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SCHELINI, PW. Entrevista na clínica, na empresa e na escola

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1
E�TREVISTA �A CL�ICA, �A EMPRESA E �A ESCOLA: RESUMO 
EXPLICATIVO 
Profa. Patrícia Waltz Schelini 
 
 
I - E�TREVISTA CL�ICA (AJUDA/ ACO�SELHAME�TO/ 
PSICOTERÁPICA) 
 
Um dos tipos de entrevista, de acordo com os objetivos, é a clínica (ou 
psicoterápica) que, alguns autores como Alfred Benjamin, preferem chamar de 
entrevista de ajuda ou aconselhamento. 
A entrevista clínica (de ajuda) é muito diferente das de pesquisa ou 
seleção, por exemplo. Isto porque, nas entrevistas de pesquisa ou seleção, a 
entrevista é uma “ferramenta” que auxilia o psicólogo na obtenção do que precisa. 
Neste sentido, o pesquisador usa a entrevista para obter uma informação, o 
psicólogo da empresa usa a entrevista para selecionar a pessoa mais adequada para 
o cargo. Na entrevista clínica, o objetivo principal é auxiliar o cliente: ele está no 
centro, ele deve ser o foco de nossa atenção, não o cargo ou a pesquisa. 
 
1) DEFI�IÇÃO DE AJUDA: ajudar é um ato de capacitação. Assim, o 
entrevistador capacita (promove a capacidade) o entrevistado a reconhecer, sentir 
e escolher se deve mudar. Este ato exige “doação” (dedicação) por parte do 
entrevistador, uma vez que ele precisa dedica uma parte de seu tempo, de sua 
capacidade de ouvir e de entender, de seus conhecimentos e interesse. 
 
Para a entrevista clínica transcorrer de forma adequada, é necessário 
considerar alguns aspectos ou características do ambiente e do psicólogo que 
 2
podem influenciar o desenvolvimento da entrevista: os fatores externos e 
internos. 
2) FATORES EXTER�OS QUE PODEM I�FLUE�CIAR A 
E�TREVISTA: tais fatores correspondem a condições ambientais que podem 
interferir no transcorrer da entrevista e que, por isto, devem ser controladas. 
 
•••• A sala: não deve ser ameaçadora nem barulhenta. Evitar deixar à mostra 
fichas de outros clientes, anotações...Deve haver um lugar para que o psicólogo e o 
cliente fiquem sentados com conforto e, assim, possam focalizar um assunto. 
 
•••• Interrupções: chamadas telefônicas, batidas na porta e pessoas entrando na 
sala devem ser evitadas. As interrupções podem destruir, em segundos, aquilo que 
o psicólogo e o cliente vinham tentando elaborar em um tempo considerável. 
 
 
3) FATORES I�TER�OS: dizem respeito às características do psicólogo 
que podem interferir na entrevista clínica. 
 
•••• Desejo de ajudar: a motivação do psicólogo em ajudar o cliente é 
fundamental para que sejam estabelecidos o vínculo e uma relação de respeito e 
confiança. 
 
•••• Conhecer a si mesmo: quanto mais o psicólogo se conhece, melhor poderá 
entender, avaliar e controlar seu comportamento, assim como compreender e 
apreciar o comportamento dos outros. 
 
•••• Saber ouvir e absorver: o psicólogo não deve valorizar excessivamente a 
sua própria presença, permitindo que o cliente fale e ocupe seu espaço na terapia. 
 3
 
II - E�TREVISTA �A EMPRESA (DE SELEÇÃO) 
 
1) DEFI�IÇÃO: a entrevista de seleção é utilizada em empresas e 
instituições (hospitais, universidades...) com o objetivo de buscar a pessoa 
adequada para preencher um cargo. 
 
 
2) PROCEDIME�TO PARA REALIZAR UMA E�TREVISTA DE 
SELEÇÃO 
 
A) Anteriormente à realização do roteiro de perguntas a ser utilizado, é 
necessário: 
 
1o) Realizar a análise do cargo ⇒ consiste em definir: 
• O nome do cargo – Exemplo: estilista 
• Os objetivos do cargo – Exemplo: produção de desenhos finais que 
contenham dimensões, materiais e outros dados para o uso em uma fábrica de 
roupas. 
 
2o) Realizar a análise de atividades ⇒⇒⇒⇒ definir quais atividades deverão ser 
feitas para que se atinja os objetivos do cargo. Exemplo: fazer desenhos detalhados 
a partir de rascunhos ou esboços no computador, escolher tecidos apropriados, 
trabalhar com equipe de desenhistas e costureiros. 
 
3o) Especificar as habilidades e experiências necessárias para o cargo ⇒⇒⇒⇒ 
definir quais habilidades e que tipos de experiência o entrevistado deve possuir 
para um adequado desempenho no cargo. Exemplo: operar um computador, saber 
 4
expressar as idéias de forma clara e objetiva, ter experiência em desenhar roupas (o 
que pode ser comprovado na análise do currículo), conhecer tecidos. 
B) Após realizar as análises de cargo, de atividades e habilidades necessárias, 
é fundamental que seja elaborado um roteiro de perguntas. 
As perguntas devem ser formuladas sempre tendo em vista as análises 
mencionadas, de modo que não sejam obtidos dados inúteis, ou pior, que haja 
ausência de informações. 
• A análise antecipada do currículo também pode fornecer importantes dados 
para a entrevista. 
 
 
E�TREVISTA �A ESCOLA 
 
A entrevista realizada pelo psicólogo na escola ocorre em um contexto de 
diagnóstico psicopedagógico. Neste contexto, a escola (mais especificamente o 
professor) é o agente da demanda, ou seja, é ela, e não os pais, que percebe 
determinadas dificuldades dos alunos (problemas relacionados ao comportamento 
ou à aprendizagem, principalmente) e solicita os serviços do psicólogo. 
 
1) E�TREVISTA COM O PROFESSOR 
Antes de realizar a entrevista com o professor é importante que ele preencha 
uma folha de encaminhamento. 
 
•••• Folha de encaminhamento: deve ser preenchida pelo professor para que 
ele possa especificar o problema do aluno, exigindo dele uma atitude prévia de 
observação e de reflexão sobre o aluno. 
 
Exemplo de FOLHA DE ENCAMINHAMENTO: 
 5
 
 
Antes de iniciar o trabalho de compreensão da criança que nos foi 
encaminhada, precisamos da sua informação sobre os pontos indicados a 
seguir. Solicitamos que seja o mais explícito possível, já que toda esta 
informação é imprescindível para começarmos a trabalhar com esta criança. Se 
há outras informações que não são solicitadas nesta folha e que você considera 
pertinentes, favor anotá-las no verso desta folha. 
 
Data: 
Nome e sobrenome da criança: 
Data de nascimento: Idade: 
Escola: Série: 
Nome da professora: 
Desde que série freqüenta esta escola? 
Repetiu algum ano? Qual? 
O que mais o preocupa nesta criança neste momento? 
 
a) Detalhe os aspectos de relacionamento desta criança 
b) Aspectos de compreensão geral e raciocínio 
c) Área de aprendizagem específica 
 
 
 
•••• Características e objetivos da entrevista com o professor: 
 - O psicólogo deve estabelecer uma relação clara, funcional e positiva com o 
educador. A finalidade da entrevista (e do diagnóstico) é ajudar a criança dentro da 
aula, sendo que o professor desempenhará um papel muito importante na evolução 
positiva do aluno. 
 
 - Se houver mais de um professor responsável pela criança, é preciso 
delimitar o espaço de cada um. 
 
 - A partir dos dados da folha de encaminhamento, o psicólogo deve, na 
entrevista, obter o máximo de informações possíveis sobre a criança. Neste sentido 
deve ampliar as informações sobre: 
 6
 - os motivos do encaminhamento 
 - as dificuldades e possibilidades do aluno em relação ao grupo-aula 
(adaptação da criança à escola, aspectos de relacionamento, avaliação sobre as 
principais áreas do conhecimento) ⇒ É conveniente tentar vislumbrar os aspectos 
positivos da criança, bem como ajudar o professor a refletir sobre a forma como 
ele vivencia a problemática 
 
 - os pais (atitude dos pais perante a escola, se o professor tem falado ou não 
com os pais sobre a criança e qual a atitude dos pais) 
 
 
 - O psicólogo deve desvendar o que o professor tem feito até o momentodo 
encaminhamento para ajudar a criança. 
 
 
 
2) E�TREVISTA COM OS PAIS 
 
Diferentemente do psicodiagnóstico clínico em que os pais solicitam a 
colaboração do psicólogo para solucionar um problema do filho, na escola, os 
psicólogos chamam os pais para pedir a colaboração deles na resolução dos 
conflitos que estes pais podem até desconhecer. 
 
•••• Características e objetivos da entrevista com os pais: 
 - Na maioria dos casos, o pai e a mãe são convocados para a entrevista. 
 
 - A partir de determinada idade (por volta dos 14 anos), o próprio aluno pode 
ser chamado junto com os pais. 
 
 - Informar aos pais que, como psicólogos da escola do seu filho, estamos 
 7
tentando colaborar com o professor em determinados aspectos que o preocupam 
⇒⇒⇒⇒ Explicar qual “problema” vem preocupando a escola ⇒⇒⇒⇒ Perguntar o que eles 
sabem e pensam sobre o problema (sabiam dele?, acham que é grave?...). 
 
- Informar e explicar aos pais qual é a situação do seu filho na escola, tanto 
sobre os aspectos de rendimento escolar quanto sobre os aspectos de 
relacionamento e de comportamento. 
 
- Obter informações e dados sobre a situação familiar: membros da família, 
ocupações... ⇒⇒⇒⇒ Possibilita conhecer o funcionamento da família, o tipo de 
convivência, o papel da criança na família, exigências e expectativas da família em 
relação à criança. 
 
 
 - Solicitar a colaboração da família para poder entender melhor o que está 
ocorrendo ⇒⇒⇒⇒ Solicitar aos pais alguns dados sobre o desenvolvimento do aluno e 
descrições sobre: escolaridade, atividades extra-escolares, ocupações... 
 
 - Explicar à família o que foi feito pela escola, na tentativa de solucionar o 
problema. 
 
- Ouvir as explicações ou as questões dos pais. 
 
 - A família deve se sentir respeitada e valorizada, de modo que o psicólogo 
deve evitar atitudes onipotentes que ao levem em consideração as opiniões e as 
possibilidades de mudança da família. 
 
 - Definir, de forma conjunta, objetivos possíveis. 
 
 - Estabelecer o que será feito para tentar modificar a situação 
 8
(encaminhamento para terapia, proposta de tarefas que deverão ser feitas em casa, 
normas que os pais deverão manter... 
 
 
Referências 
Benjamim, A. (1986). A entrevista de ajuda. 4a ed, São Paulo: Martins 
Fontes. 
 
Weiss, D. (1992). Entrevista de seleção – como conduzi-la com êxito. São Paulo: Nobel. 
 
Bassedas, E. & cols. (1993). Intervenção educativa e diagnóstico 
psicopedagógico. Porto Alegre: Artes Médicas.

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