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A constituição da EIRELI por pessoa jurídica

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A possibilidade de constituição de EIRELI por pessoa jurídica
A empresa individual de responsabilidade limitada – EIRELI é constituída por apenas uma pessoa natural. Ela foi criada justamente para limitar a responsabilidade do empresário ao valor do seu capital social que não pode ser inferior a 100 (cem) salários-mínimos. 
No dia 11 de julho de 2011, entrou em vigor a lei federal nº 12.441 que altera a lei de nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (código civil).
A primeira alteração foi no artigo 44 da lei 10.406 onde acrescenta o inciso VI, que coloca a empresa individual de responsabilidade limitada como pessoa jurídica de direito privado. A segunda alteração acrescenta o artigo 980-A que diz em seu caput: “A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.” 
Desde que a lei federal nº 12.441/2011 entrou em vigor, há uma grande discussão sobre a possibilidade da empresa individual de responsabilidade limitada – EIRELI ser constituída por uma pessoa jurídica. Isso porque o artigo 980-A disposto na lei substitui o termo “pessoa natural” por “uma única pessoa”, dando a entender que não há limitação ao constituir uma EIRELI, podendo ser feita tanto por uma pessoa física como por uma pessoa jurídica que tenha a totalidade integralizada do capital social da empresa. Ressaltando o artigo 980-A no dispositivo §2º o legislador ainda menciona que a pessoa natural que constituir uma EIRELI, somente poderá figurar uma única empresa dessa modalidade, dando a entender também que no caso da pessoa jurídica esse dispositivo não se aplica.
Em 2009 nasceu um projeto de lei nº 4.605 que deu origem a lei de nº 11.441/2011 onde a intenção do legislador era de permitir a constituição da EIRELI pela pessoa física ou jurídica, mas o Departamento Nacional de Registro e Comércio – DNRC que tem como função orientar as Juntas Comerciais a seguir as normas e regulamentos legais, publicou uma instrução normativa 117/2011 vedando em seu item, 1.2.11, a possibilidade da pessoa jurídica ser titular de EIRELI, dizendo: “Não pode ser titular de EIRELI a pessoa jurídica, bem assim a pessoa natural impedida por norma constitucional ou por lei especial.”. Tal instrução fere diretamente os princípios constitucionais da legalidade e de liberdade dispostos no artigo 5º, inciso II da Constituição Federal Brasileira de 1988, segundo o qual diz: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”
O poder judiciário mostrou-se favorável a constituição de uma empresa individual de responsabilidade limitada por uma pessoa jurídica através de uma liminar concedida perante a justiça do Rio de Janeiro, dando-se o seu repúdio a ilegalidade imposta pelo Departamento Nacional de Registro e Comércio – DNRC.
Concluindo o caso em questão, nota-se que a intenção do legislador perante o processo que originou a lei nº 11.441/2011 não era de proibir, e sim de possibilitar que uma EIRELI fosse constituída pela pessoa física (natural) ou jurídica. Porém, enquanto a DNCR não entrar em harmonia com a lei de nº 11.441/2011 tirando sua instrução normativa 117/2011, a pessoa jurídica que procura constituir uma empresa individual de responsabilidade limitada encontrará grandes dificuldades no momento do registro da empresa em razão da restrição contida especificadamente no item 1.2.11 da instrução normativa, onde que, os interessados terão que recorrer perante a Poder Judiciário, argumentando as ilegalidades trazidas pela instrução normativa.
O doutrinador Marlon Tomazette afirma em seu livro “Curso de direito empresarial – teoria geral e direito societário.” Que essa mudança criaria uma nova classe de pessoa jurídica de direito privado, no qual, consente com o inciso VI do artigo 44 da lei 10.406/2002 e que a constituição se justificaria pela complexidade de sua organização; e pela polaridade dos múltiplos interesses, tratando-se do reconhecimento do perfil da empresa. O doutrinador afirma também que esse plano sofre críticas, pois, não é a personalização da sociedade que limita a responsabilidade e sim a existência da regra que abrange tal limitação já que nem toda pessoa jurídica está associada a responsabilidade.
Tomazette não deixa de destacar a importância desse instrumento para os interessados, mas conclui que não haveria motivos para fazer com que a EIRELI pudesse ser criada por uma pessoa jurídica, em vez que não seria adequado já que a empresa é criada com os fins já almejados.

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