Buscar

HPA - resumo aula 6

Prévia do material em texto

Aula 6
O fordismo e o sloanismo: as bases da nova sociedade industrial
O taylorismo lançou as bases da nova produção no início do capitalismo industrial com o
surgimento das grandes fábricas e da técnica de produção em série. Seu modelo consolidou a “linha
de produção mecanizada”, o que para a época (início do séc. XX) foi um grande avanço. Com a
aplicação dos conhecimentos tecnológicos à produção, a economia capitalista alcançou um estágio
de crescimento nunca visto. A palavra de ordem era “fundamentação científica”, cujos principais
postulados eram:
• disciplina mais rígida
• previsibilidade das ações a serem desenvolvidas
• maior especialização das tarefas
• cálculo científico
• previsão meticulosa
• divisão e especialização do trabalho
• conduta racional
• constância de esforço
• ordem
• obediência dócil (aceitação passiva da dominação)
• submissão ao sistema vigente
A transição do taylorismo para o fordismo
Para Taylor, a queda da produção industrial tinha vários fatores.
➢ desperdício (fruto do uso ineficiente dos recursos materiais)
➢ desqualificação da mão-de-obra
➢ prática da “vadiagem”
Nesse cenário a produção industrial já não atendia às crescentes demandas de produtos no
mercado em crescimento.
Ford contribuiu para realizar o sonho de Taylor: um sistema de produção industrial forte e
consistente (produção em massa) capaz de atender às exigências do mercado.
Com o fordismo (início do séc. XX) surgiu a solução para o problema da produção em larga
escala.
O automóvel popular
O mercado era homogêneo: todas as pessoas satisfaziam as suas necessidades por meio da
compra de um produto padronizado. Pela primeira vez na História iniciava-se a produção em grande
quantidade de um único modelo de automóvel a custos menores, com preços reduzidos e, portanto,
acessível a um número elevado de novos consumidores.
Verticalização x Horizontalização
Ford desenvolveu um sistema de produção que concentrava todos os recursos e materiais
necessários para a fabricação num único lugar. A fábrica era o local não só para a montagem dos
automóveis, mas também para a produção de quase todos os seus componentes. Ele conseguiu
colocar em prática a verticalização. Para a época, era a solução possível para assegurar:
➔ qualidade do produto e
➔ gestão eficiente dos suprimentos de peças e componentes.
Quatro fatores asseguravam níveis recorde de produtividade a custos mais baixos:
1. ritmo intenso
2. racionalização da produção
3. padronização
4. sequência das tarefas 
Além disso, Ford desenhou um único modelo de carro com uma única cor. Ele privilegiou a
visão de mercado em detrimento da variedade de produção. Ele estudou o potencial desse mercado
e o poder aquisitivo dos novos consumidores para estabelecer o preço do seu produto. Em seguida
planejou o sistema de produção (em massa):
✔ quantidades a serem produzidas
✔ recursos utilizados
✔ custos envolvidos
✔ características finais do produto
Ford democratizou o automóvel: produzindo-o em série, disponibilizando-o para milhares de
consumidores, a preços acessíveis para a época. Foi brilhante porque construiu um sistema de
produção desenhado para atender às necessidades do mercado.
As fábricas modernas tornaram-se montadoras, pois terceirizaram a produção de todos os
componentes e peças dos produtos que vendiam. Esse é o processo de horizontalização. Com isso, as
empresas reduziram os custos operacionais e tiveram ganhos expressivos de produtividade.
O processo de implantação da linha de montagem fordista
Ford iniciou sua produção de automóveis de forma artesanal, mas o processo de montagem
era demasiadamente demorado. O operário tinha que se deslocar até o estoque cada vez que
precisava de uma peça. Para reduzir esse tempo, sua primeira providência foi criar “linhas auxiliares”
de abastecimento, compostas por outros trabalhadores que faziam a distribuição das peças. Em
seguida, Ford estabeleceu que cada trabalhador da linha de montagem executasse uma tarefa
apenas.
A linha de montagem móvel
+ velocidade
Ford queria
+ produtividade
Em visita a um frigorífico de Chicago observou as carretilhas que transportavam as partes dos
animais para o corte final. Assim surgiu o conceito de “linha de montagem móvel”, um sistema onde
quem anda é o produto e não o trabalhador, formado por trilhos e corredeiras. Com maior velocidade
de produção outros benefícios foram obtidos:
 redução da necessidade de investimento de capital
 diminuição dos custos dos estoques
 menos cansaço físico dos trabalhadores
O modelo fordista de produção em massa
Contém três elementos-chave:
✗ linha de montagem móvel (fabricação do carro)
✗ linhas auxiliares (fornecimento de peças)
✗ linhas de produção (fabricação dos componentes)
As ideias inovadoras de Ford
Ford aperfeiçoou o sistema produtivo de Taylor. O fordismo constituiu um estágio mais
avançado do taylorismo.
 na produção de componentes
➢ Comprou máquinas especializadas
 na montagem de partes do carro
➢ criou um sistema artesanal de fabricação e calibragem
➢ desenvolveu um sistema de controle de qualidade (simplificando peças e processo produtivo)
 adotou jornada de 8 horas
➢ foi inovador na gestão de pessoas
 duplicou o salário
➢ adotou a estratégia de verticalização
➢ deu foco ao cliente (“manual do proprietário”)
A contribuição de Sloan
Tornou-se pioneiro na criação de modelos organizacionais das grandes corporações.
Responsável pelo salto de qualidade na organização empresarial do séc. XX. Ao suceder o criador da
GM (William Durant) no comando da empresa, decidiu implantar um novo modelo corporativo, já que
a estratégia da GM baseava-se na segmentação de mercados.
Estratégia de Ford → massificação (mercado de massa)
Estratégia da GM → segmentação (mercado segmentado)
O objetivo de Sloan era lançar um carro para cada bolso e finalidade, ou seja, atender a todos
os gostos. A solução foi criar um novo modelo de estrutura organizacional (a estrutura divisional),
baseada nos seguintes fatores.
• criação de divisões descentralizadas (cada divisão era responsável pela administração de uma
linha específica de produtos)
• descentralização do poder decisório de tais divisões (autonomia de decisão e gestão)
• transformação das divisões em centros de lucro (objetivos de vendas, produtos, estoques,
lucros, participação de mercado)
• criação de uma administração superior (cobrar resultados e monitorar o desempenho das
divisões)
• centralização das funções de pesquisa, políticas financeiras e de vendas e de assessoramento
às unidades.
O fordismo e o sloanismo: uma análise comparativa
Ford Sloan
Conceito de produto único Criou um novo conceito de produto: produto-marca
Consumo popular direcionado para o mercado de
massa
Baseado na expectativa do americano médio alcançar
status social
Boa qualidade com preço baixo Preço proporcional à qualidade
Foco no produto Foco no mercado
Estratégia de fomento da economia de escala
(aumento da produção para diminuição do custo
unitário)
Estratégia para atender diversos segmentos de
consumidores
As bases da sociedade industrial
Caracterizada pela racionalização (tudo que não era racional estava abolido: emoção, estética e
ética), a sociedade industrial surgiu com o desenvolvimento do taylorismo e do fordismo. Ideias que
sintetizam essa racionalização:
Estandardização
Desenvolvida por Taylor em seus estudos de tempos e movimentos e aperfeiçoada por Ford
em seu processo de produção decomponentes e montagem do modelo T. (métodos padronizados →
produtos padronizados → vendidos a preços-padrão)
Especialização por tarefas
Criada por Adam Smith (fábrica de alfinetes) e desenvolvida por Taylor, Fayol e Ford com vistas
a aumentar a produtividade.
Sincronização da produção
Definida pela primeira vez por Taylor. Consiste no sequenciamento das atividades na linha de
montagem objetivando maior produtividade, através da redução do tempo e custo da produção.
Além da racionalização, seguem outras características da sociedade industrial: separação entre
os que pensam (gerentes, engenheiros) e os que produzem (operários); mercado com oferta inferior a
procura (tudo que se produzia era vendido); organizações centralizadas (função gerencial mais
importante: atividade de controle); orientação para o produto (empresa produz e impõe à sociedade).
Industrialismo
➔ Produção em larga escala
➔ Emprego da energia mecânica (por meio de técnicas avançadas)
➔ Mão-de-obra especializada
➔ Complexa divisão do trabalho
O processo de industrialização:
➢ ocasiona profundas modificações sociais e nas relações de trabalho
➢ acelera e estabelece a mobilidade social (novos anseios materiais e estrutura diferenciada de
classes)
➢ estende a mecanização à agricultura
➢ a comunicação e o transporte sofrem um enorme desenvolvimento
Características do industrialismo
→ concentração de massas de trabalhadores nas fábricas
→ prevalência numérica dos ocupados no setor secundário (indústria)
primário (agricultura) – secundário (indústria) – terciário (serviços)
→ formação da renda nacional predominante da contribuição industrial
→ descobertas científicas (ref. ao processo produtivo) aplicadas na indústria
→ progressiva urbanização e escolarização das massas
→ convivência conflitante (fábrica x sociedade): empregadores e empregados
→ formação da classe média
→ difusão do consumismo
→ sincronização do homem com os tempos das máquinas e não mais com os tempos e ritmos
da natureza
→ difusão da ideia de que o homem, em conflito com a natureza deve conhecê-la e dominá-la

Continue navegando