molar; Lima Solução KI 0,1 molar; 2.2. Experimento Antes de iniciar-se os experimentos com o bico de Bunsen, retirou-se tudo o que era inflamável de perto do queimador, a fim de evitar acidentes, como, por exemplo: bolsas e cadernos. Em seguida, manuseou-se equipamento desligado, observado-se as partes que compunham o bico de Bunsen. Logo mais, ligou-se o registro geral de gás do laboratório. Depois, abriu-se a válvula de gás individual de cada equipamento, e ateou-se fogo ao gás utilizando o palito de fósforo. Observou-se a chama, suas zonas e sua coloração. Após isso, começou-se a aquecer o vidro relógio, que era segurado com o auxílio de uma pinça de madeira. Como houve resíduos no vidro relógio (fuligem), realizou-se uma “calibragem” nas janelas do bico de Bunsen, fazendo com que a chama amarela fosse quase totalmente substituída pela azul, ideal para a utilização em laboratórios. Em seguida realizou-se, com o queimador, o teste da chama, que consistia em: mergulhar um fio metálico em diferentes substâncias (CuSO4 e KI) e, em 6 seguida, colocar o fio, banhado nas soluções, em contato direto com as chamas. Dessa forma, analisou-se a diferença na coloração das chamas. Depois, realizou-se o aquecimento de água dentro de um tubo de ensaio, com o fim de ensinar a forma correta de se aquecer uma substância dentro de um equipamento como o utilizado. Ainda utilizou-se o bico de Bunsen para realizar dobramentos em um tubo de vidro comum. Fez-se o dobramento do tubo da seguinte maneira: aqueceu-se um ponto e, quando este apresentava coloração avermelhada, dobrou-se o tubo. Não só dobrou-se o tubo, como, seguindo procedimentos semelhantes (a única diferença aqui fez-se na parte posterior ao aquecimento: ao invés de dobrar o tubo, esticou-se o mesmo), foram feitos capilares. Realizou-se também o lixamento de uma dar extremidades deste tubo, depois de ser partido ao meio com o auxílio de uma lima, retirou-se as rebarbas da região cortada por meio de aquecimento. Após o estudo da chama, fechou-se a válvula de gás queera conectada ao bico de Bunsen e observou-se a extinção da chama. Estudou-se também o aparelho de destilação de água prasente na universidade. O processo de destilação da água consiste em aquecê-la, o que faz com que ela sublime até o topo do aparelho, onde é condensada e cai em um reservatório. Observou-se que o rendimento deste processo é baixo. 7 3. Resultados e discussões No experimento em que o vidro relógio foi utilizado, notou-se que o fundo do vidro ficava sujo de fuligem. Tal fenômeno deve-se à chama, que era amarela. A chama amarela é indicadora da zona redutora da chama, ou seja, é a parte em que a combustão é incompleta, resultando assim na fuligem. Ela é mais presenciada quando as janelas do bico de Bunsen estão fechadas, o que dificulta a entrada do comburente (O2 do gás atmosférico) 2 C4H10(g) + 13 O2(g) → Chama ( +CH3, H +, ●OH , ●CH3) → 8 CO2(g) + 10 H2O(g) Reação de combustão completa do comburente utilizado (GLP) Tal chama não é a ideal para o uso no laboratório, onde deve-se utilizar a chama azul, a zona oxidante, pois é onde ocorre a queima total do combustível, justificando, assim, sua temperatura mais elevada. Observou-se que ela é obtida em maior quantidade quando as janelas do bico de Bunsen estão totalmente abertas, ou seja, quando há maior entrada e contato com o comburente. 2 C4H10(g) + 9 O2(g) → Chama ( +CH3, H +, ●OH , ●CH3) → 10 H2O(g) + 8 CO(g) Reação de combustão incompleta do comburente utilizado (GLP), formando monóxido de carbono 2 C4H10(g) + 5 O2(g) → Chama ( +CH3, H +, ●OH , ●CH3) → 10 H2O(g) + 8 C(s) Reação de combustão incompleta do comburente utilizado (GLP), com a liberação de fuligem 8 O teste de chamas ocorreu sem problemas. O fenômeno observado: de que a chama produzida por cada solução tinha uma cor diferente é explicado segundo Bohr, que em sua teoria diz que quando um elétron é estimulado, ele pode saltar de nível energético a outro mais elevado e, após parar de ser excitado, retornar ao seu nível eletrônico original, emitindo assim uma partícula de luz, o fóton. A energia radiante desse fóton é equivalente à diferença de energia entre esses níveis.[3] Como cada elemento tem configuração eletrônica única, a frequência dessa luz emitida é exclusiva de cada elemento. Desta forma, é possível a identificação do íon metálico de uma substância apenas analisando-se a cor da chama emitida. Tal fenômeno é um dos que fazem a existência da aurora boreal. A flama obtida do CuSO4 apresentava a cor verde e a obtida do KI, alaranjada. A chama proveniente de uma solução cujo metal é o potássio deveria ser violeta[5], e não alaranjada como observado; o que significa que a solução analisada não era composta de potássio. Os experimentos com as vidrarias também foram realizados sem contratempos. Aprendeu-se que, para aquecer um líquido dentro de um tubo de ensaio, deve-se colocá-lo perto da origem da chama, inclinado e sempre em movimento, pois, se não movimentá-lo, o calor concentrar-se-á em apenas um ponto, o que fará o líquido ser projetado. Além do tubo de ensaio, foi-se trabalhado com um tubo simples de vidro, onde teve-se de dobrá-lo em um ângulo de 90o e transformá-lo em capilares. Todos procedimentos simples, realizados sem muitos problemas. O sucesso desses procedimento deveu-se a uma propriedade do vidro: quando frio, o vidro se apresenta com baixíssima plasticidade e quebradiço. Porém, quando aquecido, o vidro se torna maleável e mais plástico, possibilitando a moldagem. Aprendeu-se também sobre a água destilada e sobre o porquê da destilação (sem os minerais da água comum, faz com que eles não interfiram nas reações em que ela se faz presente, melhorando, assim, a precisão do químico em seu trabalho). Outra razão da destilação é que a água destilada é utilizada para diluir substâncias sem poluí-las com os minerais presentes na água comum. 9 Outro fenômeno, relacionado à água destilada, que se teve ciência foi sobre sua alta reatividade com o gás CO2 presente na atmosfera, o que justifica sua pouca vida útil. Ao reagir com o CO2, a água destilada forma Ácido Carbônico (H2CO3), o que acidifica a água, tornando-a imprópria para o laboratório. H2O(l) + CO2(g) → H2CO3(l) Reação da acidificação da água destilada em contato com o Dióxido de Carbono Não só viu-se isso, aprendeu-se que o pH da água destilada é neutro, ou seja, igual a sete, diferentemente da água mineral, que é mais básica.[3] como tomou-se ciência sobre o processo de destilação e sobre os diferentes tipos de água existentes (deionizada e Milli-Q). 10 4. Conclusão O bico de Bunsen é instrumento primordial em um laboratório de química, com ele se fazer muitos procedimentos que são extremamente corriqueiros no dia-a- dia de um químico, tais como: aquecimentos, moldagem de vidrarias e identificação de substâncias. Desta forma, o bom manuseio deste equipamento é ímpar na rotina de um funcionário laboratorial. A água destilada também é muito importante no laboratório; ela é utilizada para diluir substâncias sem poluí-las com os minerais presentes na água comum. Após todas essas etapas, chega-se à conclusão de que o objetivo do experimento fora alcançado: conhecer o bico de Bunsen, utilizar e moldar as vidrarias mais básicas, e tomar ciência sobre a água destilada. Todo o grupo participou ativamente das atividades em laboratório e compreendeu, com êxito, todo o processo envolvido nelas 11 5. Referências bibliográficas 1 - POMBEIRO. A.J.L.O. Técnicas e Operações Unitárias em Química Laboratorial. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. 195 p. 2 - LENZI, E.; FAVERO, L.O.B.; TANAKA, A.S.; VIANA, E.A.; SILVA, M.B. Química Geral Experimental. Rio de Janeiro: Freitas Bastos Editora, 2004. 29 – 31 p. 3 – BROWN, T.; LEMAY; BURSTEN Química la Ciencia Central. México: Pearson Educación, 2004. 208, 623 p. 4 – UEM – CCE – DQI – Apostila de Química Geral Experimental para o curso de Bacharelado e Licenciatura em Química, 2013. 7 – 8 p. 5 – LIDE, R. DAVID (Ed.) CRC Handbook of Chemistry and Physics. 90th ed. 2010. Section 8: Flame and Bead Tests, 4-27 p.
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