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Aula 4 introdução ao estudo da História


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Aula 4: O Historicismo e o Positivismo 
 
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 
 
1. Identificar o contexto histórico presente durante o surgimento do 
Historicismo e do Positivismo; 
2. compreender o que foi o Historicismo;
 
3. entender o que foi o Positivismo; 
4. relacionar e diferenciar historicismo e positivismo;
 
5. compreender a relação entre o positivismo e o historicismo e o 
surgimento da História como disciplina. 
 
As transformações ocorridas na Europa ao longo do século XIX, como a 
Segunda Revolução Industrial, o Neo colonialismo, o Imperialismo e 
diversas outras vão proporcionar uma verdadeira transformação no 
pensamento das ciências, inclusive na História. 
Vale lembrar que o século XIX é o período de unificação da Alemanha e 
da Itália, bem como quando um intenso fluxo de imigrantes sai da 
Europa vai para América fugindo das guerras e buscando novas 
oportunidades de trabalho. 
Dentro desse contexto até esse período, a história não existia como 
disciplina. 
Ela era estudada junto ao currículo de outras ciências, tais como a 
teologia ou até mesmo o ensino de letras e não possuía uma teoria e um 
método autônomos que lhe desse uma identidade ou uma singularidade. 
A análise histórica elaborada após o Iluminismo e até esse período estava 
muito relacionada, principalmente, à filosofia da história, que 
considerava que tanto a natureza quanto o homem tinham uma essência 
fixa e imutável. Para os autores dessa forma de pensamento, entender o 
homem e sua história seria descobrir natureza humana, sua essência. 
(Para saber mais sobre Filosofia da História, veja a aula 3) 
O racionalismo e o cientificismo em voga na época vão atribuir às 
ciências ditas exatas e naturais um caráter de maior importância. Não se 
pode esquecer que esse é um tempo de intensa produção teórica, 
filosófica, científica, bem como de transformações econômicas e sociais. 
Nesse momento, a partir de toda a influência do Iluminismo e das 
mudanças que vinham ocorrendo, o homem passaria a se enxergar como 
responsável por suas próprias atitudes, com livre arbítrio. 
Um maior afastamento entre ciência e religião tornou-se notável para 
uma Europa que procurava cada vez mais avançar economicamente e 
crescer rumo às descobertas da tecnologia e da cientifização, inclusive 
nos estudos humanos. 
É dessa forma que nossa disciplina vai aos poucos ter o seu caráter de 
ciência fundamentado: contestando a filosofia da história, bem como a 
história romântica presente nas obras de Michelet. 
De acordo com os positivistas, a aplicação do método das ciências exatas 
possibilitaria o conhecimento das leis da história a partir da análise de 
dados. 
Pode-se afirmar que a construção da História enquanto disciplina deu-se 
graças ao Historicismo e ao Positivismo, duas teorias que, embora 
ultrapassadas, precisam ser estudadas a fim de que possamos 
compreender as suas transformações até chegar às análises presentes nos 
dias de hoje. 
O Positivismo foi uma teoria sociológica fundada por August Comte que 
passou a buscar nas ações humanas as explicações para diversos fatores 
sociais, contrariando, sobretudo, a teologia e a metafísica e 
demonstrando que as explicações para diversos acontecimentos não 
apareciam apenas para as ciências como a matemática, como até então 
pregava o racionalismo. 
As explicações de Comte estavam voltadas para a compreensão de 
acontecimentos práticos e presentes na vida do homem, como as leis, 
relações sociais e até mesmo a ética. O autor defendia a valorização do 
homem e a busca pela paz universal. 
Não podemos nos esquecer que Comte vivia em uma sociedade marcada 
por guerras e por fortes contestações das classes operárias. 
O Positivismo também ficou conhecido como escola metódica, pois 
propôs métodos para a História, muito valorizada por Comte e, segundo 
ele, sua análise permitia compreender melhor os princípios que regeram 
o destino da humanidade. Somente a partir da história seria possível uma 
melhor organização da sociedade, através da eliminação de suas mazelas. 
Sua teoria positivista para a sociedade era formada a partir da 
compreensão da existência de três estágios para o desenvolvimento do 
homem, chamados por ele de estágios da evolução humana, que eram: 
O estágio teológico, existente na juventude do desenvolvimento 
humano. 
Metafísico ou abstrato - presente na idade adulta da civilização. 
Positivo - alcançado na idade madura também chamada de idade da 
ciência. 
 
O objetivo dessa filosofia consistia em buscar o conhecimento de leis que 
deveriam reger o desenvolvimento e o destino da sociedade. 
“Ordem e progresso” - a frase existente na bandeira do Brasil - é um dos 
conceitos fundamentais dos positivistas, pois, segundo eles, esses 
conceitos seriam imprescindíveis para a organização de uma sociedade. 
Os fatos históricos falavam por si mesmos. 
Um dos historiadores que representou bem os pensamentos de Comte foi 
o francês Fustel de Coulanges. 
O que significa que, adotando-se os métodos propostos por Comte, a 
história assumiria um caráter de ciência pura, real e generalista, capaz de 
criar lições que pudessem ser aprendidas, a fim de que as sociedades 
futuras não repetissem erros do passado. 
Os historiadores positivistas procuravam uma objetividade na 
metodologia usada para analisar os fatos históricos. Para eles, a história 
devia ser escrita através de fontes exclusivamente relacionadas a 
documentos escritos e legitimados pelo Estado. 
Para os historiadores, a História precisava separar-se da filosofia da 
História e da história influenciada pelo romantismo, a fim de que a 
análise do objeto a ser estudado não sofresse influências de quem 
estivesse fazendo a pesquisa. A análise positivista deveria propiciar o 
conhecimento objetivo do fato que, uma vez determinado, não poderia 
ser desconstruído. 
A produção do conhecimento histórico deveria limitar-se a reproduzir a 
informação tal como estava registrada nas fontes, que para eles eram 
representadas apenas pelos documentos oficiais emitidos pelo Estado ou, 
no máximo, pela igreja, embora as de maior confiabilidade fossem as 
relacionadas apenas ao Estado, que possuía o real caráter de fonte 
primária. Os historiadores positivistas trataram especialmente da história 
dos fatos políticos e ideológicos. 
Observa-se que o Positivismo defendia a cientifização do pensamento e 
do estudo sobre as relações do homem com o objetivo de alcançar 
resultados gerais e corretos. 
Seus defensores acreditavam ser possível a neutralidade do olhar do 
historiador, ou seja, acreditavam na separação entre sujeito/objeto, o que 
quer dizer; entre o pesquisador e sua pesquisa. 
As fontes estudadas eram vistas como um retrato neutro e verdadeiro de 
uma determinada realidade, por isso, só seria possível confiar naquelas 
ligadas ao Estado. 
Para o pesquisador positivista, o documento explicava-se por si mesmo, o 
historiador era necessário apenas para recuperá-lo e publicá-lo, sem a 
possibilidade de qualquer interpretação pessoal. 
Dessa forma, os procedimentos metodológicos aplicados às ciências 
naturais tornavam-se possíveis de serem utilizados para uma análise 
social. 
O historiador, entretanto, deveria manter a total imparcialidade diante 
de seu objeto de estudo, sendo neutro para que pudesse chegar a uma 
verdade histórica objetiva. 
 
A análise da forma positivista desse pensamento deveria ser elaborada de 
forma linear, evolutiva, através da ideia de que o fato histórico estaria 
presente na linha do tempo e deveria ser analisado cronologicamente. 
Os documentos deveriam ser catalogados após uma buscaincessante de 
fatos em fontes primárias e oficiais, dessa forma, o fato seria empírico. 
Pregava-se, para uma maior confiabilidade, a utilização de um grande 
número de documentos. Dessa forma, seria possível a obtenção da 
totalidade dos acontecimentos passados e não haveria dúvida no tocante 
à veracidade. 
O juízo de valor (ou qualquer análise do historiador) seria condenado, 
pois alteraria o sentido e a realidade própria dos fatos, modificando, 
assim, a própria história, que se tornaria comprometida e, portanto, falsa. 
 
Outra escola bem importante para a compreensão da história e da sua 
consolidação como disciplina foi o Historicismo. 
Um de seus representantes mais importantes foi o alemão Leopold Von 
Ranke, que nasceu durante o século XIX em meio a todo o turbilhão pelo 
qual passava a Europa e em meio também ao período da Restauração. 
Ele foi o primeiro em sua região a contestar os métodos utilizados pelos 
historiadores românticos, alegando serem, sobretudo, imprecisos. 
A criação da História como disciplina é atribuída a Ranke e ele também 
foi o responsável pela padronização do ofício do historiador através da 
normatização entre a academia e aquilo que deveria ser considerado 
história, ou seja, a academia só poderia ensinar aquilo que fosse 
produzido por ela. 
Vale ressaltar que esse autor nasceu na Prússia e viveu entre 1775 e 
1886, período em que a Alemanha passou por seu processo de unificação. 
Assim, sua escrita vai ser marcada pela preocupação em definir e fundar 
uma história nacional. 
De acordo com o historiador Arno Wehling, o Historicismo 
transformou-se em uma visão de mundo desde a década de 30 do século 
XIX e, logo, em um método científico e, embora fruto do romantismo, 
continuou intocado o triunfo do realismo e da ciência.( WEHLING, 
1994, p.115) 
Pode-se afirmar então que Leopold Von Ranke não foi o único 
historiador preocupado com o ofício do historiador, podemos citar 
outros como Ernest Lavisse, Gabriel Monod, Charles Victor Langlois, 
Charles Seignobos, Gaston Paris, dentre outros. 
Entretanto, diferentemente dos franceses, que tinham como se 
identificar através de fronteiras e limites geográficos, além das 
características culturais, os alemães não possuíam um território 
demarcado. (A Alemanha só fez sua unificação em 1871). 
Para se identificar, levavam em consideração, sobretudo, o idioma e os 
interesses econômicos em comum existentes na região. Ranke escreveu 
diversos trabalhos através de uma abordagem factual, que contribuíram 
para a formação da identidade alemã e, portanto, também para a própria 
construção da nação. 
Seu pensamento, embora bastante influenciado pelo Positivismo, 
apresentou algumas importantes divergências em relação a este, 
sobretudo, em se tratando de sua metodologia. Não se pode esquecer 
também que August Comte, embora tenha dado grande importância à 
história, não era historiador. 
Umas das principais diferenças entre as duas abordagens consistia no fato 
de que, para Ranke, o historiador possuía contato e, portanto, relação 
direta com seu objeto de estudo, não havendo a possibilidade de 
afastamento em relação a ele. Não havia a ideia da imparcialidade 
absoluta existente no Positivismo. 
Ranke almejava alcançar a verdade histórica, chegar o mais próximo 
possível à realidade dos fatos. 
Para ele, todos os acontecimentos sociais, políticos ou culturais eram 
históricos e deveriam ser analisados e compreendidos dentro de seus 
processos. 
De acordo com esse autor, cada período da história era único e deveria 
ser compreendido em seu próprio contexto. (Hoje se sabe que não existe 
VERDADE histórica, mas a possibilidade de a ciência ser refutada e 
modificada) 
Em relação aos documentos, estes deveriam ser o principal objeto de 
pesquisa, classificação, análise e crítica. 
Existiam os documentos narrativos e os documentos de arquivo, estes 
sim dignos de credibilidade. 
Apenas a documentação escrita era considerada fonte e representavam o 
próprio passado. 
As fontes primárias eram mais importantes e mais confiáveis do que as 
secundárias. 
Como a história Rankiana estava comprometida com o nacionalismo 
alemão, não é de se estranhar que a principal abordagem feita pelo autor 
era a política ou a militar, através da narração de acontecimentos, 
estratégias e personagens destacados. 
Uma das características mais marcantes dessa abordagem, que também 
ficou conhecida, assim como o Positivismo, como escola metódica, pois 
buscavam a formação de um método de pesquisa e análise para a 
História, foi a valorização do discurso do acontecimento, ou seja, a 
narrativa pela enumeração dos fatos reconstituídos; a chamada história 
factual. 
Para Ranke, ao contrário de Comte, existia uma diferença metodológica 
e epistemológica entre ciências humanas, sociais e as ciências naturais, 
uma vez que o objeto de estudo de ambas era diferente e não se poderia 
fazer uma análise idêntica, com os mesmos métodos, de objetos tão 
diferentes. 
Conforme esse autor, o conhecimento e a pesquisa nunca poderiam ser 
neutros, pois o sujeito/ historiador faz parte da pesquisa, sendo que tal 
pesquisa deve estar inserida no curso do processo histórico em evolução. 
Ao longo do século XX, tanto a história positivista como o Historicismo 
passaram a ser alvos de duras críticas. 
 
O Positivismo fora criticado pelo próprio Ranke com a introdução da 
interpretação e a adoção do princípio de que todos os aspectos da 
sociedade humana estavam sujeitos a mudanças e transformações. 
Mais tarde, com o advento dos historiadores dos Annales, que 
estudaremos na aula 6, se dará a derrocada do Historicismo, acusado de 
ser factual, político e limitado no uso de suas fontes de pesquisa. 
 
Nessa aula você: 
 Compreendeu o que foi o positivismo e o historicismo; 
 entendeu como a História foi fundada como disciplina