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PSICOLOGIA SAMARA

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
3º Semestre
GRADUANDOS:
GRUPO: DIAMANTE
Discentes: 
Luiza Raquel– R.A 406736
Joel Ribeiro– R.A 422629
Iraildes Lima Luz– R.A 409883
Gilvaneth Muniz Estumano– R.A 41161
Samara Stayande Vieira Almeida-R.A 432598
ATPS – Psicologia Social
Tutor (a) EAD: 
Tutora: Profª: Tereza Leopoldina Araújo Lisboa
 
 Humilhação Social
 Trataremos de um assunto que de alguma forma envolve aspectos políticos e psicológicos, a chamada humilhação social, que na verdade é mais um produto de nosso contexto sociocultural capitalista e subproduto da questão social nosso objeto de estudo. E nessa empreitada é indispensável lançar mão de ferramentas como o Marxismo e a perspectiva Freudiana; uma vez que, tal estado de angústia é desencadeado por traumas advindos da disparidade social. E devemos levar em consideração a impossibilidade de abordagem da psicologia social somente pelo prisma do indivíduo ou da sociedade. É nesse momento que Marx e Freud se dão as mãos objetivando uma compreensão mais ampla de fenômenos externo-interno da realidade socio-humana. E nesse contexto, o humilhado encontra uma parede quase intransponível para a realização humana (impedimento para sua humanidade), e tal fenômeno implica em construções e articulações do eu. 
 Essa limitação (ou impedimento) pode ser observado no próprio indivíduo, em seus gestos, em sua imaginação, em seu corpo, em sua voz, e visualizado em seu mundo monótono e cotidiano. O indivíduo desprivilegiado é "impedido até de morar" e construir história, as maiorias das favelas não parecem constituírem ruínas que geralmente tem peso histórico e sim algo que nem chegou a nascer, algo incompleto, inacabado, linhas impedidas, e estruturas sem formas, o homo fazer, portanto é impedido de morar. E, além disso, diz- se que o "homem civilizado” constitui-se em um "trabalhador impedido", Simone Weil frisa que o trabalho com máquinas não chega a ser um processo circular, que então seria algo completo, um ciclo talvez com início, meio, fim e outro início que atribuiria a fase anterior um enriquecimento e consequentemente um progresso contínuo. Mas, o trabalho mecanizado é um processo pendular, movimento binário, sem progressão, repetitivo e monótono. 
 Ele visa devorar o trabalhador, absorver sua ação, engolir sua consciência, devorar suas mãos e suas palavras em um progressivo processo alienatório. E, além disso, os indivíduos em situação de vulnerabilidade social tendem a ser "impedido de exercer a cidadania", e são impedidos muitas vezes por seus sentimentos de inferioridade, os quais internalizados passam o constituir a subjetividade do mesmo, Simone Weil dá uma guinada contando sua experiência disse; "ao sair do dentista e subindo para o ônibus, reação estranha. como eu, a escrava pode entrar nesse ônibus, usá-lo graças aos meus 12 centavos como qualquer um! Que favor extraordinário! Se me obrigassem brutalmente a descer dele dizendo que meios de locomoção tão cômodos não são para mim, que eu só devo andar a pé acho que me pareceria natural". 
 	A situação a fez perder totalmente o sentimento de ter direitos: ela frisa que parece um favor os momentos que não é submetida a brutalidade humana.(Weil, 1979,p.87). E bordaremos o fenômeno da "retificação e aparição" como sub-produto da estratificação social inerente a sociedade capitalista, fenômeno em que o" ser humano" desaparece em função de sua condição social e é reduzido a coisa, e pode voltar, ou aparecer como uma visibilidade bruta do papel servil. E esse contexto desigual e insalubre são propícios a uma angústia característica e muito comum no meio social. Esses desprivilegiados sofrem constantemente o impacto de mensagens misteriosas dizendo que são inferiores, e o que é pior; tais mensagens já são esperadas. Simone weil chama a atenção para o que denominou de "enraizamento"; isto é o homem indo além da mera condição de quem estar vivo passando através da conscientização a existir, dessa forma desenvolve as raízes a partir das condições coletivas bem determinadas e tal existência implica participação no mundo. 
 	 E, além disso, a psicologia social caracteriza-se pela exigência de encontrar o homem no meio social, a análise psíquica do indivíduo será muito mais efetiva se levar em consideração aspectos externos ou a dimensão social; uma vez que, as relações que o homem estabelece com o mundo são responsáveis pela construção do eu. Freud e Marx devem ser evocados na empreitada da psicologia social; pois, a situação da humilhação social tem como pilar fatores econômicos e sociais. A humilhação social constitui-se de um fenômeno psico-político, angústia causada pela divisão de classes; por isso, Marx e Freud são indispensáveis.
 E o indivíduo sujeito a humilhação social geralmente é o mesmo que é chamado de morador em pedido, cujo direito de fazer história, sua cultura, seu passado são arrebatado violentamente. E, além disso, A ideologia que sustenta a estrutura social capitalista tem como característica negar e obscurecer o passado. Uma vez que; uma perspectiva histórico-crítica é capaz de mudar radicalmente a estrutura social. Ecléa Bosi diz que: "... não há memória para aqueles a quem nada pertence. Tudo o que se trabalhou, criou, lutou, a crônica da família ou do indivíduo vão cair no anonimato ao fim de seu percurso errante. A violência que separou suas articulações desconjuntou seus esforços, esbofeteou sua esperança, espoliou também a lembrança de seus feitos. (Bosi, E., 1981,p.23). Assim, o bairro proletário são linhas interrompidas, paredes não acabadas, portas improvisadas, algo que não chegou a se formar, não nasceu e portanto não se sabe o que é e nem convém registro. E o homo fazer nômade, errante, perdeu sua história no trajeto, a infância, os costumes, as danças, sua fala, sua religião e todo um leque cultural e até sua identidade ficaram no caminho. 
 E observa-se também, o morador em pedido é, além disso, um trabalhador em pedido, isso é observado claramente no fato de que determinados pais simplesmente não possuem o direito ou são em pedidos de adoecer, uma vez que; isso representaria o desastre da família. A palavra proletária que denomina a classe trabalhadora idica que ele só tem duas posses a prole e a força de trabalho a qual é vendida ao dono do meio de produção, que tende a absorver dele muito mais. O trabalhador é impedido da satisfação, da concretização de seu trabalho, pois; não tem consciência do produto de seu trabalho; tornou-se engrenagem da máquina. Charles Chaplin diz; "mais do que máquinas precisamos de humanidade. Mais do que inteligência precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo estará perdido."
 Além disso, o mesmo trabalhador impedido constitui-se em um cidadão impedido no contexto da humilhação social: Impedido pelo seu complexo inferior, não é capaz de visualizar-se como cidadão portador de direitos e deveres e membro de uma sociedade. E toda vez que é submetido à humilhação e a crueldade tende a achar natural. E o que impressiona ainda mais na sociedade capitalista é o fenômeno da retificação e aparição. Onde o indivíduo pode tornar-se invisível (retificação) devido o papel que desempenha; como é o caso de garis nas ruas e praças de uma cidade; ou o mesmo trabalhador pode ser visto (aparição), agora como objeto antagônico, não simpático.
 Assim, a desigualdade pode desencadear uma modalidade de angústia e depressão; resultado das mensagens enigmáticas as quais os vulneráveis são constantemente bombardeados; mensagens subtendidas no contexto e na estrutura social. E esse homo fazer necessita como um verdadeiro ser humano criar raízes, ir além do fato de estar vivo, passar então a existir. E para isso, precisa participar de grupos, grupos que enfatizem a herança cultural, e visualizem perspectiva parao futuro. 
 	Portanto; na empreitada da psicologia social é indispensável à perspectiva marxista e a freudiana; uma vez, que lida com a dimensão interna do indivíduo atrelada ao seu contexto sociopolítico. E, além disso, o morador impedido precisa concluir o seu projeto de vida, O trabalhador impedido tem necessidade de encontrar o caminho para sua auto-realização, deleitando-se com o conhecimento do produto final de seu trabalho, o cidadão impedido precisa ser conscientizado que ele faz parte da sociedade e que, portanto detém diretor e deveres, somente uma profunda conscientização pode eliminar o vírus que ora se manifesta como retificação, ora como aparição e coisifica cruelmente as pessoas, e nesse contexto histórico e social o assistente social deve desempenhar papel central; como não se pode eliminar a questão social; uma vez, que ela é resultado direto de nosso sistema econômico, para acabar com a questão social e seus subprodutos seria necessário desestruturar todo o sistema capitalista, mas vamos nos preocupar em realizar ao menos nossa especificidade que é amenizar as feridas feitas pelo grande capital e pela disparidade social, que podem até se desdobrar em doenças psíquicas, e nessa busca por salubridade social e política há a necessidades de desenvolver as raízes dos desfavorecidos por meio da interação social, uma interação que leve em conta os aspectos histórico-crítico do homem. 
A DESIGUALDADE E A INVISIBILIDADE SOCIAL
NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
 Desde os primórdios de nossa sociedade, o ser humano tem vivenciado um fator que cada vez mais é frequente e intenso em nossas sociedades. A desigualdade social é a propulsora de muitos problemas que enfrentamos no mundo, como a violência, a fome e a invisibilidade social também faz parte dessa triste vertente dessa desigualdade, o que seria essa invisibilidade? Quando o ser humano vive à margem da sociedade, por algum motivo seja ele econômico, étnico, racial, religioso, de gênero ou etário, quando esse indivíduo é marginalizado por esses aspectos ou até mesmo por outros chamamos de invisibilidade social, pois os outros seres humanos que se julgam de um status elevado não olham ao seu redor, simplesmente não veem esses marginalizados.  É o que acontece, por exemplo, quando um mendigo é ignorado de tal forma que passa a ser apenas mais um objeto na paisagem urbana. Este artigo constrói uma interlocução entre dois autores, o sociólogo Jessé Souza e o psicólogo Fernando Braga da Costa. Eles discutem em suas obras a invisibilidade de atores sociais envolvidos, e encobertos, pela desigualdade historicamente construída na sociedade brasileira. 
 Segundo Souza (2000), autores da clássica sociologia brasileira como Sérgio Buarque de Hollanda, Raimundo Faoro e Roberto Da Matta ao tentarem construir em suas obras uma identidade nacional do povo brasileiro recaem em uma “teoria emocional da ação”, que embora exalte as qualidades desse povo, não aborda as principais causas da desigualdade no país. Para Souza os termos utilizados por Hollanda, Faoro e Da Matta tendem a perder a relação com qualquer realidade a partir do momento em que eles tentam explicar o comportamento do brasileiro simplesmente pelo próprio comportamento do brasileiro e pela colonização dos portugueses. O psicólogo Fernando Braga da Costa aborda no livro Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social, de 2004, o tema da invisibilidade e da humilhação social. Apartir de casos que ele mesmo vivenciou em uma de suas pesquisas como acompanhar o trabalho dos garis classe trabalhadora desmerecida e marginalizada por uma sociedade cheia de preconceitos.
JESSÉ SOUZA E A CONSTITUIÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL BRASILEIRA: NOVOS CAMINHOS RUMO A UMA SOCIOLOGIA CRÍTICA
 
 	 A sociologia de Jessé Souza parece traçar uma crítica muito dura e seu trabalho rema contra a maré de ideias retificadas no senso comum e no ambiente acadêmico, na tentativa de mostrar qual a verdadeira origem desta sociedade brasileira, ou melhor, qual a verdadeira origem da desigualdade desta sociedade. Mas o que Jessé Souza quer não é causar desconfortos, mas apenas mostrar uma nova ordem, apresentar teorias sólidas que possam explicar o Brasil e sua gente. Para o autor não adianta apenas descrever o quadro em que aquela pessoa esta vivendo e sim analisar todo o histórico, teorias sólidas, buscar explicações macrossociológicas para compreender a constituição social dos brasileiros de sua vida e o que lhe levou até essa condição.
 	O autor recorre a vários outros autores para descrever diversos fenômenos sociais, como por exemplo: Weber, Elias, Habermas e Charles Taylor nessa primeira parte do livro o autor se utiliza desses quatro autores para explicar a modernização seletiva intitulada “Singularidade, seletividade e reflexividade do desenvolvimento ocidental”. E para a construção social da subcidadania, o autor recorre a Bourdieu e mais uma vez a Charles Taylor para explicar a constituição da modernidade periférica e a própria subcidadania brasileira. O esforço de Souza (2000, 2003) é apresentar ao leitor uma teoria bem fundamentada e que seja coerente com a construção de sua “teoria da ação social”.
 	 Souza em sua obra faz uma abordagem sociológica onde ele não concorda com as abordagens de Hollanda, Faoro e Da Matta, por exemplo ao analisar a obra de Raimundo Faoro, Souza identificará o mesmo personalismo já previamente defendido por Buarque de Hollanda. Avritzer (2001) afirma que ambos os autores poderiam ser enquadrados em uma categoria que Jessé Souza denomina de culturalismo atávico. É impossível retratar neste artigo todo o esforço de Jessé Souza em romper com teorias clássicas da sociologia brasileira, apontando novos paradigmas, mais abrangentes e que deem conta de explicar as causas da desigualdade social brasileira, quase sempre naturalizada na literatura. 
 
FERNANDO BRAGA DA COSTA: A INVISIBILIDADE SOCIAL E UMA PSICOLOGIA (COM COMPROMISSO) SOCIAL
 	 Fernando Braga da Costa faz uma psicologia crítica, mesmo sem anunciar que sua construção empírica e teórica está fundamentada em uma psicologia crítica. Esta psicologia exercida pelo autor é o que pode ser chamado de psicologia com compromisso social. No livro Homens invisíveis” relatos de uma humilhação social, ele mantém este compromisso desde a escolha do tema até a execução e fundamentação do seu projeto. A postura crítica adotada por Costa é essencial para que ele ofereça um panorama amplo e fiel da invisibilidade social e das suas ramificações na sociedade brasileira. 
 Esse livro trata da invisibilidade social de uma maneira mais próxima e para isso o autor resolve se aproximar vivenciar juntamente com o seu objeto de estudo, o “objeto” escolhido para desenvolver suas pesquisas foram os garis que trabalhavam ali no campus da Universidade de São Paulo é possível também que o autor não tenha observado apenas os garis que trabalhavam ali na Universidade, mas também, aqueles que trabalhavam nas ruas. Mas, foi ao acompanhar a rotina destes garis que o autor pôde perceber e vivenciar as dificuldades cotidianas de uma atividade tão desqualificada socialmente.
 E como todo etnógrafo ele estranha. A estranheza é necessária em um primeiro momento para que depois haja contato, aproximação, identificação. Costa (2004) compreende seu objeto de estudo, a invisibilidade social, tornando-se um daqueles sujeitos da sua pesquisa, recebendo o mesmo tratamento que eles.
 “No intervalo entre as aulas no Instituto de Psicologia, foi preciso que eu passasse
por dentro do prédio daquela faculdade. Imaginei, então, que vestindo aquele uniforme ali incomum fosse chamar a atenção de toda a gente. Não fui reconhecido, nenhuma saudação corriqueira, um olhar, sequer um aceno de cabeça. Foi surpreendente. “Eu era um uniforme que perambulava: estava invisível” [...] (COSTA, 2004, p. 58).
 	Não precisou de muitas coisas para o autor torna-se parte daquele grupo de pessoas excluídas por uma sociedade totalmente preconceituosa. A pesquisatraz relatos do autor e dos garis, relatos de humilhação social já anunciado pelo título do livro, mas o que interessa neste capítulo é afirmar o compromisso que Costa (2004) exerce com a sociedade ao desenvolver este projeto e como desta forma propicia um resultado crítico, uma psicologia crítica, denunciando comportamentos preconceituosos retificados nesta sociedade. 
 Um projeto com compromisso social não deve perder de vista os contextos sociais e políticos nos quais os sujeitos se inserem e é neste segmento que Costa (2004) desenvolve sua pesquisa. O Compromisso Social só se define como tal se há um engajamento com o contexto social, dessa forma esse compromisso pode ser considerado verdadeiro, de acordo com suas causas finais.
 
A ORIGEM DA INVISIBILIDADE BRASILEIRA
 O tema invisibilidade social aparece na obra do autor de uma maneira impactante e muito direta, os garis eles tem consciência de sua situação perante a sociedade, eles são que são invisíveis e relatam essa situação para o autor que por outro lado busca vivenciar as situações que os garis enfrentam em seu dia a dia.
 De acordo com Sposati (1995), esses sujeitos podem ser definidos como “menos” cidadãos, sujeitos que não são reconhecidos pela sociedade, os não visíveis. Para a autora, o homem só é reconhecido quando se faz trabalhador, quando contribui para a previdência, ou seja, para o Estado. Neste caso, ele tem direito de acesso às políticas de seguridade social. Porém, se o indivíduo não trabalha, ele não tem direito de acesso a essas mesmas políticas e o Estado não pode garantir uma seguridade social a esse sujeito que é menos cidadão. 
 Mesmo alguns sujeitos que contribuem para a previdência não terão todos os seus direitos assegurados, também são sujeitos que vivem dos favores, do resto dos outros. O que é “de pobre” não interessa a ninguém, por isso sempre foi alvo de humilhação e renegação por outras classes. Souza (2006) reflete essa questão a partir das notícias que são divulgadas nos jornais e o tempo e espaço destinado a estes assuntos.
 O autor se deparou com uma matéria de primeira página no jornal carioca O Globo, sobre um acidente de carro que matou cinco jovens da classe média. A reportagem contava com um grande destaque do jornal, fotos coloridas, continuação nas outras páginas. No mesmo jornal, Souza (2006) identifica no verso da primeira página a foto de um cadáver um sujeito que morreu afogado na lagoa Rodrigo de Freitas com mais dois outros “pobres diabos”, segundo o autor, e além da tragédia, via-se turistas rindo em volta do corpo.
 Para o autor essa é uma: “história de anônimos, sem drama, sem identificação empática da parte de ninguém em um caso, identificação e compartilhamento de dor, no outro caso, desinteresse, ou pior, naturalização e banalização da morte e do sofrimento
de gente, que não é gente como a gente.” (SOUZA, 2006, p. 67).
 A atenção que a mídia revela quando publica as reportagens deixa bem claro quem é mais importante para ela.
 Para Souza (2006) é preciso ir contra a leitura superficial e rasteira de um mundo complexo e desigual que aponta o fator econômico como a variável determinante para a desigualdade brasileira.
 Se a desigualdade, a humilhação e a invisibilidade pública ainda permanecem
como temas recorrentes nesta sociedade é porque há um interesse em torno da
manutenção desse sistema. Um jogo de classes que retifica esta cegueira e tenta
naturalizar este processo, mas como diz Jessé Souza, esta desigualdade não pode ser
naturalizada. É necessário apontar as dimensões históricas que favoreceram a formação
destes fenômenos e também a sua permanência. Costa (2004) rompe com esta distância quando se aproxima literalmente destes sujeitos invisíveis e em certa medida vive como eles, experienciando e dividindo um cotidiano tão diferente do seu.
Mas há milhões desses seres
que se disfarçam tão bem
ninguém pergunta
de onde essa gente vem
(Chico Buarque)
 
Imagem Iraildes Lima Luz Em 17 de maio de 2014
 Entrevista com dona Valdirene
Valdirene trabalha a 2 anos 6 meses na Empresa Clain, é moradora do getat, na rua maranhão,ela tem 38 anos trabalha pra sustentar dez pessoas, seu esforço é ardo, porem diz ser uma pessoa feliz pois apesar do cansaço consegue trazer comida para casa e vive de maneira digna. No momento a entrevista dona Valdirene emocionou quando perguntei como é reconhecido o trabalho dela pela a sociedade, ela respondeu que o trabalho é muito cansativo porem as pessoas não dão valor no trabalho que ela faz, no momento que termina de limpar uma rua quando ela olha pra traz parece que nunca foi feito o serviço. Esse é o tipo de invisibilidade social onde o ser humano se torna invisível perante a sociedade e sem valor algum, muitas das vezes passamos em uma rua em calçada olhamos tudo limpo tudo perfeito mais procuramos saber quem limpou por traz tem uma pessoa como qualquer outra trabalhando dignamente dia após dia.
 Reflexões: 
 	A tentativa deste artigo é discutir dois fenômenos constantes e constituintes da sociedade brasileira a partir da interlocução entre estas duas áreas das ciências humanas. Busca-se também compreender de que forma Souza (2000, 2003, 2006) e Costa (2004) exercem um conhecimento diante do mesmo objeto de estudo. A postura destes autores rompe barreiras ainda existentes entre a psicologia e a sociologia e revelam algumas articulações possíveis para dar conta de questões centrais nesta sociedade e que esclarecem a composição do povo brasileiro.
Humilhação e invisibilidade social Este trabalho tem como objetivo a abordagem crítica de um fenômeno psicossocial denominado “humilhação e invisibilidade social brasileira” construída historicamente e que permeia a realidade enfrentada cotidianamente por uma considerável parcela da população. Através de estudos e pesquisas realizadas, faz-se necessário contextualizar e compreender as dimensões e implicações de tal fenômeno rompendo com paradigmas que favorece a sua permanência ou nossa sociedade. 
Dessa forma se fará possível articular as possibilidades de intervenções frente a tais fatos sociais também através dos conhecimentos e área de atuação do serviço social. Humilhação e invisibilidade, um problema social e político em psicologia. O homem vivendo em sociedade ou situação inter-humana o que são determinantes por fatores econômicos, políticos, psicológicos e culturais, geralmente a humilhação é sofrida por aqueles que deixam sua cidade natal, suas famílias, pessoas consideradas sem recursos sem trabalhos e resolvem então tentar a sorte grande em cidades grandes.
	Bibliografia
Gonçalves Filho, J.M. Humilhação Social- um problema político em psicologia. < HTTPS:// docs Google.com/viewer
COSTA; Fernando Braga da. Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social. São Paulo: Editora Globo, 2004. 
. SOUZA, Jessé (Org). A invisibilidade da desigualdade brasileira. Belo Horizonte: UFMG, 2006. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade periférica. Belo horizonte: UFMG, 2003.
Carneiro, Ava da Silva Carvalho. A desigualdade social na formação da sociedade brasileira. Http:/ teses.usp.br
Jacques,M.G.C Psicologia social contemporânea 
Imagem Iraildes Lima Luz Acesso em 17 de maio 2014.
Tucuruí-Pa 2014

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