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Wright Mills - Artesanato intelectual imaginação sociológica

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UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Curso de graduação em Relações Internacionais
Disciplina: Introdução à Sociologia.
Professora: Joana Domingues Vargas
Aluno: Juliano Leodonio Xavier Lima
TEXTO: ‘Do artesanato intelectual’ in: A imaginação Sociólogica. 40 ed., Zahar 1975, p 211-243. WRIGHT WILLS, C.
No texto o autor, reflete sobre o conceito de ‘artesanato intelectual’ no estudo da sociologia, como uma forma de adaptação da metodologia, versando sobre como o cientista social dentro de uma escola de tradição clássica pensa a disciplina como um ‘oficio’. Relata sobre as angustias e incertezas da cadeira de pesquisa possa trazer para o conceito das ciências sociais, e as dúvidas que geram a cerca da forma de se pesquisar e também dos conteúdos que possam ser desenvolvidos nas pesquisas.
1) o primeiro ponto abordado é salientar que a pesquisa faz parte do pesquisador, logo cada parte dos objetos (pesquisa e vida pessoal) não devem sofrer dissociação, mas sim servem para complementar (ou enriquecer) um ao outro. Não se pode deixar de canto as experiências apenas em detrimento da erudição, o que visualizo nessa passagem uma boa referencia ao pensamento aristotélico de associar a Phrônesis e Sophia. 
O autor faz referencia a um arquivo pessoal no qual contem todas as suas impressões e observações, como um exercício de anotação e poder organizar os assuntos, tal comportamento pode ser relacionado a metodologia do trabalho cientifico que recomenda o uso de ‘fichamentos’ como forma de organização metodológica para ciências em um todo. O autor lança mão desse recurso como forma de apresentar a forma de organizar a si mesmo e seus trabalhos, destacando que é importante o fácil acesso a esse arquivo. O autor adverte ainda ao costume de que muitos pesquisadores tomam de encontro a produção textual ou de conhecimento para a busca de projetos ou patrocínios, comportamento esse que acaba por engessar de modo desprodutivo a capacidade intelectual e a amplitude de possibilidades dos pesquisadores.
2) a respeito do uso do arquivo salientado e evocado anteriormente, MILLS, destaca que muitas de suas obras advieram de pequenas anotações destacadas desse arquivo como forma de instigar posteriormente sua atenção e refletir sobre as possibilidades dos temas no ponto de vista metodológico. Segundo o autor ‘o bom trabalho na ciência social de hoje não é (...) feito de u ma ‘pesquisa’ empírica claramente delineada. Compõem-se, antes, de muitos estudos bons, que em pontos-chaves encerram observações gerais sobre a forma e a tendência do assunto. Assim, a decisão (...) não pode ser tomada enquanto o material existente não for trabalhado e estabelecidas formulações gerais hipotéticas’. Logo, tendo em mão a instigação para pesquisa inicia-se a busca por fundamentação ou formulação, em trabalhos de autores anteriores, que MILLS destaca sendo três, a saber: a) de alguns, aprendemos diretamente pela reformulação sistemática do que o homem diz ou de determinados pontos ou de um todo; b) alguns autores são aceitos ou refutados, dano razoes e argumentos; c) outros são usados como fonte de sugestões para nossas próprias elaborações e projetos.
3) A utilização dos outros livros, o conteúdo devidamente contido nas nossas notas, devendo contar também com nossas observações e por vezes sugestões para novos estudos mesmo empíricos. O autor demonstra certa resistência ao trabalho empírico, a qual ele define tendo como ‘objetivo (...) é solucionar desacordos e duvidas sobres fatos, e assim tornar mais frutíferas as discussões dando a todos os lados maior base susbstantiva’, ressalta-se que ainda imperava a época do escrito uma forte tendência a valorizar a pesquisa empírica, o que faz MILL salientar que pode haver tantas ou iguais ‘virtudes’ advindas das leituras do que no empirismo.
Para o autor, deve-se exaurir as leituras antes de partir para o campo empírico, sendo o trabalho empírico como fundamento secundário para as pesquisas de um primeiro esboço de uma investigação de dado problema, valorizando primeiramente o raciocínio. Numa forma de dominar os problemas, ele sugere 4 fases, a saber: 1) reconhecer a função do tópico, questão ou área de preocupação; 2) a construção de elementos para as relações lógicas, através de pequenos modelos preliminares; 3) eliminação de falsas opiniões, advindas ao longo dos processos precendentes; e 4) formulação e reformulação das questões dos fatos que perdurem.
4) a respeito da ocorrência das ideias, em linhas gerais e simples o autor defende que as ideias advém do processo de imaginação sociológica, que defende como formas definidas para a estimular: 1) o acesso aos arquivos de notas gerados; 2) atenção de forma lúcida em relação às palavras e frases, numa busca de ‘definir com menor numero de palavras e maior precisão’ termos; 3) refletir sobre noções gerais e suas classificações em tipos, buscando uma nova classificação; 4) considerar os extremos, iniciando também a percepção pelo oposto daquilo que nos motiva; 5) em favor de uma simplicidade, buscar trabalho em termos de sim-ou-não; 6) tentar obter uma percepção comparada; e por fim 7) liberar a imaginação.
5) MILLS defende a apresentação do trabalho de forma simples e clara, atentando para uma linguagem accessível a todos. Ele traça uma critica aos círculos acadêmicos que compreendem que a forma simples inteligivelmente está atrelado a uma simples literação ou a um conteúdo puramente jornalístico, afirma portanto ‘escrever é pretender a atenção dos leitores. Isso é parte de qualquer estilo. Escrever é também pretender para si um status pelo menos bastante para ser lido’ e em tom mais duro ‘para superar a prosa acadêmica, temos de superara primeiro a pose acadêmica’. 
Tendo em vista as formas de complexidade e dificuldade de assunto, a forma de status dado a quem escreve e a qual publico se deve atingir, MILLS, lança mão de três argumentos: 1) os termos técnicos apresentam certas ‘cargas’ de conteúdo, e escrever com clareza diz respeito no controle dessas ‘cargas’, informando o desejado de forma mais simples visando dar entendimento as palavras aos destinatários finais; 2) o autor dá a ideia de que qualquer escrito, com exceção dos grandes estilistas, que não seja imaginável como discurso humano é mau escrito; 3) a importância de que qualquer autor saiba exatamente os públicos aos quais se pretende atingir e também o que se pensa deles.
6) O autor, termina sua exposição, destacando que não se pode estar ‘começando a trabalhar num projeto’, mas sim ‘trabalhando’, segundo ele ‘segundo esse modo de vida e trabalho, haverá sempre muitos tópicos que desejamos ampliar’, e que ‘pensar é lutar para impor ordem, e ao mesmo tempo abarcar o maior numero possível de aspecto’.
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