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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO CONTEUDO ON LINE

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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Olá! Bem-vindo(a) à disciplina Filosofia da Educação.
O estudo dessa disciplina pretende abordar os principais aspectos do desenvolvimento do pensamento filosófico, no Ocidente, com a preocupação de contextualizar, na história, o pensamento dos filósofos e das escolas ou tradições filosóficas. É impossível entender as contribuições das idéias filosóficas para a educação sem levar em consideração a historicidade e o contexto de sua produção. Vamos, portanto, estudar um largo período de aproximadamente sete séculos, iniciando a nossa trajetória na Grécia Antiga, em IV a.C., até a contemporaneidade.
Durante boa parte deste período histórico, a Filosofia era a “ciência” que pretendia teorizar as grandes questões do homem e do mundo, tendo em vista explicar a realidade, sem mais apelar para causas sobrenaturais ou mítico-religiosas.
Mesmo após o aparecimento da ciência nova, a partir do século XVI, a Filosofia continua dando relevantes contribuições para a compreensão das grandes questões que, nós, humanos somos desafiados a responder. O estudo e a compreensão das doutrinas dos filósofos e de seus sistemas filosóficos pretendem, em primeiro lugar, ajudar-nos a também pensar criticamente e a organizar as nossas idéias; em segundo lugar, os temas serão apresentados com o objetivo de percebermos as suas interfaces com o campo da educação e das teorias pedagógicas.
Querido aluno, quem estuda filosofia nunca mais é o mesmo. Ao ingressar no mundo da Filosofia, desejamos desafiá-lo a caminhar conosco, a fim de encetarmos um lindo percurso ao longo do qual nos tornaremos mais ricos pessoal e intelectualmente.
A Filosofia da Educação é disciplina que envolve a análise, a reflexão e critica de idéias e a discussão dos assuntos vinculados ao pensamento e prática de educação. 
Questões como a religião, o conceito do bem e do mal, a política, a ciência, a educação, o conhecimento, a arte etc., fazem parte do estudo da filosofia da educação. Tal estudo também enseja a reflexão, a argumentação, a capacidade de crítica e de análise das questões propostas, bem como contribui para clarificar uma série de conceitos. Cabe à Filosofia examinar a concepção de homem que orienta a ação pedagógica, para que não se eduque a partir de noções abstratas. Da mesma forma, não há como definir objetivos educacionais se não temos claro os valores que orientam a nossa ação.
A Filosofia também ensina a pensar de maneira mais lúcida sobre nossas barreiras, diferenças, preconceitos e clarear a mente sobre aquilo em que acreditamos.
AULA 01 – DO MITO A RAZÃO
Ao final desta aula, você será capaz de:
identificar os fatores de ordem cultural, política, econômica e social que contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga; explicar a diferença entre o discurso mítico-religioso e o discurso filosófico;explicar em que sentido o pensamento filosófico rompe com a tradição mítico-religiosa.
Na Grécia Antiga, a religião e o mito eram as fontes originárias de conhecimento. Através deles, os gregos tinham as respostas fundamentais para as grandes questões da existência. A partir do século VI a.C., no entanto, surgiram alguns sábios que propuseram uma outra forma de pensar e de explicar o mundo. Eles passaram a utilizar os argumentos racionais (não mais os religiosos ou míticos) para teorizar a realidade a partir de elementos presentes no próprio mundo natural, sem que precisassem apelar a um mundo sobrenatural. Nesse contexto, nasce a Filosofia. A seguir, você entenderá melhor esses acontecimentos. O nascimento da polis (cidade) – (A polis se fez pela autonomia da palavra (logos), não mais da palavra mágica dos mitos (mythos). O logos, diferente do mythos, tratava-se da palavra racional, argumentativa, geradora da discussão, do conflito e do consenso.) -, no século VIII a.C., provocou grandes transformações na Grécia Antiga. O saber deixou de ser sagrado e tornou-se objeto de discussão. Os cidadãos da polis, passaram a ir à ágora (praça pública) para debaterem os problemas de interesse comum e para decidirem os rumos da cidade. Tal mentalidade libertou os homens das ideias de pré-determinação e dos desígnios divinos que lhes impunham o destino do qual não poderiam escapar. A política, por sua vez, permitiu aos cidadãos debaterem e traçarem o seu próprio destino em praça pública. Como você viu na página anterior, a passagem de uma visão mágica, mítica e religiosa do mundo para uma interpretação racional, humana, marca o nascimento da Filosofia no Ocidente e o início do período chamado Filosofia Antiga. 
O nascimento da Filosofia ocorreu no século VI a.C., nas colônias gregas da Magna Grécia (sul da Itália) e Jônia (atual Turquia). A Filosofia, tendo como fundamento a razão (logus), estabeleceu uma nova forma de interpretação da realidade. (Se antes os fenômenos eram governados por leis divinas, quase inacessíveis aos humanos, com o pensamento racional, foi possível conhecer as causas ou princípios que explicavam o mundo e, com isso, conferir previsibilidade e controle sobre os fenômenos da natureza e da sociedade humana. Já não eram mais os deuses que governam o mundo e os humanos, mas sim leis intrínsecas às coisas. Tais leis davam-se a conhecer ao espírito humano que se utilizava da razão para trazê-las à luz. ) A Filosofia nasceu fincada no chão da sociedade grega, sob condições políticas, econômicas e culturais que determinaram todo o edifício racional que fora construído pelos inúmeros pensadores.
Fatores políticos, religiosos e econômicos contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga. Inicialmente, conheça os fatores políticos.
As origens da Filosofia vinculam-se ao processo de consolidação da democracia grega em torno da polis.
A cidade-estado grega era o espaço legítimo e legitimador de sua liberdade, a ponto de o Estado tornar-se horizonte ético do homem grego.
Esta era a base da cidadania grega: os cidadãos são a finalidade última do Estado, o bem do Estado é seu próprio bem, sua liberdade, sua grandeza.
A democracia grega se apoiava em uma concepção de cidadania excludente. Eram considerados cidadãos, apenas os homens (varões) que possuíam bens ou riquezas. Portanto, estavam excluídos da cidadania as mulheres, os estrangeiros, os escravos e os homens pobres.
Conheça, agora, os fatores religiosos que contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga.
Os gregos conseguiram alcançar um patamar de liberdade religiosa muito elevado em relação a outros povos da Ásia Menor e do Oriente Próximo.
Enquanto em outras nações o poder religioso, aliado às monarquias de cunho tributário, servia para legitimar o Estado absoluto e o poder do rei, algumas cidades-estado da Grécia construíram uma relativa liberdade, baseada na autoridade do Pater Familias (Pai de Família).
A religião grega não se baseava em um livro Sagrado. Portanto, os gregos não tinham dogmas a serem defendidos, ortodoxia, nem heresias, ou uma casta sacerdotal. Estava aberto o caminho para o livre pensar.
Veja abaixo os fatores econômicos que contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga.
O florescimento das cidades-estado gregas deveu-se principalmente ao desenvolvimento da indústria artesanal e do comércio. Antes disso, a Grécia era predominantemente agrária, sendo dominada politicamente por grandes proprietários de terras. Neste contexto, é mais compreensível que cultivasse uma visão mítica do mundo, mais ligada aos ciclos do clima.
O crescimento industrial e comercial fez florescerem as cidades-estado, fazendo surgir novos atores sociais, que começavam a dominar o cenário político e ameaçar o poder da nobreza fundiária. É nessas circunstâncias que a Filosofia nasce, fazendo justificar o poder emergente de comerciantes e artesãos.
Vale notar que essas mudanças ocorreram primeiro nas colônias gregas da Ásia Menor (em Mileto, principalmente), expandido-se, depois, para a região da Itália Meridional, chegando, então, ao centro da Grécia, em Atenas. Isto, porque, estando longe do controlecentral, puderam desenvolver instituições políticas autônomas e desenvolver um comércio próprio.
Entenda melhor o discurso mítico-religioso na Grécia Antiga:
Os gregos cultuavam muitos deuses. Estes múltiplos deuses estavam no mundo e faziam parte dele. Diferente dos judeus ou dos cristãos, os gregos não desenvolveram a ideia de um Deus criador, transcendente, absolutamente separado do mundo criado, cuja existência deriva e depende inteiramente dele.
Os deuses gregos nasceram no mundo. A geração dos deuses deu-se ao mesmo tempo da geração do universo. Os deuses e o mundo, a partir de uma espécie de caos primordial, foram diferenciando-se, ordenando-se, até tomarem a sua forma definitiva de cosmo organizado.
A gênese dos deuses e do mundo operou-se a partir de potências primordiais, como o Caos e a Gaia (terra), donde saíram, ao mesmo tempo e no mesmo movimento, o mundo, tal como pode ser contemplado pelos humanos, e os deuses que presidem a ele invisíveis na sua morada celeste.
Há, portanto, o divino no mundo, assim como o mundano nas divindades. O homem grego vive num mundo cheio de deuses e, por isso, não separa natureza e sobrenatureza, como dois domínios opostos.
Como você viu anteriormente, a religião dos gregos não se apoiava em um Livro sagrado, fonte da revelação divina para os humanos, e não havia uma verdade que se encontrasse, de uma vez por todas, vertida em texto. Como consequência, também não havia dogma ou ortodoxia, nem profetas ou messias, tampouco uma casta sacerdotal. Talvez, por causa destas características da religião dos gregos, vigorava grande liberdade para pensar e para divergir, o que é fundamental para a Filosofia.
Ora, então, qual era a fonte de conhecimento sobre os deuses: seus nomes, suas genealogias, seus atributos, suas aventuras, seus respectivos poderes, seu modo de agir, as honras que lhes eram devidas etc.?
Tais saberes sobre os deuses eram veiculados por narrativas eminentemente orais. Ou seja, por histórias que eram transmitidas de boca a ouvido, e que passavam adiante, de boca em boca, através das fábulas contadas pelas mulheres às crianças nos lares e das vozes e dos cantos dos poetas ao público em geral. Mais tarde, no século VII a.C., esta tradição oral foi escrita por Hesíodo em textos que ficaram conhecidos como Teogonia e Cosmogonia (respectivamente, a origem dos deuses e a origem do mundo). Esta tradição de base oral constitui o que chamamos de mito (a linguagem mítica vale-se metáfora, alegoria, símbolo e arquétipo).
Compreenda, agora, o discurso filosófico na Grécia Antiga.
A princípio, os filósofos pré-socráticos (Como sugere o nome, os filósofos pré-socráticos são aqueles que antecedem a Sócrates. Contudo, essa divisão se dá mais propriamente devido ao objeto de sua filosofia (o interesse pelo estudo da natureza) em relação à novidade introduzida por Sócrates, do que em relação à cronologia. Já que, temporalmente, alguns dos ditos pré-socráticos são contemporâneos a Sócrates, ou mesmo posteriores a ele (como no caso de alguns sofistas).), também chamados de "naturalistas" ou filósofos da physis, tinham como escopo especulativo o problema cosmológico, ou cosmo-ontológico, e buscavam o princípio (ou arché- Para os filósofos pré-socráticos, a arché (origem) seria um princípio que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas; no início, no desenvolvimento e no fim de tudo. Princípio pelo qual tudo vem a ser.) das coisas.
Cada um dos filósofos pré-socráticos sugeriu um elemento primordial (princípio) (ex: Tales de Mileto - a água, Anaximandro de Mileto - o apeíron, Anaxímenes de Mileto - o ar, Xenófanes de Cólofon - a terra, Heraclito de Éfeso - o fogo, Pitágoras de Samos - o número, Demócrito de Abdera - o átomo, Empédocles de Agrigento - os quatro elementos (terra, água, fogo e ar) ou causa de todas as coisas que compõem a realidade física.
Em um segundo momento, surge a sofística e o foco da filosofia muda do cosmo para o homem e o problema moral.
Como você deve ter percebido, o pensamento filosófico rompeu com a tradição mítico-religiosa na Grécia Antiga.
1. A Filosofia estabeleceu um novo critério para alcançar a “verdade”, não mais recorrendo aos mitos e ao discurso religioso. Através da intuição racional e da lógica, os filósofos crêem encontrar as causas explicativas da “realidade” no próprio mundo, e não fora dele. A origem de todas as coisas fundamenta-se num princípio originário ou “arché”. Assinale a única afirmação errada.
 1) Para Pitágoras os números são o princípio de todas as coisas. Se o número é ordem, tudo é ordem ou kósmos, em grego. 
 2) Anaximandro defendeu que o princípio primordial de toda a realidade será o á-peiron, que significa o infinito (privado de limites). 
 3) Anaxímenes escolhe o ar infinito como princípio primordial porque se presta melhor às variações e transformações necessárias à diversidade das coisas. 
 4) Heráclito, “o obscuro”, indicou a terra como princípio da physis, apesar de seu pensamento marcar um retrocesso às explicações derivadas da religião pública e da mitologia. 
2. Os primeiros filósofos gregos ocupam-se com a origem e a ordem do mundo, o Kosmos, e a Filosofia nascente era uma cosmologia. Um dos seus maiores problemas era explicar o movimento e a transformação da realidade. Qual das alternativas abaixo relaciona os filósofos desse período histórico?
 1) Tales, Anaximandro e Descartes. 
 2) Hegel, Marx e Comte. 
 3) Anaxímenes, Heráclito e Pitágoras. 
 4) Sócrates, Platão e Aristóteles. 
Aula 02 – Sócrates, Platão e Aristóteles
Ao final desta aula, você será capaz de:
compreender o novo marco da Filosofia Antiga iniciada por Sócrates; identificar as ideias fundamentais dos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles; conhecer os conceitos fundamentais da metafísica platônica e aristotélica.
Ao longo dessa aula, você conhecerá a transformação filosófica provocada por Sócrates, com ênfase nos temas humanísticos; compreenderá o pensamento metafísico de Platão e a sua repercussão para a história do pensamento ocidental; e entenderá a solução metafísica dada por Aristóteles ao problema do conhecimento.
Sócrates deu uma nova direção à Filosofia. Enquanto o interesse dos filósofos pré-socráticos recaiu sobre os estudos da natureza (physis), Sócrates interessou-se pelas questões humanas, a ética, a política, o conhecimento, a educação, entre outros problemas que afetam o homem.  As fontes mais importantes de informações sobre Sócrates são as escritas por Platão, Xenofonte e Aristóteles. Sócrates foi mestre de Platão.
Alguns historiadores afirmam que só se poder falar de Sócrates como um personagem de Platão, por ele nunca ter deixado nada escrito de sua própria autoria.
A principal preocupação de Sócrates era a de levar os seus concidadãos a pensarem.
Nos diálogos de Platão, Sócrates é apresentado como homem dotado de uma mente rigorosa, racional e inquisitiva, que questionava continuamente as crenças fundamentais das pessoas. O método Socrático consistia em fazer perguntas e desvendar o que estava oculto em cada uma delas, num processo denominado Maiêutica.
A filosofia de Sócrates exprimia-se por meio de diálogos. Na sua doutrina, a confiança na razão assumia um papel central:”ninguém é mau voluntariamente”, sendo o mal consequência da ignorância. O grande princípio socrático era o conhecimento de si próprio: “ conhece-te a ti mesmo”.
Sócrates desempenhou um papel importante no Estado ateniense, fazendo parte do governo da cidade. Porém, em 403 a.C.; foi acusado e declarado culpado de corromper a juventude ao ensinar doutrinas que feriam as tradições religiosas da cidade de Atenas, tendo sido condenado á morte por ingestão de cicuta. Embora pudesse de exilar, Sócrates optou por beber tranquilamente o veneno e submeter-se a um fim doloroso.
Platão nasceu em uma família aristocrata de Atenas. Foi brilhante escritor e filósofo e se destacou entre os pensadores mais influentes da civilização ocidental.
Desde jovem, Platãotinha ambições políticas, mas logo se decepcionou com a liderança política de Atenas. Ele se tornou discípulo de Sócrates, seguindo sua filosofia e aderindo ao método por ele utilizado: a busca da verdade através de perguntas, respostas e mais perguntas. 
Após a morte de Sócrates, Platão abandonou a cidade. As suas viagens levaram-no a lugares como Egito, Cirene e Sicília. Quando regressou a Atenas, co-fundou uma escola que ficou conhecida por Academia, situada no Jardim de Academos, onde se ensinavam os mais diversos assuntos, desde a Matemática à Biologia, da Filosofia à Astronomia.
Os ensinamentos de Platão foram escritos em forma de diálogo (aproximadamente trinta), de uma conversa ou um debate entre várias pessoas. Seus diálogos são divididos em três fases.( A primeira fase é representada com Platão tentando comunicar a filosofia de Sócrates. Os diálogos da segunda e terceira fase relatam as próprias ideias de Platão, por mais que ele continue a utilizar Sócrates como personagem em seus diálogos.)
Em oposição aos sofistas, Platão propõe um novo método: a dialética (ou arte de pensar), que vai das palavras às ideias. Estas constituem a própria essência, fundamento e modelo das coisas sensíveis e individuais.
Entenda a Teoria do Conhecimento de Platão.
Platão foi o responsável pela formulação de uma nova maneira de pensar e de perceber o mundo. Este ponto fundamental consiste na descoberta de uma realidade causal supra-sensível, não-material, eterna e imutável. Tal realidade subsistiria num mundo separado do mundo sensível e material: o mundo das formas ou das ideias.
Platão, portanto, divide o existente em duas partes: o mundo das ideias e o mundo físico em que vivemos. No mundo das ideias, tudo é constante e real. Já no mundo físico (ou mundo sensível), tudo está sujeito ao fluxo, à mudança, daí seu caráter relativo e aparente. De um lado, o mundo das ideias ou das formas puras e imutáveis, e de outro, o mundo das coisas mutáveis.
Mundo sensível - O mundo sensível é uma pálida reprodução do mundo inteligível. Trata-se de um mundo de cópias imperfeitas das ideias ou formas, constituindo um mundo de sombras, conforme a famosa Alegoria da Caverna. Segundo Platão, os sentidos físicos não nos revelam a verdadeira natureza das coisas. Por exemplo, ao observarmos algo branco ou belo, jamais chegaremos a ver a brancura ou a beleza plena, embora tragamos, dentro de nós, uma ideia do que elas são.
Assim, as únicas coisas, de fato, permanentes e verdadeiras para Platão, seriam as ideias. Observar o mundo físico (tal como a ciência faz hoje em dia) pouco serviria, portanto, para alcançarmos uma compreensão da realidade, embora servisse para reconhecermos, ou recordarmos, as ideias perfeitas que traríamos dentro de nós.
Ideias ou formas são arquétipos imutáveis. De acordo com Platão, só essas ideias/formas são o fundamento do verdadeiro conhecimento. Platão distinguiu dois níveis de saber: opinião e conhecimento.
Opinião – afirmações relacionadas com o mundo físico, Platão as considerava uma opinião, mesmo que estivessem baseadas na lógica ou na ciência.
Conhecimento – segundo Platão, o conhecimento é derivado da razão e não da experiência, ele pregava que somente através da razão atingimos o conhecimento das formas.
A República é a maior e mais reconhecida obra política de Platão. A obra se foca na questão de justiça: Como é um Estado justo? Quem é um individuo justo?
Segundo Platão, a melhor forma de governo é a aristocracia por mérito. Ele divide o estado ideal em três classes(As classes não são hereditárias, elas são determinadas pelo tipo de educação obtida pela pessoa. Com maior nível de educação, a pessoa pertence à classe dos filósofos-reis, que são os encarregados de governar o país.): a classe dos comerciantes, a classe dos militares e a classe dos filósofos-reis. A República aborda diversos temas sobre justiça, governo e apresenta um governo utópico. Essa obra vem sendo amplamente lida através dos séculos, por mais que suas propostas nunca tenham sido adotas como uma forma de governo concreta. Na República, também encontramos o famoso Mito da Caverna (ou Alegoria da Caverna). Trata-se de uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância. 
Em outras palavras, podemos dizer que a Alegoria da Caverna trata da passagem gradativa do senso comum, enquanto visão de mundo e explicação da realidade, para o conhecimento filosófico (conhecimento racional, sistemático e organizado, que busca as respostas não no acaso, mas na causalidade).
Aristóteles é considerado um dos mais fecundos pensadores de todos os tempos.
Aristóteles nasceu em Estagira, na península macedônica da Calcídica (por isso, ele também é chamado de o Estagirita). Era filho de Nicômano, amigo e médico pessoal do rei Amintas 2º, pai de Filipe e avô de Alexandre, o Grande. Aos 16 ou 17 anos, Aristóteles mudou-se para Atenas (centro intelectual e artístico da Grécia) e estudou na Academia de Platão até a morte do mestre, no ano 347 a.C. Após a morte de Platão, Aristóteles passou algum tempo em Assos, no litoral da Ásia Menor (atual Turquia), onde casou-se com Pítias, a sobrinha do tirano local. Sendo este assassinado, o filósofo fugiu para Mitilene, na ilha de Lesbos. Foi depois convidado para a Corte da Macedônia onde, durante três anos, exerceu o cargo de tutor de Alexandre, mais tarde “o Grande”. Em 355 a.C., Aristóteles voltou a Atenas e fundou uma escola próxima ao templo de Apolo Lício, que recebeu o nome de Liceu. O caminho coberto ("peripatos") por onde costumava caminhar enquanto ensinava deu à escola um outro nome: Peripatética. A escola se tornaria a rival e ao mesmo tempo a verdadeira herdeira da Academia platônica. Com a morte de Alexandre, em 323 a.C., o imenso império erguido por ele esfacelou-se. Em Atenas eclodiu um movimento que visava a restaurar a independência da cidade-estado. Malvisto pelos atenienses por causa da sua origem macedônica, Aristóteles foi acusado de “ateísmo” ou “impiedade”. Para não ter o mesmo fim de Sócrates, condenado ao suicídio, exilou-se voluntariamente em Cálcida, na ilha da Eubéia, onde morreu um ano depois. As investigações filosóficas de Aristóteles consideraram várias áreas do conhecimento. Podemos citar a Biologia, a Zoologia, a Física, a História Natural, a Poética, a Psicologia, sem falar em disciplinas propriamente filosóficas como a Ética, a Teoria Política, a Estética e a Metafísica. 
A metafísica aristotélica (A metafísica aristotélica abrange ainda o ser imóvel e incorpóreo, o princípio dos movimentos e das formas do mundo, bem como o mundo mutável e material em seus aspectos universais e necessários.) é a ciência que estuda “o ser enquanto ser”, ou os princípios e as causas do ser e de seus atributos essenciais. Podemos sintetizar a  metafísica aristotélica em quatro questões gerais: potência e ato; matéria e forma; particular e universal; e movido e motor. Conheça, inicialmente, duas dessas questões. 
Potência a ato - A doutrina da potência (possibilidade, capacidade de ser, não-ser atual) e do ato (realidade, pefeição, ser efetivo) é fundamental na metafísica aristotélica. Todo ser, que não seja o Ser perfeitíssimo (Deus), é uma síntese (um sínolo), um composto de potência e de ato, em diversas proporções, conforme o grau de perfeição, de realidade dos vários seres. Um ser desenvolve-se, aperfeiçoa-se, passando da potência ao ato. Esta passagem da potência ao ato é a atualização de uma possibilidade, de uma potencialidade anterior. Por exemplo, um ovo está em ato, mas é potência de uma ave. Esta doutrina é aplicada e desenvolvida por Aristóteles, especialmente, quando este trata da doutrina da matéria e da forma, que representam a potência e o ato no mundo, na natureza em que vivemos.
Matéria e forma - Segundo Aristóteles, o indivíduo é composto por dois elementos: a matéria (potência, possibilidade de assumir várias formas, imperfeição) e a forma (éo ingrediente necessário para a existência da realidade material, causa concomitante de todos os seres reais). O composto de matéria e forma (o sínolo) constitui a substância. A matéria aristotélica, porém, não é o puro não-ser de Platão (mero princípio de decadência), pois esta é também condição indispensável para concretizar a forma. Então, não existe a forma sem a matéria, ainda que a primeira seja princípio de atuação e determinação da segunda. Com respeito à matéria, a forma é, portanto, princípio de ordem e finalidade, racional, inteligível. Diversamente da ideia platônica, a forma aristotélica não é separada da matéria, e sim imanente e operante nela. Ao contrário, as formas aristotélicas são universais, imutáveis, eternas, como as ideias platônicas. 
A substância é o substrato imutável, em que se sucedem os acidentes, as qualidades acidentais. Dando um exemplo prático, a matéria seria o bronze, e a forma seria o formato da estátua de bronze. A matéria sem forma, a pura matéria, chamada matéria-prima, é um mero possível, não existe por si, é um absolutamente interminado, em que a forma introduz as determinações.
Os elementos constitutivos da realidade são, portanto, a forma e a matéria. A realidade, porém, é composta de indivíduos, substâncias, que são um composto (um sínolo) de matéria e forma. Por consequência, estes dois princípios não são suficientes para explicar o surgir das substâncias e dos indivíduos que não podem ser atuados, a não ser por um outro indivíduo, isto é, por uma substância em ato. Com isso, existe a necessidade de um terceiro princípio, a causa eficiente, para poder explicar a realidade efetiva das coisas. A causa eficiente, por sua vez, deve operar para um fim, que é precisamente a síntese da forma e da matéria, produzindo esta síntese o indivíduo. Daí uma quarta causa, a causa final, que dirige a causa eficiente para a atualização da matéria mediante a forma.
Conheça, agora, as outras duas questões gerais que sintetizam a metafísica aristotélica.
Particular e universal - Mediante a doutrina da matéria e da forma, Aristóteles explica o indivíduo, a substância física, a única realidade efetiva no mundo, que é precisamente o composto (sínolo) de matéria e de forma. A essência, que é igual em todos os indivíduos de uma mesma espécie, deriva da forma. Já a individualidade, pela qual toda substância é original e se diferencia de todas as demais, depende da matéria. O indivíduo é, portanto, potência realizada, matéria enformada, universal particularizado. Mediante a doutrina da matéria e da forma é explicado o problema do universal e do particular, que tanto atormenta Platão. Aristóteles faz o primeiro (a ideia) imanente no segundo (a matéria), depois de ter eficazmente criticado o dualismo platônico, que fazia os dois elementos transcendentes e exteriores um ao outro.
Movido e motor - Da relação entre a potência e o ato, entre a matéria e a forma, surge o movimento, a mudança, o vir-a-ser, a que é submetido tudo que tem matéria, potência. A mudança é, portanto, a realização do possível. Esta realização do possível, porém, pode ser levada a efeito unicamente por um ser que já está em ato, que possui já o que a coisa movida deve vir-a-ser, visto ser impossível que o menos produza o mais, o imperfeito o perfeito, a potência o ato, mas vice-versa. Mesmo que um ser se mova a si mesmo, aquilo que move deve ser diverso daquilo que é movido, deve ser composto de um motor e de uma coisa movida. Por exemplo, a alma é que move o corpo. O motor pode ser unicamente ato, forma. A coisa movida, enquanto tal, pode ser unicamente potência, matéria. Eis a grande doutrina aristotélica do motor e da coisa movida, doutrina que culmina no motor primeiro, absolutamente imóvel, ato puro, isto é, Deus.
Como todo pensamento e todo juízo, a proposição aristotélica está submetida aos três princípios lógicos fundamentais, condições de toda verdade:
Princípio da identidade - Um ser é sempre idêntico a si mesmo: A é A.
Princípio da não-contradição - É impossível que um ser seja e não seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação. É impossível que A seja A e não-A.
Princípio do terceiro excluído - Dadas duas proposições com o mesmo sujeito e o mesmo predicado, uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente verdadeira e a outra necessariamente falsa. A é x ou não-x, não havendo terceira possibilidade.
Relembre os principais pontos estudados sobre Aristóteles.
Como você pôde perceber, o sistema aristotélico invalida o dualismo platônico, representado pela teoria das ideias. Ora, a forma aristotélica não existe separada, num mundo inteligível e apartado do mundo das coisas sensíveis e materiais. A forma, junto com a matéria, constituiria os indivíduos, as substâncias. Portanto, a forma é parte constitutiva das coisas e faz parte do único mundo existente. Aristóteles, diferente de Platão, valoriza o conhecimento sensível, desvalorizado por Platão, como fonte de erro e de engano. Ao contrário de Platão, Aristóteles entende que todo o conhecimento possível inicia-se com os sentidos ou a sensação. Os sentidos, entretanto, são insuficientes, e precisam ser superados por outros graus mais elevados de abstração, passando pela memória, a experiência, a arte (téchne) e chegando à teoria (epistemé), grau mais perfeito do conhecimento. 
1. Quanto à teoria do conhecimento, Aristóteles nega o inatismo platônico ao considerar que o conhecimento se dá em estágios sucessivos de abstração, iniciado com a sensação. Marque a única alternativa que não expressa o pensamento aristotélico.
 1) O conhecimento inicia-se com a experiência sensível, mas os sentidos, por si só, são ainda insuficientes. 
 2) Pouco confiável, o conhecimento sensorial proporciona uma “visão de sombras”, e precisa ser superado. 
 3) O homem e o animal compartilham vários dos estágios do processo de conhecimento. 
 4) A última etapa do processo de conhecimento, e a mais elevada, é a epistemé, o saber teórico. 
2. Em um dos seus diálogos, Platão relata uma conversa entre Sócrates e Menão, na qual aparece o problema da possibilidade de se ensinar a alguém. Para mostrar sua tese, Sócrates chama um menino ao qual faz perguntas cujas respostas indicam que ele sabe demonstrar um teorema. O episódio caracteriza o denominado “método maiêutico” de Sócrates, que consiste em formular perguntas que induzam à respostas corretas. Levando em conta esse método socrático, podemos considerar que ensinar é:
 1) Despertar um saber oculto, presente em nossos sonhos. 
 2) Ativar as potencialidades latentes, presentes na nossa herança biológica. 
 3) Transmitir o conhecimento porque ninguém aprende nada por si. 
 4) Rememorar um saber já existente em nosso espírito, despertado pelas perguntas formuladas. 
3. Para Platão, o conhecimento sensível é fonte de engano e de ilusão e, portanto, deve ser afastado da filosofia. As verdadeiras essências subsistem no que Aristóteles chamou de “Mundo das Formas”. Quanto ao conceito de “ideia” ou “forma”, marque a única alternativa que não corresponde ao pensamento platônico.
 1) As ideias são entidades e a verdadeira substância. 
 2) As ideias são representações puramente mentais. 
 3) As ideias representam o modelo permanente das coisas sensíveis. 
 4) As ideias são o bem e o belo “em si” e “por si”. 
Aula 03 – Filosofia Medieval – Parte I
Ao final desta aula, você será capaz de:
Identificar os fatores fundamentais que permitiram a formação do Mundo Ocidental, assim como o nascimento da filosofia cristã; analisar a relação entre a filosofia grega pagã e o cristianismo, compreendendo a sua apropriação; conhecer o pensamento de Santo Agostinho e a influencia de Platão no pensamento cristão.
A Filosofia Medieval compreende um período histórico que vai do final do helenismo (séculos IV e V) até o Renascimento (final do século XV e início do século XVI). É a maior parte da produção filosófica da Idade Média.
Possivelmente, você já ouviu falar que a Idade Médiaapresenta uma imagem negativa. Você sabe o porquê disso? -A imagem negativa da Idade Média é entendida pela transição entre os clássicos e os novos tempos, movimento que culmina no humanismo renascentista, procurando recuperar as glórias da antiguidade greco-romana.
A fase final da Filosofia Medieval (séculos XI e XV) equivale ao desenvolvimento da escolástica (o termo escolástica designa todos aqueles que pertencem a uma escola ou se vinculam a uma determinada escola de pensamento e de ensino) e a criação das universidades.
1 - A filosofia de São Tomás de Aquino, que se aproximou dos textos de Aristóteles, resultou numa nova contribuição para o desenvolvimento da escolástica.
2 - Posições controvertidas que foram assumidas na Filosofia, na Teologia e na Política.
3 - A presença da tradição aristotélica na Europa ocidental.
4 - O levantamento de questões que aproximavam a Teologia da Filosofia, investigando racionalmente os fundamentos da fé cristã.
5 - O pensamento de Santo Agostinho.
6 - A transição do helenismo para o cristianismo.
Como você viu na página anterior, é no período final da Idade Média que ocorre a transição do helenismo para o cristianismo.
1 - A religião cristã originária do judaísmo surge e se desenvolve no contexto do helenismo. A cultura ocidental da qual somos herdeiros até hoje é a síntese entre o judaísmo, o cristianismo e a cultura grega.
2 - O helenismo permitiu a aproximação entre a cultura judaica e a filosofia grega, que tornou possível, mais tarde, o surgimento de uma filosofia cristã. Em Alexandria, essas culturas conviveram e se integraram, de forma que se falavam várias línguas na região. Nessa época, foi possível encontrar uma aproximação entre a cosmologia platônica e a narrativa da criação do mundo.
3 - Inicialmente, o cristianismo não se distinguia claramente do judaísmo. Ele era visto como uma seita reformista dentro da religião da cultura judaica.
4 - Para os gregos, o príncipe divino operava no mundo, essa visão influenciou fortemente o desenvolvimento da filosofia cristã.
5 - É em São Paulo que encontramos a concepção de uma religião universal. Ele defendia a necessidade de pregar a todos. Esta é uma diferença básica em relação ao judaísmo e as demais religiões da época.
Obtenha mais informações sobre os fatores históricos que contribuíram para o nascimento da filosofia cristã.
Podemos dizer que a cultura de língua grega hegemônica permitiu a concepção de uma religião universal, que corresponde, no plano espiritual e religioso, a concepção de império no plano político e militar. Essa concepção foi consolidada com o batismo do imperador Constantino, em 337, e com a institucionalização do cristianismo como religião oficial. Entretanto, não havia ainda uma unidade no cristianismo.
A filosofia grega teve uma importância fundamental no processo de unificação do cristianismo, quando as discussões levaram a formulação de uma unidade doutrinária hegemônica, ortodoxa. Os primeiros representantes dessa filosofia cristã pertenceram a, assim, chamada escola neoplatônica cristã Alexandria.
Uma questão que acompanhou todo o pensamento medieval foi o conflito entre razão e fé, que era foco de tensão permanente. Diversos concílios fixaram a doutrina considerada legitima e condenaram os que não aceitavam esses dogmas expulsando-os da Igreja.
Podemos dizer que a filosofia grega se incorporou de maneira definitiva à tradição cristã: a lógica e retórica forneceram meios de argumentação; e a metafísica de Platão e de Aristóteles forneceu conceitos chaves (substâncias, essências e etc.), em função dos quais questões teológicas eram discutidas.
Um dos grandes pensadores cristãos foi Santo Agostinho. A sua influência filosófica e teológica se estendeu até o período moderno. Veja abaixo os três aspectos fundamentais da contribuição desse pensador para o desenvolvimento da Filosofia. (A mãe de Santo Agostinho era Cristã e seu pai pagão.)
 - A formulação das relações entre teologia e filosofia, entre razão e fé.
- A criação da teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e interioridade.
- A elaboração da teoria da historia que foi desenvolvida na monumental cidade de Deus.
Santo Agostinho pode ser considerado o primeiro pensador a desenvolver uma noção de uma interioridade que prenuncia o conceito de subjetividade do pensamento moderno.
Encontramos no pensamento de Santo Agostinho a oposição interior/exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade: é olhando para a sua interioridade que o homem descobre a verdade pela iluminação divina. A teoria da iluminação divina vem substituir a teoria platônica, explicando o ponto de partida do processo de conhecimento e abrindo o caminho para a fé.
A concepção agostiniana teve uma grande influência no desenvolvimento da noção ocidental de tempo histórico, raiz da visão hegeliana.  Santo Agostinho viveu em tempos conturbados: a ruína do mundo antigo, a decadência do Império Romano, as invasões dos bárbaros pagãos. Ele mostrou que os eventos históricos devem ser interpretados à luz da revelação, que a cidade divina prevalecerá, já que a história tem uma direção.
Além de Santo Agostinho, é necessário mencionar Boécio (470-525), como um pensador fundamental para a mediação entre na filosofia antiga e a filosofia cristã medieval.
Você já estudou que o termo escolástica designa todos aqueles que pertencem a uma escola ou que se vinculam a uma determinada escola de pensamento e de ensino. Conheça, agora, os fatores históricos que contribuíram para o seu desenvolvimento.
As culturas bárbaras que se estabelecem na Europa Ocidental não tinham conhecimento e, nem tampouco, interesse pela Filosofia. Só a partir do século IX, cinco séculos após a morte de Santo Agostinho, a situação começa a mudar.
Em 529, São Bento fundou, na Itália, a ordem monástica beneditina, diferente das ordens monásticas das igrejas orientais, que eram exclusivamente contemplativas. Graça aos monges copistas foram preservados os textos da antiguidade clássica grego-romana, nas bibliotecas.
Progressivamente, o mundo europeu ocidental começava a se reestruturar. A primeira grande tentativa de reestruturação aconteceu no natal do ano 800, quando o papa Leão III, convidou Carlos Magno para ir à Roma e lá o consagrou imperador do sacro império romano germânico. Após a morte de Carlos Magno, seu império foi dividido entre o seu filho e os sucessores deste, levando a uma nova fragmentação política, que gerou grandes conflitos.
É, portanto, em torno dos séculos XI e XII que vamos assistir o surgimento da chamada escolástica. Neste contexto, aparece a famosa querela entre a razão e a fé que percorre toda a Filosofia Medieval. No entanto, o desenvolvimento da Filosofia torna-se possível devido à difusão de consolidação das escolas nos mosteiros e catedrais.
Santo Anselmo é considerado o primeiro grande pensador da escolástica. Ele elaborou sua filosofia buscando articular a razão e a revelação, a fé e o entendimento.
Santo Anselmo deu a sua principal contribuição à Filosofia na formulação do famoso argumento ou prova ontológica (Essa prova concilia razão e fé, aquilo que a fé nos ensina pode ser entendido pela razão e a Filosofia nos ajuda a argumentar em favor disso. Esses aspectos caracterizam bem o estilo da escolástica em utilizar a Filosofia.), como ficou conhecido posteriormente (desde Kant). Trata-se de um dos argumentos mais clássicos da tradição filosófica, tendo sido questionado por outros filósofos na Idade Média, dentre eles São Tomás de Aquino. (A questão retomada por São Tomás, criticada por Kant, admirada por Hegel e discutida por Beltrand Russel, ainda vem despertando grande interesse na filosofia contemporânea. Essa questão passa a discutir se Deus existe apenas no intelecto como algo que pode ser pensado ou na realidade como algo de fato existente.)
A conclusão de Santo Anselmo é que não se pode pensar a inexistência de um ser do qual nada maior pode ser pensado sem contradição. Desse modo, fica provadaa existência de Deus.  
1.Marque a opção que correlaciona corretamente os números com as letras.
 
1 - Santo Agostinho
 
2 - Santo Anselmo
 
3 - Escolástica
 
4 - Helenismo
  
A - Fornece o pano de fundo político e cultural que permite a aproximação entre a cultura judaica e a filosofia grega.
 
B - Conhecida como filosofia medieval em torno dos séculos XI-XII. Significa de modo genérico, todos aqueles que pertencem à escola de pensamento e de ensino.
 
C - Foi sem dúvida o filósofo mais importante, devido à sua criatividade e originalidade, a surgir no pensamento desde Platão e Aristóteles.
 
D - É considerado o primeiro grande pensador da escolástica, elaborando sua filosofia a partir de uma preocupação em articular a fé e o entendimento.
 1) 1A, 2D, 3C e 4B 
 2) 1C, 2B, 3A e 4D 
 3) 1D, 2A, 3B e 4C 
 4) 1C, 2D, 3B e 4A 
Aula 04 – Filosofia Medieval – Parte II
Ao final desta aula, você será capaz de:
identificar os fatores históricos que contribuíram para a fusão entre a cultura árabe, a filosofia grega e o pensamento cristão;
entender o contexto histórico que favoreceu o desenvolvimento da alta escolástica;
conhecer a importância de São Tomás de Aquino e seu papel na escolástica;
entender as ideias de Guilherme de Ockham, que contribuíram para o desmantelamento do grande sistema filosófico medieval.
A Filosofia Medieval contou com a valiosa contribuição do pensamento árabe.
Nessa aula, você conhecerá o rico encontro da filosofia árabe com a filosofia ocidental e como esse encontro favoreceu o desenvolvimento da filosofia escolástica.
Conhecerá também a importância de São Tomás de Aquino e de Guilherme de Ockham para a Filosofia Medieval.
Conheça os fatores históricos que contribuíram para a fusão entre a cultura árabe, a filosofia grega e o pensamento cristão.
Filosofia grega - A fusão começa a partir do momento em que Alexandre (século IV a.C.) inicia a expansão do seu Império, levando e difundindo a cultura grega pelo Oriente Médio, conquistando a Índia. A partir desse momento, não restou mais dúvida a mistura entre a língua local e a grega com suas ricas tradições, formando os principais núcleos de cultura.
Pensamento cristão - No período cristão (IV e V d.C.), outro marco se dará aprofundando essa fusão. Vários cristãos foram condenados e buscaram exílio no Oriente, principalmente na Síria e na Mesopotâmia. Esses cristãos, além de conhecedores da filosofia e da ciência grega, usavam a língua grega.
Cultura árabe - A fusão também foi influenciada pelo profeta Maomé (570-632), quando este assumiu a liderança religiosa do povo árabe, fundando a religião islâmica (Toda a expansão do islamismo foi devido à fragilidade dos reinos existentes nessa região e da fraqueza militar bizantina.). Esse contexto, sem dúvida, favoreceu o encontro (Esse encontro foi marcado pela valorização de ensinamentos; absorção de cultura e desenvolvimento desta nas várias áreas da Ciência e da Filosofia; tradução de inúmeras obras clássicas, algumas delas conhecidas pelos latinos justamente por intermédio dos árabes.) dos árabes com os núcleos de cultura de origem grega e cristã. Portanto, os cristãos da escolástica tiveram o primeiro contato com o pensamento de Aristóteles através desses núcleos de cultura.
Como você estudou na página anterior, os cristãos da escolástica tiveram o primeiro contato com o pensamento de Aristóteles através dos núcleos de cultura. Logo, podemos concluir que o grande desenvolvimento da filosofia escolástica, a partir do século XIII, foi devido à influência do pensamento árabe.
Com o desenvolvimento de uma intensa atividade artesanal e comercial, no século XIII, surgiram núcleos urbanos importantes que tiveram grande influência no enriquecimento de uma pequena parte da população.
Consequentemente, houve o rompimento com a ordem econômica (política feudal), dando lugar a um mundo em que as relações sociais permitiam a mobilidade social. Além disso, os artesões passaram a se organizar em ligas nas cidades, fazendo nascer um novo tipo de convívio social.
As obras de Aristóteles, com as suas preocupações científicas e empíricas, foram adequadas a esse novo contexto, devido a dois fatores fundamentais que são característicos do século XIII: o surgimento das universidades e a criação das ordens religiosas (franciscanos e dominicanos).
São Tomás foi um dos grandes pensadores da alta escolástica.
Teve uma profunda ligação com as universidades do século XIII, sobretudo a de Paris.
Tornou-se um grande pensador com criatividade e originalidade.
Desenvolveu uma filosofia própria, tratando praticamente de todas as grandes questões da Filosofia e da Teologia de sua época.
Teve grande interesse pelas obras de Aristóteles e dos pensadores árabes.
Mostrou que a filosofia de Aristóteles era compatível com o cristianismo.
O tomismo tornou-se uma espécie de representante de “uma filosofia cristã oficial”, isto se deu devido à grandeza da obra de São Tomás e da complexidade das questões tratadas. Como exemplo disso, ele desenvolveu as cinco vias da prova da existência de Deus.  
Guilherme de Ockham foi o maior dos lógicos escolásticos. Ele combinou o racionalismo do pensamento aristotélico com a fé revelada do cristianismo.
Pelas posições que assumiu na Filosofia, na Teologia e na Política, e pelos constantes enfrentamentos com as autoridades, Ockham foi perseguido pelo Papa. Foi graças as suas ideias, que foram lançadas as sementes que levaram o sistema filosófico medieval à ruína, dando lugar ao novo senso de investigação crítica inspirado diretamente dos gregos.
As bases da filosofia e da ciência modernas foram lançadas nos séculos XV a XVI, levando ao Renascimento e a Reforma.
Nesse período, em oposição á escolástica (é considerada a integração entre as verdades da razão, compa da Filosofia, e as verdades da fé, campo da Teologia) é defendida a separação radical entre os campos da razão e da fé, da Filosofia e da Teologia.
No final do século XIV, a escolástica entrou em crise, porém, isso não significou o seu fim. A filosofia escolástica e o tomismo sobrevivem no período moderno, e até hoje encontram adeptos.
1. Marque a opção que correlaciona corretamente os números com as letras.
 
1 - São Tomás de Aquino
 
2 - Filosofia árabe
 
3 - Alta Escolástica
 
4 - Guilherme de Okcham
 
5 - Aristóteles
 
 
A - Deu-se graças a dois fatores fundamentais, característicos do século XIII: o surgimento das universidades e a criação das ordens religiosas em desenvolvimento - franciscanos e dominicanos.
 
B - Foi defensor da separação da Filosofia e da Teologia, sustentando que a Filosofia não é capaz de demonstrar a verdade dos artigos da fé, e que as verdades necessárias para a salvação pertencem apenas ao campo da Teologia.
 
C - Filósofo inspirador do grande pensamento escolástico, devido a sua preocupação científica e empírica, com um tipo de saber voltado para a realidade natural.
 
D - Foi fundamental a sua contribuição, trazendo um novo conhecimento de filosofia e da ciência gregas, sobretudo de tradição aristotélica, para a Europa ocidental.
 
E - Filosofo que se destacou como grande pensador da sua época, não só pela sua criatividade e originalidade, mas porque tratou das grandes questões da Filosofia e Teologia. Compatibilizando o aristotelismo com o cristianismo.
 1) 1E, 2D, 3A, 4B e 5C 
 2) 1C, 2A, 3B, 4E e 5D 
 3) 1C, 2E, 3D, 4B e 5A 
 4) 1E, 2B, 3A, 4C e 5D 
Aula 05 – Filosofia Moderna – Parte I
Ao final desta aula, você será capaz de:
identificar as mudanças profundas que trouxeram a ideia de progresso e valorização do indivíduo na modernidade;
conhecer o papel de Lutero como provocador de uma mudança no panorama político e religioso europeu alterando profundamente as discussões filosóficas, teológicas e doutrinárias como propulsoras da modernidade;
analisar a reação da Igreja Católica à Reforma, identificando as suas consequências;
enumerar e analisar os diferentes fatores que permitiram a revoluçãocientífica; 
analisar a redescoberta do ceticismo no contexto do início da modernidade e verificar as suas principais características.
Nessa aula, você fará uma viagem sobre as origens do pensamento moderno e a ideia de modernidade.
Conhecerá as condições em que se deram essas mudanças inovadoras que revolucionaram o mundo, contrapondo às concepções anteriores predominantemente teológicas da Idade Média e ao espírito autoritário delas decorrentes.
A ideia de modernidade foi sendo construída com o passar dos tempos.
O termo moderno já era usado na Filosofia Medieval, mas o conceito de modernidade (O conceito de modernidade está quase sempre associado a um sentido positivo de mudança, transformação e progresso. No entanto, se tratou de um processo lento de transição já que as concepções tradicionalistas ainda continuavam a vigorar. Convêm ressaltar que os grandes pensadores do século XVII, considerados revolucionários e inovadores, como Bacon e Descartes, jamais se autodenominaram modernos.) veio de duas noções fundamentais relacionadas - a ideia de progresso e a valorização do indivíduo, que são decorrentes de fatores históricos como:
o Humanismo Renascentista (século XV); 
a Revolução Científica (século XVII);
a Reforma Protestante (século XVI);
a redescoberta do ceticismo.
A seguir, você conhecerá cada um desses fatores históricos.
O primeiro fator histórico que você conhecerá é o Humanismo Renascentista do século XV.
O conceito de Renascimento abrange os séculos: XV e XVI, que foi o período histórico intermediário entre o medieval e o moderno. Podemos dizer que o traço mais característico desse período foi o humanismo. O humanismo teve também uma grande importância na política. As partes centrais do ideário humanista tratam da rejeição da tradição escolástica em favor de uma recuperação da natureza humana individual, ponto de partida de uma nova ordem. O principal pensador político mais original desse período foi sem dúvida Nicolau Maquiavel (autor de O Príncipe, publicado em 1532).
A Reforma Protestante do século XVI também contribuiu para o conceito de modernidade.
Em uma visita a Roma (1510), Lutero ficou chocado com a corrupção da sede da Igreja e começou a defender a necessidade de uma reforma. Portanto, o marco do início da Reforma Protestante foi a pregação por Lutero das suas 95 teses contra os teólogos católicos da universidade e contra o papa Leão X (1517).( O envolvimento dos papas nas questões políticas da época foi um fator gerador de conflitos. A igreja necessitava de grandes recursos financeiros e procurava obtê-los através da venda de indulgências.) 
A ideia de reforma foi bastante comum no desenvolvimento do cristianismo. (O próprio cristianismo foi uma espécie de movimento de reforma do judaísmo. Foram comuns os pregadores em vários países da Europa, defendendo a volta de um cristianismo mais simples e mais espiritual, mantendo a necessidade da pobreza do clero e criticando a hierarquia eclesiástica.)
A ruptura provocada pela Reforma é um dos fatores propulsores da modernidade, embora Lutero se aproxime mais da filosofia medieval agostiniana.  
O protestantismo, o movimento de oposição a Roma, difundiu-se por outros países, a exemplo de Calvino na Suíça, em Genebra.
Com isso, a Igreja Católica inicia uma ofensiva contra o protestantismo. O Concílio de Trento estabeleceu as bases doutrinárias e litúrgicas. A Inquisição ganhou nova força e, assim, surgiram novas ordens religiosas como a Companhia de Jesus, de caráter militante.
No século seguinte, a Guerra dos Trinta Anos opõe católicos e protestantes por toda Europa. 
A ética protestante, principalmente calvinista, proporcionou grande desenvolvimento econômico da Europa, permitindo a acumulação do capital.
Lutero combateu a escolástica, sua concepção teológica é uma interpretação da doutrina de santo Agostinho sobre a luz natural que todo o indivíduo tem em si e que permite entender e aceitar a revelação, não necessitando da intermediação da igreja, dos teólogos, da doutrina dos concílios, a fé é suficiente.
Se a discussão em torno da “regra da fé” abre caminho acerca do livre arbítrio e da salvação. Essa discussão levanta questões de natureza moral. 
Para Lutero, a salvação só é possível pela graça divina, dom de Deus que independe do saber adquirido, ou da obediência da autoridade eclesiástica, assim rejeita a doutrina ética da escolástica tomista e o esforço humano não desempenha nenhum papel na salvação.
Além do Humanismo Renascentista e da Reforma Protestante, a Revolução Científica também contribuiu para o conceito de modernidade.
A Revolução Cientifica moderna teve seu ponto de partida na obra de Nicolau Copérnico, através de cálculos dos movimentos por meio dos corpos celestes.
A obra de Nicolau Copérnico rompeu com o sistema geocêntrico, em que a terra se encontra imóvel no lugar central do universo, indo contra uma teoria estabelecida a praticamente vinte séculos.
Copérnico sacudiu a visão de mundo medieval estática imaginando a terra girando em torno do sol, desenvolvendo sua pesquisa propondo a hipótese heliocêntrica. Ele conserva uma concepção de um cosmo fechado, tendo como limite a esfera das estrelas fixas, típica da visão antiga. A ideia de um universo infinito foi incorporada progressivamente à ciência moderna.
A revolução científica moderna inspirou-se em Platão, que já havia antecipado o modelo heliocêntrico.
Em 1609, o astrônomo alemão Johannes Kepler defendeu a ideia de que o universo é regido por leis matemáticas.
Porém, é na verdade Galileu quem diz “a natureza é um livro escrito em linguagem geométrica”. Esse é o ponto de partida do mecanicismo que vê a natureza como um mecanismo, como as engrenagens de um relógio impulsionado por uma força externa.
Galileu ainda postulava a ideia de órbitas circulares. Podemos considerá-lo como ponto de chegada de um processo da antiga visão de mundo e de ciência.
Em Leonardo da Vinci, podemos encontrar um ótimo exemplo de modernidade.
São duas as grandes transformações científicas:
 do ponto de vista da cosmologia - o modelo empreendido por Galileu - universo infinito e movimento dos corpos celestes, principalmente da terra;
 do ponto de vista da ideia de ciência - a valorização da observação do método experimental que se opõe à ciência contemplativa dos antigos.
Outro fator histórico que contribuiu para o conceito de modernidade foi a redescoberta do ceticismo.
O interesse pelo ceticismo antigo é retomado no Renascimento como parte do movimento de volta aos clássicos.
A Idade Média havia sido, em grande parte, ignorada pelos céticos devido à refutação do ceticismo por santo Agostinho.
Possivelmente, os céticos foram os primeiros filósofos a questionar a possibilidade do conhecimento e a levantar a questão sobre os limites da natureza humana do ponto de vista cognitivo, o que será uma das grandes temáticas do pensamento moderno até Kant. 
Um dos primeiros a tratar dessa temática argumentou que os limites do nosso entendimento só podem ser superados pela fé. A revelação e a fé são as únicas possibilidades de superar a incerteza de uma ciência incapaz de alcançar o verdadeiro saber.
Podemos considerar Michele de Montaigne o filósofo mais importante desse período, quanto à retomada e ao desenvolvimento do ceticismo, inclusive devido a sua influência em Descartes.
A visão cética de Montaigne pode ser considerada um dos pontos de partida do subjetivismo e do individualismo. Diante de um mundo de incerteza, mergulhado em guerras e conflitos religiosos e políticos o homem refugia-se dentro de si.
1. Marque a opção que correlaciona corretamente os números com as letras.
 
1 - Renascença
 
2 - Ceticismo
 
3 - Revolução cientifica
 
4 - Humanismo Renascentista
 
5 - Reforma
 
 
A - A oposição entre o antigo e o moderno suscitando a problemática cética do conflito das teorias e da ausência de critério conclusivo para a decisão sobre a validade das teorias.
 
B - O homem individual é responsável por sua própria fé, cujafonte é a Sagrada Escritura. Exige que o educando seja levado a exercer a razão pessoal, obrigando, portanto, que se proporcione uma educação acessível a todos sem distinção.
 
C - Período marcado pela efervescência teórica e prática, alimentada com as grandes descobertas marítimas, permitindo ao homem uma visão crítica da sua própria sociedade. Surge o homem que se sente livre, independente de todos os entraves à realização de humanidade inesgotável.
 
D - Valoriza o homem colocando-o no centro de suas preocupações éticas, estéticas e políticas.
 
E - Representa um dos fatores de ruptura mais marcantes no início da modernidade.
 
 1) 1C, 2A, 3E, 4D e 5B 
 2) 1C, 2E, 3D, 4B e 5A 
 3) 1E, 2B, 3A, 4C e 5D 
 4) 1C, 2A, 3B, 4E e 5D
 SIMULADO
	1a Questão (Ref.: 200725610926)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	Os primeiros filósofos gregos ocupam-se com a origem e a ordem do mundo, o Kosmos, e a filosofia nascente era uma cosmologia. Um dos seus maiores problemas era explicar o movimento e a transformação da realidade. Qual das alternativas abaixo relacionam os filósofos desse período histórico?
		
	
	Agostinho, Melisso e Zenão
	
	Tales, Anaximandro e Descartes
	
	Hegel, Marx e Comte
	 
	Sócrates, Platão e Aristóteles
	
	Tales, Sócrates e Platão
	2a Questão (Ref.: 200725610857)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	Nas afirmações abaixo assinale a alternativa que NÃO corresponde ao pensamento de Platão.
		
	
	Sua concepção filosófica tem como núcleo a teoria das ideias ou formas.
	
	A metafísica é entendida como sendo uma teoria da essência das coisas.
	
	Nos mitos da Caverna e no da Linha Dividida, na República, são obras nas quais Platão caracteriza o saber, sua relação com a realidade, o precesso pelo qual pode ser obtido e a sua dimensão ético-política.
	 
	Sua concepção filosófica valoriza o saber empírico, a ciência natural e sistemática do saber.
	
	O saber é algo que possui um caráter essencialmente ético-político.
	3a Questão (Ref.: 200725610800)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Segundo MARCONDES, Danilo (Zahar), o ecletismo foi uma marca distintiva do pensamento helenista. Isto quer dizer que
		
	 
	ao centralizar a ética como principal aspecto, o helenismo não pode escapar das divergências entre os seus representantes.
	
	esta filosofia foi eminentemente cópia da Filosofia Grega
	
	o pensamento helenista ultrapassou o pensamento grego, pois se destacou em várias escolas.
	
	apesar de ser caracterizado por muitas escolas, o helenismo tinha como base geral de fundamentação a crítica dos antigos.
	 
	os pensadores do helenismo, por tomarem como preocupação a sistematização de diferentes doutrinas ao pensamento dos antigos, não se firmaram no campo da originalidade.
	4a Questão (Ref.: 200725610859)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	Assinale, nas afirmações a seguir sobre a Filosofia, a afirmação INCORRETA.
		
	
	A filosofia surge em oposição ao pensamento mítico, buscando a racionalidade do universo.
	 
	O objetivo da filosofia é o fazer somente uma reflexão crítica e global sobre o saber.
	
	Cabe à filosofia, entre outras coisas, examinar a concepção de homem que orienta a ação pedagógica, para que a escola não trabalhe com a noção abstrata de ¿criança em si¿, de ¿homem em si¿.
	
	A filosofia da educação tem por objetivo fazer uma reflexão crítica sobre o que é educação.
	
	A separação entre ciência e filosofia ocorreu no século XVII com a revolução científica.
	
	5a Questão (Ref.: 200725610868)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da seguinte afirmação: A Filosofia da Educação tem por objetivo fazer uma ___________ sobre a ________________, ou seja, ____________________________.
		
	
	reflexão crítica; ação educativa; refletir sobre o que é educação.
	
	reflexão crítica; ação educacional; refletir sobre o que é ensino.
	
	reflexão crítica; ação pedagógica; refletir sobre o que é ensinar.
	 
	reflexão crítica; ação pedagógica; refletir sobre o que é educação.
	
	reflexão crítica; ação educativa; refletir sobre o que é aprender.
	6a Questão (Ref.: 200725610925)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	A Filosofia estabeleceu um novo critério para alcançar a "verdade", não mais recorrendo aos mitos e ao discurso religioso. Através da intuição racional e da lógica, os filósofos creem encontrar as causas explicativas da "realidade" no próprio mundo, e não fora dele. A origem de todas as coisas fundamenta-se num princípio originário ou "arché".
Assinale a única afirmação ERRADA.
		
	 
	Heráclito, ¿o obscuro¿, indicou o fogo como princípio da physis, apesar de seu pensamento marcar um retrocesso às explicações derivadas da religião pública e da mitologia.
	
	Anaximandro defendeu que o princípio primordial de toda a realidade será o á-peiron, que significa o infinito (privado de limites).
	
	Tales identificou a água como princípio, pois constatou que o elemento líquido está presente em todo lugar em que há vida.
	
	Para Pitágoras os números são o princípio de todas as coisas. Se o número é ordem, tudo é ordem ou kósmos, em grego.
	
	Anaxímenes escolhe o ar infinito como princípio primordial, porque se presta melhor às variações e transformações necessárias à diversidade das coisas.
	7a Questão (Ref.: 200725610828)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	A filosofia é uma forma de conhecimento que se difere da forma típica de conhecer o senso comum. Ambas as formas de conhecimento fazem indagações, mas com naturezas distintas. A pergunta que NÃO caracteriza uma indagação filosófica, mas uma evidência do senso comum é:
		
	
	o que é o sonho?
	 
	que horas são?
	
	qual a origem da vida?
	
	quem inventou o microscópio?
	
	como nasceu a ciência?
	8a Questão (Ref.: 200725610853)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	Em relação ao mundo das ideias ou da forma de Platão, assinale a alternativa INCORRETA.
		
	 
	Para Aristóteles, o mundo das ideias, defendido por Platão, simplesmente não existia.
	
	Segundo Platão, os prisioneiros da caverna não viviam no mundo das ideias.
	
	Segundo Platão, o mundo das ideias ou da forma descreve a natureza essencial das coisas.
	
	Segundo Platão, somente pela razão e pela filosofia, o mundo das ideias poderá ser atingido.
	
	Para Platão, a perfeição, a totalidade e a beleza em si só podiam ser encontradas no mundo das ideias.
	9a Questão (Ref.: 200725580189)
	
	Zuenir Ventura, em seu artigo Uma mente perigosa, na edição de O Globo, de 13 de abril de 2011, dia seguinte ao fato ocorrido, diz que "muitas hipóteses haviam sido levantadas na busca de explicação para a tragédia de Realengo e para a motivação do atirador: fácil acesso às armas, falta de segurança na escola, fanatismo religioso, cultura da violência, vingança. A influência de cada um desses fatores no massacre variava conforme a visão de quem analisava. A isso veio se juntar o que foi alegado ou o que se depreende dos escritos deixados pelo suicida: humilhação, rejeição, a inspiração do 11 de setembro de 2001, a má interpretação do Alcorão, os ensinamentos da internet, o transtorno mental, as perseguições ou bullying."
Sabemos que a reflexão filosófica permite articular o conhecimento construído à realidade vivida. Assim, conhecendo o pensamento de Platão, percebemos que ele trabalha com várias oposições:
         Opinião ( doxa) x Verdade ( episteme)
         Desejo x Razão
         Interesse particular x Interesse universal
         Senso Comum x Filosofia
Escolha apenas uma das oposições acima e faça o que se pede: Analise o texto de Zuenir Ventura e relacione suas considerações  ao pensamento platônico, a partir de uma das oposições que o filósofo apresenta.
 
		
	
Sua Resposta:
	
Compare com a sua resposta:
Opinião ( doxa) X Verdade( episteme) - Apontar a diferençaentre os dois conceitos, articulando-os ao contexto apresentado.
Desejo X Razão - Apontar a diferença entre os dois conceitos, de maneira a caracterizar a subjetividade do desejo em contraposição a características da racionalidade, referentes ao contexto apresentado.
Interesse particular X Interesse universal - Apontar a diferença entre as duas atitudes, relacionando-as ao contexto da questão e à ação do criminoso.
Senso Comum X Filosofia - Apontar a diferença entre os dois tipos de conhecimento, articulando a explicação ao contexto da questão.
	10a Questão (Ref.: 200725580191)
	
	Marcondes (2008, p. 60) mostra que Platão concebe a realidade em uma perspectiva dualista, que inclui o mundo das ideias e o mundo concreto. Em seu texto O Mito da Caverna, que aparece no livro A República, é apresentado tal dualismo. Depois de refletir sobre o mito em questão, explique o dualismo platônico apresentado no mito (MARCONDES, Iniciação à História da Filosofia. 12. ed. SP: Jorge Zahar editora, 2008).
		
	
Sua Resposta:
	
Compare com a sua resposta: Dualismo platônico: teoria dos dois mundos - das ideias ou formas e o mundo da realidade concreta é sensível. Esclarecer.
	1a Questão (Ref.: 200720622061)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	Enquanto processo, o mito surge como verdade. Neste sentido ele é uma
		
	 
	intuição compreensiva da realidade.
	
	verdade lógica sobre a realidade.
	
	intuição sobre a realidade que necessita provar suas interpretações sobre ela.
	
	explicação lógica sobre a interpretação da realidade.
	
	explicação expressa claramente pela razão.
	2a Questão (Ref.: 200720622056)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	Assinale a opção que mostra como Platão entendia a relação corpo-alma.
		
	 
	Corpo e alma eram entendidos como duas entidades independentes.
	
	Corpo e alma eram entendidos como duas entidades interdependentes.
	
	Corpo e alma eram entendidos como sendo entidades que se autopertenciam.
	
	Corpo e alma eram entendidos como duas entidades que tinham a mesma essência.
	
	Corpo e alma eram entendidos como uma única entidade.
	a Questão (Ref.: 200720622057)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Nas afirmações abaixo assinale a alternativa que NÃO corresponde ao pensamento de Platão.
		
	 
	O saber é algo que possui um caráter essencialmente ético-político.
	 
	Sua concepção filosófica valoriza o saber empírico, a ciência natural e sistemática do saber.
	
	A metafísica é entendida como sendo uma teoria da essência das coisas.
	
	Sua concepção filosófica tem como núcleo a teoria das ideias ou formas.
	
	Nos mitos da Caverna e no da Linha Dividida, na República, são obras nas quais Platão caracteriza o saber, sua relação com a realidade, o precesso pelo qual pode ser obtido e a sua dimensão ético-política.
	4a Questão (Ref.: 200720622066)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	A visão que temos de homem é um dos elementos que:
I - reforça a nossa visão de mundo;
II - direciona nossas ações no mundo;
III - depende da visão que temos do mundo.
IV - forma nossa visão de mundo.
Assinale a opção que apresenta as afirmações corretas:
		
	 
	As afirmações II e IV são corretas.
	
	As afirmações III e IV são corretas.
	
	As afirmações II e III são corretas.
	
	As afirmações I e III são corretas.
	 
	As afirmações I e IV são corretas.
	5a Questão (Ref.: 200720622028)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	A filosofia é uma forma de conhecimento que se difere da forma típica de conhecer o senso comum. Ambas as formas de conhecimento fazem indagações, mas com naturezas distintas. A pergunta que NÃO caracteriza uma indagação filosófica, mas uma evidência do senso comum é:
		
	 
	qual a origem da vida?
	
	como nasceu a ciência?
	
	o que é o sonho?
	 
	que horas são?
	
	quem inventou o microscópio?
	6a Questão (Ref.: 200720622076)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	O retirante explica ao leitor quem é e a que vai - O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da Paraíba. Mas isso ainda é pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, já finados Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte Severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte Severina ataca em qualquer idade, e até gente não crescida). Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre extinta, a de querer arrancar algum roçado da cinza. Mas, para que me conheçam melhor Vossas Senhorias e melhor possam seguir a história de minha vida, passo a ser o Severino que em vossa presença emigra. (MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida Severina e outros poemas em voz alta. 3. ed. RJ: Sabiá , 1967. p. 73-75)
No texto "O retirante explica ao leitor quem é e a que vai" seu personagem central, Severino, conta-nos sua história. Ao fazer seu relato podemos dizer que Severino está filosofando, ou seja, está fazendo uma _________________________________. Assinale a alternativa abaixo que completa corretamente a afirmação acima:
		
	 
	mediação sobre sua realidade.
	
	interpretação sobre sua realidade.
	
	especulação sobre sua realidade.
	
	meditação sobre sua realidade.
	 
	reflexão sobre sua realidade.
	7a Questão (Ref.: 200720622125)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	A Filosofia estabeleceu um novo critério para alcançar a "verdade", não mais recorrendo aos mitos e ao discurso religioso. Através da intuição racional e da lógica, os filósofos creem encontrar as causas explicativas da "realidade" no próprio mundo, e não fora dele. A origem de todas as coisas fundamenta-se num princípio originário ou "arché".
Assinale a única afirmação ERRADA.
		
	 
	Tales identificou a água como princípio, pois constatou que o elemento líquido está presente em todo lugar em que há vida.
	
	Para Pitágoras os números são o princípio de todas as coisas. Se o número é ordem, tudo é ordem ou kósmos, em grego.
	
	Anaxímenes escolhe o ar infinito como princípio primordial, porque se presta melhor às variações e transformações necessárias à diversidade das coisas.
	
	Anaximandro defendeu que o princípio primordial de toda a realidade será o á-peiron, que significa o infinito (privado de limites).
	 
	Heráclito, ¿o obscuro¿, indicou o fogo como princípio da physis, apesar de seu pensamento marcar um retrocesso às explicações derivadas da religião pública e da mitologia.
	8a Questão (Ref.: 200720622053)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Em relação ao mundo das ideias ou da forma de Platão, assinale a alternativa INCORRETA.
		
	 
	Para Platão, a perfeição, a totalidade e a beleza em si só podiam ser encontradas no mundo das ideias.
	
	Segundo Platão, o mundo das ideias ou da forma descreve a natureza essencial das coisas.
	
	Segundo Platão, somente pela razão e pela filosofia, o mundo das ideias poderá ser atingido.
	
	Segundo Platão, os prisioneiros da caverna não viviam no mundo das ideias.
	 
	ParaAristóteles, o mundo das ideias, defendido por Platão, simplesmente não existia.
	9a Questão (Ref.: 200720591389)
	
	Zuenir Ventura, em seu artigo Uma mente perigosa, na edição de O Globo, de 13 de abril de 2011, dia seguinte ao fato ocorrido, diz que "muitas hipóteses haviam sido levantadas na busca de explicação para a tragédia de Realengo e para a motivação do atirador: fácil acesso às armas, falta de segurança na escola, fanatismo religioso, cultura da violência, vingança. A influência de cada um desses fatores no massacre variava conforme a visão de quem analisava. A isso veio se juntar o que foi alegado ou o que se depreende dos escritos deixados pelo suicida: humilhação, rejeição, a inspiração do 11 de setembro de 2001, a má interpretação do Alcorão, os ensinamentos da internet, o transtorno mental, as perseguições ou bullying."
Sabemos que a reflexão filosófica permite articular o conhecimento construído à realidade vivida. Assim, conhecendo o pensamento de Platão, percebemos que ele trabalha com várias oposições:
         Opinião ( doxa) x Verdade ( episteme)
         Desejo x Razão
         Interesse particular x Interesse universal
         Senso Comum x Filosofia
Escolha apenas uma das oposições acima e faça o que se pede: Analise o texto de Zuenir Ventura e relacione suas considerações  ao pensamento platônico, a partir de uma das oposições que o filósofo apresenta.
 
		
	
Sua Resposta:
	
Compare com a sua resposta:
Opinião ( doxa) X Verdade( episteme) - Apontar a diferença entre os dois conceitos, articulando-os ao contexto apresentado.
Desejo X Razão - Apontar a diferença entre os dois conceitos, de maneira a caracterizar a subjetividade do desejo em contraposição a características da racionalidade, referentes ao contexto apresentado.
Interesse particular X Interesse universal - Apontar a diferença entre as duas atitudes, relacionando-as ao contexto da questão e à ação do criminoso.
Senso Comum X Filosofia - Apontar a diferença entre os dois tipos de conhecimento, articulando a explicação ao contexto da questão.
	10a Questão (Ref.: 200720591391)
	
	Marcondes (2008, p. 60) mostra que Platão concebe a realidade em uma perspectiva dualista, que inclui o mundo das ideias e o mundo concreto. Em seu texto O Mito da Caverna, que aparece no livro A República, é apresentado tal dualismo. Depois de refletir sobre o mito em questão, explique o dualismo platônico apresentado no mito (MARCONDES, Iniciação à História da Filosofia. 12. ed. SP: Jorge Zahar editora, 2008).
		
	
Sua Resposta:
	
Compare com a sua resposta: Dualismo platônico: teoria dos dois mundos - das ideias ou formas e o mundo da realidade concreta é sensível. Esclarecer.
Aula 06 – Filosofia Moderna – Parte II
Ao final desta aula, você será capaz de:
identificar o fundamento de Descartes quanto à possibilidade do conhecimento científico encontrando uma verdade inquestionável;
analisar e conhecer a adoção da posição racionalista no processo do conhecimento, enfatizada pela necessidade do método para bem conduzir a razão;
identificar a importância fundamental da filosofia de Descartes para a aquisição do conhecimento.
Nessa aula, você conhecerá um pouco do contexto do século XVII, preparado pelo humanismo do século XVI (Montaigne e outros). 
Entenderá o pensamento e a contribuição de Descartes, que foi considerado o “pai” da Filosofia Moderna, assim como a modernidade da qual somos herdeiros até hoje.
Descartes (1596 – 1650) viveu em um tempo de profunda crise da sociedade, tempo de transição entre uma tradição que sobrevivia e outra que estava surgindo, resultando em uma nova visão de mundo. Ele acompanhou as grandes transformações da sua época.
*O início das grandes navegações e a descoberta das Américas.
*As teorias científicas de Copérnico e Galileu, que revolucionaram a maneira de se considerar o mundo físico.
*A escolástica medieval, que estava longe de desaparecer.
*A decadência do sistema feudal, substituído por uma nova ordem econômica baseada no comércio livre e no individualismo.
*A Reforma de Lutero, que abalou a autoridade universal da Igreja Católica no Ocidente, e a Contra Reforma, reação ao Protestantismo, que teve como consequência a Guerra dos Trinta Anos, na qual o próprio Descartes participou.
*A arte retomando os valores da antiguidade clássica, impondo uma cultura leiga, às vezes, de inspiração pagã.
A obra de Descartes é uma longa reflexão e tomada de posição sobre o seu tempo. A crença no poder crítico da razão humana individual é traço fundamental da modernidade de Descartes.
(A Modernidade é a ruptura com a tradição, a autoridade da fé pela razão humana, oposição as instituições.)
O homem da época de Descartes viveu uma grande diversidade de experiências. 
Devemos compreender o pensamento filosófico de Descartes como o resultado da reflexão sobre a experiência de vida.
É possível considerar Descartes como um dos iniciadores da modernidade, doravante, influenciará o desenvolvimento do pensamento filosófico.
Com Descartes, a necessidade de contextualização do pensamento e o sujeito pensante entram em cena: “terei a satisfação de mostrar os caminhos que segui e apresentar minha vida como em um quadro”.
Descartes sempre escreveu na primeira pessoa do singular.
Descartes foi excelente aluno, sobretudo interessado pela Matemática; viajou por diversos países da Europa; descobriu sua vocação filosófica decidindo dedicar-se a “descobrir os fundamentos dessa ciência admirável”. 
Ele considerou a Matemática como modelo de sua reflexão filosófica e, com isso, pretendia elaborar uma matemática universal para todos os assuntos. 
Nesse tempo de conflitos, crises e incertezas, Galileu foi proibido de lecionar.  Ao tomar conhecimento da condenação de Galileu, Descartes desistiu de publicar a sua obra - O tratado do mundo. 
Em 1637, Descartes publicou, em francês, seus tratados científicos que têm como introdução o discurso do método. Descarte adquiriu fama e sua obra foi condenada.
Conheça o projeto filosófico de Descartes.
Segundo Descartes, se no início do discurso do método, o bom senso (isto é, a racionalidade) é natural ao homem, o erro resulta na realidade de mau uso da razão. 
A finalidade do método é: por a razão no bom caminho. Portanto, o método visa o conhecimento, a elaboração de uma teoria científica. Este é o sentido das regras que Descartes formula. 
Utilizando esse método saberemos como usar da intuição (é a capacidade de compreender uma verdade de ‘estalo’ sem precisar ficar raciocinando).
As regras de Descartes se inspiram na geometria, são simples, mas devem ser seguidas à risca. Jamais devemos deixar de observá-las.
Jamais aceitar como exata coisa alguma que eu não conheça evidentemente.
Dividir cada dificuldade a ser examinada em tantas partes quantas possíveis e necessárias para resolvê-las.
Impor ordem nos meus pensamentos, começando pelos assuntos mais simples de serem conhecidos.
Fazer para cada caso enumerações tão exatas que esteja certo de não ter esquecido nada, assim nunca se confundirá o falso com o verdadeiro, chegando ao verdadeiro conhecimento.
O conflito entre os dois modelos de ciência, o antigo e o moderno, fazia com que alguns pensadores céticos se perguntassem se as futuras gerações não descobririam as teorias da ciência nova também de forma errônea.
Descartes assume, então, a missão de fundamentar e legitimar essa ciência demonstrando de forma conclusiva que o homem pode conhecer o real de modo verdadeiro e definitivo. Portanto, Descartes negava o ceticismo.
Descartes se propõe ainda a encontrar uma certeza básica, imune as duvidas céticas. Então. Era preciso encontrar o ponto de apoio, “ponto arquimediano”, que pudesse servir de ponto de partida seguro para o processo de conhecimento.
Na época de Descartes, havia uma crise generalizada da autoridade.
Descartes deixa bem claro que não se pode confiar na tradição, nos ensinamentos do saber adquirido, e

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