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1Estágio Supervisionado I Universidade Federal de Uberlândia Curso de Pedagogia a Distância ESTÁGIO SUPERVISIONADO I Aldecí Cacique Calixto Geovana Ferreira Melo Teixeira 2 Estágio Supervisionado I ESTÁGIO SUPERVISIONADO I CALIXTO, A. C. ; MELO, G. F. Estágio Supervisionado I. Coleção Pedagogia a Distância UFU/UAB. Uberlândia- MG: Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Aberta do Brasil, 2013. 62 p. SOBRE AS AUTORAS Geovana Ferreira Melo possui graduação em Pedagogia pela Universidade de Uberaba (1997), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (2002) e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Goiás (2007). Atualmente coordena o Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia, onde atua nos cursos de licenciatura e pós-graduação. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Didática, Docência Universitária, Avaliação da Aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, educação escolar, processos de formação, estágio supervisionado e profissionais da educação. Aldeci Cacique Calixto possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG (1987), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU (2001) e doutorado em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU com Estágio Científico Avançado na Universidade do Minho – Braga, Portugal (2012). Atualmente é professora na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia – UFU onde atua como professora de Didática e Estágio e Prática Educativa. Pesquisa docência e dimensões didáticas da prática educativa com especial atenção ao ensino suportado por tecnologias contemporâneas de informação e comunicação. Tem experiência em diversos contextos de EaD, foi coordenadora adjunta UAB na UFU, coordenadora de produção de material didático e de tutoria e professora da disciplina Estágio IV no Curso de Graduação em Pedagogia a distância UFU/UAB, coordenadora de tutoria do Curso de Graduação em Administração a distância UFU/UAB. CAPA http://www.acailandia.ma.gov.br/PrefeituraDeAcailandia/web/sgc/comunicacao/noticias/imagem217. jpg 3Estágio Supervisionado I PRESIDENTE DA REPÚBLICA Dilma Vana Rousseff MINISTRO DA EDUCAÇÃO Aloizio Mercadante Oliva UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA/CAPES João Carlos Teatini de Souza Clímaco UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU REITOR Elmiro Santos Resende VICE-REITOR Eduardo Nunes Guimarães CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DIRETORA E REPRESENTANTE UAB/UFU Maria Teresa Menezes Freitas SUPLENTE UAB/UFU José Benedito de Almeida Júnior FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED - UFU DIRETOR Marcelo Soares Pereira da Silva CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA COORDENAÇÃO Maria Irene Miranda COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO Diva Souza Silva COORDENAÇÃO DE TUTORIA Marisa Pinheiro Mourão 4 Estágio Supervisionado I EQUIPE DO CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DA UFU - CEaD/UFU ASSESSORA DA DIRETORIA Sarah Mendonça de Araújo EQUIPE MULTIDISCIPLINAR Alberto Dumont Alves Oliveira Dirceu Nogueira de Sales Duarte Júnior Fabiano Goulart Gustavo Bruno do Vale João Victor da Silva Alves Otaviano Ferreira Guimarães SETOR DE FORMAÇÃO CONTINUADA Marisa Pinheiro Mourão EQUIPE DO CURSO DE PEDAGOGIA SECRETÁRIA Patrícia Cardoso Rocha APOIO PEDAGÓGICO Alícia Felisbino Ramos Ana Rafaella Ferreira Ramos Giseli Vale Gatti Maria Helena Cicci Romero REVISORA Carina Diniz Nascimento EQUIPE DE ESTAGIÁRIOS CEAD E CURSO DE PEDAGOGIA 5Estágio Supervisionado I SUMÁRIO 5 FIGURAS 7 ANEXOS 7 INTRODUÇÃO 8 PLANO DE CURSO 9 INFORMAÇÕES 11 AGENDA 12 SUMÁRIO MENSAL 15 Módulo 1 – Atuação do pedagogo e o estágio no Curso de Pedagogia 15 I. ORIENTAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO 15 II – TEXTO BÁSICO 16 III. VÍDEO DE APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 21 IV. ATIVIDADE DO TEXTO BÁSICO 21 V. LEITURA COMPLEMENTAR 21 VI. VÍDEO BÁSICO - ATUAÇÃO DE PEDAGOGO 22 VII. VISITA ORIENTADA 22 VIII. ENTREVISTA COM PEDAGOGO 22 IX. SÍNTESE DO MÓDULO 22 X - BIBLIOGRAFIA ADICIONAL COMENTADA 22 XI. REFERÊNCIAS 23 SUMÁRIO MENSAL 25 MÓDULO 2 – A proposta de Estágio no contexto escolar 25 I. TEXTO BÁSICO 26 II. ATIVIDADE DO TEXTO BÁSICO 27 III. LEITURA COMPLEMENTAR 28 IV. ATIVIDADES DA LEITURA COMPLEMENTAR 28 V. VÍDEO SOBRE FUNÇÕES DO PEDAGOGO 28 VI. ATIVIDADE PRÁTICA - OBSERVAÇÃO DA ESCOLA 29 VII. ATIVIDADE PRÁTICA - ENTREVISTA COM MEMBRO DA 29 VIII. SÍNTESE DO MÓDULO 29 IX. REFERÊNCIAS 30 ANOTAÇÕES 32 SUMÁRIO 6 Estágio Supervisionado I SUMÁRIO MENSAL 33 MÓDULO 3 – o pedagogo na sala de aula: a complexa formação para a docência 33 I – TEXTO BÁSICO 33 II. LEITURA COMPLEMENTAR 38 III. LEITURA E COMENTÁRIOS SOBRE O PPP DA ESCOLA CAMPO 38 IV. ATIVIDADE PRÁTICA - OBSERVAÇÃO DO PROFESSOR 38 V. ATIVIDADE PRÁTICA - ENTREVISTA COM O PROFESSOR 39 VI. SÍNTESE DO MÓDULO 39 VII. REFERÊNCIAS 40 SUMÁRIO MENSAL 41 MÓDULO 4 – A importância do planejamento para a atuação do pedagogo na escola: o plano de trabalho 41 I – TEXTO BÁSICO 44 II. LEITURA COMPLEMENTAR 47 III – FÓRUM SOBRE O VÍDEO GESTÃO ESCOLAR 48 IV – ATIVIDADE PRÁTICA: QUESTIONÁRIO PARA EQUIPE ESCOLAR 48 V - RELATÓRIO DE ESTÁGIO 48 VI - SÍNTESE DO MÓDULO 51 VII - BIBLIOGRAFIA ADICIONAL COMENTADA 51 VIII. REFERÊNCIAS 60 REFERÊNCIAS 62 SUMÁRIO 7Estágio Supervisionado I ANEXOS 1. Carta de apresentação do estagiário 2. Termo de compromisso do estágio 3. Cronograma de realização do estágio – planejamento das atividades 4. Controle de frequência 5. Ficha de avaliação da participação do aluno nas atividades de estágio (pelo diretor ou vice- diretor ou coordenador pedagógico) 6. Ficha de avaliação do estágio (pelo estagiário) 7. Roteiro de visita orientada a Secretaria Municipal de Educação 8. Roteiro de Entrevista a pedagogo FIGURAS FIGURA 1: Equipe 25 FIGURA 2: Reunião dos professores da rede municipal de Tapera 44 8 Estágio Supervisionado I INTRODUÇÃO Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive. Ricardo Reis – heterônimo de Fernando Pessoa1 Pensamos que o grande desafio da vida talvez seja esse: o de nos colocarmos nas situações. Quantas vezes pensamos ser bem mais fácil deixar que as coisas simplesmente aconteçam? Com este pensamento, nos colocamos no lugar de expectadores que admiram o que acontece sem nos deixar atingir. As experiências passam por nós em lugar de através de nós. Quanta perda de tempo! Um tempo que não volta! Nosso primeiro convite ou quem sabe devamos dizer nosso primeiro desafio a você, nosso aluno(a) é propor que se coloquem nesta disciplina. Em lugar de realizar as atividades propostas apenas como expectadores que se disponham a buscar nelas valor e sentido para suas vidas pessoais e profissionais. Sabemos que o conjunto de alunos do Curso de Pedagogia é bastante heterogêneo. Há pessoas que nunca se colocaram como docentes em uma sala de aula e também há outros com vasta experiência. Tanto num caso quanto noutro o nosso desafio continua vivo. Seja inteiro na experiência desta disciplina! Construa para ela um sentido de que vai valer a pena vivenciar o que está proposto. Todas as atividades foram pensadas e organizadas tendo em vista o objetivo central da disciplina que é “assegurar aos estagiários(as) oportunidades diversificadas de vivência na educação básica, na organização e gestão de sistema de ensino e nos projetos educacionais de diversas instituições”. Diferente de outras disciplinas, o estágio Supervisionado I é um componente teórico-prático que tem como meta constituir- se em elemento integrador do currículo de formação. Você cursará 15 horas de atividades curriculares teóricas, que irão lhe proporcionar reflexões imprescindíveis à experiência práticade estágio. As atividades práticas devem acumular 45 horas. A carga horária total da disciplina Estágio I é de 60 horas. O Estágio, no contexto desta disciplina, constitui-se como espaço propício à construção da atitude investigativa, possibilitando aos alunos dos cursos de formação de professores delinearem caminhos que lhes permitam interrogar e intervir em seu cotidiano pedagógico, como profissionais críticos e conscientes. Nesta linha de reflexão, a organização curricular dos cursos de formação de professores deve trazer em sua concepção, desde o primeiro momento, a preocupação com a unidade da teoria- prática, procurando consolidar a interação do saber, do saber fazer e do saber ser. Esta reflexão traz em si a possibilidade de o futuro professor desenvolver uma práxis criadora na medida em que a vinculação entre o pensar e o agir pressupõe espírito crítico e criatividade. A seguir você terá acesso ao plano da disciplina, o que possibilitará uma maior compreensão a respeito dos objetivos, da metodologia, dos conteúdos e da avaliação. Com o auxílio desse guia de estudos, organizado em quatro módulos mensais, você terá a possibilidade de compreender melhor as temáticas referentes à disciplina Estágio I, que focalizará, principalmente, os pressupostos da gestão escolar, numa perspectiva democrática e integradora. Dessa forma, será importante que você participe ativamente de todas as propostas, que faça as leituras, realize as atividades do ambiente virtual de aprendizagem, debates, participe dos fóruns, visite as escolas lembrando que poderá sempre contar com toda a equipe do curso. Desejamos a todos e todas um excelente trabalho! Aldeci e Geovana 1 Poema original do livro Odes de Ricardo Reis, também encontrado no livro Obra Poética – Rio de Janeiro: Aguilar, 1972, p. 289 e no livro Poemas de Ricardo Reis – Virginia: 1992, Comunicação, p.74) 9Estágio Supervisionado I PLANO DE CURSO Caros(as) estudantes, sejam bem-vindos(as) ao espaço de nossa disciplina. O êxito dependerá de cada um de nós, no sentido de fazermos com que esse espaço seja de construção, troca de experiências e interação. Acreditamos que o trabalho desenvolvido será fundamental para que você possa compreender melhor o cotidiano da escola, além da relação indissociável entre teoria e prática. A seguir você conhecerá o plano de disciplina. Observe atentamente todos os componentes desse plano, principalmente, os objetivos que deveremos alcançar ao longo de nosso trabalho nesse semestre. Ementa Aprofundamento teórico-prático na compreensão e análise da realidade da escola de educação básica. Construção de diagnóstico sobre a realidade do ensino nos anos iniciais do ensino fundamental e da gestão escolar – supervisão, orientação, administração e inspeção escolar da escola de educação básica. Justificativa O estágio supervisionado representa uma oportunidade de aproximação entre o processo acadêmico de formação dos profissionais da educação e as instituições de educação básica. Nesse sentido, esta discip- lina tem sua relevância como processo dinâmico em que o aluno, por meio da iniciação profissional, tem possibilidade de integrar os fundamentos teórico-metodológicos para problematizar a prática educativa, propor e desenvolver ações que possam responder as exigências da realidade escolar. Objetivo geral Assegurar aos estagiários(as) oportunidades diversificadas de vivência na educação básica, na organização e gestão de sistema de ensino e nos projetos educacionais de diversas instituições. Objetivos específicos • Analisar a importância do estágio na formação de educadores. • Compreender as possibilidades de atuação do pedagogo em espaços educacionais escolares e não escolares. • Articular a atividade educacional nas diferentes formas de gestão educacional: na organização do trabalho pedagógico escolar, no planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas da escola nos processos educativos. • Observar, participar, problematizar e questionar a prática pedagógica vivenciada no que se refere à gestão escolar, utilizando como parâmetros as aprendizagens das várias disciplinas do curso. • Analisar o Projeto Político Pedagógico da escola à luz dos referenciais teóricos já estudados no 10Estágio Supervisionado I curso. • Discutir a importância do planejamento para a prática do pedagogo. • Analisar aspectos do plano de trabalho do pedagogo na escola. Metodologia O Estágio Supervisionado I tem caráter teórico-prático, portanto, serão utilizados diferentes recursos para o desenvolvimento dos conteúdos: visitas orientadas a diferentes espaços de atuação do pedagogo; produção de textos reflexivos; pesquisa, problematização da realidade escolar; entrevistas; ambiente virtual de aprendizagem; visitas a sites indicados; participação em fóruns de discussão e chats. Avaliação A avaliação será numa abordagem formativa, com ênfase nos aspectos qualitativos da aprendizagem. Serão utilizados diferentes instrumentos. São atribuídos 20 pontos a atividades teóricas específicas desen- volvidas no ambiente virtual, 10 pontos a atividade prática no ambiente virtual e 70 pontos a apresenta- ção presencial e ao relatório escrito. Módulo 1 – Atuação do pedagogo e o estágio no Curso de Pedagogia 1.1 Orientações Gerais do estágio 1.2 Diversas instâncias educativas: ONGs, escolas, SRE, SME, unidades de capacitação profissional, programas educativos, organizações sociais. 1.3 Práticas pedagógicas em contextos escolares e não escolares Módulo 2 – A proposta de Estágio no contexto escolar 2.1 O trabalho e propostas de atuação do pedagogo (professor, supervisor, orientador educacional, inspetor, diretor) 2.2 As atividades desenvolvidas pelo pedagogo em escolas de educação infantil, ensino funda- mental e ensino médio 2.3 A importância do planejamento na prática do pedagogo Módulo 3 – O pedagogo na sala de aula: a complexa formação para a docência 3.1 Saberes docentes e reflexão sobre prática 3.2 Reflexão sobre e na prática com condição de atuação do docente Módulo 4 – O pedagogo e a gestão escolar 4.1 Gestão democrática: O papel da equipe pedagógica no desenvolvimento de uma proposta edu- cacional coletiva nos processos educativos 4.2 O Projeto Pedagógico como elemento norteador das ações político-pedagógicas da escola 4.3 Fundamentos de gestão escolar 4.4 Decisões democráticas na escola 11Estágio Supervisionado I Prezado(a) aluno(a), Ao longo deste guia impresso você encontrará alguns “ícones” que lhe ajudará a identificar as atividades. Fique atento ao significado de cada um deles, isso facilitará a sua leitura e seus estudos. Destacamos alguns termos no texto do Guia cujos sentidos serão importantes para sua compreensão. Para permitir sua iniciativa e pesquisa não criamos um glossário, mas se houver dificuldade interaja no Fórum de Dúvidas. INFORMAÇÕES 12 Estágio Supervisionado I AGENDA MÓDULO CONTEÚDO ATIVIDADES TEÓRICAS ATIVIDADES PRÁTICAS Módulo 1 – Atuação do pedagogo e o estágio no Curso de Pedagogia 1.1 Orientações Gerais do estágio 1.2 Diversas instâncias educativas: ONGs, escolas, SRE, SME, unidades de capacitação profissional, programas educativos, organizações sociais. 1.3 Práticas pedagógicas em contextos escolares e não escolares Tarefa 1 – Vídeo de apresentação da disciplina Tarefa 2 – Leitura do texto básico Tarefa 3 - Atividade do texto básico – Fórum expectativas para o estágio Valor: 5 pontos Tarefa 4 – Leitura do texto complementar Tarefa 5 – Vídeo básico: atuação do pedagogo CH téorica: 4 h Tarefa 6 - Visita orientada Secretaria Municipal de Educação. Foco: pesquisar a estrutura e funcionamento da Secretaria – (RELATÓRIO) Tarefa 7 - Entrevista com pedagogo que atue em espaços não escolares – resultado da entrevista publicado em vídeo clip (usar qualquer programa até mesmo ppt) Valor: 10 pontos CH prática: 10h Módulo 2 – A proposta de Estágio no contexto escolar2.1 O trabalho e propostas de atuação do pedagogo (professor, supervisor, orientador educacional, inspetor, diretor) 2.2 As atividades desenvolvidas pelo pedagogo em escolas de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio 2.3 A importância do planejamento na prática do pedagogo Tarefa 8 - Leitura do texto básico Tarefa 9 - Atividade do texto básico – Síntese limites e possibilidades do planejamento do trabalho do pedagogo no campo de estágio Valor: 5 pontos Tarefa 10: Leitura do texto complementar Tarefa 11 – Realizar atividade da Leitura Complementar Tarefa 12 – Vídeos sobre funções do pedagogo CH téorica: 4 h Tarefa 13 - Observar o local de trabalho bem como as tarefas realizadas pelo(s) pedagogo(s) na escola. (RELATÓRIO) Tarefa 14- Entrevista com membro da equipe pedagógica que seja pedagogo mas que não esteja atuando em sala de aula (coordenador pedagógico, diretor, inspetor, orientador, etc) e que se dispuser a contribuir com o trabalho do estagiário. Foco: planejamento do trabalho do pedagogo (RELATÓRIO) CH prática: 10h 13Estágio Supervisionado I AGENDA Módulo 3 – O pedagogo na sala de aula: a complexa formação para a docência 3.1 Saberes docentes e reflexão sobre prática 3.2 Reflexão sobre e na prática com condição de atuação do docente Tarefa 15 - Leitura do texto básico Tarefa 16 - Leitura do texto complementar Tarefa 17 – Leitura e Comentários sobre o PPP da escola campo Valor: 10 pontos CH téorica: 4 h Tarefa 18 - Observação do professor. Tem o objetivo de perceber a relação que o professor estabelece com a turma, se oferece oportunidades de experiência entre os alunos, se estimula os alunos a fazer perguntas, responde as perguntas dos alunos, permite o diálogo e se cria situações motivadoras para aguçar a curiosidade dos alunos. Observar ainda quais os recursos utilizados pelo professor, como é a aula e como se dá o processo de ensino aprendizagem. Tarefa 19 - Após esta observação realizar uma entrevista semi-estruturada com o pedagogo a fim de enriquecer o processo de observação CH prática: 15h 14Estágio Supervisionado I Módulo 4 – O pedagogo e a gestão escolar 4.1 Gestão democrática: O papel da equipe pedagógica no desenvolvimento de uma proposta educacional coletiva nos processos educativos 4.2 O Projeto Pedagógico como elemento norteador das ações político- pedagógicas da escola 4.3 Fundamentos de gestão escolar 4.4 Decisões democráticas na escola Tarefa 20 - Leitura do texto básico Tarefa 21 - Leitura do texto complementar Tarefa 22 – Fórum sobre o vídeo Gestão escolar CH téorica: 3 h Tarefa 23 - Aplicar um questionário a alguns membros da equipe pedagógica (professor, coordenador, diretor, etc) que se dispuser a contribuir com o trabalho do estagiário. Foco: trabalho coletivo Avaliação presencial: • Apresentação oral do relatório • Entrega do relatório escrito Valor: 70 pontos CH prática: 10h 15Estágio Supervisionado I SUMÁRIO MENSAL Módulo 1 – Atuação do pedagogo e o estágio no Curso de Pedagogia Conteúdos Básicos do módulo 1 1.1 Orientaçãos Gerais do estágio 1.2 Diversas instâncias educativas: ONGs, escolas, SRE, SME, unidades de capacitação profissional, programas educativos, organizações sociais 1.3 Práticas pedagógicas em contextos escolares e não escolares Objetivos do módulo 1 • Analisar a importância do estágio na formação de educadores. • Compreender as possibilidades de atuação do pedagogo em espaços educacionais escolares e não escolares Você está iniciando uma etapa muito importante do seu Curso! Ir para a escola e interagir com as pessoas que lá convivem é uma oportunidade ímpar para seu crescimento profissional e intelectual. Afinal, a escola é um espaço rico de trocas de experiências, permeado pela diversidade, por marcas, contradições, valores e uma cultura própria que a identifica ao mesmo tempo, como única e diversa. Normas de estágio I. ORIENTAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO Essas normas foram elaboradas com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento das atividades de estágio. Caberá a você zelar pelo cumprimento delas, no sentido de realizar, da melhor maneira, seu trabalho em campo. São elas: • Entregar relatórios e outros documentos relativos ao estágio ao tutor presencial, ao término de cada etapa concluída, nas datas estabelecidas; • Assumir as atividades dos estágios supervisionados com responsabilidade, zelando pelo nome da Universidade e do Curso; • Comparecer aos campos dos estágios supervisionados e das práticas pedagógicas, pontualmente, em dias e horas marcadas, buscando cumprir integralmente os horários designados para as diferentes atividades dos estágios supervisionados, observando assiduidade, pontualidade e responsabilidade; • Ter boa apresentação pessoal (usar roupas adequadas) nos locais de realização do estágio supervisionado, inclusive identificando-se com o uso do crachá (obrigatório); • Demonstrar atitudes cordiais junto à equipe de profissionais que trabalha nas instituições campos de estágio; • Manter atitude ético-profissional sobre observações ou conteúdos de documentos e de informações confidenciais referentes aos campos de estágio • Planejar as atividades dos estágios supervisionados, submetendo-as a aprovação do tutor, antes de seu desenvolvimento nos campos de estágio; 16Estágio Supervisionado I • Comunicar formalmente o professor-orientador, qualquer alteração da situação acadêmica ou desistência do estágio por força maior; • Respeitar e observar os regulamentos e exigências dos campos de estágio, além de zelar pela conservação dos materiais, instalações ou equipamentos, nos campos onde se desenvolve os estágios supervisionados; • Avisar, com antecedência, o tutor, bem como o responsável pela instituição concedente, quando houver necessidade de faltar ao estágio; • Não retirar alunos para fora do espaço físico da instituição concedente sem autorização, por escrito, da respectiva direção. Documentação Os anexos deste guia estão também no ambiente virtual. Eles contêm vários documentos que precisam ser devidamente preenchidos e assinados. Estes documentos fazem parte da avaliação da disciplina e são componentes do estágio. Por isso, depois de assinados devem ser encaminhados ao Polo. Os alunos não poderão desenvolver as atividades de campo sem entregar a documentação no Polo. O Setor de Estágio da UFU aprova todos os termos e nos registros do setor o estágio só poderá ser contado a partir da data da documentação. Anexos Carta de apresentação do estagiário Termo de compromisso do estágio Cronograma de realização do estágio – planejamento das atividades Controle de frequência Ficha de avaliação da participação do aluno nas atividades de estágio (pelo diretor ou vice-diretor ou coordenador pedagógico) Ficha de avaliação do estágio (pelo estagiário) II – TEXTO BÁSICO A formação não se constrói por acumulação (de cursos, conhecimentos ou técnicas), mas, sim, através de um trabalho reflexibilidade crítica sobre as práticas e de reconstrução permanente de uma identidade pessoal Antônio Nóvoa A prática pedagógica constitui-se como espaço propício à construção da atitude investigativa, possibilitando aos alunos dos cursos de formação de professores delinear caminhos que lhes permitam interrogar e intervir em seu cotidiano pedagógico, como profissionais críticos e conscientes. Partimos do pressuposto que uma realidade globalizada, numa sociedade tecnológica e multimídia requer uma formação educacional capaz de receber e entender criticamente a informação. Tudo acontece num espaço-tempo e o mundo, simultaneamente é informado, interage e toma atitudes compatíveis com seus interesses. 17Estágio Supervisionado I Neste movimento, a ética e os valores culturais são constantemente questionados e testados, não existem “certezas” prontas e acabadas. A educação, pensada em sua complexidade, deveráser entendida como prática social concreta e não como fenômeno abstrato, uma vez que o sistema educacional situa- se num contexto histórico determinado. A escola não pode existir desconsiderando esta realidade, e, nesse sentido, pensar a prática de ensino requer pensar o contexto histórico-social e econômico vigente em nossa sociedade. Nesta realidade os determinantes sociais da educação, da ciência e da tecnologia confrontam o cotidiano da prática pedagógica configurado em uma sociedade em que tudo se transformou o que demanda inevitavelmente a transformação no entendimento do cotidiano escolar. A escola não pode permanecer estruturada visando a outros objetivos, alheia ao movimento social. Pimenta (1997), ao discutir as questões relativas à sociedade da informação e do conhecimento, aponta que se torna papel preponderante dos educadores realizarem a mediação entre a sociedade da informação e os estudantes, por meio do exercício da reflexão, e, assim, produzir a sabedoria requerida à construção do humano. Neste contexto, a sociedade, segundo Pimenta (1997), requer uma educação que consiga oferecer uma preparação científica, técnica e social a seus cidadãos. A referida autora pontua que o objetivo da escola passa a ser o de proporcionar uma educação que possibilite aos aprendizes explorarem os conhecimentos científicos e tecnológicos, buscando desenvolver habilidades para manuseá-los, checá- los e contextualizá-los, articulando-os em totalidades. Entretanto, na escola, as práticas tradicionais ainda existem e convivem com discursos progressistas sem, aparentemente, provocar grandes constrangimentos. A sociedade contemporânea, entretanto, requer profissionais capazes de superar as contradições entre o real e o ideal, com uma formação com bases sólidas, envolvendo conhecimentos específicos e pedagógicos, com disposição para enfrentar todos os inconvenientes políticos, sociais e econômicos decorrentes da profissão docente e problematizar a sociedade, a escola e até mesmo sua própria prática pedagógica, garantindo e conquistando, no interior da sociedade capitalista, a condição de sujeitos do seu trabalho (CARVALHO, 2000). Frente a esses desafios, propomos que a prática pedagógica profissional deva compreender o estágio curricular com base na pesquisa. Entendemos que a formação e o desenvolvimento profissional do professor precisam romper com as fronteiras entre o local e o global, o específico e o geral, e propor um curso cujo sentido recupere a ideia de que a base teórica, que dá sustentação à formação, só pode ser construída no âmbito da Universidade, que deve ser o lócus da formação de professores. A Universidade não pode furtar- se de sua tarefa de formar professores com base nos pilares que lhe dão sustentação, quais sejam: o ensino, a pesquisa e a extensão. O trabalho aqui desenvolvido tem como pressuposto uma formação inicial pautada na relação indissociável entre teoria e prática, tendo a pesquisa como o eixo balizador de todo esse processo de formação. Os profissionais em formação precisam construir diferentes saberes para que possam atuar de modo a contribuir com os processos educativos de crianças, jovens e adultos. Pimenta (2000, p. 17), ressalta a importância “de ressignificar os processos formativos a partir da reconsideração dos saberes necessários à docência, colocando a prática pedagógica e docente escolar como objeto de análise”. O fazer e o aprender docentes demandam investimento em situações educativas planejadas e consistentes, caracterizadas por uma postura crítica e criativa que valorizem os atos de escutar, participar, construir e intervir numa dada realidade educativa nos espaços escolares e não escolares. Nessa perspectiva, o estágio supervisionado caracteriza-se por ser uma atividade de caráter teórico-prático e, ao aproximar o aprendiz-professor da realidade concreta, futuro campo profissional, precisa oferecer condições para que os diferentes saberes aprendidos revertam-se em capacidades específicas no exercício docente. Habilidades como: autonomia intelectual, domínio dos conteúdos e de metodologias de ensino, repertório cultural diversificado, visão ética e política da prática profissional, respeito intelectual e pessoal pelos alunos e outras mais adequadas às singularidades da prática, tornando esse aprendiz-professor sujeito responsável por suas escolhas quanto a própria formação continuada e tipo de prática pedagógica que desenvolverá como profissional (CASTRO, 2002, p.49-50). 18 Estágio Supervisionado I A prática educativa requer dos profissionais uma compreensão mais ampla desse contexto complexo que é o sistema educacional, com suas contradições, marcas, valores, culturas. O conhecimento e a interpretação dessa realidade tornam-se imprescindíveis, devendo ser o ponto de partida dos cursos que formam professores. Dessa forma, O estágio, então, deixa de ser considerado apenas um dos componentes e mesmo um apêndice do currículo e passa a integrar o corpo de conhecimentos do curso de formação de professores. Poderá permear todas as suas disciplinas, além de seu espaço específico de análise e síntese ao final do curso. Cabe-lhe desenvolver atividade que possibilitem o conhecimento, a análise, a reflexão do trabalho docente, das ações docentes, nas instituições, a fim de compreendê-las em sua historicidade, identificar seus resultados, os impasses que apresenta, as dificuldades (PIMENTA; LIMA, 2004, p. 55). De acordo com as referidas autoras, o estágio caracteriza-se como um campo fértil para o desenvolvimento da pesquisa. A atividade investigativa, como instrumento de ação pedagógica nas atividades de prática de ensino, representa um dos caminhos possíveis para a construção dos saberes docentes requeridos à prática pedagógica a ser desenvolvida na sociedade contemporânea, considerando o sentido da investigação como: vontade de compreender, de elucidar, de descobrir mecanismos ocultos, causas, interdependências, aventura intelectual, adaptação de métodos de observação e de análise, confronto de pontos de vista, identificação e resolução de conflitos sociocognitivos (CASTRO, 2002, p.52.) A prática de ensino exercerá um movimento contínuo rumo à produção dos saberes tão salutares à profissão docente, considerando que estes saberes também são dialéticos. Enquanto formadoras de professores, algumas indagações nos assolam constantemente, quais sejam: como o espaço-tempo de formação inicial poderá responder à demanda de formação de um profissional capaz de pensar e alterar significativamente a sua prática pedagógica, visando a resistência e a superação desta sociedade em que a exploração do homem pelo homem está cada vez mais acirrada? Qual o papel das instituições formadoras de professores, mais precisamente de pedagogos numa sociedade globalizada, da ciência e da tecnologia? Há espaço de atuação do pedagogo nesta sociedade? Estas questões, de cunho geral, são ponto de partida para uma reflexão sobre a condução que a instituição formadora pretende dar ao seu curso de formação de professores. Para este estudo coloca-se como problemática a ser respondida: o estágio supervisionado, entendido como prática de pesquisa, poderá contribuir com o aprimoramento da qualidade na formação do pedagogo? O que significa ser professor? O desenvolvimento desta prática na escola-campo poderá contribuir com a ampliação do aproveitamento escolar de seus alunos? Quais poderão ser as contribuições dos estagiários no seu desenvolvimento cotidiano da escola campo de estágio? Historicamente o estágio supervisionado e a prática de ensino, desenvolvidos pelos alunos do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), os levam a participar da prática escolar presente na instituição campo de estágio, porém não interferem no seu cotidiano, pois, o modelo utilizado para a sua realização não gera envolvimentodesta natureza. Ao refletirmos sobre a experiência profissional com turmas anteriores, nos deparamos com inúmeras situações que demandavam uma interferência imediata e a abordagem de trabalho não nos permitia interferir no cotidiano observado, deixando as ansiedades e os problemas enfrentados nas instituições se prolongarem, resultando em mais uma entre muitas experiências escolares negativas. O espaço/tempo existente entre o levantamento de dados, análise e devolutiva para as instituições era muito longo, não possibilitavam uma reflexão coletiva e retomada simultânea nas ações desenvolvidas no cotidiano escolar. As atividades de estágio supervisionado restringiam-se à fase de identificação e análise da realidade escolar, e, em alguns casos, foram elaborados projetos de curta duração para contribuir com a instituição escolar, campo de estágio. Este modelo de estágio representa o modelo tradicional, baseado 19Estágio Supervisionado I na prática instrumental, em que cabe aos alunos aprender o maior número possível de experiências práticas que os instrumentalize para o exercício da profissão. Além disso, a forma como estas atividades ficam organizadas, não gera um compromisso entre as duas instituições: a formadora e a receptora do aluno estagiário. Esta prática gera uma instabilidade nos referidos campos, pois, pela ausência de trabalho coletivo entre as duas, no final de cada ano letivo, cada uma faz a avaliação da experiência e resolvem sobre a permanência ou não da escola-campo como colaboradora. Assim, não há o estabelecimento de ações em longo prazo que possam contribuir com os trabalhos de ambas as instituições. Diante desta realidade é que tivemos a pretensão de construir uma nova perspectiva para o estágio supervisionado no Curso de Pedagogia da UFU, no sentido de envolver diretamente o estagiário no cotidiano escolar com o intuito de analisar e compreender a realidade da escola-campo; pensar sistematicamente esta realidade e, ainda, elaborar ações que contribuam com a escola para auxiliar na superação delas. Desta forma, não se trata de apenas conhecer o campo e elencar suas dificuldades, mas de comprometer- se com a instituição no processo de pensar e desencadear ações que venham superar as dificuldades encontradas. A prática pedagógica representa o ponto de partida para a teoria, para sistematizar novos conceitos e para compreender e decodificar a realidade vivenciada. Isso supõe um movimento de análise e tomada de decisões em processo, beneficiando-se do trabalho coletivo e da gestão democrática, como espaço e objeto de questionamento sempre mediado pela teoria. Situa-se como um processo de investigação/ explicação de uma determinada realidade educacional e pedagógica, quer seja em espaços educativos formais ou não formais. Seu objetivo é desenvolver no futuro professor a habilidade de refletir sobre a organização do trabalho pedagógico da escola, problematizá-lo, compreendê-lo e sistematizar projetos de intervenção. Há necessidade que se invista na formação de um profissional com ampla formação teórica e prática, um profissional da práxis, com conhecimentos específicos e pedagógicos que o possibilite perceber a dimensão da totalidade e de movimento da ação educativa, para numa postura crítica assumir as novas práticas pedagógicas sólidas respaldadas teoricamente, contribuindo assim com a produção de uma ciência pedagógica. Partilhamos da concepção de que o estágio é uma “atividade prática, mas teórica, instrumentalizadora da práxis docente, entendida esta como atividade teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção, esta, sim, objeto da práxis” (PIMENTA, 2004, p.45). É importante ressaltar que o estágio de supervisionado deva ser entendido como um momento de integração entre teoria e prática. Nesse sentido, teoria e prática são consideradas como eixo articulador do currículo de formação do educador, que tem por base uma concepção sócio histórica da educação. Pois, o papel das teorias é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas para análise investigação que permitam questionar as práticas institucionalizadas e as ações dos sujeitos e, ao mesmo tempo, colocar elas próprias em questionamento, uma vez que as teorias são explicações sempre provisórias da realidade (PIMENTA, 2004, p.43). A prática pedagógica e o estágio representam o ponto de partida para a teoria, para sistematizar novos conceitos e para compreender e decodificar a realidade vivenciada. Isso supõe um movimento de análise e tomada de decisões em processo, beneficiando-se do trabalho coletivo e da gestão democrática, como espaço e objeto de questionamento sempre mediado pela teoria. Situa-se como um processo de investigação/ explicação de uma determinada realidade educacional e pedagógica, quer seja em espaços educativos formais ou não formais. Seu objetivo é desenvolver no futuro professor a habilidade de refletir sobre a organização do trabalho pedagógico da escola, problematizá-lo, compreendê-lo e sistematizar projetos de intervenção, o que requer um movimento de estudo e de pesquisa. Assumimos com Freire (1996) que “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro”. Freire ainda ressalta que o ser pesquisador não é uma qualidade do ser professor, pois fazem parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. “O de que se precisa é que, 20 Estágio Supervisionado I em sua formação permanente, o professor se perceba e se assuma, porque professor, como pesquisador” (Freire, 1996, p. 32). Nesse sentido, a pesquisa é aqui entendida como princípio formativo que contribui, sobremaneira, para que os futuros profissionais possam compreender melhor a realidade em que irão atuar. É importante ressaltar que o estágio curricular deve ser entendido como um momento de integração entre teoria e prática. Nesse sentido, teoria e prática são consideradas como eixo articulador do currículo de formação do professor, que tem por base uma concepção sócio-histórica da educação. Assim, os projetos de trabalho engendram uma forma viável de romper com a histórica fragmentação dos currículos e a dicotomia entre teoria e prática, favorecendo, portanto, uma formação integral do professor como profissional capaz de exercer: uma educação crítica e transformadora, deve-se também reafirmar a construção da concepção sócio-histórica de educador, concepção profissional de caráter amplo, com pleno domínio e compreensão da realidade do seu tempo, com uma consciência crítica que lhe permita interferir e transformar as condições da escola, da educação e da sociedade... (ANFOPE, 2000, p. 9). A formação do professor implica o domínio do conhecimento específico de sua área, articulado com o conhecimento pedagógico (saber-fazer), numa perspectiva de totalidade do conhecimento historicamente produzido, sendo capaz de atuar de modo decisivo como agente de transformação do contexto em que está inserido (saber-ser). É evidente a necessidade de que os cursos de formação inicial de professores ofereçam a formação de um profissional que, a partir do todo em que se constitui a organização do trabalho pedagógico coletivo, seja capaz de atuar na docência e na gestão do fazer pedagógico, o que inclui, dentre outras atribuições, o planejamento, execução e avaliação dos sistemas e projetos educacionais. Entendemos que a prática de ensino e o estágio curricular, na formação de professores, deva envolver os processos de observação, reflexão crítica sobre a realidade (escola campo de estágio) e organização de ações que visem à intervenção nessa realidade. Tais características assemelham-se à postura de um pesquisador, capaz de problematizar o contexto no qual sua prática está inserida, levantando hipóteses, buscando referenciais teórico-metodológicos que iluminem seu olhar para o objeto em questão: a escola em sua totalidade. Aguçando os sentidos: o olhar atento e a escuta sensívelO ponto de partida para o desenvolvimento dessa proposta de estágio é o trabalho de recuperar a história da instituição escolar, seus processos de mudança, rupturas, a dimensão pedagógica, a relação com a legislação vigente, aspectos do espaço físico, ou seja, elementos que nortearão a fase de levantamento dos problemas. Todos esses procedimentos requerem do professor em formação um olhar atento e uma escuta sensível para poder captar o máximo de detalhes que estão presentes na intrincada teia de relações que se estabelecem dentro da escola. O cotidiano escolar é um espaço de múltiplas relações que precisa ser analisado para que possa ser bem compreendido, o que não é tarefa simples, pelo contrário requer uma série de saberes, conforme explicitam Pimenta e Lima: A formação passa sempre pela mobilização de vários tipos de saberes: saberes de uma prática reflexiva, saberes de uma teoria especializada, saberes de uma militância pedagógica, o que coloca os elementos para produzir a profissão docente, dotando-a de saberes específicos que não são únicos, no sentido de que não compõem um corpo acabado de conhecimentos, pois os problemas da prática profissional docente não são meramente instrumentais, mas comportam situações problemáticas que requerem decisões num terreno de grande complexidade, incerteza, singularidade e de conflito de valores (PIMENTA; LIMA, 2004, p.68). Nessa perspectiva, compreendemos que os projetos de trabalho configuram-se uma proposta enriquecedora dos processos formativos, uma vez que se referem à ideia de que, ao partir de uma situação problema, é possível proporcionar experiências de aprendizagens que estejam vinculadas ao mundo externo à escola, 21Estágio Supervisionado I além de buscar novos conhecimentos e estabelecer relações com as aprendizagens que já possui. De acordo com Hernández (1998a, p. 28), “levamos em consideração as contribuições da pesquisa sociocultural, que enfatizou o valor que possui a criação de um modelo de participação e de interação para o favorecimento da aprendizagem, não apenas entre os alunos, mas na comunidade.” O autor ressalta a relevância de situações pedagógicas que conduzam os professores em formação a desenvolverem o senso crítico e terem visões de mundo capazes de levá-los a compreenderem valores e grupos que foram legitimados e/ou excluídos na cultura, da qual os conhecimentos veiculados pela escola tiveram origem. Hernández (1998a, p. 27) nos lembra que os projetos de trabalho devem ser associados a uma concepção de ensino, não como uma metodologia. Desta forma, não há um único caminho a seguir, mas o que existe, segundo o autor, são alguns pressupostos que atribuem uma caracterização dos projetos de trabalho. Além disso, é importante destacar que, na realização dos estágios, “o diálogo pedagógico é o principal eixo do projeto, no qual o papel do professor orientador de estágios é problematizar e possibilitar situações para a aprendizagem, de modo que os estagiários possam ir construindo seu conhecimento” (PIMENTA; LIMA,2004, p. 228). Diante dessa reconfiguração de prática pedagógica, é possível desconstruir a ideia, ainda arraigada, de que o estágio é uma tarefa burocrática, que passa apenas pela determinação de uma carga horária a ser cumprida e extensos relatórios sem fundamento. III. VÍDEO DE APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezado(a) aluno(a), Preparamos uma apresentação breve da disciplina para que você e seus colegas possam entender melhor a proposta do estágio e tenham uma visão geral do trabalho proposto para a disciplina. O vídeo está indicado na tarefa 1 do ambiente virtual. IV. ATIVIDADE DO TEXTO BÁSICO Prezado(a) aluno(a), Na leitura do texto básico deste módulo tencionamos promover a compreensão da importância do estágio em sua formação, a relação indissociável entre teoria e prática, além de refletir sobre questões referentes à outros espaços de atuação do pedagogo. Após a leitura atenta do texto, participe do Fórum expectativas para o estágio. Para maiores detalhes acesse a tarefa 3 do ambiente virtual. Valor: 5,0 pontos V. LEITURA COMPLEMENTAR Prezado(a) aluno(a), Indicamos como leitura complementar dois textos, chamamos atenção para o fato de que o segundo texto foi produzido por alunos do curso de Pedagogia. Nossa escolha por este texto tem a intenção de indicar aos alunos nossa confiança em sua capacidade em produzir textos acadêmicos. Fica nossa palavra de estímulo aos nossos alunos para que também se sinta estimulados a produzir também. O endereço eletrônico para os textos estão na tarefa 4 do ambiente virtual. a) MOURA, Terciana Vidal Moura. O estágio supervisionado, universidade e educação básica: uma articulação necessária à construção da identidade e saberes docentes. Anais do VI Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade. São Cristóvão/SE – 20 a 22 set de 2012. Disponível em: http://www.educonufs.com.br/cdvicoloquio/eixo_02/PDF/128.pdf . Acesso em 22 jul de 2013. 22 Estágio Supervisionado I X - BIBLIOGRAFIA ADICIONAL COMENTADA VI. VÍDEO BÁSICO - ATUAÇÃO DE PEDAGOGO Prezado(a) aluno(a), No ambiente virtual de aprendizagem, tarefa 5 você encontrará o endereço eletrônico para um vídeo que apresenta a atuação do pedagogo em processos educativos dentro do contexto hospitalar. Trata-se de trabalho elaborado por alunos de Curso de Pedagogia. Pensamos ser interessante colocar este e não outro vídeo para mais uma vez dizer da nossa aposta no potencial dos alunos em fazer coisas muito boas. Este vídeo traz textos muito longos sugerimos aperfeiçoar este aspecto quando na elaboração do seu trabalho sobre a entrevista com pedagogo proposta na tarefa 7. Então mãos a obra! VII. VISITA ORIENTADA Prezado(a) aluno(a), Visita orientada Secretaria Municipal de Educação. Foco: pesquisar a estrutura e funcionamento da Secretaria. O roteiro desta visita poderá ser encontrado no anexo 7 deste Guia. Também está no ambiente virtual de aprendizagem – tarefa 6. Vale lembrar que o resultado desta atividade fará parte do relatório total final cujo valor é de 70 pontos. VIII. ENTREVISTA COM PEDAGOGO b) NASCIMENTO, Aretha Soares. A atuação do pedagogo em espaços não escolares: desafios e possibilidades. Pedagogia em Ação. Belo Horizonte. v. 2, n. 1, p. 1-103, fev./jun. 2010. pp.61-65. Disponível em http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/4481/4606. Acesso em 17 jul 2013. Prezado(a) aluno(a), A proposta desta atividade é realizar uma entrevista com um pedagogo que atue em espaços não escolares – o resultado da entrevista publicado em clip (usar qualquer programa até mesmo ppt). O roteiro de entrevista pode ser encontrado no anexo 8 deste guia ou no ambiente virtual tarefa 7. Solicitamos que seja feita a leitura das orientações no ambiente virtual. Valor: 10 pontos IX. SÍNTESE DO MÓDULO Nesse módulo de Estágio I você teve a oportunidade de compreender a importância do estágio como espaço propício à construção da atitude investigativa, possibilitando aos alunos dos cursos de formação de professores delinearem caminhos que lhes permitam interrogar e intervir em seu cotidiano pedagógico, como profissionais críticos e conscientes. Além disso, foram apresentadas as possibilidades de atuação do pedagogo em espaços não escolares, de forma a desenvolver uma prática pedagógica capaz de contribuir com o desenvolvimento de processos educativos não formais. SILVA, L. C.; MIRANDA, M.I. Estágio Supervisionado e Prática de Ensino: desafios e possibilidades. Araraquara:unqueira e Marin, 2008. O livro apresenta experiências e práticas vivenciadas e refletidas sobre o estágio, no sentido de possibilitar maior compreensão sobre a formação de educadores. 23Estágio Supervisionado I XI. REFERÊNCIAS FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 21. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GHEDIN, E. Professor reflexivo: da alienação da técnica à autonomia da crítica. In: PIMENTA, S. G. eGHEDIN,E. (Org.). Professor Reflexivo no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002. p. 129-150. HERNÁNDEZ, F. Repensar a função da Escola a partir dos Projetos de Trabalho. Revista Pátio. Ano II, n. 6, p.26-31, ago/out. 1998a. _____ . Transgressão e Mudança na Educação: os projetos de trabalho. Tradução de Jussara H. Rodrigues, Porto Alegre: ArtMed, 1998b. KULSCAR, R. O estágio supervisionado como atividade integradora. In. PICONEZ, S. (Org.). A prática de ensino e o estágio supervisionado. Campinas: Papirus, 1991. p. 63-74. LIBÂNEO, J. C. Reflexividade e Formação de Professores: outra oscilação do pensamento pedagógico brasileiro? In: PIMENTA, S. G. e GHEDIN, E. (Org.). Professor Reflexivo no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002. p. 53-80. PETITAT, A. Produção da Escola/Produção da Sociedade. Tradução de Eunice Gruman. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (Org.). Professor Reflexivo no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002. PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004. (Coleção Docência em Formação: Série Saberes Pedagógicos). SÁ-CHAVES, I. Informação, formação e globalização: novos ou velhos paradigmas. In: ALARCÃO I. (Org.).Escola Reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: ArtMed, 2001. TEIXEIRA, G. F. Melo. Estágio na formação inicial de professores: aguçando o olhar, desenvolvendo a escuta sensível. In: SILVA, L. C.; MIRANDA, M.I. Estágio Supervisionado e Prática de Ensino: desafios e possibilidades. São Paulo: Junqueira e Marin, 2008. p. 85-114. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 21. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GHEDIN, E. Professor reflexivo: da alienação da técnica à autonomia da crítica. In: PIMENTA, S. G. e GHEDIN,E. (Org.). Professor Reflexivo no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002. p. 129-150. HERNÁNDEZ, F. Repensar a função da Escola a partir dos Projetos de Trabalho. Revista Pátio. Ano II, n. 6, p.26-31, ago/out. 1998a. _____ . Transgressão e Mudança na Educação: os projetos de trabalho. Tradução de Jussara H. Rodrigues, Porto Alegre: ArtMed, 1998b. KULSCAR, R. O estágio supervisionado como atividade integradora. In. PICONEZ, S. (Org.). A prática de ensino e o estágio supervisionado. Campinas: Papirus, 1991. p. 63-74. 24 Estágio Supervisionado I LIBÂNEO, J. C. Reflexividade e Formação de Professores: outra oscilação do pensamento pedagógico brasileiro? In: PIMENTA, S. G. e GHEDIN, E. (Org.). Professor Reflexivo no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002. p. 53-80. PETITAT, A. Produção da Escola/Produção da Sociedade. Tradução de Eunice Gruman. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (Org.). Professor Reflexivo no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002. PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004. (Coleção Docência em Formação: Série Saberes Pedagógicos). SÁ-CHAVES, I. Informação, formação e globalização: novos ou velhos paradigmas. In: ALARCÃO I. (Org.).Escola Reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: ArtMed, 2001. TEIXEIRA, G. F. Melo. Estágio na formação inicial de professores: aguçando o olhar, desenvolvendo a escuta sensível. In: SILVA, L. C.; MIRANDA, M.I. Estágio Supervisionado e Prática de Ensino: desafios e possibilidades. São Paulo: Junqueira e Marin, 2008. p. 85-114. 25Estágio Supervisionado I SUMÁRIO MENSAL MÓDULO 2 – A proposta de Estágio no contexto escolar FIGURA 1: Equipe Fonte: http://www.sxc.hu/photo/925147 Neste módulo trabalharemos as atividades referentes ao papel da equipe pedagógica no desenvolvimento de uma proposta educacional coletiva nos processos educativos. A análise do referencial teórico a respeito dessa temática contribuirá para que você amplie sua compreensão a respeito das atividades desenvolvidas pelo pedagogo em escolas de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, além de analisar o papel do pedagogo como gestor escolar. Conteúdos Básicos 2.1 O trabalho e propostas de atuação do pedagogo (professor, supervisor, orientador educacional, inspetor, diretor) 2.2 As atividades desenvolvidas pelo pedagogo em escolas de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio 2.3 A importância do planejamento na prática do pedagogo Objetivos do módulo • Articular a atividade educacional na organização do trabalho pedagógico escolar, no planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas da escola nos processos educativos. • Observar, participar, problematizar e questionar a prática pedagógica vivenciada no que se refere aos parâmetros e as aprendizagens das várias disciplinas do curso. • Discutir a formação, atuação e o plano de trabalho do pedagogo na escola. 26 Estágio Supervisionado I A importância do planejamento para a atuação do pedagogo na escola O planejamento só é ético quando visa um crescimento que possa se traduzir em melhor qualidade da vida coletiva, um cenário melhor para a vida de todos, e só é democrático quando procura incorporar todos os envolvidos no processo de planejar. (CARAMEZ, S/D). Disponível em: http://www.mensagensbrasil.com.br/frase-de-joao_caramez-7202.html. Acesso:10/01/1. O pedagogo é um profissional que ocupa amplo espaço na organização do trabalho pedagógico, onde tem a função de articulador entre as intenções e ações que ocorrem no âmbito da escola. Além disso, o pedagogo é o mediador do processo de ensino-aprendizagem de forma a assegurar a melhoria crescente da qualidade da educação escolar. Nesse sentido, o planejamento é um importante recurso que irá nortear todas as ações do pedagogo na escola. O ato de planejar não é neutro, pelo contrário, é intencional, explicita objetivos e metas a serem alcançadas. Por meio de ações sistematizadas, o pedagogo terá a oportunidade de realizar seu trabalho e desempenhar suas funções de forma mais responsável e comprometida com a melhoria constante da qualidade da educação em seu espaço de atuação profissional. Nesse sentido, o plano de trabalho de pedagogo é uma atividade que inclui tanto a previsão das atividades a serem desenvolvidas em termos de sua organização e execução, em face dos objetivos propostos, quanto de sua avaliação e adequação frente às necessidades que a realidade apresenta. Planejar exige uma reflexão acerca de nossas opções e ações. O plano de trabalho do pedagogo deverá vincular-se diretamente ao PPP, no sentido de explicitar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho a ser realizado. O pedagogo tem funções amplas e diversas na escola e, muitas vezes, torna-se um suporte para as demais funções. Uma das consequências mais sérias da falta de planejamento do pedagogo refere-se ao imediatismo que o cotidiano escolar impõe em seu trabalho. A diversidade de demandas geradas no dia a dia da escola, como, as ocorrências disciplinares, os problemas administrativos e pedagógicos, que sobrecarregam a agenda do pedagogo e o impedem de sistematizar ações em benefício da realidade escolar. É comum observarmos o pedagogo que tem a função de “apagar incêndios”, que “corre atrás do prejuízo”, e no final do ano letivo, apesar do desgaste físico e emocional, tem a sensação de nada ter feito. Na verdade, essas ações não planejadas não se constituem, na maioria das vezes, em um trabalho que tenha frutos. São apenas ações imediatas, para resolver problemas. São, portanto, superficiais, sem maiores repercussões em prol da melhoria da escola. Libâneo (2004) ressalta que são práticas ao sabor das circunstâncias, as ações são improvisadas, os resultados não são avaliados. No entanto, ao planejar suas ações, o pedagogo terá clareza de onde quer chegar, que caminho irá trilhar. Deverá, ainda, definir que distância há entre suas intenções e ações e o que deverá fazer para diminuir tal distância. A definição do papel do pedagogo na escola será norteado pelo Projeto Político Pedagógico, assim o pedagogo conduzirá as ações por meio da sistematização conjunta e dos princípios da gestão democrática, apoiando-se em um referencial teóricoque o oriente na condução do trabalho de organizar a elaboração coletiva do PPP, sua implementação e o processo de avaliação permanente. Nesse sentido, o plano de trabalho do pedagogo deverá ser organizado a partir dos seguintes princípios, de acordo com II – TEXTO BÁSICO 27Estágio Supervisionado I II. ATIVIDADE DO TEXTO BÁSICO Prezado(a) aluno(a), A partir da leitura atenta do texto, você teve a oportunidade de ampliar seus conhecimentos a respeito do planejamento como processo de sistematização de ações, com o objetivo de orientar a prática profissional o PPP da escola: • gestão democrática; • proposta pedagógica; • formação continuada e desenvolvimento profissional docente e • qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Com base nesses princípios orientadores, o plano de trabalho do pedagogo deverá explicitar objetivos claros e as condições necessárias para alcance das metas. Deverá contemplar os pressupostos didático- metodológicos do PPP, no sentido de articular as dimensões administrativas e pedagógicas da escola. O roteiro para a elaboração do plano de trabalho do pedagogo consiste nos seguintes elementos: 1. Dados de identificação: nome da escola, endereço, tipificação (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, etc.), entidade mantenedora, portaria de criação. 2. Objetivos. 3. Justificativa e pressupostos (qual a importância das ações, metas e objetivos); 4. Procedimentos (como viabilizar as ações, tempo, espaço, forma); 5. Cronograma (poderá ser elaborada uma tabela com os seguintes itens: atividades, data de início, período de execução) e avaliação (para analisar o desenvolvimento de todas as ações). O pedagogo, ao compreender a importância do planejamento para o seu trabalho, irá pautar-se em um referencial teórico crítico, respaldado pela autonomia, responsabilidade e criatividade na condução do seu trabalho. De acordo com Vasconcellos: O planejamento é político, é hora de tomada de decisões, de resgate dos princípios que embasam a prática pedagógica. Mas para chegar a isto, é preciso atribuir-lhe valor, acreditar nele, sentir que planejar faz sentido, que é preciso. O primeiro passo, portanto, é chegar ao pondo do Planejamento ser uma necessidade! (VASCONCELLOS, 2009, p. 41). O plano de trabalho do pedagogo revelará as intencionalidades a serem materializadas em práticas, no sentido de conhecer a escola e seus condicionantes, seus problemas e suas possibilidades, o seu tempo/ espaço, isto é, o contexto histórico em que a escola se insere. Dessa forma, o pedagogo terá a sistematização de suas ações e, ao avaliar seu trabalho, poderá rever as metas e buscar novas alternativas de ação com vistas à melhoria constante da educação escolar. Um dos grandes desafios a ser enfrentado pelo pedagogo na condução do seu trabalho é compreender quais mudanças são necessárias, quais serão suas prioridades, uma vez que a ação humana consciente está sempre pautada numa certa elaboração teórica, pautada pela intencionalidade. Para Vasconcellos (2009, p.43) “Coloca-se aqui a necessidade da mediação simbólica, da teoria, do método de trabalho, que ajude a superar a apreensão imediata da realidade e permita nela interferir.” Nesse sentido, a formação do pedagogo e seu referencial teórico irão respaldar sua prática no sentido de melhor compreender a realidade escolar e buscar meios para nela intervir rumo à melhoria constante da qualidade da educação escolar. 28 Estágio Supervisionado I IV. ATIVIDADES DA LEITURA COMPLEMENTAR Prezado(a) aluno(a), Após a leitura do texto complementar, responda as seguintes questões: 1. Qual a papel do pedagogo com relação à mudança organizacional na escola? 2. Quais aspectos o pedagogo deverá priorizar no sentido de contribuir para que as mudanças ocorram na escola? Não há necessidade de enviar suas respostas ao tutor pois as questões visam apenas orientar seu estudo. Maiores informações podem ser obtidas na Tarefa 11 do ambiente virtual. V. VÍDEO SOBRE FUNÇÕES DO PEDAGOGO Prezado(a) aluno(a), Selecionamos três vídeos que falam sobre as diversas funções do pedagogo na escola. • Coordenador Pedagógico • Supervisão Escolar • Diretor Procure assistir a todos como muita atenção. Os endereços eletrônicos para estes vídeos podem ser encontrados na tarefa 12 do ambiente virtual. Prezado(a) aluno(a), No sentido de aprimorar, ainda mais, sua compreensão a respeito do papel do pedagogo e da importância do planejamento para a sistematização de suas ações, indicamos a leitura de: PINZAN, Leni Terezinha Marcelo; MACCARINI, Norma Barbosa Benedito; MARTELLI, Andréa Cristina. O pedagogo numa perspectiva de trabalho coletivo na Organização escolar. Revista ANALECTA Guarapuava, Paraná v. 4 no1 p. 19-28 jan/jun. 2003. Para ler o texto acesse a Terefa 10 no ambiente virtual. III. LEITURA COMPLEMENTAR do pedagogo na escola. Como qualquer outra atividade profissional a atuação do pedagogo experimenta limites e possibilidades. Na tarefa relativa ao texto básico solicitamos que você elabore um texto (uma ou duas páginas) que faça uma síntese dos limites e possibilidades do planejamento do trabalho do pedagogo no campo de estágio (Tarefa 9 do ambiente virtual) Recomendamos que você faça todas as atividades previstas para o módulo, pois isto o preparará para a escrita do texto solicitado. Valor: 5 pontos 29Estágio Supervisionado I VI. ATIVIDADE PRÁTICA - OBSERVAÇÃO DA ESCOLA Prezado(a) aluno(a), Observe que apesar de apresentar aos alunos outros espaços de atuação além da escola ainda continuamos a priorizar o espaço escolar nas atividades de estágio. Neste módulo, as atividades práticas serão desenvolvidas no espaço escolar. Durante o módulo anterior você foi orientado a escolher uma escola de Educação Básica em sua cidade. Foi orientado também a providenciar toda a documentação de estágio, principalmente o Termo de estágio. Sem que este documento esteja aprovado pelo setor de estágio da UFU você não poderá desenvolver suas atividades na escola. Assim, vamos começar nossas atividades no espaço escolar com a observação geral da escola. Na tarefa 13 do ambiente virtual você encontrará o roteiro para observação do trabalho de pedagogos desenvolvido no contexto da escola. Vale lembrar que esta atividade fará parte do relatório final. VII. ATIVIDADE PRÁTICA - ENTREVISTA COM MEMBRO DA EQUIPE PEDAGÓGICA Prezado(a) aluno(a), Além da observação da dinâmica do espaço da escola você deverá realizar uma entrevista com um membro da equipe pedagógica que seja pedagogo e esteja disposto a contribuir com o trabalho do estágio, mas que não esteja atuando em sala de aula (coordenador pedagógico, diretor, inspetor, orientador, etc). O foco desta entrevista será o planejamento do trabalho do pedagogo. Esta atividade também comporá seu relatório. Na tarefa 14 do ambiente virtual você encontrará o roteiro para entrevista. VIII. SÍNTESE DO MÓDULO A importância do planejamento para a prática do pedagogo foi amplamente discutida nesse módulo. Também foram abordados os desafios a serem enfrentados pelo pedagogo no sentido de instituir na escola suas proposições de trabalho. Nos textos estudados e nas atividades, você pode perceber que o pedagogo deverá sistematizar suas ações, traçar metas, organizar suas prioridades de ação por meio de seu plano de trabalho. 30 Estágio Supervisionado I IX. REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. S. Estágio Supervisionado em prática de ensino: relevância para a formação a mera atividade curricular. ANDE. São Paulo, ano 13, n. 20, p. 39-42, mês. 1994 ALMEIDA, J. S. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação dos professores. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, v. ?, n. 3, p. 22-31, Maio, 1995. ARENDT, H. A crise na educação. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1972. CATANI, D. B. (Org.). Universidade, escola e formação de professores. São Paulo: Brasiliensis, 1986. COSTA, V. M. A educação profissional entre o mercado e a cidadania. Trabalhoe Educação em Perspectiva, Belo Horizonte, v. ?, n. 2, p. ?, jan/jul. 1997. FONTANA, R. C. Como nos tornamos professoras. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. FISCHAMANN, R. (Org.). Universidade, escola e formação de professores. São Paulo: Brasiliense, 1987. GARCIA, O. G. A aula como Momento de formação de educandos e educadores. Revista de Educação – AEC, Brasília, v. ?, n. 104, p. 62-84, mês. 1997. ALMEIDA, J. S. Estágio Supervisionado em prática de ensino: relevância para a formação a mera atividade curricular. ANDE. São Paulo, ano 13, n. 20, p. 39-42, mês. 1994 ALMEIDA, J. S. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação dos professores. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, v. ?, n. 3, p. 22-31, Maio, 1995. ARENDT, H. A crise na educação. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 1972. 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Campinas: Papirus, 2000. 32 Estágio Supervisionado I ANOTAÇÕES 33Estágio Supervisionado I SUMÁRIO MENSAL MÓDULO 3 – o pedagogo na sala de aula: a complexa formação para a docência Prezado(a) aluno(a), No módulo anterior você teve a oportunidade de compreender melhor as atividades desenvolvidas pelo pedagogo em escolas de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, além de analisar o papel do pedagogo em funções diversas. Todo o conhecimento construído possibilitará a você analisar, neste módulo, a atuação do pedagogo em sala de aula. Conteúdos básicos 3.1 Saberes docentes e reflexão sobre prática 3.2 Reflexão sobre e na prática com condição de atuação do docente Objetivos • Observar a atuação do pedagogo em sala de aula com base nos conhecimentos das diversas disciplinas desenvolvidas no curso até esta etapa. • Analisar a formação para a docência e os saberes necessários ao trabalho do pedagogo em sua atuação na sala de aula I – TEXTO BÁSICO DE TUDO FICA UM POUCO: contextos de formação para a docência Se de tudo fica um pouco, Mas por que não ficaria Um pouco de mim? Carlos Drummond de Andrade2 A inspirativa epígrafe que abre este texto e justifica parte do título pretende sublinhar a multiplicidade de aspectos envolvidos na docência e a forma dinâmica com que se interpenetram no cotidiano docente. Expectativas pessoais, conhecimento científico, conhecimento pedagógico, intuição, habilidades técnicas e experiências docentes parecem se fragmentar e ao mesmo tempo se recompor num mosaico dinâmico em que a dimensão humana aparece como elemento de ligação. A docência transita pelo uno e pelo diverso na medida em que incorpora um pouco de tudo e um pouco de mim e de cada um dos demais. 1. Saberes docentes – a diversidade do saber ensinar Até as últimas décadas do século XX a maioria das investigações sobre formação docente fazia uma nítida separação entre teoria e prática, além de reduzir a profissão docente à associação de competências técnicas (Nunes, 2001). 2 ANDRADE, Carlos Drummond. Antologia poética. 2009. p. 321 34 Estágio Supervisionado I A partir da década de 90 deste mesmo século é que as pesquisas educacionais se direcionam a investigar não só a competência técnica do docente, mas também a sua prática pedagógica. Passou-se a estudar como é constituído o trabalho docente, considerando diversos aspectos da sua história, tanto pessoal quanto profissional. É neste contexto de valorização da formação de professores, que segundo Nóvoa (1992) a investigação sobre os saberes docentes ganharam estímulo e começaram a surgir nas pesquisas com o intuito de identificação de diversos saberes que compõem a prática docente. Dessa forma, em seu desenvolvimento profissional, o professor constrói e reconstrói seus saberes de acordo com a necessidade que o cotidiano da sala de aula exige. Diversos pesquisadores têm investigado esse saber docente que é elaborado e mobilizado durante a ação profissional como: Tardif (2002); Gauthier et al (1998); Nóvoa (1992); Tardif Lessard e Lahaye (1991); Shulman (1986) dentre outros; optou-se neste estudo por analisar a questão dos saberes segundo Shulman (1986) e Gauthier et al (1998). Shulman (1986) investiga as diversas modalidades de conhecimento que os docentes dominam e como os conteúdos trabalhados são transformados para se ensinar. Segundo o autor, é necessário pesquisar o que sabem os professores sobre os conteúdos de ensino, como foram adquiridos e como são transformados para serem utilizados na sala de aula. Nesta perspectiva, o autor apresenta três categorias de conhecimento de conteúdos que fazem parte da mente do professor: - Conhecimento da matéria e do conteúdo: é a forma como o conhecimento está estruturado na mente do professor, está relacionado à quantidade e à qualidade e como este conhecimento está organizado. Ou seja, é o conhecimento do assunto ou da matéria por si só. - Conhecimento pedagógico dos conteúdos: é a maneira de apresentar ou formular um assunto tornado-o compreensível para os outros. É nesta categoria que se estabelecem analogias e ilustrações. Está relacionado ao como ensinar. - Conhecimento curricular: é o conhecimento acerca do currículo, é o conjunto de características que orientam a seleção de conhecimentos para se trabalharem um determinado nível de ensino. Shulman (1986) não trabalha explicitamente com um conceito de saber da experiência, mas se refere ao mesmo quando seleciona os conhecimentos necessários para os professores, o que denomina de saber dos professores, que é produzido pela experiência dos docentes ou pelas maneiras que os saberes curriculares, dos conteúdos ou pedagógicos podem ser organizados para serem ensinados. Percebe-se que para Shulman (1986) o docente em sua prática profissional, faz adequações ou transformações para se ensinar os conteúdos, o que significa que a dimensão do “saber da experiência” mesmo não sendo explicitado por ele, é objeto de sua preocupação. Dentro dessa mesma temática, Gauthier et al (1998) afirma que a docência deve ser entendida como um ofício repleto de saberes que a caracterizam. Entende-se dessa forma, que se a docência é uma profissão que produz e utiliza saberes, torna-se necessário conhecer e investigar esses saberes docentes para que eles possam contribuir com a formação de professores. Para Gauthier et al (1998) o ensino é entendido como uma atividade complexa, que leva o professor a julgar, tomar decisões e agir em situações imprevisíveis, isso exige do profissional a aplicação de regras e atitudes reflexivas. Essa capacidade de julgar e escolher determinada atitude em detrimento de outra está apoiada e relacionada com os saberes dos professores que só podem ser entendidos se relacionados às condições que dão sustentação ao seu trabalho. Dessa forma, o saber do professor é resultado de uma produção social, portanto não é estável, mas construído constantemente em sua ação prática. 35Estágio Supervisionado I O professor não é considerado um reprodutor de saberes já estruturados cientificamente, mas também um construtor de seus saberes na ação. De acordo com Gauthier et al (1998) o saber docente pode ser definido como aquele obtido durante o exercício profissional e que é mobilizado com o objetivo de realizar alguma atividade relacionada ao ensino. Os mesmos autores apontam a importância de se entender a formação de professores como um espaço privilegiado para a mobilização dos diversos saberes, os quais o professor sempre recorre em sua ação profissional. Gauthier et al (1998) afirma que o ofício do professor é feito de saberes que são mobilizados de acordo com a necessidade apresentada na ação profissional: - Saber disciplinar: está relacionado aos saberes produzidos pelos pesquisadores nas diferentes disciplinas científicas e o domínio do conteúdo que será transmitido, já que não tem como ensinar algo que não se domina; - Saber da tradição pedagógica: é o saber das aulas, é um saber que muitas vezes apresenta fragilidades, só terá validade a partir da relação estabelecida com o saber da ação pedagógica; - Saber experencial: é aquele adquirido por meio da experiência profissional, sua limitação reside no fato de que é produzido por argumentos que não podem ser comprovados por meio de métodos científicos; - Saber da ação pedagógica: são os saberes da experiência que são publicados através das pesquisas desenvolvidas em sala de aula. Neste sentido, considera-se os saberes docentes como conhecimentos construídos pelo professor e que estão à serviço de sua prática profissional, estão em constante movimento e são reconstruídos de acordo com a realidade. Entende-se que os que os saberes docentes são oriundos de diversas fontes: curso de formação inicial e continuada, história de vida, experiências pessoais e profissionais, prática pedagógica, convivência em grupo, troca de experiências. Torna-se necessário que o curso de formação inicial, perceba a importância de se trabalhar e promover a articulação entre todos os saberes, principalmente entre a formação teórica – que são os saberes disciplinares e os conhecimentos advindos do contexto universitário. Ao entender a docência como uma atividade que mobiliza diversos saberes, torna-se imprescindível o conhecimento dos mesmos por parte dos alunos que serão futuros professores, o que poderá contribuir para uma melhor formação e profissionalização docente. O estágio de torna nesta perspectiva o lugar privilegiado para que os docentes em formação localizem estes saberes nas práticas e se interessem por desenvolver sua própria formação. 2. Contextos: Teorias e práticas Como podem se configurar a prática educativa e conseqüentemente a formação de professores no contexto contemporâneo? Em que medida o estágio se insere neste contexto de formação? Antes de iniciarmos a tentativa de construir uma resposta possível é preciso que se atente para uma concepção presente na própria formulação da pergunta. A premissa de que a ação do docente e sua formação não se descolam ou que não é possível pensar em formação do docente sem ter um olhar no cotidiano das práticas educativas que se desenvolvem nas escolas. Nossa primeira tarefa talvez seja a de identificar o que se pode dizer a respeito do contexto em que se realizam estas práticas e que denominamos de contemporâneo. A tradição do pensamento moderno nos ensina que falar do tempo e do lugar em que se vive constitui–se exercício complexo, dada nossa percepção não tão clara produzida na impossibilidade de um distanciamento do objeto. Esta concepção de que o conhecimento prescinde de distanciamento o que o eleva a categoria de ação impregnada de neutralidade e verdade absoluta é hoje questionada. Esta 36 Estágio Supervisionado I é uma primeira característica do contexto contemporâneo, a consciência cada vez mais aguda daquilo que nos cerca. Assim, pressupõe-se que a formação de professores inclui a capacidade de ensinar consciente de seu lugar e tempo e da provisoriedade do que se ensina. Para Moraes (2002) experimentamos uma passagem da Era Material para a Era Relacional. Para ela o poder, antes centrado na quantidade e disponibilidade de recursos físicos e materiais, desloca-se para a teia de relações representada pelo conjunto de informações e conhecimentos disponíveis o que implica dizer que o poder “está sendo transferido para o ser humano, o indivíduo, compreendido como um ser de relações, como tudo que existe na natureza.” (p.210). Por outro lado, esta centralidade no indivíduo imprime para ele um perfil diversificado. Exige-se flexibilidade, criatividade, versatilidade, dentre outras características. Estas exigências se constituem como imperativos do mercado, do crescimento econômico que segundo Assmann (1996) passa a “cobrar uma ponte entre escola e uma capacitação básica flexível diante de um mercado de trabalho cada vez mais exigente no que se refere a versatilidade adaptativa do trabalhador e ao acompanhamento atualizado dos avanços científico-técnicos.” (p.112). Portanto, pressupõe-se uma formação de professores para o que Assmann denomina de cidadania competitiva e criatividade produtiva. Contudo, é preciso que se equilibrem as chamadas exigências do mercado, reconhecer sua ambigüidade como alerta Assmann “o sim fácil pode redundar em servidões, e não fácil pode produzir a invalidez epistemológica por razões ideológicas, isto é, a paralisia paradigmática dos que se bloqueiam na resistência, incapazes de formular alternativas. “(p.112) Ainda na descrição deste contexto é preciso identificar a expansão cada vez maior da aprendizagem para além dos limites da escola criando no seu entorno uma cultura aprendente. Esta expansão provoca uma (re) definição da finalidade e do papel da educação. Pressupõe-se por este modo uma formação docente focada num papel definido da educação e que não só encaminhe o aluno como alguém que aprenderá ao longo da vida, mas que coloque o professor em igual condição. Poderíamos ressaltar inúmeras outras características deste tempo/lugar denominado por uma variedade de designações: era do conhecimento, sociedade da informação, sociedade da mente. Contudo, entendemos que os três pontos descritos anteriormente, quais sejam a consciência dinâmica do tempo
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