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Trabalho Processo Civil

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE SÃO MIGUEL DO OESTE – SC.
Autos nº. 0007050-35.2015.8.24.0067
		MATHEUS HENRIQUE VILA, qualificado nos autos da Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Indenização por Danos Morais com Pedido Liminar em epígrafe, por seu procurador signatário, respeitosamente vem à presença de Vossa Excelência, requerer com fulcro no art. 523 e seguintes do CPC, CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, em face de LOJAS NED LTDA, já qualificada nos autos, dizer e requerer o seguinte:
I – DA SENTENÇA/DECISÃO:
A sentença de primeiro grau, ao decidir a demanda assim determinou em sua parte dispositiva:
(...)
ANTE O EXPOSTO, confirmo a antecipação dos efeitos da tutela e julgo procedentes os pedidos por Matheus Henrique Vila em face de Lojas Ned Ltda para, com fundamento no art. 269, inciso I do Código de Processo Civil, declarar inexistente o débito relativo ao contrato/nota fiscal n. 2662, consubstanciado na declaração de fls. 36.
Condeno a ré a pagar ao autor a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a título de danos morais, corrigidos com juros de mora, no patamar de 1% (um por cento) ao mês, consoante combinação dos arts. 406 do Código Civil e 161, §1º, do CTN, e correção monetária, segundo os índices oficiais da Corregedoria-Geral de Justiça, ambos aplicados a partir desta data (Súmula n. 362 do STJ).
(...)
A sentença de primeiro grau transitou em julgado na data de 20-10-2014, sem qualquer apresentação de recurso. 
Ocorre que, a requerida Lojas Ned Ltda, e ora executada, não efetuou com os pagamentos, nos termos da decisão judicial, tornando-se necessário, neste ponto, o manejo do presente pleito. 
II – DA PLANILHA DE CÁLCULO:
O valor atualizado da condenação até a data de outubro de 2015, perfectibiliza o montante de R$ 12.070,92 (doze mil e setenta reais e noventa e dois centavos), devidos pela executada em favor do autor/exequente, conforme demonstra a planilha de cálculo em anexo.
III – FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SOBRE O VALOR CORRIGIDO:
		Levando em consideração que a executada deu causa ao ajuizamento do presente pedido de cumprimento de sentença, faz-se necessária a fixação de honorários advocatícios em favor do procurador do exequente.
Nesse sentido é o entendimento adotado pelo STJ:
PROCESSO CIVIL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. NOVA SISTEMÁTICA IMPOSTA PELA LEI Nº 11.232/05. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS. POSSIBILIDADE. O fato de se ter alterado a natureza da execução de sentença, que deixou de ser tratada como processo autônomo e passou a ser mera fase complementar do mesmo processo em que o provimento é assegurado, não traz nenhuma modificação no que tange aos honorários advocatícios. - A própria interpretação literal do art. 20, § 4º, do CPC não deixa margem para dúvidas. Consoante expressa dicção do referido dispositivo legal, os honorários são devidos “nas execuções, embargadas ou não”. O art. 475-I, do CPC, é expresso em afirmar que o cumprimento da sentença, nos casos de obrigação pecuniária, se faz por execução. Ora, se haverá arbitramento de honorários na execução (art. 20, § 4º, do CPC) e se o cumprimento da sentença se faz por execução (art. 475, I, do CPC), outra conclusão não é possível, senão a de que haverá a fixação de verba honorária na fase de cumprimento da sentença. Ademais, a verba honorária fixada na fase de cognição leva em consideração apenas o trabalho realizado pelo advogado até então. Por derradeiro, também na fase de cumprimento de sentença, há de se considerar o próprio espírito condutor das alterações pretendidas com a Lei nº 11.232/05, em especial a multa de 10% prevista no art. 475-J do CPC. De nada adiantaria a criação de uma multa de 10% sobre o valor da condenação para o devedor que não cumpre voluntariamente a sentença se, de outro lado, fosse eliminada a fixação de verba honorária, arbitrada no percentual de 10% a 20%, também sobre o valor da condenação. Recurso especial conhecido e provido. (STJ – Recurso Especial nº 978.545 – MG (2007/0187915-9) Rel: Ministra Nancy Andrighi).
Nesse sentido, também é o posicionamento do TJSC:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. CABIMENTO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. Embora a legislação vigente não contenha previsão expressa acerca do cabimento de honorários na nova fase de cumprimento de sentença, a interpretação sistemática dos artigos 20, §4º, e 475 – I do CPC, leva a conclusão de que é possível a fixação da verba em decorrência da própria natureza executória do novel procedimento, seja ele autônomo ou não. É que nem a perda da autonomia processual da tutela executiva, tampouco a anterior estipulação de honorários na fase de conhecimento impedem nova condenação ao pagamento da verba, pois a causalidade de nova sucumbência reside, por si só, na necessidade de instauração do cumprimento de sentença e de se empreender esforços na busca da plena satisfação do crédito. (TJSC. AI. 2008.061377-7, Rel. Victor Ferreira, Quarta Câmara de Direito Civil. Data: 31/03/2009).
Assim, imperiosa a condenação da executada ao pagamento da verba honorária ora pleiteada, que deverá ser fixada em 10% sobre o valor atualizado da dívida. 
IV – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS:
A pretensão do requerente encontra respaldo no artigo 523 e seguintes do CPC, tendo em vista que a presente funda-se em sentença transitada em julgado e que reconhece a obrigação de pagamento de quantia certa. Assim, necessário o prosseguimento do feito para o fim de compelir a executada ao pagamento dos valores ora pleiteados. 
V – DO PEDIDO:
Ante o exposto, requer:
1 – Sejam fixados honorários advocatícios decorrentes do cumprimento de sentença, estabelecendo-se o patamar de 10% sobre o valor atualizado da dívida, com condenação da executada no respectivo pagamento. 
2 – A imediata intimação da executada, por seu procurador, para que no prazo de 15 dias, efetue o pagamento no importe de R$ 12.070,92, sob pena de penhora e multa de 10% (art. 523, §§ 1º e 3º do CPC).
3 – Em caso de não pagamento no prazo fixado, requer seja determinada a penhora online através do sistema BACEN JUD, de valores depositados em contas bancárias de titularidade da executada, em montante suficiente para garantir o crédito perseguido e demais cominações legais.
4 – Havendo constrição de bens, seja intimada a executada acerca da penhora e avaliação, consoante disposição do artigo 523, §3º do CPC, para, querendo, apresentar impugnação.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
São Miguel do Oeste – SC, 23 de outubro de 2015.
ISIS BUTTURE
OAB/SC 10.564

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