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1.3-CapÝtulo_II

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II – EDUCAÇÃO ESPECIAL
A adaptação das formas de ensino deve contemplar todos os níveis e fases do 
planejamento e do desenvolvimento da ação educativa. Todos os alunos, 
independentemente de suas características pessoais e de sua origem sociocultural, 
devem ter acesso, durante a educação básica, às experiências educativas consideradas 
essenciais para o seu desenvolvimento e sua socialização.
 Considerar as diversidade dos alunos consiste em uma adaptação das formas de 
ensino em função de suas características individuais, mas preservando os mesmos 
objetivos e conteúdos.
Exigir a atenção à diversidade sobre o princípio que rege a ação educativa obriga 
a tomar decisões que favoreçam a adaptação do ensino à diversidade dos alunos em 
todos os níveis que intervêm na configuração das práticas educativas escolares.
Objetivo: Analisar a diversidade dos alunos consiste em identificar/ diagnosticar as 
capacidades dos alunos e orientá-los para vias formativas com objetivos e conteúdos 
diferenciados e ajustados às suas capacidades.
2.1 - NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
 Educação especial é a modalidade de educação escolar assegurada por lei1, 
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para *educandos portadores de 
necessidades especiais2, mas quando necessário, complementar-se-a com serviços de 
apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de 
educação especial. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas do aluno, não for 
possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
A expressão "necessidades educativas especiais" refere-se a todas as 
pessoas cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas 
dificuldades de aprendizagem e têm, portanto, necessidades 
educativas especiais em algum momento de sua escolarização. 
(Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades 
Educativas Especiais).
 O provimento de educação especial é dever constitucional do Estado e tem início 
na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil, assegurando aos 
educandos com necessidades especiais, currículos, professores e outras condições de 
organização escolar adequadas às necessidades, inclusive dos superdotados. 
 Iniciou um processo de reintegração da criança portadora de deficiências ou 
distúrbios de aprendizagem na Escola e classes comuns, movimento este conhecido 
mundialmente como Educação Inclusiva, o qual propõe atendimento da criança em 
1 A Educação Especial na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9394 de 20 de dezembro de 
1996
2 * Pessoas Portadoras de Deficiências. São pessoas que apresentam necessidades próprias e diferentes que 
requerem atenção específica em virtude de sua condição de deficiência. Genericamente também são 
chamados de portadores de necessidades especiais. (Política Nacional de Educação Especial: livro 1 - 
MEC/MEC). São pessoas que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, 
decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente, que acarretam dificuldades em sua 
interação com o meio físico e social. (Política Nacional de Educação Especial: livro 1 - MEC/MEC).
classes comuns, garantindo-se as especificidades necessárias, com um atendimento de 
um professor especialista ao professor da classe comum. Trata-se, portanto, de duas 
questões - o direito à educação, comum a todas as pessoas, e o direito de receber essa 
educação sempre que possível junto com as demais pessoas nas escolas "regulares".
As deficiências ou necessidades especiais
São todas as necessidades decorrentes do contexto de vida, 
particularmente das características da incapacidade, da Pessoa 
Portadora de Deficiência, que devem ser considerada para que possa 
exercer todas a funções, direitos e deveres sociais. Assinala 
necessidade de garantir determinadas condições para garantia da 
igualdade de oportunidades. (Política de Atenção à Pessoa Portadora 
de Deficiência no Sistema Único de Saúde- Ministério da Saúde).
Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, 
fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho 
de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser 
humano. (Decreto Nº 3298, de 20 de dezembro de 1999)
 O documento que norteia a Educação Inclusiva é a Declaração de Salamanca, é 
uma declaração de direitos e uma proposta de ação. Surgiu na Conferência Mundial, 
patrocinada pela UNESCO em junho de 1994, em Salamanca, na Espanha. Tem como 
objetivo maior garantir o direito a todos os alunos, com qualquer grau de deficiência ou 
distúrbio de aprendizagem, ao que comumente chamamos e Educação Comum. A 
Constituição Federal estabelece o direito das pessoas com necessidades especiais 
receberem educação preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208, III).
A diretriz atual é a da plena integração dessas pessoas em todas as áreas da sociedade.
A Organização Mundial de Saúde estima que em torno de 10% da 
população têm necessidades especiais. Estas podem ser de diversas 
ordens - visuais, auditivas, físicas, mentais, múltiplas, distúrbios de 
conduta e também superdotação ou altas habilidades. Se essa 
estimativa se aplicar também no Brasil, teremos cerca de 15 milhões 
de pessoas com necessidades especiais. Os números de matrícula 
nos estabelecimentos escolares são tão baixos que não permitem 
qualquer confronto com aquele contingente. Em 1998, havia 293.403 
alunos, distribuídos da seguinte forma: 58% com problemas mentais; 
13,8%, com deficiências múltiplas; 12%, com problemas de audição; 
3,1% de visão; 4,5%, com problemas físicos; 2,4%, de conduta. 
Apenas 0,3% com altas habilidades ou eram superdotados e 5,9% 
recebiam "outro tipo de atendimento"(Sinopse Estatística da Educação 
Básica/Censo Escolar 1998, do MEC/INEP)
Percebe-se que o déficit é muito grande e não é de hoje e, constitui um desafio 
imenso para os sistemas de Ensino, pois diversas ações devem ser realizadas ao mesmo 
tempo, tais como: sensibilização dos demais alunos e da comunidade em geral para a 
integração; das pessoas com diversos tipos de deficiência
- Física - é uma variedade de condições não sensoriais que afetam o 
indivíduo em termos de mobilidade, coordenação motora geral ou da 
fala, como decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e 
ortopédicas, ou ainda, de más-formações congênitas ou adquiridas.
- Mental - caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual 
geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de 
desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou 
mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em 
responder adequadamente às demandas da sociedade, nos seguintes 
aspectos: comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais, 
desempenho na família e comunidade, independência na locomoção, 
saúde e segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho.
- Deficiência Múltipla - é a associação, no mesmo indivíduo, de duas 
ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física), com 
comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global 
e na capacidade adaptativa.
- Auditiva - é a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da 
capacidade de compreender a fala pelo ouvido.
 - Visual - é a redução ou perda total da capacidade de ver com o 
melhor olho e após a melhor correção ótica. Manifesta-secomo:
- Cegueira: perda da visão, em ambos os olhos, de menos de 0,1, no 
olho melhor, e após correção, ou um campo visual não excedente de 
20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com o uso de 
lentes para correção. Visão reduzida: acuidade visual entre 6/20 e 
6/60, no melhor olho, após correção máxima. (DROUET,1990)
adaptações curriculares; qualificação dos professores para o atendimento nas 
escolas regulares; a especialização de professores no atendimento das novas escolas 
especiais; materiais pedagógicos adequados para as diferentes necessidades, adaptação 
das escolas para que os alunos especiais possam nelas transitar e; oferta de transporte 
escolar adaptado, etc.
Os portadores de necessidades especiais precisam exatamente das mesmas 
coisas que qualquer um de nós: dignidade, respeito, liberdade, educação, saúde, lazer, 
assistência social, trabalho e amparo. Direitos fundamentais e inalienáveis de todos os 
seres humanos. 
O ambiente escolar como um todo deve ser sensibilizado para uma perfeita 
integração. Propõe-se uma escola integradora, inclusiva, aberta à diversidade dos alunos. 
Sendo assim, as tendências recentes dos sistemas de ensino são:
. integração/inclusão - do aluno com necessidades especiais no 
sistema regular de ensino e, se isto não for possível em função das 
necessidades do educando, realizar o atendimento em classes e 
escolas especializadas;
. ampliação - do regulamento das escolas especiais para prestarem 
apoio e orientação aos programas de integração, além do atendimento 
específico;
. melhoria - da qualificação dos professores do ensino fundamental 
para essa clientela;
. expansão - da oferta dos cursos de formação/especialização pelas 
universidades e escolas normais.(BUENO, 1993)
Quanto mais cedo se der a intervenção educacional, mais eficaz ela se tornará no 
decorrer dos anos, produzindo efeitos mais profundos sobre o desenvolvimento das 
crianças. 
Considerando as questões envolvidas no desenvolvimento e na aprendizagem das 
crianças, jovens e adultos com necessidades especiais, a articulação e a cooperação 
entre os setores de educação, saúde e assistência é fundamental e potencializa a ação 
de cada um deles.
Garantir o atendimento à diversidade humana é o grande avanço que a Educação 
deverá produzir nessa década.
Indicações de Leituras Complementares
BRASIL. Conselho Federal de Educação. Parecer n. 295/69. 
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Centro Nacional de Educação Especial-
CENESP. Diretrizes básicas para ação do Centro Nacional de Educação Especial. 
Brasília, MEC/CENESP, 1974. 
BUENO, José Geraldo Silveira. Educação especial brasileira: integração/segregação do 
aluno diferente. São Paulo, EDUC/PUCSP, 1993. 
CONFERÊNCIA MUNDIAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Declaração de Salamanca. 
Salamanca, 1994. 
DROUET, Ruth.C.R. Dstúrbios da Aprendizagem. Ed. Ática, 1990
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL: livro 1/MEC/SEESP)

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