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DIREITO CONSTITUCIONAL III - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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Exercício de Revisão
01. Conceitue controle de constitucionalidade.
Controle de constitucionalidade é a verificação de compatibilidade ou adequação entre um ato jurídico qualquer (atos normativos e entre eles a lei) e a Constituição, no aspecto formal e material.
02. Quais as formas de inconstitucionalidade?
	Existem dois tipos de inconstitucionalidade. Inconstitucionalidade material: ocorre o vício, a irregularidade, no conteúdo da lei. A matéria -o assunto- é inconstitucional; na formal: ocorre o vício no processo de criação da lei.
03. Fale sobre o controle preventivo de constitucionalidade. Ele pode ser exercido pelos três Poderes?
Acontece antes do nascimento da lei. É aquele que impede a criação de uma lei inconstitucional. Pode ser realizado pelo Legislativo através das comissões de constituição e justiça. Pode ser feito também pelo Executivo por meio do veto jurídico, realizado pelo presidente da república por duas razões: inconstitucionalidade da norma ou quando for contraria ao interesse público. Quanto ao poder judiciário, há uma crise doutrinária. Alguns autores entendem que sim, enquanto outros entendem que não.
04. O controle repressivo de constitucionalidade pode ser exercido pelos três Poderes? Pode ser realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU)?
	Não. O poder Judiciário é quem normalmente realiza este controle repressivo, por meio de duas formas: o Controle difuso e o Controle Concentrado. Pode ser realizado pelo poder Legislativo em dois casos presentes nos arts. 49, V e 62, §§ 7º. e 5º., CF. Pode ainda ser realizado pelo TCU, conforme dispõe a súmula 347, STF.
05. Caracterize o controle difuso de constitucionalidade.
	Teve origem nos Estados Unidos em 1803. Foi adotado no Brasil em 1891, na segunda constituição. Segundo este controle, qualquer juiz pode declarar uma lei inconstitucional, desde que haja um caso concreto. Os efeitos desta decisão serão apenas entre as partes. Consiste numa via de exceção.
06. Em que consiste a chamada cláusula de reserva de plenário?
	Art. 97, CF. Significa que os tribunais somente podem declarar uma lei inconstitucional por maioria absoluta de seus membros, ou dos membros de um eventual órgão especial.
07. Ainda sobre o controle difuso, responda:
a) quais os efeitos da declaração de inconstitucionalidade realizada por um juiz de 1º grau?
	Terá efeitos inter partes, ou seja se aplicam apenas as partes envolvidas.
b) pode ter por objeto atos privados, como uma convenção coletiva?
	Sim. Uma que à atos privados apenas cabe controle difuso.
c) o que ocorre com lei estadual ou municipal declarada inconstitucional por tribunal estadual?
	Os efeitos daquela lei declarada inconstitucional não se aplicará as partes. Entretanto, terá efeito para a sociedade como um todo.
d) qual o papel do Senado Federal?
	O Senado tem discricionariedade para apreciar as decisões do STF. Podendo modificar os efeitos da decisão. Tornando a decisão dotada de efeitos erga omnes e ex nunc, ou seja, a decisão se aplica a todos e não mais somente as partes. E terá efeito para as decisões de lides futuras, não retroagindo seus efeitos, para proteger a segurança jurídica.
e) explique em que consiste a teoria da transcendência dos motivos determinantes.
É a decisão proferida no controle difuso pelo STF que gera efeitos para todo o Brasil erga omnes.
08. Caracterize o controle concentrado de constitucionalidade.
	Teve origem na Europa. E foi adotado no Brasil pela constituição de 1946 e 1965. É realizado por via de ação. Somente o STF pode decidir sobre a questão. É feito de forma abstrata, ou seja, não depende de um caso concreto. É o controle de uma lei em tese.
09. Sobre a ação direta de inconstitucionalidade, responda:
a) quem realiza tal controle?
	Depende. Se lei federal ou lei estadual contrariando a CF, quem julga é o STF; se lei estadual ou lei municipal contrariando a Constituição Estadual, quem julga é o TJ do respectivo estado.
b) quem são os legitimados a propor Adin?
	Estão presentes no art. 103, CF. São quatro autoridades, quatro mesas, e quatro instituições; quatro autoridades: Presidente da República, Governadores de estados, Governador do Distrito Federal e Procurador-Geral da República; quatro mesas: Mesa do Senado, Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa das Assembleias Legislativas estaduais, e Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; quatro instituições: o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Partido político com representação no Congresso Nacional, Confederação sindical, ou entidade de classe de âmbito nacional.	
c) quais normas estão sujeitas a este controle?
	Emenda Constitucional, Tratados Internacionais, Medidas Provisórias (desde que esteja vigente), atos normativos do executivo e do judiciário.
d) pode-se falar em ADIn de leis anteriores à CF?
	Não. Pois se a lei é anterior à CF, significa que ela não foi recepcionada e não existe mais, logo, não pode ser objeto de ADIn.
e) uma súmula pode ser objeto de ADIn?
	Sumulas não podem sofrer controle, pois não possuem grau de normatividade qualificada (obrigatoriedade), entretanto, podem sofrer revisão.
f) em que consiste o princípio da indisponibilidade?
	Significa que por se tratar de ação publica, não pode a parte após a propositura da ação, desistir da mesma.
g) qual o papel do amicuscuriae no processamento da Adin?
	É permitida a manifestação de outros órgãos ou entidades, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes. Poderá o relator, nestes casos, admitir a intervenção do amicuscuriae.
h) qual a função do Advogado-Geral da União no processamento da Adin? E do Procurador-Geral da República?
O Advogado-Geral da União tem o dever de defender o ato ou texto impugnado pela ADIn. O PGR tem a função de fiscalizar a ação de ADI uma vez que é o chefe do Ministério Público, e atua junto ao STF, como fiscal da lei.
i) há possibilidade de concessão de liminar na ação direta de inconstitucionalidade? Quais os requisitos?
	A Constituição prevê expressamente a possibilidade de pedido cautelar nas ações diretas de inconstitucionalidade (art. 102, I, p, da CF). Constitui providência de caráter excepcional, à vista da presunção de constitucionalidade dos atos normativos. Os requisitos para a sua concessão, segundo a jurisprudência do STF, são: a) plausibilidade jurídica da tese exposta (fumus boni iuris); b) possibilidade de prejuízo decorrente do retardamento da decisão postulada (periculum in mora); c) irreparabilidade ou insuportabilidade dos danos emergentes dos próprios atos impugnados; e d) necessidade de garantir a ulterior eficácia da decisão. Alguns julgados referem-se à relevância do pedido (englobando o sinal de bom direito e o risco de manter-se com plena eficácia o ato normativo) e à conveniência da medida, que envolve a ponderação entre o proveito e o ônus da suspensão provisória.
j) qual o quórum exigido para o julgamento da Adin?
A lei uma vez mais exige a manifestação da maioria absoluta do Tribunal, presentes pelo menos oito Ministros.
j) quais os efeitos da decisão?
	Em regra, os efeitos da decisão são retroativos (extunc), gerais (erga omnes), repristinatórios e vinculantes. 
k) cabe recurso da decisão da ADIn?
	A decisão que julga procedente ou improcedente o pedido é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos de declaração (art. 26 da Lei nº 9.868/99), que somente poderão ser oferecidos pelo requerente ou pelo requerido, e não por terceiros, nem mesmo pelo Advogado-Geral da União. Também não pode, nos termos desse mesmo art. 26, ser objeto de ação rescisória.
l) explique o princípio da modulação temporal dos efeitos da decisão no controle concentrado.
	A própria Lei nº 9.868/99, em seu art. 27, admite que o STF proceda à modulação temporal dos efeitos da decisão, mediante o quórum qualificado de dois terços de seus membros. O dispositivo fala em "razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social", transparecendo que representa um mecanismo de ponderação
de valores. O que o Supremo Tribunal Federal poderá fazer ao dosar os efeitos retroativos da decisão é uma ponderação entre a norma violada e as normas constitucionais que protegem os efeitos produzidos pela lei inconstitucional.
10. Sobre a Adin por omissão:	
a) qual o seu objeto?
	Visa a que seja expedido ato normativo que se torne necessário para o cumprimento de preceito constitucional que, sem ele, não poderia ser aplicado.
b) quais os requisitos da petição inicial?
	Art. 12-B. A petição indicará: I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa;II - o pedido, com suas especificações. Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão. 
c) há manifestação do AGU?
	O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias.	
d) é possível a concessão de medida cautelar?
	Sim, conforme art. 12-F, lei 9868/99 “Em caso de excepcional urgência e relevância de matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias.”
e) quais as consequências da declaração de inconstitucionalidade por omissão?
Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias.
f) diferencie a ADIn por omissão do mandado de injunção.
	Em primeiro lugar, no caso da competência privativa, no controle de constitucionalidade por omissão será do Supremo Tribunal Federal (artigo 102, I, ‘a’). Já no caso do mandado de injunção, a competência não é mais exclusiva do Supremo Tribunal Federal, mas esta a exerce sob a forma de competência originária (art. 102, q), ou sob a forma de competência derivada em recurso ordinário (art. 102, II, a). Também existe a competência dos Tribunais da Justiça Estadual (artigo 125, § 1º).
A ADIn por omissão é cabível contra qualquer omissão inconstitucional, enquanto o mandado de injunção possui cabimento mais restrito, somente naquelas omissões contidas no artigo 5º, LXXI, da Constituição Federal (“conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta da norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”).
A Ação direta de inconstitucionalidade por omissão é uma forma de controle concentrado enquanto o mandado de injunção é controle difuso, ou seja, no caso concreto.
Quanto à legitimidade ativa são legitimados para proporem ação direta de inconstitucionalidade por omissão todos aqueles elencados no artigo 103 da Constituição Federal. Ao contrário, no mandado de injunção qualquer pessoa será titular da ação.
A decisão dada pelo Supremo Tribunal Federal no controle de inconstitucionalidade por omissão é meramente declaratória, devendo-se dar ciência ao Poder competente para adotar as providências necessárias, entretanto se for órgão administrativo, deve fazer em trinta dias (artigo 103, parágrafo 2º).
Já a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, observa-se que ele está adotando a denominada corrente concretista, pela qual o Judiciário gera direito novo aplicável até que o legislador atue positivamente, ou seja, o STF se posiciona como típico legislador positivo.
11. Sobre a ADC:
a) qual o objeto da ação declaratória de constitucionalidade?	
O objeto da ação declaratória de constitucionalidade será somente lei ou ano normativo federal inconstitucional, ou seja, contrário à CF, quando verificado em vários processos judiciais nos quais a União estava sendo derrotada, sendo imprescindível para seu ajuizamento a comprovação, juntamente com a exordial, comprovando controvérsia judicial. 
b) quais os requisitos da petição inicial?
A competência originária para a interposição da ADECON é somente do Supremo Tribunal Federal, de acordo com o art. 102, I, “a”, da CF, tendo como quorum de instalação dois terços - 2/3 (08 ministros), bem como o quorum de aprovação a maioria absoluta (06 ministros).Os legitimados a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade encontram-se no art. 103 da CF/88 (modificada pela EC 45/2004). Inicialmente, o procedimento da ação declaratória de constitucionalidade é a emissão do parecer do Procurador-Geral da República, que deverá pronunciar-se no prazo de 15 dias. No tocante a citação do Advogado-Geral da União, não haverá lógica e possibilidade desta, posto que, inexiste ato ou texto impugnado. Consequentemente, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros, pedindo que seja marcado o dia para julgamento.
c) é possível a participação do amicuscuriae no processamento da Adecon? E do AGU?
Sim, em caso de dúvida na matéria, o relator pode solicitar o amicuscuriae. Sim, o AGU pode se manifestar na ADC.
d) quais os efeitos da decisão?
Os efeitos da decisão são: erga omnes (eficácia contra todos), extunc (retroativo) e vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública Federal e Estadual Distrital - art. 102, § 2º, da CF, todavia, não esta vinculado o Poder Legislativo, que tem o poder de editar nova norma com o mesmo conteúdo de outra declarada inconstitucional.
12. Sobre a ADPF:
a) Qual o objeto da argüição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)? É possível em face de lei municipal?
O objeto da ADPF são os atos do Poder Público, que violem ou ameacem violar preceito fundamental (art. 1º, caput, da Lei 9.882/99), com fulcro nisso, a doutrina classifica a ADPF em repressiva ou preventiva, respectivamente. Sim, Outro objeto da ADPF seria as normas municipais, que pelo art. 102, II, “a”, da Carta Política, não estão previstas como sujeitas ao controle concentrado de constitucionalidade, porém, na ADI 2.231-8/DF, em medida liminar, o STF suspendeu em parte a aplicação do parágrafo único do art. 1º, da Lei n. 9.882/99, por haver ampliação da competência do STF por lei ordinária, suspendendo, desta forma, a expressão “... municipal, incluídos os anteriores à Constituição”.
b) Qual o conceito de preceito fundamental?
O legislador teria se utilizado da palavra “preceito” em vez de “princípio” com o objetivo de evitar que o conceito a ser delineado pela doutrina e jurisprudência acabasse se restringindo aos princípios fundamentais arrolados no Título I da Constituição Federal. De acordo com os professores a expressão mais genérica permite que sejam abrangidos pelo conceito não só os princípios, mas também as regras, em suma, qualquer norma, desde que possa ser qualificada como fundamental.
c) Quais os requisitos da petição inicial?
A petição inicial deverá conter: 
I - a indicação do preceito fundamental que se considera violado; [já vimos como é difícil a tarefa de definição do conceito de preceito fundamental] 
II - a indicação do ato questionado; [ato esse que é do Poder Público e acaba por violar preceito fundamental indicado]
III - a prova da violação do preceito fundamental; 
IV - o pedido, com suas especificações; 
V - se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera violado. [também já vimos que o STF considerou na ADPF nº 33 que a divergência jurisprudencial entre os Tribunais de 2ª instância e o STF configuraria hipótese de controvérsia constitucional relevante] 
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de mandato, se for o caso, será apresentado em duas vias, devendo conter cópias do ato questionado e dos documentos necessários para comprovar.
d) Em que consiste o princípio
da subsidiariedade?	
O Princípio da SUBSIDIARIEDADE DA ADPF: Art. 4º, § 1º Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
e) Pode ser deferida medida liminar?
Na ADPF, a concessão de medida liminar deverá ocorrer por deferimento da maioria absoluta dos membros do Supremo Tribunal Federal, salvo quando houver extrema urgência, perigo de lesão ou recesso, hipóteses nas quais poderá ser concedida pelo relator, ad referendum do plenário.
f) È possível a participação do amicuscuriae no processamento da Adpf?
Não aceita o amicuscuriae. Curiosamente o artigo 18, “caput”, da Lei n° 9.868/99, que também não foi vetado, impõe óbice à intervenção de terceiros na ação declaratória de constitucionalidade, na mesma linha do artigo 7°., “caput”, do mesmocodex. Dessarte, o artigo 18, parágrafo 2°., foi vetado, sendo que o dispositivo tinha a mesma redação dada ao artigo 7°., parágrafo 2°., que, a seu turno, não fora objeto de veto presidencial. Dessa maneira, é dizer que, o dispositivo que admitia a intervenção de terceiros foi vetado para a ação declaratória de constitucionalidade, mas não o foi para a ação direta de inconstitucionalidade. Na ação de descumprimento de preceito fundamental – ADPF – o eminente Ministro Marco Aurélio admitiu a possibilidade da intervenção de terceiros, porém como exceção à regra geral, nos seguintes termos, ipsisliteris: “É possível a aplicação, por analogia, ao processo revelador de argüição de descumprimento de preceito fundamental, da Lei n° 9.868/99, no que disciplina a intervenção de terceiros. Observe-se, no entanto, que a participação encerra exceção” (ADPF 46/DF, DJ, 20.06.2005, p. 7). Portanto, verifica-se, que excepcionalmente, e com as ressalvas já expostas, configuradas as hipóteses de cabimento, o STF vem admitindo a intervenção do amicuscuriae.
g) Qual o quórum e a maioria para tomada de decisão na Adpf?
A decisão de inconstitucionalidade na argüição de preceito requer maioria absoluta do Plenário. A decisão de constitucionalidade poderá ser tomada pela maioria simples dos julgadores.
h) Quais os efeitos da decisão?
A decisão proferida em sede de argüição de descumprimento fundamental produz efeitos gerais, vinculantes e forma a coisa julgada. O Supremo Tribunal Federal poderá, em face de razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, restringir os efeitos da declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
Poderá o STF manipular os efeitos da decisão na Adpf? Fundamente.
As decisões tomadas no julgamento de ADPFs são irrecorríveis. De igual modo não se admite a interposição de ação rescisória. Para garantir a autoridade da decisão proferida pelo STF, o instrumento processual adequado é a reclamação.
13. Conceitue mandado de segurança e explique sua natureza jurídica.
O mandamus é ação civil, de rito sumário especial. Visa tutelar direito líquido e certo do impetrante (sujeito ativo) contra ato do impetrado (sujeito passivo/ autoridade coatora) eivado de ilegalidade ou de abuso de poder. Tal autoridade deverá estar no exercício de atribuições do Poder Público para que a utilização do writ esteja autorizada. Tem-se, ainda, que o mandado de segurança é direito fundamental do indivíduo e cláusula pétrea. Poderá ser preventivo ou repressivo; individual ou coletivo.
14. Quais as condições constitucionais do mandado de segurança?	
A nossa ilustre carta magna faz referencia expressa ao mandado de segurança em seu Art. 5, LXIX, que assim reza: ´´ conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por hábeas corpus ou hábeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público``.
15. Explique as partes no mandado de segurança. Particular pode ser parte passiva? Cabe contra empresa de transporte escolar particular?
O sujeito ativo, chamado de impetrante é sempre pessoa física ou jurídica, pública ou privada, possuidora do direito líquido e certo. O sujeito passivo, conhecido como impetrado deverá ser a pessoa jurídica de direito público ou privado que esteja no exercício de atribuições do Poder Público. Sim, pode ser particular caso esteja a serviço do governo. Sim, pois esta empresa está no exercício do governo.
16. Qual a natureza das informações em mandado de segurança? Quem, como e para que se prestam as informações em mandado de segurança?
O mandado de segurança é, assim, um remédio constitucional, com natureza de ação civil, posto à disposição de titulares de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão, por ato ou omissão de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. (...) o nome de remédios de Direito Constitucional, ou remédios constitucionais, no sentido de meios postos à disposição dos indivíduos e cidadãos para provocar a intervenção das autoridades competentes, visando sanar, corrigir, ilegalidade e abuso de poder em prejuízo de direitos individuais. Alguns desses remédios revelam-se meios de provocar a atividade jurisdicional, e, então, têm natureza de ação: são ações constitucionais. As informações são para o impetrante que teve o direito líquido e certo lesado pela parte da autoridade tida como coatora.
17. Qual a natureza da liminar em mandado de segurança? Quais os requisitos para a concessão de liminar em mandado de segurança?
Não há dúvida em se afirmar que a medida liminar no mandado de segurança possuí características de medida cautelar. O caráter da medida cautelar no veio a se solidificar no mundo jurídico, com o julgamento unânime do Supremo Tribunal Federal, do agravo regimental no Mandado de Segurança n.º 20.431-DF, relatado pelo Ministro Alfredo Buzaid. Para a concessão da liminar devem ocorrer os dois requisitos legais, ou seja, a relevância dos motivos em que se assenta o pedido na inicial e a possibilidade da ocorrência de lesão irreparável ao direito do impetrante se vier a ser reconhecido na decisão de mérito. A liminar não é uma liberalidade da Justiça; é medida acauteladora do direito do impetrante, que não pode ser negada quando ocorrem seus pressupostos como, também, não deve ser concebida quando ausentes os requisitos de sua admissibilidade. Existe um juízo técnico-jurídico determinado, não se colocando a discricionariedade do juiz.
18. Quais os efeitos da decisão concessiva de mandado de segurança?
A respeito da sentença no mandado de segurança, a doutrina é tranqüila em afirmar que a sentença pode ter caráter condenatório, com (ex: art. 1º, da Lei 5.021/66, quanto aos débitos posteriores à sentença) ou sem (art. 5º, da Lei 4348/64 e art. 1º, §3º, da Lei 5.021/66 – quanto aos débitos anteriores à sentença) caráter mandamental, constitutiva (ex: desconstitui ato administrativo), sendo em todos esses casos, em maior ou menor grau, declaratória.
	
19. Denegação de segurança faz coisa julgada? Explique.
Por tudo quanto até aqui foi exposto, pode-se dizer que o direito líquido e certo no mandado de segurança não constitui algum pressuposto de admissibilidade do exame do mérito do processo (art. 269, CPC), porque simplesmente este pode ser extinto com ou sem resolução de mérito na hipótese pura e simples de ausência de liquidez e certeza do direito. Deveras, a denegação por ausência de direito líquido e certo se dá tanto por necessidade de dilação probatória (carência de provas) ou pela certificação (declaração) de inexistência do direito no mérito e a fundo. Porém, em ambas as hipóteses, a segurança será denegada. Assim é que, pela redação do art. 6º, § 6º, da nova lei do Mandado de Segurança, a denegação pode fazer coisa julgada formal ou simplesmente material. Se a denegação ocorre por insuficiência de provas, necessidade de dilação probatória em virtude de faticidade controvertível, então a coisa julgada será meramente formal
(processual). Porém, se a denegação se der em virtude da certificação (declaração) da inequívoca inexistência do direito alegado pelo impetrante, então a coisa julgada será material.
20. Quais os recursos em mandado de segurança?
O mandado de segurança é verdadeira ação, pelo que no estudo de referida ação devem ser aplicadas, de forma subsidiária, as normas do Código de Processo Civil. Desta forma, entende-se que os recursos previstos no Código de Processo Civil são perfeitamente compatíveis com o mandado de segurança. De fato, as normas do Código de Processo Civil somente não devem adotadas no regime do mandado de segurança quando houver disposição expressa, na lei especial, qual seja a Lei 1.533/51, proibindo a utilização de determinado recurso.
21. Cabe mandado de segurança contra lei em tese?
Não, o mandado de segurança é um instrumento de controle difuso, lei em tese é ADPF. Não cabe Mandado de Segurança contra lei em tese, apenas contra fato concreto.
22. Pode haver execução reparatória no mandado de segurança?
Não, é um provimento condenatório. Reconhecer o direito, corrigir, declarar a ilegalidade. 
23. Quais as condições e características do mandado de segurança coletivo? A sua natureza jurídica é a mesma do mandado de segurança singular?
Com o mandado de segurança coletivo, visa-se a proteção de direito liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, contra atos ou omissões ilegais ou com abuso de poder de autoridade, buscando a preservação (preventivo) ou reparação (repressivo) de interesses transindividuais, sejam os individuais homogêneos, sejam coletivos.
24. O que significa “pertinência temática” e como ela é aplicada no mandado de segurança coletivo?
Ao se referir à defesa dos interesses dos membros ou associados, a Constituição determinou a necessária existência de pertinência temática do objeto da ação coletiva com os objetivos institucionais, entidade de classe ou associados. Cuida-se da verdadeira substituição processual (legitimação extraordinária) da entidades representando direito alheios de seus associados. 
25. Qual o objeto do Habeas Data?
Ação de Habeas data tem como objeto o acesso a informação ou a retificação desta. Admite-se que além do pedido de acesso a informação, seja solicitada também a retificação desta, quando realizada de forma inadequada ou em falta com a verdade.
26. Qual a importância da fase pré-judicial do habeas data?
Para ingressar com habeas data, a Lei nº 9.507/97, em seu artigo 8º, parágrafo único e incisos, exige que o impetrante comprove a recusa ao acesso ou retificação das informações ou decurso injustificado de prazo pela autoridade, sob pena de extinção do processo.
Como essa recusa, expressa ou tácita, de prestar ou retificar as informações do impetrante, tornou-se condição sine qua non para o ingresso com o writ, a Lei nº 9.507/97, em seus artigos 2º a 4º, estabeleceu um rito pré-processual, que será levado a efeito sem a participação da autoridade judiciária, envolvendo apenas o futuro impetrante e impetrado.
Antes de impetrar, precisa requerer de forma administrativa.
27. Quais os requisitos específicos da petição inicial do habeas data?	
A petição inicial de habeas data, tal como a ação de mandado de segurança, necessita para a sua instrução, prova pré-constituída da recusa das informações pela autoridade responsável pelo armazenamento de dados. Esta vem sendo a orientação do Superior Tribunal de Justiça, com a edição da Súmula de nº 02 daquela corte e que reza: “Não cabe ‘habeas data’ (CF, art. 5º LXXII), a) se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa.”	
28. Há possibilidade de concessão de liminar no habeas data? Explique.
O rito do habeas data é bastante célere, inclusive com exigência de cumprimentos de prazos exíguos, sem dilação probatória e contanto com prioridade legal para o julgamento.
Diante disso, a princípio não haveria necessidade de concessão de medida liminar ou tutela antecipada. Tanto isso é verdade que a Lei nº 9.507/97, que regula o habeas data, não previu expressamente a concessão de liminar ou antecipação de tutela.
Contudo, os pretórios pátrios, inclusive o Supremo Tribunal Federal, têm sido bastante flexíveis na concessão de tutelas antecipatórias ou liminares em processos.
29. Qual a natureza jurídica do habeas corpus e quem são os personagens? É recurso?
O habeas corpus é uma ação mandamental. Impetrante, autoridade coatora. Não é recurso é ação.
30. Quais as espécies e quais os respectivos pedidos específicos?
Habeas corpus preventivo- quando alguém se achar ameaçado. Habeas corpus repressivo – para cessar a violência ou coação. 
31. É possível a utilização de habeas corpus em relação a punições disciplinares militares?
As restrições quanto ao cabimento do habeas corpus estão especificadas nos art. 136 (estado de defesa), 137 (estado de sítio) e 142 § 2° (punições disciplinares militares) da Constituição Federal.
Muito embora os arts. 136 e 137 que se referem ao estado de defesa (art. 136, CF) e ao estado de sítio (art. 137, CF), não façam a restrição expressa quanto ao cabimento do habeas corpus é de se notar que durante a vigência dos referidos períodos de exceção muitos direitos e garantias individuais são suspensos.
32. Indique e explique duas hipóteses de cabimento do habeas corpus.
Ilegalidade: O cabimento do habeas corpus "contra ilegalidade e abuso de poder" está geograficamente situado no art. 5º da Constituição Federal, ou seja, entre as cláusulas pétreas. 
O habeas corpus não poderá ser utilizado para a correção inidônea que não implique coação a liberdade de ir, permanecer e vir. 
Na defesa da liberdade de locomoção, cabe ao Poder Judiciário considerar ato de constrangimento que não tenha sido apontado em petição inicial. Da mesma forma, pode atuar no tocante à extensão da ordem, deferindo-a aquém ou além do que pleiteado.
33. Há possibilidade de concessão de liminar no habeas corpus? Explique.
A possibilidade da concessão de medida liminar em habeas corpus, se dá de forma excepcional, em casos em que se demonstre, de modo inequívoco, dada a natureza do próprio pedido, a presença dos requisitos autorizadores da medida. Em um primeiro exame, tenho por ausentes tais requisitos.
Em ambas as espécies haverá possibilidade de concessão de medida de liminar, para se evitar possível constrangimento à liberdade de locomoção irreparável.

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