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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ ANALISTA DO MPU – ÁREA DE 
ATIVIDADE: APOIO JURÍDICO – ESPECIALIDADE: DIREITO 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 8 
PROF: RICARDO GOMES 
 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
1 
 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU) 
Prezados Alunos! 
Aula 8 de Processo Civil para ANALISTA! 
Bons estudos! 
Ricardo 
 
Disponibilizarei para o Concurso do MPU os seguintes Cursos: 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU E AO CNMP – TEORIA E 
EXERCÍCIOS; 
LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU E AO CNMP – EXERCÍCIOS; 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL – TEORIA E EXERCÍCIOS - AJAJ 
Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem ainda mais 
seus conhecimentos! 
 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ ANALISTA DO MPU – ÁREA DE 
ATIVIDADE: APOIO JURÍDICO – ESPECIALIDADE: DIREITO 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 8 
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2 
 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
• Sentenças e Coisa Julgada; 
• Liquidação e Cumprimento de Sentença. 
 
 
1. Sentenças e Coisa Julgada. 
 
 a). Atos judiciais: despachos, decisões interlocutórias e 
sentenças. 
 
Os Atos Judiciais são classificados pelo Código de Processo Civil 
(CPC) como uma das espécies de Atos Processuais. 
Os Atos Processuais (gênero) são todos aqueles praticados pelos 
sujeitos que compõem o Processo (as Partes, Juiz, serventuários/servidores da 
Justiça, terceiros juridicamente interessados, etc), visando à criação, 
modificação ou extinção da relação jurídica processual. 
Em todas as fases do Processo Judicial são praticados atos 
processuais pelos diversos agentes partícipes, desde a petição inicial, despacho 
de recebimento do Juiz, citação do réu, contestação à petição inicial, etc. 
O Código de Processo Civil (CPC) classifica os Atos Processuais em 
3 (três) grandes grupos, com base no agente/sujeito que o pratica: 
1. Atos das Partes – arts. 158-161; 
2. Atos do Juiz – arts. 162-165; 
3. Atos do Escrivão ou Chefe de Secretaria – arts. 166-171. 
O nosso ponto de estudo reside nos Atos do Juiz (Atos Judiciais – 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ ANALISTA DO MPU – ÁREA DE 
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3 
praticados pelo Juiz), que são os Despachos, Decisões Interlocutórias e 
Sentenças. 
CPC 
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
 
Sentença. 
Antigamente o conceito de Sentença era o ato pelo qual o Juiz põe 
fim ao processo, decidindo ou não o mérito da causa (da ação). Assim, o 
conceito anterior restringia a Sentença a uma decisão que finalizava o 
processo. Todavia, em reforma do CPC realizada no ano de 2005 pela Lei nº 
11.232/2005, a Sentença passou a ser conceituada como a decisão ou ato do 
Juiz que implicasse em alguma das situações previstas no art. 267 ou 269 do 
Código. 
CPC 
Art. 162. 
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações 
previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pelo Lei 
nº 11.232, de 2005) 
O conceito anterior de Sentença como o ato que implicava na 
finalização do processo se justificava à época, porque o sistema processual 
anterior à Lei nº 11.232/2005 era dividido em processos estanques e 
separados: Processo de Conhecimento e Processo de Liquidação e Execução de 
Sentença. 
Uma coisa era a certificação do direito no Processo de 
Conhecimento (ex: Sentença do Juiz determinando a reintegração de posse de 
uma determinada propriedade). Outra coisa era a execução desta mesma 
sentença. Para executar deveria ser aberto um novo processo (+ 1 processo) 
só para conseguir, na prática, a reintegração de posse conferida pela sentença 
inicial. Assim, a Sentença antes marcava o fim do processo de certificação do 
direito (Processo de Conhecimento), dando azo à abertura de um novo 
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4 
Processo para executá-lo (Processo de Execução). 
Com efeito, a Lei nº 11.232/2005 trouxe um novo conceito de 
processo. Hoje o processo é único, dividido apenas em FASES. Existe a Fase 
de Conhecimento, Fase de Liquidação e Fase de Execução da Sentença. Não 
cabe aqui estudar o conceito e detalhes de cada Fase. Contudo, cabe informar 
que a Sentença NÃO mais põe fim ao processo! Por uma razão simples: a 
Sentença apenas finaliza 1 (uma) de suas fases (a fase de Conhecimento). O 
Processo não é mais finalizado com a Sentença, mas apenas com a execução 
definitiva. 
Esta junção de todas as Fases em 1 (um) único Processo é 
chamada pela doutrina de Processo Sincrético. Agora o Processo de 
Conhecimento é formado pela união ou fusão de processos diversos em apenas 
1 (um). 
Por causa disso, o conceito de Sentença teve que ser modificado. O 
conceito anterior não tem hoje mais razão de ser porque o processo não mais 
é ultimado com a exaração da Sentença pelo Juiz. 
Nesse sentido, o legislador entendeu por bem conceituar a 
Sentença como o ato do Juiz que implica em alguma das situações previstas 
nos incisos dos arts. 267 e 269 do CPC: 
 
o Sentença TERMINATIVA - Art. 267 – Extinção da Fase 
de Conhecimento SEM Resolução de Mérito - O art. 267 
prevê hipóteses processuais de extinção do processo (leia-se: 
extinção da Fase de Conhecimento) SEM resolução de 
mérito, isto é, sem a análise da questão de fundo, a questão 
principal pela qual foi instaurado o processo (exemplo: Ação 
de Alimentos é encerrada porque o Autor desistiu da Ação). 
As hipóteses previstas no art. 267 do CPC implicam na 
chamada Sentença Terminativa – põe fim a Fase do Processo 
SEM o exame do mérito. Por não decidir o mérito do processo 
(o que mais almeja a parte), em regra, a Sentença 
Terminativa faz coisa julgada meramente formal, isto é, 
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torna a decisão imutável apenas dentro do processo em que 
foi proferida, não impedindo que seja rediscutido em outro 
processo eventualmente iniciado. 
As situações legais do art. 267 são multifacetadas e fazem 
parte do assunto específico Processo, a ser estudado em 
separado. De todo modo, indico a leitura atenta de cada uma 
das hipóteses, que podem ser objeto de prova. 
Sentença Terminativa, SEM resolução do mérito do 
Processo (Art. 267 do CPC): 
a. quando o Juiz indeferir a petição inicial; 
b. quando ficar parado durante mais de 1 ANO por 
negligência das partes; 
c. quando, por não promover os atos e diligências que lhe 
competir, o AUTOR abandonar a causa por mais de 
30 DIAS; 
d. quando se verificar a ausência de pressupostos de 
constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
e. quando o Juiz acolher a alegação de perempção, 
litispendência ou de coisa julgada; 
f. quando não concorrer qualquer das condições da 
ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade 
das partes e o interesse processual; 
g. pela convenção de arbitragem; 
h. quando o AUTOR desistir da ação; 
i. quando a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; 
j. quando ocorrer confusão entre AUTOR e RÉU; 
 
oSentença DEFINITIVA – Art. 269 – Extinção da Fase 
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de Conhecimento COM Resolução de Mérito - O art. 269 
prevê hipóteses processuais de resolução da Fase de 
Conhecimento COM resolução de mérito, isto é, com o 
exame da questão principal do processo requerida pela parte 
(Exemplo: Ação de Investigação de Paternidade – o Juiz 
decidirá se Fulano é ou não Pai da criança, acolhendo ou 
rejeitando o pedido da parte). Esta Sentença enseja a 
extinção definitiva da Fase de Conhecimento, com o exame 
do mérito, decidindo definitivamente a questão de direito 
discutida nos autos (questão principal – mérito): acolhendo 
ou não a pretensão do autor. Esta Sentença Definitiva faz 
coisa julgada formal e material, torna a questão de mérito 
indiscutível no processo em que foi proferida e em qualquer 
outro. Assim, após o esgotamento dos prazos de recursos, a 
questão posta em juízo não poderá mais ser discutida em 
nenhum outro processo (ou seja, não poderá mais ser 
instaurado novo processo para rediscutir a mesma questão 
de mérito já pacificada na Sentença Definitiva). 
Da mesma forma que as situações legais do art. 267, as 
previstas no art. 269 também são multifacetadas e fazem 
parte do assunto específico Processo, a ser estudado 
separadamente. De todo modo, indico a leitura atenta de 
cada uma das hipóteses, que podem ser objeto de prova. 
Sentença Definitiva, COM resolução do mérito do Processo 
(Art. 269 do CPC): 
a. quando o Juiz ACOLHER ou REJEITAR o pedido do 
autor; 
b. quando o Réu reconhecer a procedência do pedido; 
c. quando as Partes transigirem (transação); 
d. quando o Juiz pronunciar a decadência ou a 
prescrição; 
e. quando o AUTOR renunciar ao direito sobre que se 
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funda a ação.** 
 
Tá ok Professor, Sentença é a decisão do Juiz que examina ou não 
examina o mérito, nas hipóteses do art. 267 ou 269. Todavia, o que é 
Acórdão? 
Enquanto os Juízes de 1º Grau de Jurisdição (Juízes de 1ª 
Instância) proferem as Sentenças para poderem fim à Fase de Conhecimento, 
os Tribunais de 2ª Instância (Ex: Tribunais de Justiça Estaduais, Tribunais 
Regionais Federais, etc) e os Tribunais Superiores (STF, STJ, TSE, TST, etc) 
proferem os chamados Acórdãos, decidindo ou não o mérito, mas também 
pondo fim à Fase de Conhecimento. Recebe a denominação “Acórdão” o 
julgamento proferido pelo órgão colegiado do Tribunal, que resume a decisão 
(“voto”) dos Membros da Corte. 
CPC 
Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento 
proferido pelos tribunais. 
Cada Membro do Tribunal, contudo, profere as chamadas Decisões 
Monocráticas (decisões tomadas pessoalmente, sem a participação de toda a 
Corte), quando decide uma questão incidental no processo. Estas Decisões 
Monocráticas têm natureza de Decisões Interlocutórias, como veremos à 
frente. 
As Sentenças e os Acórdãos deverão ser redigidos com 
observância de 3 (três) requisitos essenciais: 
1) RELATÓRIO – é o histórico dos fatos que ocorreram no 
processo, contendo resumo da Petição Inicial, da Defesa, dos 
principais incidentes do processo e das provas produzidas. É 
uma parte descritiva da decisão judicial, que consiste numa 
exposição circunstanciada de toda a marcha do 
procedimento, de forma sucinta e objetiva. 
2) FUNDAMENTAÇÃO – o Juiz expõe as razões do 
convencimento (motivação), os motivos pelos quais vai 
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decidir em determinado sentido (acolhimento ou não do 
pedido do autor). 
3) DISPOSITIVO ou CONCLUSÃO – parte que contém a 
efetiva Decisão. É nesta parte que o Juiz resolve as questões 
que lhe foram submetidas, com o acolhimento ou rejeição do 
pedido do autor, ou mesmo extinguindo o processo sem 
julgamento de mérito (Sentença Terminativa). 
 
CPC 
Art. 458. São requisitos essenciais da sentença: 
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do 
pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais 
ocorrências havidas no andamento do processo; 
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato 
e de direito; 
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as 
partes lhe submeterem. 
Decisões Interlocutórias. 
As Decisões Interlocutórias são aqueles em que o Juiz decide uma 
mera questão incidente no Processo (questão acessória que deve ser 
decidida antes da questão de mérito), sem lhe dar um fim direto e imediato à 
Fase de Conhecimento. 
Por meio das Decisões Interlocutórias o Magistrado, por exemplo, 
indefere requerimento de prova solicitado pelo autor ou pelo réu; exclui co-
autor ou co-réu do processo, mantendo os demais; indefere pedido de 
assistência judiciária gratuita (gratuidade da justiça); indefere solicitação de 
liminar e tutela antecipada; não recebe o recurso de Apelação de decisão, no 
1º juízo de admissibilidade recursal. Observem que em todas estas hipóteses o 
Juiz não põe termo (fim) à Fase /de Conhecimento. O processo continua 
normalmente após a Decisão Interlocutória. 
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9 
CPC 
Art. 162. 
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do 
processo, resolve questão incidente. 
Um exemplo simples citado: Ação de Investigação de Paternidade; 
a parte autora, além do pedido de investigação, solicita que lhe seja 
assegurada a gratuidade da justiça; o Juiz precisa decidir esta questão 
também, não é verdade? Não poderá simplesmente julgar a investigação sem 
debruçar-se se ela tem ou não direito à assistência judiciária gratuita; esta 
questão incidente ao mérito (questão principal) deve ser decidida por meio de 
Decisão Interlocutória. Fácil, não? 
Diante da bagunça de nosso Sistema Processual Civil, há casos 
excepcionais de Decisões Interlocutórias que põem fim à Fase de 
Conhecimento, mas não é objeto deste estudo, por ora. 
Cabe assinalar que, em regra, das Sentenças cabe o Recurso de 
APELAÇÃO e das Decisões Interlocutórias, o Recurso de AGRAVO. 
CPC 
Art. 513. Da SENTENÇA caberá APELAÇÃO (arts. 267 e 269). 
Art. 522. Das DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS caberá AGRAVO, 
no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se 
tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de 
difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e 
nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando 
será admitida a sua interposição por instrumento. 
 
Resumo: 
SENTENÇAS: 
o Põem fim à Fase de Conhecimento, decidindo ou não o mérito 
do Processo (questão principal); 
o Terminativa – SEM resolução de mérito - Art. 267 – 
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10 
faz coisa julgada formal; 
o Definitiva – COM resolução de mérito – Art. 269 - faz 
coisa julgada formal e material; 
o Cabe o Recurso de Apelação. 
 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: 
o Decidem questões incidentes (acessórias) sem por fim à 
Fase de Conhecimento; 
o Cabe o Recurso de Agravo. 
 
 
Despachos. 
Os Despachos, comumente chamados de Mero Expediente, são 
atos sem nenhum cunho decisório que têm por finalidade tão somente impor a 
marcha normal do procedimento, por força do Princípio Processual do Impulso 
Oficial. Em outros termos, os Despachos são todo e qualquer provimento 
emitido pelo Juiz que tem por finalidade dar andamento ao processo, sem 
decidir qualquer questão processual ou de mérito. Exemplo: marcação de nova 
data de audiência a pedido da parte ou de ofício. 
O Código de Processo Civil conceitua os Despachos como todos os 
demais atos praticados pelo Juiz, que não sejam Sentença e nem Decisão 
Interlocutória, de ofício (por conta própria) ou a requerimento da parte, que 
não disponham de outra forma estabelecida em lei. Portanto, os Despachos 
têm um caráter residual, são atos sem cunho decisório e que não se encaixam 
no conceito de Sentença e nem de Decisão Interlocutória. 
Por não ser propriamente uma Decisão, dos Despachos NÃO 
cabem qualquer Recurso! 
CPC 
Art. 504. Dos despachos NÃO cabe recurso. 
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Lógico que um pronunciamento do Juiz que venha a tumultuar o 
processo, causando prejuízo à parte, poderá ser atacado por meio de 
Correição Parcial ou Mandado de Segurança. 
Os Atos Ordinatórios, que são aqueles que não dependem de 
Despacho do Magistrado, por serem mais simples ainda, sem cunho decisório e 
de observância obrigatória por força de determinação legal, devem ser 
praticados pelo Serventuário da Justiça (servidores), bem como revistos 
pelo Juiz. Portanto, os servidores da Justiça também praticam atos 
processuais, como, por exemplo, a juntada de petição ou documento aos autos 
e a vista obrigatória dos autos processo. 
Vale ressaltar que os Atos Ordinatórios podem ser praticados pelos 
Juízes, apenas independem de Despacho deles. Isso não impede que os Juízes 
também o façam, ok? Por isso, os Atos Ordinatórios são atos dos Juízes e dos 
Servidores. 
CPC 
Art. 162. 
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no 
processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei 
não estabelece outra forma. 
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista 
obrigatória, independem de despacho, devendo ser 
praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando 
necessários. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 
 
Prazos para a prática dos Atos do Juiz. 
Determina o art. 189 do CPC que o Juiz deve praticar seus atos 
dentro de um limite temporal, assim resumido: 
o Decisões (Decisões Interlocutórias e Sentenças) – 10 DIAS 
o Despachos de Expediente – 2 DIAS 
 
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12 
Redação e Assinatura das Decisões. 
O CPC determina que todos os Despachos, Decisões, Sentenças e 
Acórdãos devem ser redigidos, datados e assinados pelos Juízes competentes. 
Da mesma forma, as Decisões proferidas oralmente (exemplo: em Audiência) 
devem ser reduzidas a termo, revistas e assinadas pelos Juízes. 
Com o advento do Processo Eletrônico, no qual as peças dos autos 
do processo são todas digitais (em meio eletrônico), inclusive as Decisões 
Judiciais, as assinaturas dos juízes poderão ser confeccionadas 
eletronicamente (assinaturas eletrônicas). 
CPC 
Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão 
redigidos, datados e assinados pelos juízes. Quando forem 
proferidos, verbalmente, o taquígrafo ou o datilógrafo os 
registrará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura. 
Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de 
jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da 
lei.(Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006). 
 
Fundamentação das Decisões. 
Vimos que as Sentenças e os Acórdãos devem conter os 3 (três) 
elementos estudados acima: RELATÓRIO, FUNDAMENTAÇÃO e DISPOSITIVO. 
Deve-se ressaltar que todas as decisões, inclusive as Decisões 
Interlocutórias, devem ser FUNDAMENTADAS, isto é, devem conter 
motivação, mesmo que seja de modo conciso (motivação resumida). 
CPC 
Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos com 
observância do disposto no art. 458; as demais decisões serão 
fundamentadas, ainda que de modo conciso. 
 
 
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13 
 
 b) Sentenças e decisões: conceito, requisitos, preclusão, coisa 
julgada. 
 
Sentença. 
Antigamente o conceito de Sentença era o ato pelo qual o Juiz põe 
fim ao processo, decidindo ou não o mérito da causa (da ação). Assim, o 
conceito anterior restringia a Sentença a uma decisão que finalizava o 
processo. Todavia, em reforma do CPC realizada no ano de 2005 pela Lei nº 
11.232/2005, a Sentença passou a ser conceituada como a decisão ou ato do 
Juiz que implicasse em alguma das situações previstas no art. 267 ou 269 do 
Código. 
CPC 
Art. 162. 
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações 
previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pelo Lei 
nº 11.232, de 2005) 
O conceito anterior de Sentença como o ato que implicava na 
finalização do processo se justificava à época, porque o sistema processual 
anterior à Lei nº 11.232/2005 era divido em processos estanques e separados: 
Processo de Conhecimento e Processo de Liquidação e Execução de Sentença. 
Uma coisa era a certificação do direito no Processo de 
Conhecimento (ex: Sentença do Juiz determinando a reintegração de posse de 
uma determinada propriedade). Outra coisa era a execução desta mesma 
sentença. Para executar deveria ser aberto um novo processo (+ 1 processo) 
só para conseguir, na prática, a reintegração de posse conferida pela sentença 
inicial. Assim, a Sentença antes marcava o fim do processo de certificação do 
direito (Processo de Conhecimento), dando azo à abertura de um novo 
Processo para executá-lo (Processo de Execução). 
Com efeito, a Lei nº 11.232/2005 trouxe um novo conceito de 
processo. Hoje o processo é único, dividido apenas em FASES. Existe a Fase 
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de Conhecimento, Fase de Liquidação e Fase de Execução da Sentença. Não 
cabe aqui estudar o conceito e detalhes de cada Fase. Contudo, cabe informar 
que a Sentença NÃO mais põe fim ao processo! Por uma razão simples: a 
Sentença apenas finaliza 1 (uma) de suas fases (a fase de Conhecimento). O 
Processo não é mais finalizado com a Sentença, mas apenas com a execução 
definitiva. 
Esta junção de todas as Fases em 1 (um) único Processo é 
chamada pela doutrina de Processo Sincrético. Agorao Processo de 
Conhecimento é formado pela união ou fusão de processos diversos em apenas 
1 (um). 
Por causa disso, o conceito de Sentença teve que ser modificado. O 
conceito anterior não tem hoje mais razão de ser porque o processo não mais 
é ultimado com a exaração da Sentença pelo Juiz. 
Nesse sentido, o legislador entendeu por bem conceituar a 
Sentença como o ato do Juiz que implica em alguma das situações previstas 
nos incisos dos arts. 267 e 269 do CPC: 
 
o Sentença TERMINATIVA - Art. 267 – Extinção da Fase 
de Conhecimento SEM Resolução de Mérito - O art. 267 
prevê hipóteses processuais de extinção do processo (leia-se: 
extinção da Fase de Conhecimento) SEM resolução de 
mérito, isto é, sem a análise da questão de fundo, a questão 
principal pela qual foi instaurado o processo (exemplo: Ação 
de Alimentos é encerrada porque o Autor desistiu da Ação). 
As hipóteses previstas no art. 267 do CPC implicam na 
chamada Sentença Terminativa – põe fim a Fase do Processo 
SEM o exame do mérito. Por não decidir o mérito do processo 
(o que mais almeja a parte), em regra, a Sentença 
Terminativa faz coisa julgada meramente formal, isto é, 
torna a decisão imutável apenas dentro do processo em que 
foi proferida, não impedindo que seja rediscutido em outro 
processo eventualmente iniciado. 
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As situações legais do art. 267 são multifacetadas e fazem 
parte do assunto específico Processo, a ser estudado em 
separado. De todo modo, indico a leitura atenta de cada uma 
das hipóteses, que podem ser objeto de prova. 
Sentença Terminativa, SEM resolução do mérito do 
Processo (Art. 267 do CPC): 
k. quando o Juiz indeferir a petição inicial; 
l. quando ficar parado durante mais de 1 ANO por 
negligência das partes; 
m. quando, por não promover os atos e diligências que lhe 
competir, o AUTOR abandonar a causa por mais de 
30 DIAS; 
n. quando se verificar a ausência de pressupostos de 
constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
o. quando o Juiz acolher a alegação de perempção, 
litispendência ou de coisa julgada; 
p. quando não concorrer qualquer das condições da 
ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade 
das partes e o interesse processual; 
q. pela convenção de arbitragem; 
r. quando o AUTOR desistir da ação; 
s. quando a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; 
t. quando ocorrer confusão entre AUTOR e RÉU; 
 
o Sentença DEFINITIVA – Art. 269 – Extinção da Fase de 
Conhecimento COM Resolução de Mérito - O art. 269 
prevê hipóteses processuais de resolução da Fase de 
Conhecimento COM resolução de mérito, isto é, com o 
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16 
exame da questão principal do processo requerida pela parte 
(Exemplo: Ação de Investigação de Paternidade – o Juiz 
decidirá se Fulano é ou não Pai da criança, acolhendo ou 
rejeitando o pedido da parte). Esta Sentença enseja a 
extinção definitiva da Fase de Conhecimento, com o exame 
do mérito, decidindo definitivamente a questão de direito 
discutida nos autos (questão principal – mérito): acolhendo 
ou não a pretensão do autor. Esta Sentença Definitiva faz 
coisa julgada formal e material, torna a questão de mérito 
indiscutível no processo em que foi proferida e em qualquer 
outro. Assim, após o esgotamento dos prazos de recursos, a 
questão posta em juízo não poderá mais ser discutida em 
nenhum outro processo (ou seja, não poderá mais ser 
instaurado novo processo para rediscutir a mesma questão 
de mérito já pacificada na Sentença Definitiva). 
Da mesma forma que as situações legais do art. 267, as 
previstas no art. 269 também são multifacetadas e fazem 
parte do assunto específico Processo, a ser estudado 
separadamente. De todo modo, indico a leitura atenta de 
cada uma das hipóteses, que podem ser objeto de prova. 
Sentença Definitiva, COM resolução do mérito do Processo 
(Art. 269 do CPC): 
f. quando o Juiz ACOLHER ou REJEITAR o pedido do 
autor; 
g. quando o Réu reconhecer a procedência do pedido; 
h. quando as Partes transigirem (transação); 
i. quando o Juiz pronunciar a decadência ou a 
prescrição; 
j. quando o AUTOR renunciar ao direito sobre que se 
funda a ação.** 
 
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17 
Tá ok Professor, Sentença é a decisão do Juiz que examina ou não 
examina o mérito, nas hipóteses do art. 267 ou 269. Todavia, o que é 
Acórdão? 
Enquanto os Juízes de 1º Grau de Jurisdição (Juízes de 1ª 
Instância) proferem as Sentenças para poderem fim à Fase de Conhecimento, 
os Tribunais de 2ª Instância (Ex: Tribunais de Justiça Estaduais, Tribunais 
Regionais Federais, etc) e os Tribunais Superiores (STF, STJ, TSE, TST, etc) 
proferem os chamados Acórdãos, decidindo ou não o mérito, mas também 
pondo fim à Fase de Conhecimento. Recebe a denominação “Acórdão” o 
julgamento proferido pelo órgão colegiado do Tribunal, que resume a decisão 
(“voto”) dos Membros da Corte. 
CPC 
Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento 
proferido pelos tribunais. 
Cada Membro do Tribunal, contudo, profere as chamadas Decisões 
Monocráticas (decisões tomadas pessoalmente, sem a participação de toda a 
Corte), quando decide uma questão incidental no processo. Estas Decisões 
Monocráticas têm natureza de Decisões Interlocutórias, como veremos à 
frente. 
As Sentenças e os Acórdãos deverão ser redigidos com 
observância de 3 (três) requisitos essenciais: 
4) RELATÓRIO – é o histórico dos fatos que ocorreram no 
processo, contendo resumo da Petição Inicial, da Defesa, dos 
principais incidentes do processo e das provas produzidas. É 
uma parte descritiva da decisão judicial, que consiste numa 
exposição circunstanciada de toda a marcha do 
procedimento, de forma sucinta e objetiva. 
5) FUNDAMENTAÇÃO – o Juiz expõe as razões do 
convencimento (motivação), os motivos pelos quais vai 
decidir em determinado sentido (acolhimento ou não do 
pedido do autor). São os motivos de fato e de direito para a 
decisão. A falta de motivação gera a nulidade da 
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sentença. 
6) DISPOSITIVO ou CONCLUSÃO – parte que contém a 
efetiva Decisão. É nesta parte que o Juiz resolve as questões 
que lhe foram submetidas, com o acolhimento ou rejeição do 
pedido do autor (Sentença Definitiva), ou mesmo extinguindo 
o processo sem julgamento de mérito (Sentença 
Terminativa). É a decisão propriamente dita. O Juiz julga o 
acusado após a fundamentação da sentença. 
 
CPC 
Art. 458. São requisitos essenciais da sentença: 
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do 
pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais 
ocorrências havidas no andamento do processo; 
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato 
e de direito; 
III - o dispositivo, em que o juizresolverá as questões, que as 
partes lhe submeterem. 
 
Com a provação do Estado-Juiz por meio da Petição Inicial, o Juiz 
deve decidir a lide, aplicando o direito à espécie. Como vimos, após o trâmite 
regular do processo o Juiz decidirá COM resolução de mérito (acolhendo ou 
rejeitando o pedido do autor, em sua totalidade ou apenas em parte) ou SEM 
resolução de mérito. Neste caso, o CPC prevê que a decisão será concisa. 
Portanto, a sentença sem resolução de mérito será concisa. Esta 
concisão dependerá do próprio caso, mas a dispensa de fundamentação e o 
relatório poderá ser possível em casos excepcionais, nos quais restem 
comprovada a sua desnecessidade. 
 
Sentença e Pedido. 
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Como é visto no assunto “Petição Inicial”, são requisitos do pedido 
do autor na petição inicial a certeza e a determinação (o pedido deve ser certo 
quanto ao que se quer e determinado, a quantidade do que se quer). O CPC 
fala em pedido certo ou determinado, mas o aplicado pela doutrina é certo E 
determinado, conjuntamente. 
O Pedido certo e determinado é aquele definido em sua qualidade 
e quantidade. 
Como exceção, admite-se pedido NÃO certo e NÃO determinado, o 
chamado Pedido GENÉRICO, que é aquele indeterminável no momento da 
propositura da Ação. Ações lícitas com pedidos Genéricos: 
1. Ações Universais, quando o autor não puder individualizar 
os bens demandados – refere-se às universalidades de fato 
ou de direito. Ex: direito de herança não é possível a 
individualização. 
2. quando não for possível determinar, de modo definitivo, as 
conseqüências do ato ou do fato ilícito – ocorre quando 
se formula uma ação judicial de responsabilidade civil, na 
qual se sabe da ocorrência do dano e do dever de 
indenizar, mas a real quantificação do dano será auferida 
no decorrer do processo. 
3. quando a determinação do valor da condenação depender 
de ato que deva ser praticado pelo réu – Exemplo: ação 
de prestação de contas. 
O CPC determina que quando o autor tiver formulado pedido 
certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida. A regra é que se o autor 
formular pedido com quantidade definida, o Juiz não poderá sentenciar, 
conferindo o direito com quantidade indefinida. Exemplo: autor pede a 
devolução de 100 caixas de produtos, não adimplidas pelo contratante; o Juiz 
deve determinar a devolução das 100 caixas de produtos, se entender devidas. 
A regra é que a Sentença só será ilíquida se o pedido for ilíquido. 
No entanto, a jurisprudência tem apontado por uma flexibilização dessa regra, 
ao prevê a possibilidade de liquidação posterior da quantidade, pelas próprias 
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20 
partes, após a definição do direito pela Sentença. 
 
Vícios da Sentença. 
A Sentença não pode decidir qualquer coisa, mas apenas o que 
constar das alegações das partes (Petição Inicial e Resposta do Réu). Na 
realidade, a Sentença tem como limitador os Pedidos do Autor e do Réu e a 
Fundamentação. Por questão de lógica, o Juiz não pode decidir além do que 
foi pedido, senão seria exercício de jurisdição de ofício ou omissão no dever de 
decidir. 
Vamos aos vícios das Sentenças: 
• Sentença Extra Petita – quando o Juiz decide de forma 
diversa da que foi postulada pela parte. A sentença será 
totalmente nula porque foi exarada fora do pedido da parte 
(extra pedido; fora do pedido). O pedido da parte resta 
intocado, pois o Juiz decidiu de forma totalmente estranha ao 
pedido. Exemplo: o autor pede A e o Juiz concede B; autor 
pede danos emergentes e o juiz concede apenas lucros 
cessantes. 
• Sentença Ultra Petita – o Juiz decide além do que foi 
pedido (o Juiz dá mais do que foi pedido) Exemplo: o autor 
pede A e o Juiz concede A e B; autor pede danos emergentes 
e o juiz concede os danos emergentes e os lucros cessantes. 
Neste caso, a Sentença será anulada apenas na parte que 
extrapolou o pedido (nulidade da parte ultra pedido). 
• Sentença Citra Petita – o Juiz decide aquém do pedido 
(decide menos do que foi requerido; decisão parcial dos 
pedidos). Exemplo: o autor pede A e B e o Juiz concede 
apenas B; autor pede danos emergentes e lucros cessantes o 
juiz concede apenas os danos emergentes. Para grande parte 
da doutrina, a Sentença citra petita é nula integramente. 
CPC 
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Art. 460. É defeso (proibido) ao juiz proferir sentença, a favor do 
autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu 
em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi 
demandado. 
 
Sentença condicional. 
O CPC veda que a Sentença esteja sujeita a evento futuro e incerto 
(condição). 
Segundo o Código Civil, a condição é a cláusula que subordina o 
negócio jurídico a evento futuro e incerto (Exemplo: autor pede ao Juiz que lhe 
conceda o direito à usucapião de um imóvel quando e se ele alcançar o prazo 
legal para aquisição do direito à propriedade). Neste caso, a Sentença só 
poderia ser exarada se o autor comprovasse o completo cumprimento dos 
requisitos legais para aquisição ao direito de propriedade. 
Portanto, a Sentença deve ser certa (não pode ficar dependente 
de condição futura e incerta), isto é, não se admite sentença condicional. O 
conteúdo da Sentença não pode ser condicional, mas poderá decidir relação 
jurídica condicional. Nesta hipótese, a Sentença definirá se existe ou não 
direito sujeito à condição. Ou seja, a Sentença poderá declarar a existência de 
direito, mas que este direito somente será executado se for comprovada a 
realização da condição. 
CPC 
Art. 460 
Parágrafo único. A sentença deve ser certa, ainda quando 
decida relação jurídica condicional. 
 
 
Sentença de Obrigação de Fazer ou Não Fazer (Tutela 
Específica). 
Só existem 4 espécies de prestação jurisdicional (natureza das 
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obrigações): 
• De Fazer 
• De Não Fazer 
• De Dar Dinheiro ($) 
• De Dar coisa diferente de dinheiro (≠$) 
A tutela jurisdicional deve ser efetiva, isto é, deve entregar ao 
titular do direito o bem jurídico almejado. Por isso, nas Ações que versem 
acerca de obrigação de Fazer e Não Fazer, o Juiz deve conceder a Tutela 
Específica da obrigação ou determinar providências que garantam o resultado 
prático equivalente. A Tutela jurisdicional é o resultado prático favorável 
atribuído àquele que ganhou o processo, é o produto do processo. 
Não interessa à parte que lhe seja entregue outra coisa, senão o 
cumprimento da obrigação requerida (esta é a regra: a obrigação original deve 
ser cumprida). Desse modo, a obrigação somente se converterá em perdas e 
danos se o autor o requerer, se impossível a tutela específica ou a 
obtenção do resultado prático correspondente. 
A conversão da obrigação em perdas e danos deve ser a última 
alternativa a ser adotada.O Juiz detém de amplos poderes legais para forçar o réu ao 
cumprimento da obrigação. Por isso, a Lei autoriza o Juiz determinar as 
medidas necessárias para garantir a tutela específica ou a obtenção do 
resultado prático correspondente à obrigação. Dentre os meios coercitivos, 
destacam-se: imposição de multa por tempo de atraso; busca e apreensão; 
remoção de pessoas e coisas; desfazimento de obras e impedimento 
de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial. 
Hoje a multa é o principal meio executivo de que se vale o 
magistrado para efetivar as suas decisões. A parte passa a ter direito as 
perdas e danos e à multa. A multa não tem natureza indenizatória, mas de 
coerção ao cumprimento da obrigação. O objetivo dela é forçar o cumprimento 
da obrigação, é constranger o devedor ao cumprimento da obrigação. 
Essa multa coercitiva tem um nome: “Astriente” (multa judicial 
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23 
para efetivar o cumprimento de obrigação). A multa reverte à outra parte 
(reverte ao autor e não ao Estado). 
O Juiz pode fixar a multa a pedido da parte ou mesmo de ofício, 
com periodicidade diária, semanal, mensal, etc (ampla liberdade do 
magistrado, com o objetivo de melhor adequar a coerção ao caso concreto). 
Ademais, o Magistrado poderá alterar o valor e a periodicidade da multa a 
qualquer tempo (ampliar ou reduzir). 
Se o autor aduzir relevante fundamento de sua demanda (fumaça 
do bom direito) e se houver receio de ineficácia do provimento final (perigo na 
demora do processo), o Juiz pode conceder a Tutela específica por decisão 
LIMINAR ou por meio de justificação prévia, sendo citado o réu. A liminar 
pode ser revogada ou modificada sempre que o Juiz entenda necessário, por 
decisão fundamentada. 
CPC 
Art. 461 
§ 2o A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo 
da multa (art. 287). 
§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a 
periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente 
ou excessiva. 
 
Sentença de Obrigação de Fazer ou Não Fazer (Tutela 
Específica). 
Nas hipóteses de ação que verse sobre obrigação de DAR, o 
Magistrado também deve propiciar que a coisa seja efetivamente entregue ao 
autor. Para tanto, deverá fixar prazo ao réu para o cumprimento da obrigação. 
Se a coisa for incerta (indefinição quanto ao gênero e quantidade. 
Exemplo: sacos de feijão; tonéis de óleo diesel; automóvel popular) e couber 
ao credor escolher, este deverá individualizá-la na petição inicial, se lhe 
couber a escolha. Se a escolha couber ao devedor, este deve entregar a coisa 
individualizada no prazo fixado pelo juiz. 
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As mesmas formas de coerção previstas para as obrigações de 
fazer e não fazer aplicam-se às obrigações de dar. Desse modo, podem ser 
definidas multas e toda e qualquer medida necessária à entrega da coisa. 
Somente se não for cumpra a obrigação, a despeito da adoção de 
medidas coercitivas, é que o Juiz expedirá, em favor do credor, mandado de 
busca e apreensão ou de imissão na posse, se coisa móvel ou imóvel. 
 
Decisão e Fatos Supervenientes. 
Quando o Juiz for julgar o processo poderá levar em consideração 
os fatos que aconteceram depois da propositura da ação? Ou o juiz tem de 
julgar apenas com base na época da propositura da ação? 
O juiz tem de exarar uma solução na data da decisão e não com 
base na antiga data da propositura da ação. Exemplo: Cobrança de dívida não 
vencida; o réu se defende, mas na época da decisão a dívida já está vencida. 
Então o juiz julga como vencida e não como dívida a vencer (não há como 
contrariar os fatos). 
Desse modo, todo fato superveniente à propositura da demanda, 
relevante para o julgamento da causa, deve ser levado por consideração pelo 
juiz, até mesmo ex officio. 
CPC 
Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato 
constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no 
julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de 
ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a 
sentença. 
 
Alteração da Sentença. 
A regra é que a Sentença não poderá ser alterada após a sua 
publicação (imutabilidade da sentença). No entanto, 2 exceções legais, nas 
quais o legislador permite a alteração da Sentença: 
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25 
• para lhe corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, 
inexatidões materiais, ou lhe retificar erros de cálculo 
(Ex: nome da parte envolvida; valores equivocados na 
definição do quantum devido pelo réu – réu condenado a R$ 
1.000,00 e a Sentença previu condenação de R$ 1 MILHÃO). 
• por meio de embargos de declaração (recurso hábil ao 
esclarecimento de ponto duvidoso, obscuro ou omisso) – 
neste caso, caso seja deferido o recurso, a sentença poderá 
ser alterada para o esclarecimento do ponto questionado. 
 
Hipótese de hipoteca judiciária. 
O CPC prevê que a sentença de condenação do réu no pagamento 
de uma prestação, consistente em dinheiro ou em coisa (de dar), valerá 
como título constitutivo de hipoteca judiciária, que poderá ser inscrita em 
eventual imóvel do réu, como garantia do pagamento da prestação, na forma 
prescrita na Lei de Registros Públicos. 
A regra é que a hipoteca judiciária possa ser determinada sempre, 
inclusive nas hipóteses de(o): 
1. condenação seja genérica; 
2. pendência de arresto de bens do devedor; 
3. credor poder promover a execução provisória da 
sentença. 
 
Sentença com efeitos de declaração não emitida. 
É muito comum ocorrer das partes contratantes celebrarem um 
contrato preliminar (pré-contrato ou promessa de contratar), recusando-se, 
depois, uma delas, a celebrar o contrato definitivo. Neste caso, surge a 
dificuldade em impelir o cumprimento pela parte recalcitrante. Nesse sentido, o 
art. 466-A do CPC prevê que a sentença, uma vez transitada em julgado, 
produzirá todos os efeitos da declaração não emitida. 
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26 
Com isso, em um contrato de promessa de compra e venda de 
imóvel, a sentença do Juiz substitui a vontade do vendedor, valendo a sua 
transcrição, no oficio de registro de imóveis, como se fosse a declaração do 
devedor. 
CPC 
Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a 
sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os 
efeitos da declaração não emitida. 
 
Sentença de promessa de contratar. 
Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir 
a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, 
poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser 
firmado. 
Neste caso o autor pleiteia em juízo a declaração judicial para 
passá-lo diretamente de mero promissário-comprador para proprietário 
do bem (direito ao resultado prático direto) e não simplesmenteo suprimento 
da declaração de vontade da outra parte. 
Se o título prevê direito de arrependimento, não será possível a 
decisão judicial que tenha o mesmo efeito do contrato firmado. 
 
Sentença de transferência de propriedade sujeita a condição 
ou termo. 
Conforme prevê o art. 476 do Código Civil, nenhum dos 
contratantes poderá exigir o implemento da obrigação do outro se não cumprir 
a que lhe cabe. Com isso, o CPC determina que a ação que verse sobre 
transferência de propriedade ou de outro direito não será acolhida se a parte 
requerente não tiver cumprido a sua própria prestação ou mesmo não a tiver 
oferecido nas formas previstas na lei. Somente poderá ser acolhida se a 
prestação do requerente ainda não for exigível (não estiver vencida). 
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27 
CPC 
Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto a 
transferência da propriedade de coisa determinada, ou de outro 
direito, a ação não será acolhida se a parte que a intentou não 
cumprir a sua prestação, nem a oferecer, nos casos e formas 
legais, salvo se ainda não exigível. 
 
Coisa Julgada. 
A coisa julgada é uma qualidade ostentada pela Sentença de 
imutabilidade de seus efeitos. A coisa julgada é a imutabilidade da própria 
sentença e de seus efeitos formais e materiais. Em outros termos, é a 
autoridade e a eficácia da sentença quando não existirem meios de 
impugnação (recursos) que permitam modificá-la. Após o seu trânsito em 
julgado, a sentença torna-se imutável e irretratável. 
CPC 
Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna 
imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso 
ordinário ou extraordinário. 
Art. 468. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem 
força de lei nos limites da lide e das questões decididas. 
 
A doutrina classifica a coisa julgada em duas vertentes: 
• Coisa Julgada FORMAL – imutabilidade do efeito formal de 
extinção dentro do próprio processo, pelo fato de a 
sentença não estar mais sujeita a nenhum recurso ordinário 
ou extraordinário. A coisa julgada formal impede o novo 
julgamento ou reexame da sentença dentro do mesmo 
processo. Todas as sentenças transitadas em julgado geram 
este efeito de extinção do processo, tanto as sentenças 
definitivas quanto as terminativas. 
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As Sentenças terminativas fazem apenas coisa julgada formal, 
pois não analisam o mérito da questão. 
• Coisa Julgada MATERIAL – imutabilidade dos efeitos 
materiais da sentença de mérito, que impede o reexame 
da questão discutida dentro e fora do processo. A 
sentença de mérito transitada em julgado tem força de lei 
nos limites da lide e das questões decididas no processo. A 
coisa julgada material torna imutável a sentença dentro e 
fora processo, portanto, englobando a coisa julgada formal. 
Somente as Sentenças Definitivas fazem coisa julgada formal 
+ material, pois geram a indiscutibilidade da decisão dentro e 
fora do processo. 
 
O procedimento correto para desconstituição da Coisa Julgada 
Material é a Ação Rescisória. A Sentença terminativa não é sujeita a Ação 
Rescisória, pois a parte poderá propor novamente a Ação, quando entender 
cabível, por fazer apenas coisa julgada formal. Já a Sentença definitiva, que 
faz coisa julgada material, tem o condão da definitividade, sendo alterada tão 
somente por ação rescisória. 
 
Limites Objetivos da Coisa Julgada. 
A coisa julgada também tem seus limites. Não é tudo que está 
descrito e abrangido pela sentença que fará coisa julgada. Só é atingida pela 
imutabilidade a parte dispositiva da sentença (dispositivo), a própria decisão. 
Desse modo, NÃO fazem coisa julgada: 
• os motivos, mesmo que sejam importantes para determinar 
o alcance da parte dispositiva da sentença – os motivos são 
as razões de fato e de direito (fundamentos). Estes não se 
tornam imutáveis, pois os mesmos fatos ou fundamentos 
jurídicos podem servir de embasamento para qualquer 
demanda, em qualquer processo, não precluindo suas 
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alegações em um único processo. 
• a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da 
sentença – isso porque a interpretação conferida para os 
fatos pode ser alterada de acordo com a circunstância fática 
e com o tempo decorrido. Não existe uma verdade absoluta e 
imutável. 
• a apreciação da questão prejudicial, decidida 
incidentemente no processo – as questões jurídicas podem 
ser decididas de forma principal ou incidente. Se a questão 
for principal, a decisão fará coisa julgada material; se a 
questão for meramente incidente, não fará coisa julgada 
material, mas apenas formal (somente dentro do processo). 
Com isso, a questão prejudicial decidida incidentemente no 
processo não poderá ser contestada no mesmo processo, 
mas poderá ser atacada em qualquer outro. 
Se a parte desejar que a questão prejudicial seja alcançada 
pela coisa julgada material (torne-se imutável dentro e fora 
do processo), deverá apresentar Declaração Incidente. 
Para tanto, a parte deve requerer, o Juiz deve ser o 
competente em razão da matéria para julgar a declaração e a 
questão deve constituir pressuposto necessário para o 
julgamento da lide (Questão Prejudicial). 
CPC 
Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão 
prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for 
competente em razão da matéria e constituir pressuposto 
necessário para o julgamento da lide. 
 
Sentença e Cláusula rebus sic stantibus (Limite Objetivo) 
A regra é que o conteúdo da sentença seja imutável, especialmente 
com o seu trânsito em julgado. No entanto, a decisão judicial não pode ser 
contrária aos fatos, especialmente quando as circunstâncias forem 
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alteradas. Com isso, o art. 471 do CPC prevê a possibilidade de nova decisão 
sobre a mesma questão quando a relação jurídica for continuativa e sobrevier 
modificação no estado de fato ou de direito. Nestes casos, será possível 
solicitar a revisão da sentença. 
A cláusula rebus sic stantibus determina que a ocorrência de fato 
imprevisto e imprevisível posterior à decisão possibilita sua alteração nas 
condições. Exemplo: valor determinado na Sentença de Ação de Alimentos 
pode alterado se as condições do alimentando e do provedor forem alteradas 
ao longo do tempo. 
 
Duplo Grau de Jurisdição Obrigatório (Limite Objetivo). 
Mais um limite objetivo da coisa julgada é o duplo grau de 
jurisdição obrigatório, denominado de REEXAME NECESSÁRIO. 
A previsão legal do reexame necessário decorre da necessidade de 
nova apreciação da questão posta no juízo a quo (1º juízo) pelo juízo ad 
quem (2º juízo), independente de recurso da parte. 
Os casos sujeitos ao duplo grau de jurisdição sequer produzem 
efeitos antes da confirmaçãopelo tribunal. Somente com a apreciação da 
questão pela instância superior é que a questão produzirá seus efeitos. 
Hipóteses legais de sentença sujeita ao duplo grau de 
jurisdição: 
• Sentença proferida CONTRA a União, o Estado, o Distrito 
Federal, o Município, e as respectivas autarquias e 
fundações de direito público – toda Sentença contra a 
Fazenda Pública está sujeita a reexame necessário! 
• Sentença que julgar procedentes, no todo ou em parte, os 
embargos à execução de dívida ativa da Fazenda 
Pública (art. 585, VI, do CPC) – para entender, merece a 
contagem da questão de trás para frente: a Fazenda Pública 
tem direito de executar o réu inadimplente, com dívida 
inscrita na dívida ativa; com a interposição da execução, o 
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réu poderá embargar esta execução; se o Juiz julgar 
procedente estes embargos do réu, estará decidindo CONTRA 
a Fazenda Pública; nesse sentido, mais uma vez, esta 
sentença estará sujeita ao duplo grau de jurisdição. 
O Juiz que decidir contra a Fazenda Pública tem o DEVER de 
encaminhar os autos do processo, de ofício, ao Tribunal, mesmo que não 
haja apelação de sua sentença. Se o Juiz não encaminhar os autos, o Tribunal 
poderá avocá-los. 
Hipóteses excepcionais, de não sujeição ao duplo grau de 
jurisdição, mesmo quando houver condenação contra a Fazenda Pública: 
1. Quando a condenação, ou o direito controvertido, for de 
valor certo até 60 Salários-Mínimos, bem como no caso 
de procedência dos embargos do devedor na execução de 
dívida ativa de até 60 Salários-Mínimos. 
2. Quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do 
plenário do STF ou em súmula o STF ou do tribunal 
superior competente. 
 
Limites Subjetivos da Coisa Julgada. 
Os limites subjetivos da coisa julgada referem-se às partes do 
processo. A coisa julgada não pode beneficiar e nem prejudicar terceiros, 
sendo imutável a sentença e fazendo lei tão somente entre as PARTES. Ou 
seja, a autoridade da decisão transitada em julgado só será oposta contra os 
participantes do processo: as partes. 
A coisa julgada nas causas relativas ao Estado da pessoa (Ex: 
casamento, filiação, divórcio, etc) pode produzir efeitos para todos (extra 
partes – erga omnes) se forem citados no processo, em litisconsórcio 
necessário, todos os interessados. 
 
Eficácia preclusiva da coisa julgada. 
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O Princípio da Eventualidade ou da Concentração rege a 
forma de alegação do autor e do réu no processo, determinando que a toda a 
matéria defensiva deve ser exposta no momento oportuno, mesmo que haja 
contradição entre uma e outra defesa. Isto é, deve o Réu impugnar todos os 
fatos contra ele alegados, mesmo que incompatíveis entre si, sob pena de 
preclusão e de serem considerados incontroversos (verdadeiros) os fatos não 
impugnados. Este é o chamado Ônus da Impugnação Especificada do réu 
em sua resposta. Exemplo: não ocorreu o acidente de veículo; se ocorreu, não 
foi por ato ilegal; não há a consequência jurídica do dever de indenizar. 
Caso a parte não alegue as questões de defesa no momento 
oportuno, não será mais possível alegá-las posteriormente no mesmo 
processo, dada a ocorrência da preclusão (perda da faculdade processual de 
deduzir questões postas em juízo). 
De outro lado, a eficácia preclusiva da coisa julgada é uma 
espécie de preclusão que impede a parte de rediscutir em novo processo a 
alegação ou defesa que deveria ter trazido aos autos no momento oportuno. 
CPC 
Art. 474 
Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas 
e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor 
assim ao acolhimento como à rejeição do pedido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. Liquidação e Cumprimento de Sentença. 
 
Liquidação de Sentença. 
Às vezes a obrigação contida na sentença não é liquida. A sentença 
dá o crédito mas não o valor exato. 
A liquidação de sentença é apenas uma fase do processo de 
conhecimento para sentenças em que o valor da condenação não tenha sido 
expressamente determinado (condenação somente genérica). A liquidação é a 
quantificação do valor da condenação, não especificado diretamente na 
sentença. 
CPC 
Art. 475-A. Quando a sentença não determinar o valor devido, 
procede-se à sua liquidação. 
A liquidação poderá, inclusive, se requerida na pendência de 
recurso, quando será processada em autos apartados, no juízo de origem, 
competindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais 
necessárias. 
Não pode haver sentença ilíquida nos processos de rito sumário, 
nas causas de danos causados em acidente de veículo de via terrestre e de 
cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo 
(Cf. art. 275, II, ‘d’ e ‘e’ do CPC). 
Na liquidação NÃO é possível mais discutir de novo a lide ou 
modificar a sentença que a julgou. O assunto tratado é apenas o cálculo e a 
finalização do valor já consolidado na sentença. 
Da decisão de liquidação caberá Agravo de Instrumento, por 
ser uma decisão interlocutória. 
A Liquidação da Sentença poderá ser realizada por 3 (três) 
modalidades diversas: 
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• Liquidação por Cálculo Aritmético – requerida pelo credor 
quando o cálculo aritmético for sem complexidade (caso 
seja cálculo com complexidade, será realizada Liquidação por 
Arbitramento). 
• Liquidação por Arbitramento – requerida quando a 
determinação do valor depender de conhecimento técnico 
específico (perícia) ou quando for determinado por 
Sentença ou Convencionado pelas partes; 
• Liquidação por Artigos – quando for necessária nova 
instrução probatória, com alegação e prova de fato novo. 
 
A Liquidação por Cálculo é a mais simples de todas, dependendo 
exclusivamente da apresentação de cálculo pela parte, sem qualquer 
complexidade. Ex: soma de 3 (três) parcelas de débito não pagas, acrescida de 
juros convencionais no contrato. 
Se a memória do cálculo depender de dados existentes em poder 
do devedor ou de terceiro, o Juiz, a requerimento do credor, poderá requisitá-
los, fixando prazo de até 30 DIAS para o cumprimento da diligência. Se o 
devedor não apresentar os dados de forma injustificada, o Juiz reputará como 
corretos os cálculos apresentados pelo credor. Se os dados estiverem em 
poder de terceiro, o Juiz poderá expedir mandado de apreensão, 
caracterizando, inclusive, desobediência. 
Quando a memória de cálculo apresentada pelo credor 
aparentemente exceder os limites da sentença, pode o Juiz valer-se do 
contador judicial. Neste caso, se o credor não concordar com os cálculos 
apresentados pelo contador, a execução prosseguirá pelo valor apresentado 
pelo credor, mas a penhora terá por base o valor encontrado pelo contador. 
A Liquidaçãopor Arbitramento será requerida quando a 
determinação do valor depender de conhecimento técnico específico 
(perícia) ou quando for determinado por Sentença ou Convencionado pelas 
partes. 
Na Liquidação por Arbitramento o juiz nomeará o perito e 
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35 
fixará o prazo para a entrega do laudo. Apresentado o laudo, sobre o qual 
poderão as partes manifestar-se no prazo de 10 DIAS, o juiz proferirá decisão 
ou designará, se necessário, audiência. 
A Liquidação por Artigos será requerida quando for necessária 
nova instrução probatória, com alegação e prova de fato novo. A liquidação 
por Artigos é adequada para o caso de ter a parte que provar novo fato, que 
enseje nova discussão acerca do quantum devido, com nova instrução 
processual. 
 
Cumprimento da Sentença. 
A liquidação de sentença e a execução de título judicial 
(cumprimento de sentença) deixaram de ser processos autônomos e se 
transformaram em FASES, etapas, módulos, procedimentos posteriores à 
sentença. Este é o chamado Sincretismo processual pelos processualistas 
mais modernos. 
Hoje existem 3 (três) fases do processo: 
1. reconhecimento do direito (processo de conhecimento); 
2. quantificação do direito (processo de liquidação de 
sentença); 
3. satisfação do direito (processo de execução). 
A execução de título judicial não é mais um processo, mas é um 
procedimento autônomo. Foi trocado o nome “processo de execução” por 
“cumprimento de sentença”. Só que continua o Processo de execução para 
títulos extrajudiciais ou como processo autônomo. 
As regras do processo de execução de título extrajudicial são 
aplicáveis subsidiariamente ao cumprimento da sentença, no que couber. 
CPC 
Art. 475-I. O cumprimento da sentença far-se-á conforme os arts. 
461 e 461-A desta Lei ou, tratando-se de obrigação por quantia 
certa, por execução, nos termos dos demais artigos deste 
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36 
Capítulo. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005) 
O Cumprimento de Sentença poderá ser Provisório ou Definitivo: 
• Execução Definitiva – sentença transitada em julgado; 
• Execução Provisória - sentença impugnada mediante 
recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo (sentença 
com efeitos plenos e em vigor, apesar do recurso interposto). 
Se a Sentença possuir + de 1 capítulo, parte deles for líquido e 
parte ilíquido, o credor deverá promover a execução do líquido e a 
liquidação do ilíquido. 
O devedor condenado ao pagamento de quantia certa ou liquidada, 
deverá fazê-lo no prazo de 15 DIAS. Caso não o faça tempestivamente, será 
condenado a MULTA de 10%, sendo também expedido mandado de penhora 
e avaliação. O devedor será intimado na pessoa do Advogado, do 
representante legal ou pessoalmente da decisão de penhora e avaliação. Com 
isso, o devedor poderá impugnar a penhora e a avaliação no prazo de 15 
DIAS. 
Se o pagamento for parcial e tempestivo (dentro dos 15 DIAS), a 
multa de 10% incidirá sobre o restante. Faculta-se ao exeqüente indicar desde 
logo os bens a serem penhorados. 
Os autos do processo ficam aguardando iniciativa do credor pelo 
prazo de até 6 MESES. Depois disso serão arquivados, sem prejuízo de seu 
desarquivamento a pedido da parte. 
Objeto da Impugnação ao Cumprimento de Sentença: 
1. falta ou nulidade da citação, se o processo correu à 
revelia; 
2. inexigibilidade do título; 
3. penhora incorreta ou avaliação errônea; 
4. ilegitimidade das partes; 
5. excesso de execução; 
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37 
6. qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da 
obrigação, como pagamento, novação, compensação, 
transação ou prescrição, desde que superveniente à 
sentença. 
É considerado legalmente inexigível o título judicial fundado em 
lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF, ou fundado em 
aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo STF como 
incompatíveis com a CF-88. 
Quando o executado alegar que o exeqüente, em excesso de 
execução (pleiteia quantia superior à resultante da sentença), cumprir-lhe-á 
declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição 
liminar dessa impugnação. 
A regra é que Impugnação ao Cumprimento de Sentença NÃO 
terá efeito suspensivo. Todavia, excepcionalmente o Juiz poderá atribuir 
efeito suspensivo se forem relevantes seus fundamentos (fumaça do bom 
direito) e o prosseguimento da execução seja manifestamente suscetível de 
causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação (perigo da 
demora). 
Caso o Juiz atribua efeito suspensivo excepcional, o exequente 
poderá requerer o prosseguimento da execução suspensa se oferecer e prestar 
caução suficiente e idônea, arbitrada pelo Juiz e prestada nos próprios 
autos. Esta caução garantirá a execução solicitada. 
Se a impugnação tiver efeito suspensivo será processada nos 
mesmos autos. Caso o contrário, será processada em autos apartados. 
A decisão que julgar a impugnação é recorrível mediante Agravo 
de Instrumento (decisão interlocutória), salvo quando importar extinção da 
execução, caso em que caberá Apelação (decisão definitiva). 
São considerados Títulos Executivos JUDICIAIS: 
1. a Sentença proferida no processo civil que reconheça a 
existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou 
pagar quantia; 
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2. a Sentença Penal condenatória transitada em julgado; 
3. a Sentença Homologatória de conciliação ou de transação, 
ainda que inclua matéria não posta em juízo (matéria não 
apreciada pelo Poder Judiciário); 
4. a Sentença Arbitral (decorrente de Arbitragem 
convencional); 
5. o Acordo Extrajudicial, de qualquer natureza, 
homologado judicialmente; 
6. a Sentença Estrangeira, homologada pelo STJ; 
7. o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em 
relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a 
título singular ou universal. 
 
A Execução Provisória é realizada da mesma forma que a 
Execução Definitiva, observando-se as seguintes normas: 
a) corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, 
que se obriga, se a sentença for reformada contra ele, a 
reparar os danos que o executado haja sofrido; 
b) fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a 
sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao 
estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos 
autos, por arbitramento; 
c) o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos 
que importem alienação de propriedade ou dos quais possa 
resultar grave dano ao executado dependem de caução 
suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada 
nos próprios autos. 
A Caução a ser prestada na Execução Provisória será dispensada: 
a) quando, nos casos de crédito de natureza alimentarou 
decorrente de ato ilícito (Ex: crime), até o limite de 60 
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VEZES o valor do salário-mínimo, o exeqüente 
demonstrar situação de necessidade; 
b) nos casos de execução provisória em que penda Agravo de 
instrumento junto ao STF ou ao STJ (Agravo de 
Instrumento para destrancar recurso previsto no art. 544 do 
CPC), salvo quando da dispensa possa manifestamente 
resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação. 
 
O Exequente da Execução Provisória deverá instruir a petição de 
execução com os seguintes documentos, declarados autênticos pelo próprio 
Advogado, sob sua responsabilidade pessoal: 
• sentença ou acórdão exeqüendo; 
• certidão de interposição do recurso não dotado de efeito 
suspensivo (se for com efeito suspensivo, a execução se 
complica); 
• procurações outorgadas pelas partes; 
• decisão de habilitação, se for o caso; 
• facultativamente, outras peças processuais que o exeqüente 
considere necessárias. 
A regra é que a execução seja realizada pelo próprio juízo que 
decidiu. O Cumprimento da Sentença deverá ser efetuado perante os seguintes 
juízos, a depender da competência executória: 
• nos Tribunais, nas causas de sua competência originária; 
• no juízo que processou a causa no 1º GRAU de jurisdição – o 
exeqüente poderá optar pelo juízo do local onde se 
encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual 
domicílio do executado, casos em que a remessa dos autos 
do processo será solicitada ao juízo de origem; 
• no juízo cível competente, quando se tratar de sentença 
penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença 
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estrangeira. 
Dada a sensibilidade da execução de prestação alimentícia 
decorrente indenização por ato ilícito (Ex: decorrente de acidente 
automobilístico), o Juiz poderá ordenar ao devedor constituição de capital 
(um montante de recursos financeiros considerável) cuja renda assegure o 
pagamento do valor mensal da pensão. 
Este capital, representado por imóveis, títulos da dívida pública ou 
aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável 
enquanto durar a obrigação do devedor. 
Cessada a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o 
capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
QUESTÃO 199: TRT 3ª Região - Juiz do Trabalho Substituto [TRT 3ª 
Região] - 05/04/2009. 
Os atos do juiz são sentenças, decisões interlocutórias, despachos e atos 
ordinatórios. 
 
COMENTÁRIOS: 
O CPC prevê que os Atos do Juiz (Atos Judiciais – praticados pelo 
Juiz), são os Despachos, Decisões Interlocutórias e Sentenças. 
CPC 
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
Todavia, os Atos Ordinatórios, que são aqueles que não 
dependem de Despacho do Magistrado, por serem mais simples ainda, sem 
cunho decisório e de observância obrig\atória por força de determinação legal, 
devem ser praticados pelo Serventuário da Justiça (servidores), podendo 
ser praticados e revistos pelo Juiz. Portanto, os servidores da Justiça também 
praticam atos processuais, como, por exemplo, a juntada de petição ou 
documento aos autos e a vista obrigatória dos autos processo. 
Vale ressaltar que os Atos Ordinatórios podem ser praticados pelos 
Juízes, apenas independem de Despacho deles. Isso não impede que os Juízes 
também o façam, ok? Por isso, os Atos Ordinatórios são atos dos Juízes e dos 
Servidores. 
CPC 
Art. 162. 
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no 
processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei 
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ATIVIDADE: APOIO JURÍDICO – ESPECIALIDADE: DIREITO 
TEORIA E EXERCÍCIOS 
AULA 8 
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não estabelece outra forma. 
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista 
obrigatória, independem de despacho, devendo ser 
praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando 
necessários. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 
Desse modo, os Atos do Juiz são os Despachos, Decisões 
Interlocutórias, Sentenças e Atos Ordinatórios. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 200: TRT 8ª - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 
05/12/2009. 
Com relação aos atos processuais, considere: 
I. A decisão interlocutória é o ato por meio do qual resolvem-se as questões 
incidentes. 
II. Os atos meramente ordinatórios são praticados exclusivamente pelo juiz. 
III. Só é chamado de sentença o ato do juiz que põe termo ao processo 
decidindo o mérito da causa. 
IV. Os despachos são atos do juiz, sem conteúdo decisório, destinados a dar 
andamento ao processo. 
É correto o que consta APENAS em 
a) I e III. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) III e IV. 
 
COMENTÁRIOS: 
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Item I – correto. As Decisões Interlocutórias são aqueles em que o Juiz decide 
uma mera questão incidente no Processo (questão acessória que deve ser 
decidida antes da questão de mérito), sem lhe dar um fim direto e imediato à 
Fase de Conhecimento. 
Por meio das Decisões Interlocutórias o Magistrado, por exemplo, 
indefere requerimento de prova solicitado pelo autor ou pelo réu; exclui co-
autor ou co-réu do processo, mantendo os demais; indefere pedido de 
assistência judiciária gratuita (gratuidade da justiça); indefere solicitação de 
liminar e tutela antecipada; não recebe o recurso de Apelação de decisão, no 
1º juízo de admissibilidade recursal. Observem que em todas estas hipóteses o 
Juiz não põe termo (fim) à Fase /de Conhecimento. O processo continua 
normalmente após a Decisão Interlocutória. 
CPC 
Art. 162. 
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do 
processo, resolve questão incidente. 
Um exemplo simples citado: Ação de Investigação de Paternidade; 
a parte autora, além do pedido de investigação, solicita que lhe seja 
assegurada a gratuidade da justiça; o Juiz precisa decidir esta questão 
também, não é verdade? Não poderá simplesmente julgar a investigação sem 
debruçar-se se ela tem ou não direito à assistência judiciária gratuita; esta 
questão incidente ao mérito (questão principal) deve ser decidida por meio de 
Decisão Interlocutória. Fácil, não? 
Item II – errado. Os Atos Ordinatórios, que são aqueles que não dependem 
de Despacho do Magistrado, por serem mais simples ainda, sem cunho 
decisório e de observância obrigatória por força de determinação legal, devem 
ser praticados

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