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Obstrução Arterial Aguda Suellen da Silva Beraldo CLÍNICA CIRÚRGICA – ENFERMARIA FACULDADE DE MEDICINA – UNIC XXIII É um processo inflamatório crônico que afeta artérias elásticas e musculares. Pode ser sistêmica ou segmentar ATEROSCLEROSE Hipercolesterolemia HAS Tabagismo Diabetes melitos História familia sedentarismo FATORES DE RISCO PLACA ATEROSCLERÓTICA Constituição: Células musculares lisas; Tecido conjuntivo; Lipídios; Células inflamatórias; Calcificação e necrose (avançadas). Para se mensurar essa pressão seria necessário o uso de cateter central que tecnicamente é muito complicado de se usar. Por isso, usamos pouco no Brasil, utilizando para diagnóstico sinais indiretos como varizes de esôfago por exemplo. 4 Locais mais comuns: aorta infrarrenal, a. coronárias proximais, a. iliofemorais, bifurcação da carótida, poplíteas. Locais menos comuns: as extremidades superiores, carótida comum, renais e mesentéricas (após origens). PLACA ATEROSCLERÓTICA Tromboangeíte obliterante (doença de Buerger): tabagismo, pacientes jovens. Artérias tibiais; dor em repouso, gangrena e ulceração; Angiografia; remissão com cessação do tabagismo. Arterite de Takayasu: mulheres. Período prodrômico com inflamação sistêmica. Vasos supra-aórticos, hipotensão, claudicação de mmss. Cirurgia para quadros isquêmicos OUTRAS ARTERIOPATIAS Arterite temporal: mulheres, mais de 50 anos. A. vertebrais, temporais superficiais, supra-aórticas. Claudicação facial e de mmss, cefaléia. Amaurose clinicamente irreversível!! Fenômeno de Raynaud: vasoespasmo digital, pelo frio ou estresse. Palidez, cianose, dor, parestesia; com aquecimento aparece o rubor. Simpatectomia quando há isquemia grave e ulcerações. OUTRAS ARTERIOPATIAS Não invasivo: ITB (índice tornozelo braquial): medida da PA com esfigmo e doppler. ITB normal: 1 - 1,2. ITB na claudicação: 0,5 – 0,7. ITB na isquemia crítica: < 0,4. MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Técnica de pressão segmentar: medida da PA em regiões adjacentes. Gradiente de pressão > 30 mmHg indica obstrução. Pressões digitais: doenças restrita a vasos distais. MÉTODOS DIAGNÓSTICOS USG com Doppler: localiza a lesão, avalia a gravidade, e dá acesso à morfologia da placa; é operador-dependente. Melhor que o ITB para avaliação pós-enxertos, e para detectar estenoses. Oximetria percutânea: avalia difusão de O2 por eletrodos na pele. Afetada por edema, temperatura da pele, hiperceratose. MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Arteriografia: cateter, contraste, e imagens por aquisição digital. Complicações pelo cateter: fístula arteriovenosa, hemorragias, pseudoaneurisma. Complicações pelo contraste: reação anafilática, vasodilatação, nefrotoxicidade. Iodo tem efeito tóxico. MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Redução da progressão da lesão arterial, regressão da lesão e prevenção da morbidade. Tratamento dos fatores de risco é o principal. Cuidados com a alimentação. Uso de antiagregantes plaquetários. INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA Uso isolado restrito a eventos agudos!! Terapia adicional na angioplastia percutânea e outras intervenções. Em obstruções arteriais o melhor método é tratamento direto, por cateter guiado por angiografia, e não administração sistêmica. A infusão direta dá resultado em menor tempo e usa menos medicamento. Tratamento Trombolítico: TRATAMENTO TROMBOLÍTICO Técnicas da cirurgia: Sutura englobando todas as camadas dos vasos. Fios inabsorvíveis (polipropileno). O fechamento de incisão longitudinal pode fazer estenose: razão para se usar remendo venoso ou prótese sintética. INTERVENÇÃO CIRÚRGICA Derivação Cirúrgica com enxerto: Menos limitada a extensão da lesão, e calibre de vaso. Veia safena é melhor para enxerto. Complicações: oclusão e infecção. Endarterectomia cirúrgica: Dissecação romba da placa até seu término espontâneo. Melhor em lesões estenóticas focais. Angioplastia percutânea e endopróteses; Angioplastia por balão: tratamento de doenças coronarianas, renais, ilíacas e dos MMII; Reestenose após angioplastia devido à retração elástica ou hiperplasia da íntima; Utilização de stents reduzem a retração elástica e o remodelamento constritivo; Stents impregnados com medicamentos ou radiação ionizante (braquiterapia). INTERVENÇÃO CIRÚRGICA DOENÇA TROMBÓLICA AGUDA Uma das emergências mais encontradas em cirurgia vascular É um evento súbito e pode apresentar lesões irreversíveis pois, o tecido não apresenta circulação colateral como acontece no estreitamento lento dos vasos As duas causas principais são: embolia e trombose in situ DOENÇA TROMBÓLICA AGUDA As fontes mais comuns de êmbolos para o membro inferior são: Coração (80% dos casos) Aorta Grandes artérias As principais causas de trombose in situ são: Instabilidade de placa aterosclerótica Trombose de enxertos (bypass) Trauma vascular FISIOPATOLOGIA Os membros são relativamente resistentes aos efeitos da isquemia O membro inferior pode ser salvo após 5 ou 6 h de isquemia grave Manifestação da lesão isquêmica de maneira diferente pelos vários tecidos : - Pele e Osso: resistentes; - Tecido Nervoso: o mais sensível; - Musculatura Esquelética: papel central nas manifestações locais e sistêmicas das lesões por isquemia-reperfusão do membro. FISIOPATOLOGIA A fisiopatologia das lesões isquêmicas envolve vários fatores: - diminuição da carga energética celular (↓ATP) - distribuição inadequada de oxigênio e substratos (↓ Radicais Livres) - alteração na compartimentação dos íons - alterações na permeabilidade da membrana - lesões de reperfusão SÍNDROME DE REPERFUSÃO Quando a musculatura esquelética isquêmica reperfunde, uma variedade de íons intracelulares, proteínas estruturais, enzimas e outros componentes é liberado através do sarcolema lesado, para a circulação. Sídrome mionefropática: Instabilidade hemodinâmica Acidose láctica Hiperpotassemia SÍNDROME DE REPERFUSÃO A fase de reperfusão é marcada pelo surgimento de edema intracelular e intersticial A mioglobina liberada pela musculatura esquelética lesada, na circulação, é filtrada através dos rins, resultando em uma urina escura (sem hemácias) A mioglobinúria pode persistir por 2 à 4 dias após a reperfusão Pode ocorrer insuficiência renal aguda pelo desenvolvimento de tampões de mioglobina nos túbulos renais, bem como por toxidade direta SÍNDROME DE REPERFUSÃO Síndrome Compartimental: Quando o edema muscular ocorre dentro do compartimento osteofacial, a pressão intersticial continua a aumentar. A síndrome ocorre quando a pressão do compartimento ultrapassa a pressão de perfusão capilar (30mmHg), e a perfusão tecidual cessa. SÍNDROME DE REPERFUSÃO Síndrome Compartimental: Pressão dentro do compartimento > pressão de perfusão capilar = alteração do fluxo venoso e da perfusão → isquemia recorrente e prolongada; 4 a 6h de isquemia grave: maior risco; Achado clínico típico: dor intensa, desproporcional ao achado no exame físico, dor acentuada à compressão do membro; Pulsos presentes e sinais fortes ao Doppler. SÍNDROME DE REPERFUSÃO FENÔMENO DE NÃO REPERFUSÃO A lesão isquêmica pode ser prolongada como resultado de obstruções microvasculares O edema das células endoteliais pode predispor as plaquetas e os leucócitos a formarem um “lodo” A oclusão vascular prolongada pode levar à trombose dos pequenos vasos musculares e da pele ETIOLOGIA Embolismo Trombose EMBOLISMO Cardiogênico 80% Não Cardiogênico 10% Outras ou Idiopáticas 10% EMBOLISMO CAUSAS Fibrilação Atrial: mais comum (70%), surgem de trombos murais atriais; IAM: 2ª mais comum, 1/3 dos eventos embólicos distais, surgem de trombos murais ventriculares, horas ou semanas após o evento; Próteses Valvares Cardíacas: importância, início súbito de isquemia de membro inferior, geralmente com anticoagulação inadequada; Endocardite bacteriana ou micótica: mais periférico, mais complicações sépticas que oclusão de vasos, principal fator é o uso de drogas intravenosas; EMBOLISMO CAUSAS RARAS: Tumores Intracardíacos (mixoma atrial); Embolização paradoxal (defeitos intracardíacos e aumento de pressão cardíaca à direita); Embolização de uma artéria para outra (placas ateroscleróticas da aorta, “Síndrome dos Dedos Azuis”); Embolização cerebral: 13% Embolização mesentérica e renal: 5% Catástrofes agudas EMBOLISMO EMBOLISMO TROMBOSE CAUSA: Aterosclerose preexistente; Artéria femoral superficial: vaso mais acometido; Aneurismas da artéria poplítea: sujeitos à trombose, podem resultar em isquemia grave; Trombose vascular distal das extremidades: sepse ou hipercoagulabilidade; Trombose aguda de enxerto arterial prévio pode provocar recorrência de isquemia. TROMBOSE Apresentação Clássica: Dor Palidez Ausência de pulso Parestesias Paralisia APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DOR: Sintoma mais comum; Difícil avaliação, intensidade depende do grau da isquemia; Início súbito de dor isquêmica grave: oclusão embólica; Sintomas crônicos (claudicação, vários graus de dor): tromboses espontâneas; Pacientes obnubilados: podem apresentar isquemia grave sem queixas de dor (intubados, pós-operatório). APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO PALIDEZ: Achado comum, porém depende do grau da isquemia e da cor da pele subjacente; Oclusão súbita e completa: extremidade fria, branca, aparência de cera, sem sinais de fluxo sanguíneo cutâneo; Oclusão parcial: enchimento capilar lentificado, palidez à elevação do membro e rubor à pendência. APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO AUSÊNCIA DE PULSO: Permite localizar a oclusão arterial e o grau de isquemia; Embolia arterial aguda: Pulsos palpáveis normais acima da oclusão e total ausência abaixo; Pulsos arteriais normais no membro contralateral; Diminuição simétrica dos pulsos: trombose aguda (devido à aterosclerose de longa duração). PARESTESIAS: Nervos periféricos são os mais sensíveis à isquemia; Grau de disfunção neural é um parâmetro sensível do grau de isquemia; Isquemia leve: dormência ou discreta diminuição da sensibilidade dos dedos dos pés; Isquemia grave: anestesia completa, risco de perda iminente dos tecidos. APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO PARALISIA: Isquemia leve: fraqueza ou “rigidez” subjetiva dos dedos e pés; Isquemia grave: Diminuição da força muscular pode progredir para paralisia total do membro acometido; Reversível; ou Irreversível: rigidez de membro à palpação indica isquemia muscular, não restaurará com a reperfusão, amputação primária recomendada. Oclusão embólica súbita e completa: início imediato da paralisia do membro acometido; Embolia a cavaleiro da aorta: paralisia e anestesia bilaterais abaixo do abdome. APRESENTAÇÃO E AVALIAÇÃO Oclusão Embólica: Fatores de risco, início súbito, achados unilaterais; Exames laboratoriais; Rx de tórax; ECG de 12 derivações; Arteriografia pré-operatória (dúvidas no diagnóstico ou no local da embolia); Ecocardiograma transesofágico (fonte emboligênica). Oclusão Trombótica Doença aterosclerótica difusa em vários níveis arteriais; Vários graus de desenvolvimento de circulação colateral; Níveis imprevisíveis de reconstituição arterial distal; Arteriografia completa (definir a melhor abordagem para revascularização). Anamnese e exame físico cuidadosos; Diferenciar oclusão embólica de trombótica: Oclusão Embólica: Bolos de heparina endovenosa (5000 a 10000 U); Revascularização rápida para restaurar a função do membro; Embolectomia com balão; Trombectomia (se trombos presentes); Oclusão Trombótica: Revascularização cirúrgica através de uma ponte (se fluxo e desague satisfatórios); Recanalização do vaso através de tratamento trombolítico por cateter (curtos segmentos trombóticos ocluídos); Trombólise com cateter prévia à derivação (quando não há recanalização arterial distal apropriada para revascularização). TRATAMENTO Síndrome Compartimental: Elevação acentuada do membro; Fasciotomia dos 4 compartimentos para descompressão: Profilática: +6h de isquemia grave. Alternativa cirúrgica: ressecção parcial ou dissecção de todos os tecidos ao redor da fíbula (local de inserção da fáscia dos 4 compartimentos); Grave: imediata protusão muscular à medida que o edema progride além da incisão; A incisão cutânea deve ser longa o suficiente para evitar restrição ao músculo subjacente . TRATAMENTO TRATAMENTO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TOWNSENDD, Courtney M.; SABISTON, David C.. Tratado de Cirurgia. 18. ed. : Elsevier, 2010.; http://anatpat.unicamp.br/120822-1+.jpg http://www.sbquadril.org.br/sbquadril/imagens/paginas/Cartilha-ATQ-Figura4.jpg http://3.bp.blogspot.com/_3HGCIIiC9lE/TAumsoA7SKI/AAAAAAAAABs/ABlPmmy3wOM/s320/CORAO_~1.JPG http://2.bp.blogspot.com/--mgHr3pz4C8/Ta7CiXpw3mI/AAAAAAAAACc/vS1aHTCjWC0/s1600/B.R.E.A.+ON+LINE+SINDROME+COMPARTIMENTAL+3.png http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/img/revistas/rpot/v22n1/22n1a13f2.jpg
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