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MORAL E ÉTICA NA PERSPECTIVA DOS GRANDES PENSADORES

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MORAL E ÉTICA NA PERSPECTIVA DOS GRANDES 
PENSADORES 
 
 Stefanie Ferreira Rodrigues Gurgel¹ 
 
RESUMO: 
O presente trabalho tem como objetivo expor o significado de Moral e Ética e as 
discussões de Sócrates e Aristóteles a respeito desses dois assuntos. O ponto de partida 
adotado será uma breve explicação sobre Moral e Ética e o pensamento de Sócrates a 
respeito da Moralidade, das teorias Egoísticas, do Utilitarismo e do Valor moral. O 
segundo ponto irá se basear nos pensamentos de Aristóteles e Kant, por fim, a 
conclusão a respeito das concordâncias e das divergências entre os pensamentos de cada 
autor a respeito de Moral e Ética. 
 
Palavras-chave: Moral. Ética. Filosofia. 
 
Introdução 
 A moral e a Ética dentro dos conceitos filosóficos, possuem diferentes 
significados. A moral está associada aos costumes, regras, convenções estabelecidas 
pela sociedade e tabus. 
Já a Ética está associada aos valores morais que dão orientação ao comportamento 
humano na sociedade. Esses dois termos possuem origem etimológica ²bem distinta. 
“Ética” vem do Grego “Ethos” que significa modo de ser ou caráter. “Moral” vem do 
latim “Mores” que significa costumes. A ética é um ramo da filosofia; é a filosofia 
moral, ou o pensamento filosófico acerca da moralidade, dos problemas morais e dos 
juízos morais.² 
 A ética estuda os valores que regem a vida do indivíduo, seus relacionamentos 
interpessoais, seu posicionamento perante a vida e a forma harmoniosa do indivíduo 
perante os outros que o rodeiam. O diferencial da Ética em comparação com a moral é 
em relação a regras e normas, os costumes de cada sociedade, de cada cultura, a ética se 
baseia no modo de agir de cada pessoa. Com o desenvolvimento das sociedades, a ética 
surge no pensamento dos filósofos contemporâneos como Sócrates, Aristóteles entre 
outros. Esses pensadores começam a estudar a ética e pesquisar as normas da sociedade, 
a conduta dos indivíduos residentes nessas sociedades e se questionam o que faz com 
que esses indivíduos escolham entre o bem e o mal. 
 
 
¹ Graduada em Produção Publicitária (ESTÁCIO), Estudante de Psicologia (UFMS). E-mail: 
stefanie.gurgel@gmail.com 
² Trecho do livro Curso moderno de Filosofia – Ética (página 16) 
 
 Moral e Ética tem definições diferentes, mas finalidades muito semelhantes, 
ambas tem a responsabilidade de construir bases que irão guiar a conduta do indivíduo, 
determinando seu caráter e suas virtudes e mostrar ao indivíduo a melhor forma de agir 
perante a sociedade. Nesse contexto que os filósofos começam a pensar a respeito do 
assunto e ao longo de séculos nos deixam grandes ensinamentos e questionamentos 
sobre o que é certo e o que é errado em relação a nossos valores pessoais, sobre o que 
acreditamos ser o certo e aos valores que a sociedade nos impõe do que é certo e errado. 
 As expressões “moral” e “ética” são usadas como se fossem “certo” ou “bom” e 
opondo-se a “imoral” e “antiético” 
 
Moral na perspectiva de Sócrates 
 
 Sócrates foi um filósofo do período clássico, da Grécia antiga e é considerado um 
dos fundadores da Filosofia ocidental. Até hoje é visto como uma figura enigmática e é 
conhecido principalmente pelos relatos de escritores que vieram depois dele, 
especialmente seus alunos Platão e Xenofonte. Alguns defendem que os diálogos de 
Platão seriam o relato mais abrangente de Sócrates, por perdurar até hoje. Sócrates se 
tornou renomado por suas contribuições no campo da Ética e até hoje seus pensamentos 
são utilizados em discussões. 
 Para Sócrates ordem e coesão garantiam a promoção da ordem pública, a ética 
deveria respeitar as leis, à coletividade. Sócrates foi acusado de corromper a juventude e 
de cultuar outros deuses, ele foi condenado à morte pelo tribunal ateniense. Sócrates 
acreditava que basta saber o que é bondade para que seja bom, ele acreditava no 
conhecimento como virtude, na educação como forma de conhecer a si mesmo, e 
através do conhecimento de si próprio conhecer melhor o mundo ao redor e alcançar a 
felicidade. Na ética de Sócrates era preciso primeiro conhecer a si mesmo para só assim, 
depois de dotado de tal conhecimento, o homem poderia valorar a respeito do bem e do 
mal, ele não via a felicidade como bens materiais, riquezas, status e conforto, cultivar a 
verdade e a virtude é que conduziria o homem à felicidade. 
Sócrates via também a superioridade do coletivo sobre o individual, e acreditava que a 
obediência às leis garantiriam a ordem e a vida em sociedade. 
 
Ética e moral na perspectiva de Platão 
 
 Platão acreditava na vida após a morte e por isso preferia a abstenção dos prazeres 
terrenos. No diálogo República ele condena uma vida voltada para os prazeres, Platão 
esperava a felicidade em uma vida após a morte. Ele contemplava a ideia do Ser e do 
Bem, para ele a partir desse Bem superior, o homem deveria procurar descobrir uma 
escala de bens que o ajudasse a chegar ao absoluto. Então o homem sábio era visto 
como um homem virtuoso que busca uma vida virtuosa, que mantem a ordem, a 
harmonia e o equilíbrio em sua vida, o equilíbrio que todos desejam. A virtude era vista 
como uma purificação, através dessa purificação o homem aprendia a desprender-se do 
corpo e de tudo o que é terreno. Para Platão a prática da virtude é a coisa mais preciosa 
para o homem, a virtude é harmonia individual e social. O ideal buscado pelo homem 
era visto como uma imitação ou assimilação de Deus, a adesão ao divino, o sábio era 
aquele que buscava se assemelhar a Deus. 
 Platão organiza as virtudes em: Justiça, Prudência ou sabedoria, Fortaleza ou valor e 
Temperança. O que mais caracteriza a ética de Platão é a ideia do Sumo Bem, e da 
virtude como ordem a harmonia universal. Platão foi um grande filósofo e grande poeta, 
já seu discípulo Aristóteles, tem outro estilo de escrita, é considerado mais professor 
que poeta. 
 
Ética na perspectiva de Aristóteles 
 
 Aristóteles foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o 
Grande. Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental, em suas 
aulas, Aristóteles fez uma análise do agir humano que marcou o pensamento ocidental. 
Para o filósofo, todo conhecimento e todo o trabalho visa a algum bem, o bem é a 
finalidade de toda a ação, a busca do bem é que diferencia a ação humana da dos outros 
animais. Segundo Aristóteles, estudamos a ética, para melhorar nossas vidas, para ele o 
principal é o bem estar do ser humano. 
 Aristóteles seguia Sócrates, ele considerava as virtudes éticas como justiça e 
coragem, habilidades emocionais e sociais, segundo ele, precisamos para viver bem, de 
amizade, prazer, honra, riqueza, todas essas coisas se encaixam como um todo. Para ele 
a sabedoria não pode ser adquirida apenas ao aprender regras gerais, deve ser adquirida, 
através da prática e habilidades emocionais e sociais, que nos permite colocar nossa 
compreensão de bem estar em prática, aqui que começa a ética propriamente dita. 
 
Ética Kantiana 
 
 A ética é entendida como um estudo ou uma reflexão, filosófica e científica e até 
mesmo teológica em relação aos costumes ou ações humanas. Mas também chamamos 
de ética a própria vida, conforme os costumes considerados corretos. Kant buscava uma 
ética de validade universal, que se apoiasse apenas na igualdade fundamental entre os 
homens. Ele achava que a igualdade entre os homens era fundamental para o 
desenvolvimento de uma ética universal e precisava chegar em uma moral igual para 
todos, uma moral racional, uma moral que não se interessava apenas pelos aspectos 
exteriores como leis positivistas, costumes e tradições. 
 A moral é a racionalidade do sujeito, este deve agir de acordo com o dever e 
somenterespeitando o dever. Para Kant, o conteúdo ético não vem do exterior, o que 
cada um de nós tem, é a forma do dever e essa forma se expressa em várias 
formulações, no chamado imperativo categórico, que é uma ordem formal nunca 
baseada em hipóteses e condições. O homem deve agir de forma que ele possa querer 
que a máxima que ele acredita se torne uma lei universal. “Age de tal maneira que 
possas ao mesmo tempo querer que a máxima da tua vontade se torne lei universal.” ³ 
 
³ Trecho do livro A ética (página 11) 
 
 A reflexão dos gregos nesse sentido surge como uma pesquisa em relação ao bem e 
o mal, na busca de um principio absoluto da conduta. Procede do contexto religioso, 
onde encontramos o inicio de muitas ideias éticas, como as duas mais conhecidas 
formulações: “nada em excesso” e “conhecer-te a ti mesmo”. Esses dois contextos estão 
ligados ao santuário de Delfos do deus Apolo. 
 
Ética na perspectiva de Marx e Kierkegaard 
 
 Com o Renascimento e o Iluminismo, aproximadamente entre os séculos XV e 
XVIII, burguesia que começava a crescer e a se impor, em busca de uma hegemonia, 
surgiu outros aspectos de ética, para eles o ideal seria viver de acordo com a própria 
liberdade pessoal. Sabemos que falar de ética é falar de liberdade, a ética nos lembra, 
responsabilidades e normas, só tem razão falar de responsabilidade e norma se o homem 
for realmente livre, ou se puder ser livre, a norma nos diz como devemos agir, podemos 
agir de tal modo ou não, podemos obedecer, mas também podemos desobedecer. 
 Dentro desse contexto surgem os pensamentos de Marx e Kierkegaard em relação à 
ética e liberdade. Marx via a história da humanidade como uma luta constante com a 
natureza, a ação humana se define tentando dominar a natureza através do trabalho, o 
homem está sempre tentando modificar o material e através disso ele acaba se 
transformando também. Marx está longe do idealismo subjetivo com os sonhos de 
liberdade incondicionada, muito pelo contrário, a liberdade nesse contexto está sempre 
condicionada pelas possibilidades técnicas e pelas formações econômico-sociais. 
Kierkegaard um grande admirador dos gregos e principalmente de Sócrates também 
contribuiu muito para a ética, ele confrontou os pensamentos gregos com o pensamento 
cristão, para ele o homem poderia conhecer o bem e preferir o mal, e a liberdade, neste 
caso a liberdade não seria sinônimo de conhecimento do bem ou da liberdade, não 
seguiria necessariamente a prática do bem, a liberdade deveria consistir da ação 
voluntária de preferir o mal. Essa é a ética existencialista. 
 
Ética nos dias de hoje 
 
 Hoje a ética foi reduzida a algo privado, ficou reduzida ao particular e isso é visto 
como um mau sinal. Para superar o pensamento Kantiano, Hegel insiste em falar da 
ética em outra esfera, ele chama de esfera da eticidade ou da vida ética. Nesta esfera, a 
liberdade se realiza dentro das instituições sociais, tais como família, Estado e sociedade 
civil. Hoje em dia os problemas éticos se encontram dentro desses três momentos de 
eticidade, dentro da família surgem exigências éticas do amor, aí surgem às questões 
relacionadas a esse contexto ético e os questionamentos. O amor não é livre?! Será que 
é realmente livre?! Como podemos definir o que seja a verdadeira fidelidade, sem que 
seja identificada possessão do homem pela mulher ou vice e versa. E o amor 
heterossexual?! Como desenvolver novas éticas para essas mudanças e para essas novas 
formas de relacionamento? As transformações histórico-sociais exigem formulações nas 
doutrinas tradicionais. 
 
 Na sociedade civil, os problemas referem-se ao trabalho e à propriedade, a 
propriedade é um privilégio exclusivo de poucos, por isso fica difícil de falar sobre ética 
em um país como o nosso. Falta trabalho, existem dificuldades na realização 
profissional, salários muito baixos, formas escravizadoras de trabalho, péssimas 
condições de trabalho na maioria das vezes. Nosso país não necessita apenas de 
reformulações éticas, mas políticas. Em relação ao estado os problemas são bem 
complexos, existe a constituição, as leis, a criação dos poderes para evitar abusos e 
conflitos, ninguém é livre por completo. Podemos dizer que vivemos em uma ditadura, 
o Estado usa de instrumentos para “explorar” os menos privilegiados, os homens vão 
perdendo seu direito de falar, de se expressar, de agir com vontade, liberdade, começam 
a escolher pelo bem não porque desejam, mas porque temem ao mal, os homens 
começam a questionar se valeria a pena levar uma vida de plena liberdade e sofrer as 
consequências que lhes são impostas. Os anos se passam, as coisas se modernizam, a 
tecnologia avança, o homem vai à lua, máquinas potentes são construídas, carros 
velozes e computadores modernos são lançados de minuto a minuto, o celular e a 
internet unem as pessoas que antes estavam tão distantes. O mundo gira sem parar, as 
coisas mudam, se modernizam, trocam de lugar, mas a ética que rege os pensamentos 
do homem e seu comportamento continua da mesma forma, fazendo com que o homem 
se questione sobre o certo o errado, sobre o bom e o mau, sobre o “ser ou não ser”. 
 
 
 
 
 REFERÊNCIAS 
 
FRANKENA K. William. Ética –Curso moderno de Filosofia. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 
1963. 
 
KURY DA GAMA. Mário. Ética a Nicômacos. 1. ed. Brasilia: Universidade de brasilia, 1985. 
 
VALLS L. M. Álvaro. O que é ética. 1 ed. Brasiliense, 1994. 
 
A ética segundo Sócrates, Cabral e Demóstenes. Disponível em 
<http://botequimcultural.com.br/a-etica-segundo-socrates-cabral-e-demostenes/> Acesso em 28 
de julho de 2013. 
 
Ética. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica> Acesso em 28 de julho de 
2013. 
 
Ética: A área de filosofia que estuda o comportamento humano. Disponível em 
<http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/etica-a-area-da-filosofia-que-estuda-o-
comportamento-humano.htm> Acesso em 28 de julho de 2013.

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