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642_ARH II - 2013 1 - Seçao 09

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Elaborado por
Seção 9VERSÃO 2013-1
Administração de 
Recursos Humanos II
Prof. Clovis Bueno de Azevedo
Prof. Leopoldo Antonio de Oliveira Neto
Seção 9
Conteúdo da Seção
� Sindicalização, Negociação e Greve
– A origem e o significado da palavra “greve”
– Breve histórico da greve no mundo
– Breve histórico da greve no Brasil
– A greve como ação proibida e criminalizada; depois 
tolerada; e, ao final, como direito objetivo dos trabalhadores 
– A greve na Constituição Federal de 1988
– A legislação brasileira sobre a greve: a lei 7.783/89 
– As condições para a realização de greve legal
– A classificação e os tipos de greve: quanto à licitude, forma, 
finalidade, prazo e abrangência 
2
Seção 9
Conteúdo da Seção
� Sindicalização, Negociação e Greve
– A negociação coletiva
– O acordo coletivo, a convenção coletiva e o dissídio coletivo
– A sindicalização, a greve e a negociação coletiva no serviço 
público
– A definição e conceito de sindicato
– O sindicato na Constituição Federal de 1988
– A legislação brasileira sobre os sindicatos: o artigo 514 da 
CLT, os deveres dos sindicatos
– As funções dos sindicatos
– As Federações, as Confederações e as Centrais Sindicais
– Os impasses e os dilemas atuais dos sindicatos 
3
Seção 9
Objetivos
� Conhecer as origens da greve e as etapas fundamentais da história 
da greve, no mundo e no Brasil 
� Refletir sobre a legislação brasileira atual a respeito da greve, seja na 
Constituição Federal, seja na lei ordinária 
� Conhecer as formas previstas na lei brasileira para a realização de 
negociação trabalhista: acordo coletivo, convenção coletiva e dissídio 
coletivo 
� Conhecer a definição, o papel e a organização sindical no Brasil
� Refletir a respeito do entendimento vigente no Brasil sobre a 
sindicalização, a realização de greve e sobre a vedação de 
negociação coletiva no serviço público
� Refletir acerca da legitimidade da greve e de sua presença como fato 
normal nas sociedades democráticas e no mundo civilizado 
4
Seção 9
A Greve
� A palavra “greve” vem do francês “grève”, que significa 
cascalho ou areal. É o nome de uma praça em Paris (que 
se cobria de cascalho e areia, trazidos do Rio Sena) onde 
os trabalhadores se reuniam 
à procura de emprego, assim como em ocasiões em que 
faziam paralizações
� A greve em outras línguas: “sciopero”, no italiano; “stike”, 
em inglês; “streik”, em alemão; “huelga”, em castelhano...
� De fato, a greve é um fenômeno mundial; um fato social e 
jurídico no mundo capitalista... 
5
Seção 9
História da Greve
� A greve vista como um delito ou um crime (por exemplo, 
tal como previsto no Direito Romano; ou na Lei Le 
Chapelilier, de 1791; ou no Código Penal de Napoleão, de 
1810, que a proibiam)
� A greve vista como algo admissível, discriminalizada (por 
exemplo, a partir de 1824, na Inglaterra; ou a partir de 
1864, na França, quando passou a ser tolerada, desde 
que constituísse “simples coalizão”; em 1871, o 
Parlamento inglês autorizou os piquetes pacíficos...) 
6
Seção 9
História da Greve
� Com o tempo, a greve passou a ser vista e compreendida como 
um direito dos trabalhadores (o primeiro caso de 
reconhecimento do direito de greve como garantia coletiva dos 
trabalhadores se deu com a progressista Constituição 
Mexicana de 1917, em seu artigo 123)
� Ao longo do Século XX, o direito de greve foi sendo 
progressivamente reconhecido, instituído e legislado nos países 
democráticos e civilizados 
– houve um interregno nesse processo evolutivo, nos regimes 
fascistas e nazistas, nos regimes autoritários e em 
ditaduras, ou até mesmo – paradoxalmente? – nos regimes 
socialistas; em Cuba, a greve é, ainda hoje, tipificada como 
crime no Código Penal...
7
Seção 9
História da Greve
� A greve está prevista como direito dos trabalhadores (e/ou 
dos sindicatos) nas Constituições de muitos países: por 
exemplo, Argentina, Chile, Espanha, França, Itália, 
Uruguai e Portugal... 
� Não está prevista na Constituição americana (assim como 
tampouco ali está qualquer outro direito dos 
trabalhadores)
� Nos EUA, a greve está regulada pelo Wagner Act e pela 
Lei Taft-Hartley de 1947, que define também as 
responsabilidades dos sindicatos 
8
Seção 9
História da Greve no Brasil
� Até 1890, o Código Penal proibia a greve
� O Decreto 1.162, de dezembro daquele ano, alterou 
aquele entendimento mas, na prática, na República Velha, 
a greve continuou sendo tratada como um recurso ou 
procedimento não tolerável 
� Na Constituição de 1937, em seu artigo 139, a greve era 
considerada como um recurso anti-social, nocivo ao 
capital, ao próprio trabalho, assim como aos interesses 
nacionais 
� O Decreto-lei 431, de 1938, e o Decreto-lei 1.237, de 
1939, respectivamente, definiam a greve como crime 
passível de punição, que variava da suspensão, à 
demissão, ou até a prisão 
9
Seção 9
História da Greve no Brasil
� Em 1946, sob influência da II Guerra Mundial, o Brasil 
subscreve a Ata da Conferência de Chapultepec (nome de 
um castelo no México), cujos signatários se comprometem 
a reconhecer o direito de greve 
� Assim, apesar da proibição ainda vigente na Constituição, 
admite-se, por meio do Decreto-lei 9.070/46, a greve nas 
chamadas “atividades assessórias”
� A Constituição liberal de 1946 reconhece a greve como 
um direito e remete a sua regulamentação à legislação 
ordinária 
10
Seção 9
História da Greve no Brasil
� As Constituições de 1967 e 1969 reconheceram os direito de 
greve, com ressalva dos serviços públicos e das atividades 
essenciais. Contudo, o regime político então vigente no país 
impedia, na prática, a ocorrência de greves
� A lei de greve então vigente - número 4.330, de junho de 1964 -
considerava a greve ilegal quando fosse realizada por motivos 
políticos, partidários, religiosos, morais, de solidariedade, ou 
qualquer outro que se considerasse estranho à própria 
categoria...
� A Lei de Segurança Nacional, de março de 1967, previa a 
possibilidade de intervenção pelo governo, nos sindicatos, com 
destituição ou mesmo prisão de seus dirigentes... 
11
Seção 9
História da Greve no Brasil
� No final da década de 70, eclodem as greves dos 
trabalhadores metalúrgicos do ABC, especialmente São 
Bernardo, que se espalham pelo país, com um duplo 
conteúdo e propósito: um de natureza trabalhista, visando 
a aumentos salariais; outro de natureza política, 
enfrentando o regime político autoritário, ainda vigente no 
Brasil 
� Às greves dos operários metalúrgicos somam-se as 
greves de trabalhadores de outras categorias, assim como 
de funcionários públicos (então proibidas), ou mesmo de 
estudantes, no contexto do enfrentamento político do 
regime militar e da reconstrução da democracia no Brasil 
12
Seção 9
A Constituição Federal de 1988
� Na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 9º, é 
garantido de modo ampliado (mas não irrestrito) o 
direito de greve
� “Art. 9º - É assegurado o direito de greve, cabendo aos 
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e 
sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
– Parágrafo primeiro – a lei definirá os serviços ou 
atividades essenciais e disporá sobre o atendimento 
das necessidades inadiáveis da comunidade
– Parágrafo Segundo – Os abusos cometidos sujeitam os 
responsáveis às penas da lei” 
13
Seção 9
A Legislação Brasileira 
sobre a Greve
� A greve, no Brasil, é regulada pela Lei 7.783 de 1989, que 
prevê:
– Em seu artigo 1º, repetindo a Constituição, o “direito de 
greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a 
oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam 
por meio dele defender”
– Em seu artigo 2º, onde se define o que é a greve, estipula-
se que é “legítimo o exercício do direito de greve, a 
suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, 
de prestação pessoal de serviços a empregador”
– E, em seu artigo 3º que “frustrada a negociação ou 
verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é 
facultada a cessaçãocoletiva do trabalho” 
14
Seção 9
A Legitimidade da Greve
� Segundo a legislação brasileira, a greve é - portanto - um fato 
normal, uma forma legítima de enfrentamento dos conflitos 
trabalhistas
� Sob esse prisma não se sustentam as visões conservadoras (e 
autoritárias) segundo as quais as greves constituem –
obrigatoriamente – uma ação e conduta anti-social, egoísta, 
corporativista; que atenta contra o interesse público; que deve 
assim ser proibida, coibida e reprimida 
� Ao contrário, embora implique sacrifícios às empresas, à 
comunidade (e aos próprios trabalhadores!), a greve é um 
fenômeno natural – em certa medida até inevitável – nas 
sociedades democráticas e civilizadas 
15
Seção 9
A Legislação Brasileira 
sobre a Greve
� Para o exercício legal do direito de greve, há, todavia,
condições a observar:
– Determina-se no parágrafo único do artigo 3º da Lei 
7.783/89 que “a entidade patronal correspondente ou 
os empregadores diretamente interessados serão 
notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta 
e oito) horas, da paralisação”
– No caso de greve, em serviços ou atividades 
essenciais, os sindicatos e os trabalhadores estão 
obrigados a “comunicar a decisão aos empregadores e 
aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta 
e duas) horas da paralisação” (art. 13) 
16
Seção 9
A Legislação Brasileira 
sobre a Greve
� Ainda conforme a Lei 7.783/89 se prevê (em seu artigo
11) que:
– Se a greve for realizada em serviços ou atividades 
essenciais, os sindicatos, assim como os trabalhadores 
(e também os empregadores!) são obrigados a garantir 
“a prestação dos serviços indispensáveis ao 
atendimento das necessidades inadiáveis da 
comunidade assim entendidas aquelas “que, não 
atendidas, coloquem em perigo iminente a 
sobrevivência, a saúde ou a segurança da população”
17
Seção 9
A Legislação Brasileira 
sobre a Greve
� A lei 7.783 estipula quais são os serviços ou 
atividades essenciais. São eles (cf. art 10):
– I - tratamento e abastecimento de água; produção e 
distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; 
– II - assistência médica e hospitalar; 
– III - distribuição e comercialização de medicamentos e 
alimentos; 
– IV - funerários; 
– V - transporte coletivo; 
– VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; 
18
Seção 9
A Legislação Brasileira 
sobre a Greve
� São também atividades e serviços essenciais:
– VII - telecomunicações; 
– VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, 
equipamentos e materiais nucleares; 
– IX - processamento de dados ligados a serviços 
essenciais; 
– X - controle de tráfego aéreo; 
– XI compensação bancária. 
19
Seção 9
A Legislação Brasileira 
sobre a Greve
� Quanto à forma e às condições de realização da greve, 
diz a lei 7.783/89:
– Em seu artigo, 4º que “caberá à entidade sindical 
correspondente convocar, na forma do seu estatuto, 
assembléia geral que definirá as reivindicações da 
categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da 
prestação de serviços” 
– Em seu artigo 5º que “a entidade sindical ou comissão 
especialmente eleita representará os interesses dos 
trabalhadores nas negociações ou na Justiça do 
Trabalho” 
20
Seção 9
A Legislação Brasileira 
sobre a Greve
� A realização da greve, nos termos da lei, fica 
condicionada à conduta civilizada, assim como respeito 
aos direitos de terceiros 
� Diz a lei 7.783, em seu artigo 6º, que fica assegurado aos 
grevistas: 
– “I - o emprego de meios pacíficos tendentes a 
persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à 
greve”
� Em outras palavras, não é admissível o recurso a meios 
violentos, nem tampouco o uso da força
21
Seção 9
A Legislação Brasileira 
sobre a Greve
� Prevê-se ainda no artigo 6º, que:
– “§ 1º Em nenhuma hipótese, os meios adotados por 
empregados e empregadores poderão violar ou 
constranger os direitos e garantias fundamentais de 
outrem. 
– § 2º É vedado às empresas adotar meios para 
constranger o empregado ao comparecimento ao 
trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação 
do movimento. 
– § 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados 
pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao 
trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou 
pessoa” 
22
Seção 9
Classificação das Greves
� lícitas (quando realizadas conforme as determinações legais) ou 
ilícitas (quando a lei não é observada)
� não abusivas (quando não se cometem excessos) ou abusivas 
(quanto se cometem excessos)
� greves “selvagens” (quando se realizam espontaneamente pelos 
trabalhadores, sem a participação, ou mesmo à revelia do sindicato)
� greves “brancas” (paralização de atividades, com permanência no 
posto de trabalho)
� greves “rotativas” (realizadas alternadamente por diferentes grupos 
de trabalhadores) 
� “operação-padrão” (cumprimento rígido e burocrático das normas e 
padrões, o que impede a contestação judicial, porém torna o 
movimento oficioso) 
23
Seção 9
Classificação das Greves
� As greves podem ser classificadas quanto à 
finalidade:
– De reivindicação (visa-se a obter novas e melhores 
condições de trabalhos e/ou de remuneração)
– De cumprimento (visa-se a fazer cumprir obrigação 
legal ou contratual)
– De solidariedade (visa-se a se solidarizar com 
objetivos de terceiros)
– Políticas (visa-se a um questionamento de natureza 
macro-econômica, ou mesmo política propriamente 
dita) 
24
Seção 9
Classificação das Greves
� As greves podem ser classificadas quanto ao prazo:
– Por prazo determinado (quando o término da 
paralização é pré-fixado: é o caso, geralmente, de uma 
greve de advertência)
– Por prazo indeterminado (sem término previsto, 
pretendendo-se que persista até o atendimento das 
reivindicações, até chegar-se a acordo ou ao fim do 
dissídio coletivo) 
25
Seção 9
Classificação das Greves
� As greves podem ser classificadas quanto à 
abrangência:
– Greves gerais ou globais (abrangem todas as 
empresas da nação, do estado ou do município)
– Greves parciais (abrangem diversas empresas ou 
setores)
– Greves de empresas (abrangem somente uma 
empresa, total ou parcialmente) 
26
Seção 9
A Greve no Serviço Público
� Na Constituição de 1988, pela primeira vez na história do 
país, o direto de greve foi estendido aos servidores 
públicos, respeitados os limites a serem determinados por 
meio de lei específica (cf. art. 37, inciso VII da CF/1988)
� Como até hoje (2008) tal lei específica ainda não existe, 
entendeu o Supremo Tribunal Federal que – no que toca 
aos limites do direito de greve – aplicam-se ao servidores 
públicos as disposições da Lei 7.783/89
� Aos militares é proibida a realização de greve (cf. art. 142 
da CF/88) 
27
Seção 9
A Negociação Coletiva
� A realização da greve, no Brasil, está condicionada à prévia 
ocorrência de negociação coletiva entre empregados e 
empregadores 
� A negociação coletiva consiste em quaisquer negociações 
entre empregados e empregadores visando a fixar condições 
de trabalho e emprego; regular as relações entre 
empregadores e empregados; ou, ainda, regular as relações 
entre organizações de empregados e empregadores 
� Conforme o artigo 616 da CLT – Consolidação das Leis do 
Trabalho, os sindicatos representativos de categorias 
econômicas ou profissionais e as empresas – inclusive as que 
não tenham representação sindical – não podem se recusar à 
negociação coletiva 
28
Seção 9
A Negociação Coletiva
� São formas de negociação coletiva:
– A Convenção Coletiva
– O Acordo Coletivo
– O Dissídio Coletivo 
29
Seção 9
A Convenção Coletiva
� Prevista no artigo 616 da CLT, consiste no ajuste entre 
sindicatos de empregados e sindicatos de empregadores 
(na falta de sindicatos, a Convenção pode ser celebrada 
por Federações; e, na falta dessas últimas, por 
Confederações) 
� Processa-se por meio de assembléias gerais 
especialmente convocadas para essa finalidade
� Sua aplicação é obrigatória
� Não pode, vigorar por prazo superior a 2 anos 
30
Seção 9
O AcordoColetivo
� Previsto no parágrafo primeiro do artigo 616 da CLT, 
consiste no ajuste entre sindicato de empregados e uma 
ou mais empresa(s) da mesma categoria profissional
� O Acordo Coletivo se aplica no âmbito das empresas 
acordantes
� Suas normas são as mesmas da Convenção Coletiva 
� As condições estabelecidas em Convenção, quando mais 
favoráveis, prevalecem sobre aquelas estipuladas em 
acordo (cf. art 620 da CLT)
� Nenhuma disposição de contrato individual de trabalho 
que contrarie norma de Convenção ou Acordo Coletivo 
poderá prevalecer em sua execução 
31
Seção 9
O Dissídio Coletivo 
� O Dissídio Coletivo ocorre se houver impasse na 
realização de Convenção ou Acordo Coletivo
� O Dissídio é ajuizado mediante solicitação de uma das 
partes (ou do Ministério Público) e é julgado pela Justiça 
do Trabalho (Tribunal Regional do Trabalho)
� A Justiça do Trabalho aprecia a (i)legalidade do 
movimento, a existência ou não de abusos, e decide 
sobre a (im)procedência (total ou parcial) das 
reivindicações 
� A Sentença Normativa é publicada no prazo máximo de 
até 15 (quinze) dias da decisão do Tribunal 
32
Seção 9
A Negociação Coletiva no
Serviço Público
� Entendeu o Supremo Tribunal Federal que a Negociação 
Coletiva não é admissível para os servidores públicos, 
principalmente os estatutários, em face do caráter não-
contratual desse regime jurídico 
� Os empregados públicos (trabalhadores celetistas) das 
empresas públicas e das sociedades de economia mista 
realizam Convenções, Acordos e Dissídios Coletivos, tal 
qual os empregados privados 
33
Seção 9
A Negociação Coletiva no
Serviço Público
� Há vozes discordantes a respeito desse entendimento, 
seja por interpretação divergente da Constituição Federal, 
seja por que na mesma Constituição se concedeu aos 
servidores públicos os direitos de sindicalização e greve, 
seja ainda pelo fato de que tal negociação existe em 
diversos outros países (veja-se, na bibliografia, o texto de 
Antônio Álvares da Silva)
34
Seção 9
Os Sindicatos: 
origem da expressão 
� A palavra sindicato vem do latim “syndicus”, que, por sua 
vez, deriva do grego “sundikós” que significa “aquele que 
assiste em juízo” 
� A Lei Le Chapellier (que considerava a associação 
sindical um crime), de 1791, valeu-se da expressão 
“síndico”, daí advindo a expressão “sindicat” para se 
referir às associações então ilegais e clandestinas de 
trabalhadores
� A palavra sindicato em outras línguas: “union” ou “trade 
union”, em inglês; “gewerkschaft”, em alemão; “sindacato”, 
em italiano... 
35
Seção 9
Os Sindicatos
� Os sindicatos são associações de membros de uma 
profissão ou de empregadores – seja pessoas físicas ou 
pessoas jurídicas
� Destinam-se a defender seus interesses econômicos e 
laborais comuns – seja individuais ou coletivos.
� Visam a assegurar a representação e a defesa dos 
associados, administrativamente e em juízo 
� O direito à sindicalização está estabelecido no artigo 8º da 
Constituição Federal de 1988 
� Até a CF/1988, não era permitido aos servidores públicos 
que formassem sindicatos (admitia-se apenas a criação 
de associações, as quais na prática desempenhavam 
parte das funções sinciais) 
36
Seção 9
A Constituição Federal de 1988
� Segundo a CF/1988, Art. 8º - “É livre a associação 
profissional ou sindical, observado o seguinte:
I. a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação 
de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, 
vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na 
organização sindical;
II. é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em 
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou 
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos 
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser 
inferior à área de um Município;
III. ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou 
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas;
37
Seção 9
A Constituição Federal de 1988
IV. a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de 
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio 
do sistema confederativo da representação sindical respectiva, 
independentemente da contribuição prevista em lei; 
V. ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a 
sindicato;
VI. é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações 
coletivas de trabalho;
VII. o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas 
organizações sindicais;
VIII. é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do 
registro da candidatura a cargo de direção ou representação 
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final 
do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à 
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, 
atendidas as condições que a lei estabelecer” 
38
Seção 9
A CLT e os Sindicatos
� Os deveres dos sindicatos estão determinados no 
artigo 514 da CLT. São eles:
– “a) colaborar com os poderes públicos no desenvolvimento 
da solidariedade social;
– b) manter serviços de assistência judiciária para os 
associados;
– c) promover a conciliação dos dissídios de trabalho;
– d) sempre que possível, e de acordo com as suas 
possibilidades, manter no quadro de pessoal, convênio com 
entidades assistenciais ou por conta própria, um assistente 
social com as atribuições específicas de promover a 
cooperação operacional na empresa e a integração 
profissional na classe.
39
Seção 9
A CLT e os Sindicatos
� Parágrafo único. Os sindicatos de empregados terão, 
outrossim, o dever de:
– a) promover a fundação de cooperativas de consumo e 
de crédito;
– b) fundar e manter escolas de alfabetização e pré-
vocacionais”
40
Seção 9
Funções dos Sindicatos
� Em síntese, são funções dos sindicatos:
– Função negocial: os sindicatos é que negociam pelos 
trabalhadores
– Função assistencial: é instituída pela lei e atribui aos 
sindicatos o dever de prestar serviços assistenciais aos 
representados
– Função de arrecadação: arrecada contribuições previstas 
em lei para a manutenção do sindicato
– Função de colaboração com o Estado: solucionar 
problemas dos representados e desenvolver solidariedade 
sindical
– Função de representação: representar os trabalhadores 
perante autoridades administrativas e judiciais 
41
Seção 9
A Estrutura e a 
Organização Sindical no Brasil
� No Brasil, os sindicatos se organizam e se estruturam 
de duas diferentes maneiras:
– Federações e Confederações
– Centrais sindicais
� Entendem alguns autores que a legislação brasileira 
reconhece somente as federações e confederações como 
partes integrantes da estrutura sindical brasileira 
42
Seção 9
Federações 
� Uma federação é uma entidade sindical de grau superior
� Reúne ao menos cinco sindicatos de uma mesma 
categoria ou de categorias afins 
� Reúne obrigatoriamente “a maioria absoluta de um grupo 
de atividades ou profissões idênticas, similares ou 
conexas” (cf. o art. 534 da CLT)
� A base territorial mínima de representação de uma 
federação é a unidade estadual 
� Uma federação somente pode celebrar convenções, 
acordos ou dissídios coletivos na hipótese de inexistência 
do sindicato representativo da categoria 
43
Seção 9
Confederações
� Uma Confederação é uma entidade sindical de nível superior
� Reúne, no mínimo, três federações, tendo sua sede em Brasília 
� Compõe-se por ramo de atividade econômica (indústria, 
comércio, serviços - como transportes...)
� Só pode celebrar acordos, convênios ou dissídios, na hipótese 
de inexistência do sindicato e da federação 
� As confederações têm como principal função a negociação em 
âmbito nacional das questões mais amplas de interesse dos 
trabalhadores ou das empresas
� As federações e as confederações são associações sindicais 
verticalizadas 
44
Seção 9
CentraisSindicais
� Diferente das federações e confederações, as centrais 
sindicais podem reunir horizontalmente sindicatos de 
diferentes categorias profissionais em todo o Território 
Nacional
� Permitem assim – comparativamente às federações e às 
confederações – uma representação mais ampla dos 
trabalhadores 
� As centrais sindicais são entidades civis de direito privado 
que reúnem e representam sindicatos 
� Estão sendo progressivamente reconhecidas como parte 
integrante da estrutura sindical brasileira 
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Seção 9
Centrais Sindicais
� Para ser reconhecida como Central, a entidade deverá 
representar pelo menos 5% do total de trabalhadores 
associados em sindicatos no país e ter como filiados, no 
mínimo, 100 sindicatos distribuídos em todas as regiões
� São reconhecidas como Centrais sindicais no Brasil: a 
CUT – Central Única dos Trabalhadores (que congrega 
aproximadamente 65% dos sindicatos no Brasil); a FS –
Força Sindical (que congrega em torno de 20% dos 
sindicatos) e a CGT (que congrega aproximadamente 5% 
dos sindicatos)
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Seção 9
Centrais Sindicais
� As Centrais sindicais têm assento, conforme definido por 
lei: no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao 
Trabalhador; no Conselho Curador do FGTS; no Conselho 
Nacional da Previdência Social; no Conselho Curador do 
Fundo de Desenvolvimento Social 
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Seção 9
Exercício
� Pesquisem para a próxima aula informações a respeito dos 
seguintes temas, que serão objeto de reflexão em classe:
– A construção da estrutura sindical no Brasil a partir do Estado, de 
cima para baixo, forjada no Governo Vargas
– A formação das Centrais sindicais como reação à estrutura forjada 
no governo Vargas 
– A unicidade sindical (a impossibilidade de existência de mais de 
um sindicato representativo da mesma categoria na mesma base 
territorial)
– A contribuição sindical obrigatória 
– O papel dos sindicatos na formação e consolidação da 
democracia brasileira e nas sociedades democráticas em geral
– Os dilemas das relações entre os sindicatos, os partidos e os 
governos 
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Seção 9
Bibliografia
� Básica
– FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos: conceitos, ferramentas e 
procedimentos. São Paulo, Atlas, 2007
– LACOMBE, Francisco. Recursos Humanos, Princípios e Tendências, São Paulo, Saraiva, 
2005
� Complementar
– MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 24ª Edição, São Paulo, Atlas, 2008.
– NASCIMENTO, Amauri Mascaro do. Iniciação ao Direito do Trabalho, São Paulo. LTr 
Editora, 2007
– SUSSEKIND, Arnaldo. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo, 2ª Edição, Renovar, 2994 
– SILVA, Antonio Álvares da. Os Servidores Públicos e o Direito do Trabalho. São Paulo.LTr, 
1993 
49

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