Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Comportamento do Consumidor Julio César Beserra 2Comportamento do Consumidor Sumário Introdução .......................................................................................................... 03 Objetivos ............................................................................................................ 04 Estrutura do Conteúdo ..................................................................................... 04 Novas Tendências do Marketing, E-Branding – Construindo Marcas na Internet Tópico 1: Evolução e Conceito de Marca ..................................................................... 05 Tópico 2: A Importância da Imagem ....................................................................... 09 Tópico 3: E-branding e a Construção da Marca através da Internet ................... 09 Resumo .............................................................................................................. 12 Leitura Complementar ...................................................................................... 13 Referências Bibliográficas .............................................................................. 14 3Comportamento do Consumidor Vamos estudar as novas tendências do marketing explorando o mundo virtual. No entanto, para entendermos o conceito de e-branding (o prefixo e, seguido de hífen, tem sido largamente utilizado para indicar a modalidade virtual: e-mail, e-learning etc.), precisamos saber sua origem, no mundo real, sem o e-. Branding é um termo inglês utilizado pela primeira vez por fazendeiros para indicar sua posse do gado, mas o conceito de marca já é bem mais antigo. Descobriu-se vinhos na antiga Mesopotâmia cujas rolhas possuíam signos distintivos, e isso há mais ou menos 5000 anos. Esse conceito, é claro, evoluiu ao longo dos anos, passando pela Idade Média, com as chamadas guildas; no Renascimento, com as grandes obras de arte sempre assinadas por seus executores, o que as valorizava; chegando à Revolução Industrial, com seu conceito de produção e consumo em massa, e explodindo à partir da década de 40, do século XX. Com o crescimento e disseminação do acesso à internet, naturalmente os olhos dos estudiosos de marketing voltaram-se para esse fértil terreno. Sabe-se que o volume de acessos diários à rede é contado em bilhões e os grandes provedores de informação e entretenimento, como Youtube, Facebook, Google, entre outros, possuem uma enorme capacidade de disseminação de informação, mas também de divulgação de produtos, de captura de informações, enfim, são alvos prioritários para os que querem construir sua marcas no mundo virtual, ou fazer e-branding. Vamos ver como isso funciona adiante. 4 Estrutura do Conteúdo Objetivo s Comportamento do Consumidor Esperamos que ao final deste conteúdo você seja capaz de: 1. Conhecer o conceito de E-branding; 2. Compreender a discussão histórica sobre a marca; 3. Verificar a importância da construção de marcas através da internet. Para melhor compreensão do conteúdo, este material está dividido de acordo com os seguintes tópicos: 1. Evolução e Conceito de Marca 2. A Importância da Imagem 3. E-branding e a Construção da Marca através da Internet 5Comportamento do Consumidor 1. Evolução e Conceito de Marca No mundo globalizado a competitividade cada vez mais acirrada entre as empresas eleva a necessidade de investir nas várias estratégias organizacionais, entre as quais podemos destacar o marketing. A capacidade da empresa em apresentar produtos inovadores, de qualidade e que traduzam o desejo do cliente são os elementos que se destacam na atualidade. Neste sentido, a marca é o aliado primordial. Na atualidade, a marca não representa apenas uma estratégia funcional da empresa, Mas sim, um aspecto emocional, que gera no indivíduo uma sensação de bem-estar, confiança, fidelização e expectativas positivas. Por este motivo, cada vez mais percebemos o cuidado na elaboração da propaganda na tentativa de responder algumas indagações. Por exemplo: • Como captar o sentimento do público-alvo? • Como criar um sentimento de confiança no cliente? • De que forma deve ser elaborada uma estratégia para que a marca permaneça positivamente na mentalidade da sociedade? • Afinal, onde, como e quando a marca passou a fazer parte das relações comerciais e econômicas na sociedade? 6Comportamento do Consumidor Na literatura sobre o tema não há consenso sobre a origem e necessidade do uso de marcas. Historicamente, na Mesopotâmia, um dos berços da civilização ocidental, constatou-se que alguns produtos, como os vinhos, possuíam a marca do fabricante em suas rolhas. Isto denota que, há mais de cinco mil anos já havia a dimensão do uso de símbolos que pudessem identificar o produto e seu fornecedor. No período aproximado à queda do Império Romano (476 d.C.) e o início da sociedade feudal, surgiram a chamadas guildas, que eram uma espécie de órgão responsável pela legalização dos produtos elaborados por artesãos e demais comerciantes. Em geral, as guildas estimulavam seus membros a marcar seus produtos para informar a procedência e, dessa forma, diferenciá- los dos demais produtos à disposição. Esta relação vigorou por toda Idade Média. No meio artístico, por exemplo, os principais expoentes tinham o hábito de assinar suas obras com o intuito de elevar seu valor no mercado da arte. Do Renascimento (século XV-XVI) até o advento da industrialização (final do século XVIII e início do século XIX), “o que mais tarde chamaríamos de marcas, trabalhavam como indicadores, aos consumidores e à própria guilda, da qualidade e da origem do produto”. (CUNHA, 2009, p. 2) 7Comportamento do Consumidor “Essas marcas tinham, então, a tarefa de distinguir um produtor ou um produto diante do mar de concorrentes” que emergiram durante todo o processo de industrialização no século XIX. (CUNHA, 2009, p. 2). No contexto da Revolução Industrial, especialmente a partir da segunda metade do século XIX, podemos observar o surgimento das marcas modernas, na qualidade de técnicas e estratégias de promoção de vendas e, ainda, como um dos fatores decisivos para o escoamento da produção em um mercado altamente competitivo. O estilo de competitividade típico da sociedade industrial do século XIX estava alicerçado na popularização do consumo e, portanto, o uso da marca nas estratégias de vendas estava voltado para a promoção racional do produto e no preço acessível para o maior número de clientes possível. Essa concepção das marcas mudaria, de fato, somente ao longo do século XX. Dos anos 1940 até a década de 90, a atenção ao uso das marcas cresceu absurdamente, justamente pela necessidade de alimentar o mercado com produtos diferenciados, típico da competitividade acirrada do fenômeno global. Como podemos conceituar a marca? Para Sampaio (2002), a marca é um facilitador operacional, que ajuda o comprador no processo de escolha do produto a ser adquirido, incluindo uma proposta de valor agregado. Por outro lado, mais do que um elemento operacional, Giuliani (2006) afirmou que a marca concentra impressões, opiniões diversas, elementos psicológicos, cultura organizacional, o posicionamento da marca no mercado e qualidade dos produtos e serviços oferecidos. E, ainda, para Richers (2000), a marca nasce da missão da empresa e de sua habilidade em divulgar os valores da organização para seus colaboradores e consumidores. 8Comportamento do Consumidor Dos estudos sobre a concepção moderna de marca, destaca-se o de Kotler (2000). Para o autor, a marca é um símbolo complexo que possui até seis níveis de significado. Acesse o Recurso Multimídia para conhecer alguns conceitos importantes sobrea marca. Conteúdo On-line Assim, marca não é apenas um nome. Cada vez mais as empresas estão desenvolvendo associações positivas e de valor a ela e, “além dos benefícios funcionais, a proposta de valor pode incluir benefícios emocionais e de auto-expressão” (GIULIANI, 2006, p. 131). A questão dos benefícios emocionais é um aspecto interessante: diz respeito à capacidade da marca em provocar algum tipo de sentimento no comprador, ou seja, uma sensação de prazer, de confiança ou de satisfação, seja no ato da compra ou no uso constante do produto. Por exemplo, a marca francesa Clinique, que comercializa produtos que prometem o cuidado e o retardamento do envelhecimento da pele com o seu uso frequente, é conhecida no mercado e tem eficácia comprovada. Portanto, geram no comprador uma expectativa emocional que ultrapassa o valor monetário do produto. Atrelado aos benefícios emocionais, podemos citar, também, o de autoexpressão. Este benefício “existe quando a marca oferece um veículo por meio do qual uma pessoa pode proclamar determinada autoimagem” (GIULIANI, 2006, p. 131). Ou seja, é a necessidade de criação de um relacionamento com a marca em longo prazo de forma sensorial, designers que tocam o cliente sentimentalmente e, assim, o levam ao ato da compra e criam uma espécie de relacionamento pessoal entre o cliente e a marca. Neste sentido, percebemos que cresce as inúmeras estratégias de marketing visando o relacionamento cliente-marca. Surge, então, a importância da imagem. Para saber mais sobre a conceituação de marca, sugerimos a leitura do texto “Vende-se o Multiculturalismo: um estudo sobre marcas, significados e cultura”, cujo link se encontra na seção de Leitura Complementar, na página 13. 9Comportamento do Consumidor 2. A Importância da Imagem A imagem é a síntese da marca. Em geral, quando existe uma identificação (ou não) entre o consumidor e a imagem do produto percebemos o poder da imagem. De acordo com Martins (2002, apud GIULIANI, 2002, p. 133), o fator de sucesso de um determinado produto possui três dimensões. Acesse o Recurso Multimídia para conhecê-los. Conteúdo On-line Dito isto, na atualidade, a imagem e a marca assumem constantemente um papel fundamental. Passemos, agora, para o estudo do conceito de E-Branding, ou a construção da marca através das novas mídias: a internet. 3. E-branding e a Construção da Marca através da Internet Branding é uma palavra de origem inglesa, com significado de “marca”. Era utilizado, em princípio, por fazendeiros na marcação de seu gado, para formalizar a posse. Mais tarde passou a ser definido como um conjunto de estratégias de marketing (inclusive dando maior importância a área de comunicação) para otimizar a gestão da marca. 10Comportamento do Consumidor A Intel, por exemplo, “ tem uma das marcas mais valiosas do mundo, completamente dominante no campo da computação e mais importante do que a esmagadora maioria dos equipamentos que a utilizam como componente”(GIULIANI, 2006, p. 133). Na atualidade, a internet aparece como um dos meios mais utilizados para divulgar a marca. Além da velocidade com a qual a informação é divulgada através da internet, as empresas estão cada vez mais investindo em estratégias de marketing no ambiente virtual. E é neste contexto que surge o chamado e-Branding. Esta nova relação entre comunicação, ações de marketing e branding traduz a necessidade de inovar constantemente as estratégias de aproximação do novo consumidor. É este novo consumidor, mais consciente e perceptivo com relação à marca e a imagem do produto, que interfere na construção das estratégias de marketing das empresas. As estratégias baseadas na disciplina ação E-Branding estão posicionadas no mercado de forma irreversível. Isto pode ser notado a partir dos seguintes dados: quase 200 milhões de blogs divulgando uma infinidade de informações a cada segundo na rede. 11Comportamento do Consumidor O Youtube, por exemplo, tornou-se um dos maiores veículos de divulgação de marcas. Neste espaço, pessoas que possuem talentos diversos e que não possuem inserção nos lugares formais de divulgação do seu serviço ou marca constantemente são descobertos e viram sensação. A geração que nasceu nos anos 1980, por exemplo, está na era da internet e reconhece neste ambiente sua principal fonte de sociabilidade. Portanto, podemos compreender o sucesso das redes de relacionamento como Orkut, Facebook e Twitter. Na atualidade, não conseguimos sobreviver sem o uso constante de e-mail e outras formas virtuais de comunicação. Pedro Henrique Melo, colaborador do site “Mediatismo, comunicação e marketing digital” apresentou o seguinte diagnóstico: “Vale lembrar que esse processo é irreversível, seja pela evolução tecnológica, seja pela integração dos mercados, seja pelo iminente domínio da geração Y, for- mada pelo público consumidor nascido na década de 80, hoje com idade entre 25 e 30 anos, que não conhece um mundo sem internet, e-mail, Google, Orkut, SMS, Twitter, Facebook e inúmeras ferramentas e redes sociais que nascem a cada dia. Como se sabe, esse público tem como características uma linguagem própria, a busca pela colaboração e referências na Web e valoriza menos a propaganda tradicional e seus impulsos de compra balizados pelo sentimento de pertencer a uma determinada sociedade. Em suma, as mudanças que o meio digital trouxe às empresas e às relações de consumo são significativas e irreversíveis para as marcas, principalmente por englobarem essas novas formas, canais e formatos. As marcas líderes de hoje pre- cisam ser adaptáveis, interativas, dinâmicas a esses novos contextos e finalidades. O canal digital deve ser explorado e utilizado, cada vez mais, para potencializar a aproximação, compreensão e cooperação entre empresas e seus clientes, através da tangibilização das experiências da marca com seus atributos”. Portanto, no século XXI as novas tecnologias, cada vez mais avançadas, e a força da internet nas estratégias de marketing, tendem a se tornarem os principais veículos de construção da imagem e da marca. As empresas necessitam de constante atualização no meio digital. 12Comportamento do Consumidor Passamos pela evolução do conceito de construção das marcas desde a antiguidade até os tempos atuais. Aprendemos que muitos conceitos ligados às marcas surgiram há relativamente pouco tempo, embora o conceito primário já exista há milhares de anos. Fatores como identificação com determinadas marcas e símbolos, sentimentos de realização e autoexpressão são fenômenos relativamente modernos, e que foram potencializados com a chegada da globalização. De nichos regionais, hoje temos marcas globais dominando mercados em todo o planeta, conhecidas nos diversos meios de comunicação e criando identificação com os mais variados perfis de consumidores. O e-branding é a fronteira atual das empresas que desejam exposição e identificação com as novas gerações. Alguns profissionais afirmam categoricamente que quem não está na internet simplesmente não existe para o mercado. A própria escolha pela modalidade de ensino a distância é, em si, mais uma nuance do mundo virtual em franco crescimento. Com nossas vidas cada vez mais atarefadas e complexas, a possibilidade de não precisar se deslocar para acessar o conhecimento é, sem dúvida, um diferencial. Requer disciplina e administração eficiente do tempo, mas é recompensador. 13Comportamento do Consumidor Vende-se o Multiculturalismo: um estudo sobre marcas, significados e cultura. Disponível em: http://www.usp.br/anagrama/Cunha_multiculturalismo.pdf 14Comportamento do Consumidor CUNHA, Maria Luciana Garcia. Vende-se o multiculturalismo: um estudo sobre marcas, significados e cultura. In: Revista Anagrama – Revista Interdisciplinar daGraduação. Ano 2, edição 3, março-maio de 2009. USP. (Disponível em: http://www.usp.br/anagrama/ Cunha_multiculturalismo.pdf) DOMENEGUETTI, Daniel. E-Branding: Disciplina tão complexa quanto fundamental. Disponível em: http://www.qualidadebrasil.com.br/artigo/administracao/e-branding_ disciplina_tao_complexa_quanto_fundamental?from=related_article&rid=3798 . Acesso em dezembro de 2014. GIULIANI, Antonio Carlos (org.). Marketing contemporâneo: novas práticas de gestão. São Paulo. Saraiva, 2006. KOTLER, P. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2000. RICHERS, R. Marketing. São Paulo. Negócio Editora, 2000. SAMPAIO, R. Marcas de A a Z. Rio de Janeiro. Campus, 2002.
Compartilhar