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Geometria horizontal: curvas circulares simples e de transição Apresentação Uma das funções das rodovias é manter o fluxo de veículos com conforto, segurança e a uma velocidade adequada. Para tanto, o seu projeto e a sua construção devem contemplar mudanças de direção compatíveis com a velocidade estabelecida pela classificação técnica. Dessa forma, a concordância entre duas tangentes deve ser feita por meio de um trecho em curva devidamente calculado. Em rodovias, nos projetos de concordância horizontal, os trechos retos com direções diferentes são suavizados por curvas por meio de duas técnicas distintas: curvas horizontais simples e curvas com transição em espiral. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver como o projeto de estrada é formado por uma sucessão de trechos retos e trechos curvos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os elementos e as diferenças entre curvas horizontais circulares simples e curvas horizontais com transição. • Projetar curvas horizontais circulares simples.• Calcular (e projetar) curvas horizontais com transição em espiral.• Infográfico Você sabia que, ao trafegar em tangente, deslocamo-nos em trecho de raio infinito? Esta passagem origina o surgimento brusco de uma força desestabilizadora da trajetória do veículo, que é a força centrífuga. Este fenômeno, inversamente proporcional ao raio da curva, não traz apenas insegurança, mas muito desconforto, ou seja, exatamente o contrário do que se busca ao projetar. A técnica da curva de transição faz uma variação gradativa do raio de valor infinito até o raio finito, e é obrigatória para combinações específicas entre raio de curva mínimo e velocidade diretriz, conforme determinação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). Confira no Infográfico a seguir! Conteúdo do livro No trecho da obra em questão, o autor aborda a caracterização dos elementos das curvas circulares, simples e com transição, escolha do raio, concordância, marcação das estacas, locação, etc. Atenção especial é dada às curvas de pequeno raio, pois necessitam de um incremento de inclinação na pista, o que formaria um degrau. Assim, para corrigir essa deficiência, manter a segurança e a fluidez do trânsito, são introduzidos ramos em espiral para transição da tangente para curva. Leia os tópicos do capítulo "Geometria horizontal - Curvas circulares simples e de transição". Inicie seus estudos no tópico "Geometria horizontal - Curvas circulares simples e de transição" seguindo até "Passo a passo para projeto". Boa leitura. Conteúdo: ESTRADAS André Luís Abitante Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 A148e Abitante, André Luís. Estradas / André Luís Abitante. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 245 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-094-8 1. Rodovias. 2. Vias urbanas. 3. Traçado de rodovias. I. Título. CDU 625.7 Revisão Técnica: Shanna Trichês Lucchesi Mestre em Engenharia de Produção (UFRGS). Professora do curso de Engenharia Civil (FSG). Iniciais_Estradas.indd 2 06/06/2017 11:17:14 Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car os elementos e as diferenças entre curvas horizontais cir- culares simples e curvas horizontais com transição. Projetar curvas horizontais circulares simples. Calcular (e projetar) curvas horizontais com transição em espiral. Introdução Uma das funções das rodovias é manter o fluxo de veículos com con- forto, segurança com velocidade adequada. Para tanto, o seu projeto e construção deve contemplar mudanças de direção compatíveis com a velocidade estabelecida pela classificação técnica. Dessa forma, a con- cordância entre duas tangentes deve ser feita por meio de um trecho em curva devidamente calculado. Em rodovias, nos projetos de concordância horizontal, os trechos retos com direções diferentes são suavizados por curvas através de duas técnicas distintas: curvas horizontais simples e curvas com transição em espiral. Resumidamente, todo projeto de estrada é formado por uma sucessão de trechos retos e trechos curvos. U3_C06_Estradas.indd 81 06/06/2017 11:27:39 Curvas horizontais circulares simples e curvas horizontais com transição Como você já sabe, o eixo de uma rodovia (em projeção horizontal) é consti- tuído por uma poligonal aberta, cujos alinhamentos são concordados em seus vértices por meio de curvas horizontais. Analisando-se em planta um projeto rodoviário, segundo Lee (2002), podemos observar: O projeto sempre compreenderá trechos retos e curvos que (tecnica- mente) são denominados, respectivamente, por tangentes (não se chama de “retas”) e curvas; O eixo da rodovia possui um ponto de origem e um sentido de percurso definidos, ou seja, as curvas horizontais podem ser curvas à direita ou à esquerda, conforme o sentido do seu desenvolvimento; No projeto dos elementos planimétricos, a exemplo dos procedimentos topográficos, as distâncias são sempre tomadas horizontalmente, sendo expressas em metros, com a precisão padronizada de 0,01 m. Estaqueamento Conforme Lee (2002), para caracterizar em projeto a geometria dos elementos que constituem a rodovia (tangentes e curvas), deve-se marcar pontos sucessivos ao longo do eixo, que servirão, inclusive, para fi ns de posterior materialização da rodovia em campo. Esses pontos são denominados de estacas, marcados a cada 20,0 m ou 50,0 m de distância, dependendo do nível de precisão que se desejar, a partir da origem do projeto, e numerados sequencialmente, processo conhecido como estaqueamento do eixo. Segundo Lee (2002), o ponto de origem constitui a estaca 0 (zero), geralmente representada por estaca zero = Ponto de Partida (0 = PP); os demais pontos, equidistantes de 20,00 m (ou 50,0 m), constituem as estacas inteiras, sendo denominadas por “estaca 1”, “estaca 2”, “estaca 3” assim sucessivamente. Qualquer ponto ao longo do eixo pode ser referenciado a esse estaqueamento, sendo nomeado pela estaca inteira imediatamente anterior à sua posição, acrescida da distância (em metros – precisão de 0,01 m) entre a estaca inteira e o ponto considerado. Ao longo das tangentes (trechos retos) a marcação e nomeação das estacas não apresenta dificuldade alguma. Nas curvaturas ocorre uma pequena perda de precisão, já que as distâncias são tomadas ao longo de segmentos retos (de Estradas 82 U3_C06_Estradas.indd 82 06/06/2017 11:27:39 uma estaca à outra) através de recursos comuns da topografia, mas na realidade tais comprimentos correspondem a arcos de curvas. Para referenciamento dos trechos curvos do eixo, o DNER (BRASIL, 1999) pede que se marque, além dos pontos correspondentes às estacas inteiras, pontos para estacas intermediárias, melhorando a precisão da caracteriza- ção. Conforme Lee (2002), o uso de estacas intermediárias é recomendado também nos casos de trechos retos em regiões muito acidentadas, onde haja necessidade de maior precisão, principalmente em função dos volumes de terraplenagem envolvidos. O projeto e a locação de curvas por estacas inteiras correspondem à mate- rialização de pontos por meio de cordas com 20,0 m. Para evitar erros signifi- cativos entre os comprimentos dessas cordas e seus arcos, o DNER (BRASIL, 1999) recomenda a caracterização (com cordas de 20,0 m) somente para curvas com raios superiores a 600,0 m. Trechos curvos com raios entre 100,0 m e 600,0 m, devem ser marcados com pontos distantes 10,0 m entre si. Nesses casos, são marcados (nos trechos curvos) os pontos correspondentes às estacas inteiras mais os pontos correspondentes às estacas fracionárias múltiplas de 10,0 m. Com raios de curva inferiores a 100,0 m, os comprimentos máximos de corda devem ser de 5,0 m, sendo caracterizados os pontos correspondentes às estacas inteiras e às estacas fracionáriasmúltiplas de 5,0 m. Segundo Lee (2002), outra forma de notação para referenciamento de pontos ao longo do eixo é a denominada notação quilométrica, cuja posição de um ponto é indicada pela sua distância à origem, número inteiro de quilômetros, acrescido da fração, em metros, com a precisão convencional de 0,01 m. Por exemplo, considerando que uma cabeceira de viaduto estivesse pro- jetada a 7.362,70 m de distância da origem. Pelo método convencional de estaqueamento, no projeto e locação da rodovia, a cabeceira localizar-se-ia na estaca “368 + 2,7 m”. Utilizando a notação quilométrica, a cabeceira estaria localizada no “km7 + 362,70 m”. Curvas circulares simples (horizontais) Segundo Pereira et al. (2001) chama-se comumente de curva circular, todas as curvas simples (segmento de circunferência) de um projeto geométrico (em planta) de rodovias e vias urbanas, tecnicamente denominadas de curva circular de concordância horizontal. As tangentes devem ser concordadas através de curvas, suavizando os traçados. Inicialmente, a escolha do raio mais adequado pode ser feita empiri- camente, com análise visual (tentativa e erro), por meio de programas computa- 83Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 83 06/06/2017 11:27:39 cionais ou com uso de gabaritos sobrepostos ao levantamento planialtimétrico, de tal forma que as curvas tangenciem os alinhamentos a concordar. Ao final, fazem-se as modificações de valores que os cálculos (fórmulas matemáticas e geométricas) determinarem, ou seja, o ajuste fino do raio, com base nas verificações técnicas segundo os requisitos de segurança e conforto. Elementos de uma curva circular O traçado de uma curva circular é feito no sentido crescente do estaqueamento, sendo os pontos e elementos defi nidos e codifi cados, conforme Pereira et al. (2001), ilustrados nas Figuras 1 e 2: Figura 1. Elementos de curva horizontal circular. Fonte: Pereira et al. (2001). PC = Ponto de Curva: é o ponto de contato entre o fim da tangente e o começo da curva circular. Ponto inicial da curva. PCD = Ponto de Curva à Direita: é o ponto de curva identificando que o desenvolvimento se dá à direita da tangente. PCE = Ponto de Curva à Esquerda: é o ponto de curva identificando que o desenvolvimento se dá à esquerda da tangente. PT = Ponto de Tangente: é o ponto de contato entre o fim da curva circular e o começo da tangente seguinte. Ponto final da curva. PCC = Ponto de Curva Composta: é o ponto de contato de duas curvas circulares de mesmo sentido, quando o fim de uma curva coincide com o início da curva seguinte (curvas em sequência). PCR = Ponto de Curva Reversa: é o ponto de contato de duas curvas circulares de sentidos opostos, quando o fim de uma curva coincide com o início da curva seguinte (curvas em sequência). Estradas 84 U3_C06_Estradas.indd 84 06/06/2017 11:27:40 PI = Ponto de Interseção: é o ponto onde se interceptam as tangentes que serão concordadas pela curva. Ø = Deflexão: é o ângulo formado pelo prolongamento de um alinha- mento e o alinhamento seguinte, com orientação do sentido direito ou esquerdo de medida. T = Tangentes Externas: são os segmentos retos das tangentes originais, compreendidos entre o PC e o PI ou também entre o PT e o PI. C = Corda: é a distância reta entre o PC e o PT. cb = corda base: é uma corda de comprimento pré-estabelecido, po- dendo ter 50 m, 20 m, 10 m ou 5 m dependendo do raio da curva, que corresponde a subdivisões iguais da curva, aproximando-se do arco. Na prática confundem-se corda base e arco correspondente. D = Desenvolvimento: é o comprimento do arco da curva de concor- dância, do ponto PC ao ponto PT, medido em função da corda base adotada e suas frações. E = Afastamento: é a distância entre o PI e a curva, medida sobre a reta que une o PI ao centro da curva. f = flecha: é a distância entre o ponto médio do arco de curva e a sua corda, medida sobre a reta que une o PI ao centro da curva; é a maior distância radial entre arco e corda. R = Raio da Curva: é a distância do centro da curva ao ponto PC ou PT. AC = Ângulo Central: é o ângulo formado pelos raios que passam pelos extremos do arco da curva, ou seja, pelos pontos PC e PT. ØC = deflexão da Corda: é o ângulo formado pelo primeiro alinha- mento reto e a corda da curva circular. Øcb = deflexão da corda base: é a deflexão da corda base adotada em relação à primeira tangente ou a qualquer tangente à curva, no ponto de início da corda; pode-se ter deflexão para corda base de 50 m, 20 m, 10 m ou 5 m conforme o caso. Øm = deflexão por metro: é a deflexão de uma corda de 1,00 m em relação à primeira ou qualquer outra tangente a curva, no ponto de início da corda. G = Grau da Curva: é o ângulo central formado pelos raios que passam pelos extremos da corda base adotada. 85Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 85 06/06/2017 11:27:40 Figura 2. Elementos de curva horizontal circular. Fonte: Pereira et al. (2001). Determinação dos elementos para projeto de curvas circulares Segundo Pereira et al. (2001) devemos usar as determinações a seguir. Deflexão e ângulo central Quando duas tangentes do eixo projetado coincidem com duas tangentes da exploração, não será preciso recalcular a defl exão, pois o ângulo já foi determinado e permanece o mesmo. Caso contrário, será necessário precisar o ângulo de defl exão, calculados pelos seguintes processos: Processo de coordenadas dos vértices: utiliza-se o processo descrito anteriormente, porém aplicado no sentido inverso, ou seja, no estudo do traçado tínhamos o ângulo (medido em campo na exploração) e queríamos desenhá-lo e agora temos o desenho e precisamos determinar o ângulo. Processo do seno: tendo-se duas tangentes, conforme apresentado na Figura 3, centrado em PI e raio qualquer, marca-se a interseção de um arco de circunferência com o prolongamento da primeira tangente e o segundo alinhamento, obtendo-se os pontos P e Q; mede-se a distância PQ (d) e a medida (a) de PI ao ponto P ou Q. O calculo é feito pela seguinte fórmula: Ø = 2 × arc.sen [(d / 2) / a] Estradas 86 U3_C06_Estradas.indd 86 06/06/2017 11:27:40 Definida a deflexão temos o ângulo central, pois AC = Ø, ou seja, tendo- -se duas retas convergentes e traçando-se duas normais a elas, os ângulos formados pelas duas retas e por suas normais são iguais. Grau e raio da curva Grau da curva (em graus): G = 2 × arc × sen [(cb/2) / R] Raio (em metros): R = (cb/2) / [(sen (G/2)] Deflexões Deflexão da corda (em graus): ØC = AC/2 Deflexão da corda base (em metros): ØCb = G/2 Deflexão por metro (em graus): Øm = G/(2 × cb) Outros elementos Tangentes externas (em metros): T = R × tg (AC/2) Afastamento (em metros): E = R × {[1/cos(AC/2)]–1} Figura 3. Processo do seno. Fonte: Pereira et al. (2001). 87Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 87 06/06/2017 11:27:40 Flecha (em metros): f = R × [1 − cos (AC/2)] Desenvolvimento (em metros): D = (π × R × AC)/180 Passo a passo para projeto Sequência para projeto de curvas circulares simples, proposto por Pereira et al. (2001): a) Determinação do raio – como citado anteriormente, utilizando-se de gabaritos ou, atualmente de programas de Desenho Auxiliado por Computador (CAD, Computer Aided Design), procura-se o raio de curva mais conveniente para concordar às tangentes consideradas, sempre tendo em vista a configuração do terreno, a visibilidade e o raio mínimo fixado pela classificação técnica da via. O manual do DNER (BRASIL, 1999) estabelece raios mínimos em função da classe da rodovia, do tipo de terreno e da superelevação máxima, que você verá em outro momento. b) Determinação do ângulo central – geometricamente, o ângulo central é igual a deflexão entre as tangentes da diretriz. (AC = Ø),calculada através do processo das Coordenadas dos Vértices ou processo do Seno. c) Cálculo dos demais elementos – a partir do grau da curva, do raio escolhido e do ângulo central, aplica-se as expressões correspondentes para determinação das deflexões (da corda, corda base e por metro), tangentes externas, desenvolvimento, afastamento e flecha. Estaqueamento da curva simples Conhecidos os principais elementos de todas as curvas do projeto, passa-se a defi nição das estacas dos PC e PT, fundamental tanto para fase de projeto quanto para a locação. Estas estacas são permanente referencial de localização dos pontos de trabalho. Como qualquer ponto de interesse na diretriz da rodovia, os pontos PC e PT podem ser calculados através da divisão da distância contínua relativa ao ponto de origem, de 50 m ou 20 m, conforme estaqueamento adotado e exemplo apresentado anteriormente. Estradas 88 U3_C06_Estradas.indd 88 06/06/2017 11:27:41 Os elementos básicos para o estaqueamento, segundo Pereira et al. (2001): distância entre O = PP e PI1, e entre PI consecutivos, obtidas da planta projetada; comprimento das tangentes externas; comprimento dos desenvolvimentos das curvas. Na prática geralmente faz-se a redução de todas as distâncias e compri- mentos em estacas correspondentes, facilitando os cálculos e a verificação de possíveis erros cometidos. Desenho Conhecemos a priori a posição do ponto PI, a partir do qual se marca, em escala conveniente, o comprimento da tangente externa, obtendo-se a posição dos pontos PC e PT, conforme apresentado na Figura 4. Pelos pontos PC e PT traçam-se perpendiculares às tangentes, sendo no encontro dessas o centro da curva. Com o centro (e raio), desenha-se o arco da curva de concordância, limitado pelos pontos PC e PT. Desenhadas todas as curvas, passa-se a marcação do estaqueamento. As estacas dos PC e dos PT calculadas servem de base para verificação da exatidão do estaqueamento. Figura 4. Desenho de curva circular simples. Fonte: Pereira et al. (2001). 89Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 89 06/06/2017 11:27:41 Conforme Pereira et al. (2001), marcadas todas as estacas inclusive dentro das curvas, passa-se a identificar a numeração correspondente, por convenção, O=PP a inicial, apenas o número 5 nas estacas múltiplas de 5 e, o número das estacas múltiplas de 10. Além dessas estacas, os PC e PT devem ser identi- ficados com estacas contendo a parte fracionária. Geralmente, a diretriz e a marcação do estaqueamento é desenha na cor vermelha, já os PI são marcados com cor preta. Finaliza-se apagando as tangentes externas e demais elementos auxiliares. A fase seguinte seria a de locação do traçado projetado, ou seja, a colocação de piquetes e sua implantação no campo. Curvas horizontais de transição Segundo Pereira et al. (2001) curva de transição é comumente a denominação das curvas compostas, formadas por um segmento de circunferência que intercala dois segmentos de outra curva pré-escolhida. Em um projeto geo- métrico de rodovias são tecnicamente denominadas de curva de transição de concordância horizontal. Um veículo ao entrar numa curva, fica sob efeito da força centrífuga (F), cuja intensidade é diretamente proporcional à massa do veículo (m) e ao quadrado da velocidade (v), e inversamente proporcional ao raio da curva (R): F = (m × v2) / R Tal força tende a desviar o veículo da trajetória que pretendia percorrer, jogando-o para fora da curva que, aliada à geometria da seção da pista de rolamento, por questões de drenagem, inclinada do centro para os bordos (entre 1 a 3%), pode originar duas situações extremamente perigosas: deslizamento (derrapagem) e tombamento (capotamento). Para atenuar ou eliminar este inconveniente, estabeleceu-se a formação de uma inclinação no bordo externo da pista, concordado com o bordo interno, que provoca uma força centrípeta de sentido contrário, equilibrando as forças; essa inclinação é denominada de superelevação e você verá em detalhes na sequência desta unidade. Estradas 90 U3_C06_Estradas.indd 90 06/06/2017 11:27:41 Figura 5. Forças atuantes sobre um veículo em trajetória curvilínea. Fonte: Manual do DNER (BRASIL, 1999). Observando a Figura 5, segundo Pereira et al. (2001), com a aplicação da superelevação (incremento da inclinação da pista) nas curvas circulares, teríamos a formação de um degrau na passagem da tangente para a curva (no PC), o que inviabilizaria a via. Uma elevação gradual e suave na inclinação dentro da curva circular também não seria possível, pois a força centrífuga passa a agir logo após o PC, com intensidade máxima e igual a exercida em todo o restante da curva. Para corrigir esse problema, Pereira et al. (2001) cita a introdução na En- genharia de Rodovias das curvas de transição, representadas pela criação de curvas intermediárias para concordar tangente e curva circular, em que a força centrífuga se desenvolve gradualmente, de seu valor nulo em tangente até atingir seu valor máximo no início da curva circular, acomodando a variação da superelevação em equilíbrio geométrico, dando fluência ótica e estabilidade à trajetória. As curvas de transição são arcos de raio variável, valor infinito na tangente até valor igual ao raio da própria curva circular; este ponto, onde os raios da curva de transição e circular são iguais, denominam-se ponto osculador. A aplicabilidade da curva de concordância de transição, segundo o DNIT, é limitada à adoção de raios pequenos, ou melhor, a combinações entre raios pequenos e velocidade diretriz da rodovia (veja Tabela 1). 91Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 91 06/06/2017 11:27:41 Fonte: DNER (BRASIL, 1999). V (Km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 R (m) 170 300 500 700 950 1200 1550 1900 2300 2800 Tabela 1. Valores dos raios acima dos quais é dispensadaque dispensam a curva de tran- sição. Muitas curvas matemáticas e de semelhante efeito prático podem adaptar-se ao conceito de curvas de transição. A radioide aos arcos, clotoide ou espiral de Cornu, de forma espiralada (diferentes das espirais de Arquimedes, logarítmica, hiperbólica, etc.), também conhecida como espiral de Van Leber (primeiro engenheiro holandês a usá-la em ferrovias) é a mais utilizada no Brasil e nos Estados Unidos. A radioide às cordas ou leminiscata de Bernouille, tem aplicação na Inglaterra e Itália, mesmo sendo de difícil locação. A parábola cúbica até tem seu uso previsto nas normas federais de ferrovias, mas por ser locada por coordenadas e não ter desenvolvimento suficiente para distribuir toda a superelevação, é pouco empregada. Formas de implantação da transição Para concordar um ramo de espiral entre a tangente e a curva circular, uma acomodação deve ocorrer para atender a nova confi guração, segundo Pereira et al. (2001), uma destas três maneiras, apresentadas na Figura 6: a) Raio conservado; b) Centro conservado; c) Raio e Centro conservados. Estradas 92 U3_C06_Estradas.indd 92 06/06/2017 11:27:42 No 1º caso (a) mantém-se a curva circular base, ou seja, o Raio é mantido constante recuando-se o centro da curva de forma a permitir a intercalação dos ramos da transição. No 2º caso (b) o Centro é mantido e o raio devidamente alterado, atingindo- -se o mesmo objetivo. O 3º caso (c) deve ser adotado somente em situações excepcionais (deflexões maiores que 130º, pêras e reversões), e consiste no deslocamento das tangentes paralelamente às posições originais, mantendo o Centro e o Raio. Aplica-se somente na existência de um ponto obrigatório de passagem situado sobre a curva original. Detalhamento da curva de transição (espiral de cornu) Baseado nas orientações de Pereira et al. (2001). Elementos da curva de transição Com seus elementos identifi cados no sentido crescente do estaqueamento, pode-se observar na Figura 7 que os dois ramos da espiral sãoexatamente iguais e simétricos, o que garante as mesmas condições de tráfego nos dois sentidos. PI = Ponto de interseção. É o ponto definido pelo cruzamento dos alinhamentos base (tangentes). I = Deflexão total da curva. É o ângulo formado pelo prolongamento de um alinhamento e o seguinte. TS = Ponto de curva (tangent/spiral). É o ponto onde termina a tangente, e tem início o primeiro ramo da espiral. Figura 6. Acomodação para introdução de espiral. Fonte: Pereira et al. (2001). 93Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 93 06/06/2017 11:27:42 SC = Ponto osculador (spiral/circle). É o ponto onde termina o primeiro ramo da espiral e inicia o tramo circular. CS = Ponto osculador (circle/spiral). É o ponto onde termina o tramo circular e começa o segundo ramo da espiral. Figura 7. Elementos da Curva de Transição. Fonte: Pereira et al. (2001). ST = Ponto de tangente (spiral/tangent). É o ponto onde termina o segundo ramo da espiral e tem continuidade o alinhamento seguinte. ρ = Raio da espiral. Corresponde ao raio variável em qualquer ponto da espiral, tendo valor máximo igual a infinito no TS ou ST e mínimo igual ao raio da curva circular no Sc ou CS. R = Raio da circular. Corresponde ao raio constante do tramo circular da curva. lc = Comprimento total da espiral. Corresponde ao comprimento de cada ramo da espiral, igual no início e final da curva de transição; distância em curva entre os pontos TS e SC e também entre CS e ST. l = Comprimento na espiral. Corresponde à distância medida na espiral, do ponto TS ou ST até um ponto qualquer interno a espiral. Sc = Ângulo central total da espiral. Corresponde ao ângulo central da espiral entre TS ou ST ao ponto osculador CS ou SC. S = Ângulo central da espiral. Corresponde ao ângulo central de um ponto qualquer da espiral. AC = Ângulo central da circular. É o ângulo central total do tramo circular. Estradas 94 U3_C06_Estradas.indd 94 06/06/2017 11:27:43 C = Corda total. Corresponde à distância medida no alinhamento retilíneo entre os pontos TS e SC. Comprimento da transição No ramo espiral da transição (lc) desenvolve-se toda a superelevação necessária à curva, logo, a defi nição do seu comprimento é função direta da grandeza do raio (da curva), da velocidade diretriz e da taxa de superelevação. Pereira et al. (2001), conceitua o comprimento da transição como o comprimento necessário para se percorrer a espiral em um tempo compatível com a assimilação da trajetória pelo veículo e pelo usuário. Comprimento mínimo – Baseado em experimentos do engenheiro Joseph Barnett, (Public Road Administration/USA), e em conformi- dade com as normas técnicas do DNIT, adota-se a chamada fórmula de Barnett. lcmin = (0,036 × V3) / R Onde: ■ lcmin = comprimento mínimo da espiral (metros); ■ V= Velocidade diretriz (Km/h); ■ R= Raio da curva circular projetada (metros). Comprimento normal – Analogamente, temos: lc = 6 × √R Onde: ■ lc = comprimento da espiral; ■ R= Raio da curva circular projetada (metros). Critério do DNIT – o Manual do DNER faz a verificação do compri- mento de transição mínimo em função da velocidade diretriz (V em km/h), do raio da curva circular (R, em metros) e da taxa de varação da aceleração radial (C, em m/s3). lcmin = (0,0214 × V3) / (R × C) Sendo: C = (- 0,009 × V) + 1,5 95Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 95 06/06/2017 11:27:43 Ângulo central da espiral Conforme apresentado na Figura 6, é possível uma variação de um ponto sobre o ramo da espiral da curva. Com a ajuda da matemática, podemos deduzir o valor do ângulo central correspondente, identifi cando duas situações, sendo uma para um ponto qualquer e outra, para o ponto osculador. Ângulo central da espiral Conforme apresentado na Figura 7, é possível uma variação de um ponto sobre o ramo da espiral da curva. Matematicamente falando, podemos deduzir o valor do ângulo central correspondente, identifi cando duas situações, sendo uma para um ponto qualquer e outra, para o ponto osculador. Ponto qualquer – O ângulo central (S) é definido pela aplicação da fórmula: S = l2 / (2 × R × lc) (radianos) Onde: ■ S = ângulo central da espiral, correspondente a um ponto qualquer da curva de transição, expresso em radianos. ■ l = comprimento entre o ponto TS e o ponto qualquer da transição (metros). ■ lc = comprimento total da transição, entre o ponto TS e o ponto SC (metros). ■ R = raio da curva circular projetada (metros). Ponto osculador – Em particular no ponto osculador o comprimento “l” será o comprimento total da transição “lc”, resultando a seguinte fórmula: Sc = lc / (2 × R) (radianos) Para transformação dos ângulos obtidos em radianos em minutos e, por consequência, em graus: ângulo (minutos) = ângulo (radianos) × 3.437,75 Sendo que 1° = x/180 rad Estradas 96 U3_C06_Estradas.indd 96 06/06/2017 11:27:43 A relação entre os ângulos centrais dos ramos espirais e ramo circular com a deflexão total da curva é definida pela expressão: I = (2 × Sc) + AC Coordenadas cartesianas de um ponto da espiral Conforme apresentado na Figura 7, comumente adota-se como referência o eixo “Y” coincidindo com o prolongamento da tangente e, a origem do sistema, coincidindo com o ponto TS ou ST. Dessa forma o eixo “X” coincide com o raio da espiral nos pontos TS ou ST. Ponto qualquer – As coordenadas de um ponto qualquer da transição serão definidas pelas seguintes expressões, com “S” em radianos: x = l . S 3 1 – S2 14 S4 440+ y = l 1 – S2 10 S4 216+ Ponto osculador – No caso do ponto osculador, valem todos os con- ceitos vistos até então, resultando as seguintes expressões, com “Sc” em radianos: xc = lc . Sc 3 1 – Sc2 14 Sc4 440+ yc = lc 1 – Sc2 10 Sc4 216+ Deflexões do ramo da espiral em relação à origem A defl exão de um ponto qualquer na espiral é o ângulo formado entre o prolon- gamento da tangente da diretriz e uma reta partindo do ponto referencial (TS ou ST) em direção a este ponto da espiral, conforme apresentado na Figura 8. 97Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 97 06/06/2017 11:27:44 Figura 8. Deflexões em relação à origem (TS ou ST). Fonte: Pereira et al. (2001). Ponto qualquer – A deflexão de um ponto qualquer sobre o ramo da espiral é definida pela seguinte expressão: i = (Sc/3) × (l/lc)2 Ponto osculador – Baseado na definição dada a um ponto qualquer e, considerando que no ponto osculador os valores de l e lc são iguais, temos: ic = (Sc/3) ou tg ic = (xc/yc) Cálculo de uma curva de transição Com base na Figura 9, que representa esquematicamente uma curva de tran- sição, podemos defi nir os elementos de cálculo. Figura 9. Elementos de calculo da curva de transição. Fonte: Pereira et al. (2001). Estradas 98 U3_C06_Estradas.indd 98 06/06/2017 11:27:44 Coordenadas cartesianas do PC e PT deslocado – Para possibilitar a inserção da curva de transição deve-se conhecer previamente o PC e PT deslocados da curva circular, por exemplo, na Figura 9, as posições que ocupariam se a curva circular fosse simplesmente recuada, mantendo as mesmas dimensões. Na Figura 9 o PC deslocado está representado pelo ponto G e é identificado através de suas coordenadas. q = yc – R × sem × Sc p = xc − R × (1 – cos × Sc) Coordenadas cartesianas do PC e PT originais – Corresponde às posições de PC e PT da curva circular simples que origina a curva de transição. Neste caso a abscissa é igual a zero, por estar no próprio eixo y, e a ordenada é dada pela fórmula: d = q + p × tg (I/2) Tangente externa total – Corresponde à distância entre o ponto PI e o ponto TS (ou ST); definida pela expressão: Ts = q + (R + p) × tg (I/2) Recuo da curva circular – É a distância medida no eixo de simetria da curva, entre a curva circular primitiva e deslocada, definida por: t= p / [cos (I/2)] Corda total da espiral – Corresponde a distância retilínea entre os pontos TS e SC ou também entre CS e ST. C = yc / cos ic Ordenada da espiral em frente ao PC/PT deslocado – O valor da abscissa xp da espiral em frente (no alinhamento) do PC ou PT deslocados é dado pela expressão: xp = p / 2 Tem como função o auxílio na definição gráfica da curva, constituindo um terceiro ponto a orientar o traçado da espiral com auxílio de uma curva francesa (instrumento de desenho técnico). Raio compatível com a deflexão Determinadas combinações entre defl exões pequenas, menores que 55º, e raios adotados para a curva, podem fazer o arco circular desaparecer entre os dois ramos da espiral, ou formar um “cotovelo” ou um cruzamento destes ramos, em vez de gerar a almejada concordância (PEREIRA et al., 2001). Para evitar sucessivas tentativas de correção, deve-se conferir se a defl exão medida (real) é maior que a defl exão calculada, através da expressão: 99Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 99 06/06/2017 11:27:44 Caso a Imed seja maior que a Icalc haverá compatibilidade entre raio e deflexão; do contrário (Imed menor que Icalc), deve ser alterado (aumentado) o valor do raio, pois a deflexão medida é inalterável. Passo a passo para projeto Pereira et al. (2001) sugere o estabelecimento da sequência adiante para defi - nição dos elementos de curvas circulares de transição: 1. Traçam-se as duas tangentes, representando sua interseção, devendo ser calculado o valor da deflexão através dos métodos indicados. 2. Escolhe-se um raio de curva circular mais conveniente. 3. Verifica-se a compatibilidade entre a deflexão (I) e o raio (R) adotado; faz-se o ajuste do raio aumentado seu valor quando necessário (cálculo do raio mínimo). 4. Determinado o raio (R) e o comprimento total da espiral (lc), deve-se calcular os demais elementos com o objetivo de conhecer o comprimento da tangente externa total (Ts). 5. Graficamente, com origem no ponto de interseção (PI) e raio igual a Ts, marcam-se os pontos extremos da espiral TS e ST. 6. Traça-se a bissetriz do ângulo entre os alinhamentos. 7. Marcam-se os pontos osculadores através das ordenadas xc e yc já calculadas. 8. Centrado nos pontos SC e CS, com círculo de mesmo raio, marca-se sobre a bissetriz traçada o centro deslocado da curva circular. 9. Com o mesmo raio e origem no centro marcada, traçamos a “nova” curva circular. 10. Com as coordenadas cartesianas “q” e “p/2”, marcam-se os pontos dos ramos da espiral localizados a frente do PC e PT deslocados. 11. Com o auxílio de “curvas francesas” (ou programas CAD), busca-se uma curva que mais suavemente concorde a tangente com a circular, passando pelos pontos demarcados, ou seja, pontos TS ou ST, pontos a frente do PC ou PT deslocados e pontos osculadores SC e CS. 12. Complementação do desenho com cuidados de acabamento e nomen- clatura adequados. Estradas 100 U3_C06_Estradas.indd 100 06/06/2017 11:27:45 13. Em caso de curvas sucessivas, garantir para que não haja sobreposi- cionamento entre elas, podendo coincidir o ponto final de uma curva e o ponto inicial da seguinte, o que denomina-se corriqueiramente de curvas coladas; conforme DNER (BRASIL, 1999) é desejável, quando possível, a existência de tangentes maiores que 300 m, entre curvas consecutivas, aceitando-se tangentes menores até o limite de 40 m. Tangentes menores que 40 m obrigatoriamente devem ser suprimidas e as curvas recalculadas, para que resulte em curvas coladas. 14. Faz-se o estaqueamento das curvas de transição, que segue exatamente a mesma orientação das curvas circulares simples, diferenciando-se apenas pelos pontos referenciáveis a serem adotados: TS, SC, CS e ST; cujas distâncias intermediárias serão: lc (comprimento total da espiral), D (desenvolvimento da curva circular) e novamente lc, respectivamente. 101Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 101 06/06/2017 11:27:45 1. Em um projeto de estrada, para concordar duas tangentes, foi escolhida uma curva horizontal com transição. A estaca que define o ponto de passagem do trecho em curva circular para o trecho de transição, caracterizado por uma espiral, denomina-se: a) CS. b) ST. c) TS. d) SC. e) AC. 2. Uma curva rodoviária circular simples possui raio equivalente a 260 m e ângulo central de 30º. Determine as suas tangentes externas. a) 69,70 m. b) 100,00 m. c) 85,25 m. d) 64,01 m e) 91,85 m. 3. O grau (G) de desenvolvimento de uma curva horizontal circular simples refere-se a (ao): a) O próprio comprimento de raio da curva. b) É a distância do centro da curva ao ponto PC ou PT. c) Um ângulo formado pelos raios que passam pelos extremos do arco da curva, ou seja, pelos pontos PC e PT. d) Um ângulo central formado pelos raios que passam nos extremos de uma corda predefinida. e) Um ângulo formado pelo primeiro alinhamento reto e a corda da curva circular. 4. Em determinado projeto, cuja velocidade diretriz é 70 km/h, optou-se por uma curva horizontal circular simples, com raio de 725 m. Sabendo que a deflexão entre as tangentes da diretriz é 35º , pode-se afirmar: a) A tangente externa é de 260 m. b) O desenvolvimento da curva é de 480 m. c) A flecha é de 45 m. d) O ângulo central da curva é 12º 30’. e) O ângulo central da curva é 35°. 5. O recuo da curva horizontal circular refere-se a (ao): a) À distância retilínea entre os pontos TS e SC ou também entre CS e ST. b) À distância entre o ponto PI e o ponto TS (ou ST). c) Ponto onde termina o segundo ramo da espiral e tem continuidade o alinhamento seguinte. d) À distância medida no eixo de simetria da curva, entre a curva circular primitiva e a deslocada. e) Ângulo central da espiral entre TS ou ST ao ponto osculador CS ou SC.. Estradas 102 U3_C06_Estradas.indd 102 06/06/2017 11:27:46 BRASIL. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Manual de projeto geomé- trico de rodovias rurais. Rio de Janeiro: DNER, 1999. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2017. PEREIRA, D. M. et al. Projeto geométrico de rodovias: planta. Curitiba: Diretório Acadêmico de Engenharia Civil, Universidade Federal do Paraná, 2001. LEE, H. S. Introdução ao projeto geométrico de rodovias. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2002. Leituras recomendadas AMERICAN ASSOCIATION OF STATE HIGHWAY AND TRANSPORTATION OFFICIALS. A policy on geometric design of highways and streets. Washington, DC: AASHTD, 2001. FONSECA, R. S. Elementos de desenho topográfico. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1973. KUSTER FILHO, W. Projeto geométrico. Curitiba: Diretório Acadêmico de Engenharia Civil, Universidade Federal do Paraná, 1993. PONTES FILHO, G. Estradas de rodagem: projeto geométrico. São Carlos, SP: Univer- sidade de São Paulo, 1998. 103Geometria horizontal – curvas circulares simples e de transição U3_C06_Estradas.indd 103 06/06/2017 11:27:46 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: Dica do professor Você sabia que, quando o alinhamento muda instantaneamente da tangente para uma curva circular, o motorista não consegue manter o veículo no centro da faixa, no início da curva? Para conseguir isso, seria necessário que ele mudasse imediatamente também a posição das rodas no exato momento da passagem pelo ponto de curva. Para um bom projeto, é fundamental que o profissional conheça a fundo as características dos tipos de curvas rodoviárias, desde a escolha do raio até a marcação dos pontos notáveis no formato de estacas, garantindo, assim, uma perfeita execução. Na Dica do professor, você vai ver o detalhamento completo das curvas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0a83b86b2322687c6656b2ef2e887a2bExercícios 1) Em um projeto de estrada, para concordar duas tangentes, foi escolhida uma curva horizontal com transição. Como se chama a estaca que define o ponto de passagem do trecho em curva circular para o trecho de transição, caracterizado por uma espiral? A) CS. B) ST. C) TS. D) SC. E) AC. 2) Uma curva rodoviária circular simples possui raio equivalente a 260 metros e ângulo central de 30º. Determine as suas tangentes externas. A) 69,70 m. B) 100,00 m. C) 85,25 m. D) 64,01 m. E) 91,85 m. 3) A que o grau (G) de desenvolvimento de uma curva horizontal circular simples se refere? A) Ao próprio comprimento de raio da curva. B) É a distância do centro da curva ao ponto PC ou PT. C) A um ângulo formado pelos raios que passam pelos extremos do arco da curva, ou seja, pelos pontos PC e PT. D) A um ângulo central formado pelos raios que passam nos extremos de uma corda predefinida. E) A um ângulo formado pelo primeiro alinhamento reto e a corda da curva circular. 4) Em determinado projeto, cuja velocidade diretriz é 70 km/h, optou-se por uma curva horizontal circular simples, com raio de 725 m. Sabendo que a deflexão entre as tangentes da diretriz é 35º, assinale a alternativa correta. A) A tangente externa é de 260 m. B) O desenvolvimento da curva é de 480 m. C) A flecha é de 45 m. D) O ângulo central da curva é 12º 30'. E) O ângulo central da curva é 35º. 5) A que se refere o recuo da curva horizontal circular? A) À distância retilínea entre os pontos TS e SC ou também entre CS e ST. B) À distância entre o ponto PI e o ponto TS (ou ST). C) Ponto onde termina o segundo ramo da espiral e tem continuidade o alinhamento seguinte. D) À distância medida no eixo de simetria da curva, entre a curva circular primitiva e a deslocada. E) Ao ângulo central da espiral entre TS ou ST ao ponto osculador CS ou SC. Na prática Os trechos da SC-390 e SC-480, rodovias que cortam a perigosa e mundialmente famosa Serra do Rio do Rastro, além de paisagens de tirar o fôlego, no trajeto entre Bom Jardim da Serra/SC e Lauro Müller/SC, por exemplo, em pouco mais de 8 km, possuem mais de 250 curvas e, muitas delas, com 180º e bastante fechadas. Não é à toa que o local ganhou tão espetacular fama. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Projetos rodoviários: curva horizontal simples Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Análise de curvas horizontais de rodovias, para melhoramento de projeto e operação, utilizando redes neurais artificiais Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. AutoCAD - Curvas horizontais de concordância Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.guiadaengenharia.com/curva-horizontal/ https://www.researchgate.net/profile/Eduardo_Ribeiro4/publication/266606223_ANALISE_DE_CURVAS_HORIZONTAIS_DE_RODOVIAS_PARA_MELHORAMENTO_DE_PROJETO_E_OPERACAO_UTILIZANDO_REDES_NEURAIS_ARTIFICIAIS/links/543d19680cf2c432f7424a71.pdf https://www.youtube.com/embed/tDDx3M448lE