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Direito Civil 23-11-2015

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FUNÇÃO  SOCIAL  DO  CONTRATO
Um dos pontos altos do novo Código Civil está em seu Art. 421, segundo o qual “a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”.
Um dos motivos determinantes desse mandamento resulta da Constituição de 1988, a qual, nos incisos XXII e XXIII do Art. 5º, salvaguarda o direito de propriedade que “atenderá a sua função social”. Ora, a realização da função social da propriedade somente se dará se igual princípio for estendido aos contratos, cuja conclusão e exercício não interessa somente às partes contratantes, mas a toda a coletividade.
 O Princípio da Boa Fé - (CC/2.002 art. 113 e 422. O princípio da eticidade e da boa fé objetiva estão ligados. Este princípio nos mostra, '' segundo o art. 242 do Código Civil Alemão, o homem deve ser reto, honesto, leal, ter integridade´´. Leva-se em consideração os fatores concretos do caso, tais como o status pessoal e cultural dos envolvidos. Além do previsto no art. 422 do CC/2002, o Princípio da Boa Fé Objetiva, também atua como instrumentos de interpretação do negócio jurídico conforme art. 113 do CC/2.002. Em suma, este princípio atua no CC/2.002, para guiar o Direito com o correto ideal exemplar.
– As Cláusulas Gerais
São conceitos vagos e abertos devendo para tanto, serem preenchidos pelo juiz na busca de solução de caso concreto.
São exemplos de Cláusulas Gerais:
- função social do contrato 
- boa-fé objetiva
- probidade
- fixação de indenização razoável 
Assim, a conduta do juiz ante ao atual Código Civil passou a ser de protagonista da elaboração do direito e obrigação, deixando de ser apenas, um coadjuvante na criação da norma e nesse sentido, na maioria dos casos, o juiz não cria por vontade própria, mas porque é impelido para tal atitude.
Conceito de pessoa natural.
É o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações. Para ser assim, basta nascer com vida e, desse modo, adquirir personalidade.
 
Começo da personalidade natural.
Prescreve o art. 2o do CC: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (é o ser já concebido, mas que ainda se encontra no ventre materno)”. Ocorre o nascimento quando, ao nascer, a criança é separada do ventre materno e respira. Quando se nasce morto, não se adquire personalidade jurídica.
 
Mas como nascerá com vida, a lei também salvaguarda, desde a concepção, os direitos do nascituro, como se tivesse uma personalidade jurídica formal. A lei lhes assegura direitos, à vida, assistência pré-natal, curador em casos de incapacidade dos pais, de receber herança, doação e etc.
Teorias para o início da personalidade:
Natalista: teoria adotada pelo direito positivo. Exigem o nascimento com vida para ter início à personalidade. O STF já decidiu que a proteção de direito do nascituro é, na verdade proteção de expectativa, que se tornará direito, se ele nascer vivo. Os direitos encontram-se em estado potencial, sob condição suspensiva (Interpretação Gramatical).
Concepcionista: para os adeptos dessa corrente a personalidade começa antes do nascimento com vida, pois desde a concepção já há proteção dos interesses do nascituro. Afirmam que mesmo que ao nascituro fosse reconhecido apenas um direito, ainda assim seria forçoso reconhecer-lhe a personalidade, porque não há direito sem sujeito. Não há personalidade parcial. Mede-se ou quantifica-se capacidade, não a personalidade. Esta é integral ou não existe (Interpretação Lógica).
 
Personalidade condicionada: desde a concepção, o feto teria personalidade jurídica formal, recebendo toda a proteção relativa aos seus direitos personalíssimos. Contudo, a personalidade jurídica material, relativa aos direitos patrimoniais, encontra-se sob condição suspensiva, aguardando a efetivação do nascimento com vida.
PERSONALIDADE JURÍDICA DO NASCITURO
Antes de partir para a problemática da personalidade do nascituro, é de basilar importância, tecermos alguns comentários e conceituar o que venha a ser pessoa, personalidade, nascituro, etc. Para um maior embasamento no tópico central.
NASCITURO
A palavra nascituro é proveniente do latim “nasciturus”, a qual designa O Aurélio como o que há de nascer; o ser humano já concebido, cujo nascimento se espera como fato futuro e certo”
Para algums, o nascituro é “nome dado ao ser humano já concebido, que se encontra em estado fetal, dentro do ventre materno.”
Podemos concluir o conceito de nascituro, como sendo o ser humano que se encontra temporalmente entre a concepção e o nascimento.
A personalidade jurídica: é um atributo essencial para ser sujeito de direito (art. 1º do CC).
Resumindo os dois sentidos técnicos que envolvem o conceito de personalidade jurídica podemos afirmar que: a) ela significa a possibilidade de alguém ser titular de relaçõesjurídicas, como forma de expressão da dignidade da pessoa humana e, b) objeto de tutelaprivilegiada pela ordem jurídica constitucional.
Capacidade de Gozo, é a medida de direitos e vinculações de que uma pessoa pode ser titular e a que pode estar adstrita.
 Capacidade de Exercício, consiste na medida de direitos e de vinculações que uma pessoa pode exercer por si só pessoal e livremente.
Enquanto na Capacidade de Gozo esta coloca-se no plano abstracto da titularidade de situações jurídicas, na Capacidade de Exercício estamos já no plano concreto de averiguar em que medida certa pessoa pode exercer os direitos ou cumprir as obrigações que na verdade lhe podem caber enquanto sujeito. Pode haver Capacidade de Gozo e não haver Capacidade de Exercício.
Incapacidade Absoluta: o absolutamente incapaz é representado, e o ato que praticar sozinho será considerado nulo (nulidade absoluta).
São absolutamente incapazes:
a) Menores de 16 anos.
b) Os que por enfermidade ou doença mental não tenham discernimento.
c) Aqueles que por causa transitória não possam expressar sua vontade (coma, hipnotizado).
d) O ausente quanto aos bens deixados sob a administração do curador.
Incapacidade Relativa: o relativamente incapaz é assistido (ajudado), o ato que praticar sozinho será anulável (nulidade relativa ou anulabilidade).
São relativamente incapazes:
a) Os menores entre 16 e 18 anos.
b) O ébrio habitual.
c) O viciado em tóxicos.
d) Os deficientes mentais que tiverem o discernimento reduzido.
e) O excepcional sem desenvolvimento mental completo.
f) O pródigo (aquele que gasta imoderadamente seu patrimônio)
OBS: a incapacidade do pródigo limita-se a atos de disposição patrimonial, o pródigo, por exemplo, pode casar legalmente.
A emancipação de menores: é um mecanismo legal através do qual uma pessoa abaixo da idade da maioridade, o incapaz ou relativamente capaz, adquire certosdireitos civis, geralmente idênticos àqueles dos absolutamente capazes. A extensão dos direitos adquiridos, assim como as proibições remanescentes, variam de acordo com a legislação local.
Na maioria dos países, adolescentes abaixo da idade legal da maioridade podem ser emancipados de alguma forma: através do casamento, autossuficiência econômica, colação de grau ou gravidez.
Em muitos casos, a autorização dos pais é exigida para a obtenção da emancipação. Em alguns casos, uma autorização judicial é necessária..
Morte Real: responsável pelo término da existência da pessoa natural. A sua prova faz-se pelo atestado de óbito ou por ação declaratória de morte presumida, sem decretação de ausência. A morte real extingue a capacidade e dissolve tudo.
 
Morte Simultânea ou comoriência: na hipótese de comoriência (quando dois ou mais indivíduos faleceram na mesma ocasião, sem saber quem faleceu primeiro), presumir-se-ão simultaneamente mortos (artigo 8°). Somente interessa saber qual delas morreu primeiro se uma for herdeira ou beneficiária da outra.
MORTE PRESUMIDA
Há casos em que não foi possível encontrar o cadáver para exame, nem há testemunhas que presenciaram ou constataram a morte, mas é extremamente provável amorte de quem estava em perigo de vida. Nesses casos, não há certeza da morte, se houver um conjunto de circunstâncias que indiretamente induzam a certeza, a lei autoriza ao juiz a declaração da morte presumida.
SEM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA
A declaração judicial de morte presumida é somente admitida em casos excepcionais, “para viabilizar o registro do óbito, resolver problemas jurídicos gerados com o desaparecimento e regular a sucessão causa mortis, apenas depois de esgotadas todas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do óbito” (DINIZ, 2008, p. 49). É o que se verifica ao lermos o parágrafo único do art. 7º do Código Civil.
COM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA
Até então, estudamos a declaração de morte presumida sem declaração de ausência, mas outra possibilidade para se declarar a morte presumida é com declaração de ausência, quando o Código Civil autoriza, na última parte de seu art. 6º: “(...) presume-se esta (a morte), quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva”.
DA AUSÊNCIA - Ausente é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens.
  
2.       Da curadoria dos bens do ausente.
 
Constatado o desaparecimento do indivíduo o juiz, a requerimento de interessados, ou do MP, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador (CC, art. 22). Também será este nomeado qualquer quando o ausente deixar mandatário que não queira ou possa exercer ou continuar o mandato, ou se seus poderes forem insuficientes (art. 23).
 
Dispõe o art. 25, caput, que o cônjuge do ausente, sempre que não esteja judicialmente, ou de fato por mais de 2 anos antes da declaração da ausência, será o legítimo curador. Em falta dele, a escolha recairá, em ordem preferencial, nos pais e nos descendentes. Dentre estes, os mais próximos precedem os mais remotos. Na falta das pessoas mencionadas, o juiz nomeará curador dativo.
 
A curadoria dos bens do ausente prolonga-se pelo período de um ano, durante o qual serão publicados editais, de 2 em 2 meses, convocando o ausente a reaparecer. Decorrido o prazo, sem que o ausente reapareça, ou se tenha notícia de sua morte, ou se ele deixou representante ou procurador, em se passando 3 anos, poderão os interessados requerer a abertura da sucessão provisória. Cessa a curadoria: pelo comparecimento do ausente ou procurador; pela certeza de morte do ausente; e pela sucessão provisória (CC, art. 26).
  
3.       Da sucessão provisória.
 
Presentes os pressupostos exigidos no art. 26 do CC, legitimam-se para requerer a abertura da sucessão provisória: o cônjuge não separado judicialmente; os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; os credores de obrigações vencidas e não pagas (CC, art. 27).
 
Dispõe o art. 28 do CC que “a sentença que determinar a abertura de sucessão provisória só produzirá efeito 180 dias (6 meses) depois de publicada pela imprensa: mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido”.
 
Os bens serão entregues ao herdeiro, porém, em caráter provisório e condicional (desde que preste, garantias de restituição deles, mediante penhoras ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos, em razão de incerteza da morte do ausente). Se não o fizerem, não serão omitidos na posse, ficando os respectivos quinhões sob a administração do curador ou de outro herdeiro designado pelo juiz e que preste dita garantia (CC, art. 30). O excluído da posse provisória poderá, contudo, “justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria” (art. 34). Os ascendentes, os descentes e o cônjuge, todavia, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente (art. 30). Os imóveis do ausente só poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína (art. 31).
 
Prescreve o art. 33, caput, que o descendente, o ascendente ou o cônjuge que for sucessor provisório do ausente fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que couberem a este; os outros sucessores, porém. Deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, na forma de disposto no art. 29, com a fiscalização do MP e prestação anual de contas ao juiz.
 
O art. 33, parágrafo único, diz que “se o ausente aparecer, ficando provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos”.
Por sua vez, prescreve o art. 36: “Se o ausente aparecer, ou lhe provar a existência, depois de estabelecida sucessão provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono”.
Cessará a sucessão provisória pelo comparecimento do ausente e converter-se-á em definitiva: quando houver certeza de morte; 10 anos depois de passada em julgado a sentença de abertura da sucessão provisória; “e quando o ausente contar 80 anos de idade e houverem decorrido 5 anos das últimas notícias suas (art. 38. CC)”. 
 
Da sucessão definitiva.
Poderão os interessados, 10 anos depois de passada em julgado a sentença que concedeu a abertura da sucessão provisória, requerer a definitiva e o levantamento das cauções prestadas (art. 37, CC). Também pode ser requerida provando-se que o ausente conta 80 anos de idade e decorrem 5 anos das últimas notícias suas.
 Do retorno do ausente.
 Aberta a sucessão definitiva, os sucessores deixam de ser provisórios, adquirindo o domínio dos bens, mas resolúvel, porque se o ausente regressar “nos 10 anos seguinte á abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados daquele tempo” (CC, art. 39). Pode-se dizer, na realidade, que tal sucessão é quase definitiva,
 
A situação do ausente passa por três fases: na primeira procura-se preservar os bens do ausente, é a fase da curadoria do ausente; na segunda, prolonga-se a ausência, o legislador passa a preocupar-se com os interesses de seus sucessores, permitindo a abertura de sucessão provisória; finalmente, depois de longo tempo de ausência, é autorizada a abertura de sucessão definitiva.
 PERSONALIDADE JURÍDICA
O tema da personalidade jurídica é um dos mais importantes para o Direito Civil.
“Personalidade Jurídica “é a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações, isto é, o atributo necessário para ser sujeito de direito. Tanto é importante tal tema, que o legislador o colocou no primeiro artigo do Código Civil de 2002: ‘Toda pessoa é capaz de direitos e obrigações na ordem civil’” (Pablo Stolze, 2005, p. 88).
Sem personalidade jurídica, não se fala em domicílio, não se pode ser sujeito de negócio jurídico, pois não há vontade. Não há sujeito de obrigações sem personalidade jurídica, nem ativo nem passivo. Muito menos pode alguém desprovido personalidade jurídica ser titular de direito real. Esses são exemplos da importância da personalidade jurídica para o Direito Civil.
1.1 INÍCIO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Para a pessoa natural, a personalidade jurídica começa com o nascimento com vida, cuja comprovação se dá com o início do funcionamento do sistema cardiorrespiratório, após a saída do ventre materno. O Direito brasileiro adota a Teoria Natalista, conforme a primeira parte do art. 2º do Código Civil: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; (...)”.
Para essa Teoria, o nascituro, aquele que está por nascer, mas já concebido no ventre materno, não possui personalidade jurídica, mas apenas expectativa de direito.Vejamos a última parte do art. 2º do Código Civil: “(...) mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
Assim, a partir do nascimento com vida, a pessoa natural está apta para adquirir direitos e contrair obrigações.
FIM DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A personalidade jurídica termina com a morte da pessoa natural, assim como a sua própria existência. Venosa[1] destaca que essa regra é decorrente do princípio mors omnia solvit, isto é, a morte tudo resolve. É o que prescreve a primeira parte do art. 6º do Código Civil: “A existência da pessoa natural termina com a morte; (...)”.
A morte do indivíduo se comprova com a parada do sistema cardiorrespiratório e a cessação permanente das funções vitais, atestada por profissional da medicina, fundamentando em conhecimentos clínicos e de tanatologia. Entretanto, “para efeito de transplante, tem a lei considerado a morte encefálica, mesmo que os demais órgãos estejam em pleno funcionamento, ainda que ativados por drogas” (DINIZ, 2007, p. 296).
Nos termos da Lei de Registros Públicos, a Lei 6.015/73, é possível que, na falta de médico que ateste a morte, é possível o assento do óbito se houver duas testemunhas que tiverem presenciado ou verificado a morte. É o que prescreve o art. 77 da referida lei:
“Art. 77 Nenhum sepultamento será feito sem certidão de oficial de registro do lugar do falecimento, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado de médico, se houver no lugar, ou, em caso contrário, de duas pessoas qualificadas, que tiverem presenciado ou verificado a morte.”
A Lei de Registros Públicos destaca, em seu art. 88, algumas hipóteses em que o juiz pode justificar a morte de quem desapareceu em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, exigindo para tal que se prove a presença do desaparecido no local do desastre e que não seja possível encontrar o cadáver. Essas são hipóteses de prova indireta da morte do indivíduo, suficiente para o assento do óbito em Registro Público.
O Código Civil autoriza que, na ausência da comprovação da morte natural, o juiz declare presumidamente a morte, nas hipóteses que estudaremos no próximo capítulo. Entretanto, conforme ensina o ministro aposentado do STF Moreira Alves:
“com a morte real, portanto, há a extinção imediata da personalidade jurídica, e, consequentemente, o falecido deixa de ser titular de direitos e deveres, ao contrário do que ocorre em relação à chamada ‘morte presumida’, que é a morte em que não há cadáver, e, mais, é a morte cuja presunção não destrói a personalidade do que presumidamente morreu, levando-se em conta que, na morte presumida, há a possibilidade de o indivíduo presumidamente morto estar vivo e continuar, onde estiver vivo, a gozar de todos os atributos da personalidade jurídica” (Moreira Alves, 2007, p. 20).
Desconsideração da personalidade jurídica: a luz do Código Civil brasileiro – requisitos. Examinam-se os aspectos legais no que atine a personificação a pessoa jurídica, bem ainda os seus efeitos, especialmente a autonomia patrimonial. Constata-se que a autonomia patrimonial não é absoluta, admitindo-se em hipóteses especificas a desconsideração da personalidade jurídica, de modo a atingir o patrimônio de seus sócios constituintes. Para a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica é obrigatório a existência de pedido expresso da parte ou do Ministério Público quando couber sua intervenção. Ademais, é prescindível a configuração da insolvência da pessoa jurídica, bem ainda a demonstração da intenção fraudenta dos sócios. Por fim, mostra-se como requisito principal a utilização da pessoa jurídica de forma abusiva, caracterizado pelo desvio de finalidade e confusão patrimonial.
Palavras-chave: autonomia patrimonial, desconsideração, requisitos, abuso da personalidade jurídica.
Dissolução, Liquidação e Extinção da Pessoa Jurídica
A extinção da firma individual ou de sociedade mercantil é o término da sua existência; é o perecimento da organização ditada pela desvinculação dos elementos humanos e materiais que dela faziam parte. Dessa despersonalização do ente jurídico decorre a baixa dos respectivos registros, inscrições e matrículas nos órgãos competentes (PN CST n º 191, de 1972, item 6).
A extinção, precedida pelas fases de liquidação do patrimônio social e da partilha dos lucros entre os sócios, dá-se com o ato final, executado em dado momento, no qual se tem por cumprido todo o processo de liquidação.
DOMICÍLIO: Local onde o indivíduo responde por suas obrigações, ou o local em que estabelece sede principal de sua residência e de seus negócios.
 Para a pessoa natural, o domicílio é fixado das seguintes formas estabelecidas pelo Código:
a) o lugar onde estabelece a sua residência com ânimo definitivo;
b) se várias as residências ou vários centros de atividades, será qualquer deles;
c) se não possuir residência habitual ou empregue a vida em viagens, será o lugar onde for encontrada.
 
Para as pessoas jurídicas de direito privado o domicílio será o lugar de sua sede, ou aonde funcionar a sua diretoria e/ou administração, ou ainda onde elegerem domicílio especial nos seus estatutos;
 e para as pessoas jurídicas de direito público o domicílio vem disciplinado nos incisos I, II e III do art. 75 do Código Civil.
 
Espécies de domicílio:
a) necessário ou legal: determinado por lei em razão de condição ou certa situação:
* o recém nascido tem o domicílio dos pais; o itinerante tem o domicílio no lugar onde for encontrado; o domicílio de cada cônjuge será o do casal; o domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir; o do marítimo, onde o navio estiver; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
b) domicílio voluntário: é aquele que pode ser escolhido livremente, subdividindo-se em:
- geral: se fixado pela vontade de um indivíduo capaz, ou
- especial: se estabelecido entre as partes de um contrato.
 
Perde-se o domicílio:
a) pela mudança: CC art. 74.
b) por determinação legal nos casos de alteração das condições do parágrafo único do art. 76.
c) por contrato em razão de eleição das partes.
 
	Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
	Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
	Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
	Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
	Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
	Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
	Art. 76. Têm domicílionecessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
LEI DE INTRODUÇÃO AS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB)
Antiga Lei de Introdução ao Código Civil (LICC) – Trata-se de uma lei autônoma e independente que traduz um conjunto de normas e regras aplicáveis a todos os ramos do Direito. É um conjunto de regras e normas aplicáveis a todas as leis do Brasil. Eis o motivo da mudança de terminologia, pois tais normas se aplicam em TODOS os ramos do Direito, e não apenas ao Direito Civil.
APLICAÇÃO DA LEI DE INTRODUÇÃO AS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
Regras sobre a vigência e eficácia das normas jurídicas - Ex: Art. 1º da LINDB
Quando não houver no texto da lei publicada a indicação de quando essa lei começará a ser vigente, de acordo com o Art. 1º da LINDB, ela começará a valer 45 dias após oficialmente publicada.
Regras de Hermenêutica (Interpretação) - Ex: Art. 5º da LINDB
Como as leis devem ser interpretadas. Se o juiz está em dúvidas em como aplicar a lei, ele a aplicará atendendo aos fins sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum.
Mecanismos do Preenchimento de Lacunas das Leis - Ex: Art. 4º da LINDB
Quando as leis forem omissas sobre determinado assunto, a LINDB ajuda o juiz a preencher essas lacunas advindas dessas omissões. O juiz irá preencher essas lacunas com a analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito.
Regras de Aplicação das Leis – As leis serão aplicadas de acordo com a LINDB.
FONTES DO DIREITO
Diz sobre onde vamos buscar o direito para resolver os conflitos (litígios). É o meio de utilização e aplicação do Direito ao caso concreto. Art. 4º da LINDB
Lei (Fonte principal) – Quando a lei for omissa usaremos as opções B, C e D.
Analogia – Consiste em ir numa outra lei que regulamenta um outro assunto, mas análogo ao problema que ele está tentando resolver e que não existe lei, ele pega aquele dispositivo e aplica no caso concreto.
Costumes – Quando não tem lei nem outras leis, ele utiliza os costumes. O costume são aqueles atos contínuos que nós, enquanto sociedade, fazemos.
Princípios gerais do Direito – É aquilo que a sociedade como um todo pensa sobre determinado assunto. É um sentimento da sociedade.
Essas 4 fontes acima são chamadas de FONTES FORMAIS. Porque são reconhecidas pela LINDB como complemento das leis.
Continuando...
Doutrina – São textos de estudiosos do Direito sobre determinado assunto ou matéria. Ex: O juiz está em dúvida com uma lei, se socorre nas jurisprudências e se não conseguir dirimir sua dúvida, ele se socorre nas doutrinas.
Jurisprudência – São decisões reiteradas de tribunais. As súmulas vinculantes do STF tem força de lei, de determinação legal, ou seja, elas devem ser respeitadas. Ex: Súmula Vinculante Nº 13, que diz que é proibido o nepotismo.
As fontes E e F acima são FONTES NÃO FORMAIS, pois não são reconhecidas como fontes do direito brasileiro. São fontes do direito para resolver conflitos, dirimir problemas, mas não reconhecidas pela LINDB.
Eis uma explicação pormenorizada da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (LINDB), antiga Lei de Introdução ao Código Civil (LICC). Espero tê-los ajudado um pouco..
A Relação Jurídica Material
O plano da geração de efeitos é o plano da eficácia. Os fatos jurídicos, após entrarem no mundo do direito estão aptos a gerar efeitos, e o efeito "pode ser meramente qualificador de fatos, de atos, de coisas ou de pessoas" (VILANOVA, 2000, P. 119), mas o fato jurídico pode ter também "eficácia completa [...] de acordo com a conveniência do sistema".(MELLO, 1995, p. 145).
Se o fato jurídico irá gerar tal ou qual efeito não há como se constatar de forma apriorística. O conteúdo da relação jurídica que será efeito do fato jurídico está previsto no conseqüente da norma que incidiu e jurisdicizou o fato, transformando-o em fato jurídico Assim, "A comunidade jurídica tem liberdade de estabelecer o que deve ser a eficácia do fato jurídico" (MELLO, 1995, p. 146).
Neste sentido, o efeito do fato jurídico poderá ser apenas uma qualificação jurídica, que diz respeito a apenas um sujeito de direito, ou também uma relação entre dois sujeitos, ou seja, entre entes capazes de ter direitos, pretensões e ações. É aí que surge o conceito de relação jurídica.
Segundo VILANOVA a relação jurídica "É a expressão lógica da alteridade, da intersubjetividade, do estar entre outros, ligado pela normatividade jurídica" (2000, p. 166). No entender do autor, todo e qualquer efeito jurídico será marcado pela intersubjetividade e, portanto, sempre será uma relação jurídica: "Onde haja direito incidindo em fatos sociais [...] aí está a relação jurídica [...]" (VILANOVA, 1997, p.66).
Contudo, há que se fazer uma importante diferença entre a eficácia que envolve dois ou mais sujeitos, e aquela que – apesar da intersubjetividade atinente ao direito como um todo – somente diz respeito a um sujeito de direito em particular. Segundo MELLO (1995, p.147), existem vários tipos de categorias eficaciais, que se classificam pelos efeitos que são irradiados pelos fatos jurídicos.
Relação Jurídica Processual - A PRETENSÃO À TUTELA JURÍDICA
Na verdade ação é a de direito material, conteúdo da relação jurídica material, que não se confunde com a pretensão à tutela jurídica, no dizer de PONTES DE MIRANDA (1999, p. 61):
Outro erro enorme – e esse de James Goldshmidt – é o de se pensar que o direito judicial material substitui a ação ao direito subjetivo. Direito subjetivo, pretensão e ação pertencem ao direito material; não se confundem com a pretensão à tutela jurídica. Não há ação do direito judicial material, porque a pretensão à tutela jurídica é que, exercendo-se, introduz no plano processual a alegação do direito subjetivo, da pretensão a da ação (res in iudicium deducta).
Ao tratar de relação jurídica, PONTES DE MIRANDA (1999, p. 183) explica que a ação material é parte do próprio conteúdo da relação jurídica que se formou com a incidência da norma. Deste modo, com a pretensão violada, nasce a ação material que é conteúdo eficacial da relação jurídica já formada pela incidência da norma jurídica e que corresponde à possibilidade de impor a pretensão material.
A falta de rigor com que tais conceitos são tratados decorre do fato de que, nos ordenamentos modernos, a ação de direito material somente pode ser utilizada por meio dos órgãos estatais. A autotutela, como meio de satisfação da pretensão violada, foi extremamente limitada pelo nosso sistema jurídico. No caso do ordenamento brasileiro, cabe ao Poder Judiciário, em última instância, impor a pretensão através da força. Porém, segundo afirma PONTES DE MIRANDA (1972, p. 111): "A coerção jurídica nem sempre é judicial. Há, por exemplo, a compensação, que é jurídica, e não é, de regra, judicial: nela é evidente o fato de autosatisfação do credor".
Como se vê, restam ainda algumas situações em que se pode utilizar a ação de direito material, como no caso de resistência imediata para proteção da posse (deforço pessoal e imediato – art. 1210 do CCB), bem como nos casos de legítima defesa no direito penal e civil (art. 188, I do CCB e art. 23 II do CPB) e ainda o direito de greve (FREDERICO MARQUES, 1999, p. 05), entre outros casos. Vê-se, desta maneira, que não se pode confundir a verdadeira ação – que é a de direito material – com a pretensão à tutela jurídica.
Estas situações demonstram a diferença entre os conceitos, como bem notou LOURIVAL VILANOVA (2000, p. 191):
Na relação jurídica material (de direito privado ou de direito público) estão a pretensão e a correspectiva prestação. Sobretudo na relação de direito material privado. Ao direitosubjetivo contrapõe-se o dever jurídico. O ficar o credor com o dinheiro do devedor para se pagar da dívida não é ato coativo que venha a reforçar a sanção ou o inadimplemento da obrigação. É ainda momento incluso na relação de direito material. Como o é a exigibilidade do cumprimento da prestação, com ou sem, ou contra a observância espontânea do sujeito obrigado. [...] Desde que o Estado-juiz chamou a si o monopólio da função jurisdicional, somente como exceção restrita se concede ao titular do direito a defesa (a autodefesa) dele de mão própria.
Percebe-se, assim, que a ação material não se confunde com o direito de ter, por parte do Estado, a prestação jurisdicional. A pretensão à tutela jurídica, não sendo conceito pertencente à relação jurídica material, decorre de incidência de outra norma jurídica. Segundo VILANOVA (2000, p. 188/189) seria a norma secundária que, incidindo quando há o não-cumprimento da obrigação, faz nascer para o sujeito ativo daquela relação jurídica o direito e a pretensão à tutela jurídica, que tem como sujeito passivo o Estado-Juiz.
Direito Civil - Dos Bens
Os bens são definidos como coisas ou objetos que possuem utilidade e servem para atender uma necessidade humana. Eles podem ser trocados/vendidos numa relação jurídica por causa de seu valor econômico ou pelo interesse que desperta. Eles são classificados dentro do Código Civil dentro do livro  'Dos Bens'.
Além de ser apresentado no Código Civil, os bens são objetos de estudo importantes para as suas diferentes classificações, pois não se pode aplicar uma mesma regra a todos os bens, mas cada divisão possui uma lei específica.
O Código Civil classifica os bens como 'Bens Considerados em Si Mesmos', que por sua vez, dividem-se em:
Bens Considerados em Si Mesmos
Bens Móveis - Os bens móveis são aqueles que podem ser deslocados, sem prejuízos em sua estrutura. Eles podem ser adquiridos por herança, comprados. Ex.: livros, eletrodomésticos, celular, etc. Podem ser classificados em:
Bens móveis por natureza – são bens que podem ser transportados naturalmente ou por uma pessoa. Ex.: animais, materiais que ainda não foram utilizados para construção ou os materiais provenientes da demolição de algum prédio.
Bens móveis por determinação legal – móveis com fins legais, como as energias com valor econômico, direitos pessoais patrimoniais e suas ações, direitos reais sobre os objetos móveis e suas ações. Ex.: o direito autoral sobre um objeto móvel, ou seja, todos a produção intelectual, como patentes, desenho industrial, obras artísticas, etc.
Bens por antecipação – aqueles incorporados ao solo, mas com objetivo de transformá-los em móveis, como por exemplo, as árvores cortadas para a produção de um determinado produto.
Bens Imóveis - Os bens imóveis são aqueles que não podem ser deslocados, sem que haja danos em sua estrutura. Eles precisam ter uma escritura e registro em cartório. Ex.: Apartamento, casa, etc. Os bens imóveis podem ser divididos em:
Bens imóveis por natureza – o solo, a superfície com todos os seus elementos, como as árvores; Imóveis por acessão física industrial ou artificial – são aquelas adquiridas por meio do trabalho humano e incorporadas ao solo. Ex.: plantações, construções, etc.
Bens imóveis por acessão intelectual – são aqueles que se mantém imóveis pela vontade do proprietário. Ex.: objetos de decoração, máquinas, etc.
Bens imóveis por determinação legal – são direito que não podem ser móveis ou imóveis, mas para fins de segurança jurídica o legislador considera imóvel. Ex.: penhor agrícola, apólices da dívida pública, etc.
Bens Fungíveis - Os bens fungíveis são aqueles que podem ser trocados por outros semelhantes, conforme a qualidade e a quantidade. Ex.: dinheiro, roupa, gado, etc.
Bens Infungíveis - Os bens infungíveis não podem ser trocados, pois são únicos. Ex.: uma escultura, um quadro famoso, etc.
É importante destacar que um bem fungível poderá rapidamente se tornar infungível em determinada situação. Por exemplo, como foi dito, o dinheiro é um bem fungível, mas se o indivíduo for um colecionador ele se tornará infungível, pois esse indivíduo irá considerá-lo único.
Bens Consumíveis - Os bens consumíveis são aqueles são rapidamente eliminados ou consumidos. Ex.: alimentos, bebidas, etc.
Bens Inconsumíveis - Os bens inconsumíveis são aqueles que podem ser usados por um longo período, pois não se destroem rapidamente. Ex.: cds, roupas, etc.
Bens Divisíveis - Os bens divisíveis são aqueles que podem ser repartidos, sendo que após essa fragmentação será possível, apenas ter a parte econômica do todo. Ex.: terreno, barra de ouro, etc.
Bens Indivisíveis - Os bens indivisíveis são aqueles que não podem ser repartidos, caso contrário, o bem perderá o seu valor econômico. Ex.: animal, navio (deverá ser hipotecado), relógio, etc.
Bens Singulares - São bens, mesmo reunido, são considerados individuais e independentes. Ex.: um boi, um carro, mesmo fazendo parte de outra coisa maior (boiada, concessionária), podem ser vendidos separadamente.
Bens Coletivos - São bens considerados universais de fato (rebanho) ou de direito (patrimônio). Outro exemplo é uma biblioteca, que não estaria seria uma se estivesse apenas um livro.
Bens Reciprocamente Considerados
Bens Principais - São bens que são independentes de outros. Ex.: um terreno.
Bens Acessórios - São aqueles que dependem do principal para existir. Ex.: as plantações que precisam de um terreno. Os acessórios, por sua vez, de acordo com o art. 60 do Código Civil, classificam-se em:
Frutos – aqueles produzidos em um período, sendo que se retirados não irão afetar o valor da coisa.
Produtos – aqueles que são extraídos de algo diminuindo a sua quantidade.
Benfeitorias – podem ser necessárias, quando feitas para conservação (obras, pagamento de impostos, etc.); úteis, quando servem para otimizar o uso de algo (adubação); voluptuárias, utilizadas para fins de beleza, como jardins, fontes, etc.
Bens Públicos
Os bens públicos são aqueles que pertencem a órgãos públicos, ou seja, da União, dos Estados e Municípios. São classificados em:
Bem de uso comum – é aberto e é de livre acesso a todas as pessoas. Ex.: praia, ruas, praças, etc.
Bem de uso especial – quando tem um fim específico. Ex.: escolas públicas, quarteis, etc.
Bens dominicais – responsáveis por formar o patrimônio do órgão público. Ex.: terrenos que fazem parte dos órgão públicos e constituem seu patrimônio.
Bens Particulares - Os bens particulares serão aqueles usufruídos por pessoas ou empresas.
Dos Bens Reciprocamente Considerados
Assim, principal é a coisa que tem uma existência própria. Ou seja, que existe por si só. Por exemplo, árvore (mangueira) existe autonomamente sem depender de outro bem. Tem existência autônoma, pois não necessita de nenhum outro bem para existir. 
Já o acessório é aquele cuja existência depende da principal, são decorrente de outros. Por exemplo, a manga para existir, depende da mangueira. Não é autônomo, sempre depende da existência de outro bem (o principal). 
São os bens que, não constituindo parte integrante, destinam-se de modo permanente, ao uso, ao serviço ou ao embelezamento, decoração do outro. 
A finalidade da pertença é prestar ao uso, serviço ou embelezamento do bem principal, tendo em conta que a primeira jamais integrará permanentemente o segundo. 
Num carro, a roda não é pertença, pois, embora seja um bem móvel que esteja servindo ao uso do carro de modo duradouro, a roda integra o carro. 
Já o tapete do carro é considerado uma pertença, pois é um bem móvel colocado a serviço do carro de modo duradouro, mas que não o integra.
Outro exemplo, um aparelho de ar condicionado instalado no quarto da casa pode ser considerado pertença, pois é um bem móvel que se destina de modo duradouro ao uso e ao serviço daquela casa, mas que não integra a casa. 
Assim, um bem só pode ser chamado de pertença enquanto estiver servindo de modo duradouro. Uma vez retirado, aquele bem deixa de ser consideradouma pertença. 
Pois em regra, ao vender o carro, a pessoa pode não vender o tapete, nem o rádio, pois esses bens são pertenças. 
Da mesma forma, um fazendeiro vende a sua fazenda, ele pode muito bem, retirar os bois, pois eles são pertenças. 
De acordo com o CC, os frutos e os produtos são considerados bens acessórios que nem as pertenças. 
Assim, frutos são bens acessórios que derivam do principal. Podem ser objetos de negócio jurídico ainda que não separados do bem principal, por exemplo, a colheita de frutas. 
Bem principal - Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal Art.  .
Os frutos e os produtos são bens acessórios.
Os frutos são utilidades renováveis, ou seja, que a coisa principal periodicamente produz, e cuja percepção não diminui a sua substância. São classificados em frutos naturais (são os gerados pelo bem principal sem necessidade da intervenção humana direta exemplos: laranja e café), industriais (são os decorrentes da atividade industrial humana exemplo: bens manufaturados) e civis (são utilidades que a coisa frugífera periodicamente produz, viabilizando a percepção de uma renda exemplos: juros e aluguel).
Já os produtos são utilidades não-renováveis, cuja percepção diminui a substância da coisa principal. Podemos citar como exemplo o carvão mineral.
Bem acessório – Temos várias espécies de bens acessórios, tais como: Pertenças, frutos e produtos, rendimentos e benfeitorias.
Bens podem ser:
- Naturais: os que aderiram naturalmente ao bem principal. Ex: os frutos da árvore
- Industriais: os derivados na vontade humana. Ex: casa em relação ao solo
- Civis: bens cuja característica de ser acessório decorre de uma relação de direito. Ex: os juros em relação ao contrato, a fiança em um contrato.
Pertenças - As pertenças estão presentes no artigo 94 do CC, com a inovação do Código Civil de 2002. Estes são “bens que não constituindo parte integrante, se destinam de modo duradouro” (STOLZE, 2007, p.272), ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Ex: o equipamento de som em relação ao automóvel; os armários embutidos em relação ao imóvel; “máquinas utilizadas em uma fábrica, os implementos agrícolas, as provisões de combustível, os aparelhos de ar condicionado”
Dos Bens reciprocamente considerados – 
Pertença é conceito diverso de parte diverso.
Benefícios Necessárias – Uteis – Voluntarias / Luxo 
Possuidor de boa fé art. 1219 CC 2002
Possuidor de má fé art. 1220 CC 2002
Produtos e Frutos:
Produtos são – Bens acessórios de fontes finitos esgotáveis.
Ex. Mina de ouro, Diamante, esmeralda petróleo etc.
Frutos são – fontes em regras infinitos inesgotáveis.
Ex. Boi reprodutor (Esperma), Arvores frutíferas, casa para locação.
Vê art. 92 a 97
Frutos:
Pendentes – Não podem ser destacados 
Percebidos – Já foram coletados / Recebidos
Percipiendos – Já estão prontos para colher/recebe
Dos bens Considerados em relação ao titular do domínio.
Bens publicas – pertencentes a adm publica (estado)
Características – inalienáveis, impenhoráveis e inusucapivel 
Bem privados - bem de família 
Lei 8009 legal
Voluntaria CC art. 1711 e seguintes
Classificação:
Bens de uso comum do povo – Bens especiais – Afetação e bens dominicais, bem livres. 
Bens privados – pessoas físicas, pessoa jurídica de direitos despersonalizados.
Teoria Geral dos Fatos Jurídicos:
Fato social- fato jurídico acontecimento capaz (lato senso- Amplo)de criar, modificar, extinguir direitos. Ato fato jurídico (Dout rina).
Fatos jurídicos (stricto senso) Ordinário, extraordinário, caso do fortuito , força militar , não aquele que não depende da vontade da pessoa humana.
Atos jurídicos – Fatos que dependem da vontade humana.
Atos lícitos, atos unilaterais – negócios jurídicos.
Atos ilícios, art. 186 e art. 187. CC 2002
Ato Fato Jurídico: não existe previsão legal para este instituto jurídico contudo a doutrina conceitua e a jurisprudência tem aceitado que negócios jurídicos realizados por incapazes de pequeno expressão financeira com ausência de perejuizo podem ser considerados validos.
Para prova
Art.186
Visão clássica ato ilícito:
Agente 
Dolo / Culpa
Conduta
Dano
Nexo ou Casualidade
Art.187 Abuso de Direito – 
Art. 186 - 927 S.S. Responsabilidade Subjetiva depende de dolo ou culpa.
Art. 187 – Resp. civil objetivo, não depende de dolo ou culpa o art. 927 § primeira clausula geral resp Objetiva.
Ato unilateral – teoria Geral dos negócios jurídicos – analise estrutural do negocio jurídico nos planos da existência, validade e eficácia.
Teoria geral da Nulidade:
Violação das normas cogentes, Normas publicas nulidade absoluta = nulidade.
Violação a norma dispositivas, nulidade relativa= Nulabilidade.
Plano da existência:
Agente – Capaz legitimidade art 166
Vontade – Livre espontâneo 
Objeto – Licito, possível, determinado ou determinável
Forma - prescrição legal ou a não proibida lei
Plano de Eficácia:
Termo – é o evento futuro e certo
Ex. Passar dos dias.
Modo / Encargo – é uma dificuldade é um ônus uma das partes cumpre para receber um beneficio.
Condição – evento futuro incerto.
Todos eles podem ser suspensivos, resolutivos ( extintos).
Efeitos dos inadimplementos 
Contrato:
Multa monetária
Juros
Correção
Bens reciprocamente considerados
Dos bens reciprocamente considerados - Art. 92 . Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Pertença - De acordo com o art 93 do Código Civil Brasileiros, "pertenças são bens acessórios que não seguem o destino do principal, salvo se a lei assim determinar, se houver manifestação de vontade".
Exemplo: Podemos citar como exemplos de pertenças: armários, cama, mesa, cadeiras de uma casa, trator em uma fazenda, etc.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
FRUTOS E PRODUTOS
Disposições que encontramos no art. 95 do CC, vejamos o que as doutrinas nos dizem a respeito:
Frutos “são utilidades produzidas periodicamente, por uma coisa” (FIUZA, 2004, p.178) são bens que se retiram do bem principal. Em síntese são bens ou rendimentos que a coisa principal produz.
Produtos “são as utilidades que se extraem de uma coisa, diminuindo-lhe a quantidade” (FIUZA, 2004, P.178) são produtos, pois estes não são produzidos periodicamente.
Ex: ouro em uma mina, petróleo em uma reserva, pedra em uma pedreira.
De acordo com o artigo 95 do CC, apesar de ainda não separados da coisa principal podem os frutos e os produtos serem objetos de negócios jurídicos.
Ex: frutos de uma lavoura podem ser negociados ainda pendentes; o ouro pode ser negociado antes de sua extração.
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2o Sãoúteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
Bens considerados em relação ao titular de domínio 
Art. 98 – CC:
“São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”.
BENS PÚBLICOS
        Bens públicos são os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno.
        Os bens públicos podem ser classificados segundo a sua destinação, da seguinte forma:
        BENS DE USO COMUM DO POVO – são os que podem ser utilizados por qualquer um do povo, sem formalidades (ex.: rios, mares, estradas, ruas, praças, etc.).
 BENS DOMINICAIS – são os que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades (art. 99, III – CC).
        Os bens dominicais abrangem bens móveis e imóveis sobre os quais o Poder Público exerce poderes de proprietário, como exemplo, títulos da dívida pública, terras devolutas, ilhas formadas em mares territoriais ou rios navegáveis, estradas de ferro, oficinas e fazendas pertencentes ao Estado, etc.
Bens privados - são aqueles que uma pessoa investe na fabricação para seu proveito de alguma forma, seja utilizando, ou vendendo para outros. Bens públicos, considerando que haja essa categoria distinta de bens, são aqueles que possuem as características de não rivalidade e não exclusão, e por isso devem ser produzidos pelo governo. Ou seja, eu utilizo, e não te impeço de usufruir, e, não exclui ninguém do consumo, como o Ar. O fato de eu respirar não te deixa sem ar. Mas não tem como produzir ar.
Bem de família legal ou obrigatório - Lei 8009/90
 Conceito do instituto do Bem de Família - O instituto jurídico do bem de família é bastante moderno no Direito e seu objetivo é proteger a habitação da família, família esta, que é considerada pela nossa Constituição, como base da sociedade. O bem de família é na verdade um direito, não se confundindo com a residência sobre o qual incide.
Segundo as lições de Álvaro Villaça Azevedo (apud GONÇALVES, 2011 p.581) “o bem de família é um meio de garantir um asilo à família, tornando-se o imóvel onde ela se instala domicílio impenhorável e inalienável, enquanto forem vivos os cônjuges e até que os filhos completem sua maioridade”.
A instituição do bem de família, segundo Caio Mário da Silva Pereira (2004, p.557-8) “é uma forma da afetação de bens a um destino especial que é ser a residência da família, e, enquanto for, é impenhorável por dívidas posteriores à sua constituição, salvo as provenientes de impostos devidos pelo próprio prédio”.
O bem de família pode ser conceituado como o imóvel utilizado como residência da entidade familiar, decorrente de casamento, união estável, entidade monoparenteral, ou entidade de outra origem, protegido por previsão legal específica. A impenhorabilidade é o elemento fundamental do instituto do Bem de Família, sendo o bem resguardado contra execução por dívidas (em regra). Na realidade jurídica nacional faz-se interpretação extensiva da proteção da moradia para atingir o imóvel onde reside pessoa solteira, separada ou viúva (Súmula 364 do STJ).
Teoria Geral dos fatos jurídicos
Conceito de fato jurídico (lato sensu).
Os acontecimentos, indistintamente considerados, que geram direitos subjetivos são chamados, em sentido amplo, de fatos jurídicos ou fatos jurígenos. “Fatos jurídicos são, portanto, aqueles fatos a que o direito atribui relevância jurídica, no sentido de mudar as relações anteriores a eles e de configurar novas situações, a que correspondem novas qualificações jurídicas” (LOTUFO, Renan; [coordenação Everaldo Augusti Cambler]. Curso Avançado de Direito Civil: Vol 1. São Paulo: RT, 2003, p. 199).
O ordenamento atribui a um fato uma qualificação e uma disciplina, de tal sorte que ocorrendo concretamente o fato, ou historicamente, constitui o ponto de confluência entre a norma e o dever ser da realidade: é o modo pelo qual o ordenamento jurídico encontra real atuação.
Assim, fato jurídico, em sentido amplo (lato sensu), seria todo o acontecimento natural ou humano capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir relações jurídicas.
Fatos jurídicos "stricto sensu" é um termo utilizado no Direito que faz referência a todo acontecimento natural ou humano capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir direitos, bem como de instituir obrigações, em torno de determinado objeto. É todo e qualquer acontecimento proveniente da ação do homem ou da natureza, a que a lei confere consequências ou efeitos jurídicos. Dessa forma, os fatos jurídicos possuem três características básicas:
Decorrem de uma ação humana ou da natureza;
Produzem consequências de direito, instituídas pelas normas jurídicas;
É um acontecimento externo, decorrendo de uma situação fática ou real.
Os fatos jurídicos em sentido amplo podem ser classificados, quanto à presença ou não da vontade humana em sua formação, em:
Fatos jurídicos "stricto sensu"
São fatos jurídicos que não decorrem de uma ação volitiva humana, ou seja, sua realização não exige como pressuposto a manifestação da vontade do homem. Contudo, apesar da vontade humana não ser necessária à sua formação, pode haver a participação do homem em seu desenvolvimento. Porém, a intervenção humana em tais casos não exerce papel essencial, figurando apenas como elemento secundário.
Dos Atos Lícitos - São os atos praticados em conformidade com o nosso então ordenamento jurídico vigente. O ato jurídico é na verdade aquele que desencadeia diversas conseqüências jurídicas previamente determinadas em lei.
É o que diz Maria Helena Diniz, (1995) acerca do ato jurídico: “ato jurídico strictu sensu que surge como mero pressuposto de efeito jurídico, preordenado pela lei, sem função e natureza de auto-regulamento”. 
Diante disso, o ato  jurídico pode ser entendido como sendo na verdade um acontecimento oriundo da vontade de uma pessoa física ou jurídica, que produz efeitos de ordem jurídica. Mas é importante frisar que para tal aplicação da vontade se faz imprescindível que tenhamos a ocorrência de um acontecimento lícito fundado em direito, que não esteja em desacordo com o nosso então ordenamento jurídico.
Dos Atos Ilícitos - O ato ilícito é derivado da manifestação da vontade humana, sendo praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direito subjetivo. Assim, é a conduta realizada juntamente com a infração de um dever legal previamente estipulado, resultando dano, prejuízo para outrem, o que gera o dever de ressarcimento a vítima. O ato ilícito produz efeitos jurídicos, sendo estes por sua vez não desejados pelo agente, mas impostos pela lei
Conforme o art 186 do CC. “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Vale frisar que boa parte da nossa doutrina vigente não recepciona como jurídico o ato ilícito, por se apresentar de forma contraria ao dispositivo normativo, embora este produza efeitos que ensejam responsabilidade civil.
Ato-fato jurídico - é o evento que, embora oriundo de uma ação ou omissão humana, produz efeitos na órbita jurídica, independentemente da vontade de os produzir.
Nesta categoria jurídica, que não tem previsão no ordenamento civil, a produção de efeitos jurídicos decorre de uma atuação ou abstenção humana; porém, não importa para o direito se houve vontade de produzi-los. O que importa são as consequências havidas em razão da participação (ativa ou omissiva) do ser humano, não sendo necessário qualquer elemento volitivo para configurá-la.
Por exemplo: o fato de um louco pintar um quadro. Ao fazê-lo, ele adquire a propriedade de sua obra,no entanto, não importa para o direito se ele teve vontade de fazê-lo, basta a sua consequência.
Aos explicar esta categoria, Lima (1999, p.210) pontua que “a passagem de fato para ato já sugere a atuação do ser humano’’ sendo ‘’excluídos os fatos da natureza.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Ato unilateral - é aquele manifestado por sujeito de direito internacional público(estado ou organização internacional) que se apresenta suficiente para a produção de efeitos jurídicos. É consenso entre os juristas que o ato unilateral origina-se de uma das mais importantes e antigas fontes de Direito Internacional Público, o costume, sendo este, ao contrário do ato unilateral previsto no artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, parâmetro ainda hoje para a determinação de que institutos são capazes de produzir nova orientação dentro da matéria.
Manifestações de um único sujeito à luz do direito, o entendimento é que os atos unilaterais, apesar de sua particularidade, produzem efeitos "erga omnes" (ou seja, para todos) entre aqueles componentes da Comunidade de Estados.
Tal instrumento é considerado válido quando respeita determinadas condições, como por exemplo:
ser originário de sujeito de direito internacional, como já mencionado;
ter seu conteúdo admissível aos procedimentos comuns às relações jurídicas internacionais, ou em outras palavras, respeitar as diretrizes estabelecidas por tal disciplina;
deve o ato unilateral também ser manifestado por meio de vontade real e sem vícios;
e ainda, tal manifestação de vontade deve ter como objetivo a criação de uma regra de direito.
Teoria geral das nulidades - nos arts. 243 a 250; quando estabelece as formas pelas quais se efetiva a citação (arts. 213 a 233); quando prescreve sobre os requisitos da petição inicial (arts. 282, 283 e 284); quando estabelece quais os requisitos essenciais da sentença (art. 458, I, II e III) etc.
Da não observância da forma podem surgir nulidades que atingirão toda a relação processual ou apenas um determinado ato do procedimento. Há nulidade do processo, quando se desatende aos pressupostos de constituição válida a desenvolvimento regular da relação processual, ou quando existe impedimento processual reconhecido, ou então pressuposto negativo concernente ao litígio. Como exemplo confirmativo, há no CPC nulidade de todo o processo por exemplo quando:
Se registrar falta não suprida pelo Juiz, da autorização marital ou de outorga uxória, se necessária (art. 11, parágrafo único);
Em certos casos previstos no Código, omitir-se o autor na prática de atos ordenados pelo juiz, para sanar nulidade do processo, ou de atos processuais (art. 13, I, 37, 265 e 284). Há, também, nulidade do processo, segundo os arts. 84 e 246, quando o Ministério Público não foi intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.
Via de regra as nulidades acima apontadas são consideradas absolutas, há também as nulidades relativas que são aquelas que ocorrem quando o ato, embora viciado em sua formação, mostra-se capaz de produzir seus efeitos processuais, se a parte prejudicada não requerer sua invalidação pois o defeito na nulidade relativa é muito mais leve do que se nota na absoluta. Exemplo de nulidades relativas:
Cerceamento do direito ao contraditório e ampla defesa;
Quando o juiz manda o autor emendar a petição inicial e este não o faz.
O sistema de nulidades adotado pelo nosso código é o que conhecemos por princípio da instrumentalidade das formas e dos atos processuais (art. 244), segundo o qual o ato só se considera nulo e sem efeito, se, além de inobservância da forma legal, não tiver alcançado sua finalidade. Ex.: Quando é realizada uma citação sem observância das formalidades legais e o citado toma ciência da mesma e logo após apresenta resposta, o ato é plenamente eficaz.
Sobre a argüição das nulidades, acentue-se, em princípio, porém, que o Juiz, mercê de seu poder instrumental de direção do processo, deve velar, a cada instante da relação processual, para que ela caminhe escoimada de quaisquer vícios, irregularidades ou nulidades que a possam comprometer, segundo as regras do devido processo legal. Nesse seu trabalho purificador, diligenciará, sempre, para que os atos processuais obedeçam ao modelo legal, nos casos especificados pelo legislador, determinando que eles sejam convalescidos, quando contiverem nulidades ou irregularidades que impeçam a produção dos efeitos processuais objetivados, e só proclamando a nulidade quando não houver possibilidade de recuperar o ato ou quando ele não tiver atingido o seu fim, ou seja, no caso de nulidades absolutas cominadas pelo Código, dispõe o art. 245, parágrafo único, que sua decretação não depende de provocação da parte e não se sujeita à preclusão porque é de interesse público; e em relação às relativas, por provocação das partes devido ao interesse privado. O momento da argüição de nulidade relativa deve ser na primeira oportunidade oferecida à parte para falar nos autos, após o ato defeituoso, sob pena de preclusão (art. 245), isto é, de perda da faculdade processual de promover a anulação; caso seja nulidade absoluta, esta pode ser feita em qualquer fase do processo e também de ofício pelo juiz, pois toda nulidade processual, seja absoluta ou relativa, depende de decretação judicial. Ao decretá-las, o juiz deve declarar que atos são atingidos e ordenar as providências tendentes a repetir ou retificar os atos sanáveis e quanto aos efeitos da decretação o artigo 248 reza que: “anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os atos subseqüentes, que dele dependam”, pois o processo é uma seqüência de atos concatenados visando à composição da lide.
A NORMA JURÍDICA - Vigora entre nós o princípio da supremacia da lei, ou seja, para assegurar maior segurança das relações jurídicas a lei deve ser escrita e emanada de autoridade competente. As principais características dela são:
a)     GENERALIDADE – se aplica a todas as pessoas indistintamente
b)     IMPERATIVIDADE – impõe obrigações a todos os destinatários, possuindo caráter bilateral, a cada dever imposto corresponde a um direito. Ex. se impõe o dever de não causar dano a alguém, obriga aquele que o causar a indenizar a vítima.
c)      AUTORIZAMENTO – consiste na possibilidade de o lesado pela violação à norma exigir-lhe o cumprimento
d)     PERMANENCIA – a norma vigora e prevalece até sua revogação.
e)      EMANAÇÃO DE AUTORIDADE COMPETENTE
Levando em consideração a imperatividade da norma jurídica ela pode ser classificada em duas categorias de normas.
COGENTES: são as normas de ordem pública, as quais não podem ser derrogadas pela vontade do particular pois foram editadas com a finalidade de resguardar os interesses da sociedade.
NÃO COGENTES: também chamadas de dispositivas, possuem imperatividade relativa podendo serem derrogadas. Subdivide-se em:
PERMISSIVA: quando autoriza o interessado a derrogá-la, dispondo da norma da maneira que lhe convier.
SUPLETIVA: aplicável na falta de disposição em contrario das partes.
PLANO DA EXISTÊNCIA
Como o Negócio Jurídico não surge do nada, para que seja considerado como tal, deve atender a certos requisitos mínimos, regulados pelo sistema normativo do Novo Código Civil. Assim, nenhum Negócio Jurídico existirá ante a ausência de algum dos elementos constitutivos essenciais, quais sejam:
- MANIFESTAÇÃOOU DECLARAÇÃO DE VONTADE;
- PARTES OU AGENTE EMISSOR DA VONTADE;
- OBJETO;
- FORMA;
            No Plano da Existência não se avalia a invalidade ou eficácia desse fato jurídico, só se cogita a presença dos fatores existenciais mínimos.
         
PLANO DA EFICÁCIA
Neste plano, interessa identificar se o Negócio Jurídico repercute juridicamente no plano social, isto é, a eficácia da declaração negocial manifestados como queridos.
No entanto, mesmo um ato eivado de nulidade absoluta produzirá efeitos jurídicos, ou seja, terá repercussão no plano da eficácia. Nesse sentido e bastante elucidativo pontifica Sílvio Venosa: “O negócio é juridicamente nulo, mas o ordenamento jurídico não pode deixar de levar em conta efeitos materiais produzidos por esse ato. Isso é verdadeiro tanto em relação aos atos nulos como em relação aos atos anuláveis.”
Os elementos que o compõem são acidentais, uma vez que sua presença é dispensável, são eles a Condição, Termo e Modo ou Encargo.
 
Condição
É uma cláusula que deriva exclusivamente da vontade das partes e o efeito do Negócio Jurídico está subordinado a evento futuro e incerto.
Vicente Ráo a define como a “modalidade voluntária dos atos jurídicos que lhes subordina o começo ou o fim dos respectivos efeitos à verificação, ou não verificação, de um evento futuro e incerto.”
O critério classificatório mais difundido da condição é quanto ao seu modo de atuação:
a) Condição Suspensiva – oposta essa cláusula, enquanto a condição não se verificar, não se terá adquirido o direito a que ele visa. Há a subordinação tanto da eficácia jurídica (exigibilidade) quanto dos direitos e obrigações decorrentes do negócio.
b) Condição Resolutiva – nesta modalidade enquanto a condição não se realizar, vigorará o negócio jurídico, sendo exercido desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. Uma vez verificada a condição, para todos os efeitos o direito a que ela se opõe se extingue.
Classificação dos defeitos do negócio jurídico - Os defeitos dos negócios jurídicos se classificam em:
a) Vícios do Consentimento: são aqueles em que a vontade não é expressa de maneira absolutamente livre, podendo ser eles: Erro; Dolo; Coação; Lesão e; Estado de Perigo.
b) Vícios Sociais: são aqueles em que a vontade manifestada não tem, na realidade, a intenção pura e de boa-fé que enuncia, sendo eles: Fraude contra Credores e Simulação.
	Defeitos
	Vício
	Efeito
	Erro art. 138 a 144
	vontade
	Anulável
	Dolo art. 145
	vontade
	Anulável
	Coação art. 151 a 156
	vontade
	Anulável
	Lesão art. 157
	vontade
	Anulável
	Estado de Perigo art. 156
	vontade
	Anulável
	Fraude contra Credores art.156
	Social
	Anulável
	Simulação
	Social
	Nulo
Não há duvida de que é de vital importância o estudo dos vícios que maculam o negócio jurídico celebrado, atingindo a sua vontade ou gerando uma repercussão social, tornando o mesmo passível de ação anulatória pelo prejudicado ou de nulidade absoluta no caso de simulação (art. 166, do CC).
Potestativo - diz-se que um ato é quando seu cumprimento depende da vontade exclusiva de uma das partes contratuais sendo, portanto, uma condição do contrato.
Por seu turno, direito potestativo é o direito sobre o qual não recaí qualquer discussão, ou seja, ele é incontroverso, cabendo a outra parte apenas aceitá-lo, sujeitando-se ao seu exercício. Desta forma, a ele não se contrapõe um dever, mas uma sujeição. 
Fundamentação: Arts. 207 a 211 do CC
Da prescrição - Já se referiu, na introdução deste trabalho, que a prescrição é tida como a perda do direito de ação, entendimento este que vem da doutrina clássica para a qual a prescrição ataca a ação e por via de conseqüência prejudica o direito material pleiteado.
Mas este entendimento, aparentemente é equivocado, pois o direito de ação é abstrato e autônomo, todos têm direito de levar a juízo qualquer pedido a fim de que seja dado provimento judicial e, mesmo que não acatado o pedido, houve necessariamente o direito de pleitear ao Estado a tutela jurisdicional.
De fato, ao ser violado o direito, nasce para o credor o poder jurídico de coercibilidade que deve ser exercido dentro do prazo prescricional que está descrito na lei, e este poder chama-se pretensão[4], e é sobre esta que, verdadeiramente, recai a prescrição.
Pretensão nada mais é que o bem jurídico que o autor deseja alcançar por meio da via judicial, uma vez não obtida a satisfação da obrigação extrajudicialmente. Ela nasce quando um direito a prestação é violado e morre no último dia da prescrição.
A expressão pretensão foi utilizada pela primeira vez na Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), na disposição de seu artigo 27|:
“Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria”. (Grifou-se).

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