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Modulo VII Concepçao

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Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modulo VII 
2º ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
Concepção e Formação - Tutoria 1 
 
1- Descrever a gametogênese, para entender a formação dos gametas 
Gametogênese 
 Os gametas masculinos (espermatozoide) e femininos (ovócito) são células sexuais altamente especializadadas, 
contendo metade do numero de cromossomos (numero haploide) presentes nas células somáticas (do corpo). O número 
de cromossomos é reduzido durante a meiose na gametogênese. Esse processo de maturação é chamado de 
espermatogênese no sexo masculino e ovogênese no sexo feminino., sendo sua sequencia a mesma mas sua historia de 
formação diferente, com diferença no ritmo de eventos durante a meiose. A gametogênese é o processo de formação e 
desenvolvimento das células germinativas especializadas (gametas), que envolve os cromossomos e o citoplasma dos 
gametas preparando estas células sexuais para a fecundação. Um cromossomo é definido pela presença de um centrômero 
(constricção), antes da replicação do DNA na fase S do ciclo celular, os cromossomos são de cromátide única (filamento 
paralelo de DNA), após a replicação os cromossomos são de cromátide dupla. 
Meiose 
 Tipo especial de divisão celular que envolve duas divisões meióticas e que ocorre apenas nas células germinativas. 
As células germinativas diploides originam gametas haploides. A primeira divisão meiótica é de redução, porque o 
cromossomo é reduzido de diploide a haploide por emparelhamento dos cromossomos homólogos (um da mão e um do pai) 
que formam um par na prófase e sua segregação com um representante indo para cada polo na anáfase. No final desta 
primeira divisão, cada nova células formada (espermatócito ou ovócito secundário) contem o numero de cromossomos 
haploides (cromossomo de cromátide dupla), tendo metade do numero de cromossomo da célula precedente 
(espermatócito ou ovócito primário). A segunda divisão meiótica segue-se a primeira sem uma interfase normal (etapa de 
replicação do DNA), cada cromossomo se divide e cada metade ou cromátide é direcionada a um polo diferente, mantendo 
o numero haplóide (23). A segunda divisão é semelhante a uma mitose, exceto pela haploidia. 
É importante pois: -> Permite a constância do numero cromossômico de geração a geração pela redução da ploidia. 
 -> Permite o arranjo aleatório dos cromossomos maternos e paternos entre os gametas. 
 -> Relocaliza os segmentos dos cromossomos materno e paterno através de crossing over, que embaralha 
os genes produzindo recombinação genética 
 Distúrbios de meiose durante a gametogênese, por exemplo a não disjunção, resultam na formação de gametas 
cromossomicamente anormais. Se envolvidos na fecundação, esses gametas causam desenvolvimente anormal, como a 
síndrome de Down (trissomia do 21). 
 
Espermatogênese 
 É a sequencia de eventos pelos quais as espermatogônias são transformadas em espermatozóides maduros que 
inicia-se na puberdade. As espermatogônias permanecem quiescentes nos túbulos seminíferos dos testículos desde o 
período fetal, e começam a aumentar em numero na puberdade por mitose, depois crescem e sofrem modificações. As 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
espermatogônias são transformadas em espermatócitos primários, as maiores células germinativas nos túbulos seminíferos. 
Cada espermatócito sofre em seguida a primeira divisão meiótica formando dois espermatócitos secundários haploides, que 
tem cerca de metade do tamanho dos espermatócitos primários, em seguida sofre a segunda divisão meiótica formando 
quatro espermátides haploides, que são gradualmente transformadas em espermatozóides maduros pelo processo 
espermiogênese. Toda espermatogênese incluindo espermiogênese demora cerca de 2 meses, quando completo o processo, 
os espermatozoides entram na luz dos túbulos seminíferos. 
 As células de Sertroli que revestem os túbulos seminíferos dão suporte e nutrição para as células germinativas e 
podem estar envolvidas na regulação da espermatogênese. Os espermatozoides são transportados passivamente dos 
túbulos seminíferos para o epidídimo (ducto longo espiralado localizado na borda superior do testículo, é continuo com o 
ducto deferente que transporta os espermatozóides para a uretra), onde são armazenados e se tornam funcionalmente 
maduros e desenvolvem a capacidade de mobilidade que antes não tinham. 
 O espermatozoide maduro é uma célula ativamente móvel, que nada livremente, formada por cabeça e cauda. O 
colo do espermatozoide une cabeça e cauda. A cabeça forma maior parte e contem o núcleo haploide, os 2/3 anteriores são 
cobertos pelo acrossoma (organela sacular tipo capuz que tem varias enzimas, que quando liberadas facilitam a penetração 
do espermatozoide na corona radiata e na zona pelúcida na fecundação). Sua cauda é formada por 3 segmentos: peça 
intermediária (contem mitocôndrias que fornecem ATP), peca principal e peça terminal, que fornecem motilidade ao 
espermatozoide que auxilia seu transporte ao local da fecundação. 
Ovogênese 
 É a sequência de eventos pelos quais as ovogônias são transformadas em ovócitos maduros, que inicia-se antes do 
nascimento e é completado depois da puberdade, continuando-se até a menopausa. 
-> Maturação pré-natal dos ovócitos: durante a vida fetal as ovogônias se proliferam por mitose e crescem para formar os 
ovócitos primários antes do nascimento. Tão logo o ovócito primário se forma, as células do tecido conjuntivo circundam e 
formam uma única acamada de células epiteliais foliculares, achatadas constituindo o folículo primordial, que a medida que 
o ovócito primário cresce na puberdade originam o folículo primário (foliculares>cuboides>colunares). O ovócito primário 
logo é envolvido por uma camada de material gricoprotéico acelular e amorfo (zona pelúcida). Os ovócitos primários iniciam 
a primeira divisão meiótica antes do nascimento, mas a prófase não se completa até a adolescência (células foliculares 
liberam o inibidor da maturação do ovário). 
-> Maturação pós-natal dos ovócitos: inicia-se durante a puberdade, geralmente um folículo amadurece a cada mês, e ocorre 
a ovulação, exceto quando há uso de contraceptivos orais. A duração prolongada da primeira divisão meiótica (até 45 anos) 
pode ser responsável, em parte, pelos erros meióticos. Os ovócitos primários em prófase suspensa (dictióteno) são 
vulneráveis aos agentes ambientais como a radiação. Após o nascimento não se forma mais nenhum ovócito primário, que 
permanecem em repouso nos folículos ovarianos até a puberdade. Com a maturação do folículo, o ovócito primário aumenta 
de tamanho, e imediatamente antes da ovulação, completa a primeira divisão meiótica para dar origem a um ovócito 
secundário e ao primeiro corpo polar, com divisão de citoplasma desigual. O ovócito secundário recebe quase todo 
citoplasma, e o corpo polar muito pouco, por ser não-funcional logo degenera. Na ovulação, o núcleo do ovócito secundário 
inicia a segunda divisão meiótica mas progride apenas até a metáfase, quando é interrompida. Se um espermatozoide 
penetra o ovócito secundário, a segunda divisão meiótica é completada e a maior parte do citoplasma é novamente mantida 
em uma célula, o ovócito fecundado. A outra célula, o segundo corpo polar degenera e é extrudido, logo a maturação do 
ovócito termina. Há cerca de 2 milhões de ovócitos primários nos ovários de uma recém-nascida, mas muitos regridem na 
infância, restando apenas 40.000 na adolescência. Destes, só 400 tornam-se ovócitos secundários e são expelidosna ovulação 
durantes o período reprodutivo. 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
 
 
2- Explicar a morfisiologia dos sistemas reprodutoresfeminino e masculino 
Feminino 
Útero: é um órgão muscular com forme de pera e parede espessas, medindo de 7 a 8cm de comprimento, 5 a 7cm de largura, 
mas porção superior, e 2 a 3 cm de espessura, e consiste em: corpo (2/3 superiores dilatados), que estreita-se desde o fundo 
até o istmo, e colo (1/3 inferior cilíndrico), que é a sua porção terminal vaginal. A luz da cérvice possui uma luz estreita eu se 
abre na extremidade através do orifício interno, que comunica-se com a cavidade do corpo uterino, e pelo orifício externo 
que comunica-se com a vagina. A parede do corpo do útero é formada por 3 camadas: perimétrio (fina camada externa, 
peritoneal, firmemente aderida ao miométrio), miométrio (espessa camada de músculo liso), e endométrio (fina camada 
interna).Durante a fase lútea (secretora) do ciclo menstrual, distinguem-se, microscopicamente, 3 camadas de endométrio: 
uma fina camada compacta (tec. conjuntivo disposto densamente em torno do colo das glândulas uterinas), uma espessa 
camada esponjosa (tec. conjuntivo edemaciado contendo porções tortuosas e dilatadas das glândulas uterinas) e uma 
delgada camada basal contendo fundo cego das glândulas uterinas com irrigação própria e não se desintegra durante a 
menstruação. A camada compacta e esponjosa são conhecidas coletivamente por camada funcional, desintegram-se e 
descamam na menstruação e parto. No pico do seu desenvolvimento, o endométrio tem de 4 a 5mm de espessura. 
Tubas uterinas: com aproximadamente 10cm de comprimento e 1 cm de diâmetro, estendem-se lateralmente a partir do 
corno do útero. Cada tuba se abre, na sua porção proximal, dentro do corno do útero, e na sua porção distal, na cavidade 
peritoneal. Descritivamente a tuba uterina é dividida em 4 porções: infundíbulo, ampola, istmo e porção uterina. As tubas 
conduzem os ovócitos do ovário e os espermatozóides que entram pelo útero para alcançarem o sítio de fecundação na 
ampola da tuba uterina. Também conduz o zigoto em clivagem para a cavidade uterina. 
Ovários: são glândulas reprodutivas, em forma de amêndoa, localizadas próximo ás paredes pélvicas laterais, de cada lado 
do útero que produz ovócitos. Os ovários produzem estrogênio e progesterona, os hormônios responsáveis pelo 
desenvolvimento das características sexuais secundárias e pela regulação da gestação. 
 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
 
 
Masculino 
 O testículo é composto por até 900 túbulos seminíferos enrolados, onde é formado o esperma; cada um tem, em 
média, mais de um um metro de comprimento. O esperma então é despejado no epidídimo, outro tubo enrolado de +- 6 
metros de comprimento. O epidídimo conduz até o canal deferente, que se alarga na ampola do canal deferente 
imediatamente antes de o canal entrar no corpo da glândula prostática, onde o espermatozoide pode ser estocado por pelo 
menos um mês de forma inativa e reprimido por enzimas inibitórias. Duas vesículas seminais, uma de cada lado da próstata, 
desembocam na terminação prostática da ampola, secretando frutose, ácido cítrico e outras substancias nutritiva, 
prostaglandinas e fibrinogênio; e os conteúdos tanto da ampola como das vesículas seminais passam para o ducto 
ejaculatório, são conduzidos através do corpo da glândula prostática e então deságuam na uretra interna. Os ductos 
prostáticos recebem o conteúdo da glândula prostática (liquido fino, leitoso com cálcio, íons citrato e fosfatom enzima de 
coagulação e uma pró-fibrolisina) e o conduzem para o ducto ejaculatório, e deste para a uretra prostática. Finalmente a 
uretra conecta os testículos com o exterior. A uretra possui um muco produzido de um grande numero de pequenas 
glândulas uretrais localizadas em toda sua extensão, e em maior quantidade das glândulas bulbouretrais (glândulas de 
Cowper), localizadas próximo da origem da uretra. 
 
 
 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
3- Explicar o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal e sistema límbico 
 
Modificações Hormonais na Puberdade 
Todas as transformações aqui citadas como pertencentes à puberdade só ocorrem nessa fase da vida devido à reativação do 
eixo HHG, que gradualmente retoma seu pleno funcionamento, possibilitando a secreção progressiva de hormônios sexuais 
pelos ovários e testículos. Esses esteróides sexuais serão responsáveis pelas profundas mudanças biológicas, morfológicas e 
psicológicas a que os adolescentes serão submetidos. Nessas mudanças, também serão envolvidos os hormônios do 
crescimento, tireoidianos e adrenais, bem como vários fatores neurossecretores; e/ou hormonais e todos os moduladores 
somáticos do crescimento. 
 
Eixo Hipotálamo-Hipófise-Gonadal 
- Funcionamento do Eixo 
O hipotálamo é uma região situada no assoalho do terceiro ventrículo que integra as mensagens do sistema 
nervoso central (SNC), transmitindo-as ao sistema endócrino através da hipófise, situada imediatamente abaixo dele. O 
núcleo arqueado do hipotálamo, localizado na sua região ventromedial, contém neurônios neurossecretores, cujos axônios 
terminam na eminência mediana, uma região centro-hipotalâmica. As terminações desses axônios secretam o hormônio 
liberador das gonadotrofinas GnRH (também chamado de LHRH), de forma pulsátil, exclusivamente para dentro da circulação 
porta-hipofisária. 
O GnRH age sobre o lobo anterior da hipófise (adenoipófise), onde estimula as células produtoras de 
gonadotrofinas (gonadotrofos), promovendo a síntese e a liberação do hormônio luteinizante (LH) e do hormônio folículo-
estimulante (FSH). Sabe-se que a hipófise só responde ao estímulo do GnRH quando este ocorre de forma pulsátil, gerando 
também a liberação pulsátil de LH e FSH. As gonadotrofinas agirão sobre as gônadas, promovendo a secreção dos esteróides 
sexuais 17 b-estradiol no sexo feminino e testosterona no sexo masculino, que atuarão sobre os tecidos-alvo, promovendo 
as mudanças físicas típicas do período pubertário. Sob a mesma ação, as gônadas também liberarão inibina, que participará 
do mecanismo de regulação do eixo. 
Especificamente no sexo feminino, as gonadotrofinas agem de forma, intermitente sobre os folículos primários, 
localizados na região cortical dos ovários. O hormônio luteinizante estimula as células da teca a produzirem andrógenos. O 
FSH estimula o crescimento do folículo ovariano e também a atividade da aromatase, que converte os andrógenos 
produzidos na teca em estrógenos (principalmente o estradiol E2).3 O LH também é responsável pela maturação folicular e 
pela ovulação, com posterior formação do corpo lúteo que secretará, além de estrógenos, também a progesterona (P). 
 
Auto-Regulação 
A regulação desse eixo depende dos níveis séricos dos próprios hormônios que o compõem. Os esteróides sexuais 
e a inibina atuam sobre o hipotálamo e a hipófise, promovendo a redução da secreção de GnRH e LH/FSH. Da mesma forma, 
as gonadotrofinas atuam sobre o hipotálamo, reduzindo a secreção de GnRH. Tal atividade inibitória é inversamente 
proporcional aos níveis circulantes desses hormônios e é denominada feedback negativo. 
Outro mecanismo de controle do eixo advém do sistema nervoso central (SNC, onde neurônios catecolinérgicos e 
serotoninérgicos, através dos seus efeitos sobre as norepinefrinas, serotoninas e dopaminas hipotalâmicas e do hormônio 
liberador das corticotrofinas e peptídeos opiáceos, exercem controle intrínseco sobre os neurônios produtores de GnRH, 
alterando a amplitude e a frequência dos pulsos de GnRH. Finalmente, o próprio GnRH exerce ação negativa na sua própria 
secreção. 
Na metade do ciclo menstrual, no momento em que os ovários atingem um nível elevado de produção de estrógeno 
e conseguem mantê-lo por um tempo maior, a ação inibitória do estrógeno sobre o hipotálamo torna-se 
estimulatória (feedback positivo), provocando uma maior liberação de GnRH que, por sua vez, aumentará a liberaçãode LH 
e FSH, elevando ainda mais os níveis séricos de estradiol. Essa elevação aguda do estradiol plasmático provocará a ruptura 
do folículo ovariano, denominada ovulação. Após a ovulação, os níveis de estrógenos caem abruptamente, e sua ação sob o 
hipotálamo volta a ser inibitória (feedback negativo). Essa inversão do feedback ocorrerá ciclicamente, permitindo a 
ovulação periódica na mulher adulta. 
A sensibilidade do hipotálamo em detectar os níveis circulantes de gonadotrofinas e esteróides sexuais, bem como 
a intensidade da ação do efeito inibitório intrínseco do SNC, será responsável pela redução do funcionamento do eixo HHG 
durante a infância. Da mesma forma, é bem provável que o feedback negativo exercido pelo GnRH endógeno sobre sua 
própria secreção, combinada com as b-endorfinas, possa participar no mecanismo restritivo da geração de pulsos do 
hipotálamo no período prépuberal. 
 
Padrão de Secreção das Gonadotrofinas 
A adolescente, no final de seu desenvolvimento puberal, e as mulheres adultas pré-menopáusicas apresentam dois 
padrões distintos de secreção de gonadotrofinas: o tônico e o cíclico. O padrão tônico ou basal é caracterizado pela liberação 
hormonal constantemente regulada pelos próprios níveis hormonais circulantes, exercida pelo feedback negativo. Este é o 
padrão geral existente nos homens e um dos mecanismos de controle na mulher. 
O padrão cíclico caracteriza-se pela elevação acentuada dos níveis circulantes de estrógeno, provocando um efeito 
estimulante sobre a secreção de gonadotrofinas (feedback positivo), que elevarão ainda mais os níveis de estrógenos séricos 
necessários para a ovulação. 
 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
Funcionamento do Eixo nas Diversas Idades 
 O funcionamento desse eixo sofre amplas variações desde a vida embrionária até o estabelecimento do seu 
funcionamento normal na vida adulta. O GnRH é detectado no cérebro com quatro ou cinco semanas após a concepção, mas 
apenas na sexta ou oitava semana é detectado no hipotálamo. A partir da 11ª semana, o hipotálamo secreta GnRH com 
conseqüente liberação de LH e FSH. Até 6 meses de vida, no sexo masculino, e 12 meses, no sexo feminino,ainda há 
aumentos transitórios de gonadotrofinas e de esteróides sexuais. Inicia-se, a partir daí um longo período em que o eixo HHG 
será mantido hipofuncionante devido à inibição intrínseca do SNC sobre o hipotálamo, bem como pelo aumento da 
sensibilidade hipotalâmica ao mecanismo de feedback negativo, verificando-se baixos níveis séricos de LH e FSH. A 
supressão desse circuito durante quase toda a infância se deve ao mecanismo de feedback negativo exercido pelos 
hormônios gonadais sobre o hipotálamo (e provavelmente também sobre a hipófise). Nessa fase, um hipotético mecanismo 
sensor do hipotálarrio, que se convencionou chamar de "gonadostato", se mostra extremamente sensível ao efeito 
supressivo dos hormônios gonadais circulantes. Nesse "ponto" de alta sensibilidade do gonadostato, muito pouco GnRH é 
liberado pelo hipotálamo, pouca gonadotrofina é secretada pela hipófise, e a concentração dos hormônios gonadais 
permanece baixa, logo a hipófise pré-puberal apresenta uma baixa capacidade de secreção de LH em presença de estímulos 
agudos. 
 Com a aproximação da puberdade, aumentam os pulsos de GnRH, levando os gonadotrofos a acumular maiores 
reservas de LH liberável. Aproximadamente dois anos antes do surgimento dos primeiros sinais físicos de puberdade, a 
função do eixo HHG aumenta gradualmente e é expressa pelo aumento da amplitude e da freqüência dos pulsos de GnRH 
com consequente aumento da secreção de LH e FSH. O padrão qualitativo, bem como o quantitativo dessas secreções, sofre 
profundas mudanças durante a puberdade. A resposta ao estímulo com GnRH aumenta progressivamente nos dois sexos, 
mas o aumento do FSH é muito menos marcado do que o do LH. Essa reativação do eixo leva à maturação sexual que 
corresponderá à puberdade. Os meninos parecem necessitar de maiores picos de GnRH do que as meninas para exibirem as 
manifestações somáticas equivalentes. Provavelmente, a hipófise feminina secreta gonadotrofinas em um limiar mais baixo 
de estimulação pelo GnRH. Esse fenômeno explicaria por que a puberdade nas meninas começa mais cedo do que nos 
meninos e por que a incidência de puberdade precoce idiopática é maior em meninas, enquanto o atraso constitucional da 
puberdade é mais comum em meninos. No início, os picos de LH terão um ritmo circadiano com pulsos frequentes de baixa 
amplitude (puberdade inicial) que, gradualmente, com a evolução da puberdade, irão diminuindo em frequência e 
aumentando em amplitude (puberdade intermediária), até surgirem também durante o dia, conforme as transformações 
puberais cheguem ao seu final. 
 Com a gradual maturação do eixo, o hipotálamo toma-se capaz de liberar maiores quantidades de GnRH que, 
induzindo a formação de maiores reservas hipofisárias de gonadotrofinas, com ação consequentemente mais intensa sobre 
os folículos; ovarianos, responderá com acentuada liberação de estradiol. Ao atingir esse estágio (na segunda metade do 
período puberal), os ovários estarão aptos a exercer o feedback positivo que permitirá estabelecer a ovulação. Concluída a 
puberdade, encontraremos o padrão secretório adulto, caracterizado por picos de gonadotrofinas ocorrendo a cada 1 a 2 
horas, sem amplificação durante o sono. 
 
Ciclo reprodutivo masculino 
 
 Ciclo reprodutivo feminino 
 Iniciando-se na puberdade e continuando-se os anos reprodutivos, as melhores passam por ciclos reprodutivos 
mensais (ciclos sexuais), que envolvem atividade do hipotálamo do cérebro, da glândula hipófise, da vagina e das glândulas 
mamárias. Esses ciclos mensais preparam o sistema reprodutivo para a gravidez. O GnRH (hormônio liberador de 
gonadotrofina) é sintetizado pelas células neurossecretoras no hipotálamo e é carregado pelo sistema porta-hipofisário até 
o lobo anterior da hipófise, que estimula a liberação de 2 hormônios produzidos pela hipófise, que agem nos ovários: 
- FSH (hormônio folículo-estilmulante): estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção do estrogênio por 
suas células foliculares. 
- LH (hormônio luteinizante): que atua como disparador da ovulação (liberação do ovócito secundário) e estimula as células 
foliculares e o corpo lúteo a produzir progesterona. 
Esses hormônios induzem também o crescimento do endométrio. 
 Ciclo ovariano 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
 O FSH e o LH produzem mudanças cíclicas nos ovários, o desenvolvimento dos folículos, ovulação e formação do 
corpo lúteo. Durante cada ciclo, o FSH promove o crescimento de vários folículos primordiais entre 5 e 12 folículos primários, 
mas apenas um folículo primário se desenvolve at;e se tornar folículo maduro e se rompe na superfície do ovário, liberando 
seu ovócito. 
- Desenvolvimento folicular: é caracterizado por crescimento e diferenciação do ovócito primário; proliferação das células 
foliculares; formação da zona pelúcida e desenvolvimento das tecas foliculares. 
 Com o aumento de tamanho do folículo primário, o tec. conjuntivo adjacente se organiza e forma uma cápsula, a 
teca folicular, que logo se diferencia em 2 camadas: uma interna vascularizada e glandular (teca interna) e uma camada 
conjuntiva, semelhante a uma cápsula (teca externa). Acredita-se que as células tecais produzam um fator de angiogênese 
que promove o crescimento dos vasos sanguíneos da teca interna, que fornecem suporte nutritivo para desenvolvimento 
folicular. As céls foliculares dividem-se ativamente, produzindo uma camada estratificada em torno do ovócito. O folículo 
ovariano logo se torna oval e o ovócito assume posição excêntrica. Logo, surgem em torno das céls foliculares espaços 
preenchidos por fluido, que coalescem para formar uma única e grande cavidade, o antro, que contém o fluido folicular. 
Depoisque antro se forma, o folículo ovariano é denominado folículo vesicular ou folículo secundário. 
 O ovócito primário é empurrado para um lado do folículo, onde fica envolvido por um acúmulo de céls foliculares, 
o cumulus ooforus, que se projeta para dentro do antro. O folículo continua a crescer até que alcança a maturidade e produz 
um intumescimento na superfície do ovário. O desenvolvimento inicial dos folículos ovarianos é induzido pelo FSH, mas os 
estágios finais de maturação requerem também o LH. Os folículos em crescimento produzem estrogênio, um hormônio que 
regula o desenvolvimento e a função dos órgãos reprodutivos. A teca interna vascular produz fluido folicular e algum 
estrogênio. Suas céls foliculares, que os converte em estrogênio. Algum estrogênio é também produzido por grupos 
dispersos de céls estromais secretoras, conhecidas coletivamente como glândula intersticial do ovário. 
- Ovulação: Por volta da metade do ciclo, o folículo ovariano, sob influência do FSH e LH, sofre um repentino surto de 
crescimento, produzindo um intumescimento cístico ou saliência na superfície do ovário, e surge nesta um pequeno ponto 
avascular, o estigma. Antes da ovulação, o ovócito secundário e alguma céls do cúmulos ooforus, destacam-se do interior do 
folículo distendido. A ovulação é disparada por uma onda de produção de LH, que se segue ao pico de LH por 12 a 24 horas. 
A onda de LH, induzida pelo alto nível de estrogênio sanguíneo, parece causar a tumefação do estigma, formando uma 
vesícula, que logo se rompe expelindo o ovócito secundário com o fluido folicular. A expulsão do ovócito é o resultado da 
pressão intrafolicular e contração do músculo liso na teca externa devida à estimulação por prostaglandinas. A digestão 
enzimática da parede folicular parece ser um dos principais mecanismos que levam a ovulação. O ovócito secundário 
expelido é envolvido pela zona pelúcida e por uma ou mais camadas de céls foliculares, as quais se arranjam radialmente 
(corona radiata), formando o complexo cumulus-ovócito. A onda de LH induz o término da primeira divisão meiótica do 
ovócito primário. Portanto, folículos ovarianos maduros contem ovócitos secundários. A zona pelúcida é composta de 3 
glicoproteínas (ZPA, ZPB, ZPC), que formam uma rede de filamentos com múltiplos poros. A ligação do espermatozoide à 
zona pelúcida (interações espermatozoide-ovócito) é um evento crítico e complexo durante a fecundação. 
Corpo Lúteo: Logo após a ovulação, as paredes do folículo ovariano e da teca folicular sofrem colapso e se tornam enrugadas. 
Devido ao LH, elas se desenvolvem em uma estrutura glandular, o corpo lúteo, que secreta progesterona e algum estrogênio, 
fazendo as glândulas endometriais secretarem e prepararem o endométrio para a implantação do blastocisto. Se o ovócito 
é fecundado, o corpo lúteo aumenta de tamanho e forma o corpo lúteo gravídico, aumento sua produção hormonal. Na 
gravidez, a degeneração do corpo lúteo é impedida pela gonadotrofina coriônica humana (hCG), um hormônio secretado 
pelo sinciciotrofoblasto do blastocisto. O corpo lúteo gravídico permanece funcionalmente ativo durante as 20 semanas de 
gravidez. Nessa época a placenta assume a produção de estrogênio e progesterona necessários para a manutenção da 
gestação. Se o ovário não ;e fecundado, o corpo lúteo involui e degenera 10 a 12 dias após a ovulação, quando é chamado 
de corpo lúteo da menstruação. Depois o corpo lúteo é transformado em uma cicatriz branca no ovário, o corpo albicans. 
Exceto na gravidez, os ciclos ovarianos normalmente persistentem por toda vida reprodutiva da mulher e terminam na 
menopausa, a suspensão permanente da menstruação, que geralmente ocorre entre 48 e 55 anos de idade. As alterações 
endócrinas, somáticas e psicológicas que ocorrem ao término do período reprodutivo são chamadas climatéricas. 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
 
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4- Elucidar o ciclo menstrual 
Ciclo menstrual (endometrial) 
 É o período durante o qual o ovócito amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina. Os hormônios produzidos 
pelos folículos ovarianos e coro lúteo (estrogênio e progesterona) causam mudanças cíclicas no endométrio; na camada 
interna do útero constituem o ciclo endometrial (período menstrual) que causa a menstruação (fluxo sanguíneo do útero). 
O endométrio é um espelho do ciclo ovariano respondendo às concentrações flutuantes de gonadotrofinas e hormônios 
ovarianos. O ciclo menstrual é em média de 28 dias variando em extensão em mulheres normais (23 a 35 dias - alteração na 
duração da fase proliferativa), sendo o primeiro dia o dia que no qual se inicia o fluxo menstrual. 
FASES: Embora seja dividido em 3 fases, o ciclo menstrual é um processo continuo; cada fase passa gradualmente para a fase 
seguinte. 
- Fase menstrual: a camada funcional da parede uterina desintegra-se e é expelida com o fluxo menstrual (sangramento 
mensal) que dura de 4 a 5 dias, o sangue esta misturado a pequenos fragmentos de tecido endometrial, e após a menstruação 
o endométrio tona-se delgado. 
- Fase proliferativa (folicular, estrogênica): dura +-9 dias, coincide com o crescimento dos folículos ovariano e é controlada 
pelo estrogênio secretado por estes folículos. O endométrio aumenta de 2 a 3x sua espessura e conteúdo de água nessa fase 
de reparo e restauração. Em seu início, o epitélio superficial reconstrói-se e recobre o endométrio, as glândulas aumentam 
de número e comprimento e as artérias espiraladas se alongam. 
- Fase lútea (secretora, pregestacional): dura +-13 dias, coincide com a formação, o crescimento e o funcionamento do corpo 
lúteo. A progesterona produzida pelo corpo lúteo estimula o epitélio glandular a secretar um material rico em glicogênio. As 
glândulas tornam-se amplas, tortuosas e saculares, e o endométrio espessa-se devido a progesterona e do estrogênio do 
corpo lúteo e tbm pelo aumento de fluido no tec. conjuntivo. As artérias espiraladas crescem dentro da camada compacta 
superficial e se tornam muito enroscadas. A rede venosa torna-se complexa e grandes lacunas venosas se desenvolvem (há 
anastomoses arteriovenosas). 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
Se a fecundação não ocorre: o corpo lúteo degenera, os níveis de estrogênio e progesterona caem e o endométrio secretor 
entra na fase isquêmica, ocorre a menstruação. 
-> Fase isquêmica: ocorre quando o ovócito não é fecundado, a isquemia ocorre quando as artérias espiraladas se contraem, 
dando ao endométrio aspecto pálido, resultante da diminuição da secreção de hormônios pelo corpo lúteo em degeneração, 
principalmente progesterona. Além de parada de secreção glandular, perda de fluido instersticial e acentuada retração do 
endométrio. Por fim as artérias espiraladas se contraem por períodos maiores, acarretando estase venosa e necrose 
isquêmica (morte) nos tecidos superficiais, segue-se a ruptura da parede dos vasos lesados e o sangue penetra no tec. 
conjuntivo adjacente, formando pequenos lagos de sangue que se rompem na superfície endometrial resultando em 
sangramento para a luz uterina e pela vagina. Há perda de 20 a 80 ml de sangue, e finalmente após 3 a 5 dias toda a camada 
compacta e a maior parte da camada esponjosa são eliminadas, o remanescente destas permanecem e são regeneradas 
durante a fase proliferativa seguinte. 
Se há fecundação: ocorre a clivagem do zigoto e a blastogenêse (formação do blastocisto que é implantado no endométrio 
no 6 dia da fase lútea, que prossegue, mas não há menstruação) 
-> Fase de gravidez: com a gestação os ciclos menstruais cessam e o endométrio passa para uma fase gravídica. Com o 
termino da gravidez, os ciclos ovarianos e menstruais ressurgem após um período variável (de 6 a 10 semanas se a mulher 
não está amamentando). 
 
5- Caracterizara resposta sexual 
 Pode-se então pensar a resposta sexual humana (RSH) em três dimensões: a biológica, a psicológica e a social. Já 
segundo Kaplan, “A RSH é uma sucessão altamente racional e ordenada de ocorrências fisiológicas cuja função é preparar os 
corpos de dois parceiros para a união reprodutora. A resposta sexual feminina transforma o espaço potencial da vagina, 
apertada e seca, num receptáculo bem lubrificado e aberto para o pênis”. 
 Como define a Organização Mundial de Saúde, saúde sexual é a integração dos elementos somáticos, emocionais, 
intelectuais e sociais do ser sexual, por meios que sejam positivamente enriquecedores e que potencializem a personalidade, 
a comunicação e o amor. A vida sexual de pessoas sadias, ou seja, com “saúde sexual”, é coordenada pela inter-relação de 
três sistemas: o neurológico, o vascular e o endocrinológico. Qualquer alteração em algum destes sistemas pode, 
potencialmente, gerar descompassos na reposta sexual. 
 Resposta sexual humana: A relação sexual bem-sucedida depende de uma sequência complexa de ocorrências 
hormonais e fisiológicas altamente vulneráveis aos efeitos de excitações emocionais, tanto intensas quanto crônicas. 
 Masters & Johnson, em 1970, descreveram o “ciclo de resposta sexual completo”, subdividindo-o em quatro fases: 
1) Excitação: duração de minutos a horas. É a estimulação psicológica e/ou fisiológica para o ato. Corresponde à lubrificação 
vaginal na mulher e à ereção peniana no homem. Caracteriza-se basicamente por dois fenômenos: vasocongestão e 
miotonia, culminando na formação da plataforma orgásmica. 
2) Platô: excitação contínua; prolonga-se de 30 segundos a vários minutos; 
3) Orgasmo (orge, do Latim, significa agitação, irritação). É uma descarga de imenso prazer, representada no homem pela 
ejaculação peniana. Segundo Wilhelm Reich, é “Tensão que aumenta, atinge o auge, e é descarregada, gerando relaxamento 
corporal”. É a fase de excitação máxima, com grande vasocongestão e miotonia rítmica da região pélvica, acompanhada de 
grande sensação de prazer, seguida de relaxamento e involução da resposta (resolução). É o clímax da resposta sexual e 
constitui uma série de contrações rítmicas (3 a 15) da plataforma orgástica, com intervalo de 0,8 segundos; 
4) Resolução: Também chamada fase de detumescência, é um estado subjetivo de bem-estar que se segue ao orgasmo, no 
qual predomina o relaxamento muscular, a lassidão e certo torpor. Tem duração de minutos a horas. Nos homens, 
caracteriza-se por um período refratário no qual o organismo necessita estar em repouso, não aceitando mais estimulação. 
 A fase de desejo ou apetência só foi descrita por Kaplan em 1977, e corresponderia à vontade de estabelecer uma 
relação sexual, a partir de algum estímulo sensorial (audição, visão, olfato etc.), assim como pela memória de vivências 
eróticas e de fantasias. O novo esquema considerava o ciclo de resposta sexual, então, composto pelas fases de desejo, 
excitação, orgasmo e resolução. 
 Em 2002, a psiquiatra canadense Rosemarie Basson descreveu o “Modelo Circular da Resposta Sexual Feminina”, 
no qual, nos relacionamentos de longo prazo, a mulher iniciaria a relação a partir da “neutralidade sexual”, ou seja, quando 
estimulada pelo parceiro, atingiria graus crescentes de excitação, motivada pela intimidade, pelo ganho secundário do 
vínculo afetivo, ou por outras razões não sexuais, antepondo a excitação ao desejo13,14. O desejo se desenvolveria 
posteriormente, sendo uma consequência e não a causa do ato sexual13,14. Este modelo valoriza a resposta e a 
receptividade femininas, postulando que, para muitas mulheres, é o desejo de intimidade, ao invés de um impulso biológico, 
o desencadeador do ciclo de resposta sexual. 
DESEJO (LIBIDO) 
 O desejo sexual assemelha-se a um apetite, onde a pessoa procura buscar ou a torna receptiva ao sexo. 
Interferências orgânicas ou emocionais podem alterar a percepção do desejo, sendo vivenciado de formas e intensidades 
diferentes no homem e na mulher. 
 O desejo é um impulso que o sistema neurológico específico produz por meio de sua estimulação. A libido ativa 
uma cadeia de processos complexos do sistema nervoso de forma consciente e inconsciente, resultando numa série de 
sustâncias químicas que envolvem o corpo. Causando percepções particulares e suficientes que fazem a pessoa buscar a 
relação sexual ou pelo menos demostrar-se receptiva. O centro nervoso cerebral divide-se em dois setores, que estão ligados 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
a dois sistemas de neurotransmissores importantes: um que ativa o desejo e outro, que inibe. Os neurotransmissores são 
mensageiros químicos que tem como função enviar informação entre células nervosas. Então quando a pessoa tem uma 
lembrança erótica ou sensual ativada por qualquer tipo de estímulo sensorial, esses mensageiros são acionados. 
 
Fonte: http://www.guia.heu.nom.br/sistema_limbico.htm 
 
 No cérebro a região sexual localiza-se no hipotálamo onde estão localizados os neurotransmissores que ativam e 
que inibem o desejo, chamados de centros póstero-laterais e centros ventro-mediais respectivamente, agindo de forma 
antagonista. Esses centros estão relacionados aos centros do prazer e da dor. Por esse motivo quando o centro do desejo é 
acionado, ocorre a ativação do centro do prazer, proporcionando a pessoa uma sensação prazerosa. Já quando o centro da 
dor é ativado, pode haver uma inibição do desejo pelo centro relacionado. 
 As endorfinas são compostos químicos produzidos pelas células cerebrais que proporciona um efeito de euforia, 
bem estar e alívio. Essa substancia é liberada no Sistema Nervoso Central (SNC) e vai ao mesmo tempo estimular o centro 
do prazer e inibir o centro da dor. Já quando se estimula o centro da dor, a produção de endorfina é bloqueada. Na fase do 
desejo, também estão envolvidos alguns hormônios, estrógeno e testosterona na mulher e no homem apenas a testosterona 
que vão agir nos centros sexuais do hipotálamo. Na mulher na carência de testosterona o estímulo sexual pode ser dado 
pelo Hormônio Luteinizante (LH), secretado pela hipófise anterior. 
EXCITAÇÃO 
 Nessa fase o corpo se modifica para a relação sexual é como o corpo responde ao desejo. Na mulher a vagina que 
era um espaço virtual e seco, torna-se alongada, alargada e lubrificada devido à maior irrigação sanguínea no local e por 
liberação de muco pelas células do epitélio da vagina e pelas glândulas vestibulares. Outras transformações importantes 
ocorrem como o aumento do volume uterino e sua elevação na pelve, a contração de fibras musculares, de forma crescente 
e involuntária (miotonia). Os seios apresentam um leve aumento e os mamilos enrijecem. Há um aumento da frequência 
cardíaca e respiratória. Os órgãos localizados próximos a região genital, como o ânus, reto, bexiga e uretra, sofrem 
contrações musculares. Órgãos que fazem parte do aparelho genital feminino passam por transformações significativas: no 
clitóris, nos grandes e pequenos lábios no útero e na vagina há um aumento e acumulo da circulação de sangue, tanto de 
forma superficial como profunda provocando uma congestão vascular; os músculos desses órgãos também irão sofre 
miotonia. Há um avermelhamento e aumento de tamanho dos grandes e pequenos lábios e do clitóris. Para deixar a abertura 
da vagina livre os grandes lábios se comprimem havendo uma retração dos mesmos. 
 No homem a fase da excitação é delimitada pela a ereção do pênis. Como no sexo feminino as mudanças mais 
importantes no masculino são a congestão vascular e a miotonia. Também apresenta alteração nos mamilos com aumento 
de sensibilidade e leve enrijecimento, a pele sofre pequeno rubor, podendo aparecer manchas avermelhadas. A pressão 
sanguínea, a frequência cardíaca e a respiratória aumentam durante a fase de excitação. Há contração de órgãos próximos 
à região genital masculina.ORGASMO 
 O orgasmo, também denominado de êxtase, gozo ou ápice, acontece quando os estímulos sexuais alcançam a sua 
atividade máxima, quando toda tensão sexual é liberada. Ocorre o que se denomina de plataforma orgásmica, que é a 
congestão vascular profunda do clitóris, pequenos e grandes lábios do terço inferior da vagina. Nessa região acontece uma 
série de contrações rítmicas e involuntárias. 
 No homem é acompanhado da ejaculação onde passa por uma contração muscular com expulsão de esperma. A 
ejaculação se dá em duas partes, a primeira quando o líquido seminal é liberado pela próstata, vesícula seminal e canal 
ejaculatório para a uretra; a segunda parte se dá quando a passagem desse líquido da uretra até a expulsão pelo orifício 
uretral localizado na cabeça do pênis. A mulher logo após o orgasmo pode ser novamente estimulada e iniciar outro ciclo 
excitatório, essa capacidade de ter múltiplos orgasmos não é vista no homem que em seguida a essa fase passa por um 
período de relaxamento denominado resolução. 
 
6- Compreender a puberdade e seus marcos, relacionando com as alterações psicosociais 
Definições 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
Primeira infância: refere-se ao primeiro período da vida extra-uterina; basicamente, o primeiro ano após o nascimento. 
Infância: é o período que se inicia por volta dos 13 meses e vai até a puberdade. Os dentes primários (decíduos) continuam 
a aparecer e mais tarde são substituídos pelos permanente. Em seu inicio há uma ossificação ativa mas conforme a idade a 
tava de crescimento diminui, mas logo antes da puberdade o crescimento acelera (pico de crescimento pré-puberal). 
Puberdade: frequentemente se estende dos 12 aos 15 anos de idade nas meninas (normal depois dos 8), e dos 13 aos 16 nos 
meninos, durante o qual ocorre o amadurecimento dos caracteres sexuais primários (genitais e gonádicos), o surgimento e 
desenvolvimento das características sexuais secundárias (mamas, pelos pubianos e axilares) e pelo estirão do crescimento. 
Os estágios do desenvolvimento da puberdade seguem um padrão individual e define-se não como um evento isolado mas 
uma fase continuum do desenvolvimento do eixo hipotálamo-hipofise-gonadal (HHG), que tem sua função iniciada na vida 
fetal, entra em quiescência durante a infância e sofre uma reativação no inicio da puberdade. Nas meninas a puberdade 
termina com o primeiro período menstrual ou menarca, iniciando os ciclos ou períodos menstruais. Nos meninos, a 
puberdade termina quando os espermatozóides maduros são produzidos. 
Adolescência: período compreendida entre os 11 e 19 anos de idade, caracterizado pela rápida maturação física e sexual. 
Esse período se estende dos primeiros sinais de maturidade sexual -puberdade- até o alcance da maturidade física, mental 
e emocional. A capacidade de reprodução é alcançada na adolescência. A taxa de crescimento geral desacelra quando esse 
período termina, mas o crescimento de algumas estruturas se acentua (ex: mamas femininas e genitália masculina). 
Idade adulta: realização do crescimento completo e da maturidade, é alcançada geralmente entre as idades de 18 e 21 anos. 
A ossificação e o crescimento são completados praticamente durante os primeiros anos de vida adulta (21 a 25 anos). Após 
essa idades, as mudanças no desenvolvimento ocorrem muito vagarosamente. 
 
Alterações físicas na puberdade 
 A sequencia de eventos usualmente segue o padrão: crescimento acelerado, telarca, pubarca e menarca, cobrindo 
um período em média de 4,5 anos (1,5 a 6 anos). Em 20% das meninas a pubarca antecede a telarca. Nas meninas o primeiro 
sinal visível de maturação sexual é o surgimento do broto mamário (geralmente 10 a 12 anos), seu desenvolvimento 
completo leva de 3 a 4 anos, finalizando-se aos 14 anos. A adrenarca (início da estereidogenese adrenal) predominantemente 
de androgênios, precede a pubarca, iniciando-se bioquimicamente aos 6 anos. A manifestação clinica da adrenarca, ou seja, 
a pubarca, entretanto, acontece cerca de 6 a 12 meses após a telarca. Os pelos pubianos levam cerca de 3 anos para 
completar seu desenvolvimento. A menstruação ocorre aos 12,8 anos (11 a 13). Em 70% das meninas a menarca acontece 
em M4, enquanto em 25% acontece em M3. Os ciclos menstruais, inicialmente, são anovulatórios, associados a 
menstruações irregulares, sendo que 1 a 2 anos depois tornam-se ovulatórios e regulares. 
Estirão do crescimento: constitui a primeira manifestação da puberdade na maioria das meninas, a taxa de crecimento ósseo 
é acelerada na puberdade, sendo que 45% da massa esquelética total do adulto é desenvolvida entre 11 e 18 anos. A duração 
total da fase de crescimento puberal é o principal fator determinando da estrutura final do adulto, sendo importante também 
o tempo de início da puberdade. O inicio precoce leva a uma menos estatura final, enquanto o inicio tardio resulta em maior 
estatura devido a fase em que ocorre o fechamento das epífises ósseas. É dividido em 3 estágios: Inicial (velocidade mínima 
de crescimento -peripuberal), pico da velocidade de crescimento (PVC - aceleração rápida do crecimento) e estágio final 
(diminuição da velocidade e interrupção do crescimento, por ocasião da fusão epifisiária). 
Caracteres sexuais secundários: se constitui em 2 diferentes fenômenos; o desenvolvimento das mamas (telarca) e o 
crescimento dos pelos pubianos (telarca). A classificaçao de Tanner para a mama inicia-se no estágio 1 (elevação da papila - 
fase pré puberal), estagio 2 (elevação da mama e da papila, broto mamário, e aumenta diâmetro areolar), estágio 3 (aumento 
adicional da mama e aréola, sem separação dos contornos), estágio 4 (elevação secundária da aréola e da papila acima do 
nível da mama) e estágio 5 (projeção da papila e uma recessão da aréola ao contorno geral da mama). Para os pelos pubianos 
há o estágio 1 (ausência de pelos - fase pré-puberal), estagio 2 (há pelos pigmentados, escassos, principalmente nos grandes 
lábios), estagio 3 (pelos tornal-se escuros, grossos, encaracolados e espalhados de forma dispersa sobre o monte pubiano), 
no estagio 4 (pelo do tipo adulto abundantes mas limitados ao monte pubiano) e estagio 5 (espalham-se sobre as coxas). 
Caracteres sexuais primários: a mucosa vaginal torna-se espessa e enrugada, aparece uma secreção clara, o ph diminui 
devido ao acido lático, ocorre depósito de gordura subcutânea no monte pubiano e grandes lábios, pequenos lábios e clitoris 
tornam-se proeminentes. O útero e os ovários tem aumento de volume. 
Menarca: é a primeira menstruação, é um evento marcante no desenvolvimento puberal e sinaliza a obtenção da capacidade 
reprodutiva. 
 
Puberdade não é um novo evento, mas parte de uma seqüência que começa na vida embrionária. A seqüência de 
modificações no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (HHG), controladas por complexos fatores neuroendócrinos, que ocorrerá 
nesta fase será expressa fisicamente pelo surgimento das seguintes modificações: 
 
1. Aceleração e desaceleração da velocidade de crescimento estatural com posterior fusão das cartilagens de crescimento. 
2. Desenvolvimento dos órgãos de reprodução e caracteres sexuais secundários. 
3. Surgimento do broto mamário e conseqüente aumento da glândula mamária. 
4. Surgimento dos pêlos pubianos; e axilares. 
5. Mudanças da composição corporal com acúmulo localizado de gorduras, dando a característica arredondada ao corpo 
feminino. No sexo masculino, ocorre aumento mais acentuado da massa muscular. 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
6. Aumento do quadril mais acentuado do que o dos ombros nas mulheres, ocorrendo, no homem, um aumento maior do 
diâmetro biacromial. 
7. Surgimento do odor androgênico. 
8. Surgimento da acne devido à mudança nas características da pele. 
9. Alteração da cartilagem cricóide com conseqüente alteração da voz, que se torna mais grave nos homens do que nas 
mulheres.10. Desenvolvimento dos sistemas cardiovascular e respiratório, proporcionando aumento da força e resistência, 
principalmente no sexo masculino. 
11. Combinação de fatores não claramente conhecidos, que modulam a atividade neuroendócrina, iniciando e coordenando 
todas essas transformações. 
 
Estágios de Tanner 
A descrição feita por Tanner baseia-se na evolução do crescimento mamário e dos pêlos pubianos separadamente, pois nem 
sempre a maturidade de ambos ocorre de forma concomitante. São descritos cinco estágios: o primeiro refere-se o corpo 
infantil com ausência de sinais puberais (Tanner I), o quinto descreve o desenvolvimento puberal completo, típico dos 
adultos, e os três estágios intermediários caracterizam a puberdade inicial (Tanner H), média (Tanner HI) e final (Tanner IV). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
Concepção e formação - Tutoria 1 intermediária 
 
1- Conceituar o abuso sexual e suas consequências físicas e psíquicas na criança e adolescente 
Abuso sexual 
 Ocorre abuso sexual de crianças e adolescentes quando estes indivíduos em formação são usados para gratificação 
sexual de pessoas geralmente mais velhas, em um estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado. Esta situação 
está presente em todos os meios socioeconômicos, religiosos, étnicos e culturais. Abrange todo ato, exploração, jogo, relação 
hetero ou homossexual, ou vitimização, de crianças e adolescentes por um adulto, por um adolescente, ou por uma criança 
mais velha que, pelo uso do poder, da diferença de idade, de conhecimento sobre o comportamento sexual, age visando o 
prazer e a gratificação própria. Pode acontecer com toque físico (beijos, carícias, penetração digital, penetração com objetos, 
sexo oral, anal, vaginal) ou sem qualquer tipo de contato físico (assédio, cantadas obscenas, exibicionismo, voyeurismo, 
participação em fotos pornográficas). Considera-se que é abuso pois supõe o envolvimento de crianças e adolescentes em 
práticas sexuais às quais não possuem condições maturacionais biológicas nem psicológicas, fazendo com que seja impossível 
o consentimento consciente da atividade sexual. Trata-se de uma situação emocionalmente prejudicial e, em geral, 
acompanhada por outros tipos de maus tratos. No abuso sexual, crianças e adolescentes são despertados para o sexo 
precocemente, de maneira deturpada. São desrespeitados como pessoa humana, têm seus direitos violados, e o pior: na 
maioria das vezes, por quem tem a obrigação de protegê-los. O abuso sexual fornece à vítima informações errôneas sobre 
sexo e sobre a sexualidade, além de ser uma relação que envolve poder e conhecimento desiguais. 
Consequências 
 Crianças e adolescentes podem ser afetados de diferentes formas e os sinais apresentados variam muito, desde a 
ausência de sintomas até a manifestação de sérios problemas físicos, emocionais e sociais. Os resultados do abuso podem 
surgir a curto e a longo prazo, com formas diferenciadas de acordo com a idade da vítima. É importante o conhecimento das 
diferentes fases do desenvolvimento infantil a fim de distinguir um sinal de maus-tratos de um comportamento que seja 
próprio da sexualidade infantil. Em geral, as consequências se dividem entre físicas e psicológicas. 
 
 O abuso sexual infantil pode ser um fator de risco para distúrbios emocionais mais graves. Convém lembrar, 
entretanto, que um número considerável de vítimas não apresenta sintomas. A presença isolada de indicadores não é 
suficiente para a interpretação de abuso sexual. 
 
2- Conhecer as estratégias de intervenção em casos de abuso 
Como abordar 
A Revelação 
 Falar de uma situação de abuso sexual é particularmente delicado. Além de ouvir a vítima em ambiente apropriado, 
protegendo sua identidade, é necessário levar a sério suas palavras e acreditar no seu relato. É importante que a vítima se 
expresse a seu modo, com suas próprias palavras, sem ser induzida pois, caso contrário, corre-se o risco de a criança ou o 
adolescente se calar. Cabe a quem escuta reconhecer a gravidade das descobertas e informar aos envolvidos sobre a 
necessidade de levar os fatos ao conhecimento daqueles que devem intervir para proteção da vítima. É preciso explicar à 
criança, de forma simples, clara e honesta, como se pretende ajudá-la e contatar, imediatamente, sua família. O abuso sexual 
é, na maioria das vezes, um fato mantido em segredo, o que dificulta sua identificação. O sentimento de vergonha, a 
dependência emocional, o fato de o abusador ser alguém da família, da possibilidade dele ser incriminado e submetido a 
penalidades legais, além da condição de provedor econômico são fatores que podem contribuir para a não revelação da 
situação. 
Avaliando a Criança 
 Na avaliação da criança e do adolescente sexualmente abusados devese ter o cuidado para evitar a contaminação 
dos dados fornecidos (de forma a não influenciar seu discurso) e com a revitimização, ou seja, que a vítima venha a sofrer 
tendo que repetir a história, rememorando a experiência diversas vezes. Estima-se que muitos casos de abusos sexuais não 
deixem lesões físicas. Com isso, tornam-se difíceis os achados que sustentem, juridicamente, a materialidade do ocorrido. 
Nos casos em que há materialidade, esta tende a desaparecer, já que o tempo transcorrido entre o fato e o exame de perícia 
médica comumente propicia a regeneração das lesões sofridas. 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
 Quando não há a indicação de autoria, o que geralmente ocorre é um redirecionamento da investigação 
diagnóstica para outras variáveis, tais como as avaliações médica e psicológica. A avaliação psicológica aborda: 
a) entrevista: raramente as histórias de abusos são inventadas pela vítima, e quando isto ocorre, é facilmente detectável; 
b) psicopatologias associadas ou intercorrentes: é sabido que abusos produzem quadros de transtornos emocionais. Assim 
sendo, busca-se investigar a possibilidade de quadro psicopatológico que possa ser associado ao fato; 
c) entrevista com familiares: serve para a consolidação do diagnóstico; 
d) entrevista com o agressor: em geral, o abusador nega a agressão independentemente das provas. No entanto, há casos 
em que ocorre a revelação da autoria do abuso pelo agressor. 
Tratamento 
 Nas situações de violência extrafamiliar, tanto o agressor quanto a vítima devem ser submetidos a tratamento 
psicológico. O envolvimento da família vai depender do manejo dado ao caso. No caso de abuso sexual intrafamiliar, a vítima, 
sua família e o abusador devem passar por tratamento psicológico adequado. Torna-se cada vez mais urgente a necessidade 
de ambulatórios especiais para desenvolverem um trabalho que priorize casos de violência sexual oferecendo intervenção 
terapêutica individual, grupal e familiar. Além disso, o ambulatório deve servir de respaldo técnico aos Conselhos Tutelares, 
à Polícia Especializada, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, num amplo exemplo de integração multidisciplinar, 
fundamental à abordagem de tal problemática. 
 Se não houver um tratamento às crianças e adolescentes vítimas, novos ciclos de violência acontecerão. Por isso, 
é necessário que tanto as vítimas quanto os abusadores recebam atendimento especializado. 
Como encaminhar uma situação de abuso sexual 
 O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê, em seu artigo 13, que casos de suspeita ou confirmação de maus-
tratos (inclui qualquer tipo de abuso ou violência) serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva 
localidade, sem prejuízo de outras providências legais. Caso não haja Conselho Tutelar, a comunicação deverá ser feita à 
Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude e à Vara da Infância e da Juventude. A vítima deve ser 
encaminhada para a Delegacia de Polícia próxima do local dos fatos. Sugere-se que casos de abusosexual infanto-juvenil 
sejam encaminhados à DPCA – Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – para serem adotadas medidas legais, 
incluindo o exame de corpo de delito. Denúncias anônimas podem ser feitas para o serviço SOS Criança (no DF, fone: 61 
3346-1407) ou ao Sistema de Notificação Nacional Integrado (fone: 100). Após a denúncia legal, é muito importante que a 
vítima seja encaminhada a atendimento médico e procure logo serviços de apoio psicológico. 
 
3- Explicar o mecanismo da ação da pílula do dia seguinte (contraceptivo de emergência) 
 
Alternativa Contraceptiva: o que é contracepção de emergência 
 A contracepção de emergência é opção contraceptiva que utiliza doses concentradas de hormônios sintéticos já 
usados em pílulas anticoncepcionais orais comuns à base de etinil-estradiol e levonorgestrel1 . Emprega-se em vários países, 
incluindo o Brasil, constando nas normas de Planejamento Familiar desde 1996 (Ministério da Saúde, 1996). Como o método 
não interrompe gravidez já estabelecida, ou seja, não causa aborto, sua utilização é legal, mas de acordo com o Ministério 
da Saúde, só deve ser utilizada mediante prescrição médica. O método é considerado um contraceptivo de segunda geração 
derivado da progesterona e da 19-nortesterona e está disponível em dose única (sob diversas marcas comerciais) de 2 
comprimidos orais de levonorgestrel 0,75 e, atualmente, também em apenas 1 comprimido – uma vez que estudos 
divulgados na I Conferência Latinoamericana de Contracepção de Emergência, realizada em 2002 no Equador, demonstraram 
que o efeito de um dose de 1,5mg equivale a 2 doses de 0,75 mg de levonorgestrel com intervalo de 12 horas. 
Mecanismo de Ação 
 A contracepção de emergência é a única forma de prevenção à gravidez utilizável depois de relação sexual. O 
método funciona interrompendo o ciclo reprodutivo da mulher, ou seja, alterando os fenômenos biológicos que culminam 
com a concepção. 
 A contracepção de emergência atua principalmente inibindo ou retardando a ovulação e prejudicando a 
mobilidade dos espermatozóides no útero, por isso seu efeito é anterior à fecundação (Ministério da Saúde, 2005). A 
suposição de terceira forma de ação de que método impediria a implantação do óvulo fecundado nas paredes do útero foi 
descartada desde 2004, pela realização de diversos estudos (Ministério da Saúde, 2005). Esta atuação na nidação do óvulo, 
de qualquer forma, não seria considerada abortiva pelas normas científicas adotadas internacionalmente que consideram o 
início da gravidez somente com a implantação completa do ovo fertilizado na parede uterina. O mecanismo de ação que 
resulta na prevenção da gravidez se dá conforme o momento do ciclo menstrual em que a mulher utiliza o método de 
emergência. Como o processo de fertilização, por causa da sobrevida dos espermatozóides, pode levar até 120 horas após 
da relação sexual, a contracepção de emergência deve ser utilizada nesse período de, no máximo, cinco dias (Ministério da 
Saúde, 2005). 
 Caso se inicie a implantação do óvulo fecundado nas paredes do útero, que ocorre normalmente 5 dias depois da 
fertilização, o método é ineficaz e não provoca seu descolamento, nem o descolamento das paredes do endométrio, 
portanto não é abortivo; a um só tempo seu uso não provoca danos ao feto que esteja em desenvolvimento, nem à gravidez. 
 Assim, com o uso do método é necessário esperar a vinda da menstruação, que geralmente vem próxima à data 
prevista sem o emprego do método, porém em 25% das mulheres pode ser antecipada ou retardar alguns dias. Como a 
contracepção de emergência não previne a gravidez para as relações que ocorram depois de seu uso, é indispensável a 
utilização de outras formas de contracepção para a prevenção da gravidez nas relações sexuais posteriores ao emprego deste 
método, até que a menstruação ocorra. 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
 
 -> O misoprostol é a versão sintética da prostaglandina E1 (PGE1) usado no tratamento e prevenção 
de úlcera do estômago. Esta substância também é usada ilegalmente como abortivo. Esta prostaglandina sintética quando 
age no útero causa aumento das contrações do miométrio, o que em mulheres grávidas pode causar aborto. Em hospitais, 
nas interrupções terapêuticas da gravidez, indução de parto em morte fetal intra-uterina, tratamento farmacológico de 
aborto espontâneo ou indução de parto dependendo do caso pode receber doses de 200 mcg por via vaginal de tempo em 
tempo e quantidade específica de acordo com o tempo de gestação e sob critério médico. As doses aplicadas são reduzidas 
para um mínimo que tenha efeito satisfatório. Dependendo do caso pode ser efetuada administração conjunta 
com mifepristona. Também existem apresentações de 25 mcg utilizadas em casos de colo uterino imaturo, na indução de 
parto quando não há riscos maternais e fetais. Estudos demonstram que doses de 25 mcg sublingual e 25 mcg vaginal 
possuem a mesma efetividade e segurança. 
 
4- Descrever os métodos contraceptivos na adolescência 
 
Anticoncepção na adolescência (Assistência em planejamento familiar: manual técnico. 2002) 
 A adolescência é uma fase que acarreta importantes mudanças biopsicossociais e que determina especificidades 
emocionais e comportamentais que repercutem na saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes de ambos os sexos. O 
elevado número de partos entre as adolescentes, o início cada vez mais precoce das relações sexuais e o aumento das 
DST/AIDS nessa faixa etária justificam a prestação de uma assistência adequada às necessidades da população na faixa etária 
de 10 a 19 anos. Um serviço de orientação em saúde sexual e reprodutiva para adolescentes deve estar preparado para 
entender e atender a essas especificidades, proporcionando aos e às adolescentes o direito a uma atenção eficaz e de 
qualidade. 
A qualidade dessa atenção pressupõe, minimamente: 
- Boa comunicação, com linguagem simples e sem julgamentos morais ou valorativos. 
- Confidencialidade das informações e privacidade no atendimento. 
- Disponibilidade constante de insumos, levando-se em consideração a necessidade de dupla proteção. 
- Facilidade de acesso aos serviços e profissionais qualificados para a especificidade do atendimento. 
- Ênfase na parte educativa, em grupo, com metodologia que motive mudanças de atividade e de comportamento. 
- Atendimento para ambos os sexos e atenção especial às faixas etárias mais precoces (10 a 14 anos), quando na unidade ou 
na região se registra aumento de gestação nessa faixa etária. 
- A avaliação integral do e da adolescente incluirá a avaliação psicossocial, além do exame físico. 
- Os/as adolescentes são o centro de interesse na entrevista. Os pais ou familiares só estarão presentes se ele ou ela permitir. 
Recomenda-se trabalhar ações educativas de prevenção nas unidades de saúde, escola, centro de lazer, centro esportivo ou 
cultural entre outros. 
 Assim endossamos as recomendações do Departamento de Bioética e Adolescência da Sociedade de Pediatria de 
São Paulo relacionadas a seguir: 
- Os pais ou responsáveis somente serão informados sobre o conteúdo das consultas, como, por exemplo, nas questões 
relacionadas à sexualidade e prescrição de métodos contraceptivos, com o expresso consentimento do adolescente. ¾A 
participação da família no processo de atendimento do adolescente é altamente desejável. Os limites desse envolvimento 
devem ficar claros para a família e para o jovem. O adolescente deve ser incentivado a envolver a família no 
acompanhamento dos seus problemas. 
- A ausência dos pais ou responsáveis não deve impedir o atendimento médico do jovem, seja em consulta de matrícula ou 
nos retornos. 
- Em todas as situações em que se caracteriza a necessidade da quebra do sigilo médico, o adolescente deve ser informado, 
justificando-se os motivos para essa atitude. 
 Os adolescentes podem utilizar qualquer método anticoncepcionaldesde que não apresentem alguma das 
condições clínicas que contra indiquem seu uso, conforme critérios de elegibilidade descritos para cada método. 
 
MÉTODOS 
- Comportamentais 
 Os métodos comportamentais de planejamento familiar são técnicas para obter ou evitar a gravidez mediante a 
auto-observação de sinais e sintomas que ocorrem no organismo feminino ao longo do ciclo menstrual. Baseando-se na 
identificação do período fértil da mulher, o casal pode concentrar as relações sexuais nesta fase, caso deseje obter uma 
gravidez, ou abster-se de ter relações sexuais, caso deseje espaçar ou evitar a gravidez. Como métodos anticoncepcionais a 
taxa de falha, no primeiro ano de uso, atinge até 20%, em uso habitual. Entre usuários adaptados ao método (uso correto) 
este índice cai para 0,5 a 9%. 
 MÉTODO OGINO-KNAUS (Ritmo, Calendário ou Tabelinha): Este método baseia-se no fato de que a duração da 
segunda fase do ciclo menstrual (pós-ovulatório) é relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 a 16 dias 
antes do início da próxima menstruação. O cálculo do período fértil da mulher é feito mediante a análise de seu padrão 
menstrual prévio, durante 6 (seis) a 12 (doze) meses. A mulher que quiser usar este método deve ser orientada para registrar, 
durante pelo menos 6 meses, o primeiro dia de cada menstruação. 
 MÉTODO DA TEMPERATURA BASAL CORPORAL Este método fundamenta-se nas alterações da temperatura basal 
que ocorrem na mulher ao longo do ciclo menstrual. A temperatura basal corporal é a temperatura do corpo em repouso. 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
Antes da ovulação, a temperatura basal corporal permanece num determinado nível baixo; após a ovulação, ela se eleva 
ligeiramente (alguns décimos de grau centígrado), permanecendo nesse novo nível até a próxima menstruação. Este 
aumento de temperatura é resultado da elevação dos níveis de progesterona, que tem um efeito termogênico. O método 
permite, portanto, por meio da mensuração diária da temperatura basal, a determinação da fase infértil pós-ovulatória. 
 MÉTODO DO MUCO CERVICAL OU BILLINGS Este método baseia-se na identificação do período fértil por meio da 
auto-observação das características do muco cervical e da sensação por ele provocada na vulva. O muco cervical é uma 
secreção produzida no colo do útero pelo epitélio glandular das criptas cervicais, que por ação hormonal apresenta 
transformações características ao longo do ciclo menstrual, possibilitando dessa maneira a identificação do processo 
ovulatório. O muco cervical, no início do ciclo, é espesso, grumoso, dificultando a ascensão dos espermatozóides pelo canal 
cervical. O muco cervical, sob ação estrogênica, produz, na vulva, uma sensação de umidade e lubrificação, indicando o 
tempo da fertilidade, momento em que os espermatozóides têm maior facilidade de penetração no colo uterino. Nessa fase, 
o muco é transparente, elástico, escorregadio e fluido, semelhante à clara de ovo. 
 MÉTODO SINTO-TÉRMICO Este método baseia-se na combinação de múltiplos indicadores da ovulação, com a 
finalidade de determinar o período fértil com maior precisão e confiabilidade. Fundamentalmente, ele combina a observação 
dos sinais e sintomas relacionados à temperatura basal corporal e ao muco-cervical, associada ainda a parâmetros subjetivos 
(físicos e ou psicológicos) indicadores de possível ovulação. Os parâmetros subjetivos relacionados com a ovulação podem 
ser, entre outros: ¾Dor abdominal. ¾Sensação de peso nas mamas, mamas inchadas ou doloridas. ¾Variações de humor 
e/ou da libido. ¾Outros sintomas e sinais (enxaqueca, náuseas, acne, aumento de apetite, ganho de peso, sensação de 
distensão abdominal, sangramento inter-menstrual entre outros). A mulher que desejar fazer uso deste método deve estar 
completamente familiarizada com as técnicas de cada um dos métodos comportamentais já descritas anteriormente. 
 MÉTODO DO COLAR: é uma simplificação do método de Ogino-Knaus que facilita e encurta o tempo requerido para 
ensinar/aprender a utilizar a abstinência periódica e proporciona um mecanismo para que o casal identifique com facilidade 
o período fértil do ciclo menstrual. Também requer a análise do padrão menstrual da mulher nos últimos seis meses, mas 
apenas para verificar se os ciclos não foram mais curtos que 27 dias nem mais longos que 31 dias. As mulheres com ciclos 
mais curtos ou mais longos que 27 e 31 dias, respectivamente, não podem utilizar este método. 
 OUTROS MÉTODOS COMPORTAMENTAIS Além dos métodos descritos acima, existem práticas sexuais que podem 
ser consideradas como métodos comportamentais, já que reduzem o risco de uma gravidez indesejada. São elas: a relação 
sexual sem penetração e a interrompida antes da ejaculação (coito interrompido). São práticas muito usadas, embora não 
sejam recomendadas como único método anticoncepcional. Podem ser especialmente úteis em situações de emergência, 
nas quais, por alguma razão, não se dispõe de outro método contraceptivo e não é possível evitar a relação sexual. Em 
especial, com relação ao coito interrompido, destacamos que é necessário um autocontrole por parte do homem para que 
ele possa retirar o pênis da vagina na iminência da ejaculação e o sêmen ser depositado longe dos genitais femininos. Esse 
fato traz alta possibilidade de falha, fazendo com que o seu uso não deva ser estimulado. Devendo, portanto, ser tratado 
como último recurso, que deverá ser prontamente substituído por outro método contraceptivo mais eficaz. Ao contrário, a 
relação sexual sem penetração é altamente eficaz tanto para a prevenção de gravidez, como também das DST/AIDS. 
- Barreira 
 PRESERVATIVO MASCULINO Consiste em um envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato sexual e retém 
o esperma por ocasião da ejaculação impedindo o contato com a vagina, assim como impede que os microorganismos da 
vagina entrem em contato com o pênis ou vice-versa. É um método que, além de evitar a gravidez, reduz o risco de 
transmissão do HIV e de outros agentes sexualmente transmissíveis. A taxa de falha deste método, no primeiro ano de uso, 
varia de 3%, quando usados, corretamente em todas as relações sexuais, a 14%, quando avaliado o uso habitual. Sua 
segurança depende de armazenamento adequado, da técnica de uso e da utilização em todas as relações sexuais. 
 PRESERVATIVO FEMININO O preservativo feminino é um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a 
outra aberta, acoplado a dois anéis flexíveis também de poliuretano. O primeiro, que fica solto dentro do tubo, serve para 
ajudar na inserção e na fixação de preservativo no interior da vagina. O segundo anel constitui o reforço externo do 
preservativo que, quando corretamente colocado, cobre parte da vulva. O produto já vem lubrificado e deve ser usado uma 
única vez. O poliuretano, por ser mais resistente do que o látex, pode ser usado com vários tipos de lubrificantes. Forma uma 
barreira física entre o pênis e a vagina, servindo de receptáculo ao esperma, impedindo seu contato com a vagina, assim 
como impede que os microorganismos da vagina entrem em contato com o pênis ou vice-versa. Nos primeiros seis meses 
de uso, a taxa de falha deste método varia de 1,6%, em uso correto, a 21%, em uso habitual. 
 DIAFRAGMA É um método anticoncepcional de uso feminino que consiste num anel flexível, coberto no centro 
com uma delgada membrana de látex ou silicone em forma de cúpula que se coloca na vagina cobrindo completamente o 
colo uterino e a parte superior da vagina, impedindo a penetração dos espermatozóides no útero e trompas. 48 Para maior 
eficácia do método, antes da introdução, colocar, na parte côncava, creme espermaticida. Entretanto, essa associação limita-
se às mulheres com baixo risco para o HIV e outras DST. A taxa de falha, nos primeiros 12 meses de uso do método, varia de 
2,1%, quando utilizado correta e consistentemente, a 20%, em uso habitual.GELÉIA ESPERMATICIDA São substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo do útero, impedindo a 
penetração dos espermatozóides no canal cervical e, bioquimicamente, imobilizando ou destruindo os espermatozóides. O 
produto espermaticida a base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais amplamente utilizado no Brasil e no mundo. Entretanto, o 
uso de alguns métodos contraceptivos contendo N-9 podem aumentar o risco de transmissão sexual do HIV e outras DST. 
Isto foi demonstrado em um ensaio clínico que observou risco acrescido entre usuárias/os deste produto. A razão deste risco 
acrescido reside no fato do N-9 provocar lesões (fissuras/microfissuras) na mucosa vaginal e retal, dependendo da freqüência 
de uso e do volume aplicado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta, então, que as mulheres que estejam sob risco 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
acrescido para a infecção pelo HIV/DST, especialmente as que tem muitas relações sexuais diárias; não devem usar métodos 
contraceptivos que contenham o N-9. Entre mulheres com baixo risco de infecção pelo HIV, o uso de produtos à base de N-
9 permanece sendo indicado como um dos métodos contraceptivos. Assim, somente uma boa avaliação de risco, obtida no 
momento do aconselhamento, poderá fornecer ao profissional de saúde condições de uma perfeita indicação do método. 
No primeiro ano de uso a taxa de falha deste método varia de 6%, em uso correto, a 26%, em uso habitual. 
- Anticoncepção hormonal oral 
 Os anticoncepcionais hormonais orais, também chamados de pílulas anticoncepcionais são esteróides utilizados 
isoladamente ou em associação com a finalidade básica de impedir a concepção. TIPOS DE PÍLULA Classificam-se em 
combinadas e apenas com progestogênio ou minipílulas; as primeiras compõem-se de um estrogênio associado a um 
progestogênio, enquanto a minipílula é constituída por progestogênio isolado. As combinadas dividem-se ainda em 
monofásicas, bifásicas e trifásicas. Nas monofásicas, a dose dos esteróides é constante nos 21 ou 22 comprimidos da cartela. 
As bifásicas contêm dois contêm três tipos de comprimidos com os mesmos hormônios em proporções diferentes. 
 ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS ORAIS COMBINADOS São componentes que contêm dois hormônios sintéticos, 
o estrogênio e o progestogênio, semelhantes aos produzidos pelo ovário da mulher. As pílulas combinadas atuam 
basicamente por meio da inibição da ovulação, além de provocar alterações nas características físico-químicas do 
endométrio e do muco cervical. São métodos muito eficazes quando usados correta e consistentemente, podendo sua taxa 
de falha ser da ordem de 0,1%, no primeiro ano de uso. Em uso habitual, atinge valores de 6 a 8%. 
 INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Certas drogas são capazes de reduzir a eficácia anticonceptiva da pílula, 
principalmente nos tratamentos prolongados. Nesses casos, deve-se indicar métodos alternativos. Os antiretrovirais (ARV) 
Efavirenz e Nevirapina (não-nucleosídeos) e os Nelfinavir e Ritonavir (inibidores da protease), disponíveis para o controle da 
infecção pelo HIV, interagem diminuindo os níveis séricos dos hormônios estrogênicos e, portanto, sua eficácia 
contraceptiva. O uso adicional do preservativo masculino ou feminino deve ser considerado (dupla proteção). Algumas 
interações podem ocorrer no sentido inverso, isto é, os esteróides alteram a eficácia de outros medicamentos 
(anticonvulsivantes entre outros). 
 EFEITOS SECUNDÁRIOS relacionados com o uso da pílula são: alterações de humor, Náuseas, vômitos e mal-estar 
gástrico, cefaléia, tonteira, mastalgia, cangramento intermenstrual e cloasma (manchas acastanhadas). 
 ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS ORAIS APENAS DE PROGESTOGÊNIO São comprimidos que contêm uma dose 
muito baixa de progestogênio, que promove o espessamento do muco cervical, dificultando a penetração dos 
espermatozóides, e inibe a ovulação em aproximadamente metade dos ciclos menstruais. Durante a lactação, quando usados 
de forma correta e consistente, os anticoncepcionais orais de progestogênio têm uma taxa de falha de 0,5%, no primeiro 
ano de uso. Em uso habitual, a taxa de falha é de 1%. 
- Anticoncepção hormonal injetável 
São anticoncepcionais hormonais que contêm progestogênio ou associação de estrogênios e progestogênios, para 
administração parenteral (I.M), com doses hormonais de longa duração. TIPOS DE INJETÁVEIS Com progestogênio isolado. 
Consiste na administração de progestogênio isolado, via parenteral (I.M), com obtenção de efeito anticonceptivo por 
períodos de 3 meses. Combinado Os anticoncepcionais injetáveis combinados contêm uma associação de estrogênio e 
progestogênio, para uso parenteral (I.M), mensal. 
 ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS INJETÁVEIS COMBINADOS As diferentes formulações dos anticoncepcionais 
hormonais injetáveis combinados contêm um éster de estrogênio natural, o estradiol, e um progestogênio sintético. Inibem 
a ovulação e tornam o muco cervical espesso, impedindo a passagem dos espermatozóides. A taxa de falha deste método 
varia de 0,1 a 0,6%, durante o primeiro ano de uso, com injeções mensais. Não há demora na recuperação da fertilidade. 
Geralmente o retorno é imediato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rafaela Maria Mello Souza – Turma XIX 
 
Concepção e formação - Tutoria 2 
 
1- Explicar a morfofisiologia da gravidez 
(Langman) 
 As alterações fisiológicas vistas na gravidez, decorrem de fatores hormonais e mecânicos. Os ajustes verificados 
devem ser considerados normais durante o estado gravídico, conquanto determinem, por vezes, pequenos sintomas 
molestos à paciente. 
MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS 
- Postura e deambulação 
 A postura da grávida se desarranja, precedendo mesmo a expansão de volume do útero da gestante.O centro de 
gravidade se desvia para diante devido a pelve evadida pelo feto apoia-se à parede abdominal, e as mamas dilatadas e 
engrandecidas que pesam no tórax. Todo o corpo se joga pra trás, compensatoriamente. A atitude involuntária de quem 
carrega um objeto pesado mantendo com as mãos adiante do abdome. Na mulher de pé isto é nítido pois para manter o 
equilíbrio empina o ventro e surge lordose da coluna lombar. Amplia-se a base do polígono de sustentação, os pés se afastam, 
as espáduas se projetam para trás. Geralmente todo corpo se lança pra trás, incluindo tronco, dorso e lombar, modificando 
eixo da bacia. Músculos sem função nítida ou constante passam a atuar. Sua fadiga responde pelas dores cervicais e 
lombares, queixa comum. 
 A grávida ao andar, lembra, com seus passos mais oscilantes e curtos, o andar dos gansos (marcha anserina: a base 
de sustentação alargada e maiores os ângulos que formam os pés com a linha mediana, principalmente à direita, por conta 
do dextrodesvio uterino). 
- Metabolismo 
 São necessárias para suprir as exigências suscitadas pelo rápido amadurecimento e desenvolvimento do concepto 
durante a gravidez. Grandes modificações no metabolismo de energia e no acúmulo de gordura são documentados. A 
deposição de gordura ocorre principalmente durantes a 1a metade da gestação e alcança seu máximo com 30 semanas, é +- 
4kg a mais no peso da grávida, quando o ganho total é de 13kg. Em contraste são poucas as alterações no metabolismo basal 
materno nessa fase. Já a gravidez avançada está caracterizada por alterações dramáticas na liberação de energia que 
aumenta (+-400kcal acima da taxa metabólica basal). Alem disso, nos últimos meses, há aumento na resistência à insulina, 
cerca de 40-50% pelo final do 3o trimestre. Níveis elevados de lactogênio placentário humano (hPL), progesterona, cortisol 
e prolactina, estão implicados no processo. Os níveis de hPL acrescem rapidamente no 1o e no 2o trimestre e alcançam o 
seu máximo nas ultimas 4 semanas da gravidez. O efeito diabetogênico do hPL resulta na mobilização do lipídeo na forma 
de ácidos graxos livres, que serviriam como fonte de energia poupando glicose e

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