Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Juiz de Fora 2013 RAQUEL DE OLIVEIRA ALVES SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL Juiz de Fora 2013 EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL Portifólio individual do 1º Semestre do curso de Serviço Social apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral. RAQUEL DE OLIVEIRA ALVES SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 2 A QUESTÃO SOCIAL............................................... Erro! Indicador não definido. 2.1 EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIALNO SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL E COMO ERA TRATADA NO BRASIL ........... Erro! Indicador não definido. 2.2 REFRAÇÕES DA QUESTÃO SOCIAL NO PASSADO E NO PRESENTE .... Erro! Indicador não definido. 2.3 AS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NA ATUALIDADEErro! Indicador não definido. 2.4 COMO A POPULAÇÃO SE MANIFESTA CONTRA AS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NA SOCIEDADE ATUAL 7 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 9 4 REFERÊNCIAS 9 3 1 INTRODUÇÃO A história do serviço social está claramente vinculada a mudanças que se estabeleceram no decorrer de vários séculos relacionados à efervescência de fatos sociais, culturais e econômicos provindos do capitalismo, das revoluções industrial e francesa, lutas de classes, surgimento da burguesia, dentre outras coisas. As questões sociais da época sofriam influência de ideologias européias centradas na Moral e no assistencialismo, portanto serviam como aparato para os aparelhos repressores do Estado. Era o serviço social usado, então, para “apaziguar” os conflitos sociais. As expressões da QUESTÃO SOCIAL na atualidade são as desigualdades sociais, a pobreza, a violência não muito diferente do século passado. No início do século XX, o papel do assistente social era bastante direcionado somente ao indivíduo, e este recebia em si toda a culpa de seu fracasso social e era considerado incapaz de gerir sua própria vida. Havia, então, uma tendência a não se enxergar o problema a partir de uma conjuntura política: as questões sociais eram encaradas como fatores pontuais. Era no indivíduo e para o indivíduo que os esforços do profissional do Serviço Social se direcionavam. E é o que se pretende abordar nesse trabalho referente às expressões da questão social. . 4 2 QUESTÃO SOCIAL A questão social se expressa de diferentes formas e assume novos contornos, pontuei o que considero alguns impactos trazidos pelas expressões da “questão social” diante das transformações societárias. A questão social é apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação de seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade. (Iamamoto, 2007) 2.1 EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NO SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL E COMO ERA TRATADA NO BRASIL A questão social surgiu na Europa no século XIX, e iniciou para exigir políticas sociais para o proletariado que vivia em pobreza crescente. A urbanização e a industrialização contribuíram para esse empobrecimento, a classe proletária começou a se incomodar com as condições de trabalho. Com isso a Sociedade Burguesa foi atingida por sérios problemas de ordem social, e viu a necessidade de implementação de políticas sociais para tentar combater essas questões. Com relação às condições históricas e práticas sociais que deram origem ao surgimento do serviço social no Brasil, verifica-se que as organizações sociais direcionadas à caridade e mantidas pelo clero e leigos, possuem uma longa tradição, remontando aos primórdios do período colonial. As questões sociais da época sofriam influência de ideologias européias centradas na moral e no assistencialismo, portanto serviam como aparato para os aparelhos repressores do Estado. O surgimento do Serviço Social no Brasil está vinculado à Igreja, para a recuperação e a defesa dos seus interesses junto às classes subalternas, e à família operária ”ameaçada” pelas ideias comunistas. A Igreja Católica esforça-se para atuar na área social preocupada não apenas com as ideias comunistas que estavam crescendo, mas também pela presença na sociedade do liberalismo, pelas ideias contundentes do positivismo e pela nova “cara” que o Estado assume, no caso, a República. Assim, é que, no início do Serviço Social no Brasil, 1937, o objeto definido era o homem, mas um homem específico: o homem morador de favelas, pobre, 5 analfabeto, desempregado, etc. Enfim, entendia-se que esse homem era incapaz, por sua própria natureza, de “ascender” socialmente. Daí que o objeto do Serviço Social era este homem, tendo por objetivo moldá-lo, integrá-lo, aos valores, moral e costumes defendidos pela filosofia neotomista. Posteriormente, o Serviço Social ultrapassa a ideia do homem como objeto profissional. Passa-se à compreensão de que a situação deste homem – analfabeto, pobre, desempregado, etc. – é fruto, não só de uma incapacidade individual mas também, de um conjunto de situações que merecem a intervenção profissional. 2.2 REFRAÇÕES DA QUESTÃO SOCIAL NO PASSADO E NO PRESENTE No início do século XX não existia uma legislação trabalhista, ou seja, novas e regras que mediassem a relação entre patrão e empregado. Esta inexistência torna ainda mais clara as desigualdades oriundas da exploração que visava a atender a máxima capitalista de se “obter mais lucro e se reduzir as despesas”. Torna visível, ainda, o agravamento das problemáticas sociais, o que podemos chamar de sequelas sociais, como por exemplo, a exploração da mão-de-obra infantil, longas jornadas de trabalho sem remuneração extra, condições insalubres de trabalho, etc.. A nossa burguesia, historicamente, acostumou-se a fazer política sem ter criado instituições próprias de poder. Por isso ela convergiu para o Estado e fez sua unificação no plano político antes mesmo de converter a dominação sócio- econômica. Na experiência republicana brasileira, sempre que as elites governantes produziram importantes decisões de política social, quer sobre pressão das massas, quer em movimento antecipatório, foram, ao mesmo tempo, capazes de impor retrocessos na ordem política vigente. Muitas vezes as medidas de segurança e a repressão operam em conjunto com o avanço da legislação social. Os mesmos interesses dominantes acionam diferentes técnicas sociais em distintas situações para garantir suas medidas modernizantes. 2.3 AS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NA ATUALIDADE Os graves desafios da questão social na atualidade são produtos da mesma contradição entre trabalho e capital do século XIX, mas que hoje está em maior proporção e não está suficientemente problematizada para ser reconhecida e 6 assumida por um dos setores da sociedade para que se possa transformá-la em demanda política, e assim resolvê-la.Atualmente, questão social no Brasil causa um desequilíbrio no clima político e social. Com a evidente desigualdade social surgem problemas como violência, desemprego, fome, analfabetismo. A pobreza (carência material e intelectual) é a base desses problemas, mas é tratada como um problema individual, de responsabilidade de cada um. Durante os governos ditatoriais e centralizadores, tem-se verificado significativos avanços na legislação trabalhista e previdenciária, meios eficazes de arrefecimento das tensões sociais. Na última década de 1990, em especial, as crises dos sistemas estatais de bem- estar social afetam e ameaçam mais radicalmente as garantias de níveis mínimos de emprego e seus sistemas protetivos, acesso aos direitos assistenciais, a qualidade de saúde pública, educação gratuita como direitos universais. O projeto neoliberal ganhou força e priorizou ações como as de privatização do Estado, internacionalização da economia, desproteção social, sucateamento dos serviços públicos, concentração da riqueza e aumento da pobreza e indigência. O grande problema é que as desigualdades sociais e as injustiças são tolerados e ignorados por não apresentarem nenhuma ameaça direta ao poder político; em contraponto, os homicídios e sequestros recebem intervenções por parte do governo por representarem ameaças ao poder político. Vivenciamos, assim, um quadro de retração e liquidação dos direitos sociais dos cidadãos, ocasionando no aumento do número de indivíduos, famílias e comunidades que vivem em condições precárias por causa da grande desigualdade social e da redução da qualidade de vida. Com isso, temos o crescimento das desigualdades dos direitos básicos – civis, políticas e sociais – de massa significativa da sociedade brasileira no atual contexto de retração dos direitos cidadãos, principalmente dos direitos sociais. Outros atores – dentre eles, indivíduos, a família e a comunidade – são chamados a intervir e são responsabilizados por todos os problemas que estão fora da ação do estado. É nesse contexto que floresce o debate sobre as novas expressões da “questão social” e a centralidade das famílias nas políticas sociais vigentes entre políticos, estudiosos e organizações sociais; emergindo, no contexto internacional, novas formas de sociabilidade via programas sociais marcados pelas ideias da centralização, privatização e focalização, como é o caso dos Programas de Transferência de Renda. 7 2.4 COMO A POPULAÇÃO SE MANIFESTA CONTRA AS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL NA SOCIEDADE ATUAL A questão social permanece por várias décadas na ilegalidade, por isso foi formulada como desordem, criminalizando o sujeito, e enfrentada via aparelhos repressivos do Estado (polícia civil, militar, etc). A população se expressa através das manifestações, que hoje em dia se iniciam pela internet, pelas redes sociais, chamadas de "nova praça pública". As pessoas, incomodadas com a situação de desigualdade, saem de suas casas e tomam as ruas reivindicando novas políticas públicas. Manifestam-se pelas redes sociais, participam de conferências em seus municípios, discussões em suas escolas, faculdades... A população está tomando consciência de seus direitos, e de que os governantes estão lá para representá-los e trabalhar com o objetivo de trazer bem estar social e econômico aos brasileiros. 8 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS As questões sociais estão no âmbito das políticas sociais, o estado intervém porque se vê responsável diante das demandas da sociedade civil, mesmo que isso não signifique que seja o único responsável para os suprimentos dessas demandas, e as tomadas de decisões dali decorrentes. É que cabe também à sociedade civil a co-responsabilidade nisso tudo, já que ambas as esferas – sociedade civil e estado – interagem entre si dentro de relações de reciprocidade e antagonismo. As ações se concretizam através dos serviços sociais e através das políticas públicas. Percebe-se nesse processo de mudança social, a atuação do Serviço Social, que vai se tornando mais liberal e autônomo, e, portanto, mais livre das amarras do Estado e mais atuante no que diz respeito ao aprofundamento das questões sociais. Finalizando, convém ressaltar ainda, que há de se enfrentar “muralhas” de uma realidade social alicerçada num mundo capitalista, cujos interesses se pautam no econômico e no ganho de poucos, e, que, portanto, se antagonizam com os interesses das classes populares. 9 REFERÊNCIAS PEREIRA, P. A. P. “Questão Social, Serviço Social, e Direitos e Cidadania” IAMAMOTO, Marilda Vilela e CARVALHO, Raul. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. Cortez Editora, 2006. MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social – Identidade e Alienação. Cortez Editora, 2007. A QUESTÃO SOCIAL http://intertemas.unitoledo.br/index.php/ETIC/article/viewFile/938/909 10
Compartilhar