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RESUMÃO MICROBIOLOGIA CLÍNICA · Infecção nosocomial: - Nome técnico dado a infecção hospitalar (IH), que está relacionada à procedimentos clínicos e hospitalares, mas não necessariamente no hospital propriamente dito. - Características: · Admissão: não é válida caso tenha outros motivos para gerar a infecção, ou seja, a infecção precisa ser contraída sem precedentes. · Permanência/48h antes: a nova doença foi adquirida durante a permanência no local. · Internação – alta: algumas doenças são percebidas após a alta. · Estabelecimento de saúde. - Como são contraídas? · Sistema imune (defesas imunológicas) precário. · Através do tecido cutâneo (pele). · Transmissão cruzada (movimentação de bactérias, fungos etc.). · No centro cirúrgico (é considerado IH até 30 dias após a cirurgia). · Exceção (1 ano): colocação de prótese e válvulas cardíacas, ou seja, implementação de corpos estranhos no próprio corpo. - Diagnóstico: · 75% dos casos gera infecção urinária, pois geralmente são pacientes acamados que não levantam para urinar, gerando infecção. · Pneumonias. · Septicemia/sepse (quando o sistema circulatório não supre mais oxigênio e nutrientes exigidos pelo corpo, gerando infecção generalizada). · Feridas cirúrgicas. · Identificação. - Tratamento: · Resistência. - Prevenção: POPs (Procedimento Operacional Padrão – determinados) e ações para minimizar os riscos, sendo elas: · Isolamento em casos de contágio (ex. tuberculose). · Vacinação. · Descarte dos materiais de risco biológico no lugar correto. · Roteiro de inspeção: 1. Identificar o local. 2. Leitos (quantidade). 3. Unidades (separar os setores). 4. Profissionais (lista). · Treinamento com registro. · Serviço de limpeza terminal (quando está esterilizado, geralmente com lacre de identificação que foi limpo), podendo ser próprio ou terceirizado. · CCHI = Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, membros consultores e executores. · SVEIH: 1. Imprescindível (I). 2. Necessário (N). 3. Recomendável (R). Obs: são informativos (INR). · Bactérias multirresistentes (MR): - Microrganismos resistentes a vários grupos de antibióticos, sendo eles: · MRSA: meticilina (penicilinas). · VRSA: vancomicina. · ORSA: oxacilina. - Mutações: · Fungos. · Staphylococcus aurus (S. Aurus), é a bactéria mais importante quando se trata de infecção bacteriana. (forma arredondada – “cachos de uva”). - MRSA: · Contaminação de caracteres. · Grupo predominante: idosos. · Internação de longa duração. · São eles: a) S. Aurus. b) Streptococcus pneumoniae (pneumococo) – pneumonia. c) Escherichia coli – intestino, causa contaminação urinária. d) Aspergilus fumigatus (aspergliose, 88/óbito) – fungo, afeta a parte respiratória. e) Klebsuela pneumoniae – meningite (problemas na meninge). f) Rhizopus oryzae (fungo negro) – sistema imune comprometido. g) Pseudomonas aeruginosas – problemas urinários/sepse/ pneumonia. h) Clostridium difficile – difícil de os antibióticos curarem. · Meios de cultura: Características: - São materiais nutritivos pré-preparados para o desenvolvimento dos microrganismos. - Especificidade (objetivo): isolamento e identificação. - Quanto ao estado físico: · Sólido: ágar [1-2%]. · Semi-sólido: ágar até [5%]. · Líquido: sem solidificante. Obs: a concentração do ágar (preparado feito de algas marinhas secas e pasteurizadas – pó) determina como o meio se apresenta. - São quimicamente definidos, ou seja, é definido a quantidade específica de elementos de cada meio. Sendo suas definições: · Básicos: ágar + açúcar – meio de sobrevivência do organismo. Ex. ágar nutriente. · Complexos: fonte específica proteica, de origem vegetal e/ou animal. · Seletivos: seu objetivo é o favorecimento do crescimento de determinada bactéria da amostra, ainda permitindo o crescimento da outra. · Diferencial: específicos, só cresce no meio o microrganismo que eu desejo. · Pré-enriquecedor: recuperação da bactéria, ajuste e reparo da sua “sobrevivência”. · Enriquecimento: separar o material coletado em pequenas e grandes quantidades. - Meios e suas características: MEIOS CARACTERÍSTICAS Ágar chocolate – bactérias fastidiosas. Branhamulla catarrhalis, Moraxella spp, Haemophillus spp, Neisseria spp. Ágar mac conkey – meio seletivo. Seletivo (sais biliares/ CV/NaCl) – GNF (-). Ágar Mueller-Hunton. Avaliação de resistência (disco kirby-bauer). Ágar sangue – identificar quem forma hemólise (alfa – parcial / beta – total / gama – não forma). Hemólise Streptococcus e Staphylococcus spp. Caldo tioglicolato. Meio líquido enriquecedor. Ágar salmonella-shigilla (ASS). Isolamento e identificação. Também para lactose + e – ou H2S. Ágar saboraud – meio de crescimento geral para os fungos. Candida spp: identificar. Ágar chromoagar – de acordo com a coloração, é um tipo de cândida. Crescimento de Candida spp e outros fungos filamentosos. Ágar manitol – S. aureus. Seletivo a bactérias halófilas. Sal = ação bacteriana, para que outras bactérias não cresçam. Técnicas de semeadura/crescimento: - Padrão de crescimento da bactéria. - Alça bacteriológica – flambada e esterilizada. - Boca dos tubos – flambada e esterilizada. - Bico de Bunsen – placas ao lado da chama. Obs: o crescimento de microrganismos está diretamente relacionado com o meio de cultura. Técnicas para implantar o material, semeadura (técnicas de superfície): - Esgotamento: zigue-zague em sentido único, não soltando o contato da alça bacteriana com o material. Ela avalia a capacidade de crescimento do microrganismo. · Estria simples e composta. - Quantitativa: linhas retas e central perpendicular. · Alça calibrada. · Apenas amostra líquida. - Picada: não se usa placa e sim, um tubo de ensaio para maior agilidade. · A bactéria vai se espalhando por toda alça. · Identifica a motilidade, ou seja, movimentação. - Pour-plate: do fundo para a superfície. · Passos do procedimento: 1. Bactéria no fundo da placa vazia. 2. Meio de cultura adicionado e cobrindo a bactéria. 3. Junção. 4. Observação do crescimento bacteriano. · Verifica: 1. Forma: puntiforme, circular ou irregular. 2. Elevação: plana, elevada ou complexa. 3. Margem: total/inteira, lobular ou espiralada. · Diagnóstico diferencial de Cocos Gram positivos: Características: - Inoculação primitiva em ágar sangue (meio base). · Hemólise alfa: parcial. Halo cinza esverdeado. · Hemólise beta: total. Halo transparente. · Hemólise gama: ausência de hemólise. - Forma, elevação e margem: Staphylococcus – diagnóstico diferencial: - Teste da catalase: · Se der positivo (bolhas): Staphylococcus spp., Micrococcus spp. / Se der negativo (sem bolhas): Streptococcus spp., Enterococcus spp. · Catalase = enzima. · Se o microrganismo tem catalase, quebra 2H2O2 em 2H2O + O2. E se há quebra, há formação de bolhas. · Etapas: 1. Coletar o centro de uma colônia suspeita e esfrega-la em uma lâmina. 2. Colocar sobre o esfregaço uma gora de água oxigenada a 3% e observar a formação de bolhas. · Deve-se passar com leveza no meio de cultura para não arrasta-lo e dar falso positivo. · Caso dê positivo, é feito o teste da coagulase: - Teste da coagulase: · Teste feito quando a catalase dá positivo. · Observa se a bactéria forma ou não um coágulo. · Coagulase (fator aglutinante) ligada na superfície da parede celular. “Clumping fator”: permite a aglutinação, reage com o fibrinogênio. · Etapas: 1. Colocar 2 gotas de salina em uma** lâmina. 2. Emulsionar uma colônia isolada a ser testada. 3. Colocar uma gota de plasma e misturar com um palito. 4. Observar a aglutinação em 10 segundos. · Se der positivo: Staphylococcus aureus. · Se der negativo: teste com novobiocina. - Teste com novobiocina: · Novobiocina = antibiótico. · Teste feito para identificar qual Stphylo é. · Quando for resistente ao antibiótico não há formação de halos, isso indica que a bactéria é Staphylococcus saprophyticus. · Quando for sensível (não resistente) ao antibiótico, há formação de halos/distância,isso indica que a bactéria é Staphylococcus epidermidis. Adendos: - Staphylococcus aureus: · Colonização transitória: alta resistência no ambiente, abcessos, pele escaldada, enterotoxicose, endocardite. · Grupos multirresistentes a antibióticos: vancomicina, meticilina, oxacilina. - Staphylococcus coagulase negativa: · Staphylococcus epidermidis: infecções de cateteres e próteses, microrganismo mais frequente em hemoculturas. · Staphylococcus saprophyticus: infecção urinária em mulheres jovens. · Staphylococcus haemolyticus: resistência aumentada aos antimicrobianos, endocardite e septicemia. Teste da oxidase: - É baseado na produção de uma enzima oxidase intracelular pela bactéria. - As bactérias que possuem atividade de citocromo-oxidase (oxidase positiva) provocam uma oxidação rápida do reativo, que quando reduzido é incolor e desenvolve coloração púrpura intensa quando oxidado. - Esse teste é muito útil para diferenciar as enterobactérias (oxidase-negativa) das Pseudomonas spp. - A enzima citocromo oxidase está envolvida com a redução do oxigênio no final da cadeia de transporte de elétrons. - Etapas: 1. Transferir uma ou duas colônias e espalhar sobre a superfície da área reagente da tira. 2. Observar o resultado em até 2 minutos, o desenvolvimento de uma coloração violeta caracteriza a prova da oxidase positiva. Streptococcus – diagnóstico diferencial: - Streptococcus caracteríticas: · Pode se apresentar em pares (diplococos) ou cadeias. · As colônias são discoides, mucoides, opacas ou brilhantes. · São fastidiosos, imóveis, não esporulados, mesófilos (temperatura que varia entre 20-25°C, ou seja, temp. ambiente) e a grande maioria anaeróbios facultativos. - Classificação por tipo de hemólise em ágar sangue (streptococcus divididos em 4 grupos): 1. S. pneumoniae: · Preferência pelo sistema respiratório. · Hemólise alfa. · Pneumonia, bacteremia, meningite/otite, artrite séptica. 2. S. pyogenes: · Produção de pus. · Comum em crianças e idosos (vinculado ao sistema imune). · Hemólise beta. · Faringites, erisipela, endocardites, febre reumática. 3. S. agalactiae: · Relacionado a gestantes (pode causar abortos, partos prematuros e danos severos ao bebê, que pode se contaminar no canal do parto). · Hemólise beta. · Sepse, meningite, bacteremia, endocardite. 4. S. grupo viridans: · Predileção na boca, porém também presente no TGI. · Biofilme dentário (forma a placa bacteriana que pode gerar tártaro). · Hemólise alfa. · Microbiota, contaminante, endocardite, biofilme dentário. - Classificação de Lancefield: · Classificação sorológica, ou seja, observa-se complexo Ag-Ac. · Baseia-se nas características antigênicas de um polissacarídeo de composição variável, chamado de carboidrato C, localizado na parede da célula, que pode ser detectado por diferentes técnicas imunológicas. · Tomando por base estre polissacarídeo, os streptococcus foram divididos em 20 grupos sorológicos (grupos de Lancefield), designados por letras do alfabeto. Testes: - Teste da catalase: · O teste da catalase quando da negativo, pode indicar Streptococcus spp. ou Enterococcus spp. - Hemólises: Hemólise alfa: - Teste da optoquina: · Preparar uma suspensão do isolado em solução salina 0,5 da escala de McFarland. · Semear a suspensão em uma placa de ágar sangue de forma a obter crescimento confluente. · Após a absorção da suspensão pelo meio de cultura, colocar um disco de optoquina na superfície do meio semeado, com o auxílio de uma pinça. Incubar. · Se for sensível a optoquina: S. pneumoniae. · Se for resistente a optoquina: S. grupo viridans. - Bile solubilidade: · Preparar uma suspensão bacteriana densa a partir da cultura recente. · Os sais biliares têm a capacidade de lisar seletivamente o S.pneumoniae durante o crescimento, ativam as autolisinas produzidas pelo pneumococo. · Positivo: turvação menor ou límpido. O teste fica turvo quando há bactéria, pois a bile (sais biliares) quebra a parede celular, gerando gordura = turvação. · Se for positivo a bile solubilidade: S. pneumoniae. · Se for negativo a bile solubilidade: S. grupo viridans. Hemólise beta: - Teste CAMP: · Identifica as cepas de S. agalactiae. Estas cepas produzem o fator CAMP que atua sinergicamente com a beta-hemolisina, produzida pelo S. aureus em ágar sangue. · Positivo: a formação de uma seta ou meia lua convergindo para o S. aureus na intersecção do crescimento das duas bactérias indica que o teste é positivo e indicativo de S. agalactiae. · Caso seja negativo, indica outros. - Teste PYR: · Determina a atividade da enzima pyrrolidonil arilamidase produzida pelo S. pyogenes, mas não pelos demais streptococcus beta-hemolíticos. · Positivo: coloração vermelha. · S. pyogenes e Enterococcus spp. são PYR positivos. - Teste da Bacitracina: · Diferencia S. pyogenes de outras cepas do grupo A ou de outras espécies com colônias beta-hemolíticas PYR positivas, pois pode haver contaminação (falso positivo). · Positivo: a presença de qualquer halo de inibição ao redor do disco é interpretado como sensibilidade a bacitracina e indicativo de S. pyogenes. Hemólise gama: - Teste bile esculina: · Testa a capacidade de hidrolisar esculina na presença de bile. · Coloração inicial do ágar: esverdeada. · Positivo: enegrecimento do meio. - Teste NaCl 6,5%: · Caldo BHI + NaCl. · Positivo: turvação do meio. Enterococcus – diagnóstico diferencial: - Enterococcus características: · Apresenta morfologia esférica (cocos) aos pares ou cadeias curtas. · São imóveis (exceções), não esporulados, anaeróbios facultativos. · Crescimento em ampla faixa de temperatura. pH e elevada pressão osmótica (alta concentração, meios hipertônicos). - TGI: podem ser isolados em indivíduos saudáveis em localizações como pele, região peri-anal, via hepato-biliar e em secreções de orofaringe e vaginal. - Associações clínicas: · Infecções do trato urinário (ITU). · Infecções da corrente sanguínea (ICS). · Infecções de sítio cirúrgico e intra-abdominais. · Endocardite bacteriana. Resumão de diagnósticos (Streptococcus e Enterococcus): · Diagnóstico diferencial de Neisserias: Características: - Geralmente habitam membranas mucosas de mamíferos. - Diplococos Gram-negativos: · Achatados nas laterais. · Forma de rim/grão de feijão. - Catalase/oxidase positivas. - Diagnóstico diferencial: Moraxella catharralis (diplococo – pneumonia). - Bacterioscopia – ágar chocolate. · No ágar chocolate (meio de cultura) é adicionado sangue na hora. Com água quente, o sangue sofre hemólise, liberando ferro, por isso a cor do meio fica escura (marrom avermelhado). · Meio enriquecido, crescimento de fastidiosos. - Ágar Thayer-Martin: · Isolamento seletivo. · Contém antibióticos. · Neisseria saprófitas e outras (contaminação). · Laboratório: Diluição seriada: - Objetivo: quantificação bacteriana. - Cada colônia tem origem e se multiplica de uma bactéria. Antibiograma: - Prova microbiológica (direciona o tratamento de escolha, identificando se a bactéria é sensível, resistente ou intermediária ao antibiótico). · Para saber se é resistente ou não, é necessário medir o diâmetro do halo formado, e analisar os valores de referência. Cálculos bacterianos: 1. Amostragem geral: Tf = Ti x 2n - Tf = quantidade final total de bactérias. - Ti = T0, número inicial de bactérias. - 2 = número fixo da equação. - N = esse N está elevado, na forma exponencial (log). Ele representa o número de multiplicações/gerações, ou seja, o quanto a bactéria se multiplicou dentro de X minutos. Exemplo: - Variação de T = 10 min (a bactéria se multiplica a cada 10 min). - Entre 18h – 18:30. - Ti = 12. - Tf = ? - Resolução: Entre 18h e 18:30, há 30 minutos, a bactéria nesse exemplo se multiplica a cada 10 minutos, no entanto, dentro de 30 minutos ela se multiplicará 3 vezes, sendo esse o valor de N. Tf = 12 x 2³ Tf = 12 x 8 Tf = 96 bactérias. 2. Cálculo de UFC/ml: UFC/ml = X (media) . número de colônias (plaqueamento prévio) / diluição utilizada. 1 / volume inoculado no meio de cultura. - UFC/ml = número de bactérias por ml. - Usamos: · 25 – 250 UFC (bactérias). · 10 -100 UFC (bolores). Exemplo: - Placa com 9 colônias. - Volume = 0,01 ml. - Resolução: UFC/ml = X.9 / 10-² . 1 / 100ul ou 0,1ml UFC/ml = 9.100.10 UFC/ml = 9.10³ bactérias em 1 ml. Ou UFC/ml = 9.000 bactérias em 1ml. image4.jpeg image5.jpeg image6.jpeg image7.jpeg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg image12.jpeg image13.jpeg image14.jpeg image15.jpeg image16.png image17.png image1.jpeg image2.jpeg image3.png