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Cuidou o CPC de enumerar as hipóteses em que o juiz deve ser considerado parcial, dividindo-as em duas categorias: impedimento (art. 134,CPC) e suspeição (art.135,CPC). O impedimento é vício mais grave que a suspeição, razão pela qual aquele pode ser argüido a qualquer tempo no processo, até o trânsito em julgado da sentença, e mesmo após esse momento, por mais dois anos, através de ação rescisória (art. 485,II,CPC). Já a suspeição deverá ser arguida no prazo previsto no art.305 do Código de Processo Civil, sob pena de se ter por sanado o vício, e aceito o juiz. Considera-se impedido o juiz quando: for parte do processo, o que decorre da antiga parêmia segundo a qual ninguém pode ser juiz em causa própria; interveio no processo como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; tiver conhecido do processo em primeiro grau de jurisdição, nele tendo proferido sentença ou decisão, o que impede ao juiz que funcionou no processo que volte a nele atuar quando em grau de jurisdição superior (para onde tenha sido promovido ou convocado); nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge (ou companheiro ou quem se tenha estabelecido uma “união estável”), ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na colateral até o segundo grau; cônjuge ou companheiro, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta, ou na colateral até o terceiro grau; for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica parte na causa, bastando pensar na hipótese de demanda em que é parte a Associação dos Magistrados Brasileiros, em que estarão impedidos todos os juízes que exerçam funções de administração da referida entidade. É de se observar que, na hipótese sub b,o juiz só será considerado impedido quando a atuação do advogado no processo precede a sua. Na hipótese em que o advogado, cônjuge ou parente do juiz, intervenha na causa em que este já exercia suas funções, não se deve considerar impedido o magistrado (art. 134, parágrafo único,CPC), ficando, em verdade, o advogado impedido de atuar, vedação essa que se considera implícita no sistema. Deverá o juiz nessa hipótese, determinar à parte que constitua novo advogado. Nos termos do art. 135 do CPC, reputa-se suspeito o juiz quando: é amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; qualquer das partes for credora ou devedora do magistrado, de seu cônjuge (ou companheiro), ou de parente destes, em linha reta, ou na colateral até terceiro grau; herdeiro presuntivo (isto é, designado de antemão pelo parentesco), donatário ou empregador de qualquer das partes; receber dádivas, antes ou depois de iniciado o processo, aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para fazer frente às despesas do processo; interessado, por qualquer razão, em que o resultado do processo seja favorável a uma das partes; por motivo íntimo. É de se notar que tanto o impedimento quanto a suspeição devem ser declarados de ofício pelo juiz (art. 137, CPC). Além disso, nos termos do art. 138 do CPC, os motivos de impedimento e suspeição se aplicam, também, ao órgão do Ministério Público, ao serventuário de justiça, ao perito e ao intérprete. O Ministério Público deve intervir obrigatoriamente no processo civil, como fiscal da lei (custos legis), e sob pena de NULIDADE ABSOLUTA em caso de não ser intimado para intervir, nas hipóteses previstas no art. 82 do CPC. É certo que tal enumeração não é exaustiva, havendo outros casos previstos no próprio CPC (como se dá,e.g.,no art. 1.105,que determina a intervenção do MP nos processos de jurisdição voluntária), e em leis extravagantes, como a da “ação popular”. CONTUDO, o STJ, vem aplicando o princípio da instrumentalidade das formas, sua previsão encontra-se nos artigos 154,244 e 249,§2º, todos da Lei Nº5.869, de 11 de janeiro de 1973, que cita: Art.154.Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe PREENCHAM A FINALIDADE ESSENCIAL. REFERÊNCIAS: Câmara, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2014.
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