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Elaborado por Seção 11VERSÃO 2013-1 Administração de Recursos Humanos II Prof. Clovis Bueno de Azevedo Prof. Leopoldo Antonio de Oliveira Neto Seção 11 Conteúdo da Seção � Cidadania Organizacional, participação, co-gestão e auto-gestão: – O conceito de cidadania: origem e significado da palavra – A cidadania política e a cidadania organizacional: razões e analogias – A cidadania organizacional sob as perspectivas instrumental e substantiva – Graus e níveis de cidadania organizacional – O trabalho formalmente livre 2 Seção 11 Conteúdo da Seção � Cidadania Organizacional, participação, co-gestão e auto-gestão (cont.): – A cidadania organizacional em face das teorias e práticas clássicas de administração e de gestão de pessoas: o taylorismo, a Escola de relações Humanas e o Movimento da Qualidade Total – A Social Democracia e a co-gestão – Formas e tipos e classificação da participação: a base normativa, a amplitude, o grau e as recompensas – Co-gestão e a auto-gestão 3 Seção 11 Objetivos � Conhecer a origem, o significado e as razões da cidadania política � Estabelecer relações e analogias entre a cidadania política e a cidadania organizacional � Apreciar as razões e motivos para o estabelecimento da cidadania organizacional � Identificar momentos-chave e os paradoxos na história da constituição da cidadania nas organizações � Conhecer as formas de participação, a co-gestão e a utopia da auto-gestão 4 Seção 11 Cidadania Origem da palavra � A palavra “cidadania” origina-se de civita, cujo significado em latim é “cidade”. Cidade é, igualmente, o significado da palavra grega polis � De polis (cidade), por sua vez, deriva a palavra politkos, que é o habitante da cidade � Derivam também de polis as palavras política e político � Na antiga Grécia, os politkos são os cidadãos, os possuidores do direito (político) de participar da definição dos destinos da cidade, da polis 5 Seção 11 Cidadania Origem da palavra � Na Grécia Antiga, os politkos reuniam-se em assembléia na praça (na ágora) e ali exerciam seu direito (político) de tomar decisões a respeito da vida coletiva � Todavia, na sociedade grega (nas Cidades-Estado), somente uma pequena porção dos habitantes tinha o direito de participar da vida política, vale dizer, apenas alguns tinham direito à cidadania � A grande maioria: mulheres, estrangeiros, artesãos e – é claro – os escravos estavam excluídos da vida política; não eram cidadãos 6 Seção 11 Cidadania Significado � A partir de sua etimologia (conteúdo deduzido a partir da raiz da palavra, ou seja, da sua origem) podemos então determinar o significado de “cidadania” � Cidadania é a condição ou atributo dos que são portadores do direito de participar da vida política de seu país � Se o conceito de cidadania, nascido na Grécia antiga, inspira o seu significado atual, a prática democrática naquele país era, no entanto, limitada; era privilégio de uma minoria de cidadãos 7 Seção 11 Cidadania Significado � Só há verdadeira cidadania onde os todos os indivíduos são livres e iguais, onde todos têm os mesmo direitos políticos � A concretização efetiva da cidadania, não mais como um direito restrito, pressupõe – como condição mínima (embora insuficiente) – a instauração do sufrágio universal � Sufrágio universal é o direito de todos os cidadãos adultos de escolher, por meio do voto, os seus governantes 8 Seção 11 Cidadania Significado � A instauração da cidadania como direito coletivo (universal) é o resultado de séculos de lutas da humanidade contra privilégios, contra a opressão, a discriminação e a dominação � A cidadania só se verifica efetivamente em sociedades e países civilizados, democráticos e republicanos � Apenas a partir de meados do século XX, a democracia – o pressuposto de que todos os adultos têm direito à cidadania – se transforma em um valor (quase) unânime � Ainda assim a democracia se pratica apenas em uma parte das nações. E, mesmo onde ela se instaurou, é praticada com severos limites, havendo ainda diversos desafios por superar 9 Seção 11 Cidadania organizacional � Tal como, nas sociedades e nos Estados modernos, onde vem-se construindo progressivamente a democracia; e assim como nas nações civilizadas, onde se impõe o desafio de construir e consolidar a igualdade e a liberdade, analogicamente se questiona: E a cidadania organizacional? 10 Seção 11 Cidadania organizacional � Em “Imagens da Organização” (Morgan), no capítulo referente à Imagem (ou Metáfora) da Organização como Sistemas Políticos, um operário se pergunta: – Se na sociedade, onde somos cidadãos, todos temos o mesmo direito de escolher nossos governantes; se eles nos devem satisfação por suas decisões; se a soberania pertence aos cidadãos, aos eleitores, por que em meu local de trabalho tenho de me submeter cotidianamente às “tirânicas” ordens de meu chefe? Por que aqui não sou livre, mas sim subordinado (por que estou sempre “sob ordens”...)? Por que não tenho direito à cidadania na organização, no lugar, onde passo oito ou mais horas por dia? 11 Seção 11 Cidadania organizacional � Relembrando a aula sobre “Desafios Éticos...”: – A questão e o desafio da instauração da cidadania organizacional se impõem tanto por razões substantivas (um imperativo categórico) quanto por motivos instrumentais (um imperativo hipotético) 12 Seção 11 A cidadania organizacional como imperativo categórico � Enquanto imperativo categórico, a construção da cidadania organizacional se impõe: – como um dever ético – pelo compromisso de respeito à civilidade – como satisfação à demanda pelos direitos dos homens – como resposta à premissa de que os homens devem ser livres e iguais 13 Seção 11 A cidadania organizacional como imperativo hipotético � Enquanto imperativo hipotético, a cidadania organizacional é: – uma condição para a eficiência – um caminho cada vez mais necessário para a conquista da produtividade e da qualidade nas organizações – um requisito para a competitividade – uma imposição para a sobrevivência das organizações 14 Seção 11 Cidadania organizacional � Daí os desafios: – O que significa a “cidadania organizacional”? – Que analogias e lições é possível extrair da cidadania e da democracia política? – Como elas poderiam operar nas organizações? – Em que medida é possível instaurar a cidadania organizacional? 15 Seção 11 Níveis ou graus de cidadania organizacional � A cidadania organizacional pode se verificar em diferentes e progressivos níveis, quais sejam: – o trabalho formalmente livre – formas e mecanismo consultivos – a participação nos locais de trabalho – mecanismo de negociação – a co-gestão – a auto-gestão 16 Seção 11 O trabalho formalmente livre � O primeiro – e paradoxal – movimento em direção à cidadania organizacional se dá com a passagem do trabalho juridicamente subordinado (seja o trabalho servil, seja o trabalho escravo) para o trabalho formalmente livre, qual seja, o trabalho assalariado � É, de um lado, um passo fundamental, pois implica e consagra a abolição da inferioridade jurídica, da dominação, da dependência compulsória, legalmente obrigada, na relação de trabalho. � Tal passo só ocorre no mundo moderno, após muitos séculos de escravidão e servilismo como formas majoritárias e recorrentes de prestação de trabalho 17 Seção 11 O trabalho formalmente livre � O passo é, todavia, insuficiente pois a liberdade (e a igualdade) são “apenas” formais. Se jurídica e legalmente elas se estabelecem com o trabalho assalariado, elas não se instauram efetivamente, substancialmente (sem detrimento da importância dessa dimensão formal). � Na prática, a grande maioria dos trabalhadores é obrigada a vender (alugar) sua força de trabalho, a prestar serviços (mal) remunerados, em condições precárias, desumanas – quase escravas – aos proprietários dos “meios de produção” �Essa é condição inicial do trabalho assalariado, desde cedo mais livre e igual no papel do que na prática 18 Seção 11 O Taylorismo � Ainda nos seus estágios iniciais – mas já no início do século XX – o trabalho assalariado se estrutura nos moldes da chamada Escola da “Administração Científica” – EAC, cujo principal expoente foi o “engenheiro” americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915) � Segundo Taylor, os operários deveriam trabalhar sob supervisão cerrada, cumprindo ordens rígidas, executando tarefas padronizadas, obedecendo a tempos e movimentos previamente estabelecidos, limitando-se à execução, abstendo- se de pensar e refletir � O paradigma taylorista, ainda que relativizado, prevaleceu ao longo do século XX e – associado à concentração do poder de mando e de decisão – teve como conseqüência prática o impedimento da cidadania organizacional 19 Seção 11 A escola das relações humanas � Em resposta aos impasses e limitações da escola taylorista, e sob a inspiração do psicólogo australiano Elton Mayo, desenvolveu-se, na primeira metade do Século XX, a chamada “Escola de Relações Humanas” – ERH � Segundo a ERH, a produtividade e a eficiência não se devem (apenas ou especialmente) à organização (rígida) do trabalho taylorista, mas a fatores sociais e psicológicos, assim como à dimensão informal, às chamadas “relações humanas”, ao grau de “integração social” 20 Seção 11 A escola das relações humanas � A ERH resultou em (relativo) aprimoramento do clima organizacional e, pode-se dizer, da cidadania na organização, pois levou a certa redução do autoritarismo, à busca de condições menos rígidas e mecanicistas, a maior cuidado e atenção para com a dimensão, propriamente dita, humana na condição de trabalho � A Escola de Relações Humanas constituiu, todavia, avanço insuficiente e limitado, seja pela timidez das mudanças que propugnou (e que fez implantar), seja principalmente em decorrência de seu caráter instrumental 21 Seção 11 A escola das relações humanas � Desde as pesquisa iniciais e originárias de Hawthorne, as experiências realizadas pelos chamados “psicólogos organizacionais” (os profissionais da ERH, que sucederam aos engenheiros da EAC), assim como as suas teorias e recomendações, sempre tiveram um caráter (senão exclusivamente, ao menos, predominantemente) instrumental � Dizendo claramente: a Escola de Relações Humanas – assim como de resto a “psicologia industrial” – nasceu e se desenvolveu visando não à humanização, mas sim à eficiência organizacional � Segundo Harry Braverman, a ARH e a EAC, na verdade, não se opõem mas se completam 22 Seção 11 O movimento da qualidade total � No pós-guerra, principalmente a partir da década de 60, novo e importante passo se deu na história das relações de trabalho, dessa vez no Japão, mais uma vez sob o signo da contradição e ambigüidade. Trata-se do Movimento da Qualidade Total - MQT, também conhecido como Toyotismo � Segundo o MQT, e revendo algumas características do taylorismo, a organização da produção deveria tornar-se: – flexível – polivalente – baseada no just in time (suprimento de insumos e produção em tempo real, na estrita medida das necessidades...) – personificada – orientada para a satisfação do cliente 23 Seção 11 O movimento da qualidade total � Especialmente, o Movimento da Qualidade Total assume como premissa básica que os trabalhadores devem ser, ao menos, consultados e até participar das decisões para a melhoria e aprimoramento do processo de trabalho � Em um nível ainda tímido, instauram-se mecanismos de sugestões e recolhimento de idéias (“caixas de sugestões” e premiação das idéias tidas como mais proveitosas para a produtividade) 24 Seção 11 O movimento da qualidade total � Em um nível intermediário, adotam-se os CCQ’s - Círculos de Controle da Qualidade, em que chefes e empregados periodicamente se reúnem (em círculo) para trocar idéias a respeito de como resolver problemas e/ou aprimorar o processo produtivo � Em um nível mais elevado, trabalhadores formam (junto com as chefias) equipes de resolução de problemas, com razoável possibilidade de partilha na tomada de decisão e de intervenção negociada no processo produtivo 25 Seção 11 O movimento da qualidade total Uma Avaliação � O MQT implicou uma ruptura com relação ao taylorismo pois se assumiu de modo claro que os trabalhadores deveriam deixar a condição, estabelecida por Taylor, de irrestrita passividade e obediência (cumprimento de ordens e orientações) � Implicou igualmente distanciamento e avanço perante a Escola de Relações Humanas, pois a melhoria do Clima Organizacional – e a correta gestão de pessoas – passaram, nas formas mais avançadas do MQT, a ser consideradas indicadores e mesmo uma condição substantiva para a verificação da qualidade no processo produtivo 26 Seção 11 O movimento da qualidade total Uma Avaliação � O MQT, todavia, assim como a Escola das Relações Humanas divide-se entre a lógica ou razão instrumental e a lógica ou razão substantiva, com o freqüente predomínio das primeiras (da instrumentalidade) � Vale dizer: no Movimento da Qualidade Total, uma vez mais, as mudanças no processo produtivo se dão visando-se principalmente à produtividade, à eficiência e à lucratividade, mais do que à democratização, à humanização e à construção da cidadania organizacional 27 Seção 11 Analogias entre cidadania política e organizacional � No plano político (na sociedade), a efetiva cidadania pressupõe a igualdade entre todos os adultos, ou seja, a equiparação no direito de intervir nos destinos do Estado e da sociedade. Dá-se o mesmo no plano organizacional � Isso implica que nas organizações onde se verifica a divisão entre proprietários e vendedores da força de trabalho, há uma desigualdade essencial que a rigor impede a efetivação da plena cidadania � Isso, todavia, não impede avanços (e retrocessos) 28 Seção 11 Os avanços e a utopia da cidadania organizacional � Para além dos limites ultrapassados pela instauração da liberdade formal, pela descoberta da importância da dimensão sócio-psicológica, pelo reconhecimento da importância da consulta e da participação, a cidadania e a democracia nas organizações se constroem por meio da co-gestão � A utopia, o limite, é a auto-gestão 29 Seção 11 Os primórdios da participação Socialistas utópicos � Dentre os primeiros pensadores e idealizadores da participação nas organizações estão os chamados “socialistas utópicos”: Charles Fourrier, Ferdinand Lassalle, Louis Blanc, Pierre Proudhon, Philippe Bouchez e Robert Owen � Os socialistas utópicos, já no século XIX, propunham a formação de sociedades cooperativas dirigidas (governadas) pelos próprios produtores, a coletivização da propriedade, a garantia a todos do direito ao trabalho, a repartição igualitária da produção... 30 Seção 11 Os primórdios da participação Socialistas utópicos � Para alguns deles (como Blanc) as organizações deveriam ser estatizadas: bancos, indústrias, companhias de transporte, etc., a fim de que o Estado cuidasse dos mais carentes e promovesse as necessárias reformas sociais � Para outros (como Proudhon), não deveria haver Estado, propriamente dito, mas sim uma forma de organização política alternativa, extremamente descentralizada, sob o comando de grupos sociais locais. Como anarquista, propugnava a coordenação em lugar da autoridade � Ao movimento e ao ideário “socialista utópico” contrapôs-se o socialismo “revolucionário”, de inspiração marxista, segundo o qual não há solução possível para a democracia organizacional, sendo necessária / indispensável a ruptura (violenta) com a ordem capitalista 31 Seção 11 A Co-gestão � Um século após o “socialismo utópico”, e acompanhando (ou mesmo fazendo parte) da constituição da ordem social- democrata, instauraram-se na Europa – destacadamente na Alemanha (Ocidental) – as formasde “co-gestão” � A co-gestão pode ser definida como a partilha entre patrões e empregados (entre capital e trabalho) das decisões tomadas nas empresas, vale dizer, nas organizações produtivas � A co-gestão é a expressão, ou reprodução, ao nível organizacional, da ordem social-democrata. É, ao mesmo tempo, resultado do entendimento de que a democracia não deve se restringir ao plano político, estendendo-se também à esfera econômica 32 Seção 11 A Social-democracia e o Welfare State � No nível político, a social-democracia correspondeu à instauração dos chamados Estados de Bem Estar (Welfare State), em que os trabalhadores e seus sindicatos abrem mão da intenção de ruptura revolucionária com a ordem capitalista – aceitando a economia de mercado � Recebem, em contrapartida, a garantia do respeito à democracia representativa, assim como a elevação do nível de bem-estar e a promoção de políticas públicas sociais (previdência, educação, saúde, etc.) � Aceita-se ainda o direito dos trabalhadores à participação na gestão das empresas, das indústrias e das organizações produtivas privadas, assim como de organizações estatais 33 Seção 11 A Participação: Tipos � Motta (Fernando C. Prestes), em seu livro “Participação e Co- Gestão”, refere-se à tipologia de Tabb e Goldfarb, que classificam as formas de participação de acordo com 4 critérios: a base normativa; a amplitude, o grau de participação e as recompensas oferecidas. � De acordo com a base normativa a participação pode derivar de um acordo coletivo local; de um acordo coletivo regional ou nacional; da lei ordinária; ou ainda de disposição ou estatuto constitucional � De acordo com a amplitude, pode envolver, em um extremo, somente representantes, de apenas uma parte dos trabalhadores, até no outro a totalidade dos trabalhadores, diretamente, por meio de assembléias gerais, mediante consultas plebiscitárias ou referendos 34 Seção 11 A Participação: Tipos � De acordo com o grau, as modalidades de participação são assim classificadas: formas em que os trabalhadores não têm qualquer autoridade real; mecanismo consultivos; sistemas em que há parcela efetiva (ainda que limitada) de controle sobre determinadas decisões; e, por fim, a “co-gestão”, em que o poder e a direção, em sua totalidade, são divididos com os trabalhadores, diretamente, com seus representes e/ou seus sindicatos � De acordo com as “recompensas”, importa verificar se há, e o quanto, de repartição dos “frutos econômicos da participação entre os trabalhadores” 35 Seção 11 A Co-gestão e a Auto-gestão � De acordo com Mota, a co-gestão é, ao mesmo tempo, uma importante conquista dos trabalhadores (dos operários) e, igualmente, um mecanismo “sutil e civilizado de domesticação” desses mesmos trabalhadores � Ainda de acordo com Motta, a co-gestão corresponde ao “limite das formas participativas características do capitalismo avançado, da mesma forma que a auto-gestão parece ser o limite e a meta final do socialismo” � A auto-gestão seria, então, não mais uma forma de participação, propriamente dita, mas sim o exercício do poder pelos próprios trabalhadores ou por intermédio de seus representantes 36 Seção 11 Bibliografia � Básica – FRANÇA Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos: conceitos, ferramentas e procedimentos. São Paulo, Atlas, 2007 – AKTOUF, Omar. A Administração entre a Tradição e a Renovação, São Paulo, ATLAS, 1996 � Complementar – MORGAN Gareth – Imagens da Organização (capítulo sobre “Sistemas Políticos”), São Paulo, Atlas, 1996 – MOTTA, Fernando C. Prestes – Participação e Co-Gestão: novas formas de administração, São Paulo, Brasiliense, 1982. – KÜLLER. José Antonio. Ritos de Passagem: gerenciando pessoas para a qualidade, São Paulo Editora SENAC, 1996 – BRAVERMAN, Harry. Trabalho e Capital Monopolista. Rio de Janeiro, Editora Guanabara, 1974 37