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Helinaldo Correa da conceicao 2014 Helinaldo Corrêa Universidade do Estado do Amazonas 30/09/2014 DENTISTICA II Helinaldo Correa da Conceição 1) Restaurações Diretas em Resinas Compostas 2) Anatomia em Dentistica 3) Forramento em Dentistica 4) Controle Químico do Biofilme 5) Proteção Pulpar 6) Sistemas Adesivos Helinaldo Correa da Conceição (Aula I) Restaurações Diretas em Resinas Compostas em dentes Anteriores. Durante a primeira metade do século XX, o silicato era o único material restaurador estético disponível para restaurações dentárias. Embora os silicatos promovam a liberação de flúor, não são mais utilizados em restaurações de dentes permanentes, pois se desgastam acentuadamente em poucos anos. Resinas acrílicas similares àquelas utilizadas para a confecção de moldeiras individuais para moldagens e dentaduras (polimetacrilato de metila “PMMA”) substituíram os silicatos no final da década de 1940 e inicio da década de 1950, graças a sua aparência similar aos dentes, insolubilidade no meio oral, facilidade de manipulação e seu baixo custo. No entanto, as resinas acrílicas também possuem uma baixa resistência ao desgaste, e se contraem de forma bastante acentuada durante a polimerização. A expansão e contração térmicas exageradas das resinas compostas foram reduzidas com a incorporação de pó de quartzo, formando uma estrutura composta. As primeiras resinas compostas a base de PMMA não foram muito bem sucedidas, em parte porque as partículas de carga simplesmente reduziam o volume de resina no polímero formado, mas não se uniam a esta. Com isso, formavam – se defeitos entre as partículas mecanicamente retidas e a resina em volta, produzindo infiltração, manchas e levando, também, a uma menor resistência ao desgaste. (ANUSAVICE, 2005) Entre os desafios da odontologia destaca-se o de encontrar um material restaurador que restabeleça a função do elemento dental, apresente resistência à abrasão adequada, boa adaptação marginal, biocompatibilidade e reproduza a cor natural dos dentes (BARATIERI et al., 1992; BRITO et al., 2007; DRUMMOND, 2008). O material deve ter boas características ópticas e propriedades físicas semelhantes às dos tecidos dentais (ZIMMERLI et al., 2010). Esse material representou uma mudança muito grande na odontologia. Vocês imaginem que no final dos anos 50 esse material começou a ser desenvolvido. Tem alguns nomes que precisam ser lembrado na odontologia porque praticamente são os pais do que nós fazemos hoje na odontologia. Um desses nomes é o Bowen (Ralph Lee Bowen). Ele começou a trabalhar com esse material e introduziu no mercado. Até então, o que se utilizava mais parecido com dente para fazer uma restauração mais estética era a resina acrílica e a resina de silicato, resinas acrílicas principalmente. Resina acrílica é um material bem poroso, contraía absurdamente e infiltrava muito. Nessa fase, Michel Bunocore, 1955 no final dos anos 50 teve uma mudança absurda na odontologia. Nesse tempo que o Bowen estava desenvolvendo essa resina que Helinaldo Correa da Conceição trabalhamos agora. Outro cara chamado de Pomatores é responsável por essas sistemáticas de restaurações adesivas que temos hoje na odontologia. Ele que começou a usar ácidos para condicionar as estruturas. O ataque ou o condicionamento ácido. O Ralph Lee Bowen, 1956 pegou a resina acrílica e misturou com Bis- GMA e viu que isso contraía menos e nessa mesma época o Pomatores começou a desenvolver o condicionamento ácido. Então com o condicionamento ácido tínhamos uma resina acrílica que grudava um pouco mais nas paredes e diminuía mais ainda a infiltração. Imaginem que isso era uma coisa ainda muito no início. Até hoje ainda temos problemas de infiltração e ainda se pesquisa isso para melhorar. No anos 60 alguém já passou a colocar carga nesse material porque somente a massa contraía muito ainda. As resinas compostas são chamadas assim porque são compostas de uma matriz orgânica e uma inorgânica mais também temos outros componentes. Temos ativadores, iniciadores, inibidores, pigmentos e temos opacificadores. Se falarmos em matriz orgânica estamos falando do corpo, da estrutura da resina. Quando se faz massa de cimento ou concreto, se faz a massa e depois coloca pedras para ficar resistente e então vira concreto. Só que com o tempo a massa vai saindo e vai ficando uns pedaços de pedras aparecendo, essas pedras são a carga inorgânica, normalmente são quartzo ou sílica tudo relacionado com vidro, vamos falar assim. Temos os ativadores e iniciadores, que são colocados e fazem a resina endurecer. Quando usamos a resina fotopolimerizável, que é o que temos aqui, o ativador é a luz. Ela ativa o iniciador que é a canforoquinona que vai começar o processo de polimerização. Polimerização que é os monômeros dessa massa orgânica que começam a se encadear, as moléculas vão fazendo uma corrente e se travando uma na outra por isso que o material contrai. Os monômeros têm que se aproximar fazer cadeia e contrair. Temos também o inibidor, porque se eu pegar uma resina fotopolimerizável e abrir a tampinha, tirar uma parte, quando chegar na cavidade já vai estar dura. Então os inibidores são utilizados para isso, para deixar a resina guardada por um tempo e manter-se usável sem endurecer dentro do vidro. Observe: Inibidor=> Produto químico adicionado às resinas para promover maior tempo de trabalho e aumentar o tempo de armazenamento, por diminuir a polimerização espontânea da mesma. Helinaldo Correa da Conceição Iniciador=> Produto químico formador de radicais livres utilizados para iniciar a reação de polimerização. Ele entra em uma reação química e se torna parte do polímero final criado; logo, não é um catalizador. Temos que ter pigmentos diferentes de acordo com o dente do paciente e radiopacificadores. Os radiopacificadores servem para enxergar a resina composta quando se faz uma radiografia. Antigamente você fazia uma radiografia e no lugar da resina ficava um buraco, se você tinha uma infiltração embaixo da restauração não teria como saber. Agora se enxergarmos a resina e embaixo ter uma imagem radiolúcida vamos saber que tem uma infiltração embaixo da restauração, por isso, é importante ter radiopacificadores. O mais importante é saber que esse material é composto de uma matriz orgânica e uma inorgânica. Tudo começou com a matriz orgânica e tínhamos aquele material que era colocado lá, mas ficava muito mole, desgastava muito rápido. É a história do cimento quando quer fazer uma coluna forte se faz uma coluna de concreto, não de cimento. E então começaram a colocar carga e as primeiras resinas com cargas que apareceram foram as macroparticulares, somente mais tarde, as microparticulares. São partículas grandes cerca de 15 micrômetros. Isso em primeiro lugar era para aumentar a resistência. Essas resinas tinham 70% de carga e 30% de matriz orgânica era muita pedra e pouca massa. Ótimo. Conseguiu aumentar a resistência mais não deu certo. Por que não deu certo? O que aconteceu? Vamos imaginar uma coluna na beira do rio e a água batendo e aquela massa mais molinha começa a desgastar com o tempo. O desgaste natural. Então começa aparecer a pedra e depois aquela pedra cai e ficará aquele buraco gigante. Então, a degradação é muito grande. Rapidamente essa resina ficava muito fosca porque ela estava toda desregular, juntava muita placa em volta e então sofre uma degradação muito rápida. Você não conseguia polir, deixar liso. Porque quando fazemos polimento usamos algo abrasivo para desgastar. Só que essas pedras eram tão grandes que quando o instrumento passavapara desgastar, não desgastava a pedra, saía um Pedrão e não conseguia dar polimento ficava sempre fosco e ficava com uma degradação muito rápido. Então o problema era a carga. E o que foi feito? Foi feito as micropartículas. Colocaram carga pequenininha para resolver o problema. Só que não foi tão bonito assim. Começaram a colocar carga de 0,01 0,06. Só que Bis GMA é duro. Vocês Helinaldo Correa da Conceição imaginem colocar uma pedra pequena aqui dentro. Uma pedra grande eu pego e empurro agora uma pedra pequena para eu empurrar e colocar para dentro é difícil. Aqui eu não consigo mais por carga, ela não entra é tão pequenininha que não tenho como colocar. Com ela tenho menos carga e mais matéria orgânica. Tem mais massa. Ela é mais translúcida. É fácil polir a massa, consigo dar alto grau de polimento. O problema é que só massa, grau de resistência não tem mais. Não tem resistência ao desgaste, então voltamos ao primeiro problema com um pouco mais de carga. Mas com o problema de baixa resistência ao desgaste. Tem um excelente polimento. Mas não tinha resistência ao desgaste. Uma resina dessa só serve para dentes anteriores. Praticamente não existe quase nada dessa resina no mercado, mas ainda existe. Quando por exemplo vamos fazer uma classe IV, bem pertinho da gengiva que queremos um grau alto de polimento, essa resina funciona muito bem nessas regiões. Porque ela não recebe impacto e tem que ter um ótimo polimento. Estamos fazendo uma classificação da resina baseada na carga. Existem outras classificações. Existe quanto a viscosidade dela. Resinas de alta e de baixa viscosidade. Existem também pela forma de ativação dela, resinas fotoativáveis e quimicamente ativáveis. Por carga é uma maneira mais fácil de classificar. A outra ideia que tiveram foi de fazer uma resina hibrida, pegaram um pouco de microparticulas mais um pouco de macroparticulas mistura isso e faz uma resina que a gente consiga tem polimento e resistência ao desgaste. Hoje é muito difícil de encontrar no mercado as resinas híbridas vamos encontrar as resinas não híbridas ou micro híbridas porque elas tem uso universal que podem usar na frente ou atrás, tem um polimento razoável logo que faz, depois de uns oito meses ou um ano o paciente precisa dar um novo polimento na resina porque ela está mais fosca. O polimento é importante para diminuir o acúmulo de placa na restauração, estética ficar mais parecida com o esmalte brilhante e a terceira razão é muito importante. Quanto mais lisa for a restauração mais resistente ao desgaste ela é (Ele dar um exemplo de uma folha de lixa e uma folha de papel ofício. Esfregando os dois na parede o papel ofício causará um desgaste menor.) Isso quer dizer que quanto mais liso, mais resistência ao desgaste eu tenho. Por isso o polimento é importante. Há uns (08 ou 18) anos a 3M começou a desenvolver as nanopartículas. Isso é uma coisa importante para vocês entenderem. Como eu posso ter uma carga que é menor que aquelas na micropartículadas e mesmo assim a resina tem uma elevada quantidade de carga? Como vou conseguir colocar essas cargas e muitas cargas. Helinaldo Correa da Conceição Eles fizeram as partículas manométricas bem pequenas e as maiores. Eles conseguiram juntar um monte de pedra menor e fazer uma partícula maior, feita de muitas pedras pequenininhas. Quando eu vou cortar essa partícula, eu não corto ela fora, eu corto as pequenas que tem nela, e as outras ficam na superfície. E como ela é maior eu consigo empurrar e dar o polimento. Tem uma resina de auto-polimento e alta resistência. Quando tem uma partícula maior feita de partículas menores, quando corta ela fica ali. Entendemos o material. Temos que entender mais uma coisa antes de usar resina. Temos que entender que esse material tem características óticas importante, não vamos falar de todas elas. Vamos falar pelo menos de translucidez que é importante. Tem outras características importantes. Fluorescência, copalescência são características óticas importantes que tem na resina composta. O que vocês precisam saber é a translucidez. A resina composta apresenta diferentes graus de translucidez. Isso é importante porque as estruturas do dente têm diferentes graus de translucidez. Temos resina que tem que copiar a dentina que tem baixa translucidez e temos resina que tem que copiar o esmalte com alta translucidez. A resina de dentina tem de 7% a 8% de translucidez. Pouco, ela é muito opaca. Translucidez significa que esse corpo permite alguma passagem de luz, mas não toda luz. O vidro, por exemplo, tem alta translucidez. É importante saberem principalmente, que quando forem trabalhar em dentes anteriores têm que trabalhar com esse grau de translucidez variado. Em dentes posteriores também, mas em dentes anteriores necessita de uma restauração mais estética. Quais as vantagens da resina composta? Estética. O preparo é fácil. Não precisa fazer aquelas cavidades complexas de ângulos diedro, triedros... Aqui não precisa fazer nada disso. Mas também tem desvantagens. Maior problema que tem é o desgaste prematuro, fazer ponto de contato também não é muito simples, controlar a microinfiltração ainda é difícil porque ainda temos os sistemas adesivos que apresentam algum tipo de problema. É complexo de fazer, tem que trabalhar com muito cuidado. Fazer escultura tem gente que acha isso um problema. A sensibilidade pós-operatório é relativa. Se você fizer tudo que tem que fazer, não vai ter. Desgaste prematuro: As restaurações de resina composta elas foram desenvolvidas para ocupar pequenas áreas onde você não tem contato, a princípio são as regiões de cicatrículas e fissuras. São as restaurações classe I, classe II. Não foram feitas para reconstruir dentes inteiros. Helinaldo Correa da Conceição Você até pode reconstruir um dente com resina composta não deve, porque ela não tem resistência suficiente para isso. Depois falam mal da resina. Não é que ela não presta, ela foi mal indicada. Então desgaste prematuro é isso. A resina foi feito restaurar cavidades pequenas sei que daqui 20 ou 25 anos ela ainda vai estar aí, se eu fiz tudo direitinho. Agora se fiz restaurações grandes a probabilidade desse material ir desgastando é muito mais rápida. Se eu tenho um antagonista de um material mais duro, por exemplo, se tenho uma resina com cerâmica embaixo, quem vai gastar aqui a cerâmica ou o a resina? A resina. Então o antagonista conta muito. Se o paciente tem parafunção ou bruxismo tudo isso conta. Manutenção de contato proximal: para fazermos pontos de contato temos que fazer afastamento. Esse afastamento tem que ser imediato ou mediato. O que faz mesmo é o afastamento imediato. Esse afastamento mediato é aquele que você coloca uma borrachinha no paciente e pede para ele voltar daqui uns dias. Esse é mais difícil. E fazemos mesmo no dia a dia é imediato que fazemos com afastadores mecânicos. As cunhas são as principais. Vamos dar uma olhada nessas duas imagens. Tenho uma cavidade OD. Imaginem que coloquei essa matriz dessa forma aí. A matriz tem uma espessura. Ela ocupa espaço. Se ela ocupa espaço esse espaço precisa ser condensado. Então se eu faço minha restauração e tiro minha matriz o que vai acontecer? O espaço que ela ocupava vai ficar. E não vai ter ponto de contato. Para compensar esse espaço preciso de um afastamento mecânico. Preciso empurrar ele para o outro lado para quando eu soltar, ele volte para compensar esse espaço que foi perdido. Se eu deixar esse espaço, toda vez que o paciente for comer vai acumular comida nesse espaço. Precisamos gerar afastamento mecânico, temos que usar cunha para empurrar o dente para o lado. E Qual é o problema de usar essa técnica? Eu tenho dois espaços sendo ocupado aqui. Eu não uso esse tipo de matriz para fazer resina composta. Usamos a matrizindividual, usa a Mariz somente de um lado, não precisa usar esse arco aqui. Mesmo quando temos uma cavidade MOD, vou usar somente de um lado. Não precisa colocar o material todo de uma vez, coloco em um lado. Faço a crista marginal de um lado, tiro a matriz, se ela tiver em bom estado posso até usar a mesma no outro lado. Um de cada vez. Uma restauração complexa transformou em uma restauração classe I. Não usamos matriz de poliéster em dentes posteriores, porque ela é mole difícil de trabalhar e não consegui gerar afastamento mecânico. Só usa em dentes anteriores. Isso vai cair na prova. Helinaldo Correa da Conceição Em dentes posteriores usa apenas matriz de aço. E essas matrizes assim não servem para resina, serve para amálgama. Utilizamos a cunha de madeira. As cunhas de plástico não servem porque o plástico não gera afastamento, ele amassa. Como vamos saber se a cunha afastou mesmo? No momento em que você estiver colocando a cunha de madeira o paciente tem que sentir um incômodo (dor). Tem que observar a reação do paciente. Podemos fabricar a matriz, recorta e vai esfregando com o cabo do bisturi e a matriz vai ficando com uma curvinha. Então dá para usar a matriz de aço 0,7, 0,5 normal. Não precisa comprar matriz pré-fabricada. Em relação ao controle de microinfiltração, todo mundo sabe que a resina contrai muito e essa contração leva a vários problemas. Leva a sensibilidade pós- operatório. Dor, depois vamos entrar nesse detalhe. Tem algumas coisas que vamos fazer para evitar isso, o sistema adesivo tem um papel importante nesse controle de infiltração muito grande, outro fator importante é o tipo de dente, dentina. Se for uma dentina nova, secundária terciária reacional. Quando falamos de dentina tem muita coisa que entra naquele componente que influencia. A dentina é um tecido mais vivo mais orgânico do que o esmalte. Tem água, fibras colágenas. Vai ter todo um trabalho. Em outra aula vamos ver melhor sobre sistema adesivo. Agora nesse ponto que estamos falando de resina composta o que podemos fazer para diminuir um pouco esse problema de contração de polimerização e por consequência diminuir a sensibilidade pós-operatório e infiltração marginal são técnicas incrementais de restaurações. Colocando aos poucos, conseguimos compensar a resina que acabou de contrair. Essa é a técnica que usamos. Se falar, mos de técnica incremental temos que falar de fator C. Que significa fator de configuração cavitária. É um sistema equatorial. Colocamos o número de superfícies aderidas sob o numero de superfícies livres. Não precisa fazer esse cálculo é somente para vocês entenderem que quando tiver o valor de 1 a 1,5 significa que vai estar bem se passar disso está mal. C = ������í� �� ���� ��� ������í� �� ���� Vamos ver essa caixa aqui, ela é uma caixa proximal. Temos 4 paredes nessa caixa: axial, gengival, vestibular e uma lingual. E livre vamos ter uma só. Então temos quatro aderidas divididos por uma livre. Vai dar quatro. Um número muito alto A probabilidade de contração é muito grande. O fator C é alto. Helinaldo Correa da Conceição Se colocar resina nessa condição, vamos ter duas paredes livres e aqui em vez de ter 4 paredes aderidas vamos ter 3 paredes. E três divido por já diminui e poderia diminuir mais. Tem que compensar porque quando a resina contrai é muita força. Algumas orientações para vocês: tem que conhecer a anatomia, tem que trazer os macromodelos para olharem. Tem que ter pincel. Cunha apenas de madeira. Tem que ter porta agulha para colocar a cunha. Fica bem melhor de colocar. Tira de lixa fina. (Não é para corta) Lâmina de bisturi n° 12 Tem várias técnicas de restauração. Vamos ensinar uma técnica para vocês. Tem que olhar os pontos de contado do paciente, olhar os contatos oclusais, onde o dente está batendo e os contatos proximais antes de colocar o isolamento absoluto e depois a restauração. Classificação das Resinas Compostas Autores como Lutz et al. e Leinfelder & Taylon têm classificado as resinas compostas de acordo com o tamanho das partículas, tipo e quantidade de carga e tipo de ativação. Classificação Vantagens Desvantagens MACRO - O tamanho das partículas é, em média, superior a 15 m m. As cargas são Quartzo e apresentam cerca de 75% de carga. Apresenta grande resistência Maior aspereza da superfície Maior acúmulo de placa Estética Comprometida MICRO - O tamanho das partículas apresenta uma variação entre 0,01 a 0,1 m m. As cargas são sílica coloidal com 50% de peso. Superfície mais lisa Estética excelente Baixa resistência HÍBRIDA - Mistura de macropartículas com micropartículas. As cargas são Silicato ou Vidro de Bário com 76% de peso. Boa resistência Estética aceitável Não apresenta boa estabilidade de cor MICROHÍBRIDA - Mistura de micropartículas com minipartículas ( com alta carga ). As cargas são Sílica de Bário com o peso variando entre 75% à 80%. Estética excelente Boa resistência Superfície lisa Fácil manuseio Estabilidade de cor Helinaldo Correa da Conceição (Aula II) Anatomia em Dentistica e Resina em Dentes Posteriores. � Passo 1: Preparação do dente O mais importante é que a gente tem que fazer a preparação do dente. O que é isso> A gente tem que olhar o dente e avaliar os pontos de contatos oclusais do paciente, onde ele toca e avaliar também os pontos de contatos interproximais, passar fio dental entre os dentes. Quem já fez isolamento absoluto aqui> provavelmente, alguns de vocês já teve problema com rasgamento de isolamento absoluto, porque rasgava em um contato interproximal mais apertado, identifique essas áreas para deixar menos borracha. O pior erro de vocês aqui, é que tem gente que pega e acha que é melhor primeiro colocar a borracha e depois o grampo, essa técnica não existe!!!! Ou você leva o grampo primeiro e depois a borracha, ou leva o grampo com a borracha, a borracha primeiro depois o grampo dá trabalho, vocês podem fazer, mas é muito mais difícil. Vocês tem que facilitar. P q existem os pontos de contato> porque no final do trabalho vocês vão chegar para o paciente e perguntar> tá alto>> Sei lá, o paciente não sabe o que é isso. A melhor maneira de você saber se a altura está certa, é que os pontos de contato que tinham antes, tem que ser os mesmos pontos que tinham depois da restauração. Você pode fazer contato no dente em que você quiser, dá pra guardar na cabeça, ohhh... tinha um ponto bem aqui. � Dica 1: Grampo 26. Na vida real, preparo a gente faz o preparo cavitário, depois isola, aqui não porque corre o risco de vocês causarem exposição pulpar é enorme. Já que é grande, é melhor a gente estar com isolamento absoluto. Com esse grampo você isola todos os grampos. Só para molar. � Dica 2: Profilaxia. A gente limpa o dente depois que faz o preparo cavitário. Alguns professores vão dizer que não, a gente não está fazendo uma limpeza da cavidade, vocês estão vendo que estou passando a escova de Robson no esmalte não na cavidade. Não precisa limpar a cavidade. P q>> não tem necessidade, o ácido fosfórico vai fazer isso. Limpar com pedra pomes e água, não pasta profilática. A gente tem só que avaliar se o tecido precisa ou não ser removido. Bom, antigamente a gente falava que vocês tinham que colocar o ácido fosfórico só no esmalte esperar uns 15s e depois colocar 15s na área da dentina, totalizando 30s. Vocês ainda podem fazer isso, Helinaldo Correa da Conceição vocês podem condicionar por mais tempo no esmalte, o que vocês não podem é condicionar por mais de 15s na área na dentina, porque há excesso de desmineralização do tecido, condicionamento ácido mais aprofundado e o monômero do seu adesivo não vai penetrar aquele espaço que precisa,vai ficar uma área vazia embaixo. É importante ter medo com a dentina, no esmalte menos porque é mais mineralizado, menos orgânico, aceita um tempo mais longo de condicionamento, podemos fazer condicionamento de 15s em tudo de uma só vez. Sim, 15s é suficiente pra o esmalte, ou começar o condicionamento pelo esmalte e depois para dentina. E o condicionamento é assim, não tem pouco ácido tem que condicionar, é para cobrir tudo de ácido e lavar, lava mesmo, e quando você achar que ta bom, lava mais, lavar sempre o dobro do condicionamento. A gente sabe que não pode ressecar demais a dentina, p q>>> para que as fibras colágenas não colabem. Esse ácido vai entrar em contato com o dente... (não dá pra escutar direito). Não pode deixar secar totalmente, a gente pega uma bolinha de algodão com água, coloca na cavidade e seca. Não tem problema secar o esmalte, a parte superior da bolinha fica seca, embaixo fica úmido, tiramos a bolinha de lá. Depois aplicar o adesivo, sem pena, esse adesivo tem que ter um tempo para agir, para o adesivo poder entrar, chegar lá em baixo, tirar aquela água, tem solvente no adesivo, etanol, acetona... A finalidade do solvente, é entrar e remover água, e vai levar com solvente os monômeros do adesivo, vai substituir água, água não evapora com facilidade quando vc joga o ar, mais o solvente evapora. Deixar pelo menos 20s. Na maioria dos casos não vai fazer nenhum tipo de proteção pulpar, mas sim , hibridização é fazer camada híbrida, onde você tem fibras colágenas e os monômeros de adesivo intrincados ali, isso é chamada de camada híbrida. Na formação de dentina reparadora não precisa colocar proteção, quando usamos cimento ionômero de vidro, porque tem adesão química à estrutura dental, eventualmente hidróxido de cálcio em cavidade mais profunda (que não tem adesão à estrutura dental). � Jato de ar muito forte no adesivo vai deixa-lo com uma película tão fina que quando entrar em contato com a luz do fotopolimerizador ele não vai polimerizar por que todo o adesivo vai estar em contato com o oxigênio mas, também não pode usar uma camada muito grande, tem que ser meio termo e usar um leve jato de ar, somente para evaporar o solvente. Helinaldo Correa da Conceição � Dependendo do tipo de adesivo, pode-se fazer uma segunda aplicação. Nessa segunda aplicação não precisa esperar 20s como na primeira aplicação por que a camada hibrida já está formada. Essa segunda camada, é na verdade, apenas para cobrir alguma falha que possa ter ficado. Faz a volatilização com leve jato de ar mais uma vez e fotopolimeriza. Em média 20s pra cada camada. �A técnica incremental é usada para compensar a contração de polimerização da resina composta. É usado o FATOR C (Fator de Configuração Cavitária) onde a resina é unida no menor numero de paredes possível, por isso utiliza-se incrementos. � Primeiro é feito o forramento de toda a cavidade com incrementos de resina (onde é usada uma resina mais opaca para representar a dentina, ou seja, mais translúcida para bloquear a passagem de luz e esconder a dentina mais escurecida que existe no fundo da cavidade) e teoricamente o dente já está protegido mas, é preciso encher toda a cavidade. O próximo passo é a confecção das bases das cúspides onde é usada uma de esmalte. � O que é resina de esmalte matizada??...é uma resina de esmalte, ou seja, que tem um grau de translucidez maior, mas que tem uma matiz (ou seja, uma cor). � Existem resinas chamadas de BOOK COMPOSITES onde se coloca a resina inteira na cavidade e polimeriza tudo em um bloco só (não é usada a técnica instrumental). � Quanto maior o volume de resina que é levado a cavidade maior é o risco de a resina não polimerizar por completo, de se ter uma contração de polimerização muito grande e de se tracionar prolongamentos de odontoblastos e gerar sensibilidade pós- operatória. � Resina de esmalte matizada é usada nas bases das cúspides e é colocado um incremento em cada base. Com esses incrementos, já se tem uma idéia de onde vai ficar o sulco principal. Nunca fazer sulcos com a ponta esculpida da sonda por que é muito difícil e o sulco não parece ser natural. Na técnica incremental, um incremento se une ao outro formando o sulco, o que fica muito mais natural. � Depois que foram feitas as bases das cúspides, serão feitas as arestas das vertentes triturantes das cúspides. Nesse caso, pode ser usada uma resina de valor que é a mais translúcida que as matizadas. Essa resina sim vem até as bordas da cavidade. � Para reconstrução em dente posterior a regra é a seguinte: as cúspides menos destruídas são as primeiras a serem trabalhadas por que dão uma série de informações, as cúspides mais destruídas são deixadas por último. Helinaldo Correa da Conceição � Se fizer a restauração e ficar alta (com excesso) --As pontas diamantadas não devem ser usadas por que deixam a resina toda riscada e gastam o esmalte também além da resina, por isso são usadas borrachas abrasivas de acabamento (e não as da DFL que são de polimento!!!!!!). Para dar polimento, além das borrachas da DFL podem ser usadas também escova de carbeto de silício, escova de pelo de cabra, feltro e pastas de polimento. Devem ser usadas em baixa rotação com toques intermitentes por que toques prolongados geram calor e queimam a dentina impedindo que ela brilhe. � Acabamento é importante por que deixa a restauração mais lisa, junta menos placa e aumenta a longevidade da restauração. � Para fazer classe II é essencial que se tenha recortador de margem gengival. � Nunca se deve fazer o condicionamento ácido e aplicar o adesivo em duas restaurações ao mesmo tempo. Por que ao fazer a restauração em um dos dentes vai se finalizar com acabamento e esse acabamento vai sujar todo o outro dente que já estará condicionado e com adesivo (se tiver feito da maneira errada). Pode apenas abrir e preparar as duas ao mesmo tempo. A camada híbrida já está formada e a mais superficial do adesivo está em contato com o oxigênio e não polimeriza, permitindo assim que a resina cole no adesivo. Não vai adiantar aplicar ácido e adesivo em uma cavidade onde isso já tenha sido feito por que o ácido não vai ter efeito sobre o adesivo, apenas remove a camada de adesivo superficial que não polimerizou. Ao se colocar outra camada de adesivo, essa não vai grudar! �Condicionamento ácido é feito na vestibular inteira do dente, por que quando passar adesivo e for feita a volatilização com leve jato de ar, esse adesivo vai se espalhar e quando usar o pincel pra adaptar a resina, esta também vai passar um pouco. Sempre embaixo do adesivo e da resina tem que ter sido feito o condicionamento ácido!!!! � A resina de dentina serve para mascarar a linha de união e para impedir a passagem da luz. Se não colocar resina de dentina o dente fica cinza por que a luz consegue passar. ( Aula III) Forramento em Dentistica ( Aula IV) Controle Químico do Biofilme Na aula de hoje a gente vai falar um pouquinho pra vocês sobre o controle químico do biofilme. O controle químico é aquilo que conhecemos popularmente como os Helinaldo Correa da Conceição enxaguatórios bucais, vernizes, dentifrícios.. São substâncias que a gente agrega nessas soluções/meios/veículos para tentar controlar o biofilme. Bom, as principais doenças associadas ao biofilme é a cárie dental, gengivite e periodontite. Todas essas 3 estão associadas ao biofilme, ao acúmulo de biofilme. E dentro dos agentes químicos, poucos são os agentes que tem efeito anti-cárie documentado, mesmo tendo uma gama de produtos no mercado. A eficácia desses agentes antimicrobianos está muito relacionada àquela organização do biofilme, seja na forma planquitônica ou na própria formação do biofilme mais maduro e mais complexo. Na medida que a gente aplica um agente antimicrobianopara o controle desse biofilme, os microorganismos desse biofilme são alterados fenoticamente. Vamos ver melhor nos próximos slides. Só para relembrar: O biofilme bacteriano é uma comunidade/colônia de bactérias bem organizada; desde aquela fase de colonização primária da película adquirida até a maturação do biofilme. Então é uma comunidade organizada que tem uma matriz de polissacarídeos extracelulares, canais de nutrição dentro dessas colônias.. Então por si só, esse complexo de biofilme, esse conjunto de microorganismos, se torna uma estrutura organizada. E essa organização das bactérias no biofilme também impede a penetração de agentes microbianos: quanto mais espesso é o biofilme, muitas vezes os agentes antimicrobianos não atingem essas camadas. Se tem uma camada espessa de biofilme, o flúor não vai atingir por exemplo a superfície dental. Enquanto a gente tem uma má higiene e um acúmulo de biofilme numa espessura acentuada, há uma menor eficácia do flúor quando temos queda de pH e consequentemente temos dificuldade no processo de remineralização. Esse é apenas um trabalho exemplificando o que eu acabei de explicar: eles mediram a capacidade de penetração de alguns agentes antimicrobianos em biofilmes e, além da espessura, alguns dos tipos de agentes antimicrobianos tem um poder de penetração maior do que outros. Por exemplo, a clorexidina nesse estudo tem o maior poder de penetração, sendo considerado pra nós o melhor. Não basta ter um agente ali atuando, como por exemplo o flúor, é preciso também controlar o biofilme, desorganizá-lo. Então, o principal meio de manutenção da nossa saúde oral é o CONTROLE MECÂNICO do biofilme. O controle químico não substitui o controle mecânico; ele é um coadjuvante, atua em paralelo. E o controle do biofilme em si, o controle mecânico pela escovação, é o principal motivo da queda do CPOD em países desenvolvidos. Helinaldo Correa da Conceição Bom, a gente também pode associar os dois, controle mecânico e químico, ajudando a prevenir doenças associadas ao biofilme, que é aquilo que a gente falou no começo da aula (cárie, doença periodontal e gengivite). Aquilo que eu acabei de falar. Não adianta pensar que vou bochechar aquilo ali e vou diminuir meu biofilme e evitar a cárie. O principal método, guardem isso aqui, é o controle mecânico do biofilme, certo? É uma técnica simples e barata, que todo mundo pode realizar. Logicamente tem casos e casos: às vezes os pacientes são debilitados ou tem alguma dificuldade de coordenação motora, aí estipulamos o controle químico para ajudar no controle do biofilme. Como eu falei também o controle químico é um coadjuvante, ajuda a controlar a formação do biofilme, inibindo ou reduzindo a quantidade de microorganismos; ou mesmo transformando aquelas bactéricas num biofilme mais favorável. Como é o mecanismo de ação desses agentes antimicrobianos? Falamos no início que o principal motivo do uso do agente antimicrobiano é controlar a ação de biofilme, o mecanismo de ação deles também vai ser de interferir em algum momento no processo de colonização desse biofilme (desde a formação da película adquirida até a colonização primária, secundária, terciária e maturação): em alguma dessas etapas o agente antimicrobiano deve ter sua ação. Se queremos controlar o biofilme, em algum momento temos que intervir para que a colonização não continue! Os agentes químicos vão prevenir ou reduzir aquela lesão primária (uma das fases da película adquirida), prevenir ou inibir o crescimento dos microorganismos (contra aqueles que já estão instalados ali), prevenir ou inibir a formação da matriz do biofilme, modificar aquele biofilme (transformar aquelas bactérias desfavoráveis em favoráveis), reduzir consequentemente a formação de produtos citotóxicos dessas bactérias. Qual é a razão que utilizamos esses agentes antimicrobianos para controle do biofilme? Há duas justificativas. Quando vamos ter uma infecção de origem bacteriana (cárie, doenças periodontais) e quando temos uma dificuldade ou impossibilidade de execução do controle mecânico. Só vamos utilizar o controle químico quando tivermos dificuldade de controle mecânico! É muito comum o pessoal me perguntar o que pode comprar pra fazer bochecho em casa ou passar pro paciente.. Há vários produtos no mercado, mas melhor que comprar bochecho (que acaba sendo um perfume pra boca), o melhor método é a escovação. O que é melhor: fazer um bochecho por 1 minuto que tem 200 ppm de flúor ou fazer a escovação mecânica que tem 1500 ppm de flúor?! A Helinaldo Correa da Conceição maioria desses agentes antimicrobianos vão ser mais um perfume pra boca, não tem uma ação tão eficaz quanto a gente pensa. Bom, indicações relacionadas à doença cárie é mais delicada, apenas quando queremos reduzir a contagem de Streptococcus do grupo Mutans; caso contrário, não teria porque indicar o controle antimicrobiano em relação à doença cárie. Já em relação à doença periodontal, indicamos quando é um difícil acesso em determinadas regiões ou após um procedimento cirúrgico, acredito que o professor da perio já tenha comentado com vocês. Outras indicações - podemos dividir essas indicações em: CURTAS: quando temos uma estomatite protética recorrente, vamos usar num período de 1 semana/15 dias; manutenção dos cuidados periodontais (de repente após uma cirurgia); no caso da cardiologia e dentística, quando o paciente apresenta uma alta atividade de cárie (instituímos 4 sessões de bochechos com clorexidina e aplicação tópica de flúor); nesses casos é uma indicação de curta duração ou intermitente, podemos interromper e continuar também; se fizermos uma contagem microbiológica, o nível de Mutans será acima de 10 à sexta, que é aquilo que falamos sobre mutans bilionários. E antes/após procedimentos cirúrgicos, certo? PROLONGADAS: eu sempre enfatizo que um agente químico não é um substituto do controle mecânico. Mas tem casos que é necessário o controle químico: pacientes com deficiência física, alguns deficientes mentais (embora esses pacientes sempre tenham um tutor, um pai ou mãe, então orientamos essa pessoa na escovação); pacientes imunodeprimidos (tratados com câncer, ou que recebem radioterapia, que tem baixa resistência como HIV); portadores de aparelhos ortodônticos ou próteses também. Propriedades dos agentes antimicrobianos: para eles serem considerados ideais, precisam ter algumas características – precisam ter toxicidade baixa, tem que ser seguro, baixo efeito colateral sobre os tecidos orais; baixa permeabilidade aos tecidos bucais; não provocar desequilíbrio da microbiota (sabemos que a microbiota por si só tem residente e ativa, que não faz mal à nossa cavidade oral; e se a gente ocasiona um desequilíbrio, se usamos por muito tempo por exemplo a clorexidina, reduzimos logicamente o número de bactérias mas em contrapartida podemos estar aumentando o nível de cândida albicans, porque elas vivem em simbiota: se você tira um, favorece o crescimento da outra! Diminuindo o número de um microorganismo, você favorece outro, eles não vão mais competir); o agente químico deve apresentar também substantividade (capacidade que o agente químico tem de se reter e permanecer por Helinaldo Correa da Conceição mais tempo na cavidade oral); consequentemente se a gente tem todas essas características teremos uma eficácia desses agentes antimicrobianos. Bom, nós temos alguns veículos para utilizar esses agentes antimicrobianos: dentifrícios, bochechos, sprays, géis e gomas de mascar (podem ter alguns açúcares que são antimicrobianos). Dentre esses mais comumente encontramos no mercado, temos a clorexidina, cloreto de cetilpiridíco (cepacol), cloretos de estanho e citrato de zinco, triclosan (no mercado é o Plax Classique), óleos essenciais (famoso listerine), detergentes (um dos componentesque faz a espuma do dentifrício). Dentre esses agentes antimicrobianos, a clorexidina é considerada a mais eficaz. O cepacol já tem uma baixa eficácia clínica. Os demais agentes tem eficácia moderada. Os detergentes, algumas enzimas, peróxido de H.. Não tem uma conclusão sobre a eficácia desses produtos. Como comentei no início da aula, são poucos os agentes antimicrobianos que tem uma eficácia clínica comprovada. CLOREXIDINA - aquele que tem maior eficácia clínica comprovada e é o que a gente usa constantemente; é um tipo de bochecho que quando a gente indica o paciente vai entregar basicamente na farmácia. Tem que ter cuidado na utilização, não usamos em um tempo continuado/indiscriminado, tem que ter controle! Senão estamos alterando a ecologia bucal, aquela microbiota que eu falei no início. - a clorexidina é um composto dicatiônico, ou seja, tem carga positiva e essa carga que vai se ligar às paredes da mucosa, dando aquela substantividade. A substantividade comprovada é de 12 horas devido à característica dicatiônica desse componente. Ela tem também características hidrofílicas e hidrofóbicas. - tem alguns efeitos colaterais sistêmicos, mas é muito improvável! Tem efeito bactericida e bacteriostático, e é de amplo espectro, então pode atingir gram positivos, gram negativos, alguns vírus e alguns fungos também. - ele vai interferir na aderência microbiana: não vai deixar que aqueles microorganismos se aderem. - aumentam a permeabilidade celular da parede bacteriana, fazendo a lise celular daquela bactéria. Aquilo que eu comentei também sobre a substantividade, já que ele é um componente catiônico, ele vai ser fortemente absorvido pelas superfícies bucais e vai sendo liberado gradativamente, o que dá a característica de substantividade desse produto. Já foi comprovado uma substantividade de até 24h após a utilização de clorexidina. Helinaldo Correa da Conceição - ela é encontrada no mercado em soluções de 0,12 a 0,2%. Em dentifrícios, de 0,7 a 0,8%; em gel varia de 1, 1,5 ou 2%; também temos vernizes de 1 ou 2%. O verniz se adere mais à estrutura dental, tendo uma substantividade ainda maior (liberação mais lenta). Se recomenda a utilização de clorexidina 30 minutos depois da escovação. POR QUE? Porque os íons livres presentes ali no dentifrício, no caso monofosfato de sódio, e alguns dos detergentes (presentes em quase todos os dentifrícios), diminuem a retenção da clorexidina, justamente pelas ligações químicas/catiônicas. Já que ele tem íons livres, se estiver em contato com outros agentes, não que ele vai ser inativado, mas vai ter uma menor retenção. Por isso indicamos 30 min após a escovação. Bom, mas como eu disse não usamos indiscriminadamente a clorexidina, temos alguns efeitos colaterais: o uso prolongado pode ocasionar pigmentação dental (extrínseca, facilmente removida com uma profilaxia), sensibilidade ou alguma reação alérgica (descamação da mucosa oral), favorece a formação de cálculo (precipita íons de cálcio e fosfato da saliva, o que favorece a formação desse cálculo), paladar/sensação gustativa alterada. - foto mostrando os veículos da clorexidina: bochechos, verniz, forma em gel TRICLOSAN - outro componente que encontramos no mercado como Plax Classique (os outros Plax não tem triclosan). É um componente não iônico e também tem características hidrofílicas e hidrofóbicas; tem um bom espectro antimicrobiano. - sua grande desvantagem é não ter substantividade nenhuma! Ele está sempre associado à uma molécula para aumentar sua aderência na mucora oral; também sempre está associado a outros produtos, como flúor, zinco, etc. - em baixa concentração, ele vai ter uma característica bacteriostática. - nas pastas que contém triclosan (total 12 horas, ação total, etc) tem o mesmo efeito basicamente que aquelas que não possuem triclosan! Não tem diferença já que o principal controle desse biofilme vai ser o mecânico. Alguns trabalhos dizem que o triclosan podem gerar uma resistência microbiana, mas não é nada conclusivo ainda. CLORETO DE CETIL PIRIDÍMICO - Acho que é o mais fácil de achar! Oral B, Cepacol, etc. Também tem uma ligação catiônica como a clorexidina. - Concentração um pouco mais baixa, de 0,05%. Não tem substantividade! A absorção dele é rápida e é liberado rapidamente. Então por ter essa baixa substantividade, ele tem Helinaldo Correa da Conceição uma eficácia mais reduzida. Para ter uma eficácia boa, seria preciso bochechar a cada 4 horas! Aqueles bochechos a cada 12h geralmente o fabricante fala, então sempre leiam as bulas, vejam os ingredientes.. O cloreto de cetil piridímico, se não for associado a nenhum outro componente, a cada 4h teria que fazer bochecho com ele. ÓLEOS ESSENCIAIS - o famoso listerine! Até pouco tempo atrás, ele ardia pra caramba. Tinha uma grande quantidade de álcool, cerca de 40% de álcool.. É muito grande, é como vodka! Nos EUA era proibido até certa idade. A justificativa do álcool é porque os óleos essenciais são dissolvidos na presença de álcool. Agora mudaram a formulação do listerine, foi bombardeado por críticas, e agora tem o listerine zero, que não tem álcool e que se eu não me engano ele tem cloreto de cetilpiridínico. Em situações que tem esses óleos essenciais, eles reduziram a quantidade de álcool, mas álcool ainda tem: não é aquela sensação de queimação como antes e as pessoas achavam que o fato de machucar/queimar limpava bem, e nós vimos na tabela que ele tem uma eficácia clínica de moderada a baixa. Mas ele tem uma ação sim, uma atividade antisséptica e antifúngica por romper a parece celular bacteriana; mesmo trocando a formulação, aqueles que possuem os óleos essenciais ainda apresentam queimação. Alguns ÍONS METÁLICOS também tem ação antimicrobiana: cobre, estanho (dentifrícios e alguns bochechos na forma de cloreto de estanho) e zinco (citrato de zinco). Essa atividade antimicrobiana é proporcional à quantidade de íons livres disponíveis! Quando mais íons disponíveis tem, maior a atividade antimicrobiana. Atuam tanto em organismos gram positivos como negativos; atuam também na película adquirida, naquela etapa de adesão/agregação inicial das bactérias; há relatos que o zinco também tem efeito anti cálculo. - tem uma boca substantividade! Por serem íons, se ligam à radicais livres presentes na mucosa, então tem uma boa substantividade. - aspectos indesejáveis: gosto metálico na boca e tendência à manchamento das estruturas dentais. EXTRATO DE MALVA (produtos teoricamente naturais) - a malva por si só não tem um efeito antimicrobiano, mas sim anti-inflamatório. Na sua fórmula, a concentração de malva é baixa; está associada trisol e tirotricina, que é um antibiótico basicamente. Então não é um produto natural, tem outros componentes associados. Helinaldo Correa da Conceição - o própolis sim tem um efeito antimicrobiano comprovado apenas com Streptococcus Mutans. Entre outros produtos naturais, tem também o extrato de sanguinária (tem na literatura, mas nunca vi nenhum produto com extrato dessa planta, que usa em infecções tópicas, diz que tem ação antimicrobiana em gram positivos e negativos, interferindo na parede celular dos microorganismos). Continua sendo controverso porque esses produtos estão sempre associados a outros produtos! ENZIMAS - presentes na nossa saliva; peroxidases quebram íons presentes na nossa saliva, que são antimicrobianos. A saliva por si só tem o seu controle antimicrobiano. Na saliva temos íons e imunoglobulinas que tem ação antimicrobiana. LAURIL SULFATO DE SÓDIO - é um detergente, que faz espuma no dentifrício e em alguns bochechos. É o detergente mais utilizado nos dentifrícios. Ele interfere na parece celular e promove extravasamento dos componentes microbianos, porém não tem um efeito comprovado, é inconclusivo. Reforçando,o melhor método para controle do biofilme ainda é o controle mecânico, abrasivo, de desorganização das bactérias. Hoje em dia tudo tem “whitening”, que propõe um clareamento. Eu pergunto pra vocês: esses produtos clareiam ou não? Não clareiam NADA! Eles são um perfume que tem o “whitening”. O que clareia nos clareamentos de consultório ou caseiros é um agente químico oxidante, que é o peróxido de hidrogênio, se dissocia e libera oxigênio. O pigmento é uma cadeia aromática, complexa; quando se tem a presença do oxigênio livre, ele vai quebrar essas cadeias aromáticas em mais simples, por exemplo cadeias duplas, e aí teremos um pigmento parcialmente clareado. Bioquimicamente falando, só vamos clarear alguma coisa se tiver a presença desse agente químico oxidante. O que mais utilizados é o peróxido de carbamida ou peróxido de hidrogênio. No caseiro, utilizamos a plaquinha por mais ou menos 21 dias, na concentração de peróxido de carbamida entre 10 a 22%. Para ter sucesso, esse peróxido tem que ter uma relação concentração/frequência: se a concentração é baixa, tem que ser usado por mais tempo. No de consultório, a concentração é lá em cima, muito alta, pra poder clarear o dente em 1h. Concentrações muito elevadas tem efeito cáustico! Então enxaguatórios bucais/dentifrícios não tem esse agente químico oxidante, não clareiam. É uma jogada Helinaldo Correa da Conceição da indústria, a maioria tem coloração azul, que dá a sensação/ilusão óptica de que o dente está mais branco. Considerações finais: os agentes antimicrobianos não podem ser usados discriminadamente senão pode causar um desequilíbrio ecológico na mucosa oral; não devem ser utilizados como rotina, mas sim casos específicos. E nada vai substituir o controle mecânico! O químico será apenas um coadjuvante. O objetivo não é eliminar a microbiota oral e nem queremos isso, mas sim prevenir, evitar um biofilme patogênico. ( Aula V) Proteção Pulpar Proteção pulpar II (Técnicas e indicações) Objetivo da proteção pulpar � proteger o complexo dentinho-pulpar e manter sua vitalidade, isso não quer dizer só na fase de colocar o material, mas qualquer coisa ou ação sua tentando prevenir uma agressão a polpa faz parte da proteção pulpar. Então o fato de vc usar uma broca nova, remoção de tecido cariado sem força, usar uma broca pra preparo com irrigação, fazer uma limpeza de cavidade de maneira adequada. A polpa tem 4 funções principais: 1. Formativa – é a fase inicial da odontogênese, onde a papila dental que vai dá origem a polpa estimula a formação de dentina. 2. Indutiva – faz a diferenciação de epitélio oral em lâmina dental. 3. Nutritiva – responsável pelos metabólitos dos tecidos conjuntivos. 4. Protetora – temos células de defesa, mecanismos de sensibilidade da dor e fornece sinal que algum dano está acontecendo aquele tecido. Polpa jovem Polpa envelhecida Rica em células Fibrose pulpar Pouca fibrose Tecido conjuntivo denso Tecido conjuntivo frouxo Hialinização Processos metabólicos facilitados Presença de calcificação difusa Dificuldade no processo metabólico A diferenciação entre uma polpa jovem e a envelhecida podemos ter como base essa ideia pra tomar decisão de fazer ou não uma terapia pulpar conservadora. Por exemplo: paciente que vc tá removendo tecido cariado, ocorreu uma exposição Helinaldo Correa da Conceição acidental, vc vai agir da mesma maneira quando acontecer isso em um paciente jovem ou paciente adulto normal ou paciente mais idoso? Tecnicamente de fazer o procedimento é igual, mas tem que lembrar que onde vc está atuando é um tecido que vai diferenciar em um paciente jovem e um adulto. Paciente jovem tem câmara mais ampla, quando vc vai remover uma cárie, uma lesão, a chance de você expor é maior, além disso, em contrapartida aquele tecido tem uma resposta de reparo melhor do que uma polpa mais idosa, de um paciente mais velho, porquê? Lá vc tem mais células, o tecido conjuntivo não ta tão hialinizado, ta mais frouxo, circula melhor os fluidos superficiais, a vascularização é melhor, então todo metabolismo do reparo, a atividade celular ela é mais intensa e uma polpa jovem, então todos os processos metabólicos são facilitados em uma polpa jovem, então vc vai fazer uma pulpotomia, uma proteção pulpar direta, no paciente jovem tem grande chance de dar sucesso. Já no paciente de mais idade vc pensa duas vezes, “será que vai dar certo”?, Pode até tentar, mas a chance de dar certo é menor. Já na polpa envelhecida é o contrário, nós temos uma grande quantidade de fibras já dentro da polpa, por conta disso um tecido conjuntivo denso, frouxo, então a circulação dos fluidos, dos metabólitos, da própria nutrição celular já fica dificultada, podemos ter a presença de algumas áreas de hialinização e calcificação distróficas também na polpa, algumas áreas da polpa já se encontram até calcificadas, com algum centro de calcificação, então tudo isso na polpa de um paciente mais idoso. As vezes polpa envelhecida não quer dizer que o paciente tenha 70 anos, mas uma polpa envelhecida pode ser no paciente mais jovem também, num dente que esteja recebendo o trauma exagerado, por exemplo: um molar sofreu mesialização, ou pré-molar onde teve uma perda do 1° molar e dois pré-molares se movimentarem e acabaram recebendo toda carga mastigatória posteriores desses dois pré-molares, então aquele trauma, aquele excesso de força exagerada, leva a uma retração, uma formação em dentina secundária, consequentemente aqueles pré-molares vão ter uma polpa com dentina envelhecida mesmo paciente sendo jovem, não ta só relacionado a idade, mas a questão do próprio estímulo que acaba interceptando na sua função. Então todo processo aqui é dificultado na condição da polpa envelhecida. Então se quiser colocar um hidróxido de cálcio pra ponte de dentina também não acontece essa formação por ter um metabolismo mais lento com mais dificuldade. Relacionado a isso nós temos diferentes graus de estimulação da polpa, ou seja, diferentes tipos de agressão que acontece naquele tecido. Helinaldo Correa da Conceição • Grau I seria o estímulo mais discreto, mais comum que a gente vai se deparar que é aquela cárie crônica, então acontece a lesão de cárie, e a própria lesão de cárie ta com uma quantidade bacteriana liberando toxinas que estão promovendo uma certa agressão, um estímulo, então nesse primeiro grau você tem degeneração das extremidades odontoblásticas, ou seja, o processo odontoblástico dentro do canalículo dentinário vai se degenerando e vai retraindo, na tentativa de quê? Mineralizar e obliterar aquele túbulo dentinário pra aumentar a distância do estímulo agressivo em direção ao tecido pulpar, na formação de dentina esclerosada reacional. • Grau II seria a completa degeneração do prolongamento do odontoblasto, teremos ai o quê? A presença de tractos mortos que são aqueles túbulos dentinários que não contém mais a célula odontoblástica ali dentro (dentina infartada), e a nível pulpar temos uma formação na tentativa de aumentar também a distância do estímulo agressor em direção ao tecido conjuntivo frouxo da polpa, formação de dentina oculpando parte da câmara pulpar, onde existia anteriormente aquele tecido. • Grau III seria a morte completa dos odontoblastos, uma matriz altamente calcificada, tubular e inibição da capacidade de defesa da polpa. Quais são o tipos de dentina que a gente vai se deparar durante o atendimento clínico? Dentina primária que é aquela que é formada durante a odontogênese, então durante a formação do órgão dental, vc vai ter lá, a papila dental que vai começar a formar a pré-dentina, essa dentina vai mineralizar, então essa dentina que é formada durante a odontogênese é a dentina primária e vai ser formada até a hora que o dente entra em função, o dente rompe na cavidadebucal. A partir daí nós vamos ter a dentina secundária que sofre com o tempo uma esclerose fisiológica, ou seja, é normal, é natural o órgão dental que os túbulos dentinários com o passar da idade, com o passar dos anos eles venham a se esclerosar, o que é esclerosar? É até um termo assim que se pode pensar pejorativo, mas ta relacionado a envelhecimento, então com o passar do tempo, com o passar dos anos esses túbulos vão se obliterando, vai havendo uma deposição de minaral no túbulo, ele vai sendo obliterado, fechado, então esse é o mecanismo natural, fisiológico. Dentina terciária, também chamada reparadora, irritacional, ou uma esclerose reacional ou uma esclerose patológica que os autores chamam, nós vamos ter uma formação de uma dentina em resposta a um estímulo agressivo, então esses túbulos vão estar presentes as vezes são túbulos irregulares, tortuosos, em menor número, Helinaldo Correa da Conceição geralmente ela se localiza em uma área onde ta havendo uma agressão, então se tem um corno poupar que está recebendo um estímulo agressivo em uma lesão de cárie, logo abaixo vc vai ter essa dentina reacional, dentina terciária sendo formada em resposta aquela defesa, reacional quer dizer que ta reagindo em relação a agressão que ta acontecendo. * Aluno pergunta: professor, a terciária é uma conseqüência da secundária? Professor: Não. Não é uma conseqüência. Ela é uma resposta a um estímulo. Aluno: Mas aí é porque a secundária, não tem mais dentina secundária mais quando tem a terciária, a secundária não conseguiu de certa forma combater a agressão que tava vindo aí? Professor: Então por exemplo quando vc tem um dente em função, tem um estímulo acontecendo, então o simples fato de vc fazer a mastigação, o ato de vc falar, o toque na oclusão dos dentes durante a vida do paciente é um estímulo longo de baixa intensidade, então por isso que vc tem a formação de dentina em relação a essa esclerose fisiológica ao longo dos anos. A dentina terciária não, ela é uma reação a uma agressão local, patológica como por exemplo uma lesão de cárie, mas na primeira aula eu coloquei uma lesão de carie e logo abaixo a formação de dentina reacional, ou seja, uma resposta local, naquele local do dente, não em todo a câmara pulpar. Dentina secundária é formada em toda a região da, em volta da polpa, da câmara pulpar ali. Permeabilidade da dentina � Tipo de dentina � Número de túbulos por mm2 � Diâmetro dos túbulos � Presença de Smear Layer � Agressão bacteriana Esses tipos de dentina possui permeabilidade, então qual o tipo de dentina que vc acha que é mais permeável? Qual a importância da permeabilidade dentinária? A permeabilidade dentinária é importante porque quanto mais permeável for aquele tecido, mais facilmente qualquer substância que eu coloque em contato com aquele tecido, pode pela permeabilidade alcançar o tecido pulpar. Então por exemplo a dentina vai ter permeabilidade em seus diferentes tipos: primária, secundária e terciária. Na dentina primária num paciente jovem, numa dentina hígida que vc vai ter a dentina amarelinha, branquinha é altamente permeável. Talvez uma cavidade média necessite Helinaldo Correa da Conceição ali de uma proteção com ionômero. Já um paciente quando vc tem uma dentina terciária, reacional, denina bem esclerosada, também não é necessidade vc colocar ionômero, a resina vai relevar em consideração outros pontos: o volume do material a ser preenchido na restauração, por isso que é importante a permeabilidade. Então depende também do número de túbulos por mm2, ou seja, se sabe que quanto mais próximo da polpa, maior a quantidade de túbulos dentinários e mais esses túbulos estão abertos, então ali vc tem a saída do prolongamento do odontoblasto da camada odontoblástica que ta dentro da dentina, então os túbulos ali estão mais abertos, presença celular dentro desses túbulos e a presença de Smear Layer, se vc faz o preparo cavitário, vc produz uma lama dentinária, essa lama dentinária fica ali sob as paredes do preparo, então essa lama possui restos de bactérias, restos celulares, resto de restauração, se tiver feito a remoção de uma restauração e essa lama dentinária, pode obliterar o túbulo dentinário e cobrir aquela entrada dos túbulos e mesmo penetrar dentro do túbulo numa certa profundidade, se ela tiver presente , ela diminui a permeabilidade, mas nem sempre a gente quer manter essa lama dentinária, porque a presença dela interfere também em outras características, como por exemplo: a possibilidade de uma adesão química de um material como ionômero na parede do tecido dentinário, uma reação do cálcio, ela impede e dificulta também o mecanismo de adesão dos sistemas adesivos que vamos ver na próxima aula. * Aluno: a morfologia de progressão da lesão de cárie em dente anterior e posterior é diferente? , porque em dente anterior a cárie vai progredindo como se fosse um triângulo com a base... Professor: Vc ta falando a dinâmica de progressão da cárie? Não. Quando vc tem uma cárie de sulcos e fissuras, na região oclusal, na região do sulco ela tende a progredir como se fosse um triangulo com o ápice voltado pra fissura/sulco e a base pra junção amelodentinária. Depois da junção amelodentinária ela se estende, por isso que gera essa base mais ampla do triângulo, e em direção a polpa forma de novo um ápice. Na região de superfície lisa é o contrário, geralmente começa larga formando o ápice do triangulo pra juncão amelodentinária, depois ela se propaga de novo e vai com ápice do triângulo em relação a polpa. A característica tubular da dentina, dos túbulos dentinários, interfere extremamente na permeabilidade dentinária e por consequência devemos lembrar disso quando estiver colocando qualquer substância na dentina. Substância de irrigação, lavagem, medicamento, próprio material de preenchimento, quando for fazer uma Helinaldo Correa da Conceição cimentação de uma peça protética ou provisório e o dente for vital, dependendo da profundidade do preparo de coroa ou onlay vc vai ter uma intima relação entre a parede do preparo e a câmara pulpar. Estrutura Tubular Com essas características aqui vc já tem uma noção da permeabilidade do tipo de dentina, próximo a junção amelodentinária e próximo ao tecido pulpar. Além disso, uma parede de fundo localizada próximo a polpa, com essas características aqui, vai ser uma cavidade onde o mecanismo de adesão do sistema adesivo vai ser bem mais desafiante do que na região amelodentinária. *Perguntas Quanto mais próximo a polpa mais túbulos dentinário e maior o diâmetro. Eu achava que tinha menos dentina, seria menor a porcentagem de dentina. Professor: A dentina tem a porção peri-tubular que envolve o túbulo e a dentina inter- tubular que está entre os túbulos, então como tem mais túbulo a quantidade de dentina inter-tubular é bem menor, mais área ocupada pelos túbulos dentinários. Por isso que nessa região próximo a polpa a permeabilidade é bem maior. Quando na tabela fala 28% está se referindo a quantidade de túbulos que representa volume total, enquanto na junção esmalte-dentina se fizermos um corte e contar a quantidade de túbulo vamos ter apenas 4% e se for próximo a polpa vou encontrar muito mais representando 28%. Na minha cabeça clínica oq devo saber? Quanto mais profundo minha cavidade mais permeável ela é. Mais relação vai existir com qualquer substancia que eu coloque e a polpa dental. Muitas vezes uma cavidade profunda com meio milímetro de distancia já tenho micro exposição pulpar em termos de microscópio, não tenho sangramento visível clinicamente,mas já considero que já existe alguma relação direta entra a substancia, entre o adesivo e a própria polpa. Espessura dentinária - Isoladamente é o fator mais importante na prevenção de reações pulpares *Isso que muitas vezes a gente chega e pergunta já fez a radiografia? Vc tem que ter uma noção de profundidade. Muitas vezes vc tem uma via de entrada com uma cavidade Profundidade Número de túbulos Diâmetro % do volume de dentina Junção esmalte-dentina 10.000 a 20.000 0,87 4% Próximo a polpa 45.000 a 50.000 2,50 28% Helinaldo Correa da Conceição pequena e vc radiografa e tem uma lesão maior lá dentro, tem que ter noção quando for remover tecido cariado da relação que existe entre fundo da cavidade e teto da câmara pulpar. Se está muito próxima, se tem risco de expor polpa, tudo isso vai interferir na sua decisão clinica. Vou remover todo tecido, tentar fazer tratamento expectante, há risco de fazer uma exposição pulpar, que restauração que vou fazer se de ionômero ou resina ou amalgama. - 2mm remanescentes: resposta pulpar mínima aos procedimentos restauradores - 0,5mm remanescentes: reduz o nível de toxicidade de um material em 75% - 1,0mm remanescentes: idem em 90% * É pra decorar isso pra prova. Quanto mais dentina, menor a chance de está agredindo a polpa com algum material que coloque ali, dai importância de se fazer um preparo conservador, sempre que possível. - Capacidade de tamponamento * Além disso, quanto mais dentina tiver vou ter túbulos dentinários, esse túbulos vão está com liquido intersticial, então se eu colocar algum agente agressivo tem a capacidade tampão desse líquido intersticial de tamponar aquela substancia. Pq que quando vou fazer uma rest. Resina composta coloco ataque ácido ou vai dissolvendo até chegar na polpa? O ácido penetra até uma distancia na dentina, dentro do túbulo também e depois é tamponado e vai perdendo seu poder de penetração pois o pH vai sendo aumentado. Técnicas 1. Proteção indireta (capeamento pulpar indireto) 2. Proteção direta (capeamento pulpar direto) 3. Tratamento expectante Ainda existem também curetagem, pulpotomia. Proteção indireta visa prevenção de trauma e cárie; colocar o material pra evitar estímulos elétricos e térmicos (boa barreira elétrica e térmica), cuidados durante o preparo cavitário (menos atrito e menos calor), boa limpeza da cavidade, utilização de selantes como sist. adesivo, forramento ou base (ionômero de vidro principalmente) sobre a dentina hígida. É uma lesão profunda que tem uma relação mais intima com a câmara pulpar, então vc vai colocar material de proteção. Todas vez que vc for usar hidróxido de cálcio é ideal é que vc cubra com outro material como o ionômero ou pra fazer amalgama ou a resina. Pq o amalgama? Pq vc vai fazer condensação e esse ato Helinaldo Correa da Conceição pode gerar fratura desse material, não resiste tanto a compressão. Se for fazer resina, fez o hidróxido de cálcio e for fazer ataque ácido em cima, esse material é altamente alcalino, se tá colocando ácido vai antagonizar pra reação que vc quer que ele atue, ele pode acabar não remineralizando aquela região. Outro ponto ele é hidrossolúvel, oq vc faz depois do ácido? Lava. Então vai interferir na ação desse material, precisa cobrir ele com ionômero de vidro. Vc tem duas opções: ou coloca hidróxido de cálcio e ionômero de vidro esperar 7 min pra pressa inicial e faz a restauração de resina, ou coloca hidróxido de cálcio e preenche tudo com ionômero e na outra sessão faz a restauração que é o ideal, pq o ionômero de vidro tomou pressa durante 24hr, adesão química vai ser melhor, quando for fazer o preparo vai resistir melhor a trepidação da caneta e da broca. *Qual seria o objetivo de usar um adesivo na parede de fundo pra fazer rest. de amalgama? O amalgama tem uma característica de sofrer corrosão durante tempo e essa corrosão libera sais de prata que vai pigmentando o tecido dentinário e em algumas áreas pode se tornar antiestético, então o adesivo atua como verniz cavitário que era utilizado pra amalgama antigamente pra impedir a pigmentação por prata causada pela corrosão do amalgama. E o adesivo tb é um bom isolante elétrico e térmico. Se trabalhar só com amalgama não é obrigatório isolamento absoluto, enquanto se vc for trabalhar com adesivo e amalgama tem que fazer. Seria uma desvantagem, outra seria se vc já teve todo trabalho das etapas de resina, pq vai fazer com amalgama? Proteção pulpar direta aqui vc já tem exposição pulpar em condições favoráveis ou não. Por exemplo: vc está removendo tecido cariado, cavidade altamente contaminada e expões a polpa é uma condição desfavorável; ou vc já removeu tecido cariado e vai fazer um preparo de amalgama e acabou expondo a polpa é uma situação mais favorável pois tem menos contaminação. Nessa técnica o ideal é que vc tenha isolamento prévio, pq vai trabalhar diretamente na polpa evitando contaminação ao máximo que vai interferir no processo de reação pra formar barreira de ponte de dentina na tentativa de fechar a exposição. Então vc vai fazer remoção total da cárie, depois lavagem da cavidade com água de Cal (lavagem é pra tentar paralisar o sangramento, como é um solução associada a hidróxido de cálcio e este tem PH altamente alcalino descontaminando a região e preparando o meio para ação do hidróxido de cálcio PA); aplicação de hidróxido de cálcio PA (pó) vai tentar fazer uma necrose superficial do tecido pulpar exposto e estimulando formação de novo Helinaldo Correa da Conceição tecido dentinário (ponte dentinária); aplicação do cimento de hidróxido de cálcio (Pq não coloca logo o cimento? Pq ele diretamente na polpa não vai ficar aderido; então o pó consegue se aglutinar com liquido intersticial da polpa pra formar um tampão e depois colocar o cimento, mas a ação dos dois é a mesma); colocação de cimento temporário (CIV); radiografar e após 45-60 dias radiografar de novo pra comparar e verificar formação de ponte de dentina. *Qual o grau de exposição pulpar que vou usar como critério pra escolher qual proteção direta vai fazer? Se a exposição for muito grande vai partir pra curetagem. Nessa exposição pulpar tem sangramento? Sim Tratamento expectante objetivo principal – preservar a polpa em lesões de cárie profunda com risco de exposição pulpar e sem sinais clínicos de inflamação pulpar irreversível. É importante que vc faça um raio-x prévio a sua intervenção, se vc observa que existe um intimo contato entre o fundo da cavidade e a câmara pulpar ou seja existe um risco de exposição pode lançar mão do trat. expectante. Mas quando vou fazer trat. expectante ou não? Oq vai me guiar são o sinais clínicos da condição pulpar do paciente se encontra. Se o paciente tem dor espontânea, dor de longa duração, dente dói sem motivo nenhum, dor pulsátil, quando vai deitar aumenta a dor sendo sinais clínicos de pulpite irreversível, então não adianta fazer trat. expectante. Agora se é uma dor causada por estímulo, se radiografou e não tem espessamento do ligamento periodontal, ainda tem toda a presença da lamina dura no periapice essa polpa ainda está com vitalidade tendo potencial de regeneração. Primeiro saber essa decisão clinica do diagnostico pulpar. Distinção entre dor dentinária e pulpar -- Dor dentinária – aguda, lancinante e localizada, provocada por estímulo (frio, quente, açúcar, ácido). -- Dor pulpar – advém lentamente, é pulsátil e difusa, aumenta com o paciente em decúbito, espontânea. Técnica Remoção parcial de cárie deixando dentina cariada afetada/interna; aplicação de cimento de hidróxido de cálcio se não tiver o cimento podeser o pó tb; colocação de restauração provisória (CIV ou OZE); reabertura após 45-60 dias; remoção total da cárie e forramento finalizando com a restauração definitiva. *Qual a diferença entre o trat. expectante e a proteção pulpar indireta? Helinaldo Correa da Conceição Na proteção pulpar indireta vc não vai tentar remineralizar e vai remover todo tecido cariado, no expectante vc não removou toda a cárie, vc tentou remineralizar sendo feito em duas etapas, enquanto prot. Pulpar indireta vai fazer em uma sessão. Proteção do complexo-dentino pulpar Cavidade rasa – tratamento conservador, sist. adesivo e resina. Cavidade média – mesma coisa. Cavidade profunda – dependendo da relação com a polpa fazer só hibridização ou colocação de ionômero de vidro + sist. Adesivo + restauração. Cavidade bastante profunda – menos de meio milímetro cimento de hidróxido de cálcio + ionômero de vidro + sist. Adesivo + restauração. Exposição pulpar – fazer capeamento pulpar direto. Outros dois tratamentos conservadores da polpa Curetagem pulpar vc tem lesão de cárie e essa lesão já está expondo a polpa, mas as características são de pulpite reversível. Exposição pulpar em condições favoráveis; ampliação do orifício, em seguida remoção da polpa (1,5mm); lavagem com soro fisiológico ou água de Cal; hemostasia; corticoide (OSTOPORIN) 10 a 15 min; aplicação do hidróxido de cálcio PA; cimento de hidróxido de cálcio; ionômero de vidro e restauração. Qual a diferença entre a curetagem e proteção pulpar direta? Na curetagem tem a remoção parcial da polpa e na prot. Pulpar direta não. Pulpotomia vai fazer tb uma proteção pulpar, só que tem um grau maior de degeneração. E pq vai fazer pulpotomia e não pulpectomia? Pq muitas vezes o dente acabou de erupcionar e a rizogênese dele ainda não está completa, então se for feito pulpectomia e retirar aquela polpa o ápice pode não se formar totalmente. Então tentamos um tratamento de manter a polpa radicular pra que haja rizogênese completa e depois se não deu certo com a raiz completa pode fazer pulpectomia total e tratar canal. Pulpotomia é muito utilizada em pacientes jovens que a raíz ainda não esta completa. Técnica Remoção do teto da câmara pulpar; excisão da polpa coronária e 0,5 mm da entrada dos canais; lavagem; hemostasia; aplicação corticoide; aplicação do hidróxido de cálcio PA; cimento de hidróxido de cálcio; ionômero de vidro e restauração. Indicação de pulpotomia Favoráveis • Sangramento normal, cor vermelha viva Helinaldo Correa da Conceição • Polpa consistente ao corte, pastosa • Coroa dentária com paredes Desfavoráveis Justamente o contrário • Sangramento ausente, ou escuro • Com processo inflamatório avançado • Polpa de consistência degradável, quase liquefeita • Grande destruição coronária ( Aula VI) Sistemas Adesivos Adesão é a propriedade pela qual átomos ou moléculas de duas superfícies semelhantes ou diferentes se unem, mantendo-se em íntimo contato devido às forças intermoleculares existentes (FONSECA, 2008 ). O mecanismo básico de união dos materiais poliméricos ao esmalte e à dentina ocorre essencialmente por um processo de troca, o qual envolve a substituição dos minerais removidos dos tecidos dentais duros por monômeros resinosos, que se infiltram e são polimerizados nas porosidades criadas, promovendo uma adesão micromecânica (NAGEM FILHO, et al., 2000; NAKABAYASHI, et al., 1982). No entanto, o sucesso clínico das restaurações depende da efetividade e durabilidade dessa interface de união, o que torna necessário o conhecimento sobre os substratos dentários nos quais os sistemas adesivos serão aplicados (MARTINS et al., 2008) e o mecanismo pelo qual ocorre esta união. Classificação dos adesivos • Condicionamentos Totais ou convencionais • Autocondicionantes Os adesivos convencionais são classificados de acordo com o número de passos. 3 passos (ou etapas) • Ácido • Primer • Adesivo 2 passos (ou etapas) • Ácido • Primer + adesivo Helinaldo Correa da Conceição Observe: • Depois do condicionamento ácido no esmalte por 30 segundos devemos lavar com água abundante por 30 segundos ou pelo dobro do tempo 60 segundos. O sistema adesivo Autocondicionantes são subclassificados de acordo com o numero de passos. 2 passos (ou etapas) • Primer Ácido • Adesivo 1 passos (ou etapas) • Primer Ácido + Adesivo Observe: • Não fazemos lavagem nos sistemas Autocondicionantes • Fotopolimerização será de acordo com o fabricante Enquanto a adesão ao esmalte pode ser considerada como um procedimento seguro, pois devido à homogeneidade da sua composição, a adesão conseguida a este substrato é uniforme e estável (SWIFT, PERDIGÃO e HEYMANN 86, 1995). Ao contrário, a dentina se caracteriza por um substrato naturalmente heterogêneo, e suas variações regionais de morfologia e fisiologia determinam a não uniformidade da adesão. Devido a estes fatores, a eficácia de um adesivo dentinário depende de sua maior ou menor sensibilidade às variações do substrato, aliados ao conhecimento científico do operador (PASHLEY 56, 1984; PASHLEY et Sabe-se que o condicionamento e a desmineralização da superfície dental depende do tipo, concentração e tempo de aplicação do ácido utilizado (SILVERSTONE, 1974), sendo que vários ácidos orgânicos e inorgânicos foram pesquisados para promover micro-retenções à estrutura dental, tais como soluções de EDTA (10%), ácido cítrico (50%), ácido poliacrílico (25%), ácido lático (50%), ácido fosfórico (70%, 37%, 35% e 10%) e ácido maleico (10%) (De GOES et al., 1998). Sendo hoje utilizado o ácido fosfórico em concentrações entre 30 a 40% Matos 2011. O esmalte é um substrato altamente mineralizado, constituído por 96% de mineral e 4% de substância orgânica e água. O conteúdo inorgânico do esmalte é composto principalmente de cristais de hidroxiapatita e a matéria orgânica forma uma fina rede que aparece entre os cristais (TEN CATE, R. 2001b) o mecanismo de adesão se dá pela Helinaldo Correa da Conceição formação de prolongamentos resinosos que preenchem as microporosidades produzidas pelo condicionamento da superfície deste tecido (De MUNCK et al., 2005). O comprimento dos prolongamentos resinosos no esmalte pouco contribui para a resistência adesiva à tração, sendo o principal responsável pela resistência adesiva a capacidade de penetração dos monômeros resinosos entre os cristais e prismas de hidroxiapatita (SHINCHI; SOMA; NAKABAYASHI, 2000). A dentina é um tecido duro, elástico e avascular que envolve a câmara pulpar. É composta por aproximadamente 70% de material inorgânico, 20% de material orgânico e 10% de água, o que a caracteriza como um substrato heterogêneo (CECCHIN, et al.2008; HALLER, 2000; CARVALHO, 1998; PASHLEY, 1997), com alterações fisiológicas e patológicas que tornam o mecanismo de adesão mais complexo. Seu componente inorgânico consiste, principalmente, de cristais de hidroxiapatita e a fase orgânica é constituída pelas fibrilas de colágeno tipo I (TEN CATE, 2001a). Além disso, morfologicamente, a dentina caracteriza-se pela presença de múltiplos túbulos dentinários, preenchidos pelo fluido dentinário, dispostos muito próximos e que se estendem desde a junção amelodentinária até a polpa, tornando-a um substrato naturalmente úmido (HALLER, 2000). Durante a instrumentação para a confecção do preparo cavitário é gerada a camada de esfregaço (smear layer) (PASHLEY, 1984), e sua presença restringem a capacidade de adesão dos sistemas adesivos à dentina (EICK et al., 1997). Para que se obtenha um alto valor de adesão ao substrato dentinário, as camadas acumuladas sobre a dentina durante o preparo cavitário devem ser removidas ou no mínimo modificadas (BOWEN; EICK; HENDERSON, 1984; NAKABAYASHI;SAIMI, 1986). A camada
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