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AFYA
CURSO DE MEDICINA - AFYA
NOTA FINAL
Aluno:
Componente Curricular: Habilidades e Atitudes Médicas VIII
Professor (es):
Período: 202501 Turma: Data:
N1 ESPECÍFICA_8 PERIODO_14ABRIL_2025.1_HAM
RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA
PROVA 15584 - CADERNO 001
1ª QUESTÃO
Enunciado:
(UNIPTAN) Um paciente de 30 anos sofreu um acidente de moto em alta velocidade e foi
encontrado inconsciente pela equipe de atendimento pré-hospitalar. Ele apresentava sinais de
múltiplos traumas, incluindo fraturas expostas nos membros inferiores, pneumotórax e sinais de
choque hipovolêmico. A equipe realizou intubação orotraqueal, drenagem torácica e administrou
fluidos intravenosos. O paciente foi imobilizado com colar cervical e colocado em uma prancha
rígida para transporte ao hospital. Durante o transporte, o monitoramento revelou hipotensão
persistente, taquicardia e saturação de oxigênio em 85%.
Qual das alternativas descreve a resposta orgânica fisiológica ao politrauma, considerando o
quadro clínico e as intervenções realizadas?
Alternativas:
(alternativa A)
A intubação orotraqueal causa uma resposta vagal que resulta em bradicardia e hipertensão
transitória, estabilizando o quadro hemodinâmico do paciente.
(alternativa B)
O pneumotórax provoca uma diminuição da pressão intratorácica, facilitando a ventilação e
oxigenação adequadas sem necessidade de drenagem torácica.
(alternativa C)
A administração de fluidos intravenosos leva à normalização imediata da pressão arterial e
estabilização dos sinais vitais, sem necessidade de intervenções adicionais.
(alternativa D) (CORRETA)
A ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal resulta na liberação de catecolaminas, causando
taquicardia e vasoconstrição periférica para manter a perfusão dos órgãos vitais.
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Resposta comentada:
A ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal resulta na liberação de catecolaminas, causando
taquicardia e vasoconstrição periférica para manter a perfusão dos órgãos vitais.
Essa resposta é correta porque descreve um dos principais mecanismos fisiológicos de resposta
ao trauma grave. A ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) leva à liberação de
catecolaminas, como adrenalina e noradrenalina, que causam taquicardia (aumento da frequência
cardíaca) e vasoconstrição periférica (contração dos vasos sanguíneos) para manter a perfusão
dos órgãos vitais, como coração e cérebro. Essas respostas são cruciais para a sobrevivência
em situações de politrauma, pois ajudam a manter a pressão arterial e a circulação sanguínea
eficaz.
A administração de fluidos intravenosos leva à normalização imediata da pressão arterial e
estabilização dos sinais vitais, sem necessidade de intervenções adicionais.
Essa alternativa está incorreta porque, embora a administração de fluidos intravenosos seja uma
parte importante do manejo do choque hipovolêmico, ela pode não ser suficiente para normalizar a
pressão arterial e estabilizar os sinais vitais imediatamente. Em casos de trauma grave, pode ser
necessário um manejo mais agressivo, incluindo transfusões de sangue e intervenções cirúrgicas
para controlar hemorragias.
O pneumotórax provoca uma diminuição da pressão intratorácica, facilitando a ventilação e
oxigenação adequadas sem necessidade de drenagem torácica.
Essa alternativa está incorreta porque o pneumotórax, na verdade, aumenta a pressão
intratorácica, dificultando a ventilação e a oxigenação adequadas. A drenagem torácica é
frequentemente necessária para aliviar a pressão e permitir a expansão pulmonar, melhorando
assim a ventilação e a oxigenação.
A intubação orotraqueal causa uma resposta vagal que resulta em bradicardia e hipertensão
transitória, estabilizando o quadro hemodinâmico do paciente.
Essa alternativa está incorreta porque a intubação orotraqueal pode provocar uma resposta vagal,
mas essa resposta é mais comumente associada à bradicardia (redução da frequência cardíaca)
e hipotensão (pressão arterial baixa), não hipertensão (pressão arterial alta). Além disso, a
resposta vagal durante a intubação não estabiliza necessariamente o quadro hemodinâmico do
paciente, sendo necessário monitoramento contínuo e intervenções adicionais.
Referência:
Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado, 9ª Edição. Comitê Nacional de Trauma da National
Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT) em colaboração com o Colégio
Americano de Cirurgiões (ACS).
2ª QUESTÃO
Enunciado:
(AFYA PALMAS) Durante um atendimento em via pública, uma equipe de emergência se depara
com um homem de 45 anos, inconsciente após uma colisão automobilística. O paciente
apresenta respiração irregular e ruidosa, cianose perioral, retrações intercostais e uso evidente de
musculatura acessória. Está impossibilitado de verbalizar e não responde a estímulos verbais. A
ausculta pulmonar revela murmúrio vesicular globalmente diminuído, e há suspeita de trauma
cranioencefálico. A equipe nota acúmulo de secreção em cavidade oral, sem vômitos ou
sangramentos ativos.
Qual conduta inicial está mais alinhada ao manejo adequado da via aérea neste paciente?
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Alternativas:
(alternativa A)
Aplicar ventilação com bolsa-válvula-máscara imediatamente, com pressão positiva, para
expandir os alvéolos e melhorar a troca gasosa.
(alternativa B) (CORRETA)
Realizar tração mandibular associada à aspiração das vias aéreas superiores, visando
desobstrução e manutenção da patência.
(alternativa C)
Iniciar oxigenoterapia por máscara com reservatório de alta concentração para corrigir a
hipoxemia antes de intervir na via aérea.
(alternativa D)
Introduzir cânula orofaríngea e aguardar melhora da respiração espontânea antes de realizar
intervenções adicionais.
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Resposta comentada:
Realizar tração mandibular associada à aspiração das vias aéreas superiores, visando
desobstrução e manutenção da patência. Correta.
O paciente apresenta obstrução parcial de via aérea (respiração ruidosa, esforço respiratório,
cianose, secreção visível) e está inconsciente com possível trauma cervical, o que contraindica a
hiperextensão do pescoço. A manobra de tração mandibular (jaw thrust) é a mais segura para
abrir a via aérea em trauma, e a aspiração de secreções deve ser feita de imediato para remover
a obstrução física. Trata-se de um passo essencial do protocolo A – Airway, conforme o PHTLS e
o suporte básico de vida (SBV/ATLS).
Iniciar oxigenoterapia por máscara com reservatório de alta concentração para corrigir a
hipoxemia antes de intervir na via aérea. Incorreta.
Embora a oxigenoterapia seja importante, ela não corrige a hipoxemia se houver obstrução
mecânica. A aplicação de oxigênio em uma via aérea obstruída é ineficaz até que a desobstrução
seja realizada.
Aplicar ventilação com bolsa-válvula-máscara imediatamente, com pressão positiva, para
expandir os alvéolos e melhorar a troca gasosa. Incorreta.
Ventilar com bolsa-válvula sem antes garantir a desobstrução da via aérea pode empurrar
secreções mais profundamente e causar insuflação gástrica ou ineficiência ventilatória. A
sequência correta é: abrir e limpar a via aérea, depois ventilar.
Introduzir cânula orofaríngea e aguardar melhora da respiração espontânea antes de realizar
intervenções adicionais. Incorreta.
A introdução da cânula orofaríngea pode ser indicada em pacientes inconscientes sem reflexo de
vômito, mas não substitui a necessidade de aspiração e manobra de abertura da via aérea. Além
disso, aguardar melhora espontânea é inadequado diante de sinais claros de obstrução e
hipoxemia.
Referências:
National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT). PHTLS: Suporte Pré-
Hospitalar no Trauma. 9ª ed. São Paulo: Elsevier; 2020.
Advanced Trauma Life Support (ATLS). Manual do Curso Avançado de Trauma para Médicos.
10ª ed. Chicago: American College of Surgeons; 2018.
3ª QUESTÃO
Enunciado:
(UNISL PORTOVELHO) Um homem de 45 anos, com histórico de trauma cranioencefálico
grave há 1 hora, chega ao pronto-socorro trazido pelo serviço de atendimento médico de urgência
(SAMU). Ele apresenta Glasgow Coma Scale (GCS) de 6, esforço respiratório intenso, estridor e
hipoxemia progressiva (SatO₂ 80% em ar ambiente). No atendimento inicial, foi realizada
ventilação com bolsa-válvula-máscara (BVM) com oxigênio a 100%, porém sem melhora
significativa da saturação. O exame físico revela agitação psicomotora intercalada com períodos
de apneia, cianose labial e retrações intercostais acentuadas, sinais de lesão facial traumática
com hematoma periorbitário bilateral ("sinal de guaxinim") e equimose retroauricular unilateral
("sinal de Battle"), sugerindo fratura de base de crânio.
Qual é a conduta imediata para o manejo da via aérea desse paciente?
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Alternativas:
(alternativa A) (CORRETA)
Realizar intubação orotraqueal com sequência rápida, utilizando a ordem correta dos
medicamentos: agente de indução, sedativo e, por último, bloqueador neuromuscular.
(alternativa B)
Proceder diretamente à cricotireoidostomia ou traqueostomia devido à presença de estridor e
suspeita de obstrução de vias aéreas superiores, o que contraindica a intubação.
(alternativa C)
Manter ventilação com bolsa-válvula-máscara e tentar um dispositivo supraglótico (ex.: máscara
laríngea) para evitar elevação da pressão intracraniana e passar sonda nasoenteral.
(alternativa D)
Realizar intubação nasotraqueal, pois causa menos estímulo do que a via orotraqueal em
pacientes com TCE, mantendo a sequência de medicamentos pré conforme protocolo.
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Resposta comentada:
Alternativas de Resposta (Balanceadas em Tamanho e Clareza)
Realizar intubação orotraqueal com sequência rápida (RSI), seguindo a ordem correta dos
medicamentos: agente de indução, sedativo e, por último, bloqueador neuromuscular.
Correta – A intubação orotraqueal com sequência rápida (RSI) é o padrão-ouro para controle
definitivo da via aérea em pacientes com TCE e GCS ≤ 8. A sequência correta dos
medicamentos (agente de indução → sedativo → bloqueador neuromuscular) evita paralisia
consciente ("síndrome do prisioneiro"). A intubação orotraqueal é preferida em casos de fratura de
base de crânio, pois a via nasotraqueal pode levar à passagem do tubo para a cavidade
intracraniana por um defeito na base do crânio.
Realizar intubação nasotraqueal, pois causa menos estímulo do que a via orotraqueal em
pacientes com TCE, mantendo a sequência de medicamentos pré conforme protocolo.
Incorreta – Embora a intubação nasotraqueal possa ser uma opção em alguns casos, ela é
contraindicada em fratura de base de crânio, pois o tubo pode penetrar a cavidade intracraniana
através de uma fratura no osso etmoide. Além disso, a RSI envolve bloqueio neuromuscular total,
tornando a intubação nasotraqueal impraticável. A intubação orotraqueal é a abordagem mais
segura.
Manter ventilação com bolsa-válvula-máscara e tentar um dispositivo supraglótico (ex.: máscara
laríngea) para evitar elevação da pressão intracraniana e passar sonda nasoenteral.
Incorreta – Dispositivos supraglóticos, como a máscara laríngea, são soluções temporárias e não
protegem contra aspiração, especialmente em pacientes com GCS baixo e alto risco de
regurgitação/vômito. Podem ser usados como resgate se a intubação falhar, mas não devem
substituir a RSI quando a intubação está indicada. A sonda nasoenteral está incorreta devido a
possível fratura da base do crânio.
Proceder diretamente à cricotireoidostomia ou traqueostomia devido à presença de estridor e
suspeita de obstrução de vias aéreas superiores, o que contraindica a intubação.
Incorreta – A cricotireoidostomia é indicada apenas em falha da intubação ou quando esta é
impossível (ex.: trauma facial extenso, obstrução completa da via aérea). Neste caso, não há
evidência de obstrução completa que impeça a passagem do tubo. A primeira escolha continua
sendo a sequência rápida com intubação orotraqueal.
Referência:
National Association of Emergency Medical Technicians. PHTLS - Atendimento pré-hospitalar ao
traumatizado. 9. ed. Burlington: Jones & Bartlett Learning, 2020.
4ª QUESTÃO
Enunciado:
(FASA VIC) Um médico faz parte de uma equipe de atendimento pré-hospitalar e é acionado para
socorrer um motociclista de 30 anos que sofreu um acidente em uma rodovia. No local, o
paciente está confuso, pálido e apresenta sudorese intensa. Seus sinais vitais são: FC 130 bpm,
PA 90x60 mmHg, FR 26 irpm e SpO₂ de 91% em ar ambiente. Há um sangramento ativo no
membro inferior esquerdo.
1. Liste as etapas da avaliação primária e as intervenções imediatas compatíveis com os
achados clínicos do paciente.
2. Classifique o tipo de choque apresentado e fundamente sua resposta com base nos
mecanismos fisiológicos envolvidos.
3. Indique as condutas pré-hospitalares adicionais para garantir um transporte seguro até a
unidade de referência.
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Alternativas:
--
Resposta comentada:
1. Liste as etapas da avaliação primária e as intervenções imediatas compatíveis com os
achados clínicos do paciente.
(Valor: 1,0 ponto)
Elemento esperado Pontuaçã
o
A – Airway (via aérea) com proteção cervical. 0,2
B – Breathing: avaliação + oxigenoterapia, se indicada. 0,2
C – Circulation: controle de sangramento externo
(compressão/torniquete). 0,3
Acesso venoso + início de reposição volêmica com cristaloide. 0,3
2. Classifique o tipo de choque apresentado e fundamente sua resposta com base nos
mecanismos fisiológicos envolvidos.
(Valor: 0,8 ponto)
Elemento esperado Pontuação
Choque hipovolêmico hemorrágico. 0,3
Fundamentação fisiopatológica (perda de volume, hipoperfusão, resposta
simpática) 0,5
3. Indique as condutas pré-hospitalares adicionais para garantir um transporte seguro até a
unidade de referência.
(Valor: 0,7 ponto)
Elemento esperado Pontuação
Imobilização adequada do membro inferior com tala. 0,2
Monitorização contínua dos sinais vitais. 0,2
Transporte com proteção da coluna + oxigenoterapia mantida. 0,3
Referência:
National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT). PHTLS: Suporte Pré-
Hospitalar no Trauma. 9ª ed. São Paulo: Elsevier; 2020.
5ª QUESTÃO
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Enunciado:
(AFYA PALMAS) Após uma colisão automobilística, um homem de 42 anos é atendido pela
equipe do serviço de emergência. Ele encontra-se consciente, orientado, com sinais vitais
estáveis e sem evidência de ameaças imediatas à vida durante a avaliação primária, que foi
completada com sucesso. A equipe segue, então, com a próxima etapa do atendimento,
conforme os princípios do PHTLS.
Qual das condutas é apropriada para a etapa subsequente do atendimento pré-hospitalar?
Alternativas:
(alternativa A)
Intubação orotraqueal com proteção cervical.
(alternativa B)
Colocação de acesso venoso calibroso para reposição volêmica.
(alternativa C) (CORRETA)
Exame físico completo da cabeça aos pés e coleta da história SAMPLA.
(alternativa D)
Drenagem torácica em selo d’água.
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Resposta comentada:
Intubação orotraqueal com proteção cervical. (Incorreta)
A intubação é uma intervenção da avaliação primária, indicada quando há risco iminente à via
aérea (rebaixamento de consciência, insuficiência respiratória, TCE grave). Não faz parte da
avaliação secundária, que só é realizada após garantir as funções vitais.
Colocação de acesso venoso calibroso para reposição volêmica. (Incorreta)
Essa é uma medida pertencente à etapa “C” da avaliação primária (Circulation). O acesso venoso
periférico de grande calibre e a administração de fluidos são essenciais para tratar ou prevenir
choque hipovolêmico, e devem ser realizados precocemente.
Drenagem torácica em selo d’água.(Incorreta)
Assim como a intubação, a drenagem torácica é uma intervenção da avaliação primária, indicada
em casos de pneumotórax hipertensivo, hemotórax ou lesões torácicas graves. Não é realizada
rotineiramente na fase secundária.
Exame físico completo da cabeça aos pés e coleta da história AMPLA. (Correta)
O paciente encontra-se estável e sem risco imediato à vida. Portanto, o atendimento segue para a
avaliação secundária, que inclui exame físico detalhado e coleta da história AMPLA. As demais
opções são medidas da avaliação primária ou indicadas apenas na presença de sinais de
gravidade.
Referência:
National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT). PHTLS: Suporte Pré-
Hospitalar no Trauma. 9ª ed. São Paulo: Elsevier; 2020.
6ª QUESTÃO
Enunciado:
(UNIREDENTOR) Paciente masculino, 41 anos, é resgatado após afogamento por submersão
em cachoeira. Ao ser socorrido pela equipe do SAMU, encontra-se consciente, apresentando
tosse com muita espuma e hipotensão arterial. ACV: RCR 2T BNF; FC: 112 bpm; PA: 86x51
mmHg, sem pulso radial palpável, com presença de pulso carotídeo. AR: Murmúrio vesicular
diminuído em bases e com estertores crepitantes difusos; FR: 32 irpm; SpO2: 89 % ABD: Flácido,
depressível, indolor, peristalse presente MMII: Sem edemas; Panturrilhas flácidas.
Qual é o grau de afogamento da vítima?
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Alternativas:
(alternativa A) (CORRETA)
5
(alternativa B)
4
(alternativa C)
2
(alternativa D)
3
Resposta comentada:
Classificação de Szpilman:
Gra
u Características principais
1 Tosse leve, sem alteração respiratória ou circulatória.
2 Dispneia leve, ausculta normal ou com poucos estertores.
3 Dispneia moderada a grave, estertores difusos, hipoxemia, sem alteração hemodinâmica.
4 Insuficiência respiratória grave, hipoxemia, necessidade de suporte ventilatório, mas sem
choque.
5 Insuficiência respiratória com choque circulatório, ainda consciente.
6 Parada cardiorrespiratória (PCR).
Consciente.
Tosse com espuma (aspiração de líquido).
Hipotensão arterial (PA 86x51 mmHg).
Sem pulso radial palpável (perfusão central mantida).
FC 112 bpm, FR 32 irpm, SpO2 89% → hipoxemia moderada.
Estertores difusos e murmúrio diminuído em bases. Trata-se de um quadro de
insuficiência respiratória associada a instabilidade hemodinâmica (choque
compensado), sem parada cardiorrespiratória.
Justificativas das alternativas:
Grau 2 – Incorreta.
O grau 2 envolve dispneia leve, ausculta quase normal, sem hipóxia significativa, e sem
comprometimento hemodinâmico.
O paciente deste caso apresenta estertores difusos, taquipneia, hipoxemia e hipotensão —
incompatível com grau 2.
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Grau 3 – Incorreta.
No grau 3, há dispneia moderada a intensa, estertores e hipoxemia, mas sem alterações
circulatórias importantes.
O paciente aqui apresenta hipotensão, pulso radial ausente e perfusão central compensada, o que
ultrapassa esse grau.
Grau 4 – Incorreta.
O grau 4 é caracterizado por insuficiência respiratória grave, com hipoxemia importante, mas sem
choque.
Neste caso, há sinais de choque (PA baixa, pulso radial ausente), o que o classifica como grau
mais grave.
Grau 5 – Correta.
O grau 5 é definido por:
Insuficiência respiratória grave.
Presença de choque circulatório (hipotensão, má perfusão periférica).
Paciente ainda consciente. O paciente se enquadra perfeitamente neste grau, sem
critérios de PCR (que caracterizaria grau 6).
Referência:
Fonte: PHTLS: Prehospital Trauma Life Support. 10ª edição, publicada pela National Association
of Emergency Medical Technicians (NAEMT).
7ª QUESTÃO
Enunciado:
(FIP GUANAMBI) Uma equipe de emergência é acionada para atender um incêndio em uma
boate com dezenas de vítimas. No local, encontram-se várias pessoas com queimaduras de
diferentes graus, além de sintomas respiratórios. Entre os pacientes, destacam-se os seguintes
casos:
Paciente 1: Homem, 25 anos, com queimaduras de segundo grau em aproximadamente 20% da
superfície corporal (membros superiores e tronco anterior), apresentando rouquidão e dispneia
leve.
Paciente 2: Mulher, 30 anos, com queimaduras de terceiro grau extensas (>40% da superfície
corporal), inconsciente, com sinais de choque hipovolêmico.
Paciente 3: Homem, 40 anos, sem queimaduras aparentes, mas com confusão mental e
saturação de O₂ em 88%, após inalação de fumaça.
Com base no atendimento a múltiplas vítimas queimadas, qual deve ser a conduta inicial da
equipe de emergência?
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Alternativas:
(alternativa A) (CORRETA)
Intubar precocemente o paciente 1 devido ao risco de obstrução de vias aéreas, iniciar hidratação
venosa e administrar oxigenoterapia de alto fluxo para o paciente 3.
(alternativa B)
Monitorar o paciente 3 antes de qualquer outra conduta, pois a confusão mental pode indicar lesão
neurológica grave que precisa ser avaliada.
(alternativa C)
Priorizar a ressuscitação volêmica do paciente 2, pois é a vítima com as queimaduras mais
extensas e risco iminente de morte.
(alternativa D)
Realizar curativos com pomada antibiótica para os queimados, administrar corticoides para os
pacientes com sintomas respiratórios e iniciar analgesia para todos.
Resposta comentada:
A presença de rouquidão e dispneia sugere lesão inalatória, exigindo intubação precoce para
evitar obstrução da via aérea. A reposição volêmica é essencial para os queimados, e a
oxigenoterapia é a principal conduta para vítimas de inalação de fumaça.
O paciente 2 apresenta queimaduras extensas e sinais de choque, tendo um prognóstico
reservado. Em triagem de múltiplas vítimas, prioriza-se aqueles com maior chance de
sobrevivência com tratamento imediato.
O uso de pomadas antibióticas não é a prioridade no atendimento inicial. Além disso, corticoides
não são recomendados para lesão inalatória. O manejo correto inclui suporte ventilatório e
oxigenoterapia.
A confusão mental pode ser resultado de intoxicação por monóxido de carbono ou cianeto, sendo
essencial iniciar oxigenoterapia de alto fluxo imediatamente, em vez de apenas monitoramento.
Referência:
ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT (ATLS). Manual do Curso ATLS: Suporte Avançado de
Vida no Trauma. 10ª ed. Chicago: American College of Surgeons, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para o Atendimento Inicial ao Paciente Queimado.
Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
8ª QUESTÃO
Enunciado:
(AFYA PALMAS) Um jovem de 17 anos é atendido por equipe pré-hospitalar após sofrer uma
queda de motocicleta em alta velocidade. Encontra-se consciente, porém confuso, com pele fria e
úmida, extremidades pálidas e pulsos filiformes. A pressão arterial é de 90/60 mmHg e a
frequência cardíaca é de 138 bpm. Apresenta fratura exposta em fêmur esquerdo com
sangramento ativo. A gasometria venosa mostra pH 7,20, bicarbonato de 16 mEq/L e lactato
elevado.
Qual das alternativas a seguir está mais diretamente relacionada ao quadro apresentado?
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Alternativas:
(alternativa A)
A fratura de fêmur, por ser localizada, não causa repercussão significativa sobre o estado
hemodinâmico geral.
(alternativa B)
O estado ácido-base permanece estável, sendo a gasometria compatível com função celular
preservada.
(alternativa C) (CORRETA)
A perda volêmica compromete a perfusão tecidual, levando à acidose metabólica por
metabolismo anaeróbico.
(alternativa D)
A hiperventilação causada pela dor intensa leva à alcalose metabólica, justificando a alteração do
pH observada.
Resposta comentada:
A perda volêmica compromete a perfusão tecidual, levando à acidose metabólica por
metabolismo anaeróbico. Correta.
O paciente apresenta sinais clássicos de choque hipovolêmico traumático, com taquicardia,
hipotensão, pele fria, confusão mental e fratura de fêmur com sangramento — que pode resultar
em perda significativa de volume (até 1,5 L). A hipoperfusãoleva à ativação do metabolismo
anaeróbico, com produção de lactato e instalação de acidose metabólica. Essa é a base
fisiopatológica essencial do choque traumático, segundo o PHTLS.
A hiperventilação causada pela dor intensa leva à alcalose metabólica, justificando a alteração do
pH observada. Incorreta.
A dor pode levar à hiperventilação, sim, mas essa causaria alcalose respiratória, e não alcalose
metabólica como mencionado. Além disso, a gasometria mostra acidose metabólica clara,
incompatível com a alternativa.
A fratura de fêmur, por ser localizada, não causa repercussão significativa sobre o estado
hemodinâmico geral. Incorreta.
A fratura de fêmur é uma fonte importante de perda volêmica em traumas. Sua contribuição para
a instabilidade hemodinâmica é significativa, sendo reconhecida como uma das principais causas
de choque hemorrágico interno em traumas fechados.
O estado ácido-base permanece estável, sendo a gasometria compatível com função celular
preservada. Incorreta.
O pH ácido, o bicarbonato baixo e o lactato elevado são indicadores objetivos de
comprometimento sistêmico e acidose metabólica. Essa alternativa desconsidera os achados
laboratoriais e clínicos importantes para a avaliação do choque.
Referência:
National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT). PHTLS: Suporte Pré-
Hospitalar no Trauma. 9ª ed. São Paulo: Elsevier; 2020.
9ª QUESTÃO
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Enunciado:
(AFYA IPATINGA) O serviço de atendimento de urgência (SAMU) recebeu um chamado para
socorro de um homem jovem, vítima de acidente motociclístico em via de alta velocidade. Ao
chegar ao local, a equipe se depara com a vítima caída ao solo próxima à moto, em decúbito
dorsal, sem capacete, não responsiva, pálida e com sangramento ativo em jato volumoso na
perna esquerda.
Aplicando seus conhecimentos sobre atendimento inicial ao politraumatizado, responda às
questões que se seguem.
a) Cite as três prioridades imediatas na chegada ao local do acidente (0,5 ponto).
b) Ao iniciar a avaliação primária deste paciente, descreva o primeiro passo a ser adotado para a
condução do caso, incluindo medidas terapêuticas pertinentes (0,5 ponto).
c) Após realizadas as medidas descritas no item anterior, esquematize resumidamente as etapas
subsequentes a serem adotadas na avaliação primária deste paciente (0,5 ponto).
d) Justifique de forma sucinta e objetiva a necessidade de transporte rápido para uma unidade
hospitalar deste paciente (0,5 ponto).
Alternativas:
--
Resposta comentada:
A) As três prioridades imediatas na chegada ao local de atendimento são: avaliação da segurança
do local e uso de equipamentos de proteção individual (segurança); identificação da necessidade
de recursos adicionais (cena/scene); avaliação de pacientes de forma individual priorizando a
sequência: condições que podem resultar na perda de vida, condições que podem resultar na
perda de membro, todas as outras condições que não ameaçam a vida ou o membro (situação).
B) A hemorragia externa arterial exsanguinante deve ser controlada antes mesmo da avaliação da
via aérea. Ela é melhor tratada colocando-se imediatamente um torniquete o mais proximal
possível (próximo à virilha) na extremidade afetada. Outras medidas de controle de sangramento,
como compressão direta e agentes hemostáticos, também podem ser utilizadas, mas não devem
retardar ou substituir a colocação do torniquete nestes casos.
C) As etapas subsequentes ao controle da hemorragia exsanguinante (X) da avaliação primária
do paciente traumatizado podem ser lembradas usando o mnemônico: A - manejo de vias aéreas
e restrição de movimentos da coluna vertebral; B - respiração (ventilação e oxigenação); C -
circulação (perfusão e outras hemorragias); D - incapacidade; E - exposição/ambiente.
D) O paciente apresenta uma condição, à avaliação primária, que coloca em risco sua vida,
portanto, o transporte para o local apropriado mais rápido possível se justifica.
Referência:
National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT). PHTLS: Atendimento Pré-
Hospitalar ao Traumatizado. Avaliação e manejo do paciente. 10ª ed., 2023, cap. 6.
10ª QUESTÃO
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Enunciado:
(AFYA PALMAS) Um homem de 34 anos, previamente hígido, sofre um acidente automobilístico
com colisão frontal em alta velocidade. No atendimento pré-hospitalar, apresenta-se confuso,
pálido, diaforético, com pulsos finos e frequentes. Os sinais vitais são: frequência cardíaca de 135
bpm, pressão arterial de 85/50 mmHg, frequência respiratória de 28 irpm e saturação periférica de
oxigênio de 93% em ar ambiente. O exame físico revela extremidades frias e tempo de
enchimento capilar de 5 segundos.
Assinale a alternativa correta.
Alternativas:
(alternativa A) (CORRETA)
O paciente apresenta choque hipovolêmico, e deve-se focar na expansão volêmica, controle da
hemorragia e reposição guiada por parâmetros clínicos.
(alternativa B)
O quadro clínico é compatível com pneumotórax hipertensivo e deve ser procedida a
toracocentese de alívio no quinto espaço intercostal.
(alternativa C)
O paciente apresenta choque distributivo, com indicação de início imediato de droga
vasopressora endovenosa.
(alternativa D)
O uso de inotrópicos deve ser a primeira medida terapêutica, pois o paciente apresenta provável
choque cardiogênico devido à contusão miocárdica.
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Resposta comentada:
O paciente apresenta choque hipovolêmico, cujo tratamento deve ser focado na expansão
volêmica, controle da hemorragia e reposição guiada por parâmetros clínicos.
Justificativa: Esta alternativa está correta. O quadro clínico do paciente, que inclui
pressão arterial baixa (85/50 mmHg), frequência cardíaca elevada (135 bpm), sinais de
hipoperfusão (pulsos finos, extremidades frias e enchimento capilar prolongado),
sugere um choque hipovolêmico. O tratamento adequado envolve a rápida expansão
volêmica e controle da hemorragia.
O paciente apresenta choque distributivo, com indicação de início imediato de droga
vasopressora endovenosa.
Justificativa: Esta opção é incorreta. O choque distributivo, como o choque séptico, é
caracterizado por hipotensão, mas frequentemente tem outros sinais clínicos como
febre ou eritema. O quadro apresentado é mais sugestivo de um choque hipovolêmico,
não indicando a necessidade de vasopressores imediatamente.
O uso de inotrópicos deve ser a primeira medida terapêutica, pois o paciente apresenta provável
choque cardiogênico devido à contusão miocárdica.
Justificativa: Esta alternativa é errada. O choque cardiogênico é caracterizado por
sinais de insuficiência cardíaca e não é a explicação mais provável neste caso. A
primeira abordagem em choque hipovolêmico é a expansão volêmica, não o uso de
inotrópicos, que é mais apropriado em casos reconhecidos de choque cardiogênico.
O quadro clínico é compatível com pneumotórax hipertensivo e deve ser procedida a
toracocentese de alívio no quinto espaço intercostal.
Justificativa: Esta opção é incorreta. Embora o pneumotórax hipertensivo possa causar
choque e hipotensão, o paciente não apresenta sinais clássicos como desvio de
traqueia ou hipofonese à ausculta. O quadro se encaixa mais em choque hipovolêmico;
a abordagem prioritária deve ser a estabilização volêmica.
Referência:
Prehospital Trauma Life Support (PHTLS) – 10ª edição, 2024.
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