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PARASITOLOGIA 
VETERINÁRIA
PARASITOLOGIA 
VETERINÁRIA
Parasitologia Veterinária
Thalita Fernanda Araújo Thalita Fernanda Araújo 
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
A Parasitologia é a ciência que estuda os parasitos, os hospedeiros e a relação entre 
eles. Dentro da Parasitologia Veterinária, temos os seguintes os ramos de estudo: 
a protozoologia veterinária (protozoários), a entomologia veterinária (insetos) e a 
helmintologia veterinária (helmintos, também conhecidos por “vermes”). Cada gru-
po apresenta características diferentes sobre morfologia, ciclo evolutivo, patogenia, 
diagnóstico, tratamento e controle que devem ser levadas em consideração durante 
o atendimento dos animais.
Outro ponto a ser estudado se refere às ordens e espécies de parasitos de interesse 
médico-veterinário. Por sua vez, há doenças de importância na clínica de pequenos 
e grandes animais, principalmente as zoonoses que podem afetar os seres humanos 
que estão em contato com seus animais de estimação, e as doenças de importância na 
pecuária, que podem afetar a indústria de alimentos.
Por � m, serão expostas as principais características de cada ramo da Parasitologia 
Veterinária com o intuito de apresentar as diferenças entre os grupos de parasitos e 
os principais hospedeiros acometidos pelas espécies. Conhecer os parasitos e enten-
der os ciclos evolutivos é necessário para evitar a transmissão das doenças e garantir 
o bem-estar animal.
SER_MV_PARASIVET_CAPA.indd 1,3 22/07/2021 16:52:59
© Ser Educacional 2021
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do 
Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
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Enzo Moreira
Thalita Fernanda Araújo 
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_MV_PARASIVET_UNID1.indd 2 22/07/2021 16:48:08
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_MV_PARASIVET_UNID1.indd 3 22/07/2021 16:48:08
Unidade 1 - Características gerais dos protozoários
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12
Características gerais dos protozoários .......................................................................... 13
Estruturas celulares dos protozoários ......................................................................... 14
Funções dos protozoários .............................................................................................. 15
Protozoários de interesse médico-veterinário .............................................................. 17
Ordem Trichomonadida e Giardiida ............................................................................. 18
Ordem Trypanosomatida ................................................................................................ 21 
Ordem Eucoccidiorida .................................................................................................... 25
Ordem Piroplasmorida e reino Bacteria: ordem Rickettsiales ............................... 29
Sintetizando ........................................................................................................................... 34
Referências bibliográficas ................................................................................................. 35
Sumário
SER_MV_PARASIVET_UNID1.indd 4 22/07/2021 16:48:09
Sumário
Unidade 2 - Filo Arthropoda e artrópodes de interesse médico-veterinário
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 37
Filo Arthropoda ..................................................................................................................... 38
Características gerais dos artrópodes ........................................................................ 39
Classes Insecta e Arachnida ......................................................................................... 40
Artrópodes de interesse médico-veterinário .................................................................. 43
Ordem Diptera .................................................................................................................. 44
Ordens Siphonaptera e Phthiraptera ........................................................................... 50
Ordem Ixodida, Astigmata e Prostigmata .................................................................... 52
Controle dos ectoparasitas ............................................................................................ 56
Sintetizando ........................................................................................................................... 60
Referências bibliográficas ................................................................................................. 61
SER_MV_PARASIVET_UNID1.indd 5 22/07/2021 16:48:09
Sumário
Unidade 3 - Características gerais dos helmintos
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 63
Helmintologia ........................................................................................................................ 64
Características gerais dos helmintos .......................................................................... 64
Filo Nematoda .................................................................................................................. 65
Nematoides de importância médico-veterinária ........................................................... 69
Ordem Strongylida ........................................................................................................... 69
Ordem Ascaridida ............................................................................................................ 77
Ordem Oxyurida ............................................................................................................... 82
Ordem Spirurida ............................................................................................................... 82
Sintetizando ........................................................................................................................... 86
Referências bibliográficas ................................................................................................. 87
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Sumário
Unidade 4 - Características gerais dos cestoides
Objetivos da unidade ...........................................................................................................fêmeas fazem a ovoposição no hospedeiro, 
algumas, em região mandibular, membros torácicos ou, até mesmo, na 
vegetação, para serem ingeridos. As larvas eclodem e migram para a boca, 
onde se fixam na gengiva. Outras espécies migram para órgãos como o 
estômago e intestinos para se desenvolverem. As larvas maduras são eli-
minadas pelas fezes e pupam no solo para emergirem as moscas adultas. 
Veja o ciclo na Figura 9.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 49
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Figura 9. Representação do ciclo evolutivo da mosca do gênero Gasterophilus. Fonte: RODRIGUES, 2016, p. 49. (Adaptado).
Ordens Siphonaptera e Phthiraptera
A ordem Siphonaptera é representada pelas pulgas, insetos hemató-
fagos obrigatórios. As pulgas são pequenas, medindo de 1 a 6 mm de com-
primento. Têm coloração castanho-claro a preta, corpo achatado e não 
possuem asas.
As espécies de pulgas de maior importância na medicina veterinária 
são as ectoparasitas de mamíferos e aves. Elas permanecem no hospe-
deiro para a realização do repasto sanguíneo e a reprodução realizada no 
ambiente. Além de reação alérgica, podem causar anemia e transmissão 
de patógenos nos hospedeiros.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 50
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EXPLICANDO
A reação alérgica ocorre devido à hipersensibilidade (alergia) aos compo-
nentes da saliva da pulga. Conhecida como DAPP, apresenta característi-
cas dermatológicas pruriginosas, principalmente em cães, e gatos e pode 
estar associada com a dermatite atópica canina.
A infestação de pulgas é observada em mamíferos domésticos, como cães 
e gatos, e no ser humano. Animais de grande porte, como ruminantes, equinos 
e suínos não apresentam espécies-específicas de pulgas.
As pulgas são holometabólicas. Os ovos são depositados no solo ou no ani-
mal, e a eclosão ocorre entre dois dias e duas semanas. As larvas eclodem e 
se alimentam de restos de matéria orgânica. Após sofrerem muda, as larvas 
pupam para as pulgas adultas emergirem.
São importantes na medicina veterinária as espécies:
• Ctenocephalides spp., parasitas de carnívoros;
• Pulex irritans, parasitas de humanos;
• Xenopsylla cheops, parasitas de ratos; 
• Tunga penetrans, parasitas de edentados, roedores, animais de produção 
e humanos (bicho-de-pé).
A ordem Phthiraptera é representada pelos piolhos, que são classificados 
como ectoparasitas obrigatórios e hospedeiro-específicos. A transmissão en-
tre hospedeiros se dá pelo contato direto.
CURIOSIDADE
Os piolhos acometem humanos, aves e mamíferos, incluindo os marinhos, 
como focas e leões marinhos. As espécies são hospedeiros-específicos e, 
além disso, podem ser específicos de regiões dos hospedeiros, como pio-
lhos específicos de cabeça, corpo e pelos nas partes íntimas em humanos.
Os piolhos medem de 0,5 a 8 mm de comprimento, possuem corpo achatado, 
pernas robustas, coloração bege a cinza e garras para se fixarem nos pelos ou 
penas. A alimentação se baseia em sangue, secreções sebáceas, restos de penas 
e tecido epitelial.
A infestação de piolhos denomina-se pediculose. Os piolhos podem causar rea-
ções alérgicas, anemia e serem vetores de patógenos. A ordem Phthiraptera possui 
duas subordens importantes na medicina veterinária: Anoplura e Mallophaga.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 51
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A subordem Anoplura é a dos piolhos conhecidos como piolhos-sugadores 
e parasitas exclusivos de mamíferos. Já os da subordem Mallophaga são conhe-
cidos como piolhos-mastigadores e parasitas de aves e mamíferos.
Os piolhos-sugadores se alimentam de sangue, enquantoos piolhos-mas-
tigadores têm uma dieta variada, pois cortam e trituram os alimentos. Os ci-
clos evolutivos dos piolhos dessas subordens são similares. A fêmea realiza a 
ovoposição de 20 a 200 ovos operculados, denominados lêndeas, em pelos ou 
penas. O ovo eclode, dando origem à ninfa, que após três mudas se transforma 
no piolho adulto. Veja o ciclo na Figura 10.
Dia 0: 
Ovos postos na 
haste do cabelo
Dia 17-18: 
Acasalamento 
ocorre
Dia 18-22:
 Fêmea põe 
novos ovos dois 
dias depois do 
acasalamento
Dia 22-48: 
Fêmea continua 
pondo 4-8 ovos 
por dia
Dia 10-11: 
1ª muda ocorre 
após a eclosão
Dia 16-17: 
3ª muda ocorre 
(piolho adulto)
Dia 13-14: 
2ª muda ocorre
Dia 7-8: 
Piolhos eclodem
Figura 10. Representação do ciclo evolutivo de piolhos. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 18/05/2021. (Adaptado).
Ordem Ixodida, Astigmata e Prostigmata
A ordem Ixodida pertence à classe Arachnida e compreende os carrapa-
tos, ectoparasitas hematófagos que acometem vertebrados como mamíferos 
e aves.
Os carrapatos se alimentam no hospedeiro por longos intervalos de tempo, 
e sua picada pode causar reações alérgicas, toxicidade e paralisia. A hematofa-
gia pode causar anemia e transmissão de patógenos (febre maculosa e doença 
de Lyme). As principais famílias da ordem Ixodida são: Ixodidae e Argasidae.
Dia 50: 
Morte ocorre
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 52
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A família Ixodidae é conhecida como “carrapatos duros” devido ao escudo 
rígido da superfície do corpo do carrapato. Medem de 2 a 20 mm de compri-
mento e têm corpo achatado e fusionado.
As espécies são parasitas que passam curtos períodos de tempo no hospe-
deiro. Apresentam os seguintes estágios: ovo, larva hexápode, ninfa octópode 
e carrapatos adultos com oito pernas. Durante os estágios, realizam repastos 
sanguíneos prolongados, intercalados por períodos de vida livre. Para se fixa-
rem nos hospedeiros, muitos aguardam na ponta da pastagem até que um em 
potencial passe ou são transferidos movendo-se pela superfície até encontra-
rem um local predileto. Algumas espécies podem ter ciclos evolutivos com mais 
de um hospedeiro. Veja detalhes na Figura 11.
O gênero Ixodes é o maior, com mais de 250 espécies de carrapatos peque-
nos acometendo grande variedade de hospedeiros, como mamíferos domésti-
cos, aves e animais selvagens. O gênero Dermacentor compreende 30 espécies 
de carrapatos, na maioria de três hospedeiros, mas alguns com um hospedeiro 
apenas. A espécie Dermacentor nitens acomete equinos, bovinos e humanos, 
entre outros mamíferos domésticos e selvagens.
Larvas na pastagem
Larva Adulto
Ninfa
Figura 11. Representação da infestação e ciclo dos carrapatos. Fonte: GARCIA et al., 2019, p. 21. (Adaptado).
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 53
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O gênero Riphicephalus compreende 60 espécies introduzidas em novos 
habitats pelo mundo. Eles atuam como vetores de importantes patógenos 
e infestam, em sua maioria, mamíferos, podendo também infectar aves. A 
maioria das espécies apresenta três hospedeiros, mas alguns, apenas dois. 
As espécies de importância na medicina veterinária são: Riphicephalus san-
guineus e Riphicephalus (Boophilus) microplus.
O gênero Amblyomma apresenta mais de 100 espécies de carrapatos, am-
plamente distribuídos em regiões tropicais e subtropicais da África. Acome-
tem aves, répteis, mamíferos domésticos e silvestres.
A família Argasidae é conhecida como “carrapatos moles” devido à ausên-
cia de escudo. O ciclo evolutivo apresenta vários hospedeiros. Os carrapatos 
apresentam um estágio larval, estágios de ninfas e adultos. As espécies são 
resistentes à seca e vivem por muitos anos, diferentemente dos Ixodidae. Os 
gêneros de importância veterinária são: Argas, Otobius e Ornithodoros.
O gênero Argas compreende 60 espécies. São carrapatos achatados de 
hábito noturno e de importância na medicina veterinária, acometendo pom-
bos e aves domésticas, como galinhas e perus. A espécie Argas miniatus aco-
mete aves selvagens.
O gênero Ornithodorus compreende 113 espécies, quase todas em habi-
tats de regiões tropicais e subtropicais. A maioria das espécies encontra-se no 
continente africano, nos esconderijos de javalis e porcos-dos-arbustos.Os carrapatos têm hábitos noturnos e vivem em grutas, ninhos, tocas 
ou cavernas, não sendo importante problema de animais domésticos. A in-
festação pode acarretar irritações, anemia e transmissão de patógenos nos 
mamíferos.
O gênero Otobius apresenta duas espécies ectoparasitas do canal audi-
tivo: a espécie Otobius megnini, que acomete bovinos, equinos, ovinos, ca-
prinos, cães, cervos, ruminantes selvagens e humanos; e a espécie Otobius 
lagophilus, que acomete coelhos e lebres.
As ordens Astigmata e Prostigmata compreendem os ácaros. Os termos 
“astigmata” e “prostigmata” estão relacionados com as aberturas respirató-
rias no corpo. Os ácaros são ectoparasitas de aves e mamíferos que habitam 
a pele. Por meio da perfuração ou escavação, alimentam-se de linfa, restos de 
pele, secreções sebáceas ou sangue.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 54
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O parasita fica em contato direto com o hospedeiro, e a transmissão ocorre por 
contato íntimo. A infestação chama-se acaríase e é conhecida como sarna. Algumas 
espécies são hospedeiros intermediários de patógenos.
Os ácaros medem menos de 0,5 mm de comprimento e têm corpo segmentado. 
O ciclo possui estágios de ovo, larvas, ninfas e adultos. As fêmeas fazem a ovopo-
sição, as larvas emergem, mudam para ninfas e, depois, para ácaros adultos. Os 
estágios, com exceção do ovo, diferenciam-se pelo número de pernas dos ácaros.
A ordem Astigmata é um grupo de ácaros similar. A ordem inclui as famílias 
Sarcoptidae e Knemidocoptidae, conhecidos como ácaros escavadores.
A família Sarcoptidae apresenta as espécies Sarcoptes scabiei e Notoedres cati, 
de importância veterinária. A espécie Sarcoptes scabiei acomete a pele de todos os 
mamíferos domésticos e de humanos, sendo a escabiose uma zoonose.
DICA
Zoonose é o termo usado para designar doenças transmitidas entre ani-
mais e seres humanos. A escabiose, ou sarna, é uma doença pruriginosa 
tanto em animais quanto em humanos. Quando o animal é diagnosticado 
com o ácaro, os seres humanos contactantes devem buscar atendimento 
médico para o tratamento.
A espécie Notoedres cati acomete orelhas de gatos domésticos e selvagens, 
coelhos, cães, canídeos, raposas e seres humanos.
A família Knemidocoptidae possui membros de ácaros que causam sarna 
e crostas. O gênero de importância na medicina veterinária é o Knemidocoptes, 
ectoparasitas de aves.
A ordem Astigmata inclui, junto às outras famílias de ácaros escavadores, a 
família Psoroptidae, conhecida como ácaros não-escavadores. Os gêneros de 
importância veterinária são: Psoroptes, Chorioptes e Otodectes.
As espécies do gênero Psoroptes acometem: pele, corpo, pescoço, ombros, 
flancos, axilas, virilhas, orelhas, fossa infraorbital e pavilhão auricular, seja de 
ovinos, caprinos, bovinos, equinos, coelhos e búfalos.
O gênero Chorioptes acomete pele, pernas, pés, base da cauda e úbere, seja 
de camelos, lhamas, alpacas, bovinos, ovinos, equinos, caprinos e coelhos. A 
espécie Otodectes cynotis é conhecida como o ácaro da orelha de cães, gatos, 
furões, raposas e pequenos mamíferos.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 55
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A ordem Prostigmata é um grupo de ácaros com grande variedade de for-
mas e habitats. A família Demodicidae é importante na medicina veterinária 
em razão da reação alérgica que os ácaros induzem. O gênero Demodex apre-
senta espécies de ácaros que habitam o folículo piloso e glândulas sebáceas, 
como pode ser visto na Figura 12.
São hospedeiros-específi cos de animais e seres humanos. Como são co-
mensais da pele, as lesões causadas por esses ácaros estão relacionadas com 
imunodepressão e interferência genética dos hospedeiros. A doença causada 
pelos ácaros é chamada de demodicose.
Controle dos ectoparasitas
Dentro do contexto da Parasitologia Veterinária, todos os ectoparasitas 
apresentados causam algum dano às espécies de animais estudados no curso 
de medicina veterinária, o que acentua a importância do controle.
Demodicose
Glândulas 
sebáceas
Glândulas sudoríparas
Demodex 
folliculorum
Cabelo fi no
Epiderme
Derme
Folículo capilar com 
ácaros Demodex
Figura 12. Representação dos ácaros no folículo piloso. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 18/05/2021. (Adaptado).
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 56
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Para ser feito o controle, a realização do diagnóstico é necessária. O diag-
nóstico dos ectoparasitas é realizado na anamnese e observação clínica. 
Moscas, larvas, pulgas, carrapatos, piolhos e algumas espécies de ácaros po-
dem ser visualizadas a olho nu ou com o auxílio de uma lupa.
No caso de alguns ectoparasitas, principalmente os ácaros escavadores, é 
necessária a avaliação de material coletado em microscópio. Pode-se utilizar 
lâmina de bisturi ou fita de acetato para a coleta do material. Em pequenos 
animais infestados com pulgas, pode-se realizar o teste do algodão úmido, o 
qual, ao passar sobre o pelo do animal, fica vermelho em contato com a água 
devido à dissolução das fezes da pulga constituídas de sangue.
Na pecuária bovina, o ectoparasita que mais preocupa o produtor e que 
mais causa prejuízo é o carrapato da espécie Rhipicephalus microplus. A infes-
tação nos animais traz cerca de 3,2 bilhões de dólares de prejuízo por ano.
Além do prejuízo direto causado pela hematofagia, os parasitas causam 
comprometimento do couro e ganho de peso dos animais. O parasitismo abre 
portas para infecção, como a complexa Tristeza Parasitária Bovina, causada 
pelo protozoário Babesia sp. e pela Rickéttsia Anaplasma sp.
O segundo ectoparasita responsável por prejuízos bilionários é a mosca-
-dos-chifres (Haematobia irritans). As perdas são causadas pelo estresse dos 
animais devido à picada da mosca e repasto sanguíneo contínuo nos animais. 
O estresse causa diminuição de produtividade do leite e carne.
Outro ectoparasita que causa milhões de prejuízos é a larva da Derma-
tobia hominis. A presença das larvas da berne causa estresse e incômodo 
aos animais, além de danificar o couro devido aos orifícios com a presença 
das larvas.
O controle dos ectoparasitas deve ser feito com o uso de produtos que 
agem nos parasitas em conjunto com o manejo e tecnologias adotadas na 
propriedade. É importante lembrar do ciclo evolutivo dos parasitas para que 
se possa aplicar os produtos no intervalo correto, de modo que a ação se dê 
em todos os estágios.
O uso da pulverização e o controle de imersão são estratégias eficazes 
contra carrapatos, moscas, bernes e piolhos. A associação de princípios ati-
vos, como clorpiriphós, cipermetrina, citronelal e fenthium tem ação de lim-
peza rápida dos ectoparasitas no animal.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 57
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Outra forma de aplicação de princípios ativos é a apresentação pour on, 
colocada no dorso do animal. A formulação faz com que ocorra a limpeza dos 
ectoparasitas de modo que eles se soltem do hospedeiro. Age contra moscas, 
bernes, piolhos, sarnas e carrapatos. Princípios ativos, como fluazuron, aba-
mectina, clorpiriphós, cipermetrina, citronelal e fipronil podem ser utilizados.
É importante adotar o controle estratégico nas propriedades, ou seja, ela-
borar estratégias após o diagnóstico da situação. Deve-se avaliar: nível tecno-
lógico, modelo de produção, tamanho do rebanho, sistema de pastoreio, raças 
dos animais, clima, pastagem e taxas de lotação. Todos esses dados são fatores 
essenciais para a escolha e o desenvolvimento de medidas de controle da po-
pulação do carrapato.
O controle deve ser realizado em todos os animais ou nos lotes que neces-
sariamente permanecem na mesma pastagem durante todo o tratamento. No 
caso de outros animais de produção, como equinos, suínos, ovinos e caprinos, 
quando confinados em propriedades, o controle de ectoparasitas é semelhan-
te ao utilizado em rebanhos bovinos.As pulgas e carrapatos são os ectoparasitas que mais acometem pequenos 
animais, como cães e gatos. Esses parasitas se alimentam do sangue desses 
animais e podem transmitir doenças.
As duas espécies de pulgas de maior importância na rotina clínica veteri-
nária são a Ctenocephalides felis, que afeta cães e gatos em todo o mundo, e 
Ctenocephalides canis, mais comum em cães. As pulgas não apresentam hospe-
deiros-específicos, o que torna o ser humano um alvo desses ectoparasitas, es-
tando sujeitos a receber picadas quando o nível de infestação estiver elevado.
As duas espécies de carrapatos de maior importância na rotina clínica são 
a Amblyomma cajennense e Amblyomma sculptum, conhecidos como carrapato 
estrela. A doença que essas espécies transmitem tem um caráter zoonótico, e 
os animais são importantes reservatórios para o patógeno. A espécie Rhipice-
phalus sanguineus, conhecida como carrapato vermelho/marrom do cão, é res-
ponsável pela transmissão de patógenos causadores de doenças nos animais 
de companhia.
Além de pulgas e carrapatos, os pequenos animais também estão sujeitos 
a parasitas como piolhos e ácaros. A infestação de piolhos não é tão rotineira 
como a de pulgas e carrapatos, mas casos são diagnosticados em clínicas.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 58
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Os ácaros são bastantes diagnosticados na clínica, principalmente os do gê-
nero Demodex, pois estão ligados à genética e às doenças imunodepressoras. 
Outros ácaros de transmissão direta entre animais infectados têm uma rotina 
menor devido ao uso de medicamentos periódicos fornecidos pelos tutores.
No mercado médico-veterinário, existem produtos para o tratamento de 
cães e gatos acometidos por ectoparasitas. Encontram-se várias apresenta-
ções de produtos, o que facilita a prescrição dos médicos veterinários e a utili-
zação pelos tutores.
As principais apresentações são: pour on e oral. Princípios ativos, como iver-
mectina, fluralaner, amitraz, nitempiram, afloxolaner, selamectina, deltametrina, 
sarolaner, spinosad, fipronil, imidacloprida e lufenuron podem ser utilizados.
Para cada ectoparasita recomenda-se intervalo e período especificados em 
bula, que devem ser respeitados e seguidos de acordo com cada animal ou pro-
priedade atendida. A utilização de medicações sem prescrição em bula e proi-
bidas para algumas raças em específico pode ocasionar intoxicação e óbito.
Mais importante que o controle dos animais é o controle do ambiente que 
os animais frequentam. Pulgas e carrapatos vivem grande parte de sua vida 
e realizam o ciclo biológico em um único ambiente, o que os torna as maiores 
cargas de infestação. Se o controle do ambiente não for realizado de maneira 
eficaz, o controle dos animais pode ficar comprometido.
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Sintetizando
No contexto da Parasitologia Veterinária, o estudo dos artrópodes é muito 
importante devido à gama de organismos que causam e transmitem doenças 
nas diversas espécies de animais. Sem dúvidas, saber diferenciar o grupo das 
espécies e analisar o ciclo evolutivo é o ponto chave para o diagnóstico, sucesso 
do controle e tratamento.
Os artrópodes são classificados em diversas classes, ordens, famílias, gêne-
ros e espécies que se diferenciam em características, ciclos evolutivos e hos-
pedeiros. É importante compreender o comportamento de cada ectoparasita 
para que se saiba a abordagem necessária para a interrupção do ciclo, a inter-
venção correta no controle da infestação e, talvez ainda mais necessário, como 
evitar a transmissão para os demais animais e humanos que tenham contato 
com os animais infestados.
Observamos que os artrópodes são organismos frequentemente encon-
trados nos diferentes habitats do nosso país. O Brasil é um país predominan-
temente de clima tropical, caracterizado por altas temperaturas e umidades. 
Essas características são essenciais na reprodução, o que favorece a presença 
desses organismos ao longo de todo o ano.
Por fim, relatamos as espécies de interesse médico-veterinário na rotina clí-
nica de pequenos e grandes animais com o intuito de demonstrar as principais 
espécies responsáveis por infestações. Demonstramos as características que 
os definem e as diferenças entre os grupos, o que facilita o reconhecimento 
pelos médicos veterinários no fechamento do diagnóstico.
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PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 61
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CARACTERÍSTICAS 
GERAIS DOS 
HELMINTOS
3
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Apresentar os conceitos introdutórios referentes às características gerais dos 
helmintos; 
 Apresentar as principais espécies de nematoides de interesse médico-
veterinário. 
 Helmintologia 
 Características gerais dos 
helmintos
 Filo Nematoda
 Nematoides de importância 
médico-veterinária
 Ordem Strongylida 
 Ordem Ascaridida
 Ordem Oxyurida
 Ordem Spirurida
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Helmintologia
A Helmintologia é um ramo da Parasitologia Veterinária que estuda especi-
fi camente os helmintos, também denominados vermes. Esses parasitas per-
tencem a grupos com características comuns baseadas em análises de DNA.
Apesar de os helmintos serem reunidos no mesmo grupo taxonômico, eles 
não são descendentes de um ancestral em comum, razão pela qual podemos 
defi ni-los como um grupo parafi lético. As semelhanças de características 
ocorrem devido à evolução convergente, em que diferentes táxons passaram 
pelas mesmas pressões seletivas, o que conferem a eles características adap-
tativas similares.
A característica que liga os grupos, de acordo com a pressão seletiva, foi 
provavelmente o habitat comum entre todos eles. Os helmintos são endopa-
rasitas, ou seja, parasitas que vivem no interior do corpo deseus hospedei-
ros. Os endoparasitas invadem o corpo dos hospedeiros para se alimentar e 
reproduzir. 
O grupo dos helmintos parasitas é composto, estimadamente, de 75 mil a 
300 mil espécies e é capaz de parasitar animais, seres humanos e plantas. Os 
táxons Nematoda e Platyhelminthes (platelmintos) são os de maior impor-
tância dentro do estudo da Parasitologia Veterinária e, de menor importância, 
há o táxon Acanthocephala. 
Características gerais dos helmintos
Os helmintos são organismos pluricelulares de vida livre ou parasitas. No 
contexto da Parasitologia Veterinária, os animais são os hospedeiros defi niti-
vos e específi cos de várias espécies de helmintos. Os vermes, após invadirem 
o organismo do animal, desenvolvem-se até atingirem a maturidade sexual e 
instalam-se em órgãos e tecidos característicos, comumente o intestino. 
Como não consegue sobreviver sem o hospedeiro, o corpo do helminto tem 
sistemas, como o digestório e respiratório, com funções reduzidas, o que tor-
na necessário o consumo de nutrientes semidigeridos pelo hospedeiro para 
que seu metabolismo fi que ativo. Eles têm alta capacidade de sistema repro-
dutor, proliferando-se rapidamente no organismo do hospedeiro.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 64
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A invasão dos helmintos nos hospedeiros ocorre de forma passiva, ou seja, 
pela ingestão de ovos através de águas, alimentos ou membros contaminados; 
ou de forma ativa, ou seja, pela penetração por larvas através da pele. Alguns 
helmintos podem ter a invasão vinculada a insetos hematófagos. Nesse caso, 
as larvas são depositadas na corrente sanguínea durante a hematofagia. 
Na Helmintologia Veterinária, os helmintos realizam os ciclos evolutivos no hos-
pedeiro defi nitivo, mas, em algumas espécies, parte do ciclo pode ocorrer no solo, 
com participação de um hospedeiro intermediário. Utilizamos, então, os conceitos 
de ciclo monóxeno ou direto (presença do hospedeiro defi nitivo e 
parasita); e ciclo heteróxeno ou indireto (presença do hospedeiro 
defi nitivo, do parasita e um ou mais hospedeiros intermediários). 
As doenças causadas por helmintos são denominadas hel-
mintoses ou verminoses.
Filo Nematoda
O fi lo Nematoda agrupa os nematódeos, denominados vermes cilíndri-
cos, devido ao aspecto em corte transversal. Estima-se que existam 1 milhão 
de espécies de nematódeos, principalmente em habitat aquáticos, com des-
crição de 80 mil espécies.
Em geral, os nematódeos são microscópicos, medindo de 0,2 a 2 mm de 
comprimento. No entanto, algumas espécies podem atingir centímetros, e já 
foram registrados nematódeos que medem até 8 m de comprimento. 
Os nematódeos são vermes de corpo cilíndrico, em forma de fi o, não seg-
mentado. Eles têm simetria bilateral (metades simétricas), são triblásticos 
(três tipos de folhetos germinativos) e pseudocelomados (cavidade conten-
do sistema digestivo, excretor e nervoso). O sistema digestório é completo, 
com boca, esôfago, faringe, intestino e ânus, e o corpo é revestido por cutícu-
la (epiderme do corpo formada por colágeno com função protetora).
Os sistemas respiratório e circulatório são ausentes. As trocas gasosas 
são realizadas por difusão, através do tegumento. O principal órgão do sis-
tema nervoso é chamado anel nervoso central e localiza-se na altura fi nal 
do esôfago. Existem vários tipos de órgãos sensoriais associados ao sistema 
nervoso que auxiliam na percepção dos estímulos disponíveis no ambiente. 
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O sistema excretor é do tipo glandular ou tubular. Na maioria das espé-
cies, tem a função secretora. Os nematódeos são dioicos, ou seja, há dife-
renciação de sexo (macho e fêmea), com sistema reprodutor desenvolvido. 
As fêmeas apresentam ovário, oviduto, útero, vagina e vulva, e os machos 
apresentam testículos e espículas. Veja nas Figuras 1 e 2.
Figura 1. Representação da estrutura corporal dos nematódeos (sistemas). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 02/06/2021. 
Figura 2. Representação da estrutura corporal dos nematódeos (macho). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 02/06/2021. 
Sistema digestório
Sistema nervoso
Sistema reprodutivo
Sistema excretor
Canal deferente
BocaDuto 
ejaculatórioEspícula
Testículo
Intestino
Cloaca
Anel nervoso 
central
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A reprodução é sexuada, com a conexão do macho na fêmea pela ca-
vidade cloacal, comum com o sistema digestório. A fertilização do óvulo 
ocorre pelo espermatozoide. Em algumas espécies, pode ocorrer a parte-
nogênese (reprodução entre duas fêmeas sem fertilização), e o hermafro-
ditismo é raro.
O ciclo evolutivo, na maioria dos nematódeos, apresenta estágios de ovo, 
estágios juvenis (larvas) e a forma adulta (macho ou fêmea). O verme, du-
rante o período de crescimento, passa por quatro ecdises (mudas), com a tro-
ca periódica do tegumento (parte da camada cuticular da parede do corpo).
A duração do ciclo depende de fatores favoráveis, como hospedeiro, tem-
peratura e umidade, podendo variar bastante entre os diferentes grupos de 
nematódeos. A duração média costuma ser entre uma e quatro semanas. O 
número de ovos produzidos pelas fêmeas também varia entre as espécies. 
No ciclo evolutivo básico dos nematódeos, os estágios larvários sucessi-
vos são denominados L1, L2, L3, L4 e L5 (adulto imaturo). O desenvolvimen-
to dos estágios larvais acontecem no bolo fecal ou nos hospedeiros interme-
diários, antes da infecção no hospedeiro. Veja na Figura 3.
Figura 3. Representação das fases do ciclo evolutivo dos nematódeos. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 02/06/2021. 
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Nos ciclos evolutivos diretos, as larvas de vida livre sofrem duas mudas 
após a eclosão do ovo. A infecção ocorre devido à ingestão ou penetração 
do estágio L3 livre, ou ingestão de L3 dentro do ovo. 
Nos ciclos evolutivos indiretos, as 
duas primeiras mudas acontecem em 
um hospedeiro intermediário, e a in-
fecção se dá pela ingestão do hospe-
deiro intermediário, ou pela inocula-
ção de L3 por ele.
Após a infecção, ocorrem duas mu-
das, originando a L5. Após a cópula, 
inicia-se o desenvolvimento, que pode 
ocorrer no lúmen dos órgãos ou na superfície de mucosas. Veja na Figura 4. 
Migração
Ingestão Excreção
Local final
Ambiente
HOSPEDEIRO DEFINITIVOL4
Adulto
L3 Ovo
L2 L1A. Ciclo 
evolutivo direto
Migração
Ingestão Excreção
Local 
definitivo
Hospedeiro 
intermediário
HOSPEDEIRO DEFINITIVOL4
Adulto
L3 Ovo
L2 L1B. Ciclo evolutivo 
indireto
Figura 4. Representação dos ciclos evolutivos dos nematódeos. Fonte: TAYLOR; COOP; WALL, 2017, p. 68. (Adaptado).
Os parasitas podem migrar distâncias consideráveis dentro dos organismos 
antes de se instalar no seu local final; porém, o ciclo evolutivo dos nematódeos 
apresenta muitas variações, a depender da espécie.
Nesse contexto, vamos apresentar as principais ordens de 
nematódeos, e dentro de cada ordem, as famílias e as espécies 
de interesse médico-veterinário.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 68
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Nematoides de importância médico-veterinária
Os helmintos representam uma grande diversidade de vermes parasitas de 
animais, mas não podemos nos esquecer de que seres humanos são frequen-
temente infectados por vermes no mundo todo. Dessa maneira, diversas espé-
cies de helmintos são responsáveis por zoonoses.
EXEMPLIFICANDO
O bicho geográfi co é chamado, cientifi camente, larva migrans cutânea. A 
infecção na pele do ser humano é ocasionada por nematódeos que vivem 
no intestino de cães e gatos. As espécies dos nematódeos são Ancylosto-
ma braziliense e o Ancylostoma caninum, e o ser humano é o hospedeiro 
intermediário ou acidental da doença.
Por serem endoparasitas, os helmintos têm grande importância médico-
-veterinária.As doenças causadas pelos vermes acometem pequenos e gran-
des animais, e a clínica médica é responsável por realizar medidas profi láticas 
(para prevenir e controlar doenças) e realização de tratamento de infecções. 
Devido ao contato direto com seres humanos por meio do consumo de 
carne, leite e derivados de fonte animal, é necessário manter o controle de 
higiene e realizar medidas profi láticas para proporcionar qualidade de vida 
aos animais e evitar prejuízos econômicos relacionados à indústria alimentícia.
Por muito tempo, o fi lo Nematoda foi representado por duas classes, Secer-
nentea e Adenophorea. Hoje, a classifi cação abrange as classes Chromadorea 
e Enoplea (GOULART; CARES; FERRAZ, 2009). Nelas, os nematoides são agrupa-
dos em 16 superfamílias de importância médico-veterinária. Nesse contexto, 
vamos representar algumas ordens, famílias e espécies que representam essa 
importância. 
Ordem Strongylida 
 A família Trichostrongylidae pertence à superfamília Trichostrongyloi-
dea. Os tricostrongiloides são helmintos pequenos, piliformes e com pre-
sença de bolsa. As espécies geralmente causam altas taxas de mortalidade e 
morbidade, especialmente em ruminantes. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 69
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Os vermes adultos têm cor ligeiramente avermelhada/amarronzada, compri-
mento inferior a 7 mm, apresentam poucos apêndices cuticulares, e a cápsula 
bucal é vestigial sem dentes. Nos machos, a bolsa é desenvolvida com duas es-
pículas e, nas fêmeas, a cauda afina abruptamente e têm ovoejetores duplos.
O ciclo evolutivo é monóxeno, e a fase pré-parasitária é tipicamente tricos-
trongiloide. Os ovos originam L3 infectante (estágio larval 3) em um período de 
sete a 10 dias, quando em condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento. 
Após a ingestão e o desencapsulamento da larva, esta penetra na mucosa do 
intestino delgado. No órgão, realiza duas mudas, e as L5 estarão presentes sob 
epitélio em duas semanas, iniciando a infecção. O período pré-patente aconte-
ce em duas ou três semanas. Veja na Figura 5.
Figura 5. Representação do ciclo geral dos tricostrongiloides. Fonte: Stanford University, 2005. (Adaptado).
EXPLICANDO
O período pré-patente é aquele que decorre entre a invasão do agente 
etiológico (helminto) e o aparecimento das primeiras formas detectáveis 
do agente etiológico (presença de ovos nas fezes).
L3
L2 L1
Trichostrongylus spp. – Ciclo de vida
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 70
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A espécie Trichostrongylus axei (sinônimo: Trichostrongylus extenuatus) apre-
senta como hospedeiros bovinos, ovinos, caprinos, veados, equinos e suínos, pa-
rasitando órgãos como abomaso ou estômago. O nome comum é verme piliforme 
do estômago. Os machos medem de 3 a 6 mm; e as fêmeas, de 4 a 8 mm. Os 
comprimentos das espículas dos machos são desiguais, sendo a espícula direita 
menor do que a esquerda.
A família Trichostrongylidae é representada, ainda, pelo gênero Hyostrongylus. Os 
vermes são delgados com coloração avermelhada. Os machos medem de 5 a 7 mm; e 
as fêmeas, de 6 a 10 mm de comprimento. As espécies são parasitas de suínos.
O ciclo evolutivo é monóxeno. A infecção acontece pela ingestão de L3 com o pe-
ríodo pré-patente de aproximadamente três semanas. Na L4, a hipobiose pode ocor-
rer após repetidas infecções ou ser induzida por alterações sazonais. Veja na Figura 6.
7 dias
Estágio 
larval 3 
infectante
Estágio larval 2
Estágio larval 1
Figura 6. Representação do ciclo evolutivo do gênero Hyostrongylus. Fonte: SCHAPIRO, 2016, p. 6. (Adaptado).
Em porcas, as larvas em hipobiose podem voltar a se desenvolver após que-
da de imunidade devido ao periparto ou lactação, aumentando a produção de 
ovos do verme nas fezes.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 71
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EXPLICANDO
A hipobiose é um estado em que formas larvais podem desenvolver-se. 
Após a ingestão da L3 (estágio larval 3), as larvas cessam o crescimento 
no início do estágio L4 (estágio larval 4) por períodos de até seis meses. 
A espécie Hyostrongylus rubidus parasita o estômago de suínos. Os vermes 
adultos apresentam uma pequena vesícula cefálica e presença de bolsa. A bol-
sa do macho é desenvolvida com espículas curtas e iguais. 
A subfamília Ostertaginae agrupa grande diversidade de helmintos. Al-
gumas espécies são consideradas sinônimas, e o polimorfismo é comumente 
relatado. Os vermes adultos apresentam coloração vermelho-amarronzado e 
são delgados, medindo até 1 cm de comprimento. A cavidade bucal é pequena, 
e as espículas dos machos são curtas e marrons. 
O ciclo evolutivo é monóxeno, com excreção dos ovos pelas fezes. No bolo 
fecal, as larvas desenvolvem-se até L3 dentro de duas semanas. A infecção 
ocorre pela ingestão da L3, que se desenvolve no lúmen de uma glândula do 
abomaso. Na glândula, ocorrem duas mudas – e, quando em L5 após 18 dias de 
infecção, tornam-se maduras na superfície da mucosa. O ciclo completo demo-
ra cerca de três semanas. Veja na Figura 7.
Figura 7. Representação do ciclo evolutivo do gênero Ostertagia. Fonte: DIMANDER, 2003, p. 17. (Adaptado).
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 72
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O gênero Ostertagia parasita bovinos, ovinos e outros ruminantes. O pa-
rasitismo acontece na superfície da mucosa do abomaso e, por meio de uma 
inspeção rigorosa, os vermes podem ser visíveis a olho nu.
A subfamília Haemonchinae é representada pelo gênero Haemonchus. Os 
vermes adultos são localizados facilmente no abomaso devido a seu grande 
tamanho (2 a 3 cm). Nas fêmeas vivas, os ovários são brancos e enrolados. A 
cavidade bucal é pequena e tem um dente semelhante a uma pequena lanceta. 
Os machos apresentam grandes bolsas. 
O ciclo evolutivo é monóxeno com fase pré-parasitária tricostrongiloide. As 
fêmeas são prolíferas, ou seja, capazes de eliminar milhares de ovos por dia. Os 
ovos liberam L1 na pastagem e, em até cinco dias, tornam-se L3. No frio, isso 
pode demorar semanas ou meses.
Após a ingestão de L3, as larvas sofrem duas mudas no rúmen. Antes da 
última muda, elas desenvolvem uma lanceta perfurante para obter sangue dos 
vasos da mucosa do hospedeiro. Quando adultos, movimentam-se sob a su-
perfície da mucosa. O período pré-patente nos bovinos é de quatro semanas e 
de dois a três semanas nos ovinos. Veja na Figura 8.
L3
L2 L1
Figura 8. Representação do ciclo evolutivo da espécie Haemonchus contortus. Fonte: ESCRIBANO, 2019. p. 11. (Adaptado).
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 73
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A espécie Haemonchus contortus é parasita do abomaso de ovinos, caprinos, 
bovinos, veados, camelos e lhamas. Os machos medem 10 a 22 mm; e as fê-
meas, 20 a 30 mm de comprimento. O macho tem espículas farpadas.
A família Cooperidae é representada por vermes pequenos com medidas 
inferiores a 9 mm de comprimento e de coloração róseo-esbranquiçado. O cor-
po apresenta saliências longitudinais, e a bolsa do macho é grande em relação 
ao corpo, com espículas curtas amarronzadas. 
O ciclo evolutivo deles é o monóxeno. A L3 é ingerida pelo hospedeiro e, nas 
criptas intestinais, sofrem duas mudas. Na superfície da mucosa do intestino, 
transformam-se em vermes adultos. 
O período pré-patente é de duas a três semanas. O gênero de importância 
na Medicina Veterinária é Cooperia, parasitas de intestino delgado de bovinos, 
ovinos, caprinos, veados e camelos. 
A família Strongylidae é representada pela subfamília Strongylinae. Os 
membros do gênero Strongylus habitam o intestino grosso de equinos e asini-
nos. Os vermes têm a coloração vermelho-escuro e são robustos. 
DICA
Os nematódeos do gênero Strongylus, pertencentes à família Stron-
gylidae, são vermes grandes e facilmente notados na mucosa intes-
tinal. O diagnóstico, porém, deve ser realizado por meio do exame de 
fezes dos equinos.O ciclo evolutivo deles é o monóxeno. Os ovos são excretados nas fezes e, 
dependendo das condições climáticas, a eclosão das larvas L3 pode demorar 
até duas semanas para acontecer. A infecção ocorre pela ingestão de L3.
O crescimento da larva diferencia-se nas espécies de Strongylus. A larva L3 
penetra na mucosa intestinal e desloca-se para o fígado dentro de dias. Depois 
de duas semanas, ocorre a muda para L4, e, em seguida, acontece migração no 
fígado; as larvas na região subperitoneal podem ser vistas em um período de 
seis a oito semanas.
A muda para L5 ocorre após quatro meses e atinge o intestino grosso, mi-
grando por via subperitoneal. Na parede do intestino grosso, originam-se os 
grandes nódulos purulentos que se rompem e liberam o verme adulto jovem. 
O período pré-patente dura, em média, de seis a 12 meses. Veja na Figura 9.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 74
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Desenvolvimento 
interno
Estágio larval 
infectante 3 
ingerido da 
pastagem
Ovos eliminados 
nas fezes
Estágio 
larval 2
Desenvolvimento externo
Estágio 
larval 1
Ciclo de vida do parasita
Estágio larval 4 
e 5 adultos
A família Ancylostomatidae é representada por ancilóstomos, vermes pa-
rasitas do intestino delgado. O gênero Ancylostoma é composto de vermes de 
coloração cinza-avermelhado, modificando-se de acordo com a alimentação. 
São facilmente identificados devido ao tamanho. A cápsula bucal é bem desen-
volvida, com a presença de dentes ou placas cortantes.
Ancylostoma caninum é a espécie mais abundante. Os machos têm 12 mm 
de comprimento; e as fêmeas, de 15 a 20 mm de comprimento. A cápsula bucal 
apresenta três pares de dentes marginais e um par de dentes ventrolaterais. 
A bolsa do macho é bem desenvolvida. Os vermes adultos são parasitas de 
intestino delgado de cães, raposas e canídeos selvagens. 
O ciclo evolutivo é monóxeno. Em condições climáticas favoráveis, os ovos 
eclodem, e a L3 pode desenvolver-se em cinco dias. A infecção ocorre por meio 
da penetração na pele ou pela ingestão do parasita. O ciclo pode conter hos-
pedeiros paratênicos. 
Na infecção percutânea, as larvas migram através da corrente sanguínea 
até aos pulmões, onde sofrem muda para L4. As larvas L4 são deglutidas e al-
cançam o intestino delgado, onde ocorre a muda final. Na infecção por meio da 
ingestão da larva, estas penetram na mucosa bucal e migram para os pulmões 
ou podem passar diretamente para o intestino.
Figura 9. Representação do ciclo evolutivo da espécie Strongylus vulgaris. Fonte: ESCRIBANO, 2019, p. 11. (Adaptado).
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 75
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Os seres humanos são ocasionalmente infectados, mas são considerados 
hospedeiros acidentais devido ao fato de a larva migrar na pele e não haver de-
senvolvimento do verme adulto. O nome científico da larva que migra na pele é 
larva migrans cutânea, mas é conhecida popularmente por bicho geográfico. 
Veja na Figura 10.
Larva migrans cutânea
Ovos nas fezes do 
hospedeiro animal definitivo
Ancylostoma caninum 
Ancylostoma braziliense 
Uncinaria stenocephala
Larva rabditiforme 
eclodida desenvolve-se 
no ambiente
Estágio infectante
Fase diagnóstica
Larva rabditiforme 
desenvolve-se em 
larva filariforme 
infectante
Migração de larvas 
através da pele
Penetração na pele
1
2
3
4
Adultos no intestino delgado5
Figura 10. Representação do ciclo evolutivo da espécie Ancylostoma caninum. Fonte: CDC, 2019b. (Adaptado).
No intestino, os vermes adultos prendem as cápsulas bucais à mucosa. O 
período pré-patente varia de 14 a 21 dias em qualquer via de infecção. Os ver-
mes produzem grande quantidade de ovos, e os hospedeiros definitivos po-
dem transmitir milhões deles diariamente e ao longo de várias semanas.
A infecção em cadelas suscetíveis ao Ancylostoma caninum pode ocasionar 
a hipobiose de L3 nos músculos esqueléticos até que a fêmea engravide. Na 
gestação, as larvas L3 são reativadas e podem ser excretadas no leite durante 
três semanas após o parto. Não ocorre transmissão transplacentária. A doença 
nos animais é denominada ancilostomíase ou ancilostomose. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 76
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O gênero Bunostomum é representado por um dos maiores nemató-
deos do intestino delgado de ruminantes. O tamanho é de 1 a 3 cm de 
comprimento, com coloração branco-acinzentado e podem apresentar 
extremidade anterior em forma de gancho com festões cuticulares. A es-
pécie Bunostomum phlebotomum parasita o intestino delgado de bovinos; 
e a espécie Bunostomum trigonocephalum, o intestino delgado de ovinos, 
caprinos, veados e camelos. 
O ciclo evolutivo é monóxeno. A infecção por L3 ocorre pela penetração 
ou ingestão. Após a penetração da pele, as larvas deslocam-se até os pul-
mões e sofrem muda para L4. Após 11 dias, migram para 
o trato gastrintestinal. As larvas ingeridas desenvolvem-
-se sem migração. O desenvolvimento adicional ocorre 
no intestino. O período pré-patente varia de quatro a 
oito semanas.
Ordem Ascaridida
A ordem Ascaridida é representada pela família Ascarididae. Os gêne-
ros de importância na Medicina Veterinária são: Ascaris, Toxocara, Parasca-
ris e Ascaridia.
A espécie Ascaris suum é um dos vermes representantes do gênero As-
caris. São parasitas de intestino delgado de suínos. Os vermes adultos são 
brancos e grandes (cerca de 15 a 40 cm de comprimento). As fêmeas apre-
sentam até 40 cm de comprimento e 5 mm de largura; e os machos, 25 cm 
de comprimento. As espículas do macho são robustas.
O ciclo evolutivo é o monóxeno. As mudas das larvas ocorrem três se-
manas dentro do ovo após sua excreção. É necessário um período de ma-
turação, com temperatura de 22 °C a 26 °C, para que se tornem infectantes 
(após quatro semanas). O ovo é resistente no ambiente e pode ser viável 
por mais de quatro anos. Após a ingestão do ovo larvado, L3 eclode no 
intestino delgado, penetra na mucosa intestinal e segue para o fígado. Ao 
passar para a corrente sanguínea, passa também pelos pulmões e chega 
ao intestino delgado via brônquios, traqueia e faringe. No intestino, ocorre 
a muda final, e os vermes adultos instalam-se no lúmen. 
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O ciclo pode apresentar hospedeiros paratênicos, como minhocas ou inse-
tos estercorários. Dentro de seus organismos, os ovos ingeridos sofrem eclo-
são da L3, que se desloca para tecidos, permanecendo infectantes para os suí-
nos por bastante tempo. O período pré-patente é de sete a nove semanas, e 
cada fêmea pode produzir mais de 200 mil ovos por dia. 
A espécie Ascaris lumbricoides é parasita de intestino delgados de humanos 
e alguns primatas. O ciclo evolutivo é semelhante ao da espécie Ascaris suum. 
Veja na Figura 11. 
Ovo não fertilizado1. Ovo fertilizado
2. Estágio de 
duas células
3. Clivagem avançada
6-8. Migração 
da larva
6
5
8
9
7
8. Vermes adultos no intestino delgado
5. A larva é liberada 
no intestino
9. Ovos nas fezes
4. Ovo embrionado
Estágio infectante
Ascaris
O gênero Toxocara é representado por vermes nematódeos grandes, de co-
loração branco-creme. As fêmeas têm 18 cm de comprimento; e os machos, até 
10 cm. Não apresentam interlábio e ceco. As espécies de Toxocara parasitam o 
intestino delgado de cães, raposas, gatos, búfalos e bovinos. A doença é deno-
minada toxocaríase. Veja o Quadro 1. 
Figura 11. Representação das fases do ciclo evolutivo da espécie Ascaris lumbricoides. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 
12/06/2021.
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Espécies de Toxocara Hospedeiro
Toxocara canis Cães, raposas
Toxocara mystax (sin. Toxocara cati) Gatos
Toxocara malayensis Gatos
Toxocara vitulorum (sin. Neoascaris vitulorum) Búfalos, bovinos
QUADRO 1. ESPÉCIES DE NEMATÓDEOS DO GÊNERO TOXOCARA
Toxocara mystaxToxocara canis
Toxocara mystax
Toxocara vitulorum
Toxocara canis
Toxocara mystax
Toxocara vitulorum
Toxocara canis
Toxocara mystax
Toxocara malayensis
Toxocara vitulorum
Toxocara canis
Toxocara mystax (sin. Toxocara cati)Toxocara mystax (sin. Toxocara cati)Toxocara mystax
Toxocara malayensis
Toxocara vitulorum
Toxocara canis
 (sin. Toxocara cati)
Toxocara malayensis
Toxocara vitulorum
 (sin. Toxocara cati)
Toxocara malayensis
Toxocara vitulorum (sin. 
 (sin. Toxocara cati)
Toxocara malayensis
 (sin. 
 (sin. Toxocara cati)
Toxocara malayensis
Neoascaris
 (sin. Toxocara cati)
NeoascarisNeoascaris vitulorumvitulorumvitulorum)
Cães, raposasCães, raposasCães, raposas
Gatos
Cães, raposas
Gatos
Gatos
Búfalos, bovinos
Gatos
Búfalos, bovinosBúfalos, bovinosBúfalos, bovinosBúfalos, bovinos
A doença é considerada uma zoo-
nose. Os seres humanos são hospe-
deiros acidentais da toxocaríase. Po-
dem, acidentalmente, ingerir ovos 
do solo contaminado com fezes de 
animais infectados ou ingerir carne 
crua ou mal passada de hospedeiros 
intermediários infectados. Os ovos 
eclodem no intestino humano, e as 
larvas penetram na parede do pró-
prio intestino e outros órgãos. 
Pode haver migração da larva para fígado, pulmões, sistema nervoso 
central e olhos, entre outros tecidos. O dano tecidual é causado pela res-
posta imune local provocada pelo parasita. A presença da larva migrando 
no ser humano é denominada larva migrans visceral ou larva migrans 
ocular, se estiver presente nos olhos.
 O ciclo evolutivo das espécies do gênero Toxocara pode ter diferenças. 
Para exemplificar, mostraremos o ciclo evolutivo da espécie Toxocara canis.
O ciclo pode apresentar quatro possíveis modos de infecção. A forma 
básica e mais comum entre os ascaridoides é a transformação de L3 in-
fectante, em condições climáticas ideais, quatro semanas após elimina-
ção do ovo.
A infecção ocorre após a ingestão e eclosão da larva no intestino delga-
do. Ocorre o deslocamento das larvas via corrente sanguínea para fígado 
e pulmões, onde ocorre a segunda muda. As larvas, através da traqueia, 
retornam ao intestino para as mudas finais. Veja na Figura 12. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 79
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Toxocara spp.
Ovos eliminados
nas fezes
Transmissão vertical
Transmissão
de origem
alimentar
Larvas L3 migram para os tecidos
Larvas L3 
nos tecidos
Hospedeiro 
paratênico
Ingestão de ovos
Ingestão de ovos
Ambiente externo
Adultos no
intestino
delgado
da prole
Adultos no
intestino delgado
do hospedeiro
definitivo
Ovo embrionado
com estágio larval 3
Ovo não
embrionado
Toxocara canis
Ingestão de
hospedeiro
paratênico
Toxocara cati
11
8
10
9
7
3
44
5
1
6
2
Fase infectante
Fase diagnóstica
Figura 12. Representação do ciclo evolutivo do gênero Toxocara. Fonte: CDC, 2019a. (Adaptado).
A migração pelo parasita no organismo dos cães ocorre até dois ou três 
meses de idade. Em cães com mais de três meses, a migração hepatotraqueal é 
menos frequente e, naqueles que têm de quatro a seis meses de idade, já não 
ocorre, sendo substituída pela migração somática e hipobiose da larva. 
Em cadelas prenhes, ocorre a infecção pré-natal, com o retorno da mobi-
lidade das larvas em três semanas antes do parto. Nos pulmões do 
feto, as larvas sofrem mudas antes do nascimento. Ao nascer, o 
ciclo completa-se com a presença das larvas no intesti-
no, oriundas da migração pela traqueia. Uma cadela 
infectada abriga quantidades de larvas para infecção 
de ninhadas subsequentes mesmo se ela não apre-
sentar infecção.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 80
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Algumas larvas, em vez de migrarem para o útero, migram para o intestino 
para reprodução, ao se transformarem em vermes adultos, produzindo ovos 
eliminados nas fezes. Os filhotes lactentes podem ser infectados após a inges-
tão de L3 presente no leite, nas primeiras semanas de amamentação. Nessa 
via, não há migração do parasita. As cadelas podem reinfectar-se ao realizar a 
limpeza das fezes dos filhotes, atividade comum nos cuidados neonatais. 
Há presença de hospedeiros paratênicos intermediários, como roe-
dores, ovinos, coelhos, suínos ou aves, que podem ingerir ovos com L3 in-
fectante, que migra para os tecidos. Os cães infectam-se ao ingerirem esses 
tecidos. Os períodos pré-patentes mínimos conhecidos variam de duas a 
cinco semanas. 
CURIOSIDADE
Hospedeiros paratênicos intermediários também podem ser denominados 
hospedeiros de transporte, já que, neles, os parasitas não sofrem de-
senvolvimento ou reprodução, mas permanecem viáveis até atingirem o 
hospedeiro definitivo.
A espécie Parascaris equorum é um nematódeo de coloração esbranquiçada, 
robusto e rígido, de até 40 cm de comprimento. O verme é parasita de intestino 
delgado de equídeos.
O ciclo evolutivo é monóxeno com migração hepatopulmonar. Os ovos são 
eliminados nas fezes e atingem o estágio infectante no estágio L2 em um pe-
ríodo de 10 a 14 dias, se as condições climáticas estiverem favoráveis. A partir 
da ingestão e eclosão dos ovos, as larvas penetram na parede intestinal e, em 
48 horas, chegam ao fígado. Em duas semanas, chegam aos pulmões e, ao mi-
grarem para os brônquios e a traqueia, são deglutidas e retornam ao intestino 
delgado.
O local e o momento de ocorrência das mudas larvárias não são conhecidos 
no caso dessa espécie. Acredita-se que a muda de L2 e L3 ocorra no trajeto da 
mucosa intestinal para o fígado, e as outras mudas ocorram no intestino delga-
do. O período pré-patente é de 10 semanas. 
O gênero Ascaridia tem vermes brancos, grandes e robustos. A espécie As-
caridia galli (sin. Ascaridia lineata, Ascaridia perspicillum) são parasitas do intes-
tino delgado de galinhas, perus, gansos e patos.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 81
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O ciclo evolutivo é monóxeno. O ovo torna-se infectante em condições 
ideais de temperatura entre três semanas. A fase parasitária não é migratória, 
mas há uma fase transitória na mucosa intestinal chamada histotrópica; em 
seguida, os adultos instalam-se no lúmen intestinal. Os ovos podem ser ingeri-
dos por minhocas, que podem atuar como hospedeiros paratênicos. O período 
pré-patente pode variar de quatro a seis semanas em pintinhos e, em média, 
oito semanas em aves adultas.
Ordem Oxyurida
A ordem Oxyurida é representada pela família Oxyuridae. A espécie 
Oxyuris equi parasita ceco, cólon e reto de equinos e asininos. As fêmeas 
maduras do verme são grandes e de coloração branco-acinzentado. Os ma-
chos maduros medem menos de 12 mm e têm uma única espícula em for-
mato de alfi nete. 
O ciclo evolutivo é o monóxeno. Os vermes adultos estão presentes no 
lúmen do ceco e, após a fertilização, a fêmea migra para o ânus para depo-
sitar os ovos em agregados (até 50 mil ovos por fêmea) na pele das regiões 
perineal ou perianal. Entre quatro e cinco dias, ocorre o desenvolvimento do 
ovo com a L3 infectante. 
A infecção dá-se pela ingestão de ovos embrionados na gramínea, cama, 
forragem etc. No intestino delgado, as larvas são liberadas e migram para o 
intestino grosso (criptas da mucosa do ceco e do cólon) para se transforma-
rem em L4 dentro de 10 dias. As larvas, antes de atingirem o estágio fi nal, ali-
mentam-se do conteúdo intestinal. O período pré-patente é de cinco meses. 
Ordem Spirurida
A ordem Spirurida é representada pela superfamília Spiruroidea, 
mas o pertencimento de alguns gêneros é controverso.
Algumas famílias e gêneros são de importância na Medicina Veteriná-
ria. As características importantes desse grupo são: a cauda do macho 
em formato espiral e os ciclos evolutivos indiretos, envolvendo artrópo-
des como hospedeiros intermediários.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 82
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A família Spirocercidae é representada pela 
espécie Spirocercalupi. Os machos adultos 
medem cerca de 30 a 55 mm, e as fêmeas 
têm de 55 a 80 mm de comprimento. A 
abertura da boca é hexagonal, e a espícula 
direita do macho corresponde a cerca de 1/4 
da espícula esquerda. A espécie é parasita de 
esôfago, estômago e artéria aorta de cães, rapo-
sas, canídeos selvagens e ocasionalmente de gatos e felídeos sel-
vagens. Os hospedeiros intermediários são besouros coprófagos. 
O ciclo evolutivo é heteróxeno. Os ovos são excretados nas fezes ou ma-
terial de vômito e não eclodem até serem ingeridos pelo hospedeiro interme-
diário. Quando o ovo é ingerido, a larva eclode, desenvolve-se até L3 e en-
cista-se. Pode haver a presença de hospedeiros paratênicos, como a galinha 
doméstica, aves selvagens e lagartos, quando ingerem os besouros. Nesses 
hospedeiros, a L3 encista-se nas vísceras.
Com a ingestão de qualquer um dos hospedeiros pelo hospedeiro defi-
nitivo, as L3 são liberadas no estômago e migram pela parede e através da 
artéria celíaca para a artéria aorta torácica. 
Após três meses, grande quantidade de larvas alcança o esôfago, onde 
surgem granulomas para o desenvolvimento do estágio adulto, depois de 
mais três meses. Os adultos, através de fístulas nos nódulos, comunicam-se 
com o estômago e o esôfago. O período pré-patente é de cinco a seis meses. 
A família Habronematidae é representada pelos gêneros Habronema e 
Draschia. Os membros do gênero Habronema são brancos, pequenos e delga-
dos, medindo de 1,5 a 2,5 cm de comprimento. 
As espécies de Habronema são parasitas do estômago de equinos, mas a 
principal importância desse parasita é devido à habronematidose cutânea, 
ou “ferida de verão”, que o parasita causa, principalmente em países de clima 
quente. Os hospedeiros intermediários são as moscas dípteras – Musca, Sto-
moxys e Haematobia (Lyperosia).
O ciclo evolutivo é o heteróxeno. Ovos ou L1 são eliminados nas fezes e 
ingeridos por estágios larvários de moscas presentes nas fezes. O desen-
volvimento em L3 ocorre simultaneamente ao desenvolvimento da mosca. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 83
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Quando a mosca se alimenta ao redor da boca, dos lábios, da conjuntiva 
ocular e das narinas do equino, as larvas passam a essas regiões e são de-
glutidas, ou as moscas podem ser deglutidas. O desenvolvimento do verme 
adulto ocorre no estômago, com a formação de nódulos na mucosa. Os ver-
mes adultos maduros desenvolvem-se em oito semanas. As larvas podem 
ser depositadas em feridas cutâneas na pele e invadem os tecidos, causan-
do lesões granulomatosas.
O gênero Draschia é composto de parasitas do estômago de equinos. Es-
ses vermes são semelhantes aos do gênero Habronema, mas são menores. 
Eles formam grandes nódulos fibrosos, que são relevantes, na região fúndica 
da parede do estômago. 
O ciclo evolutivo é semelhante ao do gênero Habronema, mas as fêmeas 
parasitas são ovovivíparas. A espécie Draschia megastoma (sin. Habronema 
megastoma) é de importância veterinária e apresenta como hospedeiros in-
termediários as moscas dípteras Musca, Stomoxys e Haematobia (Lyperosia).
A família Onchocercidae é representada pela espécie Dirofilaria immi-
tis. Os vermes adultos parasitam ventrículo direito, átrio direito, artéria 
pulmonar e veia cava posterior de cães, raposas, canídeos selvagens, oca-
sionalmente gatos e, raramente, humanos e primatas. Os mosquitos dos 
gêneros Aedes, Anopheles e Culex são os hospedeiros intermediários da di-
rofilariose canina.
Os vermes adultos são longos, delgados, de coloração branco-acinzenta-
do, cutícula resistente e medem de 15 a 30 cm de comprimento. As fêmeas 
adultas medem de 25 a 30 cm, e os machos, metade do comprimento. Os 
vermes geralmente são encontrados entrelaçados em uma massa. 
O ciclo evolutivo é heteróxeno. Os adultos habitam o coração e os vasos 
sanguíneos. As fêmeas liberam microfilárias na corrente sanguínea, que vi-
vem durante vários meses. Durante o repasto sanguíneo, os mosquitos inge-
rem as microfilárias; o desenvolvimento em L3 infectante ocorre nos túbulos 
de Malpighi em duas semanas. A L3 infectante migra para o aparelho bucal do 
inseto e é inoculado no hospedeiro definitivo. No cão, L3 migra para o tecido 
subcutâneo do tórax ou do abdômen e sofre duas mudas em alguns meses. 
Após a muda final, o adulto jovem passa para o coração. O período pré-paten-
te mínimo é de seis meses. Veja na Figura 13.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 84
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Um mosquito pica um cão infectado. 
Microfilárias de Dirofilaria são ingeridas
Mosquito pica cão 
infectado, 
e o ciclo repete-se
Dentro do mosquito, 
microfilárias de 
Difolaria amadurecem 
e tornam-se larvas
As larvas de Difolaria entram na 
corrente sanguínea e migram 
para o coração. No coração, as 
larvas crescem e tornam-se 
vermes adultos em 6 a 8 meses Mosquito pica outro 
cão e transmite as larvas 
de Difolaria
Dirofilariose parasitária 
(Difolaria immitis) 
Figura 13. Representação do ciclo evolutivo da espécie Dirofilaria immitis. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 02/06/2021. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 85
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Sintetizando
O estudo da Helmintologia no contexto da Parasitologia Veterinária é muito 
importante devido à diversidade de helmintos presentes no mundo todo. Os 
helmintos são divididos em grupos, e os nematódeos são de grande importân-
cia na clínica de grandes e pequenos animais. 
Observamos que os nematódeos apresentam ciclos evolutivos que se asse-
melham em algumas características e se diferenciam em outras. A característi-
ca semelhante é o fato de que a maioria das espécies é parasita do intestino e 
apresenta estágios de ovo, larvas e vermes adultos. 
Observamos também que os nematódeos podem ter ciclos monóxenos (di-
retos) e heteróxenos (indiretos). Nos ciclos diretos, os parasitas são eliminados 
nas fezes, o que torna importante atentar-se à higiene dos animais. Nos ciclos 
indiretos, é importante dar atenção à infestação e à proliferação dos hospedei-
ros intermediários para a transmissão não se agravar entre os animais. 
Por fim, relatamos as espécies de nematódeos de interesse médico-veteri-
nário na rotina clínica de pequenos e grandes animais. Foram demonstradas 
as principais características que as definem, o que facilita o reconhecimento 
da infecção pelos médicos veterinários para que sejam feitos o diagnóstico e o 
tratamento ideal. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 86
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PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 87
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CARACTERÍSTICAS 
GERAIS DOS 
CESTOIDES
4
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Apresentar os conceitos introdutórios referentes às características gerais dos 
cestoides; 
 Apresentar as principais espécies de cestoides de interesse médico-
veterinário. 
 Filo Platyhelminthes
 Características gerais dos 
cestoides
 Ordem Cyclophyllidea
 Cestoides de importância 
médico-veterinária
 Classe Trematoda
 Diagnóstico e controle das 
helmintoses 
 Métodos de diagnóstico dos 
helmintos
 Medidas profiláticas nas 
helmintoses
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Filo Platyhelminthes
O Filo Platyhelminthes compreende os helmintos com a estrutura cor-
poral achatada dorsoventralmente, geralmente com formato de folha ou 
de fi ta. Os vermes são classifi cados como pluricelulares, com a presença de 
órgãos que dão origem a diferentes sistemas.
Apresentam simetria bilateral, são triploblásticos (com três folhetos 
germinativos) e acelomados (ausência de cavidade geral e tubo digestório). 
A endoderme é preenchida por um tecido frouxo chamado mesênquima. Os 
organismos são em maioria monoicos (hermafroditos) e endoparasitos he-
teróxenos obrigatórios, com raras exceções.
A classifi cação do Filo Platyhelminthes compreende três classes: Classe 
Turbellaria (sem importância médico-veterinária e, devido aos avanços no 
estudo da sistemática fi logenética, sabe-se que hoje a classe é um grupo pa-
rafi lético), Classe Cestoda (cestoides) e Classe Trematoda (trematódeos).
Características gerais dos cestoides
Os cestoides pertencem à Clas-
se Cestoda. Os vermes apresentam 
formato semelhante a uma fi ta e não 
possuem cavidade corporal ou canal 
alimentar. Os tamanhos são variados, 
desde poucos milímetros a vários me-
tros. O corpo é segmentado e cada 
segmento contém conjuntos de ór-
gãos reprodutores com células mascu-
lina e feminina.
O sistema digestivo é incompleto, 
constituído apenas por uma abertura, 
boca, faringe, intestino e ausência de 
ânus. A nutrição ocorre por absorção 
através da superfície corporal. Os ver-
mes não apresentam sistemas esque-
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 90
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lético, respiratório e circulatório. O sistema excretor, no geral, é bem desen-
volvido, evidenciando células-fl ama, responsáveis por captar as excretas do 
espaço intracelular e eliminá-las por meio de canais excretores.
O sistema nervoso é composto por um par de gânglios anteriores associado 
a cordões nervosos longitudinais e conectados por nervos transversais. Podem 
estar presentes órgãos sensoriais, como os ocelos (olho primitivo).
O sistema reprodutor é predominantemente monoico (hermafroditos) e os 
ciclos evolutivos heteróxenos.
Os cestoides de importância na medicina veterinária são chamados de tê-
nias e pertencem à Ordem Cyclophyllidea.
Ordem Cyclophyllidea
A Ordem Cyclophyllidea é representada por cestoides adultos compostos por 
uma cabeça globular chamada de escólex. A escólex sustenta os órgãos de fi xa-
ção, um pescoço curto não segmentado e uma cadeia de segmentos chamada 
estróbilo. Cada segmento é denominado proglote. Veja nas Figuras 1 e 2. 
Figura 1. Representação da estrutura corporal dos cestoides. Fonte: Adobestock. Acesso em: 25/06/2021. (Adaptado).
Estrutura da tênia do porco
Segmento
Sugador
Cabeça
Pescoço
Escólex
Ganchos 
quitinosos 
Corolla 
Proglote 
imaturo Proglote 
maduro 
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Figura 2. Representação da estrutura corporal dos cestoides. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/06/2021. (Adaptado).
Echinococcus
Escólex 
Rostelo 
Sugadores 
Segmento imaturo 
Segmento grávido 
Ovo
Os órgãos de fixação são compostos por quatro ventosas nas laterais da 
escólex, podendo possuir ganchos. A escólex se diferencia 
entre as espécies de parasitas e, geralmente, possui cone 
proeminente, rostelo ou uma ou mais fileiras de ganchos, 
que auxiliam na fixação.
As proglotes são continuamente formadas a partir da 
região do pescoço, e se tornam maduras sexualmente 
quando passam do estróbilo para a extremidade dis-
tal da tênia. A proglote é hermafrodita e possui um 
ou dois conjuntos de órgãos reprodutores. Pode 
haver autofertilização ou fertilização cruzada 
quando os poros genitais se abrem na borda lateral 
ou nas margens do segmento. Veja na Figura 3. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 92
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 92 22/07/2021 16:53:09
Tênias
Proglote 
sexualmente 
maduro 
Ovos 
fertilizados Nervo 
Ramos 
uterinos 
(com ovos)
Ducto de esperma 
Vitelário 
Ovário 
Poro genital 
Vagina 
Útero 
Testículos 
Proglote 
grávido
Figura 3. Representação da estrutura corporal dos cestoides. Fonte: Adobestock. Acesso em: 25/06/2021. (Adaptado).
Ao amadurecer a estrutura interna da proglote, desaparece o que causa 
a formação da grávida, contendo apenas restos do útero ramifi cado compac-
tado com ovos. 
Os segmentos gravídicos se desprendem do estróbilo e são excretados nas 
fezes, sozinhos ou em cadeias. No meio externo, os ovos são liberados pela 
desintegração do segmento ou são excretados através do poro genital. O ovo é 
composto por embrião hexacântico ou oncosfera, uma casca espessa, escu-
ra, radialmente estriada e denominada embrióforo.
EXPLICANDO
O embrião hexacântico ou hexacanto é a forma embrionária dos cestoides 
que apresenta seis ganchos em três pares distintos.
A tênia adulta possui um tegumento com alta capacidade de absorção 
dos nutrientes de que necessita. Abaixo do tegumento há células muscula-
res e parênquima. O sistema nervoso é constituído de gânglios no escólex e 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 93
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 93 22/07/2021 16:53:14
nervos que se estendem e penetram no estróbilo. Já o 
sistema excretor ocorre por meio das células-flama.
O ciclo evolutivo geral dos cestoides é heteróxe-
no, podendo apresentar um ou mais hospedeiros 
intermediários. Com poucas exceções, as espé-
cies de tênias adultas são encontradas no intestino 
delgado dos hospedeiros definitivos. Os ovos e as pro-
glotes são liberados pelas fezes.
O ovo da tênia é ingerido através de um hospedeiro in-
termediário. As secreções gástricas e intestinais digerem o 
embrióforo e ativam a oncosfera. Por meio dos ganchos a tênia 
rompe a mucosa e pela corrente sanguínea (vertebrados) ou lin-
fática (invertebrados) chega à cavidade corporal.
No órgão a ser parasitado, a oncoesfera perde seus ganchos e se desenvol-
ve em estágios larvais (metacestodos), sendo que cada espécie pode se desen-
volver em metacestodos do tipo:
• Cisticerco: cisto ou vesícula única preenchida por líquido contendo uma 
única escólex invaginada aderida, podendo ser denominada protoescólex;
• Cenuro: cisto grande com várias escóleces invaginadas aderidas à parede 
do cisto;
• Estrobilocerco: escólex evaginada e aderida ao cisto por meio de uma 
cadeia de proglotes assexuadas segmentadas;
• Hidátide: cisto grande e complexo, preenchido por líquido e revestido de epi-
télio germinativo, a partir do qual são originadasescóleces invaginadas envoltas 
por epitélio germinativo (cápsulas “chocas”), descritas como “areia hidática”. Oca-
sionalmente, pode-se formar cistos-filhos completos endo ou exogenamente;
• Cisticercoide: escólex única evaginada revestida em pequeno cisto só-
lido. É encontrada em hospedeiros intermediários muito pequenos, como os 
artrópodes;
• Tetratirídio: larva alongada, achatada, com escólex acetabular invaginada 
que, quando digerida pelo hospedeiro definitivo, as proglotes começam a cres-
cer a partir de sua base.
Dentro deste contexto, vamos apresentar a principal ordem de cestoides 
juntamente com as famílias e espécies de importância médico-veterinária.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 94
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Cestoides de importância médico-veterinária
Os cestoides, assim como outras classes de helmintos, são parasitas de ani-
mais que causam doenças. Vale ressaltar que algumas espécies são respon-
sáveis pelas zoonoses, afetando a saúde dos seres humanos. Desta forma, é 
muito importante seu conhecimento devido à relevância na saúde pública.
A ordem Cyclophyllidea tem como representantes de interesse médico-ve-
terinário famílias como: Família Taeniidae, Família Anoplocephalidae, Famí-
lia Davaineidae e Família Dilepididae.
Na Família Taeniidae os vermes adultos são grandes e acometem o intesti-
no delgado de carnívoros domésticos e de seres humanos. 
O gênero Taenia (sin. Multiceps) possui escólex com um rostelo e uma fi leira 
de ganchos (com exceção da espécie Taenia saginata, cujo escólex não possui 
ganchos). Os segmentos grávidos são mais longos do que largos e, na medicina 
veterinária, os estágios larvários presentes nos hospedeiros intermediários 
é que são de interesse veterinário.
Os membros do gênero Taenia compreendem uma variedade de espécies. 
Veja no Quadro 1. 
QUADRO 1. PRINCIPAIS ESPÉCIES DE TAENIA
Espécie Hospedeiro 
defi nitivo
Hospedeiros 
intermediários Órgão acometido 
Taenia asiatica Humanos Bovinos Músculos
Taenia crassiceps Raposas, coiotes Roedores Cavidade abdominal, 
vários tecidos
Taenia 
hydatigena
Cães, raposas, 
canídeos, selvagens, 
mustelídeos
Bovinos, ovinos, caprinos, 
suínos
(Cysticercus tenuicollis)
Cavidade abdominal, 
fígado
Taenia multiceps Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Ovinos, bovinos, caprinos, 
suínos, equinos, veados, 
camelos, humanos 
(Coenurus cerebralis)
Cérebro, medula 
espinal
Taenia skrjabini Cães, raposas, 
canídeos selvagens Ovinos (Coenurus skrjabini) Músculos, tecido 
subcutâneo
Taenia asiaticaTaenia asiatica
Taenia crassiceps
Taenia asiatica
Taenia crassiceps
Taenia asiatica
Taenia crassicepsTaenia crassicepsTaenia crassiceps
Taenia 
hydatigena
Humanos
Taenia crassiceps
Taenia 
hydatigena
Humanos
Taenia 
hydatigena
Humanos
Raposas, coiotes
hydatigena
Taenia multiceps
Humanos
Raposas, coiotes
Taenia multiceps
Raposas, coiotes
Cães, raposas, 
canídeos, selvagens, 
Taenia multiceps
Raposas, coiotes
Cães, raposas, 
canídeos, selvagens, 
Taenia multiceps
Taenia skrjabini
Raposas, coiotes
Cães, raposas, 
canídeos, selvagens, 
mustelídeos
Taenia multiceps
Taenia skrjabini
Cães, raposas, 
canídeos, selvagens, 
mustelídeos
Taenia skrjabini
Bovinos
Cães, raposas, 
canídeos, selvagens, 
mustelídeos
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Taenia skrjabini
Bovinos
canídeos, selvagens, 
mustelídeos
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Taenia skrjabini
Bovinos
Roedores
Bovinos, ovinos, caprinos, 
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Roedores
Bovinos, ovinos, caprinos, 
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Roedores
Bovinos, ovinos, caprinos, 
(Cysticercus tenuicollis
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Bovinos, ovinos, caprinos, 
Cysticercus tenuicollis
canídeos selvagens
Ovinos, bovinos, caprinos, 
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Bovinos, ovinos, caprinos, 
suínos
Cysticercus tenuicollis
Ovinos, bovinos, caprinos, 
suínos, equinos, veados, 
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Bovinos, ovinos, caprinos, 
suínos
Cysticercus tenuicollis
Ovinos, bovinos, caprinos, 
suínos, equinos, veados, 
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Músculos
Cavidade abdominal, 
Bovinos, ovinos, caprinos, 
Cysticercus tenuicollis
Ovinos, bovinos, caprinos, 
suínos, equinos, veados, 
camelos, humanos 
(Coenurus cerebralis
canídeos selvagens
Músculos
Cavidade abdominal, 
Bovinos, ovinos, caprinos, 
Cysticercus tenuicollis
Ovinos, bovinos, caprinos, 
suínos, equinos, veados, 
camelos, humanos 
Coenurus cerebralis
Músculos
Cavidade abdominal, 
vários tecidos
Cysticercus tenuicollis)
Ovinos, bovinos, caprinos, 
suínos, equinos, veados, 
camelos, humanos 
Coenurus cerebralis
Ovinos (
Cavidade abdominal, 
vários tecidos
Cavidade abdominal, 
Ovinos, bovinos, caprinos, 
suínos, equinos, veados, 
camelos, humanos 
Coenurus cerebralis
Ovinos (
Cavidade abdominal, 
vários tecidos
Cavidade abdominal, 
Ovinos, bovinos, caprinos, 
suínos, equinos, veados, 
camelos, humanos 
Coenurus cerebralis
Coenurus skrjabini
Cavidade abdominal, 
vários tecidos
Cavidade abdominal, 
suínos, equinos, veados, 
camelos, humanos 
Coenurus cerebralis
Coenurus skrjabini
Cavidade abdominal, 
Cavidade abdominal, 
fígado
)
Coenurus skrjabini
Cavidade abdominal, 
fígado
Cérebro, medula 
Coenurus skrjabini
Cavidade abdominal, 
Cérebro, medula 
Coenurus skrjabini
Cavidade abdominal, 
Cérebro, medula 
espinal
Coenurus skrjabini)
Cérebro, medula 
espinal
Cérebro, medula 
espinal
Músculos, tecido 
Cérebro, medula 
Músculos, tecido 
subcutâneo
Músculos, tecido 
subcutâneo
Músculos, tecido 
subcutâneo
Músculos, tecido 
subcutâneo
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 95
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Espécie Hospedeiro 
defi nitivo
Hospedeiros 
intermediários Órgão acometido 
Taenia (multiceps) 
gaigeri
Cães, raposas, 
canídeos selvagens Caprinos (Coenurus gaigeri) Músculos, tecido 
subcutâneo
Taenia ovis Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Veados (Cysticercus cervi),
Renas (Cysticercus tarandi),
Camelos (Cysticercus cameli, 
Cysticercus dromedarii)
Músculo
Taenia pisiformis Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Coelhos, lebres (Cysticercus
pisiformis) Peritônio, fígado
Taenia saginata Humanos Bovinos (Cysticercus bovis) Músculo
Taenia serialis Cães Coelhos, lebres (Coenurus 
serialis) Tecido conectivo
Taenia solium Humanos Suínos, javalis (Cysticercus 
cellulosae) Músculo
Taenia 
taeniaeformis
Gatos, felídeos 
selvagens
Pequenos roedores
(Strobilocercus fasciolaris) Fígado
Taenia Taenia (multiceps
gaigeri
multiceps
gaigeri
multiceps
gaigeri
Taenia ovisTaenia ovis
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Taenia ovis
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Taenia ovis
Taenia pisiformis
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Taenia pisiformis
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Cães, raposas, 
canídeos 
Taenia pisiformis
Taenia saginata
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Cães, raposas, 
canídeos 
Taenia pisiformis
Taenia saginata
canídeos selvagens
Cães, raposas, 
canídeos 
Taenia pisiformis
Taenia saginata
Taenia serialis
Caprinos (
Cães, raposas, 
selvagens
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Taenia saginata
Taenia serialis
Caprinos (
Cães, raposas, 
selvagens
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Taenia saginata
Taenia serialis
Taenia solium
Caprinos (
selvagens
Veados (
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Taenia serialis
Taenia solium
Caprinos (Coenurus gaigeri
Veados (
Renas (C
Camelos (
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Taenia solium
Coenurus gaigeri
Veados (
Renas (C
Camelos (
Cães, raposas, 
canídeos selvagens
Humanos
Taenia solium
Taenia 
taeniaeformis
Coenurus gaigeri
Cysticercus cervi
Renas (Cysticercus tarandiRenas (Cysticercus tarandiRenas (C
Camelos (
Cysticercus dromedarii
canídeos selvagens
Humanos
Taenia 
taeniaeformis
Coenurus gaigeri
Cysticercus cervi
ysticercus tarandi
Camelos89
Filo Platyhelminthes ............................................................................................................ 90
Características gerais dos cestoides .......................................................................... 90
Ordem Cyclophyllidea ..................................................................................................... 91
Cestoides de importância médico-veterinária ........................................................... 95
Classe Trematoda .......................................................................................................... 103
Diagnóstico e controle das helmintoses ....................................................................... 106
Métodos de diagnóstico dos helmintos ..................................................................... 107
Medidas profiláticas nas helmintoses ....................................................................... 111
Sintetizando ......................................................................................................................... 112
Referências bibliográficas ............................................................................................... 113
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A Parasitologia é a ciência que estuda os parasitos, os hospedeiros e a rela-
ção entre eles. Dentro da Parasitologia Veterinária, temos os seguintes os ra-
mos de estudo: a protozoologia veterinária (protozoários), a entomologia vete-
rinária (insetos) e a helmintologia veterinária (helmintos, também conhecidos 
por “vermes”). Cada grupo apresenta características diferentes sobre morfolo-
gia, ciclo evolutivo, patogenia, diagnóstico, tratamento e controle que devem 
ser levadas em consideração durante o atendimento dos animais.
Outro ponto a ser estudado se refere às ordens e espécies de parasitos de 
interesse médico-veterinário. Por sua vez, há doenças de importância na clínica 
de pequenos e grandes animais, principalmente as zoonoses que podem afetar 
os seres humanos que estão em contato com seus animais de estimação, e as 
doenças de importância na pecuária, que podem afetar a indústria de alimentos.
Por fi m, serão expostas as principais características de cada ramo da Para-
sitologia Veterinária com o intuito de apresentar as diferenças entre os grupos 
de parasitos e os principais hospedeiros acometidos pelas espécies. Conhecer 
os parasitos e entender os ciclos evolutivos é necessário para evitar a transmis-
são das doenças e garantir o bem-estar animal.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 9
Apresentação
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Dedico este trabalho a todos que, de alguma forma, me incentivam e 
acreditam no trabalho que realizo com todo amor. Agradeço a Deus, que 
sempre está comigo nos momentos mais difíceis manando energia para 
trilhar minha missão. 
A professora Thalita Fernanda Araú-
jo é especialista em Dermatologia Vete-
rinária em Animais de Companhia pela 
Faculdade Qualittas (2020), mestra em 
Relações Antrópicas, Meio Ambiente e
Parasitologia pela UNICAMP (2019) e 
graduada em Medicina Veterinária pela 
PUC MINAS – campus Poços de Caldas 
(2013). Ministra disciplinas de Micro-
biologia/Parasitologia, Biossegurança 
em Saúde e Higiene, Profi laxia e Sanea-
mento do Meio para cursos de Técnico 
de Enfermagem, Técnico em Prótese 
Dentária e Especialização em Enferma-
gem do Trabalho (2020 – atual).
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/8744193204224150
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 10
A autora
SER_MV_PARASIVET_UNID1.indd 10 22/07/2021 16:48:11
CARACTERÍSTICAS 
GERAIS DOS 
PROTOZOÁRIOS
1
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Apresentar as características introdutórias referentes aos aspectos gerais dos 
protozoários; 
 Apresentar as principais espécies de protozoários de interesse médico-
veterinário. 
 Características gerais dos 
protozoários
 Estruturas celulares dos 
protozoários
 Funções dos protozoários
 Protozoários de interesse médico-
veterinário 
 Ordem Trichomonadida e 
Giardiida 
 Ordem Trypanosomatida 
 Ordem Eucoccidiorida
 Ordem Piroplasmorida e reino 
Bacteria: ordem Rickettsiales 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 12
SER_MV_PARASIVET_UNID1.indd 12 22/07/2021 16:48:47
Características gerais dos protozoários
Os protozoários pertencem ao rei-
no Protoctista (antigamente chamado 
de Protista). A classifi cação é comple-
xa e a comunidade científi ca está em 
constante revisão no que se refere às 
informações dos organismos, por se 
tratar claramente de um grupo com 
origens evolutivas muito distintas, 
mas que não se encaixa na defi nição 
de animais, plantas ou fungos. Com 
os estudos mais recentes, principal-
mente da parte genômica dos proto-
zoários, a nomenclatura atualmente 
usada é reino Protozoa que reconhe-
ce 13 fi los. 
No estudo da Parasitologia Veterinária, o ramo responsável pelo estudo dos 
protozoários é a protozoologia veterinária. Dentro do contexto, os protozoários 
são denominados parasitos (aqueles que causam doenças) e os hospedeiros 
são os que fi cam doentes (representados pelos animais).
Os protozoários são considerados endoparasitos (organismos que vivem 
longo período do ciclo evolutivo dentro do hospedeiro). Quando parasitos, os 
protozoários dependem do hospedeiro para realizar suas funções básicas, 
principalmente a nutrição, e são chamados de parasitos obrigatórios. Porém, 
quando podem realizar parte do seu ciclo evolutivo fora do hospedeiro são 
chamados de parasitos facultativos.
Diversas espécies de animais são acometidas por protozoários, principal-
mente espécies de animais domésticos, denominados hospedeiros. Quando 
albergam o parasito em fase sexualmente madura são chamados de hospedei-
ros defi nitivos, ao albergar os parasitos em seus estágios larvais são chama-
dos de hospedeiros intermediários. O termo vetor é usado para artrópodes, 
como mosquitos, carrapatos e caramujos, que hospedam o parasito em uma 
das fases reprodutivas.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 13
SER_MV_PARASIVET_UNID1.indd 13 22/07/2021 16:49:28
Termos importantes a serem considerados são infecção 
e infestação. O termo infecção signifi ca a invasão de um 
patógeno dentro do hospedeiro, causando danos atra-
vés da sua reprodução. Já o termo infestação é a repro-
dução de ectoparasitos, organismos que se instalam e se 
reproduzem fora do corpo do hospedeiro. 
De acordo com as características, os protozoários são clas-
sifi cados como seres vivos microscópicos (2 a 200 µm), unicelu-
lares, eucarióticos (material genético envolto pela carioteca) e 
apresentam mobilidade. Além disso, possuem organelas que de-
sempenham diferentes características de organização e funções, 
como corpúsculo de Golgi, retículo endoplasmático, mitocôndria, 
lisossomos e outras estruturas subcelulares.
Dentro deste contexto, vamos apresentar as principais estruturas e organe-
las celulares dos protozoários e suas respectivas funções. 
Estruturas celulares dos protozoários
O corpo dos protozoários é complexo. Apesar de serem primitivos, todas as 
organelas estão contidas dentro de uma única célula. Algumas estruturas po-
dem variar de acordo com o gênero e a espécie à qual o protozoário pertence, 
caracterizando suas diferenças em seu papel quando parasito, comensal ou 
livre no ambiente. As organelas que compõem a célula são:
• Núcleo: defi nido com envelope nuclear e, dependendo da espécie, apre-
sentam um ou mais núcleos semelhantes; 
• Retículo endoplasmático liso: síntese de esteroides;
• Retículo endoplasmático granuloso: síntese de proteínas;
• Mitocôndria: produção de energia;
• Cinetoplasto: uma mitocôndria especializada e rica em DNA;
• Corpúsculo de Golgi: síntese e condensação de proteínas;
• Lisossomos: digestão intracelular de partículas;
• Citóstoma: permite(Cysticercus cameli, 
Cysticercus dromedarii
Coelhos, lebres (
Humanos
Cães
taeniaeformis
Coenurus gaigeri)
Cysticercus cervi
ysticercus tarandi
Cysticercus cameli, 
Cysticercus dromedarii
Coelhos, lebres (
Cães
taeniaeformis
Cysticercus cervi
ysticercus tarandi
Cysticercus cameli, 
Cysticercus dromedarii
Coelhos, lebres (
Humanos
Músculos, tecido 
),
ysticercus tarandi
Cysticercus cameli, 
Cysticercus dromedarii
Coelhos, lebres (
pisiformis
Bovinos (
Humanos
Gatos, felídeos 
Músculos, tecido 
subcutâneo
),
Cysticercus cameli, 
Cysticercus dromedarii
Coelhos, lebres (Cysticercus
pisiformis
Bovinos (
Coelhos, lebres (
Humanos
Gatos, felídeos 
selvagens
Músculos, tecido 
subcutâneo
Cysticercus
pisiformis)
Bovinos (Cysticercus bovis
Coelhos, lebres (
Gatos, felídeos 
selvagens
Músculos, tecido 
subcutâneo
Cysticercus
Cysticercus bovis
Coelhos, lebres (
Suínos, javalis (
Gatos, felídeos 
selvagens
Músculos, tecido 
subcutâneo
Músculo
Cysticercus
Cysticercus bovis
Coelhos, lebres (
serialis
Suínos, javalis (
Músculo
Cysticercus bovis
Coelhos, lebres (
serialis
Suínos, javalis (
Músculo
Peritônio, fígado
Cysticercus bovis)
Coenurus 
serialis)
Suínos, javalis (
cellulosae
Pequenos roedores
(Strobilocercus fasciolaris
Peritônio, fígado
Coenurus 
Suínos, javalis (Cysticercus 
cellulosae
Pequenos roedores
Strobilocercus fasciolaris
Peritônio, fígado
Coenurus 
Cysticercus 
cellulosae
Pequenos roedores
Strobilocercus fasciolaris
Peritônio, fígado
Músculo
Cysticercus 
Pequenos roedores
Strobilocercus fasciolaris
Peritônio, fígado
Músculo
Tecido conectivo
Cysticercus 
Pequenos roedores
Strobilocercus fasciolaris
Músculo
Tecido conectivo
Pequenos roedores
Strobilocercus fasciolaris
Tecido conectivo
Strobilocercus fasciolaris
Tecido conectivo
Músculo
Tecido conectivo
MúsculoMúsculo
FígadoFígado
Nos seres humanos, a doença causada por espécies de tênias é denomina-
da teníase.
As espécies mais comuns causadoras de teníase humana, dentre as citadas 
no quadro anterior, são: Taenia solium e Taenia saginata. O ciclo evolutivo é 
heteróxeno e semelhante entre as espécies.
Os humanos, hospedeiros defi nitivos, se infectam ao ingerir carne de porco 
ou vaca crua ou malcozida, contendo cistos de larvas de tênia (cisticercos). Ao 
chegarem no intestino, estes se tornam tênias adultas e se fi xam 
à parede do intestino. Após fi xadas, dão origem a proglotes 
que, ao se tornarem maduras, produzem ovos. As proglotes 
e os ovos são eliminados nas fezes e ingeridos pelos hospe-
deiros intermediários, porco ou vaca. No intestino destes 
animais, os ovos eclodem e liberam as oncosferas, que 
penetram na parede do intestino. Estas passam a se 
deslocar pela corrente sanguínea e se desenvolvem 
em cistos nos músculos e órgãos, como fígado e cére-
bro. Veja na Figura 4. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 96
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 96 22/07/2021 16:53:19
1. Ovos no ambiente 
2. A vaca pega os ovos viáveis da 
vegetação contaminada 
3. Oncosferas se desenvolvem 
dentro do tecido muscular de 
bovinos em cisticercos infecciosos
4. Humano infectado pela ingestão 
de carne bovina infectada 
crua ou malcozida
Verme adulto 
Escólex
Escólex
Proglote
Proglote
Proglote
Proglote
5. Ovos e proglotes nas fezes
Ovos
O CICLO DE VIDA da Taenia saginata
Figura 4. Representação do ciclo evolutivo da espécie Taenia saginata. Fonte: Adobestock. Acesso em: 25/06/2021. (Adaptado).
Outro gênero de importância veterinária é o Echinococcus, que compreen-
de diversas espécies que utilizam os sistemas predador-caça entre canídeos, 
que são os hospedeiros definitivos dos parasitas. Os hospedeiros intermediá-
rios podem ser roedores ou animais pecuários, dependendo da espécie.
A espécie Echinococcus granulosus possui uma variabilidade fenotípica e 
genética considerável com a identificação de várias cepas. O cestódio adulto 
tem cerca de 6,0 mm de comprimento, contém um escólex e o rostelo apre-
senta duas fileiras de ganchos. Contém três ou quatro segmentos e a proglote 
grávida, normalmente, se desintegra no trato alimentar, sendo apenas os ovos 
eliminados pelas fezes.
As espécies formam os cistos hidáticos, que são grandes vesículas preenchi-
das com líquido de 5 a 10 cm de diâmetro, espessa cutícula concentricamente 
EXPLICANDO
As carcaças de animais dentro de matadouros frigoríficos devem ser 
submetidas à Inspeção Sanitária Federal por médicos veterinários espe-
cializados. A finalidade é detectar a presença dos cisticercos, objetivando 
inviabilizar e eliminar completamente os riscos aos consumidores.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 97
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laminada e uma camada germinativa interna. Esta origina diversas vesículas 
pequenas com até 40 escólices. As vesículas pequenas podem se desprender 
da parede e flutuar no líquido vesicular, formando a areia hidática.
O ciclo evolutivo é heteróxeno com o período pré-patente de, aproximada-
mente, 40 a 50 dias. O adulto parasita o intestino delgado do hospedeiro defi-
nitivo. As proglotes maduras eliminam os ovos nas fezes e, após a ingestão por 
um hospedeiro intermediário, os ovos eclodem no intestino delgado, liberando 
oncosferas que penetram na parede intestinal e migram através do sistema 
circulatório para vários órgãos, especialmente fígado e pulmões.
Nestes órgãos, a oncosfera se desenvolve em um cisto hidático produzindo 
protoscólices e cistos-filhos, preenchendo o interior do cisto. O hospedeiro de-
finitivo é infectado pela ingestão de órgãos do hospedeiro intermediário com 
cistos. Ao chegaram à mucosa intestinal, os parasitas se desenvolvem nos es-
tágios adultos entre 32 e 80 dias.
Os humanos são hospedeiros acidentais e se infectam por meio da inges-
tão de ovos. No intestino, as oncosferas são liberadas e se desenvolvem em 
cistos em diversos órgãos. Veja na Figura 5. 
Adulto no intestino delgado 
Hospedeiro intermediário 
Hospedeiro definitivo
Protoescólex
do cisto
Escólex liga-se ao intestino Hospedeiro definitivo
Ovos embrionados
nas fezes 
Cisto hidático em 
vários órgãos
Oncosferas
liberadas
Oncosferas eclodem;
penetram na parede intestinal
Estágio infeccioso 
Estágio de diagnóstico
Cisto hidático em vários
órgãos (comumente
fígado e pulmão) 
Equinococose Cística
Echinococcus granulosus sensu lato
1
6
5
2
2 3
3
4
4
Ingestão de cistos (em 
órgãos)
Ingestão de ovos (nas 
fezes) 
Figura 5. Representação do ciclo evolutivo da espécie Echinococcus granulosus. Fonte: CDC, 2019, p. 1. (Adaptado).
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 98
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 98 22/07/2021 16:53:44
A Família Anoplocephalidae compreende espécies de tênias parasitas de 
equinos, ruminantes e lagomorfos. No verme adulto, o escólex não apresen-
ta rostelo ou ganchos e os segmentos grávidos são mais largos do que longos.
O ciclo evolutivo é heteróxeno. O estágio intermediário é um cisticercoide 
presente em ácaros de forragem da família Oribatidae. As proglotes maduras 
são excretadas nas fezes e se desintegram, liberando os ovos. Estes, por sua 
vez, são ingeridos pelos ácaros, nos quais se desenvolvem até o estágio de 
cisticercoide em um período de dois a quatro meses. As tênias adultas são 
encontradas no intestino de um a dois meses após a ingestão de forragem com 
ácaros infectados.
O gênero Anoplocephala apresenta duas espécies: 
Anoplocephala perfoliata, parasitas do íleo terminal 
e raramente ceco de equinos, asininos, entre outros 
equídeos; e a Anoplocephala magna, parasitas do intes-
tino delgado de equinos, asininos, entre outros equídeos.
O gênero Paranoplocephala apresenta duas espécies: Parano-
plocephala mamillana (sin. Anoplocephaloides mamillana), parasitas 
do intestino delgado de equinos e asininos; e a espécie Paranoplocephala cuni-
culi, parasitas do intestino delgado de coelhos.
A Família Dilepididae compreende espécies de tênias parasitas de cães, 
gatos e aves.O verme adulto, no geral, é pequeno, apresenta escólex e um ros-
telo contendo muitas fileiras de ganchos. As ventosas também podem possuir 
finos ganchos. O útero grávido é preservado como um saco transversal.
O gênero de importância veterinária é o Dipylidium. As tênias parasitam 
cães e gatos domésticos e têm um comprimento de aproximadamente 50 cm. 
Já o ciclo evolutivo é heteróxeno e o estágio intermediário é um cisticercoide.
As proglotes recém-eliminadas são ativas e se arrastam pela região da cau-
da do animal, sendo que as oncosferas ficam em agregados ou cápsulas de 
ovos, cada um contendo, aproximadamente, 20 ovos expelidos pelo segmento 
ativo ou liberados pelas fezes.
O hospedeiro definitivo se infecta após ingerir os hospedeiros intermediá-
rios, como pulgas (Ctenocephalides spp., Pulex irritans) e piolhos (Trichodec-
tes canis). Nestes, as oncosferas passam para a cavidade abdominal desenvol-
vendo-se em cisticercoides. Veja na Figura 6. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 99
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 99 22/07/2021 16:53:44
Proglotes grávidos são 
passados intactos nas fezes 
ou emergem da região 
perianal de hospedeiros 
animais ou humanos 
Transmissão humana 
acidental por ingestão 
de pulgas infectadas 
Adulto no 
intestino delgado
Estágio infeccioso 
Estágio de diagnóstico
Gatos e cães 
podem abrigar 
pulgas infecciosas 
aos humanos
Larvas do típico hospedeiro 
intermediário de pulgas 
ingerem pacotes de ovos. 
Oncosferas eclodem e se 
desenvolvem em cisticercoides 
Larvas de pulgas 
amadurecem em pulgas 
adultas, que continuam 
a abrigar cisticercoides 
infecciosos 
Hospedeiro definitivo é infectado pela ingestão 
de pulgas contendo cisticercoides
Dipylidium caninum
Escólex
Oncosfera Cisticercoide 
As proglotes se desintegram e 
liberam os pacotes de ovos 
1
2
7
5
4
3
6
Figura 6. Representação do ciclo evolutivo da espécie Dipylidium caninum. Fonte: CDC, 2019, p. 1. (Adaptado).
Os piolhos conseguem ingerir as oncosferas em qualquer estágio, porém 
as pulgas só conseguem no estágio larval, o qual possui estruturas bucais para 
mastigar. As pulgas adultas apresentam estruturas bucais com função de per-
furar, não sendo possível a ingestão.
O desenvolvimento no piolho, que é parasitário e necessita de um ambiente 
quente, dura cerca de 30 dias. Entretanto, na larva da pulga e no crescimento do 
adulto no casulo, ambos no solo, o ciclo se estende por vários meses. O hospe-
deiro final é infectado após a ingestão da pulga ou piolho contendo cisticercoide, 
geralmente quando se lambe. Já o desenvolvimento da patência, quando os pri-
meiros segmentos grávidos são excretados, demora em torno de três semanas.
A espécie Dipylidium caninum parasita o intestino delgado de cães, rapo-
sas, gatos e raramente seres humanos. A tênia adulta elimina pelas fezes as 
proglotes maduras que são facilmente identificadas.
DICA
Nas fezes de animais infectados com a espécie Dipylidium caninum, o 
formato das proglotes é oval e alongado, semelhante a um grande grão de 
arroz. Cada cápsula contém de 5 a 30 ovos.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 100
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A Família Davaineidae compreende espécies de cestoides parasitas, princi-
palmente de aves. Em geral, as tênias adultas apresentam fileiras de ganchos no 
rostelo e nas ventosas. Nesta família, as cápsulas de ovos substituem o útero.
O ciclo evolutivo é heteróxeno e o estágio intermediário é um cisticercoi-
de. Os hospedeiros intermediários são lesmas (Agriolimax, Arion, Cepaea e 
Limax) e lesmas terrestres.
A espécie Davainea proglottina é o cestoide mais patogênico 
do intestino delgado de aves domésticas, sendo tam-
bém parasita de peru, pombo e outras galináceas.
As proglotes grávidas são excretadas nas fezes e 
os ovos ingeridos por vários moluscos gastrópodes, 
nos quais se desenvolvem em estágio cisticercoide 
após cerca de três semanas. Passadas duas semanas da 
ingestão do molusco pelo hospedeiro final, os cisticercoides se transformam 
em tênias adultas. Veja na Figura 7. 
As tênias Davainea 
maduras liberam 
segmentos grávidos 
após 13 dias no 
intestino da galinha
Os segmentos grávidos 
são distribuídos nas fezes 
A galinha come lesmas 
ou caracóis 
Cisticercoides excisam no 
duodeno
Ovos são liberados no 
meio ambiente Lesmas ou caracóis ingerem 
ovos de tênia 
Davainea proglottina 
Ciclo de vidaCisticercoides se desenvolvem 
em lesmas ou caracóis em 
26-28 dias a 15 °C
Figura 7. Representação do ciclo evolutivo da espécie Davainea proglottina. Fonte: POULTRY DVM, 2021, p. 1. (Adaptado).
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 101
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As espécies do gênero Raillietina são encontradas no intestino delgado de ga-
linhas, perus e outras aves. Os hospedeiros intermediários são, dependendo da 
espécie, formigas ou besouros, nos quais se desenvolve o estágio cisticercoide. 
As principais espécies de Raillietina de importância veterinária, assim como 
suas características, estão demonstradas no quadro 2. 
QUADRO 2. PRINCIPAIS ESPÉCIES DE RAILLIETINA
Espécies Hospedeiro defi nitivo Hospedeiro intermediário
Raillietina cesticillus Galinhas, perus, 
galinhas-d’angola
Mosca-doméstica, besouros e 
baratas
Raillietina echinobothrida Galinhas, perus Formigas (Pheidole e Tetramorium)
Raillietina tetragona Galinhas, galinhas-d’angola, 
pavões-da-ásia e pombos
Mosca-doméstica e
formigas (Pheidole, Tetramorium e 
Ontophagus)
Raillietina georgiensis Perus Formigas (Pheidole e
Tetramorium)
Raillietina cesticillusRaillietina cesticillusRaillietina cesticillus
Raillietina echinobothrida
Raillietina cesticillus
Raillietina echinobothrida
Raillietina cesticillus
Raillietina echinobothrida
Raillietina cesticillus
Raillietina echinobothridaRaillietina echinobothrida
Raillietina tetragona
Raillietina echinobothrida
Raillietina tetragona
Raillietina echinobothrida
Raillietina tetragona
Galinhas, perus, 
Raillietina echinobothrida
Raillietina tetragona
Raillietina georgiensis
Galinhas, perus, 
galinhas-d’angola
Raillietina tetragona
Raillietina georgiensis
Galinhas, perus, 
galinhas-d’angola
Raillietina tetragona
Raillietina georgiensis
Galinhas, perus, 
galinhas-d’angola
Raillietina tetragona
Raillietina georgiensis
Galinhas, perus, 
galinhas-d’angola
Galinhas, perus
Raillietina georgiensis
Galinhas, perus, 
galinhas-d’angola
Galinhas, perus
Galinhas, galinhas-d’angola, 
Raillietina georgiensis
Galinhas, perus
Galinhas, galinhas-d’angola, 
pavões-da-ásia e pombos
Raillietina georgiensis
Galinhas, perus
Galinhas, galinhas-d’angola, 
pavões-da-ásia e pombos
Galinhas, perus
Galinhas, galinhas-d’angola, 
pavões-da-ásia e pombos
Mosca-doméstica, besouros e 
Galinhas, galinhas-d’angola, 
pavões-da-ásia e pombos
Mosca-doméstica, besouros e 
Galinhas, galinhas-d’angola, 
pavões-da-ásia e pombos
Mosca-doméstica, besouros e 
Formigas (
Galinhas, galinhas-d’angola, 
pavões-da-ásia e pombos
Mosca-doméstica, besouros e 
baratas
Formigas (
Galinhas, galinhas-d’angola, 
pavões-da-ásia e pombos
Perus
Mosca-doméstica, besouros e 
baratas
Formigas (
pavões-da-ásia e pombos
Perus
Mosca-doméstica, besouros e 
baratas
Formigas (Pheidole
formigas
Mosca-doméstica, besouros e 
Pheidole
formigas
Mosca-doméstica, besouros e 
Pheidole e 
Mosca-doméstica e
formigas
Mosca-doméstica, besouros e 
Tetramorium
Mosca-doméstica e
(Pheidole, Tetramorium 
Tetramorium
Mosca-doméstica e
Pheidole, Tetramorium 
Ontophagus
Tetramorium
Mosca-doméstica e
Pheidole, Tetramorium 
Ontophagus
Formigas
Tetramorium
Mosca-doméstica e
Pheidole, Tetramorium 
Ontophagus
Formigas
Mosca-doméstica e
Pheidole, Tetramorium 
Ontophagus)
Formigas
Tetramorium)
Pheidole, Tetramorium 
 (Pheidole 
Tetramorium)
Pheidole, Tetramorium 
 (Pheidole 
Tetramorium)
 (Pheidole 
Tetramorium)
O gênero Raillietina apresenta três espécies zoonóticas confi rmadas: 
Raillietina celebensis, Raillietinademerariensis e Raillietina siriraji. Os 
cestoides são parasitas naturais de roedores peridomésticos (Rattus norvegicus 
e Rattus rattus), de roedores murídeos do Sudeste Asiático, de 
vários roedores neotropicais e, ocasionalmente, de macacos.
O ciclo evolutivo é heteróxeno. As proglotes grávidas são 
excretadas nas fezes e os ovos são ingeridos por vários hos-
pedeiros intermediários. O ovo eclode e libera o embrião 
no intestino, em seguida, se transforma em cisticercoide 
na cavidade corporal. Após a ingestão pelo hospedeiro 
fi nal, o cisticercoide ativado adere à mucosa da parte 
anterior ou média do intestino delgado. O período pré-
-patente é de, aproximadamente, duas a três semanas. 
Veja na Figura 8.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 102
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 102 22/07/2021 16:54:11
Proglotes contendo cápsulas 
de ovo excretadas nas fezes 
Proglotes e/ou cápsulas de
ovo ingeridas por um hospedeiro 
intermediário artrópode
(geralmente formigas
ou besouros) 
Oncosferas se desenvolvem em 
cisticercoides infecciosos no hospedeiro 
intermediário
Infecção humana
acidental
Escólex
Hospedeiro defi nitivo infectado após a
ingestão de hospedeiro intermediário infectado
Adultos no intestino delgado 
Estágio infeccioso 
Estágio de diagnóstico
Raillietina spp.
3
2
4
6
1
5
Figura 8. Representação do ciclo evolutivo do gênero Raillietina. Fonte: CDC, 2019, p. 1. (Adaptado).
Classe Trematoda
O Filo Platyhelminthes agrupa a Classe Trematoda, que é bastante relevan-
te na medicina veterinária e compreende duas subclasses: Monogenea, que 
apresenta um ciclo monóxeno, e Digenea, que apresenta ciclo heteróxeno. So-
mente os parasitas da Classe Digenea parasitam vertebrados.
Os trematódeos digenéticos adultos são chamados de fascíolas. Estes pa-
rasitas se instalam nos ductos biliares, trato alimentar e no sistema vascular. 
As fascíolas apresentam morfologia achatada dorsoventralmente, um trato ali-
mentar cego, ventosas para fi xação e são monoicas.
No hospedeiro defi nitivo, os vermes adultos que estão nos órgãos de re-
produção excretam os ovos, geralmente, nas fezes ou na urina. Os estágios 
larvários se desenvolvem nos hospedeiros intermediários como moluscos. Em 
algumas espécies, há a presença de um segundo hospedeiro intermediário, 
mas o molusco é essencial para todos os ciclos evolutivos.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 103
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 103 22/07/2021 16:54:17
A estrutura do verme adulto costuma ser achatada e semelhante a uma 
folha. Para a fi xação possui duas ventosas musculares, uma na extremidade 
anterior (ventosa bucal) e outra na ventosa ventral (acetábulo).
A superfície corporal possui um tegumento recoberto com espinhos ou 
escamas com capacidade de absorção. Não possuem cavidade corporal e os 
órgãos fi cam distribuídos no parênquima, sendo o metabolismo anaeróbico.
O sistema digestório é simples (abertura bucal, faringe, esôfago e um par de 
ceco intestinal). Não apresentam ânus e o sistema excretor consiste em células 
ciliadas, as quais excretam os resíduos ao longo de um sistema de túbulos que 
se abrem ao exterior ou em uma bexiga excretora. O sistema nervoso é sim-
ples, constituído de dois gânglios.
A reprodução é por autofertilização e fertilização cruzada. O sistema re-
produtor do macho possui dois testículos simples ou um que faz comunicação 
com o ducto deferente que penetra no saco de cirro, contendo a vesícula semi-
nal e o cirro (pênis primitivo).
O sistema feminino possui um único ovário que é ligado ao oviduto (local em 
que os ovos são fertilizados), formando o oótipo. Neste local, o ovo adquire gema, 
casca e, quando eliminado e passa pelo útero, adquire consistência dura e ama-
rela, sendo que a maioria das espécies contém um opérculo. Veja na Figura 9. 
Figura 9. Representação da morfologia geral das fascíolas adultas e ovos. Fonte: Adobestock. Acesso em: 25/06/2021. (Adaptado).
VERME DO FÍGADO 
VERME ADULTO NO FÍGADO OVO DE VERME NO FÍGADO
Gânglio 
cerebral 
Ramos do 
intestino 
Espessamento 
da membrana 
Membrana 
Topo 
Ducto vitelínico 
Miracídio 
Protonefrídia 
Ovário 
Sugador 
abdominal 
Glândula 
de concha 
Canal 
ejaculatório 
Órgão 
copulador 
Sugador 
oral 
Abertura 
vaginal 
Faringe 
Testículos 
Bolha 
úrica 
Vitelário 
Útero 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 104
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 104 22/07/2021 16:54:19
A família mais importante é a Fa-
mília Fasciolidae. As principais espé-
cies são: Fasciola hepática, parasita 
de fígado de ovinos, bovinos, caprinos, 
equinos, veados, coelhos e humanos, 
sendo seus hospedeiros as lesmas da 
Família Lymnaeidae (Galba, Lymnaea, 
Radix, Stagnicola); e a espécie Fasciola 
gigantica, parasita de fígado de bovi-
nos, búfalos, ovinos, caprinos, suínos, 
camelos, veados e humanos. Os hos-
pedeiros intermediários são as lesmas 
da Família Lymnaeidae (Galba, Lym-
naea, Radix, Austropelea).
O ciclo evolutivo ocorre nos ductos 
biliares e o período pré-patente varia 
de 10 a 12 semanas, dependendo da 
espécie. 
As fascíolas adultas eliminam os ovos pela bile e estes penetram o intestino. 
Ao serem excretados nas fezes dos hospedeiros definitivos, se desenvolvem e 
eclodem. A eclosão demora entre 9 e 10 dias em temperaturas ideais de 22 °C a 
26 °C, dando origem a miracídios ciliados móveis. Os miracídios, por sua vez, 
penetram os hospedeiros intermediários e se transformam em esporocistos, 
estágios de rédias até o estágio final de cercária.
As cercarias são excretadas como formas móveis que se fixam em superfí-
cies firmes, nas quais encistam em metacercária infectante. A transformação 
de todos os estágios pode demorar de seis a sete semanas ou vários meses. 
Podem ser eliminadas cerca de 600 metacercárias que serão ingeridas pelo 
hospedeiro definitivo e encistam no intestino delgado.
Após chegarem no intestino, migram por meio da parede intestinal atraves-
sando o peritônio e penetrando a cápsula hepática. As fascíolas jovens esca-
vam túneis por seis a oito semanas e alcançam os pequenos ductos biliares se 
locomovendo para os ductos maiores e vesícula biliar, tornando-se maduras 
para a reprodução. Veja na Figura 10. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 105
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Adulto
Ovo
Miracídios
Esporocisto
Rediae
Cercária
Caracol
Adolescária
Hospedeiro defi nitivo 
(gado, humano) 
Figura 10. Representação da morfologia geral das fascíolas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 25/06/2021. (Adaptado).
O ciclo evolutivo da espécie Fasciola gigantica é semelhante ao ciclo da espé-
cie Fasciola hepatica, sendo a principal diferença o tempo do ciclo. Os estágios 
imaturos migram através do parênquima hepático e, para alcançar os ductos 
biliares, as fascíolas demoram cerca de 12 semanas. As fases parasitárias são 
mais longas e o período pré-patente é de 13 a 16 semanas.
Diagnóstico e controle das helmintoses
Os animais domésticos estão cada dia mais presentes na vida dos seres 
humanos, seja na alimentação ou na companhia. A estreita proximidade en-
tre eles faz com que as doenças parasitárias com potencial zoonótico façam 
parte do ambiente, e torna o diagnóstico cada vez mais relevante.
É importante lembrar que existe uma grande biodiversidade faunística de 
parasitas, e o contato do ser humano próximo às áreas naturais permite uma 
aproximação entre as populações humanas com as populações de animais 
silvestres, ocorrendo a disseminação de parasitas para novos hospedeiros e 
ambientes. Isto causa, portanto, consequências negativas devido à transmis-
são e disseminação de zoonoses. 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 106
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 106 22/07/2021 16:54:33
Métodos de diagnóstico dos helmintos
O método de diagnóstico é defi nido como um processo analítico no qual 
um médico-veterinário, ao realizar exames para investigar uma doença ou um 
quadro clínico, chega a um diagnóstico. Para isso, em diversas doençasse faz 
necessário o auxílio de exames laboratoriais ou de imagem.
As helmintoses, doenças causadas por helmintos (vermes) de diferentes 
classes, muitas vezes apresentam sintomas semelhantes, o que torna necessá-
ria a avaliação do animal junto à análise de amostras de secreções e excreções. 
Dentre os exames mais utilizados, estão:
• Exame de fezes (coproparasitológico): consiste na pesquisa de ovos ou larvas 
de vermes. É o método auxiliar mais utilizado na rotina para fechar o diagnóstico. 
Em grandes animais, as fezes devem ser coletadas do reto e examinadas ain-
da frescas ou refrigerar imediatamente (2-8 °C). Caso não seja possível a coleta 
direta, pode-se coletar fezes recém-defecadas do chão ou do campo. Para isso, 
deve-se utilizar luvas de plástico e ser virada do avesso para atuar como recep-
táculo. São necessárias amostras individuais para ruminantes, no mínimo, 10 
amostras por rebanho (o ideal é que contenha, aproximadamente, 5 g de fezes). A 
amostragem aleatória tem impacto signifi cativo na ampla variação na contagem 
de ovos nas fezes (COF) entre animais que pastam juntos no mesmo piquete.
Em aves, as amostras de um número de animais devem ser coletadas em 
diferentes áreas do galpão. Para aves de estimação menores, um termôme-
tro ou bastão de vidro podem ser usados, ou as fezes podem ser coletadas 
da gaiola ou do espaço em que esses animais vivem. Como os ovos se tor-
nam embrionados rapidamente, caso 
não seja possível a análise imediata 
ou no mesmo dia, as amostras devem 
ser armazenadas em um refrigerador. 
Nas amostras que serão enviadas por 
correio, deve-se fazer um sistema de 
armazenamento anaeróbio em um re-
cipiente a vácuo com água da torneira, 
a fi m de minimizar o desenvolvimento 
e a eclosão dos ovos.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 107
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Em pequenos animais, as fezes devem ser coletadas imediatamente após 
a defecação, preferencialmente que não tenham tido contato com o solo, e em 
quantidade de 10 a 20 g. Três amostras devem ser enviadas ao laboratório, em 
recipientes apropriados e colhidas em dias alternados, visto que os vermes são 
eliminados de forma intermitente nas fezes.
• Coprocultura: método utilizado como forma de diagnóstico para algumas 
parasitoses em que, pelo exame de fezes, não foi possível identificar os ovos do 
parasita. É realizada a coleta de amostras de fezes de um animal infectado e 
feita uma cultura destas em ambiente propício, com umidade e temperaturas 
corretas para que os ovos dos parasitas eclodam.
Na coleta de amostras de fezes para exames é muito importante realizar o 
procedimento com cautela e precisão para que não haja interferências e conta-
minações, o que pode alterar o resultado da amostra em análise.
Após a eclosão das larvas ocorre a identificação e diferenciação dos gêne-
ros no estágio de L3 infectantes, comumente vistos. As principais diferenças 
observadas são devido ao formato e tamanho da cauda das larvas.
• Exames moleculares: são testes com base no DNA. O método é sensível e 
específico e pode ser aplicado em qualquer estágio do ciclo evolutivo do para-
sita (ovos, larvas, adultos) que possa ser extraído o DNA. Além de ser aplicado 
imediatamente a pequenas quantidades de material.
• Exames sorológicos: determinação e identificação de antígenos e anti-
corpos junto com a determinação de indicadores bioquímicos e patológicos 
associados à infecção por parasitas.
Diversos métodos são utilizados nos exames citados, cada qual com sua obje-
tividade e finalidade, de acordo com o grupo dos helmintos e suas espécies. Em al-
guns desses métodos é possível identificar a morfologia dos ovos. Veja na Figura 11. 
Toxocara
vitulorum 
Monlezia
spp.
Trichuris
spp. 
Capillaria
spp.
Strongyloides
papilosus
Dicrocoelium 
dendriticum
150
150
100
100
50
0
μm
μm
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Toxocara
vitulorum 
Parascaris
equorum 
Ascaris 
suum 
Uncinaria
stenosephala 
Dipylidium 
caninum 
Toxocara 
canis 
Toxoscaris 
leonina 
Toxocara 
mystax 
Ancylostoma 
spp. 
Trichuris 
spp. 
Capillaria 
spp. 
Strongyloides
stercoralis 
Spirocerca 
lupi 
Taenia
spp.
Metastrongylus
spp.
Trichuris
suis 
Strongyloides 
ransomi 
Physocephalus 
sexalatus
Dictyocaulus
arnfieldi 
Anoplocephala
spp. 
Habronema 
spp. 
Strongyloides 
westeri 
Monlezia
spp.
Trichuris
spp. 
Capillaria
spp.
Strongyloides
papilosus
Dicrocoelium 
dendriticum
Dicrocoelium 
dendriticum
150
150
150
150
100
100
100
100
50
50
50
50
50
0
0
0
0
0
μm
μm
μm
μm
Figura 11. Representação da morfologia e tamanho de ovos de espécies de helmintos. Fonte: TAYLOR et al., 2017, p. 
733-736. (Adaptado).
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 109
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Outros métodos são usados para identificação de larvas e vermes adultos. 
Veja na Figura 12. 
Macho Fêmea
Larvas 
(a)
A B
C D
E F
(b) (c)
Figura 12. Representação da morfologia de larvas e adultos de helmintos. Fonte: TAYLOR et al., 2017, p. 748-757. (Adaptado).
Exemplificamos exames realizados em animais com sintomas intestinais e 
coleta de amostras de fezes. Porém, vale ressaltar que alguns helmintos para-
sitam órgãos diferentes dos intestinos. Deve-se fazer a coleta de acordo com a 
suspeita diagnóstica e os sintomas apresentados pelo animal. Algumas larvas 
podem estar presentes no sangue, o que torna necessária a coleta deste para 
realização de exames.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 110
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Medidas profiláticas nas helmintoses
As helmintoses interferem no desenvolvimento dos animais de companhia 
e da atividade pecuária. Os prejuízos estão relacionados ao retardo na produ-
ção, custos elevados com tratamentos profi láticos e curativos, transmissão de 
zoonoses e morte dos animais. É importante observar as rotinas dos animais 
para adotar medidas profi láticas, visando à minimização das helmintoses.
A primeira medida profi lática se baseia no diagnóstico e tratamento dos 
animais infectados. Estes podem ser assintomáticos ou apresentar sinais ou 
sintomas como: urticária e dermatite nos locais de penetração da larva, ane-
mia, desnutrição, perda de peso, dor abdominal, diarreia entre outros. 
O tratamento é baseado nas espécies de helmintos e deve ser instituído 
de acordo com a prescrição do médico-veterinário. Os grupos de anti-hel-
mínticos e vermífugos utilizados nos animais são: benzimidazóis, pró-ben-
zimidazóis, imidazotiazóis, tetraidropirimidinas, avermectinas/milbemicinas, 
derivados de aminoacetil, espiroindóis, salicilanilidas, fenóis, piperazinas, or-
ganofosforados, arsenicais, entre outros. 
EXPLICANDO
O médico-veterinário deve analisar os animais e a prescrição deve ser 
realizada individualmente para cada um deles (cão e gato), ou de acordo 
com as características do rebanho, e não utilizar protocolos baseados em 
características gerais. 
Além do tratamento, medidas de higiene no local em que os animais se 
encontram são primordiais para minimizar a contaminação por fezes, princi-
palmente em água e alimentos.
Isolamento de áreas e ambientes contaminados, controle de hospedeiros 
intermediários e paratênicos, controle de animais vadios e manutenção dos 
animais domiciliados, com alimentação adequada, são outras medidas a se-
rem adotadas. 
É importante orientar aos tutores e criadores que a assistência médica 
veterinária regular é de extrema importância para a sanidade e bem-estar 
dos animais. Não se deve medicar animais sem orientação, pois pode acarretar 
resistência e intoxicação medicamentosa.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 111
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Sintetizando
O estudo do Filo Platyhelminthes no contexto da helmintologia na parasito-
logia veterinária tem a mesma importância do que os outros filos. Os helmintos 
sãoparasitas de diversos vertebrados acarretando doenças e prejuízo no habi-
tat animal, o que afeta os seres humanos devido à proximidade.
Observamos que os cestoides e trematódeos apresentam ciclos evolutivos 
com a presença de hospedeiros intermediários, denominados heteróxenos. Os 
parasitas afetam órgãos como intestino e fígado, o que nos alerta sobre as for-
mas de transmissão e eliminação dos helmintos no ambiente.
Notamos, também, que a presença de hospedeiros intermediários no ciclo 
evolutivo faz com o que parasita precise adquirir forma para se manter dentro 
do organismo, a fim de que possa ser ingerido pelo hospedeiro intermediário e 
dar continuidade ao ciclo. Foram demonstradas as principais características e a 
morfologia que define as espécies, o que facilita o reconhecimento da infecção.
Por fim, relatamos as espécies de cestoides e trematódeos de interesse 
médico-veterinário na rotina clínica de pequenos e grandes animais. Foram 
demonstrados os principais métodos diagnósticos utilizados nas helminto-
ses, além de medidas profiláticas para minimizar e controlar a doença em 
animais infectados.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 112
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 112 22/07/2021 16:55:01
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TAYLOR, M. A. et al. Parasitologia veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
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PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 113
SER_MV_PARASIVET_UNID4.indd 113 22/07/2021 16:55:01ingestão de partículas; 
• Pseudópodes, cílios e fl agelos: locomoção;
• Microtúbulos: formação do citoesqueleto.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 14
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Funções dos protozoários
Os protozoários apresentam mobilidade e a locomoção é realizada por 
estruturas oriundas do corpo basal. Em algumas espécies, encontramos os 
fl agelos únicos, numerosos ou aderidos ao corpo do protozoário, formando 
o que chamamos de membrana ondulante. 
Outras espécies apresentam cílios que recobrem o corpo todo e, confor-
me se movimentam, são responsáveis também por levar alimento até a boca 
(citóstoma), como as espécies que possuem pseudópodes, prolongamentos 
citoplasmáticos que auxiliam na locomoção e fagocitose de nutrientes. Quan-
do são desprovidos de estruturas para locomoção, realizam o deslizamento. 
Veja na Figura 1.
Amoeba
Paramecium caudatum Chlamydomonas
Euglena
Figura 1. Representação de protozoários com as estruturas de locomoção. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/03/2021. 
A nutrição dos protozoários é realizada, na maioria, pelo processo de pi-
nocitose ou fagocitose, em que gotículas ou macromoléculas são englobadas 
pelo parasito ao aderirem a superfície externa. No interior da célula, essas 
partículas se fusionam com lisossomos para promover a digestão e o que 
não for digerido é eliminado pela célula. A nutrição, através do citóstoma, 
ocorre pela penetração do alimento em um vacúolo dentro da célula e o que 
não for digerido é excretado por difusão pela membrana celular.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 15
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A reprodução dos protozoários pode ser assexuada (divisão binária, o bro-
tamento ou merogonia – esquizogonia), em que a célula se divide por mitose e dá 
origem a clones sem troca de material genético. A divisão binária consiste em 
divisão da célula em duas idênticas, conforme pode ser observado na Figura 2.
Reprodução assexuada em protozoários
(longitudinal)
Vacúolo 
contrátil
Flagelo 
novo
Septo
Núcleo
Figura 2. Representação da reprodução assexuada, divisão binária, nos protozoários. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 
29/03/2021. 
No brotamento ocorre a divisão da célula em duas, formando uma menor 
que a original. A merogonia ocorre quando o trofozoíta aumenta no tamanho 
e o núcleo se divide repetidamente, dando origem ao meronte (esquizonte) e, 
quando maduro, cada núcleo dá origem a um merozoíta, sendo liberados após 
o rompimento do meronte. 
Outra forma de reprodução é a sexuada, em que a célula se divide por 
meiose denominada gametogonia ou esporogonia. Nesse momento, o zigoto 
sofre repetitivas divisões nucleares originando esporozoítos haploides. Contu-
do, dependendo da espécie do protozoário, este apresenta reprodução asse-
xuada e sexuada no ciclo biológico ou a presença de um vetor ou hospedeiro 
intermediário para realizar uma das fases.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 16
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A reprodução faz parte do ciclo evolutivo dos protozoários e dos seres vivos 
de uma maneira geral, pois representa as transformações que os indivíduos 
passam para perpetuar e garantir a continuidade de sua espécie. 
A classifi cação é ciclo monóxeno, com presença do parasito e 
hospedeiro defi nitivo, e ciclo heteróxeno, com presença do pa-
rasito, hospedeiro defi nitivo e um ou mais hospedeiros interme-
diários ou vetores.
Protozoários de interesse médico-veterinário
Na natureza, os protozoários têm um papel importante como indicadores 
ambientais, decompositores, atuantes no ciclo do carbono, nitrogênio, entre 
outros compostos importantes. Além disso, estão relacionados com a pro-
dução de fármacos e alimentos. Na medicina veterinária, a importância do 
estudo são os protozoários patogênicos, que causam doenças nos animais e 
doenças que podem ser transmitidas aos seres humanos, chamadas de zoo-
noses. Porém, vale ressaltar que na microbiota do rúmen estão presentes 
espécies de protozoários comensais ou simbióticos que fazem um papel im-
portante na digestão da celulose e no abomaso, responsáveis por atuar na 
síntese proteica para o hospedeiro.
O interesse médico-veterinário nos protozoários patogênicos visa a inter-
venção dos profi ssionais nos pacientes, garantindo o bem-estar animal. Dessa 
forma, entendemos que os animais domésticos são aqueles que, em longo 
período, os homens conseguiram adaptar seu comportamento e reprodução 
para mantê-los próximo para companhia ou na área de produção. 
Com isso, o controle de doenças é essencial na saúde pública de-
vido a essa proximidade. Vale lembrar que na atualidade a apro-
ximação com animais silvestres ou selvagens está crescendo, 
sendo um comportamento perigoso devido ao desconhe-
cimento da microbiota e doenças desses animais. 
Dentro desse contexto, vamos apresentar as prin-
cipais ordens de protozoários e, dentre cada uma de-
las, as famílias e as espécies de interesse médico-ve-
terinário.
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Ordem Trichomonadida e Giardiida 
A ordem Trichomonadida apresenta membros da família Trichomonadi-
dae, protozoários comensais presentes no trato gastrintestinal de vertebra-
dos. De interesse médico-veterinário, algumas espécies causam enterite e diar-
reia, mas o gênero Tritrichomonas nos bovinos causa uma doença abortiva, de 
transmissão venérea, levando à infertilidade. A espécie Tritrichomonas foetus 
tem como local de predileção o prepúcio e o útero. O protozoário é cosmo-
polita e a prevalência atualmente vem diminuindo, por causa da inseminação 
artifi cial (técnica que substituiu a reprodução natural), a transmissão venérea. 
O parasito é piriforme, mede 10-25 μm de comprimento por 3-15 μm de largura, 
apresenta um núcleo e quatro fl agelos, sendo um deles a membrana ondulante.
Membrana 
ondulante
Núcleo
Axóstilo
Flagelos
Figura 3. Forma evolutiva trofozoíta do protozoário Tritrichomonas foetus. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/03/2021. 
A reprodução dos tricômonas é assexuada, divisão binária, e o ciclo evolu-
tivo é monóxeno, ou seja, presença de um hospedeiro defi nitivo e o parasito. 
No hospedeiro, os estágios trofozoítas se instalam nas células dos órgãos de 
predileção, proliferando e dando origem a outros parasitos que serão elimina-
dos através das secreções, infectando outros hospedeiros pelo contato direto. 
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Os sinais clínicos, no touro, são determinados por uma secreção associada 
a pequenos nódulos na membrana do prepúcio e do pênis, após a infecção. 
A doença pode se tornar crônica com ausência de lesões. Na vaca, os sinais 
clínicos se iniciam com vaginite e observa-se o aborto com 1 a 16 semanas de 
gestação. Em alguns casos, apesar da infecção, pode não ocorrer o aborto, mas 
os ciclos estrais ficam irregulares. Entretanto, pode-se observar endometrite e 
piometra, mas, normalmente, se recuperam e se tornam imunes. 
O diagnóstico é realizado por meio do histórico clínico de aborto e exame 
laboratorial do lavado prepucial, fetos abortados e muco vaginal. O tratamen-
to é baseado nos sintomas e é recomendado repouso sexual por três meses 
nas fêmeas, por ser uma doença autolimitante. Com relação aos machos, a 
melhor alternativa é retirar da reprodução, porém o tratamento realizado com 
dimetridazol oral ou intravenoso pode trazer resultados eficazes. 
Como forma de controle, em muitos lugares, é utilizada a inseminação arti-
ficial. A técnica, além de garantir um melhoramento genético dos animais, pa-
dronização do rebanho, descendentes de um bom produtor, economia com 
touros, entre outros, contribui para controle de doenças sexualmente trans-
missíveis (transmissão venérea), pois o sêmen tem procedência e é testado 
para o risco de contaminação por qualquer patógeno ser eliminado. 
A ordem Giardiidaapresenta membros da família Giardiidae, de acordo 
com a classificação da nova sistemática. A espécie Giardia intestinalis (tam-
bém conhecida como Giardia duodenalis ou Giardia lamblia) é cosmopolita res-
ponsável pela giardíase, doença comum em humanos, animais domésticos e 
selvagens, causando uma diarreia crônica.
DICA
A vacina (GiardiaVax®) está disponível no mercado para uso em infec-
ções causadas pela Giardia intestinalis, em cães e gatos. A administração 
possibilita a redução dos sinais clínicos, dos danos causados pelo parasi-
to e da excreção fecal dos cistos. 
O parasito apresenta os trofozoítas, definidos como estágios simétricos bila-
terais e piriformes a elipsoides. Possuem dois núcleos anteriores, oito flagelos e 
medem de 12-15 μm de comprimento por 5-9 μm de largura. Outro estágio com-
preende os cistos ovoides, que medem 8-12 por 7-10 μm e contêm quatro núcleos.
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Giardia intestinalis
Trofozoíto Cisto
Ciclo de vida da Giardia lamblia
Infecção de cistos
Excistação
Multiplicação
Encistação
Figura 4. Forma evolutiva trofozoíta e cisto do protozoário Giardia intestinalis. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/03/2021. 
Figura 5. Ciclo evolutivo do protozoário da espécie Giardia lamblia (Giardia intestinalis). Fonte: Shutterstock. Acesso 
em: 29/03/2021. 
A Giardia é o único parasito apresentando um disco aderente na superfície 
ventral do corpo, com a função de fi xar nas células da mucosa intestinal. 
A reprodução do parasito é assexuada (divisão binária) e o ciclo evolutivo 
é monóxeno. Assim, o hospedeiro se infecta com o cisto através de água e ali-
mentos contaminados (transmissão fecal-oral). No estômago, ocorre excis-
tação e o trofozoíto móvel é liberado para aderir às células intestinais e, con-
sequentemente, há uma proliferação e novos deles são formados. Parte sofre 
encistação e é excretada pelo hospedeiro nas fezes. Veja na Figura 5. 
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Os sinais clínicos são diarreia crônica pastosa, emagrecimento, falta de ape-
tite e letargia, apesar de grande número dos animais serem assintomáticos. O 
diagnóstico é feito pelo histórico clínico e confi rmado pela presença de cistos 
nas fezes em exame laboratorial. A doença, em alguns indivíduos, pode ser 
autolimitante e sem a necessidade de tratamento. Mas, quando necessário, 
os nitroimidazóis (metronidazol, tinidazol) são utilizados.
O controle deve ser realizado com higienização dos locais com animais in-
fectados e cuidados na manipulação de alimentos e água. A giardíase é uma 
zoonose e isso signifi ca que é necessário o cuidado do tutor com a manipula-
ção de animais doentes devido à transmissão ser direta. Vale ressaltar ainda 
que pode ocorrer a reinfecção da doença, ou seja, um animal ou um humano 
que já foi infectado com o parasito pode se infectar novamente.
Ordem Trypanosomatida
A ordem Trypanosomatida, pertencente à classe Kinetoplasta, inclui a 
família Trypanosomatidae, representada pelos tripanossomas e leishmanias, 
denominados hemofl agelados.
O gênero Trypanosoma representa espécies encontradas na corrente san-
guínea e em tecidos de hospedeiros vertebrados, com importância relevante 
em regiões tropicais. O nome dado à doença causada é tripanossomíases, ca-
paz de afetar humanos e animais domésticos, como equinos, burros, capiva-
ras, camelos, búfalos, cabras, ovelhas, cães entre outros. Poucas espécies cau-
sam séria morbidade e mortalidade, mas todas são transmitidas por moscas 
do gênero Tabanus e Stomoxys spp., com exceção do Trypanosoma equiper-
dum com transmissão venérea. Uma doença bastante conhecida é o “mal das 
cadeiras” causada pela espécie Trypanosoma evansi. 
A morfologia do corpo dos tripanossomas é arredondada, ou semelhante 
a uma folha, contendo um núcleo vesicular e microtúbulos sob a membrana 
externa. Possui cinetoplasto esférico com DNA, fl agelo único e, alguns gêneros, 
apresentam membrana ondulante. 
O ciclo evolutivo é heteróxeno, ou seja, apresenta o hospedeiro defi nitivo, pa-
rasito e um ou mais hospedeiros intermediários (moscas). Na espécie Trypanosoma 
equiperdum, o ciclo é monóxeno. No ciclo evolutivo, as espécies do gênero podem 
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apresentar os estágios de amastigota, promastigota, epimastigota e/ou tripto-
mastigota. Entretanto, o desenvolvimento dos tripanossomas nos hospedeiros defi-
nitivos é relativamente simples, com a introdução das promastigotas pelo inseto, pas-
sivamente pela contaminação das mucosas ou pela pele (no caso de espécies T. cruzi). 
A reprodução é assexuada (divisão binária) nos órgãos de predileção de cada espécie. 
Os principais sinais clínicos das tripanossomíases são emagrecimento em 
curto período, febre, anemia intensa, apatia e evolução para óbito. Pode ha-
ver lacrimejamento excessivo, conjuntivite e hiperexcitabilidade. Na espécie T. 
equiperdum, os sinais clínicos nos machos são perda de libido, retardamento 
da puberdade e qualidade ruim do sêmen. Ciclo estral irregular resultando em 
baixa fertilidade, dificuldade no parto e abortos acometem as fêmeas. 
O diagnóstico é realizado por meio do exame e histórico clínico, com a iden-
tificação do parasito no exame laboratorial. Veja na Figura 6. 
Figura 6. Esfregaço sanguíneo contendo formas triptomastigota de protozoários do gênero Trypanosoma. Fonte: 
Shutterstock. Acesso em: 29/03/2021. 
Vale ressaltar que os medicamentos liberados para o tratamento são ace-
turato de dimenazeno, brometo ou cloreto de homidium e cloreto de isometa-
midium, além do controle biológico dos vetores. Assim, o controle das moscas 
pode ser realizado por produtos inseticidas disponíveis no mercado, que são co-
locados em cochos, pulverizados em paredes ou locais de descanso dos insetos.
O gênero Leishmania compreende parasitos que causa a doença chamada 
leishmaniose, classificada como doença tropical negligenciada, afetando milhares 
de pessoas no mundo. A manifestação ocorre de três formas: cutânea, mucocutâ-
nea e visceral. A forma mais grave é a visceral, no Brasil, transmitida por mosqui-
tos feblotomíneos do gênero Lutzomyia conhecidos como mosquitos-palha.
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A doença é relatada em humanos, cães, gatos e vários roedores. Animais 
silvestres são considerados reservatórios da doença e, com a proximidade do 
homem e dos animais domésticos com a natureza, a transmissão acaba ocor-
rendo. Com a evolução dos tempos, a doença passou a ser considerada urba-
na, algumas regiões no Brasil já são consideradas endêmicas e é observado um 
avanço para regiões que, até então, não tinham casos notifi cados.
A morfologia do parasito é ovoide, possui cinetoplasto em formato de bas-
tão e fl agelo único. Parasitam o interior de células do sistema fagocitário, prin-
cipalmente macrófagos. Sabemos que eles são encontrados no estágio amas-
tigota no hospedeiro vertebrado e no estágio promastigota no hospedeiro 
intermediário (mosquito), como podemos ver na Figura 7.
Golgi
Núcleo
Núcleo
Cinetoplasto
Cinetoplasto
Mitocôndria
Mitocôndria
Flagelo
Flagelo
Golgi
Forma promastigota
Forma amastigota
Leishmania
Figura 7. Forma promastigota e amastigota do protozoário do gênero Leishmania. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 
29/03/2021. 
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No hospedeiro vertebrado, os principais órgãos acometidos são pele, baço, 
fígado, medula óssea e linfonodos. 
Sabe-se que o ciclo evolutivo é heteróxeno. Dessa forma, após a ingestão, 
pelo mosquito, de estágios amastigotas oriundos principalmente da pele, 
transformam-se em estágios promastigotas no intestino do inseto. Ocorre pro-
liferação, por divisão binária, e migração dosparasitos para a probóscide do 
inseto. Ao realizar o repasto sanguíneo, as promastigotas são inoculadas em 
um novo hospedeiro. Ao atingirem os macrófagos, a promastigota retorna ao 
estágio de amastigota e começa a se multiplicar. Observe a Figura 8.
Figura 8. Representação do ciclo evolutivo do protozoário do gênero Leishmania no cão. Fonte: Adobe Stock. Acesso 
em: 29/03/2021. 
No Brasil, a leishmaniose visceral (causada pela espécie Leishmania infantum) 
é classificada como zoonose. Trata-se de uma doença crônica, sistêmica e assinto-
mática na maioria dos cães acometidos, considerando-se o reservatório da doença 
no ambiente urbano. Quando sintomáticos, os principais sinais clínicos são febre de 
longa duração, perda de peso, anemia e manifestações dermatológicas.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 24
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O diagnóstico é realizado por meio de exames laboratoriais (RIFI e ELISA) e 
do parasitológico direto, coletado de sangue periférico, possibilitando a visua-
lização de formas amastigotas no interior de macrófagos.
CURIOSIDADE
O diagnóstico tem o objetivo de encontrar a razão e a natureza de uma do-
ença. Na leishmaniose visceral é essencial que, além do histórico clínico 
do animal, a realização de exames complementares seja obrigatória para 
fechar o diagnóstico. Além de confi rmar, auxilia o médico veterinário a 
estadiar a doença, avaliando tratamento e prognóstico. 
Com o passar do tempo, o tratamento de cães, no Brasil, deu-se com o 
uso do Milteforan® com o princípio ativo miltefosina, específi co para ação 
no protozoário, podendo ser associado com anfotericina B, dependendo do 
estágio da doença. A miltefosina foi liberada para o uso em cães, pois no 
Brasil o medicamento para uso em humanos é o antimoniato de meglumina. 
O controle da doença é a realização de sorologia para o diagnóstico (prin-
cipalmente os assintomáticos), o tratamento de cães infectados e o uso de 
coleiras repelentes do mosquito. É importante salientar que a leishmaniose 
não tem cura, mas sim controle da carga parasitária. No mercado, a vacina 
Leishmune® é liberada para uso em cães com a sorologia negativa como 
medida profilática. 
Ordem Eucoccidiorida
A ordem Eucoccidiorida possui membros representados pelas 
famílias Eimeriidae e Sarcocystiidae. Os parasitos são intracelula-
res obrigatórios e representam uma ameaça à saúde e ao bem-
-estar de animais e humanos.
Os parasitos do gênero Eimeria não infectam humanos, mas cau-
sam um impacto econômico importante na pecuária, em particu-
lar na avicultura, apresentando diversas espécies encontradas 
em todo o mundo. A morfologia desse gênero é utilizada para 
diferenciar as espécies, pois pouco se sabe sobre a biologia. 
O gênero Eimeria apresenta oocistos com quatro esporocis-
tos, contendo quatro esporozoítas cada. Veja na Figura 9.
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 25
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Eimeria sp.
Oocisto não esporulado Ooscisto esporulado
Figura 9. Representação do oocisto do protozoário do gênero Eimeria sp. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 29/03/2021. 
(Adaptado).
O ciclo evolutivo é monóxeno, restrito a um único hospedeiro, onde há uma 
reprodução rápida e com elevado parasitismo no intestino, causando enterite 
aguda de gravidade variável. O ciclo se inicia com a ingestão de um oocisto es-
porulado. Após a ação da digestão, ocorre a liberação dos esporocistos que in-
vadem as células intestinais e se transformam em esquizontes ou merontes. 
Os esquizontes, realizando a reprodução assexuada através da fi ssão múltipla 
(esquizogonia ou merogonia) e, após o seu amadurecimento, promove a liberação 
das formas merozoítas na luz intestinal, infectando novas células do hospedeiro. 
Depois de alguns ciclos de esquizogonia, o parasito sofre diferenciação em 
macrogametócitos e microgrametócitos. Os microgametas liberados pelos 
microgametócitos vão até os macrogametas, utilizando fl agelos, fecundando-
-os e produzindo zigotos. Cada zigoto resulta em um oocisto não esporulado, 
eliminado pelas fezes. No ambiente com condições favoráveis, acontece a espo-
rogonia (uma meiose e duas mitoses) e torna-se oocistos esporulados, forma in-
fectante do parasito. A ingestão do oocisto esporulado dá início a um novo ciclo. 
O diagnóstico é realizado por meio do histórico e exame clínicos dos ani-
mais, além de exames laboratoriais para a comprovação da presença do pa-
rasito nas fezes. O tratamento é baseado no fornecimento de medicamentos 
anticoccídicos, adicionados à água ou ração.
Para o controle, medidas profi láticas são necessárias a fi m de conter surtos 
e transmissão da doença. Limpeza frequente do local onde os animais fi cam, 
diminuição da aglomeração, higienização no preparo dos alimentos, forneci-
mento de água potável são exemplos do que deve ser feito.
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A família Sarcocystidae apresenta as espécies Toxoplasma gondii e Neos-
pora caninum. 
Na espécie Toxoplasma gondii, os hospedeiros definitivos são os felinos 
e os hospedeiros intermediários são animais como aves, roedores e o ho-
mem. Embora a infecção seja na maioria assintomática, algumas causam 
lesões retinianas e, em indivíduos imunocomprometidos ou quando con-
traídos de forma congênita, podem levar à disseminação de risco de vida e 
infecções, envolvendo o sistema nervoso central. 
Com relação à morfologia dos oocistos, sabemos que eles são arredon-
dados e medem de 11 a 15 μm por 8 a 2 μm de diâmetro. Após ocorrer a 
esporulação, os oocistos têm dois esporocistos de 8,5 μm por 6 μm, com 
quatro esporozoítas cada. Os taquizoítas são encontrados em células car-
díacas, hepatócitos, fibroblastos e células reticulares. Os bradizoítos, ou 
cistos teciduais (até 100 μm), são encontrados em maioria no cérebro, fíga-
do, pulmão e músculos. 
O ciclo evolutivo apresenta a fase sexuada (gametogonia), sendo ente-
roepitelial e com a produção de oocistos, que são liberados nas fezes. Deve-
mos ressaltar que essa fase só ocorre no hospedeiro definitivo, os felídeos. 
Os felinos adquirem a toxoplasmose principalmente pelo carnivorismo, por 
se alimentarem de presas infectadas (aves e roedores). Em condições am-
bientais adequadas, os oocistos esporulam e se tornam infectivos dentro de 
um a cinco dias. 
A infecção nos hospedeiros intermediários é iniciada com a ingestão de 
oocistos esporulados. A doença é caracterizada pela fase aguda e, após o 
estágio de esporozoíta ser liberado do oocisto, penetra na parede intestinal 
disseminado pela via hematógena. Ao penetrar na célula, se multiplica pelo 
mecanismo de brotamento ou endodiogenia. A célula, ao apresentar de 8 a 
16 taquizoítas, se rompe e novas células são infectadas. Muitos hospedei-
ros começam a produzir anticorpos contra o parasito, limitando a invasão 
dos taquizoítas em outras células e resultando na formação dos bradizoítos 
(cistos). A formação dos bradizoítos caracteriza a fase crônica da doença. 
Se, por qualquer razão, o sistema imune do hospedeiro é deprimido, o cisto 
rompe e libera os bradizoítos. Estes tornam-se ativos e retomam o estágio 
taquizoíta, ativando a fase aguda da doença. Veja na Figura 10. 
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Replicação
intracelular
Adesão
Saída
Invasão
Figura 10. Representação do ciclo evolutivo do protozoário do gênero Toxoplasma gondii. Fonte: Shutterstock. Acesso 
em: 12/05/2021. 
O diagnóstico é realizado por meio de exames laboratoriais, como soro-
logia e PCR. O tratamento, por sua vez, é realizado de acordo com o paciente 
e com o local da lesão causada pelo protozoário. Medicamentos, como piri-
metamina, sulfadiazina, espiramicina e, ácido folínico, podem ser associados 
para melhor prognóstico. 
O controle da doença é realizado com o cuidado na higienização dos ali-
mentos, retiradadas fezes do gato da caixa de areia com menos de três dias, 
ações para evitar o carnivorismo, mantendo os gatos domiciliados e cuidados 
para evitar alimentos crus ou malpassados sem procedência, principalmente 
por gestantes.
A espécie Neospora caninum é um parasito que infecta muitos mamíferos 
e continua sendo uma doença ameaçadora em todo o mundo, devido à falta 
de medicamentos e vacinas eficazes. Além disso, tem uma grande importân-
cia econômica sendo considerada, em muitos países, como uma das maio-
res causas de aborto em bovinos. Acomete principalmente cães e bovinos e, 
ocasionalmente, pode ocorrer em coiotes, ovinos, caprinos, equinos, gatos, 
cervídeos e bubalinos.
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Os estágios do parasito são os oocistos não esporulados com comprimento 
entre 10,6 μm e 12,4 μm por largura entre 10,6 μm e 12 μm e os taquizoítas com 
medidas de 6 μm por 2 μm. Nos tecidos nervosos, o parasito torna-se um cisto 
oval de 107 μm de comprimento e parede espessa (até 4 μm).
O ciclo evolutivo é heteróxeno. Assim, o hospedeiro defi nitivo excreta oocis-
tos nas fezes entre 8 a 23 dias após a infecção. Os hospedeiros intermediários, 
como bovinos, ingerem os oocistos em alimentos contaminados, são reconhe-
cidos pelo sistema imunológico ao se tornarem ativos nos tecidos. Na infecção 
aguda pode ocorrer abortos espontâneos. Nos bovinos, ocorre a transmissão 
vertical e os fetos já nascem infectados com o parasito. Os cães se infectam 
ingerindo restos placentários de vacas infectadas.
Os principais sinais clínicos são aborto e lesões do sistema ner-
voso central. O diagnóstico é realizado pelo histórico clínico, exa-
mes laboratoriais e histopatológico do feto abortado. Não 
há tratamento efi caz e o controle é necessário para evitar 
a transmissão da doença. Evitar alimentar animais com 
carne crua ou ter acesso a restos placentários, evitar a 
ingestão de oocistos através de água contaminada e, se 
possível, instalar a inseminação artifi cial no local. 
Ordem Piroplasmorida e reino Bacteria: ordem Rickettsiales 
A ordem Piroplasmorida, também denominada “piroplasmas”, trata de pa-
rasitos de eritrócitos ou leucócitos de vertebrados. A família Babessidae faz 
parte dessa ordem, com o gênero Babesia responsável pela doença zoonóti-
ca emergente chamada babesiose. A transmissão ocorre principalmente atra-
vés da picada de um carrapato infectado e pouco frequente por transfusão 
sanguínea. No Brasil, essa doença tem um impacto considerável na saúde e 
economia da pecuária por causa do clima tropical, favorável para a reprodu-
ção infestação dos vetores. Em bovinos, os principais agentes etiológicos são 
Babesia bovis e Babesia bigemina. Nos cães, os principais agentes etiológicos 
são Babesia canis e Babesia gibsoni. Morfologicamente, os parasitos são arre-
dondados, medindo de 1 a 5 μm de diâmetro, e as formas piriformes medem 
de 1 a 6 μm de diâmetro, dependendo da espécie.
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Babesiose
Figura 11. Representação da doença babesiose pelo agente Babesia canis. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 12/05/2021.
O ciclo biológico é heteróxeno e os vetores são carrapatos ixodídeos ou ar-
gasídeos. A forma infectante do parasito, estágio esporozoíta, é inoculado pe-
los vetores no hospedeiro vertebrado, junto com a saliva, durante a hematofa-
gia. Nos eritrócitos dos hospedeiros, o parasito se torna trofozoíta, faz ciclos de 
merogonia, rompe as células e libera merozoítas que invadem outras células. 
A reprodução do parasito no vetor é sexuada. Após a ingestão de merozoítas, 
presentes no sangue do hospedeiro, tornam-se vermiformes e penetram na 
cavidade corporal. No ovário das fêmeas, agregam-se e dividem-se para for-
mar pequenos microrganismos redondos, que podem ser transmitidos para 
os embriões (transmissão transovariana). Pode ocorrer ainda a transmissão 
transestadial, quando os carrapatos sofrem mudas de estágio larvário para o 
estágio de ninfa. O parasito, na glândula salivar, sofre divisões binárias, tornan-
do-se esporozoítos e com inoculação em um novo hospedeiro.
Os sinais clínicos observados na babesiose canina e bovina são parecidos. 
Febre, mucosas pálidas, hemólise aguda de baixa intensidade, letargia, depres-
são, linfadenopatia, desidratação, perda de peso, anemia, icterícia, anorexia, 
ascite e hepatomegalia são observados frequentemente. Nos grandes animais, 
ainda pode haver sintomas neurológicos, déficit na produção, edema na região 
ventral, manchas hemorrágicas na gengiva e conjuntiva ocular, alterações nos 
exames laboratoriais, aborto e morte.
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O diagnóstico tem como base o exame físico e os testes laboratoriais. A pre-
sença da Babesia sp. pode ser detectada nos eritrócitos através de esfregaços 
sanguíneos. Veja na Figura 12. 
Figura 12. Estágios merozoítas do protozoário Babesia canis no interior de eritrócitos. Fonte: TAYLOR; COOP; WALL, 
2017, p. 2568. (Adaptado). 
No tratamento, é usado o dipropionato de imidocarb, o aceturato de dimi-
nazeno, isetionato de fenamidina e o diisetionato de amicarbalida e oxitetraci-
clina. Caso ocorram efeitos adversos do uso de dipropionato de imidocarb, é 
necessário a aplicação de atropina. Para diminuir a transmissão da doença, é 
importante identifi car os animais infectados, tratá-los e realizar o controle da 
infestação dos carrapatos.
Tal controle no ambiente e no animal é importante para conter a transmis-
são pelo vetor, assim como impedir a transferência acidental de sangue de um 
animal para outro. Existem vários protocolos para o controle dos carrapatos, 
dentre eles: controle alopático, feito com feromônios associados a substâncias 
tóxicas; controle biológico, com uso de pastagens que difi cultam a ovoposição 
dos carrapatos, as raças de bovinos resistentes e o cultivo de predadores bioló-
gicos; controle estratégico com medidas que agem no ciclo evolutivo; controle 
imunológico com tecnologia de vacinas vivas e vacinas mortas coadjuvantes. 
Fitoterapia com plantas medicinais e homeopatia também são opções utiliza-
das com efi ciência no combate aos carrapatos. 
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O reino Bacteria compreende os microrganismos procarióticos e unicelu-
lares. O estudo da ordem Rickettsiales na parasitologia é por motivos históri-
cos. Os membros da família Anaplasmataceae são pequenos, presentes e aco-
plam na superfície ou no interior dos eritrócitos e leucócitos de vertebrados. 
Os principais gêneros são Anaplasma e Ehrlichia. 
A transmissão dos parasitos ocorre por meio de carrapatos que se alimen-
tam de sangue de ampla variedade de hospedeiros, como bovinos, equinos, 
caninos gatos, aves, mamíferos selvagens e seres humanos.
O ciclo evolutivo, de ambos os gêneros, é heteróxeno. Os estágios repro-
dutivos do parasito estão presentes tanto nos carrapatos quanto nos ani-
mais vertebrados. No hospedeiro vertebrado, o microrganismo é inoculado 
na corrente, penetra na célula e forma um vacúolo. No interior do vacúo-
lo, ocorre a divisão para a formação da mórula que pode permanecer por 
anos. No hospedeiro invertebrado, o ciclo biológico inicia com o repasto 
sanguíneo, uma vez que o sangue contém células infectadas. No intestino, 
desenvolvem-se e migram para outros tecidos, incluindo as glândulas sali-
vares. Nos carrapatos, ocorre a transmissão transovariana e transestadial 
desses parasitos.
O gênero Anaplasma compreende microrganismos intracelulares obriga-
tórios de 0,3 a 1,0 μm de diâmetro, que infectam células eritrocitárias, vistos 
no citoplasma como vacúolos. Pode ser transmitido por carrapatos, de forma 
mecânica, moscas ou objetos contaminados. Várias espécies de carrapatos po-
dem transmitir os microrganismos,sendo a espécie Rhipicephalus microplus o 
principal vetor nas Américas.
Os principais sinais clínicos são anemia e icterícia, sem hemoglobinúria, po-
dendo haver cronicidade nos animais. Os bovinos, com uma baixa parasitemia, 
conferem uma manutenção de endemicidade da doença no rebanho. 
O gênero Ehrlichia compreende microrganismos intracelulares obrigató-
rios, medindo de 0,2 a 0,4 μm de diâmetro, com espécies que infectam leucó-
citos e são transmitidas por carrapatos, principalmente o da espécie Rhipice-
phalus sanguineus. Muitas espécies de Ehrlichia são encontradas em bovinos 
e ovinos. As espécies Ehrlichia canis, Ehrlichia chaffensis e Ehrlichia ewingii 
causam erliquiose nos cães e a espécie Ehrlichia risticii causa nos equinos uma 
doença conhecida como “Febre do cavalo Potomac”.
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A erliquiose apresenta fase aguda, subclínica e crônica da doença. Os si-
nais clínicos observados são apatia, falta de apetite, febre, vômitos, diarreia, 
hemorragia, respiração ofegante e mucosas pálidas. O diagnóstico é realizado 
pelo histórico clínico dos animais e exames laboratoriais. O tratamento se dá 
com antibiótico, principalmente com a doxiciclina. 
O controle da doença é realizado no tratamento dos animais infectados e 
no controle da infestação dos carrapatos. Para realizar tal controle, o protocolo 
pode ser semelhante ao que é feito na Babesiose.
Os parasitos Babesia sp. e Anaplasma sp. nos bovinos e 
Ehrlichia sp. e Babesia sp. nos cães podem estar associados e 
apresentar complexos de doenças comum na clínica médica 
desses animais.
CURIOSIDADE
A tristeza parasitária bovina é um complexo de doenças causada pela 
Babesia bovis, Babesia Bigemina e Anaplasma marginale acometendo 
bovinos. Outro complexo é a doença do carrapato causada por Ehrlichia 
sp. e Babesia sp. acometendo cães. 
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Sintetizando
O estudo da Parasitologia no contexto da Medicina Veterinária é muito im-
portante devido à gama de parasitos que causam doenças nas diversas es-
pécies de animais. Sem dúvidas, saber diferenciar o grupo de organismos e 
analisar o ciclo evolutivo de cada espécie é o ponto-chave para o diagnóstico e 
sucesso do tratamento. 
Observamos que os protozoários têm ciclos evolutivos, hospedeiros e ór-
gãos-alvo distintos. É importante compreender o mecanismo de cada parasito 
para saber a abordagem necessária para interrupção do ciclo e a intervenção 
correta para cura do animal e, talvez o mais necessário, evitar a transmissão 
para os demais animais e humanos, quando zoonoses, que tenham contato 
com os animais infectados. 
Vimos ainda que os protozoários, de acordo com a ordem em que são clas-
sificados, apresentam características semelhantes, como formas evolutivas, 
estruturas celulares, tipo de ciclos, vetores e hospedeiros. A classificação das 
ordens resulta nas semelhanças que os parasitos têm em si, mesmo sendo de 
espécies diferentes, porém observamos características que os definem e os 
sinais clínicos que causam, o que pode ser usado durante o exame e histórico 
clínico como diferenciais na suspeita do diagnóstico. As classificações podem 
mudar de acordo com os estudos científicos, principalmente estudos genômi-
cos, revelando novas informações e mudanças, dependendo das descobertas. 
Por fim, relatamos as espécies de interesse médico-veterinário na rotina 
clínica de pequenos e grandes animais, a fim de demonstrar as principais ca-
racterísticas que os define, o que facilita o reconhecimento e a capacidade de 
os médicos veterinários irem em busca do diagnóstico correto.
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Referências bibliográficas
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p. 54-63, jan./jun. 2018. Disponível em: . Acesso em: 11 maio 2021.
PERRONE, T.; et. al. Infectivity and virulence of Trypanosoma evansi and 
Trypanosoma equiperdum Venezuelan strains from three different host 
species. Veterinary Parasitology: Regional Studies and Reports, v. 13, p. 
205-211, jul. 2018. Disponível em: . Acesso em: 
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TAYLOR, M. A.; COOP, R. L.; WALL R. L. Parasitologia Veterinária. Rio de Janei-
ro: Guanabara Koogan, 2017.
TRAVI, B. L.; et. al. Canine visceral leishmaniasis: diagnosis and management of 
the reservoir living among us. PLOS Neglected Tropical Disease, v. 12, 11 jan. 
2018. Disponível em: . Acesso em: 11 maio 2021.
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FILO ARTHROPODA 
E ARTRÓPODES 
DE INTERESSE 
MÉDICO-VETERINÁRIO
2
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Apresentar os conceitos introdutórios referentes às características gerais dos 
artrópodes; 
 Apresentar as principais espécies de artrópodes de interesse médico-
veterinário.
 Filo Arthropoda
 Características gerais dos 
artrópodes
 Classes Insecta e Arachnida
 Artrópodes de interesse 
médico-veterinário
 Ordem Diptera
 Ordens Siphonaptera e 
Phthiraptera
 Ordens Ixodida, Astigmata e 
Prostigmata
 Controle dos ectoparasitas
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Filo Arthropoda
O filo Arthropoda agrupa mais de 1 mi-
lhão de espécies conhecidas e cataloga-
das, o que corresponde a mais de 80% de 
todas as espécies de animais descritas. 
Os artrópodes são animais invertebra-
dos, dotados de apêndices articulados, 
exoesqueleto quitinoso e corpo segmen-
tado. Habitam praticamente todos os habi-
tats do planeta.
A classifi cação é debatida há séculos, e a tecnologia da 
fi logenética molecular fornece uma nova relação entre os principais grupos 
dos artrópodes. Atualmente, de importância médica-veterinária, reconhe-
ce-se a divisão entre duas principais classes: Insecta e Arachnida, que, por 
sua vez, são divididas em ordens, famílias, gêneros e espécies.
As picadas desses animais causam reações locais, e algumas espécies 
são venenosas. As de maior importância no estudo da Parasitologia Vete-
rinária, porém, são as espécies que causam grandes infestações, compro-
metendo produtividade, e que desencadeiam reações alérgicas e trans-
mitem patógenos causadores de doenças nos animais.
No contexto da Parasitologia Veterinária, denominam-se ectoparasitas 
os artrópodes considerados parasitas, ou seja, organismos que se alimen-
tam e vivem o ciclo evolutivo, ou parte dele, na superfície do hospedeiro.
Os artrópodes podem ser vetores, ou seja, transmitem patógenos en-
tre dois hospedeiros ou hospedeiros intermediários, os quais abrigam o 
patógeno em sua fase larval, com mudanças de estágios, e depois transmi-
tem ao hospedeiro definitivo.
EXEMPLIFICANDO
A espécie de cestoide Dipylidium caninum é um parasita zoonótico 
de cães, gatos e, raramente, humanos. As pulgas são os hospedeiros 
intermediários pois albergam a fase larval do verme, enquanto os 
cães e gatos são os hospedeiros definitivos no ciclo de desenvolvi-
mento da tênia.
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Características gerais dos artrópodes
Na disciplina de Parasitologia Veterinária, defi ne-se a especialidade de en-
tomologia como o estudo de insetos de importânciaveterinária, mas pode-se 
ampliar o termo para todos os artrópodes que parasitam os animais.
Os artrópodes são bem diversifi cados. Suas principais estruturas e funções 
são:
• Segmentação: os artrópodes possuem o corpo segmentado (metaméri-
cos) e cada segmento possui diferentes funções. No caso de alguns artrópodes, 
a segmentação tem diminuído ou é ausente;
• Exoesqueleto: é uma estrutura acelular composta de proteína e quitina. 
Forma várias camadas de cutículas, o que confere dureza e é responsável pela 
proteção e suporte dos tecidos vivos dos artrópodes, recobrindo externamen-
te seu corpo;
• Apêndices: semelhantes a pernas, são segmentos tubulares conectados à 
membrana, formando articulações. O número e a função variam dependendo 
da espécie do artrópode;
• Trocas gasosas: a maioria dos artrópodes têm aberturas no exoesquele-
to chamadas estigmas (aracnídeos) ou espiráculos (insetos). Essas aberturas 
conduzem o ar até as traqueias e, depois, traquéolas, nas quais são feitas as 
trocas gasosas;
• Sistema circulatório: os artrópodes possuem cavidades chamadas de he-
moceles, nas quais a hemolinfa (sangue) circula, transportando hormônios, 
nutrientes e dejetos;
• Sistema nervoso: os artrópodes possuem um cérebro dorsal na cabeça 
que se conecta com nervos no intestino e nos gânglios. Também apresentam 
órgãos sensoriais, como olhos e antenas, bem desenvolvidos;
• Sistema digestório: consiste em um tubo que liga a boca ao ânus. Os 
intestinos se dividem em partes: papo, proventrículo, cecos gástricos e reto. 
Os dejetos são transportados pela hemolinfa e eliminados pelos túbulos de 
Malpighi;
• Órgãos dos sentidos: os receptores sensoriais estão presentes nos pelos, 
cerdas e espículas dos artrópodes, que carreiam quimiorreceptores sensíveis 
a estímulos específi cos;
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• Sistema reprodutor: os artrópodes apresentam sexos separados. As fê-
meas possuem ovários divididos em ovaríolos, que, por meio do oviduto, che-
gam ao ovipositor. Os machos possuem testículos, edeago (pênis) e esperma-
tóforo (proteção dos espermatozoides). Os artrópodes produzem ovos após a 
cópula entre o macho e a fêmea;
• Muda: trata-se do processo que o artrópode passa ao crescer. A muda do 
exoesqueleto se chama ecdise. As formas entre as mudas são chamadas de 
estágios ou estádios do ciclo evolutivo.
Classes Insecta e Arachnida
Na Parasitologia Veterinária, as 
classes de importância são: Insecta 
e Arachnida. Na classe Insecta, in-
cluem-se 30 ordens, sendo as ordens 
Diptera, Siphonaptera e Phthirap-
tera as de importância na medicina 
veterinária.
A estrutura do corpo dos artrópo-
des desta classe são: cabeça, tórax 
e abdome distintos, três pares de 
pernas e um par de antenas. Na ca-
beça, encontra-se um par de olhos e 
o aparelho bucal, com diversos formatos referentes 
à dieta. As pernas dos insetos têm funções espe-
cializadas para parasitar o hospedeiro, seja para 
correr, pular ou agarrar. Algumas espécies podem 
apresentar asas.
Na maioria das ordens, o ciclo evolutivo dos inse-
tos, os estágios juvenis e adultos, se assemelham em sua forma. 
O estágio juvenil é denominado ninfa e, durante seu desenvolvimento, os 
insetos trocam a cutícula algumas vezes, aumentando o tamanho e tornan-
do-se adultos. A Figura 1 apresenta o ciclo evolutivo descrito como desen-
volvimento hemimetábolo, ou incompleto.
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Dias 33-35: Os piolhos morrem
Morte
Dia 0: Ovo de piolho é 
colocado na haste do 
cabelo
Dias 6-7: Após 6-7 
dias, o jovem 
piolho nasce
Dias 8-9: Primeira 
muda, dois dias 
depois do 
nascimento
Dias 11-12: Segunda 
muda, cinco dias depois 
do nascimento
Dias 16-17: Terceira 
muda, dez dias depois 
do nascimento
Dias 17-19: Macho e 
fêmea ligeiramente 
maior começam a 
se reproduzir
Dias 19-32: Fêmea põe 
1-2 ovos depois de 
copular e continua a 
pôr 4-8 ovos por dia 
por 16 dias Ciclo de vida do 
piolho
Figura 1. Representação do ciclo evolutivo hemimetábolo dos piolhos. Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 18/05/2021. (Adaptado).
Figura 2. Representação do ciclo evolutivo holometábolo da pulga (à esquerda) e representação do ciclo evolutivo 
holometábolo do mosquito (à direita). Fonte: Shutterstock; Adobe Stock. Acesso em: 18/05/2021. (Adaptado).
Em outras ordens, nas quais os insetos apresentam uma maior evolução, 
os estágios juvenil e adulto são diferentes. No estágio juvenil, o inseto é deno-
minado larva, quando precisa se alimentar e crescer para se transformar em 
adulto, responsável pela reprodução. O ciclo evolutivo é descrito como desen-
volvimento holometábolo, ou completo. Durante o desenvolvimento, o inseto 
tem o estágio de pupa, responsável pela transição jovem-adulto e no qual todo 
o corpo é reorganizado e reconstruído, como pode ser visto na Figura 2.
Ciclo de vida da pulga
Ovos
Larvas
Pupas
Adulto
O ciclo de vida do mosquito
Imago
Ovos
Larva
Pupa
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Na classe Arachnida, o corpo dos adultos apresenta: gnatossoma (peças 
bucais), idiossoma (cefalotórax e abdome fusionados), quatro pares de pernas 
e ausência de antenas. Os membros de maior importância veterinária são os 
ácaros e os carrapatos, sendo parasitas obrigatórios, ou seja, que precisam 
estar em contato direto com o hospedeiro.
Os ácaros são ectoparasitas e habitam a pele de mamíferos e aves. A ali-
mentação se dá devido à escavação da superfície ou camadas da pele, na qual 
ingere restos celulares, secreções sebáceas, linfa ou sangue. O ciclo evolutivo 
apresenta os estágios: ovos, larvas, ninfas e adultos. Os estágios se diferen-
ciam pelo número de pernas, com exceção dos ovos. Veja na Figura 3.
Os carrapatos acometem mamíferos e aves. São ectoparasitas hematófa-
gos obrigatórios, com alta frequência de alimentação nos hospedeiros, o que 
pode causar reações inflamatórias, anemias e transmissão de patógenos.
As duas principais famílias de importância veterinária são: Ixodidae e Ar-
gasidae. O ciclo evolutivo da maioria das espécies consiste nos estágios: ovos, 
larvas, ninfas e adultos de ciclo de um ou mais hospedeiros. Veja mais deta-
lhes na Figura 4.
Sarna
Ninfa Fezes Ovos Toca
Ácaro da sarna
Figura 3. Representação do ciclo evolutivo dos ácaros. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 18/05/2021. (Adaptado).
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Figura 4. Representação do ciclo evolutivo do carrapato. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 18/05/2021. (Adaptado).
Ciclo de vida do carrapato
Ovos
Adulto
LarvaNinfa
Artrópodes de interesse médico-veterinário
Na medicina veterinária os artrópodes são ectoparasitas dos animais 
(hospedeiros vertebrados). A associação entre esses dois organismos pode 
resultar na transmissão de doenças, inclusive as alérgicas, lesões e diminui-
ção no desempenho, principalmente no caso de animais de produção.
Os ectoparasitas facultativos, em geral, vivem e se alimentam na super-
fície do corpo do hospedeiro e permanecem neste ambiente durante a maior 
parte do seu ciclo evolutivo.
Já os ectoparasitas obrigatórios dependem do hospedeiro para comple-
tar o ciclo biológico, vivendo de forma contínua na superfície do corpo. De 
modo geral, as espécies de parasitas são hospedeiro-específi cos.
Dentro deste contexto, vamos apresentar as principais ordens de artró-
podes e, dentro de cada ordem, as famílias e espécies de interesse médico-
-veterinário.
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Ordem Diptera
Esta ordem possui mais de 120 mil espécies descritas. Conhecidas como 
“moscas verdadeiras”, possuem duas asas e o ciclo de vida completo. No ciclo 
evolutivo das moscas, os estágios são: ovo, larva, pupa e mosca adulta, como 
mostra a Figura5.
10 mm
5
0
Tanto no estágio de larva quanto no adulto, as moscas podem parasitar hos-
pedeiros. No estágio adulto, porém, algumas espécies agem como vetores de 
doenças.
As moscas picadoras e não-picadoras, conhecidas como moscas irritantes, 
representam a família Muscidae. A maioria acomete animais de produção, e al-
gumas espécies são vetores de doenças bacterianas, helmintoses e protozooses.
As principais espécies de importância médico-veterinária são Musca domes-
tica (mosca-doméstica), Stomoxys calcitrans (mosca-dos-estábulos) e Haemato-
bia irritans (mosca dos chifres).
Figura 5. Representação dos estágios do ciclo evolutivo das moscas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 18/05/2021. (Adaptado).
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As fêmeas adultas da espécie Musca domestica têm de 6 a 8 mm de 
comprimento, e os machos adultos, 5 a 6 mm. A coloração pode variar de 
cinza claro a cinza escuro. O tórax apresenta quatro listras longitudinais 
escuras, e o abdome tem cor amarelo-acastanhado. Os olhos são averme-
lhados e, nas fêmeas, o espaço entre eles é o dobro do que nos machos. 
Por fim, as pontas das aristas são plumosas.
No ciclo evolutivo, a fêmea põe até 150 ovos em matéria orgânica apo-
drecida ou nas fezes dos hospedeiros no intervalo de três a qua-
tro dias. Com temperatura adequada, após 12 a 24 horas, os 
ovos eclodem, produzindo as larvas. Em três está-
gios, as larvas se alimentam da matéria orgânica 
e amadurecem entre três e sete dias, migram 
para um lugar mais seco, pupam e, depois de 
23 a 26 dias, emergem as moscas adultas. Veja 
mais detalhes na Figura 6.
Ciclo de vida da mosca doméstica
Mosca doméstica 
adulta
1º estágio 
larval
2º estágio 
larval
3º estágio 
larval
Pupa Ovos
Figura 6. Representação do ciclo evolutivo de moscas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 18/05/2021. (Adaptado).
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A espécie Stomoxys calcitrans é considerada uma praga em algumas 
regiões e sua picada é dolorosa. Pode atacar cães e tem grande impacto 
econômico na saúde e produtividade de bovinos. Os adultos têm tamanho 
de 7 a 8 mm de comprimento, tórax cinza, mais curto e largo se comparado 
ao da Musca domestica, e se alimentam de sangue.
A fêmea realiza postura de 15 a 50 ovos em matéria orgânica, fezes ou 
solo com urina. A eclosão dos ovos ocorre entre um e quatro dias, e as 
larvas se desenvolvem entre 6-30 dias. As larvas buscam um local mais 
seco e pupam. O estágio de pupa ocorre em locais mais secos, e as moscas 
adultas podem levar de 12 a 60 dias para emergirem.
A espécie Haematobia irritans é hematófaga, com coloração preto-acinzentada 
e é considerada uma praga na saúde e produtividade dos bovinos. Os adultos têm 
tamanho de 3 a 4 mm de comprimento.
Diferentes das demais espécies, essas moscas permanecem no hospe-
deiro, e as fêmeas só o abandonam para realizar a postura ou no caso de 
mudarem de hospedeiro de fato. A postura se dá em fezes frescas ou ao 
redor delas, com o número de 4 a 6 ovos. A eclosão pode ocorrem em qua-
tro dias, e no período de pupa demoram seis a oito dias para as moscas 
adultas emergirem.
As moscas da família Calliphori-
dae são conhecidas como as mos-
cas-varejeiras, com mais de mil es-
pécies descritas. De importância 
na medicina veterinária, os gêneros 
Cochliomyia e Chrysomya causam 
miíase traumática (infestação de 
larvas nos tecidos de um hospedeiro 
vertebrado vivo).
O termo miíase é popularmente 
chamado de bicheira e, nesses gê-
neros, as espécies Chrysomya be-
zziana e Cochliomyia hominivorax 
são as únicas agentes obrigatórias de miíases. Ou seja, suas larvas pre-
cisam de um hospedeiro vivo para se desenvolverem.
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CONTEXTUALIZANDO
As espécies obrigatórias de miíases são as espécies de moscas cujo está-
gio larval é realizado obrigatoriamente no hospedeiro vivo. Porém, existem 
espécies de moscas que podem ser agentes facultativos de miíases. Ou 
seja, realizam seu desenvolvimento em carcaças, mas podem atuar como 
invasores secundários em mamíferos vivos.
As moscas dessa família são grandes e apresentam corpo de coloração 
metálica azul ou verde. As fêmeas adultas realizam postura de 200 ovos, que 
eclodem após 12-14 horas. As larvas se alimentam por sete dias e migram para 
o solo após seu desenvolvimento, que dura cerca de 12-30 horas. Por sete dias 
ou semanas pupam até emergirem as moscas adultas.
A família Oestridae é um importante grupo na medicina veterinária e con-
siste em moscas pilosas e grandes. As larvas são parasitas obrigatórios de 
miíases, com alta especificidade ao hospedeiro. A miíase ocorre em nasofa-
ringe, trato digestório ou na pele. As larvas são conhecidas como bernes, e as 
subfamílias, Cuterebrinae, Oestrinae e Gasterophilinae são importantes no 
estudo da Parasitologia Veterinária.
A espécie Dermatobia hominis representa a subfamília Cuterebrinae. Essas 
moscas podem infestar tanto animais domésticos quanto seres humanos. A 
mosca adulta mede aproximadamente 12 mm, apresenta brilho azul metálico, 
com cabeça, pernas amarelo-alaranjadas e o tórax coberto por cerdas curtas. 
As larvas medem até 25 mm e são ovais, com duas a três fileiras de espinhos.
As moscas são encontradas em florestas e arbustos, e os adultos não se 
alimentam. Nos estágios larvais, acumulam reservas, e a ovoposição de até 25 
ovos é realizada na parte inferior do abdome ou tórax de outro inseto, mosqui-
to ou mosca, até que esse pouse no hospedeiro vertebrado para se alimentar. 
Os ovos eclodem ainda no hospedeiro de transporte e, quando che-
gam no hospedeiro vertebrado, penetram em aberturas na pele e 
migram para o tecido subcutâneo. Por meio da aber-
tura, respiram e se desenvolvem até a emersão da 
larva madura após três meses. A pupa ocorre 
no solo e, depois de um mês, as moscas adultas 
emergem. Veja uma representação deste ciclo na 
Figura 7.
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A espécie Oestrus ovis, conhecida como mosca-do-berne nasal, repre-
senta a subfamília Oestrinae. Os adultos apresentam uma coloração cas-
tanho-acinzentada, pontos pretos no abdome, corpo com pelos e medem 
aproximadamente 12 mm de comprimento. As larvas infestam a cavidade 
nasal de ovinos e caprinos e medem 30 mm, com coloração branco-amare-
lada e apresentando pequenos espinhos.
As fêmeas das moscas são vivíparas e lançam até 25 larvas nas narinas 
dos ovinos durante o voo. As larvas, de 1 mm de comprimento, 
migram pelos seios nasais e se alimentam do muco produzi-
do devido à infestação. Completam o estágio lar-
val no período de duas semanas a nove meses 
e, após se tornarem maduras, migram para 
as narinas, por onde serão espirradas para 
o solo. No solo, as larvas pupam entre três 
e nove semanas para a emersão das moscas 
adultas. Veja na Figura 8.
Figura 7. Representação do ciclo evolutivo da mosca da espécie Dermatobia hominis. Fonte: SERAFIM, 2009, p. 16. (Adaptado).
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Figura 8. Representação do ciclo evolutivo da mosca da espécie Oestrus ovis. Fonte: DELGADO, 2009, p. 10. (Adaptado).
PupaL-3
L-3
L-1
L-2
Adulto
O gênero Gasterophilus é representante da subfamília Gasterophilinae. 
De importância veterinária, as moscas desse gênero são parasitas obrigató-
rios de equinos. As moscas adultas são robustas, com coloração preta, co-
bertas de pelos amarelos e medem de 10 a 15 mm de comprimento. As larvas 
maduras, presentes no estômago, são cilíndricas, laranja-avermelhadas, me-
dem de 16 a 20 mm de comprimento e possuem espiráculos posteriores. 
Essas larvas podem ser eliminadas nas fezes.
As espécies desse gênero apresentam pequenas diferenças no ciclo 
evolutivo. De modo geral, as

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