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MATEMÁTICA I FUNÇÕES TRANSCENDENTES SETEMBRO DE 2006 Conteúdo 1 Funções transcendentes 1 1.1 Funções circulares directas e inversas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.1.1 Função Seno e função Arco seno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.1.2 Função Co-seno e função Arco co-seno . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.1.3 Função Tangente e Arco tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1.1.4 Função Co-tangente e Arco co-tangente . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.1.5 Função Secante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.1.6 Função Cossecante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.2 Função exponencial e função logarítmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 1.2.1 Função exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 1.2.2 Função logarítmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 1.3 Funções hiperbólicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 1.3.1 Seno hiperbólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 1.3.2 Cosseno hiperbólico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Bibliografia 26 Capítulo 1 Funções transcendentes 1.1 Funções circulares directas e inversas 1.1.1 Função Seno e função Arco seno Consideremos a função f : R→ [−1, 1] x 7−→ f(x) = sin x. A sua representação gráfica é: 1050-5-10 1 0.5 0 -0.5 -1 x y x y Verifica-se que: • É uma função contínua em R. • É uma função limitada. 1 2 Funções transcendentes • É uma função ímpar. • É periódica de período 2π. • Não existe lim x→±∞ sin x. • Não é injectiva. Não sendo injectiva não admite inversa. Considere-se uma restrição g de f que seja injectiva (restrição principal): g : h −π 2 , π 2 i → [−1, 1] x 7−→ g(x) = sin x. A função inversa de g é: g−1 : [−1, 1] → h −π 2 , π 2 i x 7−→ g−1(x) = arcsinx. Nestas condições verifica-se: y = arcsinx⇔ sin y = x. A representação gráfica da função y = arcsin x é: 10-1 1.5 1 0.5 0 -0.5 -1 -1.5 x y x y 1.1 Funções circulares directas e inversas 3 Exemplo 1.1.1 Dada a função h(x) = 2 + arcsin (3x+ 1). Determine: 1) O domínio de h. 2) h(0) e h µ −1 6 ¶ . 3) O contradomínio da função. 4) As soluções da equação h(x) = 2 + π 3 . 5) Caracterize a função inversa de h. Resolução: 1) Atendendo a que o domínio da função arco seno é [−1, 1], tem-se: −1 ≤ 3x+ 1 ≤ 1⇔ −2 ≤ 3x ≤ 0⇔ −2 3 ≤ x ≤ 0. Dh = ∙ −2 3 , 0 ¸ . 2) h(0) = 2 + arcsin 1 = 2 + π 2 = 4 + π 2 h µ −1 6 ¶ = 2 + arcsin 1 2 = 2 + π 6 = 12 + π 6 . 3) Atendendo a que −π 2 ≤ arcsin(3x+ 1) ≤ π 2 , vem, 2− π 2 ≤ 2 + arcsin(3x+ 1) ≤ 2 + π 2 . Logo, D0h = h 2− π 2 , 2 + π 2 i . 4) h(x) = 2 + π 3 ⇔ 2 + arcsin(3x+ 1) = 2 + π 3 ⇔ arcsin(3x+ 1) = π 3 ⇔ 3x+ 1 = sin π 3 ⇔ x = √ 3− 2 6 . 4 Funções transcendentes 5) Vai resolver-se em ordem a x, a equação h(x) = y. Tem-se então: 2+arcsin(3x+1) = y ⇔ arcsin(3x+1) = y−2⇔ 3x+1 = sin(y−2)⇔ x = −1 + sin(y − 2) 3 . Como já se conhece o domínio e o contradomínio de h, calculados em 1) e 3), vem: h−1 : h 2− π 2 , 2 + π 2 i −→ ∙ −2 3 , 0 ¸ x 7−→ y = −1 + sin(x− 2) 3 . 1.1.2 Função Co-seno e função Arco co-seno Consideremos a função f : R→ [−1, 1] x 7−→ f(x) = cos x. A sua representação gráfica é: 1050-5-10 1 0.5 0 -0.5 -1 x y x y Verifica-se que: • É uma função contínua em R. • É uma função limitada. • É uma função par. 1.1 Funções circulares directas e inversas 5 • É periódica de período 2π. • Não existe lim x→±∞ cos x. • Não é injectiva. Não sendo injectiva não admite inversa. Considere-se uma restrição g de f que seja injectiva (restrição principal): g : [0, π] → [−1, 1] x 7−→ g(x) = cos x. A função inversa de g é: g−1 : [−1, 1] → [0, π] x 7−→ g−1(x) = arccosx. Nestas condições verifica-se: y = arccosx⇔ cos y = x. (1.1) A representação gráfica da função y = arccos x é: 10.50-0.5-1 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0 x y x y 6 Funções transcendentes Exemplo 1.1.2 Calcule o número real designado por: 1) cos " arccos à − √ 2 2 !# ; 2) sin ∙ arccos µ − 5 13 ¶¸ . Resolução: 1) Por (1.1) temos que cos " arccos à − √ 2 2 !# = − √ 2 2 . 2) Através da fórmula fundamental da trigonometria, temos que sin2 x = 1− cos2 x⇔ sinx = ± p 1− cos2 x. Como a função arco co-seno só toma valores em [0, π], e neste intervalo a função seno é positiva ou zero, logo sinx = p 1− cos2 x. Assim, sin ∙ arccos µ − 5 13 ¶¸ = s 1− µ cos µ arccos(− 5 13 ) ¶¶2 = r 1− 25 169 = 12 13 . Exercício 1.1.3 Calcule o valor de sin ∙ arccos µ −1 2 ¶ + arccos µ 3 7 ¶¸ . Exercício 1.1.4 Considere a função f(x) = arccos à 3 √ 2 2 − 2x ! . 1.1 Funções circulares directas e inversas 7 a) Determine o domínio e o contradomínio e indique a expressão de f−1(x). b) Resolva a equação f(x) = π 4 . Soluções: a) Df = " 3 √ 2− 2 4 , 3 √ 2 + 2 4 # ; D0f = [0 , π] ; f −1 (x) = 3 √ 2 4 − 1 2 cos x; b) S = (√ 2 2 ) . 1.1.3 Função Tangente e Arco tangente Consideremos a função: f : R\ nπ 2 + kπ, k ∈ Z o −→ R x 7−→ f(x) = tg x. A sua representação gráfica é: 543210-1-2-3-4-5 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 x y x y A função não é injectiva, logo não admite inversa. Considere-se uma restrição g de f que seja injectiva (restrição principal). g : i −π 2 , π 2 h −→ R x 7−→ g(x) = tg x. 8 Funções transcendentes A função inversa de g é: g−1 : R −→ i −π 2 , π 2 h x 7−→ g−1(x) = arctg x. Tem-se assim, y = arctg x⇔ tg y = x. A representação gráfica de g−1 é: 86420-2-4-6-8 1.5 1 0.5 0 -0.5 -1 -1.5 x y x y Exercício 1.1.5 Calcule o valor de tg µ arcsin µ 1 3 ¶ + arccos µ 1 2 ¶¶ . Exercício 1.1.6 Resolva a equação 1− 3 arctg (3x) = π µ 1 + 1 π ¶ . Exercício 1.1.7 Caracterize a função inversa da função definida por: t(x) = π 2 − 2 arctg (1− x) 3 . 1.1.4 Função Co-tangente e Arco co-tangente Consideremos a função: f : R\ {kπ, k ∈ Z} −→ R x 7−→ f(x) = cotg x 1.1 Funções circulares directas e inversas 9 A sua representação gráfica é: 543210-1-2-3-4-5 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 x y x y A função não é injectiva, logo não admite inversa. Considere-se uma restrição g de f que seja injectiva (restrição principal). g : ]0, π[ −→ R x 7−→ g(x) = cotg x. A função inversa de g é: g−1 : R −→ ]0, π[ x 7−→ g−1(x) = arccotg x. Tem-se assim, y = arccotg x⇔ cotg y = x. A representação gráfica de g−1 é: 6543210-1-2-3-4-5-6 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0 x y x y 10 Funções transcendentes Exercício 1.1.8 Determine o domínio e o contradomínio das seguintes funções: 1) f(x) = cos ³ 2x+ π 3 ´ + 3 2) g(x) = 2 sin ³ 3x− π 5 ´ 3) m(x) = 1− 1 2 arccos (2x+ 1) 4) q(x) = π 2 − 2 arctg (x 2 − 1) Exercício 1.1.9 Verifique que arcsin µ x− 1 x+ 1 ¶ = arccotg µ 2 √ x x− 1 ¶ . Exercício 1.1.10 Calcule ∙ sin µ arcsin 1 2 − arcsin 3 5 ¶¸2 . 1.1.5 Função Secante A função secante é definida da seguinte forma: sec : R\ nπ 2 + kπ, k ∈ Z o → ]−∞,−1] ∪ [1,+∞[ x 7−→ sec x = 1 cos x . O seu gráfico é: 6543210-1-2-3 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 x y x y Uma vez que 1 + tg2 x = 1 cos2 x , escreve-se agora, 1 + tg2 x = sec2 x. 1.1 Funções circulares directas e inversas 11 1.1.6 Função Cossecante A função cossecante é definida da seguinte forma: cosec : R\ {kπ, k ∈ Z} → ]−∞,−1] ∪ [1,+∞[ x 7−→ cosec x = 1 sin x O seu gráfico é: 543210-1-2-3 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 x y x y Uma vez que 1 + cotg2 x = 1 sin2 x , escreve-se agora, 1 + cotg2 x = cosec2 x. 12 Funções transcendentes 1.2 Função exponencial e função logarítmica 1.2.1 Função exponencial Definição 1.2.1 Chama-se função exponencial de base a à função real de va-riável real, expa : R → R+ x 7→ y = ax, a ∈ R+\{1}. Propriedades: • O seu domínio é R. • O seu contradomínio é R+. • É uma função injectiva, isto é, ax1 = ax2 =⇒ x1 = x2, ∀x1, x2 ∈ R. No estudo da variação da função exponencial de base a consideram-se dois casos: 1. a > 1• x > 0 =⇒ ax > 1 • x = 0 =⇒ ax = 1 • x < 0 =⇒ ax < 1 • x1 < x2 ⇔ ax1 < ax2 , ∀x1, x2 ∈ R (função estritamente crescente) • lim x→+∞ ax = +∞ ; lim x→−∞ ax = 0. • é contínua em todo o seu domínio 1.2 Função exponencial e função logarítmica 13 O gráfico da função exponencial quando a > 1 é: 43210-1-2-3-4 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 x y x y 2. 0 < a < 1 • x > 0 =⇒ ax < 1 • x = 0 =⇒ ax = 1 • x < 0 =⇒ ax > 1 • x1 < x2 ⇔ ax1 > ax2 , ∀x1, x2 ∈ R (função estritamente decrescente) • lim x→+∞ ax = 0 ; lim x→−∞ ax = +∞. • é contínua em todo o seu domínio O gráfico da função exponencial quando 0 < a < 1 é: 52.50-2.5-5 30 25 20 15 10 5 0 x y x y 14 Funções transcendentes Exemplo 1.2.2 Determine, em R, o conjunto solução de cada uma das seguintes condições: a) x2 × 3−x − 2× 3−x = 0; b) (0, 5)x 2 > (0, 125)2x ; c) 10x 2−3x > 0, 01. Resolução: a) x2 × 3−x − 2× 3−x = 0 ⇔ 3−x ¡x2 − 2¢ = 0 ⇔ 3−x = 0| {z } cond. impossı´vel ∨ x2 − 2 = 0 ⇔ x2 − 2 = 0 ⇔ x = − √ 2 ∨ x = √ 2 O conjunto solução é © − √ 2, √ 2 ª b) (0, 5)x 2 > (0, 125)2x ⇔ µ 1 2 ¶x2 > µ 1 8 ¶2x ⇔ µ 1 2 ¶x2 > µ 1 2 ¶6x , atendendo a que a função exponencial de base menor que a unidade é decrescente, vem: ⇔ x2 ≤ 6x ⇔ x2 − 6x ≤ 0 ⇔ x (x− 6) ≤ 0 ⇔ x ∈ [0, 6] . O conjunto solução é [0, 6] 1.3) 10x 2−3x > 0, 01 ⇔ 10x2−3x > 10−2. Atendendo a que a função exponencial de base maior que a unidade é crescente, vem: 1.2 Função exponencial e função logarítmica 15 ⇔ x2 − 3x > −2 ⇔ x2 − 3x+ 2 > 0 ⇔ x ∈ ]−∞, 1[ ∪ ]2,+∞[ . O conjunto solução é ]−∞, 1[ ∪ ]2,+∞[ Exemplo 1.2.3 Considere a função real, de variável real, definida por: f(x) = 1− 72−x. 1) Determine o domínio e o contradomínio da função. 2) Resolva cada uma das condições: 2.1) f(x) = f(2). 2.2) f(x) > 0. Resolução: 1) O domínio da função f é R, pois a função f é dada por uma subtracção entre uma constante e uma exponencial composta com uma função polinomial. Para determinar o contradomínio, consideremos os seguintes limites: lim x→−∞ 1− 72−x = −∞. lim x→+∞ 1− 72−x = 1. Sabendo que a função f é contínua e estritamente crescente, temos então que o seu con- tradomínio é ]−∞, 1[. 2) 2.1) Para que f(x) = f(2) é só considerar x = 2. 16 Funções transcendentes 2.2) 1− 72−x > 0 ⇔ 72−x < 1 ⇔ 2− x < 0 ⇔ x > 2 CS =]2,+∞[. Exercício 1.2.4 Determine, em R, o conjunto solução das inequações: 1) 5x−1 > 55−4x; 2) 0.5x 2 ≥ (1 8 )3x. Soluções: 1) CS = ¸ 6 5 ,+∞ ∙ ; 2) CS = [0, 9]. Exercício 1.2.5 Considere as funções g e m, reais de variável real, definidas por: g (x) = 42x+x 2 − 1 e m (x) = µ 1 3 ¶x−4 + 2. 1.1) Indique o domínio e o contradomínio de cada uma delas. 1.2) Calcule os zeros de g e os de m. 1.3) Determine os valores de x tais que : 1.3.1) g(x) = g(1); 1.3.2) g(x) > 15; 1.3.3) m(2x+ 1) ≤ m(x). Soluções: 1.1) Dg = R ; D0g = ∙ −3 4 ,+∞ ∙ ; Dm = R ; D0m = ]2,+∞[. 1.2) Zerosg = {−2, 0} ; Zerosm = ∅. 1.3.1) CS = {−3, 1}; 1.3.2) CS = ¤ −∞,−1− √ 3 £ ∪ ¤ −1 + √ 3,+∞ £ ; 1.3.3) CS = [−1,+∞[. 1.2 Função exponencial e função logarítmica 17 A função exponencial de base e (número de Neper) Como caso particular das funções exponenciais, tem-se a função exponencial de base e (exp x), f(x) = ex. Note-se que esta função tem todas as propriedades da função f(x) = ax, com a > 1 e ainda, lim x→0 ex − 1 x = 1 lim x→+∞ ex xp = +∞, p ∈ R . Exemplo 1.2.6 Calcule lim x−→0 5x e3x − 1 . Resolução: lim x−→0 5x e3x − 1 = 5 3 lim x−→0 3x e3x − 1 = 5 3 lim x−→0 µ e3x − 1 3x ¶−1 = 5 3 Exercício 1.2.7 Calcule: 1) lim x→0− ex+1 − e x2 ; 2) lim u−→0 ln (1 + u) u . Soluções: 1) +∞; 2) 1. Conceito de logaritmo de um número Antes de apresentar a função logarítmica, dá-se a definição de logaritmo de um número, seguida das propriedades operatórias dos logaritmos. 18 Funções transcendentes Definição 1.2.8 Logaritmo de um número positivo x na base a, positiva e diferente de um, é o número a que se deve elevar a base para obter x. loga x = y ⇔ x = ay. Desta equivalência resulta que x = aloga x e que, loga a y = y. Quando a base é e omite-se o e e escreve-se lnx. A estes logaritmos chamam-se neperianos, em homenagem ao matemático inglês Neper. Propriedades operatórias dos logaritmos Sendo x e y números positivos e a e b números positivos diferentes de 1, tem-se: P1. loga (x.y) = loga x+ loga y P2. loga ( x y ) = loga x− loga y P3. loga x p = p loga x, ∀p ∈ R P4. loga n √ x = 1n loga x , ∀n ∈ N. (Caso particular de P3.) P5. logb x = loga x. logb a 1.2 Função exponencial e função logarítmica 19 1.2.2 Função logarítmica Definição 1.2.9 Sendo a função exponencial uma função injectiva, admite inversa. Chama- se função logarítmica à sua inversa. loga : R + → R x 7→ y = loga x ⇔ x = ay, a ∈ R +\{1}. Propriedades: • O seu domínio é R+. • O seu contradomínio é R. • Tem um zero para x = 1, pois loga x = 0⇔ x = a0 ⇔ x = 1. • É injectiva, pois loga x1 = loga x2 =⇒ x1 = x2 ,∀x1, x2 ∈ R+. No estudo da variação da função logarítmica consideram-se dois casos: 1. a > 1 • x > 1 =⇒ loga x > 0 • x = 1 =⇒ loga x = 0 • x < 1 =⇒ loga x < 0 • x1 < x2 =⇒ loga x1 < loga x2, ∀x1, x2 ∈ R+ (função estritamente crescente) • lim x→+∞ (loga x) = +∞ ; lim x→0+ (loga x) = −∞ • é contínua em todo o seu domínio 20 Funções transcendentes O gráfico da função quando a > 1 é: 43210 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 x y x y 2. 0 < a < 1 • x > 1 =⇒ loga x < 0 • x = 1 =⇒ loga x = 0 • x < 1 =⇒ loga x > 0 • x1 < x2 =⇒ loga x1 > loga x2, ∀x1, x2 ∈ R+ (função estritamente decrescente) • lim x→+∞ (loga x) = −∞ ; lim x→0+ (loga x) = +∞. • é contínua em todo o seu domínio O gráfico da função quando é 0 < a < 1: 543210 20 15 10 5 0 x y x y Observação 1.2.10 No caso de a = e, obtém-se a função logaritmo natural que se rep- resenta por ln . 1.2 Função exponencial e função logarítmica 21 Exemplo 1.2.11 1) Seja f a função real, de variável real, definida por f(x) = 5− log3 (2 + 3x). 1.1) Determinar o domínio e o contradomínio de f . 1.2) Definir, em R, o conjunto solução de cada uma das condições: f(x) = f(0) e f(x) > 6. Resolução: 1.1. Df = {x ∈ R : 2 + 3x > 0} = ¸ −2 3 ,+∞ ∙ ; D0f = R. 1.2. f(x) = f(0) ⇔ 5− log3 (2 + 3x) = 5− log3 2 ⇔ log3 (2 + 3x)− log3 2 = 0 ⇔ log3 2 + 3x 2 = log3 1 ⇔ 2 + 3x 2 = 1 ⇔ x = 0. Atendendo a que 0 ∈ Df , então o conjunto solução da condição é {0} . f(x) > 6 ⇔ 5− log3 (2 + 3x) > 6 ⇔ log3 (2 + 3x) < −1 ⇔ log3 (2 + 3x) < log3 1 3 . Como a base é maior que a unidade, a função logarítmica é crescente e, portanto: ⇔ 2 + 3x < 1 3 ∧ x ∈ Df ⇔ x < −5 9 ∧ x ∈ Df O conjunto solução é ¸ −2 3 ,−5 9 ∙ . 22 Funções transcendentes 2) Calcule o domínio, o contradomínio e defina a função inversa da função h definida por: h (x) = 3 + 1 2 log7 (2x− 1) . Resolução: 2. Dh = {x ∈ R : 2x− 1 > 0} = ¸ 1 2 ,+∞ ∙ ; D0h = R. Vamos agora determinar a expressão que define a inversa. Tem-se: y = 3 + 1 2 log7 (2x− 1) ⇔ y − 3 = 1 2 log7 (2x− 1) ⇔ 2 (y − 3) = log7 (2x− 1) ⇔ 2x− 1 = 72y−6 ⇔ x = 1 2 + 1 2 × 72y−6. Podemos agora definir a inversa, tendo-se: h−1 : R→ ¸ 1 2 ,+∞ ∙ x 7−→ 1 2 + 1 2 × 72x−6. Exercício 1.2.12 1. Considere a função real, de variável real, f definida por f(x) = 1+ln(2−3x).Determine: 1.1) O seu domínio; 1.2) Uma expressão designatória da sua inversa; 1.3) f µ 2− e 3 ¶ . 2. Caracterize a função inversa de cada uma das seguintes f.r.v.r. : 2.1) t(x) = 1 + 3x−1; 2.2) s(x) = log 1 2 (1− 3x); 2.3) p(x) = 5− log10 (x+ 5). 3. Determine o conjunto solução das condições: 3.1) 4(lnx)2 − 3 lnx− 7 < 0; 3.2) ex + 7e−x = 8. 1.3 Funções hiperbólicas 23 4. Determine E, sabendo que: ln E = 1 2 ln x+ 2ln y + 1. Soluções: 1.1) Df = ¸ −∞, 2 3 ∙ ; 1.2) f−1(x) = 2− ex−1 3 ; 1.3) 2. 2.1) Dt−1 =]1,+∞[; D0t−1 = R; t−1 (x) = 1 + log3 (x− 1). 2.2) Ds−1 = R; D0s−1 = ¸ −∞, 1 3 ∙ ; s−1 (x) = 1 3 − 1 3 µ 1 2 ¶x . 2.3) Dp−1 = R; D0p−1 =]− 5,+∞[; p−1 (x) = −5 + 105−x. 3.1) ¸ e−1, e 7 4 ∙ 3.2) {0, ln 7}4. E = e.y2. √ x 1.3 Funções hiperbólicas 1.3.1 Seno hiperbólico Chama-se seno hiperbólico à função definida por sinh : R → R x 7→ sinhx = e x − e−x 2 . Representa-se por sinhx ou shx. O seu gráfico é: 24 Funções transcendentes 3210-1-2-3 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 x y x y A função sinh x é contínua e estritamente crescente em todo o R; é uma função ímpar. 1.3.2 Cosseno hiperbólico Chama-se coseno hiperbólico à função definida por cosh : R → [1,+∞[ x 7→ cosh x = e x + e−x 2 . Representa-se por cosh x ou ch x. O seu gráfico é: 3210-1-2-3 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 x y x y A função ch x é contínua em todo o R, é crescente em ]0,+∞[ e decrescente em ]−∞, 0[; é uma função par. Verifica-se facilmente que cosh2 x− sinh2 x = 1. 1.3 Funções hiperbólicas 25 Ao designar-se a = cosh2 x e b = sinh2 x, vem a2 − b2 = 1, que é a equação de uma hipérbole. Fica agora clara a razão do nome ”funções hiperbólicas”. Por analogia com as funções trigonométricas, podem ser definidas as funções: Tangente hiperbólica: tgh x = sinh x cosh x = ex − e−x ex + e−x Co-tangente hiperbólica: cotgh x = cosh x sinh x = ex + e−x ex − e−x Secante hiperbólica: sech x = 1 cosh x Cossecante hiperbólica: csch x = 1 sinh x Exercício 1.3.1 Prove que: 1) sinh (x+ y) = sinhx. cosh y + coshx. sinh y; 2) cosh(2x) = cosh2 x+ sinh2 x; 3) 1− tgh2 x = sech2 x; 4) 1− cotgh2 x = − csch2 x. 26 Bibliografia Bibliografia [1] Pedro Matos, Alexandra Seco, Luís Cotrim, Apontamentos teóricos de Matemática I, Departamento de Matemática, ESTG. 27
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