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Programa Médicos pelo Brasil
EIXO 4 | ATENÇÃO À SAÚDE
Abordagem
a problemas 
de vias urinárias
MÓDULO 21
Programa Médicos pelo Brasil
EIXO 4 | ATENÇÃO À SAÚDE
Ministério da Saúde
Universidade Federal do Maranhão - UFMA
2022
Abordagem a 
problemas de 
vias urinárias
MÓDULO 21
Instituições patrocinadoras:
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ministério da Saúde
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)
Secretaria-Executiva da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS)
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Diretoria de Tecnologias na Educação (DTED/UFMA)
Universidade Aberta do SUS da Universidade Federal do Maranhão (UNA-SUS/UFMA)
B823a
 
Brasil. Ministério da Saúde.
Abordagem a problemas de vias urinárias [módulo 21] / Ministério da Saúde, 
Universidade Federal do Maranhão. Brasília :Fundação Oswaldo Cruz, 2022.
Inclui referências.
95p. : il., tabs., organogs., color. (Programa Médicos pelo Brasil. Atenção à saúde ; 4).
ISBN: 978-65-88309-22-3
1. Sistema urinário. 2. Atendimento clínico. 3. Sistema Único de Saúde.5. UNA-SUS. I. 
Título II. Universidade Federal do Maranhão. III. Série.
 
 CDU 610
Bibliotecário: Fhillipe de Freitas Campos | CRB1 3282
Ficha Técnica
© 2022. Ministério da Saúde. Sistema Universidade Aberta do SUS. Fundação Oswaldo 
Cruz. Universidade Federal do Maranhão.
Alguns direitos reservados. É permitida a reprodução, disseminação e utilização dessa 
obra, em parte ou em sua totalidade, nos termos da licença para usuário final do Acervo de 
Recursos Educacionais em Saúde (ARES). Deve ser citada a fonte e é vedada a sua utilização 
comercial.
Referência bibliográfica
MINISTÉRIO DA SAÚDE. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. Abordagem a problemas 
de vias urinárias [módulo 21]. In: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa Médicos pelo Brasil. 
Eixo 4: atenção à saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 95 p.
Ministério da Saúde
Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes | Ministro
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)
Raphael Câmara Medeiros Parente | Secretário
Departamento de Saúde da Família (DESF)
Renata Maria de Oliveira Costa | Diretor
Coordenação Geral de Provisão de Profissionais para Atenção Primária 
(CGPROP)
Carlos Magno dos Reis Venturelli | Coordenador
 
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Nísia Trindade Lima | Presidente
Secretaria-executiva da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS)
Maria Fabiana Damásio Passos | Secretária-executiva
Coordenação de Monitoramento e Avaliação de Projetos e Programas (UNA-
SUS)
Alysson Feliciano Lemos | Coordenador
Assessoria de Planejamento (UNA-SUS)
Sybele Avelino Pereira
Assessoria Pedagógica UNA-SUS
Márcia Regina Luz
Sara Shirley Belo Lança
Vânia Moreira
Revisão Ministério da Saúde - Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Luciana Guimarães Nunes de Paula
Revisão Técnico-Científico UNA-SUS
Paula Zeni Miessa Lawall
Rodrigo Pastor Alves Pereira
Rodrigo Luciano Bandeira de Lima
Universidade Federal do Maranhão - UFMA 
Natalino Salgado Filho | Reitor
Diretoria de Tecnologias na Educação – DTED/UFMA
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira | Diretora 
Coordenação da UNA-SUS/UFMA
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira | Coordenadora Geral 
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Diretoria de Tecnologias na Educação – DTED/UFMA
Universidade Aberta do SUS da Universidade Federal do Maranhão – UNA-SUS/UFMA
Endereço: Avenida dos Portugueses, 1966, Bacanga. Cidade/Estado: São Luís - MA.
CEP 65080-805
(98) 3272-9633
E-mail: atendimento.dted.ufma.br
Site: https://www.unasus.ufma.br/ 
http://eadparavc.dted.ufma.br
Revisor Técnico-Científico UNA-SUS
Ana Paula Borges Carrijo 
Paula Zeni Miessa Lawall
Rodrigo Luciano Bandeira de Lima
Rodrigo Pastor Alves Pereira
Designer Gráfico UNA-SUS
Claudia Schirmbeck
Apoio Técnico UNA-SUS
Acervo de Recursos Educacionais em Saúde (ARES) – UNA-SUS
Fhillipe de Freitas Campos
Juliana Araujo Gomes de Sousa
Tainá Batista de Assis
Engenheiro de Software UNA-SUS
José Rodrigo Balzan
Onivaldo Rosa Júnior
Desenvolvedor de Moodle UNA-SUS
Claudio Monteiro
Jaqueline de Carvalho Queiroz
Josué de Lacerda Silva
Luciana Dantas Soares Alves
Lino Vaz Moniz
Márcio Batista da Silva
Rodrigo Mady da Silva
Coordenador Geral DTED/UNA-SUS/UFMA
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira 
Coordenador Acadêmico (relacionado à temática) 
Humberto Oliveira Serra
Gestão de Projetos UNA-SUS/UFMA
Amanda Rocha Araujo 
Coordenador de Produção Pedagógica UNA-SUS/UFMA
Paola Trindade Garcia
Coordenação de Comunicação da UNA-SUS/ UFMA
Ana Paula Silva de Sousa
Dara de Sousa Santos
Créditos
Coordenação de Ofertas Educacionais UNA-SUS/UFMA
Elza Bernardes Monier
Coordenação de Tecnologia da Informação da UNA-SUS/UFMA
Mário Antonio Meireles Teixeira
Conteudistas
Carlos Frederico Confort Campos
Mariana Duque Figueira
Mariângela Costa Vieira
Edição Textual UNA-SUS/UFMA
Talita Guimarães Santos Sousa
Camila Cantanhede Vieira 
Designers Gráficos UNA-SUS/UFMA
Agnes Milen Guerra 
Carlos Haide Sousa Santos
Jackeline Mendes Pereira
Lindomar Dantas Conrado Filho
Priscila Penha Coelho
Vital Amorim Vital
Designers Instrucionais UNA-SUS/UFMA
Mizraim Nunes Mesquita
Luís Gustavo Sodré Sousa
Helen Maysa Belfort Sousa 
Karoline Corrêa Trindade
Izabel Cristina Vieira de Oliveira
Elisa Miranda Costa
Samira Vasconcelos Gomes 
Desenvolvedora de Moodle UNA-SUS/UFMA
Thacyla Lima 
Engenheira de Software UNA-SUS/UFMA
Rayanne Silveira 
Web designer UNA-SUS/UFMA
Jefferson de Almeida Paixão
Apoio técnico UNA-SUS/UFMA
Catarina Barbosa Azevedo
Paulo Anderson Câmara Ribeiro
Thálya Maciel de Alencar
Sumário
Apresentação 
1. Unidade 1 - Infecções do trato urinário
Introdução da unidade
1.1 Cistite
1.1.1 Diagnóstico
1.1.2 Investigação e exames complementares
1.1.3 Abordagem terapêutica
1.1.4 Cistites não complicadas recorrentes
1.2 Prostatite
1.2.1 Investigação e exames complementares
1.2.2 Diagnóstico
1.2.3 Abordagem terapêutica
1.3 Pielonefrite
1.3.1 Investigação e exames complementares
1.3.2 Diagnóstico
1.3.3 Abordagem terapêutica
1.4 Uretrite
1.4.1 Diagnóstico
1.4.2 Investigação e exames complementares
1.4.3 Abordagem terapêutica
1.5 Bacteriúria assintomática
1.5.1 Indicações de abordagem terapêutica
1.6 Potenciais complicações para ITUS
Fechamento da unidade
2. Unidade 2 - Cólica renal
Introdução da unidade
2.1 Epidemiologia da nefrolitíase e da cólica renal 
2.2 Sinais e sintomas de cólica renal
2.3 Investigação, função e interpretação dos exames 
complementares
2.4 Abordagem do quadro agudo na APS
2.5 Critérios para encaminhamento para outros níveis de 
atenção
Fechamento da unidade
3. Unidade 3 - Afecções relacionadas à próstata
10
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13
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49
Introdução da unidade
3.1 Sintomas do trato urinário inferior (STUI)
3.1.1 Abordagem diagnóstica
3.1.2 Exames complementares e encaminhamentos 
para outros níveis de atenção
3.2 Hiperplasia prostática benigna (HPB)
3.2.1 Avaliação diagnóstica
3.2.2 Abordagem terapêutica
3.3 Neoplasia de próstata
3.3.1 Rastreamento
3.3.2 Avaliação diagnóstica
3.3.3 Abordagem na APS
3.4 Cateterização vesical
3.4.1 Indicações de cateterização vesical
3.4.2 Como realizar a sondagem vesical
3.4.3 Abordagem na APS
Fechamento da unidade
4. Unidade 4 - Incontinência urinária
Introdução da unidade
4.1 Epidemiologia e definição de incontinência urinária
4.2 Classificação
4.3 Investigação e exames complementares
4.4 Abordagem terapêutica
4.4.1 Terapia não medicamentosa
4.4.2 Terapia medicamentosa
4.5 Critérios de encaminhamento para outros níveis de atenção
Fechamento da unidade
5. Unidade 5 - Insuficiência renal (IR)
Introdução da unidade
5.1 Epidemiologia da doença renal crônica e da lesão renal 
aguda
5.2 Rastreamento e estratificação de lesão renal
5.3 Abordagem na APS
5.4 Nefrotoxicidade de fármacos
5.5 Critérios de encaminhamento para outros níveis de atençãocomo uma falha/defeito de enchimento no sistema coletor 
urinário. 
Avaliação metabólica
Consiste na investigação para determinar a causa da urolitíase, visando verificar 
anormalidades metabólicas predisponentes à formação de cálculos recorrentes. É 
possível realizar a análise direta da composição química e da etiologia dos cálculos 
depois deles serem extraídos durante uma cirurgia ou após expulsão pelo paciente.
Tal avaliação é indicada quando há necessidade de tratamento medicamentoso 
preventivo de novos cálculos. Você deve solicitá-la quando houver: cálculos recorrentes, 
cálculos bilaterais ou múltiplos, história familiar fortemente positiva, doença 
inflamatória intestinal, aumento de cálculo preexistente, passagem recorrente de 
cristais, litíase em crianças ou adolescentes, diarreia crônica, cirurgia ou má absorção 
intestinal, hiperparatireoidismo primário, gota, acidose tubular renal e nefrocalcinose. 
A avaliação metabólica completa é composta pelas seguintes dosagens séricas e 
urinárias:
• Pelo menos duas coletas de urina de 24 horas com dosagem urinária de cálcio, 
ácido úrico, oxalato, fósforo, cistina, citrato, sódio e creatinina.
• Dosagem sérica de cálcio, fósforo, albumina, creatinina, bicarbonato e ácido úrico.
2.4 ABORDAGEM DO QUADRO AGUDO NA APS
1) Analgesia:
O primeiro objetivo na abordagem do episódio agudo de cólica renal é o controle 
álgico, e a maioria dos casos conseguirá ser manejada com as medicações disponíveis 
na APS: anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou dipirona, tanto para a 
analgesia inicial quanto para controle no caso de recorrência em dias ou semanas 
subsequentes. 
Os opióides (morfina e tramadol) também são eficazes, porém apresentam maior 
taxa de efeitos adversos, como vômitos. Duncan et al. (2022) considera mais efetivo 
que qualquer monoterapia a associação de opióide e AINE.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
44
Leia esta Segunda Opinião Formativa da Biblioteca Virtual de Saúde da 
APS, que mostra, de forma sistematizada, que condutas adotar para uma 
paciente gestante com quadro de nefrolitíase. 
Disponível em: https://aps.bvs.br/aps/
que-condutas-adotar-para-uma-paciente-gestante-com-quadro-de-
nefrolitiase/
Estudos com escopolamina até o momento mostraram pouca ou nenhuma eficácia 
para a dor da cólica renal, de forma que você não deve utilizar a escopolamina 
como opção terapêutica para seus pacientes com tal quadro.
Há evidências fracas sobre o benefício da acupuntura. Outros sintomáticos, como 
antieméticos, podem ser necessários, a depender dos sintomas associados.
2) Hidratação:
Não foi demonstrado benefício da hidratação forçada no episódio agudo de cólica 
renal, a não ser que o paciente apresente desidratação em algum grau (TELESSAÚDE 
RS, 2014).
3) Terapia expulsiva:
Em sua maioria, os cálculos menores do que 10mm são expelidos espontaneamente 
em até seis semanas. A prescrição de medicamentos para aumentar tal probabilidade 
e diminuir o tempo até a expulsão é chamada terapia expulsiva, e seu benefício 
está mais evidenciado em cálculos distais maiores que 5mm. Os bloqueadores 
alfa-adrenérgicos são considerados a terapia expulsiva medicamentosa de primeira 
linha: Doxazosina (2 a 4mg/dia) OU Tansulosina (0,4mg/dia por até 4 a 6 semanas).
• O Nifedipino foi muito utilizado no passado como terapia expulsiva, mas seu 
uso passou a ser desaconselhado após um grande estudo multicêntrico no 
Reino Unido (PICKARD et al. 2015) não ter demonstrado benefício e ter registrado 
efeitos colaterais mais frequentes que com o uso da Tansulosina. 
• O chá de quebra-pedra (Phyllanthu sniruri) mostrou-se eficaz em um estudo 
com cálculos pós-litotripsia e seu uso é regulamentado pela Anvisa desde 2010 
(ANVISA, 2010).
Leia a “Cartilha das Plantas Medicinais” da Política Intersetorial de Plantas 
Medicinais e Fitoterápicos do Rio Grande do Sul, que apresenta as plantas 
mais utilizadas pela população do Rio Grande do Sul, com base em estudos 
e pesquisas.
Disponível em: https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202112/23154715-
cartilha-das-pm-da-pipmf-projeto-aplpmfito-rs-2021.pdf
https://aps.bvs.br/aps/que-condutas-adotar-para-uma-paciente-gestante-com-quadro-de-nefrolitiase/
https://aps.bvs.br/aps/que-condutas-adotar-para-uma-paciente-gestante-com-quadro-de-nefrolitiase/
https://aps.bvs.br/aps/que-condutas-adotar-para-uma-paciente-gestante-com-quadro-de-nefrolitiase/
https://aps.bvs.br/aps/que-condutas-adotar-para-uma-paciente-gestante-com-quadro-de-nefrolitiase/
https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202112/23154715-cartilha-das-pm-da-pipmf-projeto-aplpmfito-rs-2021.pdf
https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/202112/23154715-cartilha-das-pm-da-pipmf-projeto-aplpmfito-rs-2021.pdf
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EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
4) Prevenção secundária:
A taxa de recorrência de nefrolitíase é de 50% em 5 anos e de 80% em 10 anos, 
sendo maior em pacientes com anormalidades metabólicas adjacentes e nos que 
não aderem às orientações alimentares e de hidratação. Para prevenir o surgimento 
de novos cálculos, as orientações alimentares e o tratamento metabólico são as 
possibilidades terapêuticas.
• Alimentação:
Você deve recomendar uma ingesta hídrica de 2,5 a 3 litros por dia para produção 
de, no mínimo, 2 litros de débito urinário; uma ingesta normal de cálcio alimentar 
(1000mg a 1200mg/dia); a redução da ingesta de sódio (máximo de 4 a 5g/dia) e 
de proteína animal (0,8 a 1g/kg de peso corporal por dia); e uma dieta rica em fibras, 
legumes e frutas (que são fontes de citrato).
• Tratamento farmacológico metabólico:
Há indicação de encaminhamento para o Nefrologista quando houver alteração 
na investigação etiológica dos cálculos e recorrência deles com o tratamento 
conservador. O Nefrologista prescreverá as medicações indicadas para o tratamento 
farmacológico metabólico e realizará o acompanhamento conjunto do paciente. 
Abaixo, vamos citar os princípios gerais desse tipo de tratamento conforme a 
alteração metabólica encontrada:
 
A) Cálculos de ácido úrico
• Pode ser realizada a alcalinização da urina com bicarbonato de sódio ou 
citrato de potássio (medicação de primeira linha), geralmente numa dose 
de 10 a 20mEq, 3 vezes ao dia. Deve-se ter cautela em pacientes com 
insuficiência cardíaca congestiva ou insuficiência renal.
• Recomenda-se a ingestão de urato em até 500mg por dia (presente em 
alimentos como fígado, rins, pele de frango, sardinha e anchova).
• Utiliza-se alopurinol se hiperuricosúria numa dose de 100mg (100mg, 1 
vez ao dia) a 300mg/dia (100mg, de 8/8h).
B) Hipercalciúria e cálculos de cálcio recorrentes
• Indicado o uso de diurético tiazídico até o cálcio urinário normalizar: 
Hidroclorotiazida 25mg/dia OU Clortalidona.
• É recomendada a alcalinização da urina com citrato ou cloreto de potássio.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
46
 
C) Hiperoxalúria
• Utilizado quelante de oxalato (cálcio, magnésio ou colestiramina).
• Pode ser recomendada a alcalinização com citrato de potássio, 
principalmente se houver acidose metabólica ou hipocalemia associadas.
• Recomenda-se a piridoxina na hiperoxalúria primária.
D) Cistinúria
• Recomenda-se a alcalinização da urina com citrato ou cloreto de potássio.
• Se a terapia conservadora e a alcalinização falharem, são utilizados agentes 
quelantes (como Tiopronina ou Penicilamina).
E) Cálculos de estruvita
• Utiliza-se o inibidor de urease (ácido aceto-hidroxâmico) no caso de cálculos 
complexos e recorrentes em que a abordagem cirúrgica foi esgotada. É 
um tratamento que deve ser acompanhando pelo especialista focal para 
o monitoramento de efeitos adversos graves por hipercoagulabilidade.
F) Hipocitratúria
• Recomenda-se o uso de citrato de potássio, geralmente numa dose de 10 
a 20mEq, 3 vezes ao dia.
5) Nefrolitíase assintomática:
Cerca de metade dos pacientes terá sintomas nos próximos cinco anos. A investigação 
metabólica e o tratamento intervencionistapodem ser considerados em pacientes 
de alto risco laboral (pilotos de avião e outras profissões de risco) ou clínico (como 
rim único, imunossuprimidos ou neuropatas).
Leia o artigo de revisão “Tratamento da nefrolitíase: onde está a evidência 
dos ensaios clínicos?”, publicado no Jornal Brasileiro de Nefrologia em 
2016, em que são discutidas as evidências dos ensaios clínicos nas 
condutas de tratamento da nefrolitíase. 
Disponível em: https://doi.org/10.5935/0101-2800.20160015
https://doi.org/10.5935/0101-2800.20160015
47
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
REFLEXÃO
Em pacientes idosos com dor relevante, principalmente naqueles que 
nunca tiveram episódio prévio de cólica renal, os diagnósticos 
diferenciais, como aneurisma de aorta abdominal e outras causas de 
abdômen agudo, precisam ser excluídos. Com os recursos disponíveis 
na APS, isso normalmente não é possível apenas com a história clínica 
e o exame físico num contexto de apresentação aguda do quadro, de 
forma que este perfil de pacientes geralmente se beneficia do 
encaminhamento ao pronto-atendimento para avaliação complementar.
Ao Urologista:
• Quando houver cálculos > 10mm, sintomáticos ou não;
• Se não houver expulsão de cálculo entre 4-10 mm após seis semanas de 
tratamento conservador;
• Sempre que houver cálculos vesicais (de qualquer tamanho);
• Sempre que houver cálculos coraliformes;
• Quando houver cálculos renais recorrentemente sintomáticos (por dor, 
hematúria ou infecções de trato urinário). 
2.5 CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTO PARA OUTROS NÍVEIS DE ATENÇÃO
Ao pronto-atendimento:
• Se houver suspeita de infecção concomitante (quadro de febre, toxemia ou 
alteração em exame/fita de urina);
• Se houver cálculo obstrutivo unilateral em paciente de alto risco (transplantado 
renal ou portador de rim vicariante);
• Se o paciente apresentar obstrução bilateral/anúria;
• Se houver analgesia refratária ao tratamento clínico otimizado na UBS;
• Se houver suspeita de insuficiência renal aguda;
• Na incerteza diagnóstica;
• Se existir a possibilidade de gravidez ectópica (mulher em idade fértil sem 
uso de método contraceptivo, com atraso menstrual ou com teste de gravidez 
positivo);
• Se um exame de imagem de controle solicitado mostrar piora do padrão de 
hidronefrose.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
48
Ao Nefrologista
• Se houver nefrolitíase recorrente com indicação de tratamento farmacológico 
metabólico adjuvante (cálculo de ácido úrico, hipercalciúria, hiperoxalúria 
ou cistinúria);
• Quando houver indicação de investigação metabólica da litíase e 
impossibilidade de solicitar os exames necessários pela APS.
FECHAMENTO DA UNIDADE
Sendo a nefrolitíase um quadro bastante prevalente e como cerca de metade das 
pessoas com litíase urinária apresentará mais de um episódio de cólica renal, é de 
extrema importância que você se sinta seguro quanto à seu abordagem no contexto 
da Unidade Básica de Saúde. 
Grande parte dos casos não necessitará de exames complementares complexos 
ou de encaminhamento. O tratamento analgésico otimizado, a terapia expulsiva 
ambulatorial e as medidas comportamentais para diminuir recidivas são as 
abordagens essenciais indicadas e de competência do médico de família e 
comunidade.
49
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
As afecções relacionadas à próstata são motivos de consulta que levam homens 
que não costumam frequentar os serviços de saúde a buscarem atendimento. Há 
uma influência midiática e de campanhas de rastreamento que fazem com que 
muitas vezes eles cheguem a esses encontros com muito medo de câncer e com 
ideias preconcebidas bastante sedimentadas sobre qual o tipo de abordagem 
terapêutica é a mais adequada para seus sintomas e/ou seus anseios. 
A fim de preparar você para receber esses usuários na Atenção Primária à Saúde, 
nesta unidade serão abordados os seguintes tópicos:
• Perfil epidemiológico dos sintomas do trato urinário inferior;
• Situações de referenciamento oportuno no contexto dos Sintomas do Trato 
Urinário Inferior (STUI);
• Diagnóstico de hiperplasia prostática benigna;
• Abordagem terapêutica para hiperplasia prostática benigna;
• Principais sintomas associados ao quadro de prostatismo agudo e crônico;
• Diagnóstico das principais causas de prostatismo agudo e crônico;
• Indicações de solicitação dos principais exames complementares;
Afecções 
relacionadas
à proposta
UNIDADE 03
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
50
• Interpretação dos principais achados de exames complementares;
• Indicações de abordagem terapêutica não medicamentosa e medicamentosa;
• Identificação de situações de correção cirúrgica para encaminhamento oportuno 
para outros níveis de atenção;
• Rastreamento de neoplasia de próstata e sua abordagem na APS;
• Identificação de situações para indicação de cateterismo vesical (de demora e 
de alívio);
• Indicação de cateterismo vesical e sua abordagem na APS.
Desta forma, esperamos que, ao final do estudo desta unidade, você se sinta mais 
preparado para analisar problemas do sistema urinário, identificando sintomas de 
prostatismo, diagnosticando as etiologias mais frequentes, tratando os quadros 
sensíveis à APS e encaminhando, quando necessário, para outros níveis de atenção.
3.1 SINTOMAS DO TRATO URINÁRIO INFERIOR (STUI)
O termo prostatismo – bastante utilizado antigamente - foi substituído por sintomas 
do trato urinário inferior (STUI, em português, LUTS, em inglês), sendo que um terço 
dos homens apresentará algum grau de retenção urinária ao atingir 70 anos de 
idade (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019).
São tradicionalmente divididos entre sintomas de armazenamento/irritativos 
(polaciúria, urgência, noctúria ) e sintomas de esvaziamento/micção/obstrutivos 
(fluxo fraco, jato intermitente, gotejamento pós-miccional, hesitação, sensação de 
esvaziamento incompleto, esforço), porém os pacientes frequentemente 
apresentarão sintomas mistos.
A etiologia predominante dos STUI na APS é a hiperplasia prostática benigna, mas 
não devemos esquecer de realizar diagnóstico diferencial com as outras causas 
possíveis: infecções urinárias (prostatite, cistite e uretrite), cálculo ureteral, 
hiperatividade detrusora, estenose de uretra, bexiga neurogênica, câncer de próstata, 
câncer vesical e uso de medicamentos (anticolinérgicos e alfa-adrenérgicos) (REGULA 
MAIS BRASIL, 2019).
A figura 08 que aparece a seguir, reúne algumas dessas principais causas de STUI.
3.1.1 ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
A investigação deve focar em dados da história clínica e do exame físico direcionado 
que sugiram patologias alternativas (que não a hiperplasia prostática benigna).
• Anamnese: pesquisar por febre, dor e disúria, que sugerem infecção. Hematúria 
e tabagismo levantam hipótese de neoplasia. Cólica renal é indicativo de cálculo 
ureteral. Doença neurológica de longa data e perda urinária por transbordamento 
aumentam a probabilidade de bexiga neurogênica. História de traumas ou 
cateterizações vesicais prévias estão relacionadas a estenose de uretra. 
51
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Descompensação de quadros cardiovasculares e renais podem cursar com 
poliúria e noctúria. Noctúria associada a incontinência urinária e urgência 
costuma ocorrer na síndrome da bexiga hiperativa. O uso de medicações 
diuréticas, anticolinérgicas e alfa-adrenérgicas alteram o padrão de diurese e o 
tônus vesical.
• Exame físico: observe os sinais vitais (principalmente alterações na temperatura 
corporal, frequência cardíaca e pressão arterial), avalie o abdômen (procurando 
bexiga ou massa palpáveis), inspecione o meato uretral externo (na hipótese 
de uretrite), realize o toque retal (avaliando tônus do esfíncter anal, próstata) e 
realize exame neurológico sumário se suspeita de bexiga neurogênica.
Figura 08 - Causas de STUI.
Fonte: Elaborado pelos conteudistas.
3.1.2 EXAMES COMPLEMENTARESCada 3cm de próstata palpável equivale a aproximadamente um 
volume de 30g. (TELESSAÚDE RS, 2015).
Lembre-se!
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
56
com horário definido para ir ao banheiro);
• Urinar sentado (pode diminuir os sintomas de esvaziamento incompleto);
• Redução do consumo de álcool, café e nicotina;
• Tratamento da constipação (se houver);
• Evitar uso de diuréticos e medicamentos que aumentem a retenção urinária.
• Tratamento farmacológico
É indicado a todos os pacientes cujos sintomas causam prejuízo, principalmente 
naqueles com sintomas moderados a graves, chegando a reduzir de 5% a 2% a 
probabilidade de tratamento invasivo durante 4 anos de tratamento.
As reavaliações devem ser realizadas a cada 6 a 12 meses, a depender da gravidade 
dos sintomas.
A) Alfa- bloqueadores
• É a terapia de primeira linha, reduzindo os sintomas após poucos dias por meio 
do relaxamento da musculatura lisa vesical e da uretra e cápsula prostáticas.
• Não houve diferença de eficácia entre tansulosina e os bloqueadores não 
seletivos (Doxazosina). 
• Os efeitos colaterais costumam ser bem tolerados e incluem: hipotensão 
ortostática (com risco de queda e fratura), disfunção ejaculatória (principalmente 
com tansulosina), cefaleia, vertigem, congestão nasal e síncope.
Utilize:
• Doxazosina 2a 8mg 1 vez ao dia, antes de dormir.
• (Inicie com doses baixas de 1mg a 2mg, à noite para diminuir hipotensão 
ortostática, e aumente a cada uma a duas semanas conforme tolerância e 
resposta do paciente.)
• OU Tansulosina 0,4 a 0,8 mg, uma vez ao dia (A dose de 0,8 mg/dia não 
evidenciou melhores resultados que a de 0,4 mg.)
B) Inibidores da 5-alfa-redutase
• É indicado quando há alto risco de retenção urinária aguda (situações com 
próstata > 40g ou PSA >1,4 ng/ml) e como primeira linha em pacientes que têm 
contraindicação ou não toleram alfa-bloqueadores. A melhora dos sintomas 
inicia após três a seis meses, levando cerca de um ano até seu máximo efeito: 
chegando a reduzir em até 40% o volume prostático (REGULA MAIS BRASIL, 2019).
• Os efeitos adversos mais comuns são a disfunção sexual (com diminuição da 
libido e disfunção ejaculatória em cerca de 5 a15%), a disfunção erétil e a 
ginecomastia.
57
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Utilize:
• Finasterida 5mg, uma vez ao dia OU Dutasterida 0,5mg, uma vez ao dia.
C) Inibidores da 5-fosfodiesterase
• Considere sua prescrição em pacientes com disfunção erétil, pois melhoram os 
STUI e a função erétil após alguns dias de tratamento. 
• Possui efeitos colaterais de rubor facial, refluxo gastroesofágico, cefaleia, dor 
lombar e congestão nasal. 
• Há contraindicação se o paciente faz uso de nitratos ou alfa-bloqueador não 
seletivo (no uso de tansulosina, oriente um intervalo de 4 a 6 horas entre as 
medicações), angina instável, infarto agudo do miocárdio há 150ml. 
• Os efeitos colaterais principais incluem boca seca, constipação e tontura.
Utilize:
• Oxibutinina 5mg, uma a três vezes ao dia.
O uso de inibidores da 5-alfa-redutase reduz o valor do PSA total. 
Para avaliação adequada do risco de câncer de próstata, é 
necessário multiplicar por dois o valor do PSA total nos pacientes 
em tratamento há mais de seis meses.
Lembre-se!
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
58
E) Terapia combinada de alfa-bloqueador e inibidor da 5-alfa-redutase
• Utilize em pacientes com sintomas graves (pela avaliação do escore I-PSS), com 
alto risco de retenção urinária aguda (próstatas > 40g ou PSA > 1,4 mg/ml) ou 
refratários ao tratamento em monoterapia em dose adequada. 
• Para diminuir a chance de hipotensão, oriente um intervalo de 4 a 6 horas entre 
a ingestão dos medicamentos.
F) Terapia combinada de alfa-bloqueador e anticolinérgico
Utilize em pacientes com STUI refratários a monoterapia com qualquer uma das 
drogas.
• Tratamento cirúrgico
É indicado quando há retenção urinária recorrente ou refratária ao tratamento 
clínico otimizado, se houver hematúria recorrente, insuficiência renal ou cálculo 
vesical.
As opções de tratamento incluem terapias minimamente invasivas (ablação prostática 
com laser), ressecção transuretral da próstata (tratamento cirúrgico padrão-ouro) 
e prostatectomia aberta (quando volume prostático for superior a 80–100ml).
Dentre as complicações mais comuns estão: ejaculação retrógrada (relatada por 
cerca de 50% dos pacientes); disfunção erétil (1% a 12%); sintomas miccionais 
irritativos, contratura do colo vesical (2,7%); infecção urinária; hematúria recorrente; 
incontinência urinária (12 a 16%) (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019). 
Considere os seguintes critérios de encaminhamento para outros níveis de atenção:
Ao pronto-atendimento (SILVA NETO, 2017):
• Se houver episódio de retenção urinária aguda após insucesso de tentativa de 
sondagem vesical de alívio na UBS. Sobre a realização da sondagem vesical, você 
poderá aprender no tópico 3.4 deste material. 
Ao Urologista (SILVA NETO, 2017):
• Em caso de doença renal crônica associada à obstrução (hidronefrose, resíduo 
pós-miccional > 300ml ou bexiga palpável após exclusão de bexigoma por 
retenção);
• Em caso de episódio de retenção urinária aguda (após avaliação na urgência);
• Se houver infecção urinária recorrente associada;
• Se houver litíase vesical associada;
• Quando os STUI são refratários ao tratamento clínico otimizado.
59
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
3.3 NEOPLASIA DE PRÓSTATA
O câncer de próstata é a neoplasia maligna não cutânea mais comumente diagnosticada 
em homens no Brasil (aproximadamente 61.200 novos casos por ano), sendo a 
segunda com maior mortalidade (taxa anual de 12 óbitos por 100.000 homens). Os 
adenocarcinomas correspondem a mais de 95% dos casos e os fatores de risco 
conhecidos são: idade (mais comum a partir dos 50 anos), etnia negra, antecedente 
familiar positivo (principalmente se for de primeiro grau antes dos 65 anos) e mutação 
do BRCA (WALLACE; ANSCHER, 2020). 
Esse tipo de neoplasia raramente causa sintomas nos estágios iniciais, cursando 
com STUI obstrutivos (frequência, noctúria e hesitação), hematúria, hematospermia, 
hidronefrose, disfunção erétil ou insuficiência renal no caso de doença localmente 
avançada. Os casos metastáticos manifestam-se com dor óssea (pelve e coluna), 
fraturas patológicas, anemia, edema e paralisia de membros inferiores.
3.3.1 RASTREAMENTO
• Recomendações atuais:
• INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) e Sociedade 
Brasileira de Medicina de Família e Comunidade: não recomendam o rastreamento 
do câncer de próstata como abordagem populacional e sugerem discussão de 
riscos e benefícios com indivíduos que espontaneamente procurarem o serviço 
com tal demanda.
• USPTF (U.S Preventive Task Force): para homens com idades entre 55 e 69 anos, 
a decisão de se submeter à triagem periódica baseada na medida do PSA deve 
ser individual e deve incluir a discussão dos possíveis benefícios e danos da 
triagem com seu médico. Deve-se considerar o equilíbrio de benefícios e danos 
com base na história familiar, etnia, condições médicas e comorbidades. A USPTF 
não recomenda o rastreamento rotineiro em homens com idade igual ou superior 
a 70 anos.
• SBU (Sociedade Brasileira de Urologia): não recomenda o rastreamento universal, 
mas a consulta médicaa partir dos 50 anos de idade, especialmente para homens 
saudáveis, com expectativa de vida maior que 10 anos. A partir da avaliação 
médica, o médico e o paciente podem discutir e decidir em conjunto sobre os 
riscos e benefícios de realizar o exame de PSA. Duas exceções se aplicam: negros 
e seus descendentes e aqueles com histórico de câncer de próstata na família, 
que devem começar a fazer exame de próstata aos 45 anos. A frequência 
acordada do exame é bastante variável, podendo ser anual ou mesmo a cada 
4 anos.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
60
Conheça o material elaborado pelo Telessaúde RS, intitulado “Saúde do 
homem é mais do que cuidar apenas da próstata”. É um informativo para 
compartilhamento com o paciente sobre saúde do homem e rastreamento 
do câncer de próstata.
Disponível em: https://www. ufrgs.br/telessauders/prostata-docs/dicas_
novembro_azul.pdf
Benefícios divulgados do rastreamento
• Estudos clínicos randomizados (SCHRODER et al., 2009; MARTIN et al., 2018; 
ANDRIOLE et al., 2012) mostraram que o rastreamento pode evitar cerca de 
duas mortes por câncer de próstata a cada mil homens testados e prevenir 
cerca de três casos de câncer de próstata metastático a cada mil homens 
testados. Tais resultados baseiam-se em desfechos intermediários e em 
mortalidade específica, mas sem redução na mortalidade geral e com aumento 
no número de intervenções que não representaram um aumento na sobrevida 
na população rastreada.
Danos conhecidos do rastreamento
• Sobrediagnóstico ocorre em 25% a 50% dos casos. O sobrediagnóstico ocorre 
quando alguém é diagnosticado com uma doença que não causaria nenhum 
dano (nem em mortalidade nem em qualidade de vida), muitas vezes como 
resultado da realização de programas de rastreamento, o que pode levar a 
tratamentos desnecessários e desperdício de recursos da saúde (GUSSO; 
LOPES; DIAS, 2019).
• Resultados falso-positivos com potenciais danos físicos pela solicitação 
excedente de procedimentos que por si já categorizam iatrogenia, bem como 
os efeitos adversos destes e danos psicológicos (como ansiedade pela 
hipótese de neoplasia e/ou pelo tempo de espera pelo resultado do exame). 
Cerca de 2/3 dos homens com PSA elevado não têm câncer de próstata 
detectado na biópsia;
• Sequelas do tratamento cirúrgico/ prostatectomia, como: disfunção erétil (2 
a cada 3 homens a longo prazo), incontinência urinária (relatado por cerca 
de 20% dos pacientes) e sintomas intestinais (seja constipação ou 
incontinência).
Observe a seguir quais são os principais danos e benefícios do rastreamento. 
https://www.ufrgs.br/telessauders/prostata-docs/dicas_novembro_azul.pdf
https://www.ufrgs.br/telessauders/prostata-docs/dicas_novembro_azul.pdf
61
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Observe abaixo uma ferramenta de apoio à decisão compartilhada no rastreamento 
do câncer de próstata:
• O estudo Finnish Prostate Cancer Screening Trial (KILPELÄINEN et al., 2013) 
mostrou diminuição da incidência de câncer de próstata avançado, porém 
os cânceres detectados no braço do rastreamento foram mais localizados e 
de menor grau quando comparados ao braço do controle, fato explicado 
pelo aumento no diagnóstico.
Figura 10 - Ferramenta de apoio à decisão compartilhada no rastreamento do câncer de próstata. 
Fonte: Adaptado de INCA (2019).
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
62
Antígeno prostático específico (PSA): 
O PSA é uma protease para liquefação do líquido seminal produzido pela próstata. 
Pode ser encontrado no sangue na sua forma livre ou ligado às proteínas plasmáticas. 
O PSA não é específico, podendo estar elevado devido a diversas causas que não 
o câncer de próstata, como: HPB/ABP, prostatite, após manipulação (massagem 
prostática, biópsia, cistoscopia) e por retenção urinária. Elevações pequenas e 
transitórias (por 48 a 72h) podem ocorrer por toque retal, ejaculação recente, após 
ciclismo de longa distância e uso recorrente de motocicletas.
• Características do exame
• Não existe valor abaixo do qual não haja risco de câncer de próstata: o PSA está 
normal em até 20% dos homens com câncer clinicamente significativo.
• O valor preditivo positivo (VPP) é cerca de 33%, ou seja, 67% dos homens com 
PSA elevado serão submetidos a uma biópsia sem necessidade. Esse valor 
aumenta quando o PSA > 10ng/ml: o VPP passa a 42% a 67%, porém menos da 
metade destes casos são cânceres confinados à próstata (BRASIL, 2010).
• O exame não consegue distinguir entre tumores agressivos que estejam em 
fase inicial e aqueles que não são agressivos ou que não teriam nenhum 
significado clínico ao paciente.
Toque retal: 
No rastreamento, ele não é essencial e corrobora para aumentar o valor preditivo 
positivo para neoplasia (e, portanto, ajudar na decisão quanto à biópsia) quando o PSA 
se mostra elevado: VPP de 22%, se toque retal normal e de 49%, se toque retal alterado.
Os tumores identificados apenas por alteração em toque retal (sem sintomas) com 
PSA 3ng/mL;
- Suspeita clínica de neoplasia de próstata por toque retal 
suspeito (com nódulo, endurecimento ou assimetria).
*não se esqueça de excluir as situações não patológicas 
que elevam o PSA citadas no item sobre PSA.
- Neoplasia em biópsia prostática.
Fonte: Silva Neto et al. (2017). 
em conta: achados de nódulo à ultrassonografia, idade do paciente, volume da 
próstata, presença de inflamação e uso de inibidores da 5-alfa-redutase.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
64
3.3.3 ABORDAGEM NA APS
O tratamento pode variar entrevigilância ativa (nos tumores localizados de baixo 
grau), prostatectomia radical, radioterapia, quimioterapia e bloqueio hormonal. O 
médico de família e comunidade deve estar preparado para o acompanhamento 
conjunto e integral do paciente oncológico e das sequelas do tratamento, como: dor 
crônica, ejaculação retrógrada, estenose de uretra, impotência sexual, incontinência 
urinária e consequências do âmbito psíquico/emocional.
Após a prostatectomia radical ou a terapia antiandrogênica, espera-se que o PSA 
fique suprimido. Você deve encaminhar para investigação de recidiva pós-tratamento 
se o seu paciente apresentar valores maiores do que 0,2ng/mL.
3.4 CATETERIZAÇÃO VESICAL
A cateterização vesical pode ser realizada via uretral (de demora ou alívio) ou 
suprapúbica (cistostomia percutânea). Pode ser realizada por profissional de saúde 
médico ou enfermeiro. A cateterização suprapúbica deve ser realizada por profissional 
médico treinado e está indicada em situações em que a via uretral esteja contraindicada 
ou para realização de drenagem vesical (FRIGLER, 2017).
3.4.1 INDICAÇÕES DE CATETERIZAÇÃO VESICAL
A sondagem vesical é indicada nas seguintes situações (BMJ BEST PRACTICE, 2020):
• Obtenção de urina para exame;
• Aferição de débito urinário em pacientes graves internados;
• Drenagem urinária;
• Alívio da retenção urinária (obstrutiva ou funcional/bexiga neurogênica) e em 
alguns casos de incontinência urinária e imobilidade;
• Injeção de meios de contraste radiopacos ou administração de medicamentos 
diretamente na bexiga;
• Perioperatório;
• Trauma e lesões de pelve e períneo;
• Irrigação vesical.
As contraindicações da sondagem uretral incluem estenose ou trauma uretral, infecção 
urinária em curso, cirurgia vesical ou de reconstrução uretral ou hiperplasia prostática 
importante (esta é uma contraindicação considerada relativa e pode ser mais fácil 
de realizar a sondagem com um calibremaior, como 16 French, devido a sua maior 
rigidez).
65
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
As contraindicações da sondagem suprapúbica são a impossibilidade de definição 
adequada da localização da bexiga, a possibilidade de aderências pélvicas ou 
abdominais inferiores (histórico de cirurgias ou procedimentos invasivos na região) 
e uma bexiga vazia.
3.4.2 COMO REALIZAR A SONDAGEM VESICAL
As sondas vesicais variam quanto ao calibre (1 unidade French = 0,33mm), à 
configuração da ponta (maioria retas), ao número de vias, ao tamanho do balão (2,5 
a 5mL em balões em crianças e de 10 a 30mL em balões em adultos), ao tipo de 
material (plástico, látex ou cloreto polivinílico para uso intermitente e látex com 
silicone, hidrogel ou polímero revestido de liga de prata para uso contínuo) e ao 
comprimento.
Os tamanhos variam de 14 a 24Fr para adultos e de 6 a 10Fr para crianças e na HPB 
volumosa com estenose importante da uretra. Cateteres de menores tamanhos (Fr) 
são suficientes para drenagem urinária simples e estenose uretral; cateteres maiores 
(maiores unidades Fr) são utilizados para a irrigação da bexiga e em alguns casos de 
hemorragia pelo risco de obstrução.
O cuidado com sondas e ostomias costuma ser manejado primordialmente pela 
equipe de enfermagem após a prescrição médica.
Figura 11 - Fixação da sonda vesical de demora.
Fonte: UNA-SUS/UFMA. 
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
66
Se você não conseguir inserir o cateter uretral em duas ou mais tentativas, encaminhe 
para um profissional mais experiente na própria Unidade Básica de Saúde ou no 
pronto-atendimento. Um cateter de ponta curva, maior ou de irrigação de três vias 
pode facilitar a sondagem nestes casos.
3.4.3 ABORDAGEM NA APS
As complicações do cateterismo vesical são:
• Lesão uretral ou vesical com sangramento ou hematúria microscópica: 
pequenos sangramentos são comuns e cessam de forma espontânea.
• Obstrução do cateter: por coágulos ou outros detritos. Tente lavar/irrigar o 
cateter com água estéril para desobstrução.
• ITU: remova a sonda e inicie tratamento com antibiótico.
As recomendações para minimizar as infecções do trato urinário incluem: remoção 
dos cateteres o mais rápido possível, técnica estritamente asséptica de inserção do 
cateter, manutenção da esterilidade e do fechamento do sistema de drenagem, 
higiene do meato urinário com água e sabão no banho e às trocas de fralda, desprezar 
a urina quando o volume atingir 2/3 da capacidade da bolsa (até 6h/6h).
• Criação de falsos trajetos: evite o uso de força durante o cateterismo.
• Cicatrizes e estenoses.
• Perfuração vesical: complicação rara. 
Não há evidência definitiva na literatura sobre intervalo ótimo para troca da sonda 
vesical de demora, mas sugere-se realizar a troca quando houver incrustações, 
obstruções persistentes após irrigação, febre de origem desconhecida, vazamentos 
e conforme indicado pelo fabricante da sonda (geralmente, a cada 12 semanas) 
(FERRAZ; OLIVEIRA; RIBEIRO, 2018).
Assista aos seguintes vídeos para aprender mais sobre sondagem vesical:
“Sondagem vesical de alívio”: https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/
ARES/1336
“Sondagem vesical de demora feminino e masculino”, disponível em: 
https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/1334
https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/1336
https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/1336
https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/1334
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EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
FECHAMENTO DA UNIDADE
Na sua prática nos serviços de saúde, com frequência você atenderá homens que 
buscam serviços de saúde com sintomas do trato urinário inferior ou com a demanda 
de rastreamento para câncer de próstata, especialmente com o passar da idade e 
durante a campanha do ‘’Novembro Azul’’.
A abordagem investigativa e terapêutica adequada dos sintomas, com vistas à 
prevenção quaternária e a decisão compartilhada dessa medida preventiva controversa, 
são um desafio para o médico na Atenção Primária em Saúde.
É fundamental entender esses encontros, ainda que motivados por demandas 
específicas, como uma excelente oportunidade de abordagem integral do cuidado, 
por ser um dos raros motivos que mobilizam os homens para procura espontânea 
da unidade básica de saúde.
Com o conteúdo desta unidade, esperamos que você tenha aumentado seu repertório 
de ferramentas e dados para abordar com excelência tais situações na prática clínica.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
68
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, você estudará um problema bastante frequente na APS: a inconti-
nência urinária. Além dos desconfortos físicos que ela causa, é um problema social 
significativo. As pessoas que sofrem com ela vivem frequentemente situações cons-
trangedoras, como a perda urinária durante um evento social e mau odor nas 
roupas, por exemplo. Assim, por ser de um problema que leva a situações vexató-
rias, estima-se que um terço das pessoas acometidas nunca buscam o serviço de 
saúde para sanar esta queixa (SIMON et al., 2020).
Você poderá (e deverá) investigar em sua população esta condição. Além disso, 
pode tomar uma série de medidas importantes, de forma a cuidar dos pacientes 
acometidos por incontinência urinária, seja através de medidas medicamentosas 
ou de trabalho não medicamentoso, com o apoio de equipe multiprofissional. 
Nesta unidade, você estudará os seguintes assuntos:
Incontinência 
urinária
UNIDADE 04
69
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
• Conceito de incontinência urinária;
• Identificação das causas e dos fatores de risco para ocorrência da incontinência 
urinária;
• Indicações de solicitação dos principais exames complementares;
• Interpretação dos principais achados de exames complementares
• Indicações de abordagem terapêutica não medicamentosa;
• Indicações de abordagem terapêutica medicamentosa;
• Encaminhamento oportuno de paciente para a equipe multiprofissional e para 
outro nível de atenção;
• Reconhecimentodos prejuízos na qualidade de vida dos pacientes acometidos 
por incontinência urinária.
Dessa forma, esperamos que, ao final do estudo desta unidade, você se sinta mais 
preparado para realizar a investigação dos quadros de incontinência urinária, 
tratando-a adequadamente no contexto da APS e reconhecendo as situações com 
indicação de encaminhamento para outros níveis de atenção.
4.1 EPIDEMIOLOGIA E DEFINIÇÃO DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Incontinência urinária (IU) é qualquer perda involuntária de urina que seja demonstrável 
e cause um problema social, desconforto e problema de higiene ao paciente.
Você deve perceber que esta condição atinge significativamente mais mulheres que 
homens adultos. Ao atingir a terceira idade, esta diferença diminui, ainda mantendo 
predomínio de idosas; no entanto, a predominância da condição aumenta 
significativamente para ambos os sexos com o passar da idade. Há maior prevalência 
com idosos institucionalizados e com hospitalização recente.
Há relatos que um terço dos pacientes vão buscar assistência assim que o sintoma 
aparece, porém um terço não procura ativamente (SIMON et al., 2020). Além de sexo 
e idade, você identificará outros fatores associados à condição, como gestação, 
paridade, número de partos vaginais, diabetes, terapia de reposição hormonal, história 
familiar e índice de massa corporal (IMC) elevado.
4.2 CLASSIFICAÇÃO
Classificamos as IUs em quatro principais tipos: IU de esforço, IU de urgência ou urge-
incontinência, IU mista e IU por extravasamento.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
70
Incontinência urinária de esforço
• Ocorre quando o esfíncter uretral não se fecha completamente logo antes 
de um esforço físico, como tossir, exercício físico ou mesmo sorrir. O paciente 
não apresenta vontade de urinar e nem alteração do músculo detrusor. 
Habitualmente está associada à fraqueza na musculatura do assoalho pélvico.
Incontinência urinária de urgência ou urgeincontinência
• Causa mais comum em idosos, acontece quando há perda urinária seguida 
da vontade intensa e repentina de urinar. Não está associada à manobra de 
esforço e frequentemente se deve à contração involuntária do músculo 
detrusor.
Incontinência urinária mista
• Ocorre quando a disfunção está associada ao músculo detrusor e à 
insuficiência do esfíncter da uretra, com características tanto de esforço 
quanto de urgência.
Incontinência urinária por extravasamento
• Ocorre devido a um enchimento excessivo da bexiga por urina. Quando isso 
acontece, a pressão vesical supera a resistência uretral. Habitualmente, 
ocorrem pequenas perdas urinárias. Pode ocorrer por hipoatividade do 
músculo detrusor, por obstrução vesical (marcadamente, a hiperplasia 
prostática benigna) ou por ambas.
A Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, em conjunto com 
a Universidade Federal do Amapá, criou a cartilha “Conhecer para prevenir 
e cuidar: Autocuidado da mulher com incontinência urinária”. Este material 
discute de forma clara sobre alguns tipos de IU e pode ser utilizado 
diretamente pela paciente. 
Disponível em: http://www.ee.usp.br/cartilhas/cartilha_Conhecer_prevenir.
pdf
Observe na imagem a seguir a representação anatômica desses tipos de incontinência 
urinária.
http://www.ee.usp.br/cartilhas/cartilha_Conhecer_prevenir.pdf
http://www.ee.usp.br/cartilhas/cartilha_Conhecer_prevenir.pdf
71
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Figura 12 - Tipos de Incontinência Urinária. 
Fonte: Adaptado de medicinapersonalizada.com.br
4.3 INVESTIGAÇÃO E EXAMES COMPLEMENTARES
Anamnese: Você deve começar a investigação com uma anamnese detalhada, 
buscando fatores de risco e sintomas mais comuns, como a perda involuntária de 
urina, o aumento da frequência miccional, urgência urinária ou enurese. É importante 
salientar que a incontinência urinária ocorre mais em idosos, porém acontece em 
todas as idades e sexos. Nos idosos, é importante pesquisar mesmo sem queixa 
aparente.
Na investigação, é importante que você caracterize o tipo de IU, bem como o 
momento de início dos sintomas, que podem variar desde muitos anos até quadros 
mais recentes, com busca precoce ao serviço de saúde. Questione informações 
como quais sintomas apresenta, frequência e gravidade deles (tanto clínica quanto 
no impacto da qualidade de vida), presença de outros sintomas urinários não 
diretamente relacionados, como hematúria, presença de outras patologias 
(neurológicas, ginecológicas), número de gestações, cirurgias pélvicas, menopausa 
e doenças sistêmicas, como a diabetes mellitus.
Cheque também o uso de medicamentos, bem como substâncias como álcool ou 
cafeína, com ênfase às descritas com mecanismos de ação no quadro a seguir:
Na incontinência urinária, é frequente a associação de mais de 
um tipo/ etiologia, o que mostra a importância de uma avaliação 
global nesses pacientes.
Lembre-se!
https://www.medpersonalizada.com.br/fisioterapiauroginecologica 
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
72
Fonte: Gusso; Lopes; Dias (2019). 
Substância
Álcool e cafeína
Mecanismo de ação
Poliúria, aumento da frequência e 
urgência miccionais.
Alfa-agonistas Fechamento uretral.
Alfabloqueadores Relaxamento do colo vesical.
Anestésicos (raqui, peridural) Paralisia do detrusor.
Antagonista H2 Confusão mental.
Antagonista de canal de cálcio Relaxamento do detrusor.
Antidepressivos tricíclicos Ação anticolinérgica e sedação. 
Antiepilépticos, antipsicóticos Confusão mental e ataxia.
Antiespasmódicos Relaxamento do esfíncter interno.
Benzodiazepínicos, sedativos e 
hipnóticos
Sedação, imobilidade e relaxamento do 
esfíncter estriado.
Biperideno, dexclorfeniramina Ação anticolinérgica.
Poliúria.
Haloperidol Sedação, imobilidade.
Inibidores da enzima 
conversora de angiotensina II Tosse.
Opióides, relaxantes 
musculares
Relaxamento do músculo detrusor e 
obstipação.
Diuréticos de alça e tiazídicos
Para caracterizar o tipo da IU, faça perguntas sobre manobras de esforço e vontade 
de micção logo antes das perdas. Outras características também ajudam a definir 
a classificação como perdas de grandes volumes (IU de esforço por defeito de 
esfíncter uretral ou IU de urgência por contração do músculo detrusor), presença 
de gotas ou jatos (por aumento da pressão abdominal ou obstrução infravesical), 
perdas contínuas (mais características de fístulas, malformações ou IU por 
extravasamento).
Quadro 06. Substâncias que influenciam na incontinência 
73
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Observe abaixo os exames físicos e complementares que podem ser realizados 
(REYNARD; BREWSTER; BIERS, 2013):
Para ajudar no detalhamento do quadro clínico, você pode utilizar um diário miccional 
por pelo menos três dias (incluindo dias de semana e fins de semana), no qual 
devem ser anotadas todas as “entradas” e “saídas” de líquido, estas últimas separadas 
em micções ou perdas involuntárias e em que situações ocorreram essas perdas.
Exame físico
• No exame físico geral, avalie o IMC.
• No exame abdominal, investigue a presença de distensão vesical, bem como 
massas em abdômen e pelve (podem obstruir a bexiga).
• Realize o exame neurológico sempre que uma causa neurológica for passível 
de causar o problema.
• Nos homens, você pode utilizar o toque retal para pesquisar hipertrofia da 
próstata, que pode levar à obstrução infravesical. Ainda neste exame, devem 
ser avaliados: a presença de fecaloma, o tônus e o controle do esfíncter 
uretral e o reflexo bulbo-cavernoso.
• Em mulheres, investigue a presença de cistocele, retocele ou prolapso vaginal, 
bem como o trofismo vaginal (especialmente durante o climatério) (REYNARD; 
BREWSTER; BIERS, 2013).
Exames complementares
• Urina I e Urocultura: solicite como investigação complementar inicial, a fim 
de descartar ITU. 
• Ultrassom de rins e vias urinárias: pode ser útil para avaliar malformações 
e resíduo urinário, mas não realize de formarotineira. 
• Estudo urodinâmico: solicite em situações de recidiva da IU, em avaliações 
pós-operatórias, falha do tratamento inicial, antes do tratamento cirúrgico 
ou quando o tratamento clínico apresenta risco ao paciente. Não é exame 
habitual de investigação. Consiste em medições das pressões abdominal, 
vesical e do detrusor durante o enchimento da bexiga e durante a micção. 
Líquidos ingeridos Micção 
normal
Perda 
urinária
Atividade 
relacionada Proteção
Hora Quantidade Tipo Quantidade de 
urina
Tossir, rir, 
etc.
Tipo e 
mudanças
Figura 13 – Diário Miccional.
Fonte: Adaptado de Gusso; Lopes; Dias (2019).
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
74
4.4 ABORDAGEM TERAPÊUTICA
A abordagem terapêutica da IU é dividida em dois grandes grupos de intervenção: 
o tratamento não farmacológico e a intervenção farmacológica. 
4.4.1 TERAPIA NÃO MEDICAMENTOSA
A principal medida com boa evidência para tratamento não farmacológico de IU é o 
treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP). Há evidências de sua eficácia 
em IU de esforço e mista. Na IU de urgência, esta evidência é controversa e essa 
medida costuma ser associada a treinamento vesical (DUNCAN et al., 2013).
Ofereça os exercícios pélvicos (TMAP) a todos os pacientes com IU de esforço e mista 
(orientações a seguir). Sempre que possível, ofereça a opção entre atividades 
individuais ou em grupo. Idealmente, deve ser realizada por fisioterapeutas, mas, 
em contexto de indisponibilidade desse profissional, pode ser orientada por você 
ou pela enfermagem. É importante realizar avaliações individuais para avaliar o 
estado inicial e o progresso do tratamento. Pode ser sugerida uma avaliação digital 
simples em toque retal ou vaginal, medindo força e capacidade da musculatura do 
assoalho pélvico.
Este treinamento também pode ser realizado somente com exercícios ou associado 
com a técnica de biofeedback, em que a paciente recebe estímulos visuais, auditivos 
ou táteis sempre que faz contrações adequadas do assoalho pélvico, facilitando sua 
percepção consciente de movimentos fisiológicos habitualmente pouco percebidos. 
O treinamento vesical é o uso de micções programadas em intervalos progressivamente 
maiores, desde que tolerados pelo paciente. Utilize como primeira escolha para IU 
de urgência, mas pode ser também utilizado em IU de esforço e mista. Por exemplo: 
oriente inicialmente o paciente a urinar a cada 1 a 2 horas, mesmo que não esteja 
com vontade. E a cada semana, aumente o tempo do intervalo entre as micções em 
15 a 20 minutos, até atingir 4 a 5 horas de intervalo.
Oriente mudanças de estilo de vida, como perda de peso - maior evidência de 
benefício, em relação à incontinência urinária de esforço, cessação de tabagismo, 
atividade física leve a moderada, tratamento adequado dos quadros de constipação 
e abstinência de álcool e cafeína, o que pode ajudar na melhora do quadro. Além 
disso, realizar controle adequado de patologias como diabetes melito e insuficiência 
cardíaca congestiva. Você pode orientar a restrição hídrica no período noturno, 
embora isso não apresente evidência de melhora do quadro em geral, manter cuidados 
com a higiene íntima; repousar membros inferiores e usar meias elásticas compressivas 
para evitar edemas. Considere o uso de fraldas, absorventes para roupa íntima ou 
urinóis (para pacientes com pouca mobilidade) quando o tratamento não estiver 
disponível ou não for suficiente para resolver o problema. Homens que apresentam 
gotejamento pós-miccional não necessitam de investigação adicional, mas oriente-
75
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
os a realizar forte contração da musculatura do assoalho pélvico após esvaziamento 
vesical com a compressão manual da uretra bulbar, região perineal.
4.4.2 TERAPIA MEDICAMENTOSA
Prescreva medicamentos anticolinérgicos (ou antimuscarínicos) nos casos de IU de 
urgência ou mista (quando nesta predominar a urgência), pois melhoram sintomas 
como urgência miccional, frequência urinária. Avalie seu uso criteriosamente quando 
se tratar de IU por extravasamento, bem como em pessoas mais velhas, pois estas 
podem apresentar considerável prejuízo cognitivo e risco aumentado de quedas e 
retenção. Seu efeito colateral mais comum é a xerostomia. Tem contraindicação 
absoluta em casos de glaucoma. O medicamento desta classe mais habitualmente 
utilizado é a Oxibutinina, com um bom nível de evidência de eficácia (GUSSO; LOPES; 
DIAS, 2019), que você deve utilizar na dose de 5mg, uma vez ao dia, podendo chegar 
a 15mg por dia, de acordo com tolerância e resposta ao tratamento, embora em 
A orientação para a realização do TMAP deve incluir a demonstração da 
musculatura que deve estar envolvida, a qual é a responsável por evitar 
a eliminação de gases e interromper a micção. Se ainda assim permanecer 
dúvida, devemos sugerir a introdução de um dedo no canal vaginal - para 
pessoas com vagina - e tentar contrair o músculo. Caso perceba a 
contração ao redor do dedo, encontrou o músculo certo.
A percepção da contração da musculatura correta sem utilizar outros 
grupos musculares (abdominais, glúteos ou coxas) se dará com a prática. 
No início pode ser necessária concentração para compreensão da 
contração e a propriocepção muscular. 
Regimes variados e individualizados de treinamento são válidos desde 
que incluam exercícios para fibras musculares rápidas e lentas; sejam 
realizados até a fadiga muscular; devendo ser praticados por 15 a 20 
semanas. 
Pode-se iniciar com séries de 5 repetições, com aumento progressivo até 
cerca de 12, até a exaustão, várias vezes ao dia, todos os dias, se possível. 
Podem ser realizados em qualquer posição (em pé, sentado ou deitado), 
de maneira mais conveniente durante a rotina pessoal. 
A série deve conter três etapas: contração, manutenção da contração e 
relaxamento, intercalando o tempo das contrações. 
Nos links a seguir vocês encontram orientações para realização dos 
exercícios:
https://www.ee.usp.br/cartilhas/cartilha_Conhecer_prevenir.pdf
https://www.efdeportes.com/efd76/mulheres.htm
https://www.ee.usp.br/cartilhas/cartilha_Conhecer_prevenir.pdf
https://www.efdeportes.com/efd76/mulheres.htm
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
76
REFLEXÃO
Lembre-se sempre que o paciente acometido por incontinência uri-
nária está também passando por alguma situação social de descon-
forto, como isolamento ou vergonha devido ao seu quadro. Assim, 
sua abordagem deve ser sempre cuidadosa ao falar do tema, bem 
como você deve garantir que o melhor tratamento para cada caso 
seja realizado, a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente.
4.5 CRITÉRIOS DE ENCAMINHAMENTO PARA OUTROS NÍVEIS DE ATENÇÃO
Ao Pronto Atendimento:
Retenção aguda de urina.
Ao Urologista:
• Incerteza diagnóstica;
• Elevado risco com o uso de medicamentos para controle; 
• Falha terapêutica; 
• Massa pélvica / bexiga palpável após micção; 
• Cirurgia ou radiação pélvica prévia; 
• Prolapso vesical com sintomas;
estudos tenha apresentado um perfil pior de eventos adversos em doses maiores 
que 10mg ao dia. 
Você pode utilizar alguns medicamentos na IU de esforço, com o objetivo de aumentar 
o tônus do esfíncter uretral. Dentre esses medicamentos, o mais utilizado e com 
melhor evidência de eficácia é a Duloxetina, que você deve utilizar na dose de 20mg, 
duas vezes ao dia, por duas semanas, podendo chegar a 40mg, duas vezes ao dia. O 
uso de estrogênios tópicos para mulheres no climatério melhora os sintomas, devido 
a sua atuação na atrofia urogenital.
A avaliação global do paciente idoso com o manejo adequado de outras comorbidades 
associadas à IU, pode contribuir para a redução da gravidade dos sintomas urinários. 
São elas: insuficiência cardíaca, doença renal crônica, diabetes, doença pulmonar 
obstrutiva crônica (DPOC), distúrbios do sono, depressão, síndrome metabólica, 
doença neurológica, e comprometimento cognitivo geral.
77
EIXO 04 | MÓDULO21 Abordagem a problemas de vias urinárias
FECHAMENTO DA UNIDADE
A incontinência urinária, como abordado acima, apresenta-se como uma situação 
clínica complexa, por tratar-se de uma questão também do âmbito social e emocional 
da vida das pessoas acometidas. A IU está associada à perda significativa da liberdade 
e de qualidade de vida dos pacientes e a sentimentos como vergonha e desconforto. 
Ademais, um terço dos pacientes acometidos por IU não busca auxílio médico. Então, 
trata-se de uma condição em que você deve realizar busca ativa na população mais 
acometida, para que possa realizar o diagnóstico e a abordagem adequada para seus 
pacientes com incontinência urinária.
Tenha sempre em mente como critério para a referência ou não de um caso a expe-
riência que você tem quanto àquele assunto. Se se sentir confortável para conduzir 
o caso, a necessidade de encaminhamento pode ser mais tardia, caso contrário, o 
encaminhamento pode precisar ser feito antes.
• Suspeita de Incontinência Urinária por Extravasamento (IUEV);
• Suspeita de câncer de próstata;
• Suspeita de doença neurológica;
• Piora nos sintomas ou aparecimento de novos.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
78
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
A insuficiência renal (IR) é um problema de saúde cuja condução na APS é de vital 
importância, por tratar-se, majoritariamente, de uma complicação de condições 
crônicas, como hipertensão, diabetes ou uso de medicamentos nefrotóxicos. 
Além de atuar na prevenção, você poderá buscar ativamente por esta condição 
nos pacientes, e, quando identificada, poderá realizar uma série de condutas para 
tratar seus pacientes com insuficiência renal, além de compartilhar o cuidado com 
outros níveis de atenção.
Nesta unidade, você estudará os seguintes assuntos:
• Indicações de rastreamento de lesão renal;
• Exames indicados em cada situação para realizar o monitoramento renal;
• Potencial nefrotoxicidade dos fármacos mais comumente utilizados na clínica;
• Diagnóstico de insuficiência renal;
• Diferenciação de lesão renal aguda de doença renal crônica;
• Encaminhamento oportuno à urgência nos quadros de lesão renal aguda;
Insuficiência 
renal (IR)
UNIDADE 05
79
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
• Classificação dos estágios da doença renal crônica;
• Tratamento adequado de casos na Atenção Primária à Saúde;
• Situações que requerem o cuidado compartilhado com outros níveis de atenção.
Dessa forma, espera-se que, ao final do estudo desta unidade, você se esteja mais 
capacitado para avaliar problemas do sistema urinário, compreendendo as indicações 
de rastreio de lesão renal, realizando monitoramento da função renal, diagnosticando 
e estratificando insuficiência renal, tratando a doença renal crônica na APS, 
identificando os fármacos nefrotóxicos mais comumente utilizados na clínica e 
encaminhando oportunamente aos outros níveis de atenção.
5.1 EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA E DA LESÃO RENAL 
AGUDA
A doença renal crônica (DRC) é uma perda progressiva da função renal de filtro de 
forma irreversível. Atinge mais mulheres do que homens e a prevalência aumenta 
com o avanço da idade. Você deve saber que é condição muito prevalente na 
Atenção Primária, com frequências de 8,5% a 32% dos pacientes (SIMON et al., 2020; 
GUSSO; LOPES; DIAS, 2019). A maior longevidade da população, bem como o maior 
acesso a alimentos ricos em sódio e à assistência à saúde aumentou o número de 
diagnósticos. As principais causas, correspondendo juntas a mais de 60% dos casos, 
são a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a diabetes mellitus (DM).
A lesão renal aguda (LRA) é a perda da função renal de forma acentuada e rápida, 
em horas ou dias. É causa de urgência e deve ser encaminhada ao hospital de 
referência de forma imediata, devido a sua gravidade. As principais pessoas em 
risco para essa condição são idosos acima de 75 anos, pacientes com DM, DRC, 
insuficiência cardíaca e/ou insuficiência hepática, exposição a drogas nefrotóxicas 
e exames com contraste (REYNARD; BREWSTER; BIERS, 2013).
Podemos classificar a LRA em três tipos, a depender do local do sistema urinário 
acometido: pré-renal (hipovolemia com queda da pressão arterial, uso de AINEs 
e IECA ou síndrome hepatorrenal), renal (glomerulopatias, necrose tubular aguda) 
ou pós-renal (obstrução em ureter, bexiga ou uretra) (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019).
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
80
5.2 RASTREAMENTO E ESTRATIFICAÇÃO DE LESÃO RENAL
Como a DRC é uma condição assintomática até em estágios mais avançados (quando 
pode cursar com edema de face e membros superiores, náuseas, vômitos e ganho 
de peso), você deve rastreá-la em pacientes com maior risco para desenvolvê-la, 
que são pacientes com HAS, com DM, com doença cardiovascular estabelecida, 
com LRA prévia e com antecedente familiar de DRC.
Nos pacientes com HAS, utilize a creatinina sérica, para estimativa da Taxa de 
Filtração Glomerular (TFG), para rastreamento de DRC, desde o diagnóstico, associada 
à urina tipo 1 - para avaliação da albuminúria e hematúria - e repita anualmente, 
se inalteradas. Nos pacientes com DM, rastreie no momento do diagnóstico (para 
DM tipo 2) ou 5 anos após este (para DM tipo 1). Para esta população, o exame de 
escolha é a microalbuminúria de 24 horas ou a razão albumina/creatinina (RAC) 
urinária em amostra de urina isolada, com frequência anual, além da dosagem 
sérica de creatinina e urina tipo 1, com a mesma frequência. É importante que o 
médico estudante saiba avaliar o exame de microalbuminúria de 24 horas (mg em 
24 h) ou a RAC urinária (mg/g): normal (300).
Caso algum destes exames apresente alteração, investigue a DRC. Os critérios 
diagnósticos são evidência de lesão da estrutura renal como anormalidade urinária 
(hematúria glomerular - mais de 70% de dismorfismo eritrocitário e/ou cilindros 
hemáticos na amostra - e/ou microalbuminúria/proteinúria) e/ou uma alteração 
em exame de imagem renal [como cisto] ou na biópsia renal associados a uma 
Taxa de Filtração Glomerular (TFG) normal (>60) ou isoladamente uma TFGhttps://www.sbn.org.br/profissional/utilidades/calculadoras-nefrologicas/
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
82
A Organização KDIGO (Kidney Disease: Improving Global Outcomes), propôs a 
classificação prognóstica dos pacientes com DRC, utilizando os cinco estágios de 
TFG complementados por três estágios de excreção urinária de albumina - ou 
outros indicativos de lesão renal. Dessa forma, foi possível refinar a avaliação 
longitudinal dos pacientes com DRC. Define-se assim três categorias de risco 
prognóstico (moderado, alto e muito alto) a partir dos riscos relativos aos estágios 
que, dessa forma, ajudam a orientar as intervenções clínicas. 
Para o diagnóstico da LRA, deve ser identificado pelo menos o aumento de 0,3mg/
dL do valor basal de creatinina sérica, ou o aumento de 1,5 a 2 vezes o valor basal. 
Portanto, é necessário que você conheça o valor basal da creatinina sérica do 
paciente para o diagnóstico.
5.3 ABORDAGEM NA APS
Para todos os pacientes diagnosticados com DRC, solicite pesquisa de sorologias para 
infecções sexualmente transmissíveis (HIV, sífilis, hepatite B e C). Nos estágios 4 e 5, 
você deve realizar o exame de anti-HBs uma vez ao ano, já que as hepatites virais crô-
nicas estão associadas à piora em morbidade e mortalidade para pacientes com DRC.
G1 Normal ou alto ≥ 90
Não é DRC*
G2 Levemente diminuído 60-89
G3a Leve a moderadamente diminuído 45-59
G3b Moderada a severamente diminuído 30-44
G4 Severamente diminuído 15-29
G5 Falência renal 300 mg/g
Classificação prognóstica da doença renal crônica (DRC) a partir do risco de mortalidade geral e 
cardiovascular, de doença renal terminal, de injúria renal aguda e de DRC progressiva.
Amarelo: risco moderado; laranja: risco alto; vermelho: risco muito alto.
*A não ser que apresente hematúria ou anormalidade estrutural ou patológica do rim.
RAC: razão albumina/creatinina; TFG: taxa de filtração glomerular.
Figura 15 – Estágios da DRC.
Fonte: Duncan et al. (2022).
83
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Controle adequadamente a condição de base que causou a DRC, como a HAS e o 
DM. Além disso, todos os pacientes com DRC, independente do estágio, são pessoas 
em alto risco cardiovascular, então você deve prescrever estatina como prevenção 
secundária. A atorvastatina (20 mg ao dia) costuma ser a medicação de escolha para 
pacientes com DRC porque sofre depuração hepática e não requer ajustes de dose 
renal. Entretanto, outras estatinas de intensidade moderada que demonstraram 
benefício em pacientes com DRC incluem, rosuvastatina 10 mg ao dia e sinvastatina 
20 a 40 mg ao dia (CHEUNG; KRONENBERG, 2021).
Aumente a dose se houver redução menor que 40% no colesterol não-HDL e TFG 
maior ou igual a 30ml/ min/ 1,73m². Se TGF for menor, encaminhe para Nefrologista 
(SIMON et al., 2020). 
Os exames e frequências que você deve solicitar de acordo com cada classificação, 
estão descritos no quadro a seguir:
Fonte: Adaptado de Gusso, Lopes; Dias (2019); Duncan et al. (2022).
Quadro 08. Exames que devem ser solicitados para classificação e frequência
Exame/medida 1 2 3a 3b 4 5
RAC anual anual
Creatinina anual anual 6 meses 3 meses
Urina tipo I anual anual 6 meses 3 meses
Sorologias para 
ISTs anual anual anual anual
Hemograma 6 meses 
a 1x/ano 3 meses
Potássio 6 meses 
a 1x/ano 3 meses
Fósforo 6 meses 
a 1x/ano 3 meses
Cálcio 6 meses 
a 1x/ano 3 meses
PTH 6 meses 
a 1x/ano 3 meses
25-OH-Vitamina D 6 meses 
a 1x/ano 3 meses
Anti-HBs anual anual
Nefrologista sim
Terapia substitutiva 
renal sim
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
84
O acompanhamento deve ser individualizado a depender da excreção urinária de 
albumina, além da TFG. No estágio 3a com albuminúria persistente moderadamente 
aumentada (microalbuminúria A2: 30-300 mg/g - laranja) o seguimento passa a ser 
de 3 a 6 meses. O monitoramento reduz para 1 a 3 meses caso o estágio 3a seja 
associado a macroalbuminúria (RAC >300 mg/g, A3 - vermelho). Assim como o 
estágio 3b com RAC > 30 mg/g, o acompanhamento pode ser realizado em menor 
frequência - 1 a 3 meses, exceto para as sorologias que se mantêm anual.
Você deve solicitar os exames de urina tipo I e a creatinina sérica para 
acompanhamento da progressão da DRC. Solicite o hemograma para acompanhar 
possível anemia, já que a produção de hemácias depende da função renal preservada, 
com a produção de eritropoietina. 
O rim é fundamental na ativação da vitamina D. Com sua função diminuída, há 
redução da 25-OH-vitamina D circulante. O hiperparatireoidismo secundário pode 
ocorrer em pacientes com DRC, com hiperfosfatemia e com hipocalcemia, além do 
paratormômo (PTH) elevado. Além disso, oriente sobre imunização para influenza 
uma vez ao ano, pneumococo (em duas doses: ao diagnóstico e cinco anos após) 
e hepatite B (em quatro doses: ao diagnóstico e após 1, 2 e 6 meses, com dose 
dobrada). 
Outras condições como anemia (hemoglobina entre 8 a 10 mg/dL), hipovitaminose 
D (Fechamento da unidade
Encerramento
Referências
Biografia dos conteudistas
49
50
50
51
53
53
55
59
59
62
64
64
64
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68
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94
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10
Apresentação
Caro profissional estudante,
Seja bem-vindo ao módulo de Abordagem a Problemas de Vias Urinárias!
Os problemas urinários são significativamente prevalentes na população geral e o 
seu cuidado na Atenção Primária requer treinamento adequado dos profissionais 
que atuam neste nível de atenção. Para a composição deste módulo, foram 
escolhidos tanto os problemas mais prevalentes quanto os mais relevantes para 
a Saúde Pública em se tratando de gravidade clínica e de impacto social: infecções 
do trato urinário, cólica renal, afecções relacionadas à próstata, incontinência 
urinária, insuficiência renal, entre outros.
Cada unidade abordará um problema diferente do sistema urinário, onde serão 
discutidos: a apresentação clínica do quadro, a investigação complementar, o 
diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento com os recursos disponíveis na 
APS, bem como o referenciamento oportuno a outros níveis de Atenção à Saúde. 
Dessa forma, esperamos que tenha um bom estudo e que esta etapa do curso 
contribua para um cuidado cada vez mais assertivo para a sua população adscrita 
ao lidar com os motivos de consulta relacionados ao sistema urinário.
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Avaliar problemas do sistema urinário, diagnosticando e tratando os principais 
tipos de infecção do trato urinário na população geral e em grupos específicos 
no contexto da Atenção Primária à Saúde;
• Analisar problemas do sistema urinário, suspeitando, diagnosticando e 
conduzindo adequadamente o quadro de cólica renal no contexto da Atenção 
Primária à Saúde;
• Analisar problemas do sistema urinário, identificando sintomas de prostatismo, 
diagnosticando as etiologias mais frequentes, tratando os quadros sensíveis à 
APS e encaminhando, quando necessário, para outros níveis de atenção;
• Realizar a investigação dos quadros de incontinência urinária, tratando-a 
adequadamente no contexto da APS e reconhecendo as situações com indicação 
de encaminhamento para outros níveis de atenção;
11
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
• Avaliar problemas do sistema urinário, compreendendo as indicações de rastreio 
de lesão renal, realizando monitoramento da função renal, diagnosticando e 
estratificando insuficiência renal, tratando a doença renal crônica na APS, 
identificando os fármacos nefrotóxicos mais comumente utilizados na clínica e 
encaminhando oportunamente aos outros níveis de atenção.
Para estudar e apreender as informações e os conceitos abordados, bem como trilhar 
todo o processo ativo de aprendizagem, está prevista uma carga horária de 15 horas 
para este módulo.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
12
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
A infecção do trato urinário (ITU) é a presença de germes nas porções estéreis 
do trato urinário. Nas ITUs sintomáticas há lesão da mucosa e causa sintomas, já 
na bacteriúria assintomática não há lesão de mucosa, e sim colonização, por isso 
não causa sintomas (DUNCAN et al., 2022). Nesta síndrome estão incluídas diversas 
entidades clínicas, como a cistite, a pielonefrite, a prostatite, a uretrite e a 
bacteriúria assintomática. Você já deve ter percebido que essa é uma das condições 
mais frequentes na Atenção Primária à Saúde, podendo corresponder a até 6% 
das consultas neste nível de atenção (SIMON et al., 2020). 
Esta multiplicação se dá pela ascensão de micro-organismos, mais comumente 
bactérias, via uretral até o urotélio. A E.coli é o principal agente patogênico, em 
75 a 90% dos casos, seguida do Staphylococcus saprophyticus, encontrado em 5 a 
10% das mulheres jovens sexualmente ativas. Apesar de menos comum, outros 
microrganismos são Proteus mirabilis, Klebsiella, Enterobacter e Serratia, e os gram-
positivos Enterococcus, Staphylococcus aureus e Streptococcus. É importante ressaltar 
a presença das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) na etiopatogenia das 
uretrites, com 20% sendo causado por Neisseria gonorrhoeae e 80% por Chlamydia 
trachomatis, Mycoplasma genitalium e Ureaplasma urealyticum (DUNCAN et al., 
2022). 
Infecções do
trato urinário
UNIDADE 01
13
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
A incidência, que é predominante em pacientes do sexo feminino, inicia-se na infância 
e aumenta na fase de início da vida sexual. De 20 a 40% das mulheres terão alguma 
ITU durante a vida (DUNCAN et al., 2013). Antes dos 50 anos de idade, é menos comum 
que você encontre homens com essa afecção. A partir dessa idade, homens podem 
ter uma maior prevalência relacionada à hipertrofia prostática. 
Nesta unidade, você estudará os seguintes tópicos:
• Principais tipos de ITU: cistite, pielonefrite, prostatite e uretrite;
• Diagnóstico de ITU na população geral e em grupos específicos (gestantes, idosos 
e pessoas com cateterismo vesical);
• Diferenciação entre bacteriúria assintomática e ITU;
• Condução clínica de bacteriúria assintomática em diferentes contextos;
• Indicações de solicitação de exames complementares;
• Interpretação dos principais achados de exames complementares;
• Tratamento não medicamentoso adequado por diagnóstico e grupo populacional;
• Tratamento medicamentoso adequado por diagnóstico e por grupo populacional;
• Principais potenciais complicações para ITUs. 
Dessa forma, esperamos que, ao final do estudo desta unidade, você se sinta mais 
preparado para avaliar problemas do sistema urinário, diagnosticando e tratando 
os principais tipos de infecção do trato urinário na população geral e em grupos 
específicos no contexto da Atenção Primária à Saúde.
1.1 CISTITE
Podemos classificar as ITUs anatomicamente como baixas (em que são acometidas 
uretra e/ou bexiga com invasão superficial de mucosas: cistite, uretrite) ou altas 
(acometimento renal ou perirrenal, com invasão do tecidual - parênquima: 
pielonefrite, abscesso perirrenal). Também podemos classificá-las como não 
complicadas ou complicadas, sendo estas caracterizadas pela presença de 
alterações anatômicas como as obstruções decorrentes de tumores, hipertrofia 
prostática, urolitíase ou anormalidades funcionais do trato urinário como bexiga 
neurogênica, refluxo vesicoureteral. Além de uso de instrumentação urinária 
(cateteres vesicais ou ureterais, cistoscopia, nefrostomia, derivações urinárias, 
cirurgias urológicas) e outras condições que se associam com maior risco, como 
gestação, diabetes mellitus, imunossupressão (DUNCAN et al., 2022).
Assim como a maioria das ITUs, a cistite habitualmente ocorre em mulheres em 
idade reprodutiva. Os principais sintomas apresentados são disúria, polaciúria, dor 
suprapúbica, urgência miccional e hematúria (SIMON, et al., 2020.)
O exame físico, incluindo o exame do aparelho reprodutor feminino, é habitualmente 
normal e costuma servir para que você descarte outros diagnósticos diferenciais, 
como na presença de corrimento vaginal ou uretral (SIMON et al., 2020).
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
14
1.1.1 DIAGNÓSTICO
Em se tratando de mulheres adultas e com suspeita de cistite não complicada, você 
deve realizar o diagnóstico clinicamente, por meio da anamnese e do exame físico. 
Ressalta-se que a presença de polaciúria e disúria tem valor preditivo positivo de 
90% para cistite. Em situações em que a epidemiologia não é tão clara, você pode 
utilizar um exame de urina com fita reagente. Quando se trata de homens ou 
mulheres com suspeita de cistite complicada, você deve solicitar urocultura com 
antibiograma (ou teste de sensibilidade a antibiótico) (DUNCAN et al., 2022).
Exame de urina com fita reagente
É o exame que você deve solicitar quando for necessária alguma investigação 
para avaliação da presença de estereases leucocitárias e/ouPrimária, 
merecem sua atenção.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
86
• A primeira destas classes é a de anti-inflamatórios não esteroidais (AINES). 
Podem causar lesão tubular ou glomerular. Os medicamentos seletivos para a 
COX-2 estão associados a menos lesões que os não seletivos, porém também 
podem causá-las (FONTENELLE; BUI; SALGADO, 2017).
• Outra classe de medicamentos que podem causar nefrotoxicidade são os 
antimicrobianos. Dentro deste grande grupo, algumas classes merecem 
destaque, como os aminoglicosídeos e antivirais como o aciclovir, bem como 
outros menos comuns, como vancomicina, polimixina e anfotericina B.
Duas classes de medicamentos que costumamos utilizar com frequência na 
Atenção Primária e que podem causar lesão renal são os inibidores da enzima 
de conversão de angiotensina (IECA) e os BRA, através de lesão glomerular ou 
no túbulo proximal (FONTENELLE; BUI; SALGADO, 2017). Por fim, é importante 
salientar o efeito nefrotóxico dos contrastes radiológicos intravenosos, de modo 
que você fique atento a pacientes submetidos a estes exames.
Tenha especial atenção ao uso destas medicações, especialmente em pacientes 
com DRC conhecida ou em maior risco para desenvolvê-la, como pacientes idosos, 
com diabetes mellitus e pacientes em uso de polifarmácia. Evite os AINES neste 
grupo de pacientes, assim como os antibióticos nefrotóxicos. Reserve seu uso para 
situações pontuais ou quando não houver outra opção medicamentosa. Nestes 
casos, adapte a dose considerando a função renal do paciente.
Você pode utilizar os IECA e BRA nestes pacientes, porém monitore mais 
frequentemente a sua função renal, bem como seu seguimento clínico, buscando 
sinais e sintomas que sinalizem piora da função renal.
Fonte: jcomp. Freepik
Embora algumas drogas nefrotóxicas sejam mais distantes da sua prática 
na APS, outras como AINES, IECAs e BRAs são de uso corriqueiro. Além 
disso, como elas não são de uso proibitivo, é importante que você tenha 
muita cautela e atenção no uso destas. Pode ser necessária redução de 
dose, ajustada de acordo com a TFG.
No link a seguir você encontra algumas sugestões de adequações na dose 
de acordo ao estágio de DRC: https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/
doenca-renal-cronica-(DRC)-em-adultos/agentes-farmacologicos/
https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/doenca-renal-cronica-(DRC)-em-adultos/agentes-farmacologicos/
https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/doenca-renal-cronica-(DRC)-em-adultos/agentes-farmacologicos/
87
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
O Ministério da Saúde publicou, em 2014, as “Diretrizes Clínicas para o 
Cuidado ao paciente com Doença Renal Crônica – DRC no Sistema Único 
de Saúde”, que contém material importante sobre o diagnóstico, a 
classificação e o manejo do paciente com DRC, disponível em: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_clinicas_cuidado_paciente_
renal.pdf 
Em 2016, o Ministério da Saúde publicou o “Protocolo de Encaminhamento 
da atenção básica para a atenção especializada” incluindo para as 
especialidades de Nefrologia e Endocrinologia, com foco na Atenção 
Básica, em especial alguns aspectos presentes no processo de 
referenciamento de usuários para outros serviços especializados, 
disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/
protocolos_AB_vol1_Endocrinologia_Nefrologia.pdf
Ao Nefrologista:
Paciente com classificação 4 ou 5;
Classificação menor que 4, considerando sua experiência clínica com o tema;
Alteração nos exames de rastreamento das condições associada à DRC;
Albuminúria elevada (> 300 mg em 24 horas, ou RAC > 300 mg/g), a não ser em 
casos de diabetes acompanhados por endocrinologista; 
Declínio > 5 mL/min/1,73 m2 em um período de 6 meses, em uma linha de base 
 6,5 mEq/dl.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_clinicas_cuidado_paciente_renal.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_clinicas_cuidado_paciente_renal.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_clinicas_cuidado_paciente_renal.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/protocolos_AB_vol1_Endocrinologia_Nefrologia.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/protocolos_AB_vol1_Endocrinologia_Nefrologia.pdf
https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/doenca-renal-cronica-(DRC)-em-adultos/
https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/doenca-renal-cronica-(DRC)-em-adultos/
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
88
FECHAMENTO DA UNIDADE
No seu dia a dia na UBS, você vivenciará o atendimento de pessoas com lesões renais 
com alguma frequência, especialmente em se tratado de idosos e pacientes com 
diabetes ou hipertensão. As consequências dessas lesões são importantes e o médico 
da Atenção Primária deverá estar atualizado quanto ao rastreamento, ao diagnóstico, 
à classificação e ao seguimento destes pacientes.
Em muitas situações, será necessário o acompanhamento conjunto com outros níveis 
de atenção à saúde, seja a Nefrologia ambulatorial ou o serviço de urgência de 
referência. Você deve compartilhar este cuidado de forma coordenada visando à 
saúde do seu paciente.
Ao concluir o estudo desta unidade, esperamos que você se sinta mais apto a entregar 
um cuidado de saúde mais adequado a seus pacientes com lesões renais.
89
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Encerramento
Caro profissional estudante,
Você chegou ao fim do módulo sobre a Abordagem a Problemas de Vias Urinárias. 
Esperamos que, após o seu percurso de aprendizagem nesse módulo, você se sinta 
capaz de avaliar problemas do sistema urinário. Você aprendeu sobre investigação, 
diagnóstico e abordagem dos principais problemas urinários no contexto da Atenção 
Primária à Saúde. Além disso, discutimos sobre o rastreamento da doença renal 
crônica e do câncer de próstata, sobre a das complicações mais frequentes 
relacionadas aos quadros urinários e a identificação de situações nesse contexto 
que exijam encaminhamento para outro nível de atenção.
Você pôde observar diversos quadros, desde os mais corriqueiros, como as infecções 
do trato urinário e a cólica renal, que costumam afetar uma população mais jovem 
e têm condução mais simples; passando por quadros mais complexos, como os 
sintomas do trato urinário inferior e a incontinência urinária, mais frequentes, mas 
não exclusivos, das faixas etárias mais idosas, e que costumam estar associados a 
questões emocionais e sociais, além das clínicas; até a insuficiência renal, muito 
frequentemente associada a doenças crônicas e ao uso de medicações nefrotóxicas.
Neste módulo, procuramos enfatizar a importante atuação do profissional da APS 
nessas situações e as condições mais comuns de indicação para encaminhamento 
a outros níveis de atenção do sistema de saúde. Assim, tivemos como objetivo 
balizar a sua atuação profissional, tentando deixar mais claro quais situações vão 
requerer cuidado integral na APS e quais vão necessitar de referência (imediata ou 
não) a outros serviços de atenção à saúde.
Esperamos que os conhecimentos que você desenvolveu ao longo desse módulo 
possam ajudar na sua prática profissional e funcionem como ponto de partida para 
que você continue aprofundando os estudos nessa área, investigando questões 
que não foram aprofundadas aqui e acompanhando as atualizações científicas que 
ocorrem constantemente.
Bons estudos e avante ao próximo módulo.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
90
Referências
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dá outras providências. [S. l.], 9 mar. 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0010_09_03_2010.html. Acesso em: 7 dez. 
2020.
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years of follow-up. J Natl Cancer Inst, v. 104, n.2, p. 125-132, 2012. Disponível 
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Atenção Básica. Rastreamento. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 95 p. (Série 
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em: . Acesso em: 29 out. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento 
de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas 
para Atenção Integral às Pessoas com Infecção Sexualmente Transmissível. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento 
de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. 
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas 
com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Brasília: Ministério da 
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EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
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TELESSAÚDE RS. Resumo clínico: Litíase renal. Porto Alegre, 2014. Disponível 
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ZAMBON, L. S. Imagem da semana. Urologia. Litíase Renal. MedicinaNET: 2016. 
Disponível em: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/casos/6622/litiase_
renal.htm
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
94
Biografia dos 
conteudistas
Carlos Frederico Confort Campos
Médico de família e comunidade formado pela USP-SP, doutorando em Ciências 
Médicas – Educação e Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade de São 
Paulo, fellow de pesquisa no Clinical Skills Centre da Universidade de Auckland, 
Nova Zelândia.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0797220905549025
Mariana Duque Figueira
Médica de família e comunidade formada pela USP-SP, especialista em Medicina 
de Família e Comunidade pela AMB – SBMFC, preceptora médica na Associação 
Saúde da Família - SP, médica da Telemedicina do Hospital Sírio Libanês – SP.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8405786102079973
Mariângela Costa Vieira
Médica pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, especialista em Medicina 
de Família e Comunidade pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e 
Comunidade, mestre em Saúde Coletiva e doutoranda em Saúde Coletiva pela 
Unicamp. Atualmente é docente do curso de Medicina da Universidade Federal do 
Recôncavo da Bahia. Tem experiência como teleconsultora e atua como 
telerreguladora do Telessaúde Bahia. É tutora do Projeto Mais Médicos e já foi 
supervisora médica deste projeto. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com 
ênfase em Medicina de Família e Comunidade.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3823214693074505
http://lattes.cnpq.br/0797220905549025
http://lattes.cnpq.br/8405786102079973
http://lattes.cnpq.br/3823214693074505
95
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Programa Médicos pelo Brasil
EIXO 4 | ATENÇÃO À SAÚDE
REALIZAÇÃO
 Ministério da Saúde. Universidade Federal do Maranhão (UFMA). 
2022.
Abordagem a problemas de
vias urinárias
MÓDULO 21nitritos. A combinação 
da presença de ambos confere valores adequados de sensibilidade e especificidade 
ao exame, assim como a ausência de ambos reduz significativamente a 
probabilidade da doença (REYNARD; BREWSTER; BIERS, 2013).
Figura 01 - Exame de urina com fita reagente.
Fonte: Serviço de Análises Clínicas do Hospital Universitário/UFMA.
1.1.2 INVESTIGAÇÃO E EXAMES COMPLEMENTARES
O diagnóstico de cistite em mulheres adultas sem sinais de cistite 
complicada é clínico, não havendo necessidade de solicitação de 
exames complementares. O diagnóstico diferencial de cistite 
inclui ISTs e vulvovaginite nas mulheres, em especial na presença 
de corrimento vaginal (DUNCAN et al., 2022).
Lembre-se!
15
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Urocultura com antibiograma (também chamado de teste de sensibilidade 
a antibiótico – TSA)
A urocultura tem o objetivo de identificar se há bactéria na urina e qual bactéria 
é a responsável pela infecção, devendo sempre ser solicitada no caso de: 
investigações de cistites complicadas em mulheres e suspeita de cistites em 
homens.
O antibiograma, ou teste de sensibilidade a antibiótico, é utilizado para identificar 
a quais antibióticos a bactéria identificada é sensível e resistente. O teste pode 
ser realizado de dois modos: qualitativo e quantitativo. O teste qualitativo é 
realizado colocando um disco contendo o antibiótico a ser testado em uma 
placa de ágar recém-inoculada com o organismo testado. Passadas 16 a 18 
horas, mede-se o diâmetro da zona de inibição em volta do disco. A medida 
depende da combinação do antibiótico e da bactéria em teste e, por meio dela, 
será definido como sensível, intermediário ou resistente. O teste quantitativo 
é feito por métodos de diluição, em que se pode identificar a concentração 
inibitória mínima (minimum inhibitory concentration - MIC) que é a menor 
concentração do antibiótico capaz de inibir o crescimento da bactéria após 18 
a 24 horas em cultura. 
Um antibiótico é determinado como sensível se ele tiver a MIC mais baixa do 
que o teste que o avalia (SOARES et al., 2007). 
Habitualmente, os resultados das uroculturas vêm com a interpretação da MIC 
entre sensível, intermediário ou resistente. Você deve escolher a medicação a 
qual a bactéria é sensível dentre as indicadas para o tratamento, considerando 
a MIC, o perfil de sensibilidade da região e a ordem de escolha de antibióticos. 
Quando houver necessidade do uso da urocultura, você deve solicitá-la associada 
ao antibiograma e ela deve ser coletada antes do início do tratamento com 
antibióticos, pois mesmo uma dose pode inibir o crescimento bacteriano.
Urina tipo I
Você pode solicitar e será útil no diagnóstico quando há presença de piúria. Na 
presença de cilindrúria leucocitária deve ser aventado diagnóstico diferencial 
entre pielonefrites e lesões renais. Entretanto, apesar de quase patognomônicos 
de pielonefrite, não são encontrados com frequência nos exames de urina tipo 
I (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019).
Exames de imagem
Você deve solicitar somente para a exclusão de outros diagnósticos ligados a 
quadros como cistite recorrente e cistites complicadas (GUSSO; LOPES; DIAS, 
2019).
Outros exames laboratoriais são pouco úteis ao diagnóstico de cistite. 
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
16
O exame de urina tipo I apresenta diversas nomenclaturas pelo 
país, como exame de rotina de urina, exame qualitativo de urina 
(EQU), urinálise, uranálise, exame de urina simples, exame parcial 
de urina (EPU), elementos anormais de sedimento (EAS), urina 1, 
análise sumária de urina, exame sumário de urina. Neste material, 
utilizaremos o termo urina tipo I.
Lembre-se!
1.1.3 ABORDAGEM TERAPÊUTICA
Você deve tratar a cistite com a prescrição de antibióticos. As opções para tratamento 
efetivo da condição são sulfametoxazol-trimetoprima, betalactâmicos e 
fluoroquinolonas, sem diferença de efetividade entre eles. A escolha da classe deve 
levar em consideração o perfil de sensibilidade a resistência das classes de antibióticos 
na região à E. coli. Sendo assim, você deve seguir a seguinte recomendação:
Mulheres
Para mulheres não grávidas com cistite não 
complicada, você deve escolher, como primeira 
linha de tratamento, a nitrofurantoína 100 mg a 
cada 6 horas por 5 a 7 dias, ou fosfomicina 
trometamol 3g em dose única ou sulfametoxazol-
trimetoprim 800/160 mg a cada 12 horas por 3 
dias. Utilize as quinolonas e os betalactâmicos 
como alternativas (DUNCAN et al., 2022).
Homens
Para homens, utilize o sulfa-
metoxazoltrimetoprim ou qui-
nolonas, já que os demais não 
atingem concentração tecidu-
al adequada para eventual 
prostatite oculta associada 
(GUSSO; LOPES; DIAS, 2019).
Você pode precisar ajustar a dose dos antibióticos no caso de pacientes com alguma 
forma de lesão renal. Além disso, seus pacientes podem apresentar eventos adversos 
comuns de seu uso, como a presença de diarreia ou reações de hipersensibilidade, 
bem como efeitos menos comuns, como confusão mental aguda em idosos usando 
quinolonas. O uso de Nitrofurantoína está contra indicado na insuficiência renal/ 
taxa de filtração glomerular (TFG)ou intermitente pós-coital, nos casos de ITU associada à relação sexual, tendo 
a vantagem de apresentar menos efeitos adversos;
• A duração da profilaxia é de 6 a 12 meses, em média, e o efeito protetor não 
se estende após cessação do uso da medicação.
Observe na tabela abaixo opções de profilaxia para cistites não complicadas recorrentes:
Fármaco*
Contínua Intermitente
Dose (mg) Frequência Dose (mg) Frequência
Sulfametoxazol + 
trimetoprima 200 + 40 Diária ou 3x/
semana
200 + 40-400 
+ 80 Pós-coital
Nitrofurantoína 50-100 Diária 50-100 Pós-coital
Cefalexina 125-250 Diária 250 Pós-coital
Fosfomicina 3.000 10/10 dias - -
*Todos os fármacos podem ser administrados apenas após o coito em mulheres cujas infecções 
parecem estar associadas ao ato sexual.
Fonte: Duncan et al. (2022).
Tabela 01. Profilaxia medicamentosa da infecção do trato urinário
Cefalexina deve ser utilizada apenas em gestantes devido à resistência. Ciprofloxacina 
125 mg e norfloxacina 200 mg podem ser opções apenas quando não for possível 
nenhum outro, devido a seus efeitos colaterais ecológicos (resistência) (GUSSO; 
LOPES; DIAS, 2019; DUNCAN et al., 2022). 
19
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
1.2 PROSTATITE
A prostatite (processo inflamatório da próstata) em suas diversas apresentações – 
aguda, crônica bacteriana e crônica não bacteriana/síndrome da dor pélvica crônica 
– tem uma prevalência média de 8,2% entre os homens adultos (RIBEIRO et al., 2018). 
Em torno de 50% dos homens apresentarão sintomas de prostatite ao longo da vida, 
a maioria a partir dos 50 anos, sendo um quadro muito comum nos seus atendimentos 
na Atenção Primária à Saúde (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019).
A dor é a queixa principal, podendo ser perineal (por vezes irradiada para a parte 
interna das coxas), retal, genital (às vezes, irradiada para pênis ou testículos), 
suprapúbica ou até lombar baixa. Nos casos agudos, costuma estar associada a 
sintomas constitucionais e de trato urinário inferior (irritativos ou obstrutivos), como: 
febre, calafrios, mialgia, disúria, urgência e retenção urinária. Homens que foram 
submetidos recentemente a procedimentos como dilatação da uretra, cateterização 
vesical, cistoscopia, biópsia da próstata e ressecção transuretral da próstata têm maior 
chance de desenvolver episódios de prostatite aguda.
Os quadros crônicos podem apresentar irritação persistente do canal urinário, infecções 
urinárias de repetição (na prostatite crônica bacteriana), dor ejaculatória, disfunção 
sexual e até hemospermia, num padrão de recidivas e remissões de intensidade e 
frequências variadas que causam bastante impacto na qualidade de vida do paciente.
Figura 02 - Anatomia da próstata normal e com prostatite.
Fonte: Adaptado de Akcmdu9. Wikimedia Commons ©.
1.2.1 INVESTIGAÇÃO E EXAMES COMPLEMENTARES
• Exame físico: você deve checar sinais vitais (temperatura corporal, frequência 
cardíaca e pressão arterial), realizar exame abdominal (observando se a bexiga 
está distendida por retenção urinária), avaliar as regiões inguinal e perineal 
(excluindo outras causas que justifiquem a dor e observando se há secreção 
uretral) e realizar toque retal.
ProstatitePróstata normal
Urina
Aumento prostático
Urina
Próstata
Uretra
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.en
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
20
No site educacional do módulo de Coloproctologia da disciplina de Cirurgia 
do Sistema Digestório, Órgãos Anexos e Parede Abdominal do curso de 
medicina da Universidade Federal do Amazonas, há a descrição passo a 
passo do toque retal ilustrada por fotos, sendo um conteúdo útil para 
relembrar a técnica do procedimento e os aparatos anatômicos 
necessários. Disponível em: https://home.ufam.edu.br/dcc1/modulos/I/
exaprotoq.htm 
Episódios agudos
Nos episódios agudos, a próstata 
estará bastante dolorida, edemaciada 
e quente. Lembre-se de realizar um 
toque gentil nessas situações, para 
menor desconforto do paciente e 
porque a pressão intensa pode induzir 
ou piorar uma bacteremia.
Episódios crônicos
Nas apresentações crônicas, o 
resultado do toque retal pode variar: 
desde sem alterações relevantes até 
a presença de uma próstata edematosa 
e dolorida em algum grau. As 
prostatites crônicas bacterianas 
frequentemente apresentam próstata 
aumentada.
Principalmente nos casos crônicos de prostatite, torna-se importante você conseguir 
diferenciar um quadro de próstata dolorida de dor ocasionada por pontos gatilhos 
ou de dor por espasmos musculares nos músculos do períneo e do assoalho pélvico. 
Uma dica para você utilizar nessas situações: dor à palpação das paredes do reto 
nas porções onde não palpamos a próstata associada a pontos gatilho perineais é 
um quadro altamente sugestivo de síndrome da dor pélvica crônica. 
Quanto ao que esperar na realização do toque retal, perceba que:
• PSA (antígeno prostático específico): você não deve solicitar PSA nos quadros 
sugestivos de prostatite!
Quando um paciente seu apresentar PSA elevado, é necessário 
esclarecer se a coleta do exame foi feita em um contexto de 
sintomas de prostatite. Durante os quadros de prostatite, o PSA 
pode estar bastante alterado: nas prostatites agudas pode chegar 
até cerca de 75ng/ml e em 25% dos quadros crônicos também 
está elevado. A conduta nessas situações consiste em realizar o 
tratamento para prostatite com antibiótico e repetir o exame de 
PSA após 4 a 6 semanas para verificar a sua normalização.
Lembre-se!
https://home.ufam.edu.br/dcc1/modulos/I/exaprotoq.htm
https://home.ufam.edu.br/dcc1/modulos/I/exaprotoq.htm
21
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
• Urina tipo 1 e Urocultura de jato médio: você precisa solicitar sempre que 
possível para avaliar os sintomas sugestivos de prostatite. Nos casos agudos, não 
é necessário aguardar o resultado para o início empírico do tratamento do paciente.
• Pesquisa de clamídia e gonococo na urina: são exames que podem ser utilizados 
para investigação específica, se houver suspeita clínica e acesso a eles na região 
em que você atua. Na prática do seguimento na APS, recomenda-se que você 
realize a abordagem sindrômica e o tratamento empírico na suspeita de infecção 
por tais patógenos ou na presença de uretrite/secreção uretral.
• Hemograma e hemocultura: são necessários se houver um quadro sugestivo de 
bacteremia, situação em que há indicação de encaminhamento para o pronto-
atendimento, onde tais exames serão solicitados.
• Ultrassonografia de vias urinárias: é necessária se houver febre persistente 
(48h) após o início da antibioticoterapia para investigar abscesso prostático (situação 
em que há indicação de avaliação em pronto-atendimento) ou se o paciente 
apresentar sintomas de retenção urinária para avaliar o trato urinário (buscando 
obstruções, tamanho prostático elevado e/ou resíduo pós-miccional > 100ml).
1.2.2 DIAGNÓSTICO
• Prostatite aguda: o diagnóstico é clínico e já respalda que você inicie a 
antibioticoterapia. O exame de urina mostrará piúria e a urocultura acusará algum 
uropatógeno do espectro dos mais prevalentes nas cistites (E. coli é o mais comum), 
exceto quando infecção for por clamídia ou gonococo (CHAPPLE; MANGERA, 2018).
• Prostatite crônica bacteriana: o quadro apresentado pelo paciente inclui 
sintomas persistentes ou recorrentes por três meses em paciente não agudamente 
doente/sem sintomas constitucionais. As uroculturas colhidas quando o paciente 
está sintomático são positivas (E coli, Enterococcus sp e Ureaplasma urealyticum 
são os patógenos mais comuns), exceto nos casos de infecção por clamídia. Se 
for realizada coleta de urina pós-massagem prostática, ela costuma apresentar 
leucocitúria e urocultura também positiva. Vale ressaltar que a urocultura 
tradicional, na ausência de massagem prostática prévia à coleta, geralmente será 
negativa.
• Prostatite crônica não bacteriana/síndrome da dor pélvica crônica: o 
diagnóstico se dá pelapresença dor ou de desconforto na região pélvica, 
persistentes ou recorrentes, em pelo menos três dos últimos seis meses, associados 
ou não a sintomas urinários e sexuais, na ausência de outras causas identificáveis. 
A urina do paciente pode apresentar algum grau de leucocitúria, mas a urocultura 
(seja a de jato médio ou a pós-massagem prostática) será sempre negativa. A 
etiologia da síndrome da dor pélvica crônica ainda não está bem estabelecida e 
parcela significativa dos pacientes não tem sinal de inflamação da próstata, não 
se sabendo em que extensão a próstata é responsável pelos sintomas. É um 
quadro que apresenta associação frequente com depressão, ansiedade, síndrome 
da fadiga crônica e fibromialgia.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
22
REFLEXÃO
Os pacientes com síndrome de dor pélvica crônica costumam ser 
bastante sintomáticos. São pacientes que já realizaram inúmeras 
investigações e tratamentos que não consideram bem-sucedidos, 
procurando com frequência a equipe de saúde, por vezes, de forma 
reativa e trazendo muitos motivos de consulta para os encontros. 
No seguimento de pessoas com esse perfil, lembre-se que você pode 
utilizar o método clínico centrado na pessoa e suas habilidades de 
comunicação para a continência do sofrimento, para a abordagem 
das expectativas e dos medos do paciente e para consensuar um 
plano terapêutico que inclua a prevenção quaternária.
1.2.3 ABORDAGEM TERAPÊUTICA
Prostatite aguda
• Antibioticoterapia: Ciprofloxacino 500mg, de 12/12h OU Sulfametoxazol + 
Trimetropima (800/160mg, de 12/12h, por 14 dias) se infecções leves; por 28 
a 42 dias, se pacientes graves/toxêmicos ou com sintomas após 14 dias de 
tratamento. Atenção! Não esqueça de realizar ajustes de acordo com o 
antibiograma da urocultura. Ao receitar essas medicações, você deve atentar 
para a resistência de E.coli na sua região.
• Se houver suspeita de infecção sexualmente transmissível (IST) ou de uretrite/
secreção uretral associada: Ceftriaxona (500mg IM dose única) e Doxiciclina 
(100mg, de 12/12h, por 7 a 10 dias) OU Azitromicina (1g dose única).
• Utilize sintomáticos se necessário, de acordo com os sintomas do paciente 
(analgésicos, antitérmicos ou laxantes para reduzir a consistência das fezes).
• Se houver retenção urinária aguda (pode ocorrer em cerca de 10% dos casos), 
alguma forma de drenagem vesical deve ser realizada. A cistostomia é a forma 
mais segura e recomendada, e a cateterização vesical deve ser evitada. 
Entretanto, esta última pode ser considerada segunda opção com 
encaminhamento para a urologia (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019; DUNCAN et al., 
2022; MEYRIER; FEKETE, 2022).
Prostatite crônica bacteriana
• Antibioticoterapia: Ciprofloxacino (500mg, 12/12h) OU Sulfametoxazol + 
Trimetropim (800/160mg 12/12h, por 4 a 6 semanas). Pacientes com sintomas 
23
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Síndrome da dor pélvica crônica
A) Se forem apresentados sintomas há menos de seis meses e sem uso prévio 
de antibiótico desde o início dos sintomas: 
• Antibioticoterapia: Ciprofloxacino (500mg, 12/12h) OU Sulfametoxazol + 
Trimetropima (800/160mg, 12/12h), por 28 a 42 dias. Considerar possibilidade 
de Chlamydia, Mycoplasma e Ureaplasma, acrescentando ao tratamento: 
Doxiciclina (100mg, de 12/12h, por 28 a 42 dias). Ao receitar Ciprofloxacino e 
Trimetropima, você deve atentar para a resistência de E.coli na sua região.
• Se houver sintomas miccionais obstrutivos: Você deve associar um alfa-
bloqueador ao tratamento: Doxazosina 2 a 8mg/dia. Inicie a Doxazosina em 
doses baixas (1 a 2mg) e aumente a cada 1 a 2 semanas conforme tolerância 
do paciente até o controle dos sintomas. Suspenda a medicação se não houver 
melhora dos sintomas obstrutivos após 12 semanas de uso contínuo.
• Se necessário, utilize sintomáticos de acordo com os sintomas do paciente 
(analgésicos).
B) Se forem apresentados sintomas há mais de seis meses ou refratários à 
antibioticoterapia prévia:
• Você deve utilizar uma terapia multimodal, individualizada, conforme o padrão 
dos sintomas do paciente.
persistentes ou recorrentes por no máximo 6 meses e que não fizeram nenhum 
curso de antibioticoterapia, desde o início dos sintomas*. Para pacientes 
refratários à antibioticoterapia prévia e sintomáticos há mais de 6 meses, a 
terapia multimodal, combinando medidas farmacológicas e não farmacológicas 
direcionadas aos sintomas de forma individualizada, deve ser indicada. A 
associação de um alfabloqueador (doxazosina 2 a 8 mg) ao tratamento antibiótico 
pode melhorar os sintomas miccionais obstrutivos e reduzir a taxa de recorrências 
(GUSSO; LOPES; DIAS, 2019; DUNCAN et al., 2022; RIBEIRO et al., 2018).
*Se necessário, não se esqueça de realizar ajustes de acordo com o antibiograma 
da urocultura. Ao receitar essas medicações você deve atentar para a resistência 
de E.coli na sua região.
• Na suspeita de Clamídia ou de uretrite/secreção uretral associada: Doxiciclina 
(100mg, 12/12h) por 10 dias OU Azitromicina (500mg), por 21 dias.
• Se necessário, utilize sintomáticos, de acordo com os sintomas do paciente 
(analgésicos ou laxantes para reduzir a consistência das fezes).
Se houver persistência dos sintomas após o tratamento: primeiramente, verifique 
a adesão do paciente. Se houver boa aderência, você deve coletar nova urocultura 
com antibiograma, solicitar ultrassonografia para verificar abscesso prostático 
e encaminhar ao Urologista para avaliação complementar.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
24
A ferramenta UPOINTs, que será apresentada no quadro a seguir, é uma opção 
validada para ajudar você a compreender os domínios clínicos dos sintomas do paciente, 
direcionando o plano terapêutico (RIBEIRO et al., 2018). Você pode pedir para que o 
paciente realize um diário dos sintomas para auxiliar na sua avaliação desses domínios 
clínicos, além de colocar a pessoa numa posição ativa em relação ao próprio cuidado.
Domínio
Urinário
Descrição clínica
- Escore dos sintomas urinários 
do NIH-CPSI > 4;
- Sintomas urinários de 
armazenamento e/ou 
obstrutivos;
- Resíduo pós-miccional > 
100ml.
Tratamentos possíveis
- Alfa-bloqueadores 
(Doxazosina 2 a 8mg, 1 vez ao 
dia);
- Inibidores da 5-alfa-redutase 
(Finasterida 5mg, 1 vez ao dia);
- Anticolinérgicos (Oxibutinina 
5mg, 1 a 3 vezes ao dia).
Psicossocial
- Depressão ou ansiedade;
- Dificuldade em lidar com 
problemas ou comportamento 
mal adaptativo, como 
catastrofização a respeito da 
dor (aumento ou ruminação 
dos sintomas, desesperança) 
ou pobre interação social.
- Aconselhamento (sobre o 
diagnóstico, ciclo da dor 
crônica);
- Terapia 
cognitivo-comportamental;
- Antidepressivos;
- Ansiolíticos.
Órgão 
específico
- Dor à palpação da próstata;
- Leucócitos em fluído 
prostático (ou urina pós-
massagem prostática);
- Hematospermia;
- Calcificações prostáticas 
extensas (identificadas em 
exame de imagem).
- Quercetina 500mg 2 vezes ao 
dia por 30 dias.
Infecção
- Culturas positivas;
- Resposta prévia a 
antibiotocoterapia;
- Síndrome uretral.
- Antibióticos (antimicrobiano e 
posologia conforme infecção a 
ser tratada).
Neurológico/ 
sistêmico
- Antidepressivos tricíclicos 
(como Amitriptilina 10 a 75mg/ 
noite);
- Dor neuropática;
- Perda de sensibilidade;
- Disestesia (sensação anormal 
de desconforto ou dor, 
Quadro 02. Domínios do UPOINTs, descrições clínicas e tratamentos possíveis 
25
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Fonte: Ribeiro et al. (2018).
- Gabapentinóides (como 
gabapentina 1200-3600 mg/dia 
dividido em 3 doses);
- Acupuntura;
- Tratamentos específicos para 
condições associadas.
Dor 
(Tenderness) 
em músculos 
esqueléticos
- Dor à palpação e/ou 
contraturas musculares 
dolorosas ou pontos-gatilho no 
períneo ou músculos do 
assoalho pélvico (esses 
comumente palpados através 
do toque retal). 
- Fisioterapia;
- Relaxantes musculares (como 
Ciclobenzaprina 5 a 10mg, 3vezes ao dia, por 2 a 3 
semanas);
- Exercício físico;
- Aplicação de calor local.
Sexual
- Disfunção erétil;
- Ejaculação precoce;
- Alterações orgásmicas;
- Dor durante e/ou após a 
ejaculação.
- Inibidores de fosfodiesterase 
-5 (Sildenafil 25 a 100mg 1h 
antes da relação sexual);
- Inibidores da receptação da 
serotonina (como Fluoxetina 20 
a 40mg/dia).
espontânea ou provocada);
- Alteração de força ou reflexos;
- Dor além da pelve ou 
abdômen;
-Síndrome do intestino irritável;
- Síndrome da fadiga crônica;
- Síndrome de Sjogren.
Já o Índice de Sintomas da Prostatite Crônica (NIH – CPSI), apresentado na figura 
a seguir, é um questionário validado que sistematiza a caracterização dos sintomas 
e sua gravidade, também podendo lhe auxiliar na individualização do tratamento do 
seu paciente.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
26
Figura 03 - Índice de Sintomas de Prostatite Crônica (NIH-CPSI).
Fonte: Adaptado de Ribeiro et al. (2018) inspirado em Novotny et al. (2013). 
27
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
1.3 PIELONEFRITE
A pielonefrite é o acometimento infectoinflamatório do parênquima, cálices ou pelves 
renais e se dá numa proporção de 1:28 em relação às cistites. As pielonefrites agudas 
ocorrem por via ascendente uretral (maioria) ou hematogênica (em pacientes 
imunossuprimidos ou crônicos debilitados) e são geralmente causadas por bactérias 
Gram negativas (E. coli em 60 a 80% dos casos não complicados) (FRASSETTO; 
FRASSETTO, 2020).
Portadores de anormalidades anatômicas ou obstrutivas urinárias, pacientes com 
cateteres, imunossuprimidos, idosos, gestantes e homens têm maior propensão a 
desenvolverem pielonefrite complicada. 
A apresentação clínica inclui febre de início agudo (em 77% dos pacientes), calafrios, 
prostração, dor lombar ou nos flancos, náusea e vômitos. O quadro em geral se 
desenvolve rapidamente e pode incluir dor abdominal e diarreia. Sintomas miccionais 
irritativos (disúria, urgência, polaciúria) também podem estar presentes, geralmente 
por cistite ou uretrite associada.
1.3.1 INVESTIGAÇÃO E EXAMES COMPLEMENTARES
• Exame físico: cheque os sinais vitais (observando presença de febre, desidratação, 
taquicardia, hipotensão ou perfusão periférica lentificada), procure pelo sinal 
de Giordano/punho-percussão lombar (geralmente ocorre de forma unilateral, 
podendo não estar presente em casos leves ou na fase inicial de casos moderados 
a graves), realize o exame abdominal (excluindo diagnósticos diferenciais de 
abdômen agudo) e faça a ausculta pulmonar (observando diagnóstico diferencial 
de pneumonia de lobo inferior).
• Urina tipo 1: você deve solicitar este exame sempre que houver suspeita 
diagnóstica de pielonefrite. A análise de urina pode apresentar leucocitúria, 
hematúria, bacteriúria e nitrito positivo. A sensibilidade do exame é alta (72% 
a 95%) e a especificidade é baixa (48% a 82%). Você deve pensar em origem 
renal para a leucocitúria se a urina apresentar cilindros leucocitários.
• Urocultura: você também deve solicitar sempre que houver suspeita diagnóstica. 
A cultura costuma apresentar crescimento superior a 100.000 unidades 
formadoras de colônia [UFC] por mililitro de urina.
• Hemograma e Hemocultura: são exames necessários se houver quadro 
sugestivo bacteremia, situação em que há indicação de encaminhamento para 
o pronto-atendimento, onde tais exames serão solicitados.
• Beta-HCG ou teste rápido de gravidez (o teste rápido é de fácil acesso e 
deve ser priorizado no atendimento na APS para conduta imediata): você 
precisa solicitar esse teste para excluir a possibilidade de gestação em mulheres 
em idade reprodutiva, direcionando o tratamento específico. 
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
28
1.3.3 ABORDAGEM TERAPÊUTICA
A antibioticoterapia é orientada pela suscetibilidade bacteriana da sua localidade 
geográfica. Lembre-se que a Nitrofurantoína e a Fosfomicina não alcançam uma 
concentração renal adequada para o tratamento das pielonefrites. Betalactâmicos 
por via oral são menos efetivos para tratamento de pielonefrite aguda, já que não 
atingem altos níveis no tecido renal tanto quanto os aminoglicosídeos e 
fluoroquinolonas.
O tratamento ambulatorial de casos leves a moderados por 7 dias com fluoroquinolonas 
ou por 14 dias com outras classes de antimicrobianos costuma ser suficiente. É de 
suma importância que você realize a reavaliação clínica dos seus pacientes com 
pielonefrite após 48-72h de antibioticoterapia. As complicações mais comuns são 
retenção urinária, abscesso, sepse, insuficiência renal e recorrência. 
Em um paciente com quadro clínico altamente sugestivo, você 
deve orientar o tratamento para ser iniciado logo após a coleta 
de urina e antes do resultado da cultura.
Lembre-se!
• Exames de imagem (ultrassonografia ou tomografia computadorizada com 
contraste): o exame de imagem deve ser solicitado sempre que houver 
pielonefrites graves, quando os sintomas persistirem após 48h a 72h de 
antibioticoterapia adequada, na suspeita de obstrução do trato urinário, quando 
os sintomas forem recorrentes em poucas semanas após o tratamento, se 
houver recidivas frequentes ou hematúria persistente. 
• A ultrassonografia é mais barata, não envolve exposição a radiação ou contraste 
e tem uma sensibilidade moderada, sendo uma ótima opção para que você solicite 
pela APS nos casos sem indicação de pronto-atendimento (quando os sintomas 
forem recorrentes em poucas semanas após o tratamento, se houver recidivas 
frequentes ou hematúria persistente). 
• A tomografia pode não estar acessível ou ser de acesso restrito na localidade em 
que você atua, devendo ser reservada para casos em que há necessidade de 
encaminhamento à urgência ou ao especialista focal.
1.3.2 DIAGNÓSTICO
O padrão-ouro para o diagnóstico da pielonefrite é o exame de urocultura. Na 
ausência de piúria ao exame urina tipo 1, você precisa considerar os diagnósticos 
diferenciais (principalmente abdômen agudo e pneumonia de lobo inferior, já citados 
anteriormente).
29
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Na recorrência, os sintomas geralmente reaparecem entre 7 e 14 dias. Você deve 
repetir a urocultura com antibiograma nestes casos e solicitar exame de imagem 
(ultrassonografia das vias urinárias) se a cepa bacteriana da cultura for a mesma da 
infecção inicial. Não é necessário realizar uroculturas de rotina pós-tratamento 
adequado dos quadros de pielonefrite aguda, exceto em gestantes e se pré-operatório 
de cirurgia urológica.
Antibioticoterapia:
• Ciprofloxacino 500mg, de 12/12h OU Levofloxacino 500mg, de 24/24h, por 7 dias.
• Sulfametoxazol + Trimetropima 800/160mg, de 12/12h OU Amoxicilina + Ácido 
clavulânico 875/125mg, de 12/12h, por 14 dias. Opção possível no caso de pacientes 
imunocompetentes, sem fatores de risco para complicação e sem maiores 
comprometimentos sistêmicos, checando o antibiograma da urocultura em 24h 
a 48h. Ao receitar, Ciprofloxacino, Trimetropima e Ácido clavulânico, atentar para 
resistência de E.coli na sua região.
• Ceftriaxona 1 g EV ou IM dose única ou gentamicina: 5 mg/kg/dia, EV, no início 
do tratamento, em áreas onde a resistência às fluoroquinolonas é em torno de 
10% ou caso os perfis de sensibilidade bacteriana local não sejam conhecidos, 
enquanto se aguarda o resultado da urocultura.
1.4 URETRITE
As uretrites são infecções sexualmente transmissíveis (IST) que ocorrem mais 
frequentemente em homens (mas também acometem mulheres) jovens, com 
condições de vida desfavoráveis, com nova ou múltiplas parcerias sexuais, história 
prévia de IST e uso irregular de preservativos ou ausência de uso.
Os principais sintomas são corrimento uretral, dor uretral, disúria, estragúria (micção 
lenta e dolorosa), prurido uretral, eritema de meato uretral. Se não encontrar 
corrimento uretral ao exame físico, realize a ordenha da uretra, através da 
compressão da base do pênis em direçãoà glande (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019).
1.4.1 DIAGNÓSTICO
Você pode realizar o diagnóstico sindrômico na presença de drenagem purulenta 
ou mucopurulenta no meato uretral. No entanto, somente a história de corrimento 
uretral, mesmo na sua ausência ao exame físico, é suficiente para que você faça o 
diagnóstico e inicie o tratamento.
Os principais agentes etiológicos mais comuns são o gonococo (Neisseria gonorrhoeae) 
e a clamídia (Chlamydia trachomatis). Menos frequentemente, são causados por 
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
30
Trichomonas vaginalis, Mycoplasma genitalium e Ureaplasma urealyticum. A 
bacterioscopia pela coloração de Gram pode identificar a condição pela presença 
de ≥ 5 polimorfonucleares em lâmina de imersão e identificar infecção gonocócica 
pela presença de diplococos Gram-negativos em leucócitos polimorfonucleares.
Figura 04 - Exsudato uretral com coloração de Gram mostrando diplococos Gram-negativos intracelulares 
típicos (Neisseria gonorrhoeae) e organismos Gram-negativos extracelulares pleomórficos, o que indica 
diagnóstico de uretrite gonocócica em paciente.
Fonte: Norman Jacobs. CDC Public Health Image Library.
Além desses métodos, você pode realizar o diagnóstico através da presença de 
esterase leucocitária em urina de primeiro jato ou em exame microscópico de 
sedimento urinário de primeiro jato, apresentando > 10 polimorfonucleares (PMN) 
por campo (DUNCAN et al., 2013).
31
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Diagnóstico 
sindrômico
Bacterioscopia com 
coloração de Gram
Sorologias para 
ISTs
Habitualmente, o diagnóstico sindrômico é suficiente 
para que você inicie o tratamento. 
Em locais onde há microscópio com coloração de Gram 
acessível, é interessante que você confirme a presença 
ou não de infecção gonocócica associada.
Ainda sobre exames complementares, considerando 
tratar-se de uma IST, ofereça sempre os testes rápidos 
para HIV, sífilis, hepatite B e C; realize o aconselhamento 
pré e pós-teste; faça a abordagem de comportamento 
de risco; realize a avaliação das parcerias; e oriente sobre 
contracepção (se oportuno).
1.4.3 ABORDAGEM TERAPÊUTICA
Para o tratamento das uretrites, você deve sempre tratar clamídia. Quando você 
realizar o diagnóstico etiológico e confirmar a presença de gonococos ou quando 
realizar somente o diagnóstico etiológico, realize tratamento voltado tanto para 
clamídia quanto para gonococo.
Reavalie o paciente em 7 dias para verificar a remissão dos sintomas. Caso persistam, 
trate os outros agentes menos comuns, como Trichomonas vaginalis, Mycoplasma 
genitalium e Ureaplasma urealyticum. 
É importante convocar as parcerias da pessoa acometida para que recebam 
tratamento, orientação e oferta de sorologias para outras ISTs. Os regimes de 
tratamento, bem como o fluxograma para abordagem das uretrites estão 
demonstrados, respectivamente, no quadro e na figura a seguir:
1.4.2 INVESTIGAÇÃO E EXAMES COMPLEMENTARES
Cuide do paciente com diagnóstico de uretrite de forma 
semelhante a todos os pacientes com ISTs, oferecendo 
aconselhamento pré e pós-teste oportuno, abordando o 
comportamento de risco, avaliando as parcerias e pesquisando 
outras sorologias.
Lembre-se!
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
32
Quadro 03. Tratamento das uretrites 
Fonte: Adaptado de Brasil (2020). 
Condição clínica
Uretrite sem 
identificação do 
agente etiológico
Primeira opção Segunda opção Comentários
Uretrite gonocócica 
e demais infecções 
gonocócicas NÃO 
complicadas 
(uretra, colo do 
útero, reto e faringe)
Ceftriaxona 500mg, IM, 
d o s e ú n i c a M A I S 
Azitromicina 500mg, 2 
comprimidos, VO, dose 
única
Ceftriaxona 500mg, IM, 
d o s e ú n i c a M A I S 
Doxiciclina 100mg, 1 
comprimido, VO, 12/12 
horas, por 7 dias
Ceftriaxona 500mg, IM, 
d o s e ú n i c a M A I S 
Azitromicina 500mg, 2 
comprimidos, VO, dose 
única
Uretrite não 
gonocócica
Azitromicina 500mg, 2 
comprimidos, VO, dose 
única
Doxiciclina 100mg, 1 
comprimido, VO, 12/12 
horas, por 7 dias
A resolução dos sintomas 
pode levar até 7 dias 
após a conclusão da 
terapia
Uretrite por 
clamídia
Azitromicina 500mg, 2 
comprimidos, VO, dose 
única
Doxiciclina 100mg, 1 
comprimido, VO, 12/12 
horas, por 7 dias
A resolução dos sintomas 
pode levar até 7 dias 
após a conclusão da 
terapia
Rastreamento de 
infecções 
gonocócicas
Ceftriaxona 500mg, IM, 
d o s e ú n i c a M A I S 
Azitromicina 500mg, 4 
comprimidos, VO, dose 
única
Gentamicina 240mg, IM 
MAIS Azitromicina 
500mg, 4 comprimidos, 
O, dose única
Para casos de falha de 
tratamento. Possíveis 
reinfecções devem ser 
tratadas com as doses 
habituais
Uretrite por 
Mycoplasma 
genitalium
Azitromicina 500mg, 2 
comprimidos, VO, dose 
única
Uretrite por 
Trichomonas 
vaginalis
Metronidazol 250mg, 2 
comprimidos VO, 12/12 
horas, por 7 dias
Clindamicina 300mg, VO, 
12/12 horas, por 7 dias
• Se o paciente apresentar alergia grave as cefalosporinas, indicar azitromicina 500mg, 4 comprimidos, 
VO, dose única (dose total: 2g).
• Os pacientes e a(s) parceria(s) devem se abster de relações sexuais desprotegidas até que o 
tratamento de ambos esteja completo (ou seja, após o término do tratamento com múltiplas doses 
ou por 7 dias após a terapia com dose única).
33
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Figura 05 – Fluxograma de Abordagem dos Corrimentos Uretrais.
Fonte: Adaptado de Brasil (2022).
Queixa de corrimento 
uretral
Anamnese e Exame 
físico
Laboratório 
disponível?
Coleta de material para 
microscopia (Gram) e para 
cultura e/ou biologia 
molecular 
Tratar clamídia
NãoSim
Sinais e sintomas persistem 
após 7 dias?
Presença de diplococos 
gram-negativos
intracelulares (Gram)?
Não Sim
Tratar gonorreia 
e clamídia
Não Sim
Sinais e sintomas persistem 
após 14 dias?
Não Sim
Referenciar ao serviço 
especializadoAlta
Tratar clamídia
e gonorreia
História clínica: avaliar práticas sexuais e fatores de risco para IST, 
uso de produtos e/ou objetos na prática sexual.
Aspecto do corrimento: mucopurulento, com volume variável 
associado a dor uretral (independentemente da micção), disúria, 
estrangúria (micção lenta e dolorosa), prurido uretral e eritema de 
meato uretral.
Quando disponíveis testes de biologia 
molecular rápida, tratar conforme 
achado.
Fatores de risco para IST
- Idade abaixo de 30 anos
- Novas ou múltiplas parcerias sexuais
- Parcerias com IST
- História prévia/ presença de outra IST
- Uso irregular de preservativo
Excluir reinfecção, tratamento inadequado para 
clamídia e gonorreia, resistência antimicrobiana, 
trauma, irritação química ou inserção de corpos 
estranhos.
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
34
Em 2022, o Ministério da Saúde publicou o Protocolo Clínico e Diretrizes 
Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente 
Transmissíveis (IST), que contém material gratuito e importante na 
identificação, no diagnóstico e na abordagem das principais ISTs, incluindo 
a uretrite. Para aprender mais sobre uretrite, leia o tópico 8 “Infeções 
que causam corrimento uretral” neste material (páginas 118 a 125).
Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/
pcdts/2022/ist/pcdt-ist-2022_isbn-1.pdf/view
1.5 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
Define-se bacteriúria assintomática pela presença de 100.000 UFC/mL na urocultura 
em duas amostras consecutivas - em mulheres não grávidas - e ausência de sintomas 
característicos de ITU. Em homens, apenas 1 urocultura positiva, na ausência de 
sintomas urinários, é necessária para o diagnóstico (DUNCAN et al., 2022).
1.5.1 INDICAÇÕES DE ABORDAGEM TERAPÊUTICA
Apesar de haver uma série de condições nas quais sugere-se que existam evidências 
de que o tratamento da bacteriúria assintomática seja benéfico, como para idosos 
ou pacientes diabéticos, você deve somente tratar essa condição em gestantes e pa-
cientes que vão ser submetidosa procedimentos urológicos invasivos, diagnósticos 
ou terapêuticos.
Em gestantes, este tratamento está associado a menor ocorrência de pielonefrite, 
recém-nascido de baixo peso ou amniorrexe prematura. Trate por sete dias com o 
antibiótico indicado na urocultura com antibiograma (considere a dose e a posolo-
gia colocada na seção de Cistites). Lembre-se que o sulfametaxazol-trimetoprim deve 
ser utilizado somente no 2º trimestre da gestação (SIMON et al., 2020).
Antes da realização de procedimentos urológicos, prescreva o tratamento da mesma 
forma que uma ITU sintomática, considerando os mesmos fatores, como sexo, 
presença ou não de fatores definidores de ITU complicada. 
Não há evidência que indique rastreamento, tampouco tratamento 
de bacteriúria assintomática em qualquer situação, exceto gestação 
e realização de procedimentos urológicos.
Lembre-se!
https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/pcdts/2022/ist/pcdt-ist-2022_isbn-1.pdf/view
https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/pcdts/2022/ist/pcdt-ist-2022_isbn-1.pdf/view
35
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
1.6 POTENCIAIS COMPLICAÇÕES PARA ITUS
Podemos classificar as ITUs como complicadas quando há a presença de alterações 
anatômicas ou funcionais do trato urinário ou de condições que se associam com 
maior risco, como gestação, diabetes mellitus, litíase do trato urinário, cateterização 
urinária ou imunossupressão. Nesses casos, o tratamento deve ser mais específico, 
muitas vezes com antibióticos de maior espectro e potência, a fim de garantir que o 
quadro seja resolvido.
Nas situações em que não há resolução dos quadros de ITU, eles podem evoluir com 
pielonefrite (no caso de cistites), abscessos renais e perirrenais, prostatites crônicas, 
bem como sepse e graus variáveis de insuficiência renal.
Para o esclarecimento e discussão de casos clínicos, uma possibilidade 
importante e acessível é a Plataforma de Telessaúde RS, que provê um 
serviço nacional gratuito de discussão de casos, por meio do telefone 
0800 644 6543 e por meio do link: https://www.ufrgs.br/telessauders/. 
Vale destacar também o Portal Saúde Baseada em Evidências, uma 
importante base de informações para os profissionais da APS: https://
psbe.ufrn.br 
Observe abaixo os critérios de encaminhamento para outros níveis de atenção:
Ao Urologista
• Se você identificar sintomas refratários após tratamento clínico otimizado, 
conforme tipo de ITU ou resistência conhecida a antibióticos orais;
• Caso você não tenha certeza diagnóstica após investigação inicial na APS;
• Na presença de cistite complicada ou de alterações anatômicas ou funcionais; 
• Caso suspeite de doença maligna urológica em exame de imagem;
• Você pode considerar nas cistites recorrentes em mulheres, cistites em 
homens ou em caso de hematúria persistente;
• Na prostatite, pacientes que não melhorarem após 12 semanas de 
tratamentos conservadores na APS ou com diagnóstico incerto;
• Se houver episódios recorrentes de pielonefrite;
• Caso você esteja impossibilitado de solicitar exame complementar pela APS 
nos casos com indicação e sem necessidade de pronto-atendimento;
• Na uretrite, quando você suspeitar de complicações mais raras, como a 
síndrome de Reiter.
https://www.ufrgs.br/telessauders/
https://psbe.ufrn.br/
https://psbe.ufrn.br/
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
36
Ao Pronto-atendimento (TELESSAÚDE RS, 2015):
• Caso você diagnostique retenção urinária aguda;
• Caso você diagnostique ou suspeite de obstrução do trato urinário;
• Se paciente apresentar toxemia/sepse/bacteremia;
• Se houver febre ou dor importantes e persistentes;
• Quando houver pielonefrite em gestantes, idosos, pacientes 
imunocomprometidos ou de alto risco para complicações;
• Quando houver pielonefrite em paciente com dificuldade em manter 
hidratação, ingestão de medicação via oral ou alta suspeita de baixa aderência 
do paciente que estiver em tratamento em domicílio;
• Na impossibilidade de obter, em tempo adequado pela APS, o resultado de 
exame complementar para investigação de paciente com pielonefrite e 
persistência de febre ou ausência de melhora clínica com 72 horas de 
antibioticoterapia para germe sensível. 
FECHAMENTO DA UNIDADE
As infecções do trato urinário são quadros prevalentes na APS, especialmente as cis-
tites e as pielonefrites. Você deve ter a habilidade de identificá-las e abordá-las de 
forma adequada, para dar um melhor cuidado aos seus pacientes. Você deve pres-
crever um tratamento eficaz e ter clareza sobre as indicações de referência aos outros 
níveis de atenção, a fim de prover um cuidado adequado à população que assiste, 
com melhora dos sintomas e da qualidade de vida dos pacientes.
REFLEXÃO
Lembre-se que, apesar dos critérios para encaminhamentos, a maior 
parte das infecções urinárias pode e deve ser tratada e resolvida na 
APS. Para isso, procure se manter atualizado quanto aos 
medicamentos disponíveis na sua unidade de saúde, pela lista da 
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e da Relação 
Municipal de Medicamentos (REMUME) de sua cidade.
37
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Como a Atenção Primária à Saúde tem como um de seus atributos essenciais o 
acesso, você vai se deparar com frequência com pacientes buscando atendimento 
devido a quadro de cólica renal. A procura por acompanhamento após uma 
ultrassonografia evidenciando cálculo urinário também é uma demanda rotineira 
em uma Unidade Básica de Saúde e é exatamente como lidar com essas situações 
que abordaremos aqui.
Nesta unidade, você irá estudar os seguintes assuntos:
• Principais achados de pacientes com nefrolitíase e cólica renal;
• Indicações de solicitação dos principais exames complementares neste contexto;
• Interpretação dos principais achados dos exames complementares solicitados;
• Indicações de abordagem terapêutica não medicamentosa para nefrolitíase;
• Indicações de abordagem terapêutica medicamentosa nos quadros de urgência;
• Indicações de abordagem terapêutica nos quadros não urgentes;
• Encaminhamento oportuno a outros níveis de atenção à saúde.
Cólica renal
UNIDADE 02
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
38
Desta forma, esperamos que, ao final do estudo desta unidade, você se sinta mais 
preparado para analisar problemas do sistema urinário, suspeitando, diagnosticando 
e conduzindo adequadamente o quadro de cólica renal no contexto da Atenção 
Primária à Saúde.
2.1 EPIDEMIOLOGIA DA NEFROLITÍASE E DA CÓLICA RENAL
Nefrolitíase
A nefrolitíase é a presença de cálculos no sistema urinário (rins, ureter, bexiga ou 
uretra) e acomete mais homens que mulheres, numa proporção inferior a 2:1. 
(GUSSO; LOPES; DIAS, 2019). Sua prevalência estimada é entre 5% e 12%, ocorrendo 
mais frequentemente entre a quarta e a sexta década de vida. Cerca de 50% dos 
pacientes apresentarão um novo episódio de litíase entre 5 a 10 anos após o primeiro 
(TELESSAÚDE RS, 2014).
Os principais fatores de risco conhecidos incluem desidratação crônica, dieta rica 
em proteína animal e sódio e pobre em potássio e cálcio, história familiar de litíase, 
clima quente ou seco, obesidade, infecções urinárias de repetição, anormalidades 
anatômicas do trato urinário, uso de alguns medicamentos e anormalidades 
metabólicas (como acidose tubular renal, hiperparatireoidismo e cistinúria) 
(ANTONELLI; MAALOUF, 2018). A maioria dos pacientes com nefrolitíase apresentará 
algum episódio de cólica renal e, sendo a Unidade Básica de Saúde uma porta de 
entrada do sistema de saúde, você frequentemente atenderá pacientes com tal 
quadro.
Cólica renal
A cólica renal é a sensação de dor intensa causada principalmente pela distensão 
das vias urinárias superiores, mas fatores inflamatórios locais, hiperperistalse, 
edema e irritação da mucosa também podem estar envolvidos. A causa mais comum 
de cólica renal é a nefrolitíase, normalmenterelacionada a algum grau de obstrução 
do sistema urinário pelo cálculo. Compressão extrínseca do ureter (causada por 
adenopatia, por exemplo), fragmentos necrosados de papila renal e coágulos são 
outras etiologias possíveis, porém mais raras, para a cólica renal.
39
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Tipos mais frequentes de cálculo renal
A. Cálcio:
Os cálculos de cálcio correspondem a cerca de 80% dos 
cálculos renais, sendo 80% de oxalato de cálcio e 20% 
de fosfato de cálcio (hidroxiapatita ou bruchita). Serão 
os cálculos da maioria dos seus pacientes na Atenção 
Primária à Saúde. 
Os fatores de risco conhecidos para esses cálculos são: 
baixo volume de urina, hipercalciúria (por 
hiperparatireoidismo primário ou sem hipercalcemia), 
hiperuricosúria, hiperoxalúria (podendo ser primária, 
por má-absorção intestinal ou doença inflamatória 
intestinal), hipocitratúria (idiopática ou devido acidose 
metabólica), pH urinário alto (por acidose tubular renal 
distal), anormalidades anatômicas urinárias (como rins 
em ferradura ou divertículos calicinais).
B. Ácido úrico:
Formam entre 10% e 20% dos cálculos renais e estão 
associados a urina ácida (pH urinário 7 sugere presença de micro-organismos produtores de urease, relacionados 
a cálculos de estruvita.
• Urocultura: você deve solicitar se suspeita de infecção urinária associada.
• Creatinina: avaliação da taxa de filtração glomerular.
• Beta-HCG (o teste rápido é de fácil acesso e deve ser priorizado no atendimento 
na APS para a conduta imediata): você precisa solicitar para excluir a possibilidade 
de gestação (uterina ou ectópica) em mulheres em idade reprodutiva.
• Hemograma e Hemocultura: são necessários se o quadro for sugestivo de 
bacteremia, situação em que há indicação de encaminhamento para o pronto-
atendimento, onde tais exames serão solicitados.
• PTH (dosagem do hormônio paratireoidiano/paratormônio): solicite para avaliar 
hiperparatireoidismo quando a investigação metabólica evidenciar resultados 
altos ou próximos ao limite superior de cálcio sérico ou urinário.
O sinal de Giordano/punho-percussão lombar dolorosa pode estar 
presente nos quadros de cólica renal, sendo sugestivo de 
pielonefrite associada se a dor for muito intensa durante a 
manobra.
Lembre-se!
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
42
Exame de imagem
A escolha do exame inicial mais indicado será debatida a seguir:
• Ultrassonografia: é o exame de primeira linha no contexto ambulatorial em 
adultos e para gestantes e crianças, sendo o exame que você solicitará em sua 
prática na Atenção Primária à Saúde nos casos em que não há necessidade de 
encaminhamento ao pronto-atendimento. Algum grau de hidronefrose é um 
achado comum em pacientes com litíase sintomática. É um exame livre de 
exposição à radiação, mas apesar de possuir alta sensibilidade para identificação 
da dilatação do sistema coletor, sua sensibilidade para identificação de cálculos 
ureterais e renais é menor - em torno de 45% (DUNCAN et al., 2022). Durante a 
gestação, é o exame preferencial. Observe na imagem abaixo um exemplo de 
cálculo em rim direito evidenciado pela ultrassonografia.
• Radiografia simples: tem baixa sensibilidade e especificidade, mesmo para os 
cálculos radiopacos, para os quais o exame é mais bem indicado. Cálculos de 
cálcio são radiopacos, os de cistina são parcialmente radiolucentes e os de ácido 
úrico e por uso de indinavir são radiolucentes.
É recomendado que toda pessoa com quadro de cólica renal aguda 
faça um exame de imagem das vias urinárias. Apesar da falta de 
evidências, permite avaliar tamanho e localização do cálculo, 
confirmar a litíase urinária e pesquisar diagnósticos diferenciais. 
Lembre-se!
Figura 07 - Cálculo em rim direito evidenciado pela ultrassonografia.
Fonte: Zambon (2016).
43
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
• Tomografia computadorizada sem contraste: tem alta sensibilidade e 
especificidade (>90% para litíase urinária), com as desvantagens do custo e da 
exposição à radiação ionizante (DUNCAN et al., 2022). O protocolo em baixas 
doses pode ser utilizado como última opção para casos de difícil diagnóstico em 
gestantes (após o primeiro trimestre). A maior sensibilidade em relação à 
ultrassonografia se dá principalmente na visualização de cálculos pequenos e de 
localização distal, cálculos estes com baixa probabilidade de necessitarem de 
intervenção.
• Ressonância magnética: é considerada uma opção de segunda linha, uma vez 
que os cálculos não são diretamente visíveis por não produzirem sinal, sendo 
identificados apenasal. Screening and Prostate-Cancer Mortality in a Randomized 
European Study. New England Journal of Medicine, v. 360, p. 1320-1328, 2009. 
Disponível em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0810084 Acesso 
em: 29 out. 2020. 
SILVA NETO, B. ; HARZHEIM, E.; FURASTÉ, E. E.; BURIGO; L. M.; BURTTET, L. M.; 
RIBEIRO, G. B. S.; BASSO, J.; AGOSTINHO, M. R.; KATZ, Natan; SILVA, R.; ROMAN R. 
Protocolo de encaminhamento para Urologia adulto. Porto Alegre: TELESSAÚ-
DE RS, 2017. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/
protocolos_resumos/ptrs_urologia.pdf>. Acesso em: 29 out. 2020. 
SIMON, C. et al. Oxford Handbook of General Practice. 5 ed. Oxford: Oxford 
University Press, 2020.
TELESSAÚDE RS. Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (I-PSS – Inter-
national Prostate Symptom Score). [2010]. Disponível em: https://www.ufrgs.br/
telessauders/documentos/protocolos_resumos/urologia_escore_internacional_
sintomas_prostaticos_TSRS2.pdf Acesso em: 29 out. 2020. 
TELESSAÚDE RS. Resumo clínico: Hiperplasia prostática benigna. Porto Alegre, 
2015. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protoco-
los_resumos/urologia_resumo_hiperplasia_prostatica_benigna_TSRS.pdf>. 
Acesso em: 29 out. 2020.
TELESSAÚDE RS. Resumo clínico: Litíase renal. Porto Alegre, 2014. Disponível 
em: <http://https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_
resumos/nefrologia_resumo_litiase_renal_TSRS_20160323.pdf>. Acesso em: 29 
out. 2020.
VIS, A. N. et al. Tumor characteristics in screening for prostate cancer with and 
without rectal examination as an initial screening test at low PSA (0.0-3.9 ng/ml). 
The Prostate, v. 47, n. 4, p. 252-261, 2001. Disponível em: https://pubmed.ncbi.
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WALLACE, T.; ANSCHER, M. Câncer de próstata. BMJ Publishing Group Ltd, 2020. 
Disponível em: <https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/254/
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ZAMBON, L. S. Imagem da semana. Urologia. Litíase Renal. MedicinaNET: 2016. 
Disponível em: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/casos/6622/litiase_
renal.htm
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
94
Biografia dos 
conteudistas
Carlos Frederico Confort Campos
Médico de família e comunidade formado pela USP-SP, doutorando em Ciências 
Médicas – Educação e Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade de São 
Paulo, fellow de pesquisa no Clinical Skills Centre da Universidade de Auckland, 
Nova Zelândia.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0797220905549025
Mariana Duque Figueira
Médica de família e comunidade formada pela USP-SP, especialista em Medicina 
de Família e Comunidade pela AMB – SBMFC, preceptora médica na Associação 
Saúde da Família - SP, médica da Telemedicina do Hospital Sírio Libanês – SP.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8405786102079973
Mariângela Costa Vieira
Médica pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, especialista em Medicina 
de Família e Comunidade pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e 
Comunidade, mestre em Saúde Coletiva e doutoranda em Saúde Coletiva pela 
Unicamp. Atualmente é docente do curso de Medicina da Universidade Federal do 
Recôncavo da Bahia. Tem experiência como teleconsultora e atua como 
telerreguladora do Telessaúde Bahia. É tutora do Projeto Mais Médicos e já foi 
supervisora médica deste projeto. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com 
ênfase em Medicina de Família e Comunidade.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3823214693074505
http://lattes.cnpq.br/0797220905549025
http://lattes.cnpq.br/8405786102079973
http://lattes.cnpq.br/3823214693074505
95
EIXO 04 | MÓDULO 21 Abordagem a problemas de vias urinárias
Programa Médicos pelo Brasil
EIXO 4 | ATENÇÃO À SAÚDE
REALIZAÇÃO
 Ministério da Saúde. Universidade Federal do Maranhão (UFMA). 
2022.
Abordagem a problemas de
vias urinárias
MÓDULO 21

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