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Direito internacional Público - 6 sem - 2012-2

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Direito Internacional 
Público 
 
São Paulo 
2º Semestre de 2012

INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !1
 
Bibliografia 
Manual de direito internacional público 
 Dos Profs. Hildebrando accioly; francisco Rezek, Émerson Malheiro 
Aula 01 - 03.08.2012 
O direito internacional público é um ramo muito importante do direito. No entanto, 
segundo o professor, essa matéria ainda é muito pouco utilizada tendo em vista sua 
importância e relevância. Segundo entendimentos do supremo tribunal federal, na 
hierarquia interna das normas, os tratados internacionais de direitos humanos 
encontram se em um patamar infra constitucional porém supra lei ordinária. 
Portanto, mesmo em petições corriqueiras, argumentos que se valham desses 
institutos provar-se-ão refinados e, se bem utilizados, mais efetivos que os de praxe 
utilizados. 
Breve História e o surgimento do Direito 
Internacional Público 
O inicio do direito publico. 3100 a. C. As cidades de humma e lagash, na 
Mesopotâmia, estavam com um problema territorial. A usual forma de resolução 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !2
 
desse tipo de desavença internacional seria por meio de armas. Ao invés de realizar 
guerras como seria a maneira usual na época, essas duas cidades conseguiram entrar 
em acordo. Ressalte-se que foi um acordo, pois a soberania e portanto a liberdade e 
consenso dessas cidades foram preservados. Esse acordo foi mediado por um 
soberano de uma cidade denominada Kish, chamado meyselin. 
 De acordo com outros doutrinadores, foram durante os tratados de Westfalia que os 
estados passaram a ser considerados pessoas Jurídicas, graças às teorias 
contratualistas. Portanto, o nascimento, para esses doutrinadores, do direto 
internacional público, se deu durante a celebração desses tratados, Pois foi a primeira 
vez que os estados realizaram relações internacionais públicas sob a ótica de serem 
pessoas jurídicas e detentores de toda a carga filosófica e sociológica contida nas obras 
contratualistas. 
 Outro período muito importante foi o do império Romano. Quando as expansões 
romanas foram interrompidas e o império consolidado, vários tratados foram 
realizados a fim de proteger as fronteiras. Esses tratados se tornaram muito 
importantes para a formação do direito internacional público. 
 Justa causa Belli - os tratados se assegurariam como, já que não há uma soberania 
coercitiva para fazê-lo? A resposta para essa pergunta, inicialmente, foi a religião. 
Realizavam-se portanto tratados com teor divino, utilizando um Deus para ser o 
padroeiro do tratado. Nada impedia seu descumprimento que não o temor da ira 
divina pelo desrespeito de sua autoridade. Obviamente que, com o passar do tempo, 
esse tipo de garantia não pôde prosperar, tendo em vista os sucessivos triunfos 
incólumes dos eventuais infratores. Esse método asseguratório do cumprimento dos 
tratados internacionais valeu por muito tempo. No entanto, no período de sua 
vigência, para declarar guerra, os países deveriam ter um motivo justo e plausível 
para desrespeitar o compromisso que vieram a celebrar com os deuses. Essa era a 
justa causa Belli, ou seja, causa justa de guerra, um motivo que justificava o uso da 
violência entre os países. Esse princípio, guardadas as devidas proporções, ainda vale 
hoje, em casos por exemplo de operações de paz da ONU, que devem ter motivos 
plausíveis para ocorrerem. 
 Voltando à pergunta acerca da necessidade de coerção dos países objetivando a 
observação às normas internacionais, No avançar das relações entre os países, autores 
se destacaram na história, e responderam de forma mais esclarecedora essa pergunta. 
 Francisco de Vitória - pai do direito internacional. Foi um padre espanhol que 
viveu durante a invasão moura na península itálica. Para ele, a violação de um direito 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !3
 
por parte de uma nação, atingirá, ainda que não diretamente, todas as outras nações. 
O direito internacional é um direito compartilhado por todos. 
Uma infração internacional 
afeta, diretamente, àquela 
nação a quem foi 
direcionada. Entretanto, 
todas as nações tem interesse 
em garantir o respeito ao 
direito internacional, de 
forma que, indiretamente, a 
afronta a um na verdade 
atinge a todos. 
 Hugo Grócio - o direito das gentes (como ficou conhecida a reunião das leis jus 
civilis e jus penegrinis após o fim do império Romano, que serviram como princípios 
e regras costumeiras na celebração de tratados internacionais), para ser respeitado, 
deveria ser fiscalizado por uma organização onde todas as nações fizessem parte. Essa 
idéia de Hugo demonstrou-se a semente que daria surgimento à organização das 
nações unidas. 
 Emer de Vattel - Emer resgata o conceito de Francisco, e tenta responder 
definitivamente a pergunta acerca da sanção à nações que não observassem seus 
tratados. Segundo ele, se uma afronta atinge a todos, então, como sanção, todas as 
nações deveriam voltar-se contra essa nação infratora. É o principio Erga Omnes, que 
é a ação geral das nações voltada a punir outra nação. Esse principio permanece 
valido até hoje, e essa intervenção contra o infrator pode ser em campo econômico, 
político, militar, ou qualquer combinação desses. 
Aula 2 (10.08.2012) - Continuação da 
evolução histórica 
Esta aula 02 é de autoria de Bruno Rafael tendo em vista minha ausência 
Mesopotâmia 
3.100 (AC) 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !4
 
Lagash X Umma 
Direito: 
Costumeiro 
Boa fé 
Inviolabilidade dos Mensageiros: Sendo considerados ambos os centros de poder 
civilizados, os mensageiros não poderiam ser atacados. Antiga forma de Diplomata. 
Divindade – Pacta sunt Servanda 
Justa causa belli 
Francisco de vitória – “O direito das gentes não tem somente força de pacto ou de 
convenção entre os homens, mas possui, igualmente, força de lei.” 
Hugo Grócio – Organizações criadas pelos estados 
Emer de Vattel 
“É da maior importância para todas as nações que o direito das gentes, base de sua 
própria tranqüilidade, seja respeitado universalmente. Se alguma nação 
espezinhar(violar) abertamente esse direito, todas podem e devem insurgir se conta 
ela. (obrigações/princípio erga omnes) 
- Há um controle das ações pelas próprias nações, a eficácia da aplicação das normas 
internacionais são limitadas pela OTAN e pela ONU, mas há subordinação a norma 
e sua aplicabilidade. No mundo ético nem sempre as normas se aplicam. 
Westfalia (1648) - Personalidade 
-Munster 
-Osnabruck 
 A manifestação da vontade é algo essencial ao direito internacional, o Estado 
constrói algo pela imposição de uma conduta, porém que não contradiga as normas. 
Eles mesmos se obrigam, há uma noção de boa fé. Pacta sunt servanda também é 
aplicado nesse caso. 
Justa causa belli- Pelo direito costumeiro, direito das gentes é necessária uma 
motivação, uma explicação para que haja uma ação bélica 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !5
 
Francisco de vitória- Nenhum centro de poder é uma ilha separada do universo, o 
direito das gentes tem força normativa, ou seja, todos os centros de poder devem 
respeitar as normas. 
Hugo Grócio – criou a discussão de quem poderia autorizar uma ação militar, ele 
“planta” a idéia de organização que julga quando o estado pensou certo ou errado. 
Qualquer ataque a outra nação sem a devida permissão do conselho de segurança da 
ONU é considerado crime contra a paz. 
Westfalia: A maioria dos doutrinadores diz que iniciasse o direito internacional nesse 
ponto por tratasse de Estado com personalidade jurídica. A Única maneira de 
expressar minha vontade se houver capacidade, personalidade jurídica. 
Hipóteses de excludentes de responsabilidade internacional: 
Casos de Represália- serviço arbitrário das próprias razões.Viena 1815 
Liberdade de navegação, pelos rios internacionais da Europa. 
Não proíbe a passagem por sua zona, mas não pode explorar determinados locais 
economicamente. 
Institucionalização dos agentes diplomáticos 
Proibição do trafico de escravos 
Versilhes 1919 
Fim da primeira guerra mundial, e no mesmo instrumento há a aprovação da Liga 
das Nações – mais tarde ONU. Pretendia ser fórum permanente para evitar conflitos 
entre nações. 
Havia o problema de resolução de conflitos em relação com a manutenção das 
colônias ultramarinas das nações. Debilitada em suas origens devido a certos 
acontecimentos como a assinatura da Alemanha aos tratados (de certa forma coagida 
belicamente). 
Sociedade das nações 
Aula 03 (17.08.2012) - o caso Julian Assange 
 Julian é fundador do site Wikileaks. Ele conseguiu arquivos confidenciais 
diplomáticos mundiais, principalmente americanos. Ele é agora perseguido 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !6
 
mundialmente por ter feito isso. Sua defesa quanto a isso é que, já que os arquivos 
foram conseguidos de forma licita, ou pelo menos não manifestamente ilegal (por 
meio de informantes internos), então tem todo o direito jornalístico de divulgar as 
informações em razão do princípio da liberdade de imprensa 
 Repentinamente, ele é acusado de ter realizado o estupro de duas mulheres na 
Suécia. O argumento de defesa de Assange é que a acusação criminal tinha como 
origem uma perseguição política. 
 Embora a perseguição seja permitida, ela deve ser legal e legitima. Em âmbito 
internacional, existem dois institutos para proteger o fugitivo: 
Asilo 
Politico 
É o asilo que se proporciona em razão de perseguições políticas. 
Diplomático 
O professor não abordou mas veremos novamente 
Refugio 
 É proteção em virtude de opiniões políticas, religião, raça, nacionalidade, e grupo 
social. O desenvolvimento histórico é europeu. Em razão do ocorrido na Rússia pós 
revolucionaria, a Europa recebeu muitos fugitivos, dando a eles refugio. 
 No caso de Assange, o estado tem que legitimar a perseguição que realiza a uma 
pessoa. Por isso o uso do argumento dos estupros. O objetivo é prender Assange para 
silencia-lo e usa-lo de exemplo para evitar que outros façam o mesmo. 
 Em razão do principio da territorialidade, Assange, que mora na Inglaterra, não 
pode ser processado pela Suécia enquanto lá permanecer. Houve um pedido de 
extradição da Suécia para a Inglaterra, que foi deferida. Sabendo disso, Assange vai 
para a embaixada do Equador. O que ocorre é que a soberania de uma embaixada é 
do país que a representa, de acordo com a convenção de Vienna acerca da 
diplomacia e convenção de Viena sobre relações consulares. Ele, estando na 
embaixada do Equador, não pode ser afetado pelo governo inglês, pois a soberania é 
do Equador. 
 Ontem, a Inglaterra publicou uma nota oficial dizendo que na lei de lá existe uma 
determinação de que a policia inglesa poderia invadir a embaixada 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !7
 
 Segundo a convenção de Viena sobre tratados, em seu artigo 27, diz que não pode 
haver o inadimplemento de tratados em prol de lei interna. 
 Segundo o professor, talvez o Equador nem fosse entrar nessa situação. Mas essa 
afirmação da Inglaterra que fez ele se impor, diante de sua soberania ameaçada. 
Chegou a recorrer à OEA, onde se discute a reação da América do Sul perante o 
desrespeito da soberania do Equador pela Inglaterra. 
 A carta das nações unidas proscreveu o direito de agressão se seguido a "justa causa 
Belli". No entanto, só se pode entrar em guerra com autorização do conselho de 
segurança no ONU. Existe uma única hipótese de agressão unilateral (sem 
autorização): agressão direta à soberania. Ou seja, o caso aqui. 
 Em razão do principio da reciprocidade, se há uma agressão ela pode ser 
proporcionalmente respondida. 
 Em virtude disso que os países Sul americanos discutem uma possível represália. 
 Na própria noite de ontem, surpreendida pela reação internacional causada, a 
Inglaterra começou a mudar o tom. 
 Agora aguardemos o desenrolar da situação. 
 Dicas cinematográficas do professor 
 Assistir o documentário: a névoa da guerra ("the fog of war"). 
 Assistir o filme: "O ultimo rei da Escócia". 
 Aula 04 (24.08.2012) - fontes do direito 
internacional 
 As fontes do direito internacional público estão elencados no estatuto da corte 
internacional da justiça, em seu artigo 38. 
1ª) a primeira fonte são os tratados internacionais. Esses tratado só serão validos se 
ambos são signatários. 
2ª) o costume. Antigamente o direto internacional era praticamente um direito 
costumeiro. Parte disso continua a funcionar hoje. Boa parte dos antigos costumes já 
foi incorporado em tratados, como as imunidades diplomáticas. É exemplo de 
costume internacional atual a reciprocidade ou a clausula da nação mais favorecida. 
Existem costumes que são extremamente importantes para a existência do direito 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !8
 
internacional. Esses são chamados de "jus cogens". Sao os princípios mais 
importantes das relações internacionais. 
3ª) os princípios gerais do direito das nações civilizadas. Essa norma refere-se à nações 
civilizadas como estado membros da ONU, realizando-se uma interpretação 
hermenêutica (histórico-evolutiva). Os princípios aqui referidos são os reconhecidos 
pelo direito interno dos países, como a isonomia, o devido processo legal, etc. 
4ª) a doutrina e as decisões judiciarias. São fontes secundarias. Decisões judiciarias 
refere-se a qualquer decisão, tendo em vista a dificuldade de consolidação de uma 
jurisprudência. 
 Esse estatuto esta online no skydrive! Acessem! 
Hierarquia das fontes 
 A doutrina diverge em relação a hierarquia. Parte acredita que a hierarquia esta na 
ordem que as fontes foram citadas pelo artigo. Essa corrente é minoritária. A maior 
parte acredita em uma equivalência das fontes; sendo essas valoradas e utilizadas 
conforme o caso concreto. 
O TRATADO INTERNACIONAL 
 Surge semelhantemente a um negocio jurídico. Foi realizada a convenção de Viena 
sobre o direito de tratado. 
 Como havia muita discussão acerca das nomenclaturas e para se achar a definição 
de um tratado, essa convenção silenciou as duvidas: Se o ato internacional é 
normativo, e tem poder coercitivo, então ele será um tratado. 
Requisitos de validade dos tratados 
Consenso 
 A consensualidade é talvez a maior característica das relações internacionais. Não 
há uma soberania mundial. 
 Capacidade 
 A capacidade para realização de atos de tratados nacionais é relacionada a pessoas 
jurídicas de direito internacional público. 
 Essa capacidade é comprovada mediante habilitação dos agentes. Em tese, o 
capacitado é o chefe de estado, mas ele pode delegar parcialmente essas funções para 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !9
 
representantes, notoriamente os diplomatas. Esse ato do chefe de estado de delegar 
seu poder diplomático é materializado pela chamada Carta do plenipotenciário. 
Objeto 
 O tratado deve ter objeto licito (internacionalmente) e possível, sob pena de 
invalidez. 
Aula 05 (31.08.2012) - condições de validade 
dos tratados 
Capacidade 
 Refere-se à capacidade das pessoas jurídicas de direito internacional público. 
Existem duas: os estados e as organizações internacionais. 
Objeto lícito/possível 
 Os Objetos devem estar de acordo com o "jus cogens", ou seja, o direito costumeiro 
mais importante do direito internacional. Aqueles objetos que estão em desacordo 
com esse direito são considerados ilícitos em âmbito internacional. 
 No caso de objeto impossível; verifica-se quando o tratado é inexeqüível, 
independente dos fatores. Ex.: união assina tratadoque regula a segurança estadual. 
O objeto é impossível pois esta fora da competência da pessoa que assinou o tratado 
(a união) 
Habilitação 
 O agente deve estar habilitado para assinar em nome do estado. Em regra essa 
habilitação é do chefe de estado (presidente), mas algumas decisões podem são 
outorgadas à outras pessoas como ministros, chefe das relações exteriores, 
embaixadores, etc. 
Consentimento 
 Nenhum tratado pode forçar estados a assina-lo. O consentimento é necessário. São 
anuláveis os tratados que ensejaram em coação (forçar pessoa a fazer o que 
voluntariamente não deseja), erro (ambas as partes inocentes pelo erro) ou dolo 
(induzimento do outro ao erro) em sua elaboração ou aderência. 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !10
 
Efeitos com relação à terceiros 
 Um tratado bilateral não pode causar nenhuma repercussão a estados não 
assinantes. Países terceiros podem impedir a assinatura de um tratado alegando que 
ele os prejudicariam diretamente. Ex.: tratados de ordem econômica. 
 E efeitos benéficos à terceiros? Podem dois estados compactuarem a favor de 
terceiro? Depende. Mesmo que seja benéfico, o efeito só pode ocorrer com o 
consentimento do estado beneficiado, pois é um estado soberano. 
Aceitação 
 O primeiro momento para a validação de um tratado é a aceitação (assinatura, 
subscrição). Esse é o primeiro momento que o estado expressa sua concordância com 
o tratado. 
 Entretanto, nesse momento, o pacto ainda não é Executório. Essa é apenas a 
primeira fase de aprovação do tratado. A pessoa que pode realizar essa aceitação é o 
chefe de estado ou pessoa habilitada para tal 
Referendo 
 É o ato do poder legislativo referendar o tratado já subscrito. Ver Arts. 84 VII, VIII; 
e 49 I. 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou 
compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
 Entendendo melhor, o chefe de estado da a primeira palavra. Em seguida, o 
congresso nacional se manifestará somente sobre tratados que ensejam em 
compromisso gravoso ao patrimônio nacional. Esse patrimônio NÃO SE REFERE 
AOS COFRES PÚBLICOS, MAS SIM À IMPORTÂNCIA E INTENSIDADE DO 
COMPROMISSO ACEITO. 
 Doutrinariamente, existem tratados normativos e executivos. Os primeiros precisam 
de referendo e os segundos não. Normalmente os tratados executivos tratam de 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !11
 
matéria que o presidente poderia decidir unilateralmente, como a incidência de 
alíquotas e concessões de vistos. 
Ratificação 
 Uma vez conseguida a autorização legislativa, ou, no caso de tratado executivo, a 
autorização do poder executivo, então há a troca dos instrumentos de ratificação, 
onde um estado entrega ao outro os seus instrumentos. No caso de tratados 
multilaterais, os instrumentos de ratificação serão entregues na secretaria geral das 
nações unidas. Isso tem o efeito de notificar a todos da anuência dos estados àquele 
tratado. Para efeitos internacionais, esse é o momento que começa a valer 
efetivamente os tratados. 
Registro / publicação 
 Há então registro e publicação de seu conteúdo para cumprimento em âmbito 
interno. 
Formas de Extinção dos tratados 
Execução 
 A execução de um acordo pode ensejar em seu adimplemento se o tratado versar de 
objeto cuja execução for imediata. Nesse caso, extingue-se o tratado, já que ele foi 
cumprido. Ex.: tratado de compra e venda de mecanismos ou tecnologia militar. Uma 
vez entregue o objeto por um país e pago o preço por outro, então estará extinto o 
tratado, já que seu objeto foi cumprido e não existem mais obrigações a serem 
solvidas. 
Termo/condição 
 O termo põe fim determinado a um tratado. Ex.: protocolo de Kioto tem validade 
até 2012. 
 Condição põe fim ao tratado quando cumprida uma condição futura incerta. Ex.: 
ao invés de termo, o protocolo de Kioto poderia ter estabelecido que terminaria sua 
validade quando a temperatura media do planeta abaixasse para certos graus. A data 
que isso ocorreria é incerta. 
Distrato 
 Se faz pelo destrato das partes. Os estados podem livremente cancelar um tratado. 
No entanto, no caso de tratados que beneficiem terceiros, a autorização desse será 
necessária. 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !12
 
Renuncia 
 Ocorre quando só há um beneficiário para o tratado. Ele livremente pode renunciar 
aos benefícios pondo fim ao tratado. 
Impossibilidade de execução 
 Ocorre supervenientemente algo que impossibilite o adimplemento de um tratado. 
Denúncia 
 Se o tratado permitir, um estado pode unilateralmente denunciar o tratado, 
deixando de cumpri-lo e extinguindo o tratado. Atentar para o fato de que alguns 
tratados são indenunciáveis, como os que versam sobre direitos humanos. 
Inadimplência 
 "exceptio nom adimplenti". A exceção do contrato não cumprido. A inadimplência 
de uma das partes gera na não necessidade de cumprimento da obrigação pelo outro 
estado. 
Obs.: a nomenclatura dos atos internacionais não importa mais. Agora, se um ato 
obriga as partes, então são tratados. Só há duas exceções a essa regra: quando a santa 
sé do Vaticano ratifica um tratado, então seu nome é concordata. 
 A outra exceção é o protocolo, que é aquele que advém de um tratado 
internacional já existente. O protocolo de Kioto por exemplo adveio da "convenção 
quadro das nações unidas sobre o clima". 
Obs. 2: um país não pode se eximir de cumprir tratado por norma interna, a não ser 
que a norma interna for fundamentalmente importante ao país. A doutrina entende 
isso como normas MATERIALMENTE constitucionais. 
Todas essas questões estão previstas na Convenção de Viena sobre o direito de 
tratados, que já postei no skydrive para os senhores. 
Aula 06 (14.09.2012) - da suspensão 
SITUAÇÕES DE SUSPENSÃO 
Rompimento das relações diplomáticas 
 Quando há o rompimento os tratados bilaterais entre eles ficam suspensos. Note que 
alguns tratados foram criados para serem exercidos exatamente em momentos de 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !13
 
rompimento, como os tratados humanitários de Genebra, que versa sobre o direito de 
guerra. 
RITO DE APROVAÇÃO DOS TRATADOS NO DIREITO 
BRASILEIRO 
Três momentos distintos: 
Concordância ou assinatura 
 O chefe de estado externará sua concordância ou não a um texto de tratado 
Referendo 
 Ato do poder legislativo federal em referendar ou não. Basta a maioria simples, salvo 
para tratados que versem sobre direitos humanos, que poderão ser aprovados por 3/5 
em dois turnos. Se assim for, o tratado terá força constitucional, mas ele pode ser 
aprovado também por maioria simples, onde terá forca de lei ordinária. 
Ratificação 
 Uma vez conseguida a autorização legislativa, ou, no caso de tratado executivo, a 
autorização do poder executivo, então há a troca dos instrumentos de ratificação, 
onde um estado entrega ao outro os seus instrumentos. No caso de tratados 
multilaterais, os instrumentos de ratificação serão entregues na secretaria geral das 
nações unidas. Isso tem o efeito de notificar a todos da anuência dos estados àquele 
tratado. Para efeitos internacionais, esse é o momento que começa a valer 
efetivamente os tratados. 
Para mais informações, ver Aula 05 (31.08.2012) - condições de validade dos tratados 
Classificação quanto à aplicabilidade 
Tratados normativos 
 Contem disposições que obrigam o estado para com seus cidadãos. Precisam de 
referendopois tem força de lei, logo, o legislativo, oficial confeccionador das leis, deve 
referenda-lo. 
Tratados executivos 
 Contem decisões que poderiam ser tomadas unilateralmente pelo chefe de estado. 
Tem força de obrigação de um país para com outro e por isso não precisam de 
referendo. 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !14
 
Ponto final aqui. 
O costume internacional 
Citação 
 "todo o direito se forma da maneira que o uso corrente não de todo apropriado-
qualifica como costumeira, ou seja, é produzido primeiro pelos usos e pelas convicções 
do povo, depois pela jurisprudência, e o é, assim, pelas forças internas, silenciosas, 
não de modo arbitrário, pelo legislador" 
 - Friedrich Carl Von Savigny
 Para a criação de um costume, é necessária a existência de uma pratica reiterada e 
uniforme que os estados consideram sua pratica obrigatória para o bom andamento 
das relações internacionais. 
 Ver caso da plataforma do mar norte (CIJ/1969) 
 Tomo a liberdade de postar um resumo interessantíssimo do caso, que 
achei pesquisando e agora transcrevo aqui: 
(Se você quer pular, vá à pagina 18) 
Em 20 de fevereiro de 1967 ocorreu o depósito na Secretaria da Corte 
Internacional de Justiça de dois compromissos, um concluído entre a 
República Federal da Alemanha e a Dinamarca, outro entre a República 
Federal da Alemanha e os Países Baixos, ambos relativos à delimitação das 
zonas da plataforma continental do Mar do Norte pertencentes a esses 
países. 
Por decisão de 26 de Abril de 1968, a Corte reuniu os dois processos e se 
pronunciou, em sentença proferida por 11 votos a 6, em 20 de fevereiro de 
1967. 
Na sentença, a Corte examinou, para fins das delimitações em causa, os 
problemas relacionados ao regime jurídico da plataforma continental 
levantados pelas partes. 
Objeto da disputa jurídica, a plataforma continental é a parte do leito do mar 
adjacente à costa, cuja profundidade em geral não excede duzentos metros e 
que, a uma boa distância do litoral, cede lugar às inclinações abruptas que 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !15
 
conduzem aos fundos marinhos. Sobre essa plataforma e seu subsolo o Estado 
costeiro exerce direitos soberanos de exploração dos recursos naturais. 
(REZEK, 2008, p. 313). 
A plataforma continental possui até hoje relevante importância econômica 
para os países em questão. 
Diante dessa circunstância, os países relacionados na disputa apresentaram 
à Corte suas propostas e argumentos no intuito de garantir seus direitos. 
A Dinamarca e os Países Baixos propuseram que as delimitações deveriam 
ser feitas de acordo com o “Princípio da Equidistância” (art. 6º da Convenção 
de Genebra de 1958) sobre a Plataforma Continental. 
Diz essa regra que se não houver acordo entre as partes com o objetivo de 
empregar outro método de delimitação de plataforma continental, deve-se 
aplicar o princípio da equidistância, salvo se a existência de circunstâncias 
especiais for reconhecida. 
Uma “Linha de Equidistância” é construída atribuindo a cada uma das partes 
interessadas todas as porções da plataforma continental mais próximas de 
um ponto de sua costa que de qualquer ponto situado sobre a costa da outra 
parte. 
Segundo a Dinamarca e os Países Baixos, a República Federal da Alemanha 
estaria obrigada a aceitar o método da equidistância em matéria de 
delimitação, já que o emprego de tal método provém de uma regra de direito 
internacional geral ou costumeira. 
Os países em tela acrescentaram que mesmo não existindo à época da 
Convenção de Genebra nenhuma regra de direito internacional costumeiro 
consagrando o princípio da eqüidistância, tal regra teria surgido após a 
Convenção, através da influência exercida por esta e da prática dos Estados. 
A Alemanha, por sua vez, não concordava com a aplicação do princípio da 
equidistância como critério a ser utilizado para a delimitação porque, 
segundo ela, reduziria drasticamente o que ela estimava dever ser a sua justa 
parte da plataforma continental em proporção ao comprimento de seu litoral. 
A proposta germânica era que a regra a ser aplicada seria aquela segundo a 
qual cada um dos Estados em causa deveria obter, proporcionalmente ao 
comprimento do seu litoral, uma parte “justa e equitativa” da plataforma 
continental disponível. Tendo em vista a forma do Mar do Norte, cada um dos 
Estados interessados poderia pretender que sua zona da plataforma 
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continental se estendesse até o ponto central do mar ou pelo menos atingisse 
sua linha mediana. 
Segundo o entendimento da Corte, uma vez que a República Federal da 
Alemanha não ratificou a referida Convenção, não estava juridicamente 
obrigada pelos dispositivos do artigo 6º, pois, ainda que a Alemanha tivesse 
ratificado a Convenção de Genebra, poderia ter formulado reserva ao art. 6º, 
conforme o disposto no artigo 12. 
A Dinamarca e os Países Baixos insistiam, sustentando que o regime do artigo 
6º da Convenção teria se tornado obrigatório para a Alemanha, que havia 
aceitado as obrigações da Convenção pelo seu comportamento, sua 
declarações públicas e proclamações. 
A Corte discordou desse argumento afirmando que, no momento em que 
vários Estados concluíram uma convenção que especificava que a intenção de 
estar vinculado pelo regime convencional deveria se manifestar de uma 
determinada maneira, não se poderia presumir que um Estado que não tenha 
cumprido essas formalidades estivesse vinculado de outra maneira. 
Sobre o princípio da eqüidistância a Corte expressou sua análise afirmando 
que tal princípio não se impunha como uma conseqüência necessária da 
concepção geral do regime jurídico da plataforma continental e não era uma 
regra de direito internacional costumeiro. Isso era confirmado pelo fato de 
que todo Estado poderia formular reservas ao artigo 6º da Convenção. 
Mesmo propondo o princípio de uma repartição da plataforma continental em 
partes justas e equitativas, a Corte não aceitou a tese alemã. A Corte 
considerou que cada parte tinha, a princípio, direito às zonas da plataforma 
continental que constituíssem o prolongamento natural de seu território sob 
o mar. Não se tratava de repartir ou partilhar essas zonas, mas de delimitá-
las. 
A doutrina da parte justa e equitativa, proposta pela Alemanha, se afastava 
totalmente da mais fundamental das regras de direito relativas à plataforma 
continental: os direitos do estado costeiro concernentes à zona de plataforma 
continental que constitui um prolongamento natural de seu território sob o 
mar existem em virtude da soberania do Estado sobre este território. 
A Corte concluiu que a situação jurídica não obrigava as partes a aplicar o 
método da equidistância, seja sob a Convenção de 1958, seja como regra 
obrigatória de direito internacional geral ou costumeiro. Seu papel foi indicar 
às partes os princípios e regras de direito em função dos quais a delimitação 
deveria ser feita. 
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Dispôs a sentença que, durante as negociações, os fatores a serem 
considerados deveriam compreender: 
- a configuração geral das costas das partes e a presença de todas as 
características especiais ou incomuns; 
- a estrutura física e geológica e os recursos naturais das zonas da plataforma 
continental em causa, visto que são conhecidos ou fáceis de determinar; 
- a relação razoável que uma delimitação operada em conformidade com 
princípios equitativos deveria manter entre a extensão das zonas da 
plataforma continental pertencentes a cada Estado e a largura de seu litoral 
medida seguindo a direção geral deste, levando-se em consideração os efeitos 
atuais ou eventuais de qualquer outra delimitação da plataforma continental 
efetuada na mesma região. 
REFERÊNCIAS 
CEDIN. Casos da Plataformacontinental do Mar do Mar do Norte. Disponível 
em: Acesso em: 22 abr. 2009. 
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público: curso elementar. 11 
ed. ver. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008. 
AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE. Convenção de Genebra Sobre a 
Plataforma Continental de 29/04/1958. Disponível em: http://
siddamb.apambiente.pt/publico/documentoPublico.asp?
documento=6122&versao=1&searcher=&nota=0&prefix=&qstring=d%3A
%22Recursos%20naturais%22. Acesso em 23 abr. 2009. 
Instant costumary internacional law 
 Também conhecida como "soft law". É o costume instantâneo. Se há pratica 
reiterada, ainda que dure por pouco tempo, poderá ser considerada costume 
internacional. 
"JUS COGENS" 
 Se as "soft laws" durarem por muito tempo e passarem a servir de alicerces para as 
relações internacionais, passarão a ser jus cogens. São os mais importantes costumes 
internacionais, cuja ausência implica na destruição do cenário internacional como 
conhecemos. 
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Aula 07 (21.09.2012) - restante de fontes e 
pessoas jurídicas público internacionais 
Outras fontes apontadas pela doutrina são: 
Decisões das organizações internacionais 
 No âmbito das nações unidas, as decisões do conselho de segurança por exemplo são 
aplicáveis aos outros países. Houve, por exemplo, uma recente decisão do conselho 
que apoiará os rebeldes da Líbia. Diante disso, é patente que decisões de organizações 
influenciam o cenário político internacional. 
Decisões unilaterais dos estados 
 Algumas decisões unilaterais dos estados podem alterar o cenário internacional. Por 
exemplo, os estados unidos resolveram não exportar à Cuba e, todas as empresas 
internacionais que usem componentes americanos terão seu fornecimento suspenso 
também. Há uma lei americana que diz que nenhuma empresa americana poderá 
fornecer componentes para qualquer empresa cubana ou qualquer empresa associada 
a Cuba ou que tenha negócios em Cuba onde a mercadoria onde esse componente 
esta inserido poderia ir. Obviamente que essa decisão, embora unilateral, afeta e 
muito o cenário internacional. 
Tratados não ratificados 
 Os tratados não ratificados podem ser fontes do direito internacional e serem 
exigíveis se um tratado não ratificado for meramente a transposição de um costume 
para um tratado. Dessa forma, imaginem que existe um costume internacional e ele 
se tornará um tratado. Oras, se na ultima hora um estado anteriormente aderente se 
recusar a cumprir o tratado, ele poderá ser obrigado a fazê-lo se esse tratado não 
inova nas relações internacionais; ou seja, se esse tratado meramente coloca 
expressamente um costume já preexistente e seguido pelos países em negociação. 
Pessoas do direito internacional 
 Temos de saber quem são os elementos que detém personalidade jurídica pública 
internacional capazes de inovar no sistema jurídico internacional. Ver a convenção de 
Viena sobre tratados internacionais. 
São pessoas de direito público internacional: 
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ESTADOS 
 São elementos do estado a soberania, o território, e o povo. Além disso, é elencado 
pela convenção de Montevidéu a capacidade de celebrar tratados. Essa capacidade só 
virá com o reconhecimento dos estados estrangeiros da soberania daquele país. 
Reconhecimento dos estados estrangeiros 
 Esse reconhecimento da soberania pode ser: 
Expresso 
 O reconhecimento expresso se da com a emissão da nota diplomática, onde um 
estado expressa esse reconhecimento via documento oficial. 
Tácito 
 O reconhecimento será tácito quando um país, de qualquer forma, pratique um Ato 
diplomático com o país não reconhecido. 
Obs.: alguns autores entendem que o ato de reconhecimento estatal é irrevogável e 
outros que é revogável, mas é uma doutrina minoritária. 
Efeitos do reconhecimento 
 O Reconhecimento será constitutivo ou declaratório. Se constitutivo os efeitos serão 
ex nunc; e se forem declaratórios serão ex tunc. 
 Saber isso é muito importante, pois se, por exemplo, o reconhecimento for ex tunc, e 
portanto retroagir, então atos que não haviam gerado obrigações anteriormente 
passarão a fazê-lo, e, se for ex nunc e não retroagir, apenas atos e tratados celebrados 
supervenientemente ao reconhecimento constitutivo gerará efeitos entre os países. 
SURGIMENTO DO ESTADO 
 Autodeterminação 
 Segundo o principio da auto determinação dos povos, um estado pode surgir pela 
determinação de seu povo. 
 A cisão de estados 
 Um estado pode se cindir em dois outros estados, por diversas razoes, sendo esse um 
tipo de criação de estados. Temos como exemplo a criação da Rússia e países ao 
redor, por antes comporem a união soviética. 
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 A fusão de estados 
 A fusão de estados também pode dar origem a outros estados. É exemplo disso a 
formação da Alemanha pela união dos mini estados germânicos ou a Itália com os 
seus principados. 
As obrigações de um novo estado 
 As obrigações do novo estado envolvem um tema muito polemico. Pensando em 
uma fusão por exemplo. Se o país A tiver uma obrigação mediante tratado e o país B 
não e eles se fundem, como ficaria essa obrigação? E o inverso? Se um país com 
vários tratados se cinde em outros dois e nenhum deles deseja permanecer cumprindo 
as obrigações anteriormente assumidas por aquele do qual faziam parte, como ficará 
a situação? 
 Na verdade não há uma regra. Como se trata de uma soberania nova, ela não pode 
ser obrigada a permanecer cumprindo um tratado 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS - 
 Para a doutrina moderna: 
ONGs 
 Boa parte das ONGs, principalmente as de direito ambiental, participam de 
convenções internacionais. Embora as ONGs não tenham poder de inovar, elas são 
fortes elementos de pressão para a celebração de tratados internacionais e, portanto, 
sua participação não pode ser inobservada. 
Ser humano 
 O ser humano começa a ter um papel diferenciado nas relações internacionais, pois 
hoje ele pode figurar como autor ou réu de processos internacionais. O ser humano 
pode ser réu quando o alvo de agressão é determinadas pessoas ou fatos que afetem a 
todos de tão graves que são (como, por exemplo, o genocídio) 
Aula 08 (28.09.2012) - os estados 
 Os estados compõe uma sociedade internacional. 
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 É possível que tratados sejam realizados apenas com a união. Mas nossos estados 
tem autonomia. Então como fazer que estados cumpram algo que eles 
autonomamente não aderiram e cuja matéria lhes seriam de competência? 
 Possibilitar isso pode ser feitos de algumas formas. O estado ratificador não será 
considerado inadimplente até que consiga a aprovação de seus estados membros. Para 
isso, ele deverá expressamente consignar uma clausula federativa perante os outros 
países assinantes. Essa seria uma saída mais "democrática". Usando a clausula 
federativa, um estado assina um tratado mas só poderá ser exigido de seu 
cumprimento após conseguir a anuência de seus estados membros, lembrando que 
isso só ocorre em tratados cujas matéria forem de competência estadual, pois aqueles 
tratados de competência federal poderão ser celebrados unilateralmente pela união, 
seguindo o procedimento já abordado em aulas anteriores. 
 Outra forma é o principio da fidelidade federativa. Se no pacto federativo todos os 
estados constituíram esse estado maior, aqueles não podem ir contra as diretrizes 
internacionais desse. Segue esse principio a Alemanha. Considera-se um meio mais 
duro, pois não leva em consideração a anuência dos estados para matérias que eles 
próprios poderiam decidir. 
Relação do estado com seu território 
 Existem as seguintes teorias: 
1ª - teoria da propriedade - o território do estado é patrimônioestatal. O território 
seria propriedade do estado. Caiu por terra pois, se assim fosse, como existiria a 
propriedade privada? 
2ª - teoria da personalidade - o território é elemento da personalidade do estado. 
Isso foi colocado abaixo pois a personalidade é algo imaterial e território é material. A 
personalidade tem alguns elementos: a imagem, a honra, os direitos, etc. Todos eles 
são imateriais. O território se trata de algo real. Se ele fosse parte da personalidade, 
como poderia o estado dispor dele aos privados ou ainda a outros estados para suas 
embaixadas? 
3ª - teoria soberanista - território é o local onde incide a soberania do estado. Essa 
é a mais aceita pelos doutrinadores. Dessa forma, território pode estar dissociado de 
propriedade. Isso significa que quando uma embaixada muda de lugar, o território 
que ela deixou pra trás não continua sendo do país dela, mas volta ao estado que a 
cedeu. 
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Mar territorial 
 Com o passar do tempo os estados perceberam que guardar uma faixa litorânea 
para além de sua costa facilitava sua segurança. Há, para regular esse tema, a 
convenção de Montego Bay, onde estipulou-se que o alcance do território de estados 
será de duzentas milhas. Nas primeiras dezoito milhas o estado é soberano. Desses 
dezoito até as duzentas milhas tem o que se chama de ZEE (zona exploração 
economica). 
 A passagem inocente de embarcação civil não poderá ser impedida, nem na zona de 
soberania como tampouco na de exploração, mas essas embarcações não poderão 
explorar esses mares, mas apenas passar por eles. As embarcações militares inocentes 
no entanto, poderão atravessar a zona de exploração, mas na área onde incide 
soberania só poderão adentrar se autorizados pelo estado soberano. 
 Canal e istmo são aberturas dentro de territórios para a ligação de mares. O canal 
do Panamá foi construído e por isso é considerado canal. Se ele fosse natural, então 
seria istmo. 
Estado arquipélago 
 Um estado arquipélago tem seu mar interno como aquele contido pelas ilhas. 
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Par in parem non habet judicium 
 Os iguais não submetem seus pares à suas jurisdições. Como em âmbito 
internacional não se pode existir hierarquia entre os sistemas jurídicos, um país não 
pode submeter outro à suas leis. 
 Os embaixadores são representantes políticos e os cônsules representantes 
comerciais. Eles materializam os interesses do estado. Em virtude disso, e conforme as 
disposições internacionais da convenção de Viena, sobre eles incidem as... 
Imunidades de jurisdição 
 As imunidades são relativas. Para entender quando é usado o principio anterior é 
preciso diferenciar dois tipos de atos. 
Atos de império - são atos de império os atos próprios da atividade estatal e 
diplomática. Ex.: O embaixador comparecer à uma reunião oficial para a celebração 
de um tratado internacional. 
Atos de gestão - são atos de gestão os atos administrativos comuns que mantém as 
engrenagens políticas funcionando. Ex.: O embaixador contratar equipes de limpeza 
para a embaixada. 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da 
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
 Atenção: As sentenças proferidas em jurisdição nacional e que atinjam elementos 
de outros estados NÃO SAO EXECUTÁVEIS! Não podemos submeter outros países 
à nossa jurisdição. Mas geralmente, ainda que sem necessidade de poder coercitivo, os 
estados cumprem suas obrigações e condenações, visando um bom relacionamento 
com o país que estão. 
 Explicando melhor, os países têm pessoas trabalhando em outros países. Essas 
pessoas tem imunidades diplomáticas garantidas pela convenção de Viena sobre as 
imunidades diplomáticas. Quando essas pessoas praticam atos de império, ou seja, 
ligado diretamente à atividade deles, então nossa jurisdição não poderá atingi-los. 
 Nos casos de atos de gestão no entanto, eles poderão ser submetidos à nossa 
jurisdição, tendo em vista que não são atos próprios da atividade diplomática, mas 
meramente administrativos e de manutenção estrutural. Entretanto, ainda assim, a 
nossa prestação jurisdicional se limitará ao processo de conhecimento. O Brasil não 
tem autoridade de executar uma embaixada porque ela não pagou a conta de luz. 
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Mas a praxe internacional é que, uma vez proferida a sentença de mérito, o estado 
perdedor, mesmo que desobrigado, a cumpra, a fim de manter boas relações com seu 
país anfitrião. 
Imunidade diplomáticas 
 Estão imunes à jurisdição local o diplomata, seu cônjuge e subordinados, além de 
sua equipe técnica (advogados, contadores, etc). 
 Essas pessoas estão imunes ao direito penal, civil, tributário, etc. Eles têm também 
inviolabilidade física, e nem tampouco podem ser intimados a comparecerem em 
juízo, mas sim serem convidados. 
 Falando de âmbito penal, o estado anfitrião pode investigar o crime e, se necessário, 
pode requerer ao país de origem dele que ele seja retirado, e, se o relatório policial se 
revelar contundente na pratica de um crime que TAMBÉM É TIPIFICADO 
COMO CRIME NO PAÍS DE ORIGEM, então ele será julgado pelas leis de seu 
país. 
Imunidades consulares 
 O cônsul tem todas as imunidades do diplomata exceto a penal. A não ser que seu 
crime seja de oficio, ou seja, que tenha relação com sua atividade, onde, nesse caso, 
será julgado pelo seu estado de origem. 
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
 As organizações internacionais são atores das relações internacionais, porém sem 
elementos estatais, como povo, território e soberania. A importância de uma 
organização internacional é que ela melhora os vínculos entre os estados, alterando o 
foco das relações exteriores, que antes eram bilaterais e agora são multilaterais, como 
são os casos das convenções celebradas na ONU. Nesses casos, o ser humano passa a 
ser objeto dessas relações exteriores. 
 Uma organização internacional não pode ser costumeira ou histórica. Um estado 
não precisa ter uma constituição para ser estado. Uma organização no entanto 
precisa ser formalizada pois ela consiste em uma auto limitação da soberania deles 
por ocasião da criação da organização internacional, coisa que não pode se dar se 
não expressamente. 
 A mais famosa organização internacional é a ONU. 
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Rápida estrutura da ONU 
Temos outros órgãos internos: 
Conselho de tutela, Conselho de crescimento econômico social. 
Explicando os principais... 
Assembléia Geral - os países 
podem ter até cinco representantes. A 
assembléia tem uma sessão ordinária 
por ano e extraordinárias quanto 
forem necessárias, se convocadas por 
um terço dos países membros. Não se 
pode realizar uma sessão da 
assembléia cujo objeto esteja em 
discussão no conselho de segurança. 
As decisões da assembléia tem caráter 
recomendativo. 
Conselho de Segurança - as decisões do conselho de segurança são aprovadas por 
maioria simples, mas os estados permanentes tem poder de veto. Esses países, ao não 
concordarem, não precisam necessariamente exercer o voto. 
Classificação das organizações internacionais 
Quanto ao objeto 
Amplo - quando a organização tem muitas facetas e objetivos. Ex. ONU. 
Restrito - quando o objetivo da organização é estrito a uma função ou área material 
de atuação. Ex. Mercosul. 
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Assembléia Geral 
(legislativo)
Secretaria Geral 
(executivo)
Conselho 
internacional de 
justiça (judiciário)
Conselho de segurança da ONU - 5 permanentes 
e 2 votativos. A competência é a paz e segurançainternacional
 
Quanto à abrangência 
Global - quando a esfera de atuação é mundial. 
Regional - quando a esfera de atuação é restrita à uma região do mundo. Ex. 
Mercosul. 
Quanto à forma de decisão 
Por unanimidade - todos os estados membros devem concordar. Ex. Mercosul. 
Por maioria - a maioria, simples, absoluta 
Por método próprio - o FMI tem suas decisões tomadas proporcionalmente ao 
investimento dos países nela. Outras organizações podem usar outros critérios 
decisórios. 
Por compartilhamento de soberania - a única organização que usa esse método 
é a união européia. A finalidade da união européia seria a criação de um estado 
europeu. O tratado de mastriche criou a união européia como a conhecemos. 
Existem, para tomar decisões, órgãos específicos para decidir que submeterão os 
outros países. Senadores europeus que representarão os países perante esses órgãos 
são eleitos por cidadãos do país que são oriundos. Um cidadão europeu pode votar ou 
requerer passaporte, dentre outras coisas, em qualquer consulado europeu. A união 
européia esta em crise atualmente em decorrência da crise econômica. 
Etapas de integração econômica 
Zonas de livre comercio - são zonas de uma mesma região onde os países não 
cobrarão ou cobrarão reduzidamente os impostos de importação e exportação. 
União aduaneira - é uma zona de exploração econômica onde, além de ter livre 
comercio, há uma alíquota comum para comercializar com países de fora do bloco. O 
Mercosul é considerada união aduaneira, mas imperfeita, pois a tarifa externa 
comum no Mercosul não é obtida com facilidade 
Mercado comum - nessa terceira etapa, há a possibilidade do livre acesso de 
pessoas, bens e serviços, além da criação da moeda comum. No Mercosul por 
exemplo as pessoas podem trafegar entre os países somente usando o RG, mas não há 
possibilidade de livre prestação de serviço. 
Formas de solução de litígio internacional 
Podemos dividi-las em três: 
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Diplomáticas 
 Buscam um entendimento entre os estados. Existem sub tipos: 
Negociação direta - há uma tentativa direta entre os estados para a resolução do 
conflito. 
Mediação - convida-se um terceiro para aproximar as partes que não se entendem. 
Essa intervenção do terceiro é, portanto, buscada pelos estados litigantes. 
Bons ofícios - um país, percebendo que estados não encontram solução, se oferece 
para ajudar a resolver. Notemos que esse tipo de intervenção é oferecida. 
Sistema de consultas - forma de comunicação não oficial e sigilosa entre os 
estados. 
Inquérito - é requisitada a uma organização internacional investigações para 
elucidar fatos. 
Judicialmente 
 Na ausência de entendimento, busca-se a resolução perante um órgão independente 
que submeterá os estados. 
Cortes internacionais de justiça - cortes de justiça das organizações 
internacionais, que podem julgar imparcialmente litígios que estejam em sua 
competência material entre dois países membros. 
 A forma de execução, caso o perdedor se recusar a cumprir, é o principio da 
retorsão da sentença, que é a possibilidade do estado vitima auto cumprir a decisão. 
Coercitivamente 
 É a represália. É possível agir com proporcionalidade contra aquele que praticou o 
ilícito internacional. O excesso na ação é punível. Dentre as ações possíveis na 
represália, vemos o bloqueio total ou parcial com os países, deportação de cidadãos 
do país, etc. O ultimo estagio pré guerra é o rompimento das relações diplomáticas. 
O conflito armado, a guerra, só é possível em caráter reativo, ou seja, nunca como 
uma iniciativa. 
GUERRA 
 Se norteia por alguns princípios costumeiros. 
Proporcionalidade - toda a a ação bélica deve ser proporcional ao objetivo 
estratégico. 
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Estratégia - o ataque a alvos estrategicamente importantes para a conquista de um 
objetivo. Ex.: ataca-se estradas, militares, comunicação, etc. 
Humanidade - as ações bélicas deverão retirar o menor número possível de vidas e 
da forma menos cruel possível. 
 O desrespeito a esses princípios ensejará nos crimes de guerras, previstos na 
convenção de Genebra e o estatuto de Roma. 
Aula 09 (09.11.2012) - Monismo e Dualismo 
Existe um sistema jurídico ou dois sistemas jurídicos? 
 Dentro do poder estatal, órgãos distintos elaboram normas, então como explicar e 
resolver seus conflitos? 
DUALISMO 
 Pensamento consolidado por trippel, que diz que elementos do sistema jurídico 
internacional o afastam do direito interno. Dessa forma, o direito interno e externo 
são dois sistemas jurídicos distintos e que não podem se relacionar entre si. Os 
argumentos que sustentam suas proposições são os seguintes: 
Relações sociais - A norma internacional é constituída por mais de uma vontade 
soberana. A primeira diferença apontada é essa, ou seja, a existência de relações 
sociais internacionais. 
Consenso entre as partes - os estados são soberanos e iguais. Por isso, há uma 
construção por coordenação, ou seja, composição de vontade soberanas, diferente do 
direito interno onde a norma é imposta. 
Objeto - o objeto da norma interna e externa diverge. Na norma externa o objeto é 
o estado e suas atuações um para com o outro. O objeto da norma interna é a pessoa, 
regendo os atos e vontades individuais. 
MONISMO 
 O monismo, corrente moderna de pensamento, diz que o ordenamento jurídico é 
apenas um, muito embora possa ter varias fontes jurídicas. Temos vários tipos de 
monismos, que veremos a seguir: 
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Monismo Constitucional 
 Quando uma norma, seja criada em âmbito intencional ou interno, entra em um 
sistema, existe apenas um ordenamento, tendo em vista ambas as normas serem 
aplicáveis. Esse pensamento é atribuído à Hans Kelsen. 
 Para resolver o problema do conflito de normas criadas por órgãos distintos, Kelsen 
hierarquizou as normas. 
 Segundo ele, há a prevalência das normas internacionais. No entanto, a constituição 
continua em posição de supremacia 
 Para Kelsen, há cinco funções: Chefia de governo (o executivo), Legislativo, 
Judiciário, Gestão do estado (relações internacionais, como a realeza inglesa), 
Tribunal constitucional (controle de constitucionalidade, como o STF) 
Monismo nacionalista ou radical 
 O Parlamento interno é a expressão de um povo. Diante disso, em um conflito entre 
norma internacional e interna, a interna deveria prevalecer, pois as casas legislativas 
internas tem muito mais legitimidade para determinar normas do que tratados 
internacionais, que muitas vezes podem ser assinados sem a necessidade do 
consentimento dos congressos nacionais. 
Monismo moderado 
 Diz que ambas as normas se eqüivalem. Dessa forma, os conflitos entre essas 
normas se resolverá da mesma forma que seria resolvido em conflitos entre normas 
internas, ou seja, pelo critério da temporalidade e especialidade. 
Critério para submissão de tratado à aprovação interna 
Formal 
Quorum para aprovação de tratados - Maioria simples. 
Material 
 Os tratados que versam sobre direitos humanos, segundo entendimento do 
parágrafo terceiro do parágrafo quinto da constituição. 
Direito constitucional internacional 
 São princípios constitucionais que devem ser observados pelos países em suas 
relações internacionais, levando-se em conta que o próprio fundamento que legitima 
os estados 
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 Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes 
princípios: 
I - independência nacional; 
 O Brasil não se submete, por ser soberano, salvo se por sua vontade. 
II - prevalência dos direitos humanos; 
 Sempre nos tratados o Brasil deve buscara melhor composição e disposições que 
sejam adequadas aos direitos humanos. Senhores, a declaração internacional dos 
direitos humanos é indiscritivelmente lindíssima. Disponibilizo neste link: https://
skydrive.live.com/redir?resid=37A6E1632A7B9EFA!793&authkey=!
ALiX5Fev7FGrlkM 
 Boa leitura! Vale a pena! 
III - autodeterminação dos povos; 
 É o poder de auto regulação dos estados. 
IV - não-intervenção; 
 É o respeito à auto determinação. Não se pode intervir nos outros estados. 
V - igualdade entre os Estados; 
 A independência dos outros estados será respeitada. 
VI - defesa da paz; 
Auto explicativo. 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
 A guerra será evitada a todo o custo. 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
 O repúdio é o posicionamento mais radical que um estado pode tomar acerca de 
algo. O Brasil aceita a declaração de 48 de direitos humanos. No preambulo dela 
consta que as pessoas podem se rebelar contra a tirania. A revolução é aceita, mas 
não que essa se torne terrorista. 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
 As rivalidades devem ser deixadas de lado ante o objetivo de perseguir o progresso 
da humanidade. 
INTERNACIONAL PUB. POR ROMMEL ANDRIOTTI !31
 
X - concessão de asilo político. 
 O asilo aqui é gênero, pois há as espécies asilo e refugio, classificação essa latino 
americana. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e 
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de 
nações. 
 Visa estreitar os laços de amizade com os amigos latino-americanos. O Mercosul é 
prova desses avanços. 
Encerrado o conteúdo do semestre! 
BOA SORTE À TODOS! 
Fim 
Rommel Andriotti
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