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Dentistica II

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Helinaldo Correa da conceicao 
 
 
 
 
2014 
Helinaldo Corrêa 
Universidade do Estado do Amazonas 
30/09/2014 
DENTISTICA II 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
1) Restaurações Diretas em Resinas Compostas 
2) Anatomia em Dentistica 
3) Forramento em Dentistica 
4) Controle Químico do Biofilme 
5) Proteção Pulpar 
6) Sistemas Adesivos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
(Aula I) Restaurações Diretas em Resinas Compostas em dentes Anteriores. 
Durante a primeira metade do século XX, o silicato era o único material restaurador 
estético disponível para restaurações dentárias. Embora os silicatos promovam a 
liberação de flúor, não são mais utilizados em restaurações de dentes permanentes, pois 
se desgastam acentuadamente em poucos anos. Resinas acrílicas similares àquelas 
utilizadas para a confecção de moldeiras individuais para moldagens e dentaduras 
(polimetacrilato de metila “PMMA”) substituíram os silicatos no final da década de 
1940 e inicio da década de 1950, graças a sua aparência similar aos dentes, 
insolubilidade no meio oral, facilidade de manipulação e seu baixo custo. No entanto, as 
resinas acrílicas também possuem uma baixa resistência ao desgaste, e se contraem de 
forma bastante acentuada durante a polimerização. A expansão e contração térmicas 
exageradas das resinas compostas foram reduzidas com a incorporação de pó de 
quartzo, formando uma estrutura composta. 
As primeiras resinas compostas a base de PMMA não foram muito bem sucedidas, em 
parte porque as partículas de carga simplesmente reduziam o volume de resina no 
polímero formado, mas não se uniam a esta. Com isso, formavam – se defeitos entre as 
partículas mecanicamente retidas e a resina em volta, produzindo infiltração, manchas e 
levando, também, a uma menor resistência ao desgaste. (ANUSAVICE, 2005) 
Entre os desafios da odontologia destaca-se o de encontrar um material restaurador que 
restabeleça a função do elemento dental, apresente resistência à abrasão adequada, boa 
adaptação marginal, biocompatibilidade e reproduza a cor natural dos dentes 
(BARATIERI et al., 1992; BRITO et al., 2007; DRUMMOND, 2008). O material deve 
ter boas características ópticas e propriedades físicas semelhantes às dos tecidos dentais 
(ZIMMERLI et al., 2010). 
Esse material representou uma mudança muito grande na odontologia. Vocês imaginem 
que no final dos anos 50 esse material começou a ser desenvolvido. Tem alguns nomes 
que precisam ser lembrado na odontologia porque praticamente são os pais do que nós 
fazemos hoje na odontologia. Um desses nomes é o Bowen (Ralph Lee Bowen). Ele 
começou a trabalhar com esse material e introduziu no mercado. Até então, o que se 
utilizava mais parecido com dente para fazer uma restauração mais estética era a resina 
acrílica e a resina de silicato, resinas acrílicas principalmente. Resina acrílica é um 
material bem poroso, contraía absurdamente e infiltrava muito. 
 Nessa fase, Michel Bunocore, 1955 no final dos anos 50 teve uma mudança absurda na 
odontologia. Nesse tempo que o Bowen estava desenvolvendo essa resina que 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
trabalhamos agora. Outro cara chamado de Pomatores é responsável por essas 
sistemáticas de restaurações adesivas que temos hoje na odontologia. Ele que começou 
a usar ácidos para condicionar as estruturas. O ataque ou o condicionamento ácido. 
O Ralph Lee Bowen, 1956 pegou a resina acrílica e misturou com Bis- GMA e viu que 
isso contraía menos e nessa mesma época o Pomatores começou a desenvolver o 
condicionamento ácido. Então com o condicionamento ácido tínhamos uma resina 
acrílica que grudava um pouco mais nas paredes e diminuía mais ainda a infiltração. 
Imaginem que isso era uma coisa ainda muito no início. Até hoje ainda temos 
problemas de infiltração e ainda se pesquisa isso para melhorar. 
No anos 60 alguém já passou a colocar carga nesse material porque somente a massa 
contraía muito ainda. 
As resinas compostas são chamadas assim porque são compostas de uma matriz 
orgânica e uma inorgânica mais também temos outros componentes. Temos 
ativadores, iniciadores, inibidores, pigmentos e temos opacificadores. Se falarmos em 
matriz orgânica estamos falando do corpo, da estrutura da resina. Quando se faz massa 
de cimento ou concreto, se faz a massa e depois coloca pedras para ficar resistente e 
então vira concreto. Só que com o tempo a massa vai saindo e vai ficando uns pedaços 
de pedras aparecendo, essas pedras são a carga inorgânica, normalmente são quartzo ou 
sílica tudo relacionado com vidro, vamos falar assim. 
Temos os ativadores e iniciadores, que são colocados e fazem a resina endurecer. 
Quando usamos a resina fotopolimerizável, que é o que temos aqui, o ativador é a luz. 
Ela ativa o iniciador que é a canforoquinona que vai começar o processo de 
polimerização. Polimerização que é os monômeros dessa massa orgânica que começam 
a se encadear, as moléculas vão fazendo uma corrente e se travando uma na outra por 
isso que o material contrai. Os monômeros têm que se aproximar fazer cadeia e contrair. 
Temos também o inibidor, porque se eu pegar uma resina fotopolimerizável e abrir a 
tampinha, tirar uma parte, quando chegar na cavidade já vai estar dura. Então os 
inibidores são utilizados para isso, para deixar a resina guardada por um tempo e 
manter-se usável sem endurecer dentro do vidro. 
Observe: 
Inibidor=> Produto químico adicionado às resinas para promover maior tempo de 
trabalho e aumentar o tempo de armazenamento, por diminuir a polimerização 
espontânea da mesma. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
Iniciador=> Produto químico formador de radicais livres utilizados para iniciar a 
reação de polimerização. Ele entra em uma reação química e se torna parte do polímero 
final criado; logo, não é um catalizador. 
Temos que ter pigmentos diferentes de acordo com o dente do paciente e 
radiopacificadores. 
Os radiopacificadores servem para enxergar a resina composta quando se faz uma 
radiografia. Antigamente você fazia uma radiografia e no lugar da resina ficava um 
buraco, se você tinha uma infiltração embaixo da restauração não teria como saber. 
Agora se enxergarmos a resina e embaixo ter uma imagem radiolúcida vamos saber que 
tem uma infiltração embaixo da restauração, por isso, é importante ter 
radiopacificadores. 
O mais importante é saber que esse material é composto de uma matriz orgânica e uma 
inorgânica. 
Tudo começou com a matriz orgânica e tínhamos aquele material que era colocado lá, 
mas ficava muito mole, desgastava muito rápido. É a história do cimento quando quer 
fazer uma coluna forte se faz uma coluna de concreto, não de cimento. E então 
começaram a colocar carga e as primeiras resinas com cargas que apareceram foram as 
macroparticulares, somente mais tarde, as microparticulares. São partículas grandes 
cerca de 15 micrômetros. Isso em primeiro lugar era para aumentar a resistência. Essas 
resinas tinham 70% de carga e 30% de matriz orgânica era muita pedra e pouca massa. 
Ótimo. Conseguiu aumentar a resistência mais não deu certo. Por que não deu certo? O 
que aconteceu? 
Vamos imaginar uma coluna na beira do rio e a água batendo e aquela massa mais 
molinha começa a desgastar com o tempo. O desgaste natural. Então começa aparecer a 
pedra e depois aquela pedra cai e ficará aquele buraco gigante. Então, a degradação é 
muito grande. Rapidamente essa resina ficava muito fosca porque ela estava toda 
desregular, juntava muita placa em volta e então sofre uma degradação muito rápida. 
Você não conseguia polir, deixar liso. Porque quando fazemos polimento usamos algo 
abrasivo para desgastar. Só que essas pedras eram tão grandes que quando o 
instrumento passavapara desgastar, não desgastava a pedra, saía um Pedrão e não 
conseguia dar polimento ficava sempre fosco e ficava com uma degradação muito 
rápido. Então o problema era a carga. E o que foi feito? Foi feito as micropartículas. 
Colocaram carga pequenininha para resolver o problema. Só que não foi tão bonito 
assim. Começaram a colocar carga de 0,01 0,06. Só que Bis GMA é duro. Vocês 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
imaginem colocar uma pedra pequena aqui dentro. Uma pedra grande eu pego e 
empurro agora uma pedra pequena para eu empurrar e colocar para dentro é difícil. 
Aqui eu não consigo mais por carga, ela não entra é tão pequenininha que não tenho 
como colocar. Com ela tenho menos carga e mais matéria orgânica. Tem mais massa. 
Ela é mais translúcida. É fácil polir a massa, consigo dar alto grau de polimento. O 
problema é que só massa, grau de resistência não tem mais. Não tem resistência ao 
desgaste, então voltamos ao primeiro problema com um pouco mais de carga. Mas com 
o problema de baixa resistência ao desgaste. Tem um excelente polimento. Mas não 
tinha resistência ao desgaste. Uma resina dessa só serve para dentes anteriores. 
Praticamente não existe quase nada dessa resina no mercado, mas ainda existe. Quando 
por exemplo vamos fazer uma classe IV, bem pertinho da gengiva que queremos um 
grau alto de polimento, essa resina funciona muito bem nessas regiões. Porque ela não 
recebe impacto e tem que ter um ótimo polimento. 
Estamos fazendo uma classificação da resina baseada na carga. Existem outras 
classificações. Existe quanto a viscosidade dela. Resinas de alta e de baixa viscosidade. 
Existem também pela forma de ativação dela, resinas fotoativáveis e quimicamente 
ativáveis. Por carga é uma maneira mais fácil de classificar. 
A outra ideia que tiveram foi de fazer uma resina hibrida, pegaram um pouco de 
microparticulas mais um pouco de macroparticulas mistura isso e faz uma resina que a 
gente consiga tem polimento e resistência ao desgaste. Hoje é muito difícil de encontrar 
no mercado as resinas híbridas vamos encontrar as resinas não híbridas ou micro 
híbridas porque elas tem uso universal que podem usar na frente ou atrás, tem um 
polimento razoável logo que faz, depois de uns oito meses ou um ano o paciente precisa 
dar um novo polimento na resina porque ela está mais fosca. 
O polimento é importante para diminuir o acúmulo de placa na restauração, estética 
ficar mais parecida com o esmalte brilhante e a terceira razão é muito importante. 
Quanto mais lisa for a restauração mais resistente ao desgaste ela é (Ele dar um exemplo 
de uma folha de lixa e uma folha de papel ofício. Esfregando os dois na parede o papel 
ofício causará um desgaste menor.) Isso quer dizer que quanto mais liso, mais 
resistência ao desgaste eu tenho. Por isso o polimento é importante. 
Há uns (08 ou 18) anos a 3M começou a desenvolver as nanopartículas. Isso é uma 
coisa importante para vocês entenderem. Como eu posso ter uma carga que é menor que 
aquelas na micropartículadas e mesmo assim a resina tem uma elevada quantidade de 
carga? Como vou conseguir colocar essas cargas e muitas cargas. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
Eles fizeram as partículas manométricas bem pequenas e as maiores. Eles conseguiram 
juntar um monte de pedra menor e fazer uma partícula maior, feita de muitas pedras 
pequenininhas. Quando eu vou cortar essa partícula, eu não corto ela fora, eu corto as 
pequenas que tem nela, e as outras ficam na superfície. E como ela é maior eu consigo 
empurrar e dar o polimento. Tem uma resina de auto-polimento e alta resistência. 
Quando tem uma partícula maior feita de partículas menores, quando corta ela fica ali. 
 Entendemos o material. Temos que entender mais uma coisa antes de usar resina. 
Temos que entender que esse material tem características óticas importante, não vamos 
falar de todas elas. Vamos falar pelo menos de translucidez que é importante. Tem 
outras características importantes. Fluorescência, copalescência são características 
óticas importantes que tem na resina composta. 
O que vocês precisam saber é a translucidez. A resina composta apresenta diferentes 
graus de translucidez. Isso é importante porque as estruturas do dente têm diferentes 
graus de translucidez. Temos resina que tem que copiar a dentina que tem baixa 
translucidez e temos resina que tem que copiar o esmalte com alta translucidez. A resina 
de dentina tem de 7% a 8% de translucidez. Pouco, ela é muito opaca. Translucidez 
significa que esse corpo permite alguma passagem de luz, mas não toda luz. O vidro, 
por exemplo, tem alta translucidez. 
É importante saberem principalmente, que quando forem trabalhar em dentes anteriores 
têm que trabalhar com esse grau de translucidez variado. Em dentes posteriores 
também, mas em dentes anteriores necessita de uma restauração mais estética. 
Quais as vantagens da resina composta? 
Estética. O preparo é fácil. Não precisa fazer aquelas cavidades complexas de ângulos 
diedro, triedros... Aqui não precisa fazer nada disso. 
Mas também tem desvantagens. Maior problema que tem é o desgaste prematuro, fazer 
ponto de contato também não é muito simples, controlar a microinfiltração ainda é 
difícil porque ainda temos os sistemas adesivos que apresentam algum tipo de 
problema. É complexo de fazer, tem que trabalhar com muito cuidado. Fazer escultura 
tem gente que acha isso um problema. A sensibilidade pós-operatório é relativa. Se você 
fizer tudo que tem que fazer, não vai ter. 
Desgaste prematuro: 
As restaurações de resina composta elas foram desenvolvidas para ocupar pequenas 
áreas onde você não tem contato, a princípio são as regiões de cicatrículas e fissuras. 
São as restaurações classe I, classe II. Não foram feitas para reconstruir dentes inteiros. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
Você até pode reconstruir um dente com resina composta não deve, porque ela não tem 
resistência suficiente para isso. Depois falam mal da resina. Não é que ela não presta, 
ela foi mal indicada. 
Então desgaste prematuro é isso. A resina foi feito restaurar cavidades pequenas sei que 
daqui 20 ou 25 anos ela ainda vai estar aí, se eu fiz tudo direitinho. Agora se fiz 
restaurações grandes a probabilidade desse material ir desgastando é muito mais rápida. 
Se eu tenho um antagonista de um material mais duro, por exemplo, se tenho uma resina 
com cerâmica embaixo, quem vai gastar aqui a cerâmica ou o a resina? A resina. Então 
o antagonista conta muito. Se o paciente tem parafunção ou bruxismo tudo isso conta. 
 Manutenção de contato proximal: para fazermos pontos de contato temos que fazer 
afastamento. Esse afastamento tem que ser imediato ou mediato. O que faz mesmo é o 
afastamento imediato. Esse afastamento mediato é aquele que você coloca uma 
borrachinha no paciente e pede para ele voltar daqui uns dias. Esse é mais difícil. E 
fazemos mesmo no dia a dia é imediato que fazemos com afastadores mecânicos. As 
cunhas são as principais. 
Vamos dar uma olhada nessas duas imagens. Tenho uma cavidade OD. Imaginem que 
coloquei essa matriz dessa forma aí. A matriz tem uma espessura. Ela ocupa espaço. Se 
ela ocupa espaço esse espaço precisa ser condensado. Então se eu faço minha 
restauração e tiro minha matriz o que vai acontecer? O espaço que ela ocupava vai ficar. 
E não vai ter ponto de contato. Para compensar esse espaço preciso de um afastamento 
mecânico. Preciso empurrar ele para o outro lado para quando eu soltar, ele volte para 
compensar esse espaço que foi perdido. Se eu deixar esse espaço, toda vez que o 
paciente for comer vai acumular comida nesse espaço. Precisamos gerar afastamento 
mecânico, temos que usar cunha para empurrar o dente para o lado. 
E Qual é o problema de usar essa técnica? Eu tenho dois espaços sendo ocupado aqui. 
Eu não uso esse tipo de matriz para fazer resina composta. Usamos a matrizindividual, 
usa a Mariz somente de um lado, não precisa usar esse arco aqui. 
Mesmo quando temos uma cavidade MOD, vou usar somente de um lado. Não precisa 
colocar o material todo de uma vez, coloco em um lado. Faço a crista marginal de um 
lado, tiro a matriz, se ela tiver em bom estado posso até usar a mesma no outro lado. 
Um de cada vez. Uma restauração complexa transformou em uma restauração classe I. 
Não usamos matriz de poliéster em dentes posteriores, porque ela é mole difícil de 
trabalhar e não consegui gerar afastamento mecânico. Só usa em dentes anteriores. Isso 
vai cair na prova. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
Em dentes posteriores usa apenas matriz de aço. E essas matrizes assim não servem para 
resina, serve para amálgama. Utilizamos a cunha de madeira. As cunhas de plástico não 
servem porque o plástico não gera afastamento, ele amassa. 
Como vamos saber se a cunha afastou mesmo? No momento em que você estiver 
colocando a cunha de madeira o paciente tem que sentir um incômodo (dor). Tem que 
observar a reação do paciente. 
Podemos fabricar a matriz, recorta e vai esfregando com o cabo do bisturi e a matriz vai 
ficando com uma curvinha. Então dá para usar a matriz de aço 0,7, 0,5 normal. Não 
precisa comprar matriz pré-fabricada. 
Em relação ao controle de microinfiltração, todo mundo sabe que a resina contrai muito 
e essa contração leva a vários problemas. Leva a sensibilidade pós- operatório. Dor, 
depois vamos entrar nesse detalhe. 
Tem algumas coisas que vamos fazer para evitar isso, o sistema adesivo tem um papel 
importante nesse controle de infiltração muito grande, outro fator importante é o tipo de 
dente, dentina. Se for uma dentina nova, secundária terciária reacional. Quando falamos 
de dentina tem muita coisa que entra naquele componente que influencia. A dentina é 
um tecido mais vivo mais orgânico do que o esmalte. Tem água, fibras colágenas. Vai 
ter todo um trabalho. Em outra aula vamos ver melhor sobre sistema adesivo. 
Agora nesse ponto que estamos falando de resina composta o que podemos fazer para 
diminuir um pouco esse problema de contração de polimerização e por consequência 
diminuir a sensibilidade pós-operatório e infiltração marginal são técnicas incrementais 
de restaurações. Colocando aos poucos, conseguimos compensar a resina que acabou de 
contrair. Essa é a técnica que usamos. 
Se falar, mos de técnica incremental temos que falar de fator C. Que significa fator de 
configuração cavitária. É um sistema equatorial. Colocamos o número de superfícies 
aderidas sob o numero de superfícies livres. Não precisa fazer esse cálculo é somente 
para vocês entenderem que quando tiver o valor de 1 a 1,5 significa que vai estar bem se 
passar disso está mal. 
C = ������í�	��	����	���
������í�	��	
	����
 
Vamos ver essa caixa aqui, ela é uma caixa proximal. Temos 4 paredes nessa caixa: 
axial, gengival, vestibular e uma lingual. E livre vamos ter uma só. Então temos quatro 
aderidas divididos por uma livre. Vai dar quatro. Um número muito alto A 
probabilidade de contração é muito grande. O fator C é alto. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
Se colocar resina nessa condição, vamos ter duas paredes livres e aqui em vez de ter 4 
paredes aderidas vamos ter 3 paredes. E três divido por já diminui e poderia diminuir 
mais. Tem que compensar porque quando a resina contrai é muita força. 
Algumas orientações para vocês: tem que conhecer a anatomia, tem que trazer os 
macromodelos para olharem. 
Tem que ter pincel. 
Cunha apenas de madeira. 
Tem que ter porta agulha para colocar a cunha. Fica bem melhor de colocar. 
Tira de lixa fina. (Não é para corta) 
Lâmina de bisturi n° 12 
Tem várias técnicas de restauração. Vamos ensinar uma técnica para vocês. 
Tem que olhar os pontos de contado do paciente, olhar os contatos oclusais, onde o 
dente está batendo e os contatos proximais antes de colocar o isolamento absoluto e 
depois a restauração. 
Classificação das Resinas Compostas 
Autores como Lutz et al. e Leinfelder & Taylon têm classificado as resinas compostas de acordo 
com o tamanho das partículas, tipo e quantidade de carga e tipo de ativação. 
Classificação Vantagens Desvantagens 
MACRO - O tamanho das partículas é, 
em média, superior a 15 m m. As cargas 
são Quartzo e apresentam cerca de 75% 
de carga. 
Apresenta grande resistência Maior aspereza da superfície 
Maior acúmulo de placa 
Estética Comprometida 
MICRO - O tamanho das partículas 
apresenta uma variação entre 0,01 a 0,1 m 
m. As cargas são sílica coloidal com 50% 
de peso. 
Superfície mais lisa 
Estética excelente 
Baixa resistência 
HÍBRIDA - Mistura de macropartículas 
com micropartículas. As cargas são 
Silicato ou Vidro de Bário com 76% de 
peso. 
Boa resistência 
Estética aceitável 
Não apresenta boa 
estabilidade de cor 
MICROHÍBRIDA - Mistura de 
micropartículas com minipartículas ( com 
alta carga ). As cargas são Sílica de Bário 
com o peso variando entre 75% à 80%. 
Estética excelente 
Boa resistência 
Superfície lisa 
Fácil manuseio 
Estabilidade de cor 
 
 
 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
 
 
(Aula II) Anatomia em Dentistica e Resina em Dentes Posteriores. 
� Passo 1: Preparação do dente 
O mais importante é que a gente tem que fazer a preparação do dente. O que é 
isso> A gente tem que olhar o dente e avaliar os pontos de contatos oclusais do 
paciente, onde ele toca e avaliar também os pontos de contatos interproximais, passar 
fio dental entre os dentes. Quem já fez isolamento absoluto aqui> provavelmente, 
alguns de vocês já teve problema com rasgamento de isolamento absoluto, porque 
rasgava em um contato interproximal mais apertado, identifique essas áreas para deixar 
menos borracha. O pior erro de vocês aqui, é que tem gente que pega e acha que é 
melhor primeiro colocar a borracha e depois o grampo, essa técnica não existe!!!! Ou 
você leva o grampo primeiro e depois a borracha, ou leva o grampo com a borracha, a 
borracha primeiro depois o grampo dá trabalho, vocês podem fazer, mas é muito mais 
difícil. Vocês tem que facilitar. 
P q existem os pontos de contato> porque no final do trabalho vocês vão chegar 
para o paciente e perguntar> tá alto>> Sei lá, o paciente não sabe o que é isso. A melhor 
maneira de você saber se a altura está certa, é que os pontos de contato que tinham 
antes, tem que ser os mesmos pontos que tinham depois da restauração. Você pode fazer 
contato no dente em que você quiser, dá pra guardar na cabeça, ohhh... tinha um ponto 
bem aqui. 
� Dica 1: Grampo 26. Na vida real, preparo a gente faz o preparo cavitário, 
depois isola, aqui não porque corre o risco de vocês causarem exposição pulpar é 
enorme. Já que é grande, é melhor a gente estar com isolamento absoluto. Com esse 
grampo você isola todos os grampos. Só para molar. 
� Dica 2: Profilaxia. A gente limpa o dente depois que faz o preparo 
cavitário. Alguns professores vão dizer que não, a gente não está fazendo uma limpeza 
da cavidade, vocês estão vendo que estou passando a escova de Robson no esmalte não 
na cavidade. Não precisa limpar a cavidade. P q>> não tem necessidade, o ácido 
fosfórico vai fazer isso. Limpar com pedra pomes e água, não pasta profilática. A gente 
tem só que avaliar se o tecido precisa ou não ser removido. Bom, antigamente a gente 
falava que vocês tinham que colocar o ácido fosfórico só no esmalte esperar uns 15s e 
depois colocar 15s na área da dentina, totalizando 30s. Vocês ainda podem fazer isso, 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
vocês podem condicionar por mais tempo no esmalte, o que vocês não podem é 
condicionar por mais de 15s na área na dentina, porque há excesso de desmineralização 
do tecido, condicionamento ácido mais aprofundado e o monômero do seu adesivo não 
vai penetrar aquele espaço que precisa,vai ficar uma área vazia embaixo. É importante 
ter medo com a dentina, no esmalte menos porque é mais mineralizado, menos 
orgânico, aceita um tempo mais longo de condicionamento, podemos fazer 
condicionamento de 15s em tudo de uma só vez. Sim, 15s é suficiente pra o esmalte, ou 
começar o condicionamento pelo esmalte e depois para dentina. E o condicionamento é 
assim, não tem pouco ácido tem que condicionar, é para cobrir tudo de ácido e lavar, 
lava mesmo, e quando você achar que ta bom, lava mais, lavar sempre o dobro do 
condicionamento. A gente sabe que não pode ressecar demais a dentina, p q>>> para 
que as fibras colágenas não colabem. Esse ácido vai entrar em contato com o dente... 
(não dá pra escutar direito). 
Não pode deixar secar totalmente, a gente pega uma bolinha de algodão com água, 
coloca na cavidade e seca. Não tem problema secar o esmalte, a parte superior da 
bolinha fica seca, embaixo fica úmido, tiramos a bolinha de lá. Depois aplicar o adesivo, 
sem pena, esse adesivo tem que ter um tempo para agir, para o adesivo poder entrar, 
chegar lá em baixo, tirar aquela água, tem solvente no adesivo, etanol, acetona... A 
finalidade do solvente, é entrar e remover água, e vai levar com solvente os monômeros 
do adesivo, vai substituir água, água não evapora com facilidade quando vc joga o ar, 
mais o solvente evapora. Deixar pelo menos 20s. Na maioria dos casos não vai fazer 
nenhum tipo de proteção pulpar, mas sim , hibridização é fazer camada híbrida, onde 
você tem fibras colágenas e os monômeros de adesivo intrincados ali, isso é chamada de 
camada híbrida. Na formação de dentina reparadora não precisa colocar proteção, 
quando usamos cimento ionômero de vidro, porque tem adesão química à estrutura 
dental, eventualmente hidróxido de cálcio em cavidade mais profunda (que não tem 
adesão à estrutura dental). 
� Jato de ar muito forte no adesivo vai deixa-lo com uma película tão fina que 
quando entrar em contato com a luz do fotopolimerizador ele não vai polimerizar por 
que todo o adesivo vai estar em contato com o oxigênio mas, também não pode usar 
uma camada muito grande, tem que ser meio termo e usar um leve jato de ar, somente 
para evaporar o solvente. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
� Dependendo do tipo de adesivo, pode-se fazer uma segunda aplicação. Nessa 
segunda aplicação não precisa esperar 20s como na primeira aplicação por que a 
camada hibrida já está formada. Essa segunda camada, é na verdade, apenas para cobrir 
alguma falha que possa ter ficado. Faz a volatilização com leve jato de ar mais uma vez 
e fotopolimeriza. Em média 20s pra cada camada. 
�A técnica incremental é usada para compensar a contração de polimerização da 
resina composta. É usado o FATOR C (Fator de Configuração Cavitária) onde a resina é 
unida no menor numero de paredes possível, por isso utiliza-se incrementos. 
� Primeiro é feito o forramento de toda a cavidade com incrementos de resina 
(onde é usada uma resina mais opaca para representar a dentina, ou seja, mais 
translúcida para bloquear a passagem de luz e esconder a dentina mais escurecida que 
existe no fundo da cavidade) e teoricamente o dente já está protegido mas, é preciso 
encher toda a cavidade. O próximo passo é a confecção das bases das cúspides onde é 
usada uma de esmalte. 
� O que é resina de esmalte matizada??...é uma resina de esmalte, ou seja, que 
tem um grau de translucidez maior, mas que tem uma matiz (ou seja, uma cor). 
� Existem resinas chamadas de BOOK COMPOSITES onde se coloca a resina 
inteira na cavidade e polimeriza tudo em um bloco só (não é usada a técnica 
instrumental). 
� Quanto maior o volume de resina que é levado a cavidade maior é o risco de a 
resina não polimerizar por completo, de se ter uma contração de polimerização muito 
grande e de se tracionar prolongamentos de odontoblastos e gerar sensibilidade pós-
operatória. 
� Resina de esmalte matizada é usada nas bases das cúspides e é colocado um 
incremento em cada base. Com esses incrementos, já se tem uma idéia de onde vai ficar 
o sulco principal. Nunca fazer sulcos com a ponta esculpida da sonda por que é muito 
difícil e o sulco não parece ser natural. Na técnica incremental, um incremento se une ao 
outro formando o sulco, o que fica muito mais natural. 
� Depois que foram feitas as bases das cúspides, serão feitas as arestas das 
vertentes triturantes das cúspides. Nesse caso, pode ser usada uma resina de valor que é 
a mais translúcida que as matizadas. Essa resina sim vem até as bordas da cavidade. 
� Para reconstrução em dente posterior a regra é a seguinte: as cúspides menos 
destruídas são as primeiras a serem trabalhadas por que dão uma série de informações, 
as cúspides mais destruídas são deixadas por último. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
� Se fizer a restauração e ficar alta (com excesso) --As pontas diamantadas não 
devem ser usadas por que deixam a resina toda riscada e gastam o esmalte também além 
da resina, por isso são usadas borrachas abrasivas de acabamento (e não as da DFL que 
são de polimento!!!!!!). Para dar polimento, além das borrachas da DFL podem ser 
usadas também escova de carbeto de silício, escova de pelo de cabra, feltro e pastas de 
polimento. Devem ser usadas em baixa rotação com toques intermitentes por que toques 
prolongados geram calor e queimam a dentina impedindo que ela brilhe. 
� Acabamento é importante por que deixa a restauração mais lisa, junta menos 
placa e aumenta a longevidade da restauração. 
� Para fazer classe II é essencial que se tenha recortador de margem gengival. 
� Nunca se deve fazer o condicionamento ácido e aplicar o adesivo em duas 
restaurações ao mesmo tempo. Por que ao fazer a restauração em um dos dentes vai se 
finalizar com acabamento e esse acabamento vai sujar todo o outro dente que já estará 
condicionado e com adesivo (se tiver feito da maneira errada). Pode apenas abrir e 
preparar as duas ao mesmo tempo. A camada híbrida já está formada e a mais 
superficial do adesivo está em contato com o oxigênio e não polimeriza, permitindo 
assim que a resina cole no adesivo. Não vai adiantar aplicar ácido e adesivo em uma 
cavidade onde isso já tenha sido feito por que o ácido não vai ter efeito sobre o adesivo, 
apenas remove a camada de adesivo superficial que não polimerizou. Ao se colocar 
outra camada de adesivo, essa não vai grudar! 
�Condicionamento ácido é feito na vestibular inteira do dente, por que quando 
passar adesivo e for feita a volatilização com leve jato de ar, esse adesivo vai se 
espalhar e quando usar o pincel pra adaptar a resina, esta também vai passar um pouco. 
Sempre embaixo do adesivo e da resina tem que ter sido feito o condicionamento 
ácido!!!! 
� A resina de dentina serve para mascarar a linha de união e para impedir a 
passagem da luz. Se não colocar resina de dentina o dente fica cinza por que a luz 
consegue passar. 
( Aula III) Forramento em Dentistica 
 
( Aula IV) Controle Químico do Biofilme 
Na aula de hoje a gente vai falar um pouquinho pra vocês sobre o controle químico do 
biofilme. O controle químico é aquilo que conhecemos popularmente como os 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
enxaguatórios bucais, vernizes, dentifrícios.. São substâncias que a gente agrega nessas 
soluções/meios/veículos para tentar controlar o biofilme. 
Bom, as principais doenças associadas ao biofilme é a cárie dental, gengivite e 
periodontite. Todas essas 3 estão associadas ao biofilme, ao acúmulo de biofilme. E 
dentro dos agentes químicos, poucos são os agentes que tem efeito anti-cárie 
documentado, mesmo tendo uma gama de produtos no mercado. A eficácia desses 
agentes antimicrobianos está muito relacionada àquela organização do biofilme, seja na 
forma planquitônica ou na própria formação do biofilme mais maduro e mais complexo. 
Na medida que a gente aplica um agente antimicrobianopara o controle desse biofilme, 
os microorganismos desse biofilme são alterados fenoticamente. Vamos ver melhor nos 
próximos slides. 
Só para relembrar: O biofilme bacteriano é uma comunidade/colônia de bactérias bem 
organizada; desde aquela fase de colonização primária da película adquirida até a 
maturação do biofilme. Então é uma comunidade organizada que tem uma matriz de 
polissacarídeos extracelulares, canais de nutrição dentro dessas colônias.. Então por si 
só, esse complexo de biofilme, esse conjunto de microorganismos, se torna uma 
estrutura organizada. E essa organização das bactérias no biofilme também impede a 
penetração de agentes microbianos: quanto mais espesso é o biofilme, muitas vezes os 
agentes antimicrobianos não atingem essas camadas. Se tem uma camada espessa de 
biofilme, o flúor não vai atingir por exemplo a superfície dental. Enquanto a gente tem 
uma má higiene e um acúmulo de biofilme numa espessura acentuada, há uma menor 
eficácia do flúor quando temos queda de pH e consequentemente temos dificuldade no 
processo de remineralização. 
Esse é apenas um trabalho exemplificando o que eu acabei de explicar: eles mediram a 
capacidade de penetração de alguns agentes antimicrobianos em biofilmes e, além da 
espessura, alguns dos tipos de agentes antimicrobianos tem um poder de penetração 
maior do que outros. Por exemplo, a clorexidina nesse estudo tem o maior poder de 
penetração, sendo considerado pra nós o melhor. Não basta ter um agente ali atuando, 
como por exemplo o flúor, é preciso também controlar o biofilme, desorganizá-lo. 
Então, o principal meio de manutenção da nossa saúde oral é o CONTROLE 
MECÂNICO do biofilme. O controle químico não substitui o controle mecânico; ele é 
um coadjuvante, atua em paralelo. E o controle do biofilme em si, o controle mecânico 
pela escovação, é o principal motivo da queda do CPOD em países desenvolvidos. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
Bom, a gente também pode associar os dois, controle mecânico e químico, ajudando a 
prevenir doenças associadas ao biofilme, que é aquilo que a gente falou no começo da 
aula (cárie, doença periodontal e gengivite). 
Aquilo que eu acabei de falar. Não adianta pensar que vou bochechar aquilo ali e vou 
diminuir meu biofilme e evitar a cárie. O principal método, guardem isso aqui, é o 
controle mecânico do biofilme, certo? É uma técnica simples e barata, que todo mundo 
pode realizar. Logicamente tem casos e casos: às vezes os pacientes são debilitados ou 
tem alguma dificuldade de coordenação motora, aí estipulamos o controle químico para 
ajudar no controle do biofilme. 
Como eu falei também o controle químico é um coadjuvante, ajuda a controlar a 
formação do biofilme, inibindo ou reduzindo a quantidade de microorganismos; ou 
mesmo transformando aquelas bactéricas num biofilme mais favorável. Como é o 
mecanismo de ação desses agentes antimicrobianos? Falamos no início que o principal 
motivo do uso do agente antimicrobiano é controlar a ação de biofilme, o mecanismo de 
ação deles também vai ser de interferir em algum momento no processo de colonização 
desse biofilme (desde a formação da película adquirida até a colonização primária, 
secundária, terciária e maturação): em alguma dessas etapas o agente antimicrobiano 
deve ter sua ação. Se queremos controlar o biofilme, em algum momento temos que 
intervir para que a colonização não continue! 
Os agentes químicos vão prevenir ou reduzir aquela lesão primária (uma das fases da 
película adquirida), prevenir ou inibir o crescimento dos microorganismos (contra 
aqueles que já estão instalados ali), prevenir ou inibir a formação da matriz do biofilme, 
modificar aquele biofilme (transformar aquelas bactérias desfavoráveis em favoráveis), 
reduzir consequentemente a formação de produtos citotóxicos dessas bactérias. 
Qual é a razão que utilizamos esses agentes antimicrobianos para controle do biofilme? 
Há duas justificativas. Quando vamos ter uma infecção de origem bacteriana (cárie, 
doenças periodontais) e quando temos uma dificuldade ou impossibilidade de execução 
do controle mecânico. Só vamos utilizar o controle químico quando tivermos 
dificuldade de controle mecânico! É muito comum o pessoal me perguntar o que pode 
comprar pra fazer bochecho em casa ou passar pro paciente.. Há vários produtos no 
mercado, mas melhor que comprar bochecho (que acaba sendo um perfume pra boca), o 
melhor método é a escovação. O que é melhor: fazer um bochecho por 1 minuto que 
tem 200 ppm de flúor ou fazer a escovação mecânica que tem 1500 ppm de flúor?! A 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
maioria desses agentes antimicrobianos vão ser mais um perfume pra boca, não tem 
uma ação tão eficaz quanto a gente pensa. 
Bom, indicações relacionadas à doença cárie é mais delicada, apenas quando queremos 
reduzir a contagem de Streptococcus do grupo Mutans; caso contrário, não teria porque 
indicar o controle antimicrobiano em relação à doença cárie. Já em relação à doença 
periodontal, indicamos quando é um difícil acesso em determinadas regiões ou após um 
procedimento cirúrgico, acredito que o professor da perio já tenha comentado com 
vocês. 
Outras indicações - podemos dividir essas indicações em: CURTAS: quando temos uma 
estomatite protética recorrente, vamos usar num período de 1 semana/15 dias; 
manutenção dos cuidados periodontais (de repente após uma cirurgia); no caso da 
cardiologia e dentística, quando o paciente apresenta uma alta atividade de cárie 
(instituímos 4 sessões de bochechos com clorexidina e aplicação tópica de flúor); nesses 
casos é uma indicação de curta duração ou intermitente, podemos interromper e 
continuar também; se fizermos uma contagem microbiológica, o nível de Mutans será 
acima de 10 à sexta, que é aquilo que falamos sobre mutans bilionários. E antes/após 
procedimentos cirúrgicos, certo? 
PROLONGADAS: eu sempre enfatizo que um agente químico não é um substituto do 
controle mecânico. Mas tem casos que é necessário o controle químico: pacientes com 
deficiência física, alguns deficientes mentais (embora esses pacientes sempre tenham 
um tutor, um pai ou mãe, então orientamos essa pessoa na escovação); pacientes 
imunodeprimidos (tratados com câncer, ou que recebem radioterapia, que tem baixa 
resistência como HIV); portadores de aparelhos ortodônticos ou próteses também. 
Propriedades dos agentes antimicrobianos: para eles serem considerados ideais, 
precisam ter algumas características – precisam ter toxicidade baixa, tem que ser seguro, 
baixo efeito colateral sobre os tecidos orais; baixa permeabilidade aos tecidos bucais; 
não provocar desequilíbrio da microbiota (sabemos que a microbiota por si só tem 
residente e ativa, que não faz mal à nossa cavidade oral; e se a gente ocasiona um 
desequilíbrio, se usamos por muito tempo por exemplo a clorexidina, reduzimos 
logicamente o número de bactérias mas em contrapartida podemos estar aumentando o 
nível de cândida albicans, porque elas vivem em simbiota: se você tira um, favorece o 
crescimento da outra! Diminuindo o número de um microorganismo, você favorece 
outro, eles não vão mais competir); o agente químico deve apresentar também 
substantividade (capacidade que o agente químico tem de se reter e permanecer por 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
mais tempo na cavidade oral); consequentemente se a gente tem todas essas 
características teremos uma eficácia desses agentes antimicrobianos. 
Bom, nós temos alguns veículos para utilizar esses agentes antimicrobianos: 
dentifrícios, bochechos, sprays, géis e gomas de mascar (podem ter alguns açúcares que 
são antimicrobianos). Dentre esses mais comumente encontramos no mercado, temos a 
clorexidina, cloreto de cetilpiridíco (cepacol), cloretos de estanho e citrato de zinco, 
triclosan (no mercado é o Plax Classique), óleos essenciais (famoso listerine), 
detergentes (um dos componentesque faz a espuma do dentifrício). Dentre esses 
agentes antimicrobianos, a clorexidina é considerada a mais eficaz. O cepacol já tem 
uma baixa eficácia clínica. Os demais agentes tem eficácia moderada. Os detergentes, 
algumas enzimas, peróxido de H.. Não tem uma conclusão sobre a eficácia desses 
produtos. Como comentei no início da aula, são poucos os agentes antimicrobianos que 
tem uma eficácia clínica comprovada. 
CLOREXIDINA 
- aquele que tem maior eficácia clínica comprovada e é o que a gente usa 
constantemente; é um tipo de bochecho que quando a gente indica o paciente vai 
entregar basicamente na farmácia. Tem que ter cuidado na utilização, não usamos em 
um tempo continuado/indiscriminado, tem que ter controle! Senão estamos alterando a 
ecologia bucal, aquela microbiota que eu falei no início. 
- a clorexidina é um composto dicatiônico, ou seja, tem carga positiva e essa carga que 
vai se ligar às paredes da mucosa, dando aquela substantividade. A substantividade 
comprovada é de 12 horas devido à característica dicatiônica desse componente. Ela 
tem também características hidrofílicas e hidrofóbicas. 
- tem alguns efeitos colaterais sistêmicos, mas é muito improvável! Tem efeito 
bactericida e bacteriostático, e é de amplo espectro, então pode atingir gram positivos, 
gram negativos, alguns vírus e alguns fungos também. 
- ele vai interferir na aderência microbiana: não vai deixar que aqueles microorganismos 
se aderem. 
- aumentam a permeabilidade celular da parede bacteriana, fazendo a lise celular 
daquela bactéria. 
Aquilo que eu comentei também sobre a substantividade, já que ele é um componente 
catiônico, ele vai ser fortemente absorvido pelas superfícies bucais e vai sendo liberado 
gradativamente, o que dá a característica de substantividade desse produto. Já foi 
comprovado uma substantividade de até 24h após a utilização de clorexidina. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
- ela é encontrada no mercado em soluções de 0,12 a 0,2%. Em dentifrícios, de 0,7 a 
0,8%; em gel varia de 1, 1,5 ou 2%; também temos vernizes de 1 ou 2%. O verniz se 
adere mais à estrutura dental, tendo uma substantividade ainda maior (liberação mais 
lenta). 
Se recomenda a utilização de clorexidina 30 minutos depois da escovação. POR QUE? 
Porque os íons livres presentes ali no dentifrício, no caso monofosfato de sódio, e 
alguns dos detergentes (presentes em quase todos os dentifrícios), diminuem a retenção 
da clorexidina, justamente pelas ligações químicas/catiônicas. Já que ele tem íons livres, 
se estiver em contato com outros agentes, não que ele vai ser inativado, mas vai ter uma 
menor retenção. Por isso indicamos 30 min após a escovação. 
Bom, mas como eu disse não usamos indiscriminadamente a clorexidina, temos alguns 
efeitos colaterais: o uso prolongado pode ocasionar pigmentação dental (extrínseca, 
facilmente removida com uma profilaxia), sensibilidade ou alguma reação alérgica 
(descamação da mucosa oral), favorece a formação de cálculo (precipita íons de cálcio e 
fosfato da saliva, o que favorece a formação desse cálculo), paladar/sensação gustativa 
alterada. 
- foto mostrando os veículos da clorexidina: bochechos, verniz, forma em gel 
TRICLOSAN 
- outro componente que encontramos no mercado como Plax Classique (os outros Plax 
não tem triclosan). É um componente não iônico e também tem características 
hidrofílicas e hidrofóbicas; tem um bom espectro antimicrobiano. 
- sua grande desvantagem é não ter substantividade nenhuma! Ele está sempre associado 
à uma molécula para aumentar sua aderência na mucora oral; também sempre está 
associado a outros produtos, como flúor, zinco, etc. 
- em baixa concentração, ele vai ter uma característica bacteriostática. 
- nas pastas que contém triclosan (total 12 horas, ação total, etc) tem o mesmo efeito 
basicamente que aquelas que não possuem triclosan! Não tem diferença já que o 
principal controle desse biofilme vai ser o mecânico. Alguns trabalhos dizem que o 
triclosan podem gerar uma resistência microbiana, mas não é nada conclusivo ainda. 
CLORETO DE CETIL PIRIDÍMICO 
- Acho que é o mais fácil de achar! Oral B, Cepacol, etc. Também tem uma ligação 
catiônica como a clorexidina. 
- Concentração um pouco mais baixa, de 0,05%. Não tem substantividade! A absorção 
dele é rápida e é liberado rapidamente. Então por ter essa baixa substantividade, ele tem 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
uma eficácia mais reduzida. Para ter uma eficácia boa, seria preciso bochechar a cada 4 
horas! Aqueles bochechos a cada 12h geralmente o fabricante fala, então sempre leiam 
as bulas, vejam os ingredientes.. O cloreto de cetil piridímico, se não for associado a 
nenhum outro componente, a cada 4h teria que fazer bochecho com ele. 
ÓLEOS ESSENCIAIS 
- o famoso listerine! Até pouco tempo atrás, ele ardia pra caramba. Tinha uma grande 
quantidade de álcool, cerca de 40% de álcool.. É muito grande, é como vodka! Nos 
EUA era proibido até certa idade. A justificativa do álcool é porque os óleos essenciais 
são dissolvidos na presença de álcool. Agora mudaram a formulação do listerine, foi 
bombardeado por críticas, e agora tem o listerine zero, que não tem álcool e que se eu 
não me engano ele tem cloreto de cetilpiridínico. Em situações que tem esses óleos 
essenciais, eles reduziram a quantidade de álcool, mas álcool ainda tem: não é aquela 
sensação de queimação como antes e as pessoas achavam que o fato de 
machucar/queimar limpava bem, e nós vimos na tabela que ele tem uma eficácia clínica 
de moderada a baixa. Mas ele tem uma ação sim, uma atividade antisséptica e 
antifúngica por romper a parece celular bacteriana; mesmo trocando a formulação, 
aqueles que possuem os óleos essenciais ainda apresentam queimação. 
Alguns ÍONS METÁLICOS também tem ação antimicrobiana: cobre, estanho 
(dentifrícios e alguns bochechos na forma de cloreto de estanho) e zinco (citrato de 
zinco). Essa atividade antimicrobiana é proporcional à quantidade de íons livres 
disponíveis! Quando mais íons disponíveis tem, maior a atividade antimicrobiana. 
Atuam tanto em organismos gram positivos como negativos; atuam também na película 
adquirida, naquela etapa de adesão/agregação inicial das bactérias; há relatos que o 
zinco também tem efeito anti cálculo. 
- tem uma boca substantividade! Por serem íons, se ligam à radicais livres presentes na 
mucosa, então tem uma boa substantividade. 
- aspectos indesejáveis: gosto metálico na boca e tendência à manchamento das 
estruturas dentais. 
EXTRATO DE MALVA (produtos teoricamente naturais) 
- a malva por si só não tem um efeito antimicrobiano, mas sim anti-inflamatório. Na sua 
fórmula, a concentração de malva é baixa; está associada trisol e tirotricina, que é um 
antibiótico basicamente. Então não é um produto natural, tem outros componentes 
associados. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
- o própolis sim tem um efeito antimicrobiano comprovado apenas com Streptococcus 
Mutans. Entre outros produtos naturais, tem também o extrato de sanguinária (tem na 
literatura, mas nunca vi nenhum produto com extrato dessa planta, que usa em infecções 
tópicas, diz que tem ação antimicrobiana em gram positivos e negativos, interferindo na 
parede celular dos microorganismos). Continua sendo controverso porque esses 
produtos estão sempre associados a outros produtos! 
ENZIMAS 
- presentes na nossa saliva; peroxidases quebram íons presentes na nossa saliva, que são 
antimicrobianos. A saliva por si só tem o seu controle antimicrobiano. Na saliva temos 
íons e imunoglobulinas que tem ação antimicrobiana. 
LAURIL SULFATO DE SÓDIO 
- é um detergente, que faz espuma no dentifrício e em alguns bochechos. É o detergente 
mais utilizado nos dentifrícios. Ele interfere na parece celular e promove 
extravasamento dos componentes microbianos, porém não tem um efeito comprovado, é 
inconclusivo. 
Reforçando,o melhor método para controle do biofilme ainda é o controle mecânico, 
abrasivo, de desorganização das bactérias. 
Hoje em dia tudo tem “whitening”, que propõe um clareamento. Eu pergunto pra vocês: 
esses produtos clareiam ou não? Não clareiam NADA! Eles são um perfume que tem o 
“whitening”. O que clareia nos clareamentos de consultório ou caseiros é um agente 
químico oxidante, que é o peróxido de hidrogênio, se dissocia e libera oxigênio. O 
pigmento é uma cadeia aromática, complexa; quando se tem a presença do oxigênio 
livre, ele vai quebrar essas cadeias aromáticas em mais simples, por exemplo cadeias 
duplas, e aí teremos um pigmento parcialmente clareado. Bioquimicamente falando, só 
vamos clarear alguma coisa se tiver a presença desse agente químico oxidante. O que 
mais utilizados é o peróxido de carbamida ou peróxido de hidrogênio. No caseiro, 
utilizamos a plaquinha por mais ou menos 21 dias, na concentração de peróxido de 
carbamida entre 10 a 22%. Para ter sucesso, esse peróxido tem que ter uma relação 
concentração/frequência: se a concentração é baixa, tem que ser usado por mais tempo. 
No de consultório, a concentração é lá em cima, muito alta, pra poder clarear o dente em 
1h. 
Concentrações muito elevadas tem efeito cáustico! Então enxaguatórios 
bucais/dentifrícios não tem esse agente químico oxidante, não clareiam. É uma jogada 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
da indústria, a maioria tem coloração azul, que dá a sensação/ilusão óptica de que o 
dente está mais branco. 
Considerações finais: os agentes antimicrobianos não podem ser usados 
discriminadamente senão pode causar um desequilíbrio ecológico na mucosa oral; não 
devem ser utilizados como rotina, mas sim casos específicos. E nada vai substituir o 
controle mecânico! O químico será apenas um coadjuvante. O objetivo não é eliminar a 
microbiota oral e nem queremos isso, mas sim prevenir, evitar um biofilme patogênico. 
 
( Aula V) Proteção Pulpar 
Proteção pulpar II (Técnicas e indicações) 
Objetivo da proteção pulpar � proteger o complexo dentinho-pulpar e manter sua 
vitalidade, isso não quer dizer só na fase de colocar o material, mas qualquer coisa ou 
ação sua tentando prevenir uma agressão a polpa faz parte da proteção pulpar. Então o 
fato de vc usar uma broca nova, remoção de tecido cariado sem força, usar uma broca 
pra preparo com irrigação, fazer uma limpeza de cavidade de maneira adequada. 
A polpa tem 4 funções principais: 
1. Formativa – é a fase inicial da odontogênese, onde a papila dental que vai dá 
origem a polpa estimula a formação de dentina. 
2. Indutiva – faz a diferenciação de epitélio oral em lâmina dental. 
3. Nutritiva – responsável pelos metabólitos dos tecidos conjuntivos. 
4. Protetora – temos células de defesa, mecanismos de sensibilidade da dor e 
fornece sinal que algum dano está acontecendo aquele tecido. 
Polpa jovem Polpa envelhecida 
Rica em células Fibrose pulpar 
Pouca fibrose Tecido conjuntivo denso 
Tecido conjuntivo frouxo Hialinização 
Processos metabólicos facilitados Presença de calcificação difusa 
 Dificuldade no processo metabólico 
 
A diferenciação entre uma polpa jovem e a envelhecida podemos ter como base 
essa ideia pra tomar decisão de fazer ou não uma terapia pulpar conservadora. Por 
exemplo: paciente que vc tá removendo tecido cariado, ocorreu uma exposição 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
acidental, vc vai agir da mesma maneira quando acontecer isso em um paciente jovem 
ou paciente adulto normal ou paciente mais idoso? Tecnicamente de fazer o 
procedimento é igual, mas tem que lembrar que onde vc está atuando é um tecido que 
vai diferenciar em um paciente jovem e um adulto. Paciente jovem tem câmara mais 
ampla, quando vc vai remover uma cárie, uma lesão, a chance de você expor é maior, 
além disso, em contrapartida aquele tecido tem uma resposta de reparo melhor do que 
uma polpa mais idosa, de um paciente mais velho, porquê? Lá vc tem mais células, o 
tecido conjuntivo não ta tão hialinizado, ta mais frouxo, circula melhor os fluidos 
superficiais, a vascularização é melhor, então todo metabolismo do reparo, a atividade 
celular ela é mais intensa e uma polpa jovem, então todos os processos metabólicos são 
facilitados em uma polpa jovem, então vc vai fazer uma pulpotomia, uma proteção 
pulpar direta, no paciente jovem tem grande chance de dar sucesso. Já no paciente de 
mais idade vc pensa duas vezes, “será que vai dar certo”?, Pode até tentar, mas a chance 
de dar certo é menor. Já na polpa envelhecida é o contrário, nós temos uma grande 
quantidade de fibras já dentro da polpa, por conta disso um tecido conjuntivo denso, 
frouxo, então a circulação dos fluidos, dos metabólitos, da própria nutrição celular já 
fica dificultada, podemos ter a presença de algumas áreas de hialinização e calcificação 
distróficas também na polpa, algumas áreas da polpa já se encontram até calcificadas, 
com algum centro de calcificação, então tudo isso na polpa de um paciente mais idoso. 
As vezes polpa envelhecida não quer dizer que o paciente tenha 70 anos, mas uma polpa 
envelhecida pode ser no paciente mais jovem também, num dente que esteja recebendo 
o trauma exagerado, por exemplo: um molar sofreu mesialização, ou pré-molar onde 
teve uma perda do 1° molar e dois pré-molares se movimentarem e acabaram recebendo 
toda carga mastigatória posteriores desses dois pré-molares, então aquele trauma, aquele 
excesso de força exagerada, leva a uma retração, uma formação em dentina secundária, 
consequentemente aqueles pré-molares vão ter uma polpa com dentina envelhecida 
mesmo paciente sendo jovem, não ta só relacionado a idade, mas a questão do próprio 
estímulo que acaba interceptando na sua função. Então todo processo aqui é dificultado 
na condição da polpa envelhecida. Então se quiser colocar um hidróxido de cálcio pra 
ponte de dentina também não acontece essa formação por ter um metabolismo mais 
lento com mais dificuldade. 
Relacionado a isso nós temos diferentes graus de estimulação da polpa, ou seja, 
diferentes tipos de agressão que acontece naquele tecido. 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
• Grau I seria o estímulo mais discreto, mais comum que a gente vai se deparar 
que é aquela cárie crônica, então acontece a lesão de cárie, e a própria lesão de cárie ta 
com uma quantidade bacteriana liberando toxinas que estão promovendo uma certa 
agressão, um estímulo, então nesse primeiro grau você tem degeneração das 
extremidades odontoblásticas, ou seja, o processo odontoblástico dentro do canalículo 
dentinário vai se degenerando e vai retraindo, na tentativa de quê? Mineralizar e 
obliterar aquele túbulo dentinário pra aumentar a distância do estímulo agressivo em 
direção ao tecido pulpar, na formação de dentina esclerosada reacional. 
• Grau II seria a completa degeneração do prolongamento do odontoblasto, 
teremos ai o quê? A presença de tractos mortos que são aqueles túbulos dentinários que 
não contém mais a célula odontoblástica ali dentro (dentina infartada), e a nível pulpar 
temos uma formação na tentativa de aumentar também a distância do estímulo agressor 
em direção ao tecido conjuntivo frouxo da polpa, formação de dentina oculpando parte 
da câmara pulpar, onde existia anteriormente aquele tecido. 
• Grau III seria a morte completa dos odontoblastos, uma matriz altamente 
calcificada, tubular e inibição da capacidade de defesa da polpa. 
Quais são o tipos de dentina que a gente vai se deparar durante o atendimento 
clínico? 
 Dentina primária que é aquela que é formada durante a odontogênese, 
então durante a formação do órgão dental, vc vai ter lá, a papila dental que vai começar 
a formar a pré-dentina, essa dentina vai mineralizar, então essa dentina que é formada 
durante a odontogênese é a dentina primária e vai ser formada até a hora que o dente 
entra em função, o dente rompe na cavidadebucal. 
 A partir daí nós vamos ter a dentina secundária que sofre com o tempo 
uma esclerose fisiológica, ou seja, é normal, é natural o órgão dental que os túbulos 
dentinários com o passar da idade, com o passar dos anos eles venham a se esclerosar, o 
que é esclerosar? É até um termo assim que se pode pensar pejorativo, mas ta 
relacionado a envelhecimento, então com o passar do tempo, com o passar dos anos 
esses túbulos vão se obliterando, vai havendo uma deposição de minaral no túbulo, ele 
vai sendo obliterado, fechado, então esse é o mecanismo natural, fisiológico. 
 Dentina terciária, também chamada reparadora, irritacional, ou uma 
esclerose reacional ou uma esclerose patológica que os autores chamam, nós vamos ter 
uma formação de uma dentina em resposta a um estímulo agressivo, então esses túbulos 
vão estar presentes as vezes são túbulos irregulares, tortuosos, em menor número, 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
geralmente ela se localiza em uma área onde ta havendo uma agressão, então se tem um 
corno poupar que está recebendo um estímulo agressivo em uma lesão de cárie, logo 
abaixo vc vai ter essa dentina reacional, dentina terciária sendo formada em resposta 
aquela defesa, reacional quer dizer que ta reagindo em relação a agressão que ta 
acontecendo. 
* Aluno pergunta: professor, a terciária é uma conseqüência da secundária? 
Professor: Não. Não é uma conseqüência. Ela é uma resposta a um estímulo. 
Aluno: Mas aí é porque a secundária, não tem mais dentina secundária mais quando tem 
a terciária, a secundária não conseguiu de certa forma combater a agressão que tava 
vindo aí? 
Professor: Então por exemplo quando vc tem um dente em função, tem um estímulo 
acontecendo, então o simples fato de vc fazer a mastigação, o ato de vc falar, o toque 
na oclusão dos dentes durante a vida do paciente é um estímulo longo de baixa 
intensidade, então por isso que vc tem a formação de dentina em relação a essa 
esclerose fisiológica ao longo dos anos. A dentina terciária não, ela é uma reação a uma 
agressão local, patológica como por exemplo uma lesão de cárie, mas na primeira aula 
eu coloquei uma lesão de carie e logo abaixo a formação de dentina reacional, ou seja, 
uma resposta local, naquele local do dente, não em todo a câmara pulpar. Dentina 
secundária é formada em toda a região da, em volta da polpa, da câmara pulpar ali. 
 Permeabilidade da dentina 
� Tipo de dentina 
� Número de túbulos por mm2 
� Diâmetro dos túbulos 
� Presença de Smear Layer 
� Agressão bacteriana 
Esses tipos de dentina possui permeabilidade, então qual o tipo de dentina que vc acha 
que é mais permeável? Qual a importância da permeabilidade dentinária? A 
permeabilidade dentinária é importante porque quanto mais permeável for aquele 
tecido, mais facilmente qualquer substância que eu coloque em contato com aquele 
tecido, pode pela permeabilidade alcançar o tecido pulpar. Então por exemplo a dentina 
vai ter permeabilidade em seus diferentes tipos: primária, secundária e terciária. Na 
dentina primária num paciente jovem, numa dentina hígida que vc vai ter a dentina 
amarelinha, branquinha é altamente permeável. Talvez uma cavidade média necessite 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
ali de uma proteção com ionômero. Já um paciente quando vc tem uma dentina terciária, 
reacional, denina bem esclerosada, também não é necessidade vc colocar ionômero, a 
resina vai relevar em consideração outros pontos: o volume do material a ser preenchido 
na restauração, por isso que é importante a permeabilidade. Então depende também do 
número de túbulos por mm2, ou seja, se sabe que quanto mais próximo da polpa, 
maior a quantidade de túbulos dentinários e mais esses túbulos estão abertos, então ali 
vc tem a saída do prolongamento do odontoblasto da camada odontoblástica que ta 
dentro da dentina, então os túbulos ali estão mais abertos, presença celular dentro desses 
túbulos e a presença de Smear Layer, se vc faz o preparo cavitário, vc produz uma 
lama dentinária, essa lama dentinária fica ali sob as paredes do preparo, então essa lama 
possui restos de bactérias, restos celulares, resto de restauração, se tiver feito a remoção 
de uma restauração e essa lama dentinária, pode obliterar o túbulo dentinário e cobrir 
aquela entrada dos túbulos e mesmo penetrar dentro do túbulo numa certa profundidade, 
se ela tiver presente , ela diminui a permeabilidade, mas nem sempre a gente quer 
manter essa lama dentinária, porque a presença dela interfere também em outras 
características, como por exemplo: a possibilidade de uma adesão química de um 
material como ionômero na parede do tecido dentinário, uma reação do cálcio, ela 
impede e dificulta também o mecanismo de adesão dos sistemas adesivos que vamos 
ver na próxima aula. 
* Aluno: a morfologia de progressão da lesão de cárie em dente anterior e posterior é 
diferente? , porque em dente anterior a cárie vai progredindo como se fosse um 
triângulo com a base... 
Professor: Vc ta falando a dinâmica de progressão da cárie? Não. Quando vc tem uma 
cárie de sulcos e fissuras, na região oclusal, na região do sulco ela tende a progredir 
como se fosse um triangulo com o ápice voltado pra fissura/sulco e a base pra junção 
amelodentinária. Depois da junção amelodentinária ela se estende, por isso que gera 
essa base mais ampla do triângulo, e em direção a polpa forma de novo um ápice. Na 
região de superfície lisa é o contrário, geralmente começa larga formando o ápice do 
triangulo pra juncão amelodentinária, depois ela se propaga de novo e vai com ápice do 
triângulo em relação a polpa. 
A característica tubular da dentina, dos túbulos dentinários, interfere 
extremamente na permeabilidade dentinária e por consequência devemos lembrar disso 
quando estiver colocando qualquer substância na dentina. Substância de irrigação, 
lavagem, medicamento, próprio material de preenchimento, quando for fazer uma 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
cimentação de uma peça protética ou provisório e o dente for vital, dependendo da 
profundidade do preparo de coroa ou onlay vc vai ter uma intima relação entre a parede 
do preparo e a câmara pulpar. 
Estrutura Tubular 
 
 
 
 
 
Com essas características aqui vc já tem uma noção da permeabilidade do tipo de 
dentina, próximo a junção amelodentinária e próximo ao tecido pulpar. Além disso, uma 
parede de fundo localizada próximo a polpa, com essas características aqui, vai ser uma 
cavidade onde o mecanismo de adesão do sistema adesivo vai ser bem mais desafiante 
do que na região amelodentinária. 
*Perguntas 
Quanto mais próximo a polpa mais túbulos dentinário e maior o diâmetro. Eu achava 
que tinha menos dentina, seria menor a porcentagem de dentina. 
Professor: A dentina tem a porção peri-tubular que envolve o túbulo e a dentina inter-
tubular que está entre os túbulos, então como tem mais túbulo a quantidade de dentina 
inter-tubular é bem menor, mais área ocupada pelos túbulos dentinários. Por isso que 
nessa região próximo a polpa a permeabilidade é bem maior. Quando na tabela fala 28% 
está se referindo a quantidade de túbulos que representa volume total, enquanto na 
junção esmalte-dentina se fizermos um corte e contar a quantidade de túbulo vamos ter 
apenas 4% e se for próximo a polpa vou encontrar muito mais representando 28%. 
 Na minha cabeça clínica oq devo saber? Quanto mais profundo minha cavidade 
mais permeável ela é. Mais relação vai existir com qualquer substancia que eu coloque e 
a polpa dental. Muitas vezes uma cavidade profunda com meio milímetro de distancia já 
tenho micro exposição pulpar em termos de microscópio, não tenho sangramento visível 
clinicamente,mas já considero que já existe alguma relação direta entra a substancia, 
entre o adesivo e a própria polpa. 
Espessura dentinária 
- Isoladamente é o fator mais importante na prevenção de reações pulpares 
*Isso que muitas vezes a gente chega e pergunta já fez a radiografia? Vc tem que ter 
uma noção de profundidade. Muitas vezes vc tem uma via de entrada com uma cavidade 
Profundidade Número de túbulos Diâmetro % do volume 
de dentina 
Junção esmalte-dentina 10.000 a 20.000 0,87 4% 
Próximo a polpa 45.000 a 50.000 2,50 
28% 
 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
pequena e vc radiografa e tem uma lesão maior lá dentro, tem que ter noção quando for 
remover tecido cariado da relação que existe entre fundo da cavidade e teto da câmara 
pulpar. Se está muito próxima, se tem risco de expor polpa, tudo isso vai interferir na 
sua decisão clinica. Vou remover todo tecido, tentar fazer tratamento expectante, há 
risco de fazer uma exposição pulpar, que restauração que vou fazer se de ionômero ou 
resina ou amalgama. 
- 2mm remanescentes: resposta pulpar mínima aos procedimentos restauradores 
- 0,5mm remanescentes: reduz o nível de toxicidade de um material em 75% 
- 1,0mm remanescentes: idem em 90% 
* É pra decorar isso pra prova. Quanto mais dentina, menor a chance de está agredindo 
a polpa com algum material que coloque ali, dai importância de se fazer um preparo 
conservador, sempre que possível. 
- Capacidade de tamponamento 
* Além disso, quanto mais dentina tiver vou ter túbulos dentinários, esse túbulos vão 
está com liquido intersticial, então se eu colocar algum agente agressivo tem a 
capacidade tampão desse líquido intersticial de tamponar aquela substancia. Pq que 
quando vou fazer uma rest. Resina composta coloco ataque ácido ou vai dissolvendo até 
chegar na polpa? O ácido penetra até uma distancia na dentina, dentro do túbulo 
também e depois é tamponado e vai perdendo seu poder de penetração pois o pH vai 
sendo aumentado. 
Técnicas 
1. Proteção indireta (capeamento pulpar indireto) 
2. Proteção direta (capeamento pulpar direto) 
3. Tratamento expectante 
Ainda existem também curetagem, pulpotomia. 
Proteção indireta visa prevenção de trauma e cárie; colocar o material pra 
evitar estímulos elétricos e térmicos (boa barreira elétrica e térmica), cuidados durante o 
preparo cavitário (menos atrito e menos calor), boa limpeza da cavidade, utilização de 
selantes como sist. adesivo, forramento ou base (ionômero de vidro principalmente) 
sobre a dentina hígida. É uma lesão profunda que tem uma relação mais intima com a 
câmara pulpar, então vc vai colocar material de proteção. Todas vez que vc for usar 
hidróxido de cálcio é ideal é que vc cubra com outro material como o ionômero ou pra 
fazer amalgama ou a resina. Pq o amalgama? Pq vc vai fazer condensação e esse ato 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
pode gerar fratura desse material, não resiste tanto a compressão. Se for fazer resina, fez 
o hidróxido de cálcio e for fazer ataque ácido em cima, esse material é altamente 
alcalino, se tá colocando ácido vai antagonizar pra reação que vc quer que ele atue, ele 
pode acabar não remineralizando aquela região. Outro ponto ele é hidrossolúvel, oq vc 
faz depois do ácido? Lava. Então vai interferir na ação desse material, precisa cobrir ele 
com ionômero de vidro. Vc tem duas opções: ou coloca hidróxido de cálcio e ionômero 
de vidro esperar 7 min pra pressa inicial e faz a restauração de resina, ou coloca 
hidróxido de cálcio e preenche tudo com ionômero e na outra sessão faz a restauração 
que é o ideal, pq o ionômero de vidro tomou pressa durante 24hr, adesão química vai 
ser melhor, quando for fazer o preparo vai resistir melhor a trepidação da caneta e da 
broca. 
*Qual seria o objetivo de usar um adesivo na parede de fundo pra fazer rest. de 
amalgama? 
O amalgama tem uma característica de sofrer corrosão durante tempo e essa corrosão 
libera sais de prata que vai pigmentando o tecido dentinário e em algumas áreas pode se 
tornar antiestético, então o adesivo atua como verniz cavitário que era utilizado pra 
amalgama antigamente pra impedir a pigmentação por prata causada pela corrosão do 
amalgama. E o adesivo tb é um bom isolante elétrico e térmico. Se trabalhar só com 
amalgama não é obrigatório isolamento absoluto, enquanto se vc for trabalhar com 
adesivo e amalgama tem que fazer. Seria uma desvantagem, outra seria se vc já teve 
todo trabalho das etapas de resina, pq vai fazer com amalgama? 
 Proteção pulpar direta aqui vc já tem exposição pulpar em condições 
favoráveis ou não. Por exemplo: vc está removendo tecido cariado, cavidade altamente 
contaminada e expões a polpa é uma condição desfavorável; ou vc já removeu tecido 
cariado e vai fazer um preparo de amalgama e acabou expondo a polpa é uma situação 
mais favorável pois tem menos contaminação. 
Nessa técnica o ideal é que vc tenha isolamento prévio, pq vai trabalhar diretamente na 
polpa evitando contaminação ao máximo que vai interferir no processo de reação pra 
formar barreira de ponte de dentina na tentativa de fechar a exposição. Então vc vai 
fazer remoção total da cárie, depois lavagem da cavidade com água de Cal (lavagem é 
pra tentar paralisar o sangramento, como é um solução associada a hidróxido de cálcio e 
este tem PH altamente alcalino descontaminando a região e preparando o meio para 
ação do hidróxido de cálcio PA); aplicação de hidróxido de cálcio PA (pó) vai tentar 
fazer uma necrose superficial do tecido pulpar exposto e estimulando formação de novo 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
tecido dentinário (ponte dentinária); aplicação do cimento de hidróxido de cálcio (Pq 
não coloca logo o cimento? Pq ele diretamente na polpa não vai ficar aderido; então o 
pó consegue se aglutinar com liquido intersticial da polpa pra formar um tampão e 
depois colocar o cimento, mas a ação dos dois é a mesma); colocação de cimento 
temporário (CIV); radiografar e após 45-60 dias radiografar de novo pra comparar e 
verificar formação de ponte de dentina. 
*Qual o grau de exposição pulpar que vou usar como critério pra escolher qual proteção 
direta vai fazer? Se a exposição for muito grande vai partir pra curetagem. 
Nessa exposição pulpar tem sangramento? Sim 
 Tratamento expectante objetivo principal – preservar a polpa em lesões de 
cárie profunda com risco de exposição pulpar e sem sinais clínicos de inflamação pulpar 
irreversível. É importante que vc faça um raio-x prévio a sua intervenção, se vc observa 
que existe um intimo contato entre o fundo da cavidade e a câmara pulpar ou seja existe 
um risco de exposição pode lançar mão do trat. expectante. Mas quando vou fazer trat. 
expectante ou não? Oq vai me guiar são o sinais clínicos da condição pulpar do paciente 
se encontra. Se o paciente tem dor espontânea, dor de longa duração, dente dói sem 
motivo nenhum, dor pulsátil, quando vai deitar aumenta a dor sendo sinais clínicos de 
pulpite irreversível, então não adianta fazer trat. expectante. Agora se é uma dor causada 
por estímulo, se radiografou e não tem espessamento do ligamento periodontal, ainda 
tem toda a presença da lamina dura no periapice essa polpa ainda está com vitalidade 
tendo potencial de regeneração. Primeiro saber essa decisão clinica do diagnostico 
pulpar. 
Distinção entre dor dentinária e pulpar 
-- Dor dentinária – aguda, lancinante e localizada, provocada por estímulo (frio, quente, 
açúcar, ácido). 
-- Dor pulpar – advém lentamente, é pulsátil e difusa, aumenta com o paciente em 
decúbito, espontânea. 
Técnica 
Remoção parcial de cárie deixando dentina cariada afetada/interna; aplicação de 
cimento de hidróxido de cálcio se não tiver o cimento podeser o pó tb; colocação de 
restauração provisória (CIV ou OZE); reabertura após 45-60 dias; remoção total da cárie 
e forramento finalizando com a restauração definitiva. 
*Qual a diferença entre o trat. expectante e a proteção pulpar indireta? 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
Na proteção pulpar indireta vc não vai tentar remineralizar e vai remover todo tecido 
cariado, no expectante vc não removou toda a cárie, vc tentou remineralizar sendo feito 
em duas etapas, enquanto prot. Pulpar indireta vai fazer em uma sessão. 
Proteção do complexo-dentino pulpar 
Cavidade rasa – tratamento conservador, sist. adesivo e resina. 
Cavidade média – mesma coisa. 
Cavidade profunda – dependendo da relação com a polpa fazer só hibridização ou 
colocação de ionômero de vidro + sist. Adesivo + restauração. 
Cavidade bastante profunda – menos de meio milímetro cimento de hidróxido de cálcio 
+ ionômero de vidro + sist. Adesivo + restauração. 
Exposição pulpar – fazer capeamento pulpar direto. 
Outros dois tratamentos conservadores da polpa 
Curetagem pulpar vc tem lesão de cárie e essa lesão já está expondo a polpa, mas as 
características são de pulpite reversível. 
Exposição pulpar em condições favoráveis; ampliação do orifício, em seguida remoção 
da polpa (1,5mm); lavagem com soro fisiológico ou água de Cal; hemostasia; corticoide 
(OSTOPORIN) 10 a 15 min; aplicação do hidróxido de cálcio PA; cimento de hidróxido 
de cálcio; ionômero de vidro e restauração. 
Qual a diferença entre a curetagem e proteção pulpar direta? Na curetagem tem a 
remoção parcial da polpa e na prot. Pulpar direta não. 
Pulpotomia vai fazer tb uma proteção pulpar, só que tem um grau maior de 
degeneração. E pq vai fazer pulpotomia e não pulpectomia? Pq muitas vezes o dente 
acabou de erupcionar e a rizogênese dele ainda não está completa, então se for feito 
pulpectomia e retirar aquela polpa o ápice pode não se formar totalmente. Então 
tentamos um tratamento de manter a polpa radicular pra que haja rizogênese completa e 
depois se não deu certo com a raiz completa pode fazer pulpectomia total e tratar canal. 
Pulpotomia é muito utilizada em pacientes jovens que a raíz ainda não esta completa. 
Técnica 
Remoção do teto da câmara pulpar; excisão da polpa coronária e 0,5 mm da entrada dos 
canais; lavagem; hemostasia; aplicação corticoide; aplicação do hidróxido de cálcio PA; 
cimento de hidróxido de cálcio; ionômero de vidro e restauração. 
Indicação de pulpotomia 
Favoráveis 
• Sangramento normal, cor vermelha viva 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
• Polpa consistente ao corte, pastosa 
• Coroa dentária com paredes 
Desfavoráveis 
Justamente o contrário 
• Sangramento ausente, ou escuro 
• Com processo inflamatório avançado 
• Polpa de consistência degradável, quase liquefeita 
• Grande destruição coronária 
( Aula VI) Sistemas Adesivos 
Adesão é a propriedade pela qual átomos ou moléculas de duas superfícies semelhantes 
ou diferentes se unem, mantendo-se em íntimo contato devido às forças 
intermoleculares existentes (FONSECA, 2008 ). O mecanismo básico de união dos 
materiais poliméricos ao esmalte e à dentina ocorre essencialmente por um processo de 
troca, o qual envolve a substituição dos minerais removidos dos tecidos dentais duros 
por monômeros resinosos, que se infiltram e são polimerizados nas porosidades criadas, 
promovendo uma adesão micromecânica (NAGEM FILHO, et al., 2000; 
NAKABAYASHI, et al., 1982). No entanto, o sucesso clínico das restaurações depende 
da efetividade e durabilidade dessa interface de união, o que torna necessário o 
conhecimento sobre os substratos dentários nos quais os sistemas adesivos serão 
aplicados (MARTINS et al., 2008) e o mecanismo pelo qual ocorre esta união. 
Classificação dos adesivos 
• Condicionamentos Totais ou convencionais 
• Autocondicionantes 
Os adesivos convencionais são classificados de acordo com o número de passos. 
3 passos (ou etapas) 
• Ácido 
• Primer 
• Adesivo 
2 passos (ou etapas) 
• Ácido 
• Primer + adesivo 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
Observe: 
• Depois do condicionamento ácido no esmalte por 30 segundos devemos lavar com 
água abundante por 30 segundos ou pelo dobro do tempo 60 segundos. 
O sistema adesivo Autocondicionantes são subclassificados de acordo com o numero de 
passos. 
2 passos (ou etapas) 
• Primer Ácido 
• Adesivo 
1 passos (ou etapas) 
• Primer Ácido + Adesivo 
Observe: 
• Não fazemos lavagem nos sistemas Autocondicionantes 
• Fotopolimerização será de acordo com o fabricante 
Enquanto a adesão ao esmalte pode ser considerada como um procedimento seguro, 
pois devido à homogeneidade da sua composição, a adesão conseguida a este substrato é 
uniforme e estável (SWIFT, PERDIGÃO e HEYMANN 86, 1995). Ao contrário, a 
dentina se caracteriza por um substrato naturalmente heterogêneo, e suas variações 
regionais de morfologia e fisiologia determinam a não uniformidade da adesão. Devido 
a estes fatores, a eficácia de um adesivo dentinário depende de sua maior ou menor 
sensibilidade às variações do substrato, aliados ao conhecimento científico do operador 
(PASHLEY 56, 1984; PASHLEY et Sabe-se que o condicionamento e a 
desmineralização da superfície dental depende do tipo, concentração e tempo de 
aplicação do ácido utilizado (SILVERSTONE, 1974), sendo que vários ácidos 
orgânicos e inorgânicos foram pesquisados para promover micro-retenções à estrutura 
dental, tais como soluções de EDTA (10%), ácido cítrico (50%), ácido poliacrílico 
(25%), ácido lático (50%), ácido fosfórico (70%, 37%, 35% e 10%) e ácido maleico 
(10%) (De GOES et al., 1998). Sendo hoje utilizado o ácido fosfórico em concentrações 
entre 30 a 40% Matos 2011. 
O esmalte é um substrato altamente mineralizado, constituído por 96% de mineral e 4% 
de substância orgânica e água. O conteúdo inorgânico do esmalte é composto 
principalmente de cristais de hidroxiapatita e a matéria orgânica forma uma fina rede 
que aparece entre os cristais (TEN CATE, R. 2001b) o mecanismo de adesão se dá pela 
Helinaldo Correa da Conceição 
 
formação de prolongamentos resinosos que preenchem as microporosidades produzidas 
pelo condicionamento da superfície deste tecido (De MUNCK et al., 2005). O 
comprimento dos prolongamentos resinosos no esmalte pouco contribui para a 
resistência adesiva à tração, sendo o principal responsável pela resistência adesiva a 
capacidade de penetração dos monômeros resinosos entre os cristais e prismas de 
hidroxiapatita (SHINCHI; SOMA; NAKABAYASHI, 2000). 
A dentina é um tecido duro, elástico e avascular que envolve a câmara pulpar. É 
composta por aproximadamente 70% de material inorgânico, 20% de material orgânico 
e 10% de água, o que a caracteriza como um substrato heterogêneo (CECCHIN, et 
al.2008; HALLER, 2000; CARVALHO, 1998; PASHLEY, 1997), com alterações 
fisiológicas e patológicas que tornam o mecanismo de adesão mais complexo. Seu 
componente inorgânico consiste, principalmente, de cristais de hidroxiapatita e a fase 
orgânica é constituída pelas fibrilas de colágeno tipo I (TEN CATE, 2001a). Além 
disso, morfologicamente, a dentina caracteriza-se pela presença de múltiplos túbulos 
dentinários, preenchidos pelo fluido dentinário, dispostos muito próximos e que se 
estendem desde a junção amelodentinária até a polpa, tornando-a um substrato 
naturalmente úmido (HALLER, 2000). Durante a instrumentação para a confecção do 
preparo cavitário é gerada a camada de esfregaço (smear layer) (PASHLEY, 1984), e 
sua presença restringem a capacidade de adesão dos sistemas adesivos à dentina (EICK 
et al., 1997). Para que se obtenha um alto valor de adesão ao substrato dentinário, as 
camadas acumuladas sobre a dentina durante o preparo cavitário devem ser removidas 
ou no mínimo modificadas (BOWEN; EICK; HENDERSON, 1984; 
NAKABAYASHI;SAIMI, 1986). A camada

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