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ORTOPEDIA Aula 22 – Diagnóstico e condução de ferimentos – Lesões tendinosas e nervosas 28.10.14 Acidentes na mão Ocorrem com maior frequência em casa. Representam 30% de todos os atendimentos no PS Dos traumas no membro superior – 45% na mão e nos dedos A maior parte desses acidentes não ocorrem no trabalho, como se pensa. Quase metade dos traumas do MMSS ocorre no punho e na mão. Principais causas de acidentes em casa: - Esmagamentos por portas e janelas - Ferimentos lineares, lacerações, amputações por facas e latas. - Queimaduras por agentes inflamáveis, fogos de artifício e bombas caseiras. Mão é o órgão efetor, por isso, ocorrem tanto acidentes. Acidentes no trabalho: - Incapacidade temporária ou definitiva em trabalhadores – economicamente ativos - Custos diretos e indiretos representam 20 bilhões. - Principais causas: serras elétricas e prensas Causam custos, principalmente indiretos na sociedade. Indivíduos se ausentam do ambiente de trabalho por um longo tempo, as vezes. Como prevenir no trabalho: - Organize seu local de trabalho e siga sua rotina - Procure não se distrair * - a maioria dos acidentes acontece no começo e no final da jornada de trabalho. - Não beba durante o trabalho - Maquinário: conhecimento, verificar se está ligada, não alterar seu funcionamento. - Utilize sempre os equipamentos de proteção de forma adequada - Evite jornadas prolongadas, cansativas, que levam a fadiga. Usar adequadamente os EPI e procurar não se distrair no trabalho (acidentes ocorrem mais ao inicio da jornada e ao fim). Amputação do indicador: Tempo para retorno ao trabalho: 6 meses a 1 ano Polegar íntegro. Antes de 6 meses o trabalhador não retorna às suas funções Ineficiencia do retorno do paciente ao seu trabalho. Por vezes, o paciente é aposentado por invalidez, onerando mais o sistema. FERIMENTOS O que fazer no momento do trauma? Deve existir harmonia de flexão do punho e dos dedos (interfalangica distal e proximal) – se um estiver mais esticado, pode existir lesão nervosa. O comportamento é o mesmo de uma fx exposta. Deve-se cobrir o ferimento adequadamente, não abrindo até o tto no centro cirúrgico. Ferimentos abaixo do cotovelo: - Curativo compressivo adequado cessa sangramento - Não pinçar vasos – ao lado tem um nervo periférico que não da pra enxergar, que vai ser pinçado junto. Por exemplo, se pinçar a arteria ulnar, vai pegar o nervo ulnar junto. Cuidados iniciais: Deve- se procurar segmentos que possam ter sido amputados. Envolver o segmento amputado em pano limpo úmido, colocando-o em um saco plástico, sendo este colocado num recipiente com gelo e água (proporção de 3:1) A mão apresenta uma grande vascularização, a comunicação de vasos dada pela presença dos arcos palpares, possibilitando a sobrevivência do tecido em casos de isquemia. O que fazer no momento do trauma? - Lavar exaustivamente a lesão * diagnóstico - Estabilizar as lesões osteoarticulares - Cobertura das estruturas nobres/sutura Vasos, nervos e tendão (sem para tendão) e osso PREGAS DE FLEXÃO Tendência de qualquer ferida é se retrair. Feridas na palma da mão, pela dobradura dos dedos, há maior probabilidade de problemas. Quando retraem, impedem a extensão completa dos dedos das mãos. As feridas que estão na palma e estão ao longo das... As feridas longitudinais ou perpendiculares às pregas, quando começam a cicatrizar e retrair, causam dificuldade na extensão dos dedos. Correção através da zetaplastia ou retalho lateral. Todas as feridas longitudinais, perpendiculares ás pregas de flexão vão cicatrizar com tendência a retração. Quando ela retrai, vai causar maior flexão, então o paciente vai ficar com incapacidade de extensão completa. É importante, em uma ferida como essa, orientar para o paciente esticar a mão; mantendo a movimentação da mão. As cirurgias para correção são realizadas após 6 meses, quando o paciente permanece em atitude de flexão. TENDÕES EXTENSORES Não causam retração. Pode haver pequena limitação da MCF. Pequenos ferimentos podem ocultar lesões tendinosas – pedir para o paciente fazer extensão das MFs. Quem estica os dedos são os lumbricais e os interosseos que estão na palma da mão, então não adianta pedir só para esticar os dedos. Os extensores inervam o dorso da mão. TENDÕES FLEXORES Túnel ósseo fibroso – recebe o tendão flexor superficial e profundo, então tem que testar capacidade de flexão e extensão e testar a ponta do dedo (vascularização e inervação). Flexor profundo: estabilizar a interfalangica proximal e pedir para dobrar a distal. Flexor superficial: Hiperextensão da metacarpofalandica vizinha. Nervo radial: “joinha” (área autônoma de inervação lado contrario da área tenar) Nervo ulnar: adução dos dedos (além de flexão da MFs e metade do quanto e quinto dedos; área autônoma de invervação parte externa na falange distal do quinto dedo) Nervo mediano: pinça (polegar e indicador; área autônoma de inervação: lado externo da falange distal do segundo dedo) Nos dedos: não esquecer de comparar os lados Diagnóstico das lesões nervosas - pesquisar polpa digital - pode haver lesão do nervo radial, ulnar e mediano - lesão em punho, antebraço e causar alterações para mão - Radial: extensão do punho, extensão do polegar - Mediano - Ulnar: adução e abdução dos dedos CONDUTA NA LESÃO TENDINOSA E NERVOSA - Tratamento cirúrgico e precoce - Condições ideais: ferimento limpo, inciso, sem lesões associadas, até 6 horas, com equipe treinada. - Até 3 semanas: sem prejuízo ao paciente - Informar ao paciente Lavar a ferida, suturar a pele (não pegar o tendão). É feita sempre com fio inabsorvível já que a reação é menor. Conduta de aproximação com fio 3.0 ou 4.0 e depois uma sutura epitendinosa com fio mais fino, 5.0 ou 6.0 – agulhas atraumáticas. Nervo: sutura epineural, com fio inabsorvível, 8.0 ou 9.0 – agulha atraumatica Aparelho extensor dos dedos DEDO EM BOTOEIRA Fechado: pode passar por entorse de dedo - orientação: na suspeita = tala sempre em extensão. - com ferida: dx precoce com grande queda. Exposição e reconstrução do tendão central Desinserção da parte central do aparelho extensor Na suspeita, sempre usar tala em extensão do dedo; para deixar o dedo em extensão na tentativa de que o tendão cicatrize no local Até 2 semanas – tratamento conservador com bom resultado, com duas talas para manter em extensão o dedo, deixando livre a interfalangica distal. Orientação: tala tipo sorvete. Com ferida = diagnostico precoce com grande queda. Exposição e reconstrução do tendão central. Tempo de tratamento, em torno de 4 semanas DEDO EM MARTELO Desinserção da parte distal do aparelho extensor; pode ser acompanhada de fragmento ósseo ou não - Trauma direto sobre a extremidade dos dedos, com ou sem fratura - Tratamento conservador até 2 semanas do trauma se queda < 30º - tala em alumínio em extensão - Traumático fechado: tto conservador até 2 semanas após a lesão < 30° tala > 30° FK > 30º - fixação com fio de Kischer; dedo em hiperextensão - Fragmento grande e/ou subluxação: bloqueio em extensão da IFD. Fio introduzido 45º na cabeça da FM com IFD no máximo da flexão, outro fio na IFD) DEDO EM COLO DE CISNE Hiperextensão da IFP e flexão da IFD Contrário do dedo em botoeira Ligado a alterações reumáticas principalmente – hiperextensão da interfalangica proximal e flexão da interfalangica distal. CONCLUSÃO - Importância do diagnóstico precoce - Conhecimento da anatomia - Maior parte das lesões: tratamento inicial + reavaliação em 1 semana – confirmar lesão (retorno depois de edema reduzir) e tratamento definitivo. Se dúvida, realizar reavaliação
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