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RESUMO - DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO

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Direito individual do trabalho
Duração do trabalho
A duração do trabalho representa o tempo de serviço efetivo do trabalhador.
Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja á disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada (art. 4º, caput, CLT).
 Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
No sentido inverso, o período em que o empregado não esteja à disposição do empregador (permanecendo absolutamente livre do poder diretivo exercido pelo tomador dos serviços), com objetivo de permitir a recomposição da energia despendida, é denominado intervalo.
A soma da duração diária do trabalho (jornada) com o intervalo (intrajornada) perfaz o horário de trabalho (das 8h00 às 17h00, com intervalo das 12h00 às 13h00, por exemplo).
O horário de trabalho de cada empregado deverá ser anotado em um livro de registro de funcionários e constará de um quadro afixado em lugar bem visível da empresa.
Para os estabelecimentos com mais de dez trabalhadores (art. 74, § 2º, CLT), será obrigatória também a anotação da hora de entrada e de saída de cada um dos empregados, através de registro manual, mecânico ou eletrônico (chamado livro ou cartão de ponto), além da pré-assinalação do período para alimentação e repouso (ainda que não seja na prática rigorosamente cumprido: 12h00 às 13h00, por exemplo).
Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma.
 § 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. 
O chamado ponto eletrônico é regulamentado pela Portaria MTE nº 1.510/2009, que sofreu significativas alterações, com vigência prevista para janeiro de 2012 (como a obrigação de entrega pela empresa ao funcionário de um comprovante informando o horário de trabalho cumprido).
Jornada de trabalho e módulo semanal
A expressão jornada deriva do italiano giorno (que significa dia), ou seja, representa a duração diária do trabalho. Ao longo da semana, o tempo de serviço será denominado módulo semanal.
Disciplina o artigo 7º da CF que “são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (...) XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”.
Assim, por disposição constitucional, a jornada máxima será de oito horas e o módulo semanal máximo de quarenta e quatro horas, considerando-se extraordinário todo trabalho realizado além desses limites, desde que não regularmente compensado.
Contudo, destacamos a expressão “normal”, empregada no dispositivo, permitindo que a legislação supraconstitucional crie regimes especiais de trabalho.
Exceções
Embora uma limitação máxima tenha sido imposta pela Constituição Federal, a lei pode estabelecer condições mais benéficas ao trabalhador e adequadas às peculiaridades da atividade desenvolvida.
Excluídos de controle da jornada de trabalho
Algumas atividades não permitem o efetivo controle da jornada de trabalho, razão por que a própria legislação trabalhista deixou de conferir aos respectivos empregados o direito de reclamar horas extras.
Segundo o artigo 62 da CLT, não realizam trabalho extraordinário:
Os empregados que exerçam atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho (como o motorista, desde que não seja monitorado por satélite, ou o vendedor externo, que não necessite prestar contas todos os dias ou permanecer em contato permanente por telefone ou via internet);
Vale destacar, por oportuno, que, consoante o novo parágrafo único do art. 6º da CLT (introduzido pela Lei nº 12.551/2011), revela-se possível o controle da jornada do trabalhador com a utilização de meios telemáticos e informatizados, retirando, nesses casos, o teletrabalho moderno da excludente prevista nessa alínea.
Os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam os diretores e chefes de departamento.
Gerência e gestão representam administração. Nunca existirá um gerente sem subordinados ou sem qualquer autonomia. Por esse motivo, em razão de sua maior responsabilidade, pode receber gratificação de função, que, no entanto, não é garantida pela CLT, dependendo da liberalidade do empregador, ou de previsão em contrato de trabalho, ou de cláusula específica em regulamento da empresa ou em instrumento coletivo. Assim, se o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, for igual ou superior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%, não haverá controle de jornada e consequentemente a realização de horas extras (art. 62, parágrafo único, CLT). Contudo, inexistindo subordinados, autonomia ou uma gratificação de função suficiente, o pseudogerente não passará de um simples empregado, sem qualquer restrição à realização e recebimento do trabalho extra.
Regime de tempo parcial
O regime de tempo parcial foi criado pela Medida Provisória nº 1.709/98, objeto de diversas reedições, recebendo a última o número 2.164-41, ainda vigente por ser anterior à Emenda Constitucional nº 32/2001.
Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais (art. 58-A, CLT), sendo proibida a realização de horas extras (art. 59, § 4º, CLT).
Art. 58-A.  Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais. 
 Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.
§ 4o  Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras.
O salário a ser pago será proporcional à jornada em relação aos empregados que cumpram, nas mesmas funções, tempo integral.
Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento coletivo (acordo ou convenção). Em relação aos futuros funcionários, poderão ser contratados mediante simples indicação do regime no contrato de trabalho, independentemente de acordo ou convenção coletiva.
Horas in itinere
O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno (in itinere), por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução (art. 58, § 2º, CLT).
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
§ 2o O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução. 
Para as microempresas e empresas de pequeno porte, poderá ser fixado por meio de acordo ou convenção coletiva, um tempo médio in itinere despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração.
Embora não necessariamente in itinere o tempo gasto no deslocamento da portaria da empresa até o efetivo local de trabalho (área interna), desde que superior a 10 minutos diários, será considerado
tempo à disposição do empregador.
Considera-se à disposição do empregador, na forma do artigo 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários (Súmula 429 do TST).
A jurisprudência sumulada também acaba disciplinando grande parte das demais particularidades sobre o assunto, nos seguintes termos:
Considerando que as horas in itinere são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo (Súmula 90, V, do TST).
A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas in itinere (Súmula 90, II, do TST).
A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas in itinere (Súmula 90, III, do TST).
Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as horas in itinere remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público (Súmula 90, IV, do TST).
O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por transporte regular, não afasta o direito à percepção do pagamento das horas in itinere (Súmula 320 do TST).
Atualmente, além das hipóteses previstas para as microempresas e empresas de pequeno porte, o Tribunal Superior do Trabalho vem entendendo que a negociação coletiva pode limitar o pagamento das horas in itinere, desde que não pactuada supressão total.
Duração do trabalho
Fundamentos de proteção:
- biológica;
- social;
- caráter econômico.
Distinções:	
- duração – tempo outorgado por lei ou por contrato oferecido ao empregado.
- jornada – tempo que o empregado permanece à disposição do empregador durante um dia.
- horário – é a duração do trabalho ou limites especificados.
Serviço efetivo – artigo 4º, CLT:
- real;
- ficto – horas “in itinere” – tempo do trajeto percorrido pelo empregado, de casa para o trabalho.
Horas “in itinere” – é o tempo de deslocamento do empregado, de sua residência para o local de trabalho, em caso de incompatibilidade ou de inexistência de transporte público. Súmula 429, TST.
- OJ Transitória 36 – matéria referente à empresa Açominas.
- Súmula 90, TST.
Hora de mera expectativa – o empregado não está prestando serviço, e sim aguardando ser chamado. Aplicação analógica à categoria dos ferroviários. 
Divide-se em prontidão e sobreaviso.
Prontidão – art. 244, § 3º, CLT. 
- As horas remuneradas pela mera expectativa (prontidão) atingirão 2/3 do salário-hora.
- Máximo de 12 horas de prontidão.
Sobreaviso – o empregado permanece fora do seu horário de trabalho, mas em sua residência ou qualquer outro local, aguardando ser chamado para o serviço – art. 244, § 2º, CLT. 
- Máximo de 24 horas. 
- As horas remuneradas pelo sobreaviso atingirão 1/3 da hora normal.
- Não há a incidência do adicional noturno, pois trata-se de mera expectativa, apenas recebendo após a 8ª hora.
- Súmula 428 do TST.
Horas de espera – art. 235-C, § 8º, CLT.
Apenas aos motoristas de transporte rodoviário de cargas – Lei nº 12.619/2012.
Apenas recebe a hora de espera o motorista que estiver aguardando para carregar ou descarregar carga, no embarcador ou no destinatário (em pedágios ou balsas não há a incidência de horas de espera) – art. 235-E, § 4º, CLT.
Valor – 30% acima do salário-hora normal – art. 235-C, § 9º, CLT.
Trabalho de duração normal – art. 7º, XIII, CF.
- Bancários – Súmulas 113 e 124 do TST.
Requisitos especiais que justificam a condição especial de trabalho:
- fracionamento de tempo – regime parcial de 25 horas por semana – art. 58-A; art. 59, § 4º, CLT;
- variação de turno de trabalho;
- conquista pessoal do trabalhador.
- Empregados em telefonia – art. 227 e ss., CLT.
- Músicos profissionais – Lei nº 3.257/60, arts. 41 e 42.
- Operadores cinematográficos – arts. 234 e 235 da CLT.
- Marítimos – art. 248 e ss., CLT; Súmula 96 do TST.
O artigo 249 da CLT seria inconstitucional, segundo alguns doutrinadores.
- Mineiros – art. 293 e ss., CLT – desde a entrada da mina até o ponto de trabalho – horas in itinere.
- Jornalistas – art. 302 e ss., CLT; OJ 407, TST.
- Professores – art. 318 da CLT.
- Médicos e cirurgiões-dentistas – Lei nº 3.999/61; Súmula 370 do TST.
- Engenheiros e arquitetos – Lei nº 4.950/66; Súmula 370 do TST.
- Advogados – Lei nº 8.906/94, artigo 20; OJ 403, SDI-1, TST.
- Motorista profissional – Lei nº 12.619/2012; art. 235-A a 235-H da CLT. Tempo que não conta – art. 235-C, § 8º, CLT.
Intervalos interjornadas - Tempo de espera - art. 235-C, § 3º, CLT.
Viagem de longa distância – art. 235-D, CLT.
Dupla de motoristas – art. 235-E, §§ 6º e 7º, CLT.
- Horas extras – até 10 minutos não se paga hora extra – art. 58, § 1º, CLT.
Máximo de 2 horas extras – mínimo de 50% de adicional – artigo 59, e § 1º, CLT; Súmula 366 do TST; OJ 372, SDI-1, TST.
- Compensação de horas de trabalho – Súmula 85 do TST; OJ 323, TST – é a possibilidade de compensar o excesso de horas trabalhadas em uma jornada, em outra.
- banco de horas – art. 59, § 2º, CLT.
Convenção ou acordo coletivo de trabalho;
Máximo de 2 horas extras diárias;
Prazo máximo de 1 ano.
- turno de prestação de trabalho.
- Trabalho diurno e noturno – urbano e rural.
Urbano – das 22 às 5 horas – art. 73, § 2º, CLT. Hora equivalente a 52 minutos e 30 segundos.
Hora noturna dos portuários – OJ 60, I, TST.
Rural – Lei nº 5.889/73, art. 5º. 
Lavoura – das 21 às 5 horas.
Pecuária – das 20 às 4 horas.
- hora noturna reduzida.
- Turno misto – o empregado trabalha uma parte de dia e outra à noite. Art. 73, § 4º, CLT.
- Turnos ininterruptos de revezamento – art. 73, caput, CLT. Súmulas 213 e 313 do TST.
Período de descanso:
- Intervalo intrajornada (repouso, alimentação) – art. 71 da CLT.
- redução.
- supressão.
- natureza.
- doenças ocupacionais.
- Intervalo interjornadas – artigo 66 da CLT.
- lei nº 605/49.
- Intervalos episódicos – art. 7º, CLT; art. 1º, parte final, Lei nº 605/49.
- Intervalos intersemanais ou hebdomadários – Lei nº 605/49, art. 7º.
Proibição de pagamento de horas extras:
- aprendiz;
- trabalho em tempo parcial – artigo 59 da CLT.
- atividades insalubres – artigo 60 da CLT.
Exclusão de horas extras:
- artigo 62, I, CLT.
- cargo de gerência.
- serviços de natureza intermitente ou de pouca intensidade (ferroviários de estação do interior, e mãe social) – art. 6º da Lei nº 7.644/87 (mãe social); artigo 243 da CLT; Súmula 61 do TST (ferroviários); Súmula 199 do TST.
Integração e reflexo das horas extras – serve como base de cálculo para pagamento de férias, contribuição ao INSS, etc. – configura salário.
Supressão de horas extras – Súmula 291 do TST.
Petroleiros – Lei nº 5.811/72; Súmula 391 do TST.
Bombeiro civil – Lei nº 11.901/2009.
Jornada de trabalho de 12x36 – Súmula 444 do TST.
Se o feriado cair no sábado, deve-se pagar em dobro o empregado.
- Férias – art. 7º, XVII, CF.
Período aquisitivo – intervalo de 12 meses – art. 130 da CLT – princípio da anualidade.
Período de gozo ou fruição – art. 134, CLT.
Extensão das férias individuais – arts. 130 e 130-A, CLT.
Perda do direito às férias individuais – art. 133, CLT.
Época da concessão – art. 134 a 136 da CLT.
Fracionamento – art. 134 da CLT.
Abono pecuniário – art. 143 da CLT.
Pagamento – art. 145 da CLT. OJ 386, TST.
Férias coletivas – constituem uma prerrogativa do empregador.
Direito Coletivo do Trabalho
É o segmento do ramo laboral que regula, mediante específicos princípios e regras, a organização, a atuação e a tutela das entidades coletivas trabalhistas, com o objetivo de disciplinar suas interpelações e de, finalisticamente, empreender a melhoria nas condições de trabalho e de produção.
Getúlio Vargas organizou uma forma de controlar a atividade sindical; os sindicatos surgiram em
1907, e não na era Vargas.
Formação:
- força estatal;
- autonomia coletiva.
Liberdade sindical – é a base do movimento de associação que sustenta a relação entre capital e trabalho; é o princípio segundo o qual empregados e empregadores, sem qualquer distinção e sem autorização prévia, têm o direito a constituírem as organizações que entendam convenientes, assim como o de afiliarem-se a essas organizações, com a única condição de observarem seus estatutos (Convenção nº 87 da OIT; art. 8º, V, CF).
Classificação:
- liberdade sindical individual;
- liberdade sindical coletiva.
- positiva;
- negativa – prerrogativa de não se associar a sindicato.

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