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Prática_Jurídica_I

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ROTEIRO DE CURSO
2009.1
1ª edição
PRÁTICA JURÍDICA I
AUTOR: ThiAgO BOTTinO dO AmARAl
Sumário
Prática Jurídica I
I. InTRODUçãO ............................................................................................................................................................................. 03
II. BlOCO DE aUlaS ....................................................................................................................................................................... 07
 Bloco 1 – Estatuto e do Código de Ética da Advocacia .......................................................... 07
 Aulas 1 e 2. Código de Ética da Advocacia ................................................................................... 08
 Aulas 3 e 4. Estatuto da Advocacia ............................................................................................... 09
 Bloco 2. Direito Penal e Processual Penal .............................................................................. 11
 Aula 5. Prisão em flagrante e pedido de liberdade provisória ......................................................... 12
 Aula 6. Emendatio Libelli (adequação entre os fatos imputados e a classificação jurídica) e 
 julgamento antecipado do mérito em razão da atipicidade ...................................................... 23
 Aula 7. Alegações finais e sentença ............................................................................................... 37
 Aula 8. Soberania dos veredictos: Apelação de decisão do Tribunal do Júri ................................... 78
 Aula 9. Recurso Especial ............................................................................................................ 158
 Aula 10. Habeas Corpus .............................................................................................................. 199
 Bloco 3. Workshops profissionalizantes .............................................................................. 225
 Aulas 11 a 15. Workshops profissionalizantes ............................................................................... 225
3FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
I. InTRoDUção
A disciplina “Estágio 1” constitui a primeira etapa do ciclo de estágio reali-
zado no âmbito do Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) da FGV Direito Rio e é 
parte do currículo obrigatório para a conclusão do curso. Há duas modalidades 
de estágio desenvolvidas pelo NPJ:
•	 Oficinas	de	Prática	Jurídica: compreende atividades práticas, reais ou si-
muladas, desenvolvidas ao longo de quatro oficinas (Prática Jurídica I, II, 
III e IV) com carga horária de 45 horas/semestre, totalizando 180 horas.
•	 Clínicas	do	Escritório	Modelo: representa apenas as atividades práticas 
reais, igualmente distribuídas em quatro períodos, com carga horária de 
30 horas/semestre, totalizando 120 horas. 
O estágio realizado nas clínicas do Escritório Modelo da FGV constitui uma 
atividade opcional, destinada aos alunos que não pretendam cumprir essa carga 
horária em escritórios de advocacia, órgãos do Poder Judiciário, do Ministério 
Público e da Defensoria Pública ou em outras entidades credenciadas pela Or-
dem dos Advogados do Brasil. O Estágio Profissional é exigido para que o aluno 
possa habilitar-se para inscrição no quadro de estagiários da OAB, mas não é 
item curricular obrigatório.
As atividades realizadas nas clínicas buscam integrar o conhecimento constru-
ído pelo aluno ao longo dos três primeiros anos de sua formação a uma eficiente 
intervenção prática na realidade jurídica brasileira, sob a marca da inovação. 
Também é objetivo dessa disciplina tornar o estudante menos dependente 
dos escritórios de advocacia como único instrumento de formação profissional, 
fortalecendo sua independência na escolha de opções de carreira e sua capacida-
de de problematizar as situações nas quais estará imerso, observando, tanto para 
as praticas reais, quanto para as práticas simuladas, os seguintes critérios: (1) 
a não axiomatização de entendimentos; (2) o desenvolvimento de capacidades 
analíticas e práticas; (3) o estímulo ao engajamento do aluno, por meio da cria-
ção de situações conexas a realidade que o cerca.
Por sua vez, as oficinas de prática jurídica constituem componente curricular 
obrigatório indispensável à consolidação do desempenho profissional desejado 
para o aluno da FGV Direito Rio e exigido pela Ordem dos Advogados do Bra-
sil, Seção do Estado do Rio de Janeiro. 
Atualmente, a Resolução nº 138/99, do Conselho da OAB/RJ, e seu regu-
lamento, estabelecem algumas regras para a realização das atividades de estágio 
que serão observadas na oficina de prática jurídica. A primeira delas é o estudo 
obrigatório do Estatuto e do Código de Ética da Advocacia. A segunda regra 
é a atuação obrigatória nas áreas de Direito Penal, Civil (incluindo Direito de 
Família) e do Trabalho. 
4FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
Funcionamento das clínicas
As clínicas são centros de solução de problemas jurídicos complexos que fun-
cionam dentro do Escritório Modelo e desenvolvem projetos ligados a determi-
nadas áreas temáticas, divididas em dois grandes eixos: Advocacia Empresarial e 
Advocacia Pública e Poder Judiciário.
O desenvolvimento de atividades relacionadas à advocacia empresarial busca 
suprir a necessidade do mercado de contratar profissionais qualificados nessa 
área (atendendo à demanda dos departamentos jurídicos das empresas e dos 
escritórios de advocacia especializados em direito empresarial que hoje precisam 
investir no treinamento de seus próprios estagiários), mas também formar um 
profissional com perfil diferenciado, capaz de refletir criticamente sobre sua atu-
ação e promover mudanças importantes nas estruturas jurídicas necessárias ao 
desenvolvimento econômico nacional.
Por sua vez, a vertente de advocacia pública do NPJ terá como ênfase a inter-
venção qualificada no cenário jurídico nacional mediante a elaboração de peças 
processuais próprias à atuação nos temas sociais relevantes, explorando o mo-
vimento de constitucionalização de várias áreas do direito público e privado, o 
uso da argumentação jurídica na construção de teses inovadoras e o crescente 
protagonismo judicial no debate de políticas públicas.
Seja na área de especialização em direito empresarial, seja na especialização 
em advocacia pública e poder judiciário, o Escritório Modelo privilegiará o aten-
dimento de organizações, empresas e grupos ao invés do atendimento individual 
de pessoas carentes, como ocorre nos escritórios-modelo das faculdades de direi-
to do Estado do Rio de Janeiro.
As clínicas são oferecidas às terças ou quintas-feiras, no horário de 11h10min às 
12h50min. O aluno que quiser poderá participar de mais de uma clínica, mas nesse 
caso a participação na segunda clínica estará condicionada à existência de vagas.
Funcionamento das oFicinas de prática jurídica
As oficinas de prática jurídica são coordenadas por professores nas salas de 
aula e têm como objetivo a realização de atividades consideradas indispensáveis, 
necessárias à consolidação do desempenho profissional desejado para o aluno da 
FGV Direito Rio, como também aquelas consideradas necessárias à prática de 
advocacia pela Ordem dos Advogados do Brasil.
As oficinas são atividades obrigatórias para todos os alunos matriculados nos 
7º, 8º, 9º e 10º períodos, carga horária de 45 horas semestrais. Ao longo dos 
quatro semestres em que cursará as oficinas, o aluno será treinado na redação das 
peças processuais específicas das diferentes áreas do direito (como, por exemplo, 
Direito Penal, Direito Civil, incluindo Direito de Família, Direito do Trabalho, 
Direito Administrativo, Direito Empresarial e Direito Constitucional), com ên-
fase na aquisição de habilidade instrumental e técnica. 
5FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
Embora eminentementepráticas, essas atividades são realizadas de forma si-
mulada, a partir de casos fictícios ou casos reais já encerrados, bem como repro-
duzindo provas prático-profissionais da Ordem dos Advogados do Brasil.
Ainda no âmbito das oficinas são ministrados conteúdos relacionados às nor-
mativas que regulam a atividade advocatícia (Estatuto da OAB e Código de Éti-
ca da Advocacia), inclusive por meio de workshops profissionalizantes, enfocando 
temas ligados, a título exemplificativo, como gestão e gerenciamento profissio-
nal da carreira na advocacia (marketing jurídico); relacionamento profissional e 
comunicação em equipe (coaching); administração de escritório de advocacia e 
de departamento jurídico de empresas (lawyering); e, desenvolvimento de habi-
lidade argumentativa (public speaking). 
As oficinas são oferecidas às sextas-feiras, no horário de 09h20min às 
12h50min. 
avaliação
A nota final do aluno será resultado da média aritmética de duas notas. A pri-
meira nota será conferida ao aluno em razão de sua assiduidade e aproveitamen-
to nas atividades realizadas no âmbito das oficinas, devendo ser atribuído grau 
variando entre 0 (zero) e 10 (dez). Embora seja a primeira nota, o grau somente 
será conferido após a realização das atividades, ao final do semestre. A segunda 
nota será atribuída em razão de sua freqüência e aproveitamento nas atividades 
realizadas nas clínicas, devendo ser atribuído grau variando entre 0 (zero) e 10 
(dez). Ambas as notas serão conferidas ao final do semestre.
O aluno será considerado aprovado se obtiver nota final igual ou superior a 
6,0 (seis) na soma das avaliações e caso não obtenha a nota mínima para aprova-
ção o aluno será reprovado, não se aplicando as regras relativas à prova final.
Aplica-se, ainda, a mesma regra da dependência das disciplinas da graduação 
aos alunos que não alcançarem a nota mínima para aprovação, devendo o aluno 
desenvolver as atividades tanto no âmbito das oficinas como no das clínicas. Ou 
seja, além de repetir a elaboração das peças processuais, os alunos deverão par-
ticipar de duas clínicas, ao invés de uma. Nesse caso, o aluno deverá optar por 
uma clínica às terças-feiras e outra às quintas-feiras.
O aluno ainda deverá apresentar, obrigatoriamente, um relatório sobre sua 
participação nos workshops, sob pena de não ver seus trabalhos corrigidos
BiBliograFia
AMARAL, Thiago Bottino e SCHREIBER, Simone: Direito Processual Pe-
nal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
BARBOSA, Rui: O dever do advogado. Carta a Evaristo de Morais. 3ª ed. Rio 
de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2002.
6FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
MAMEDE, Gladston: A Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil. São 
Paulo: Atlas, 2003.
MESSA, Ana Flávia: Prática Penal para Exame da OAB. São Paulo: Atlas, 
2007.
NUCCI, Guilherme de Souza: Prática Forense Penal. São Paulo: RT, 2008.
SILVA, Antonio Carlos e SOUZA, Carla Renata Marvila de: Exame de Or-
dem em Estudo – Processo Penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
7FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
II. BloCo De AUlAs
Bloco 1 – Estatuto E do código dE Ética da advocacia
O primeiro bloco de aulas está voltado para a reflexão sobre o papel do ad-
vogado na realização da justiça e na sua relação com os poderes do Estado, com 
a sociedade, com os clientes e com outros advogados. Além da análise crítica 
do Estatuto e o Código de Ética da Advocacia, as primeiras aulas privilegiarão 
o debate com os representantes da Ordem dos Advogados do Brasil. Esse bloco 
de aulas será complementado com workshops profissionalizantes que trabalharão 
temas 
A abordagem desse tema será feita a partir da concepção de que a formação 
profissional do aluno compreende o estudo da estrutura jurídica concernente à 
própria advocacia, suas regras de conduta, direitos e deveres, sob a perspectiva da 
repercussão social da sua atuação profissional, a relevância desse múnus público 
na construção de um Estado Democrático de Direito e a relação do advogado 
com membros do Ministério Público e do Poder Judiciário.
8FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
AUlAs 1 e 2. CóDIgo De ÉTICA DA ADvoCACIA
introdução
O Código de Ética e Disciplina dos Advogados foi instituído pelo Conselho 
Federal da OAB com a finalidade de nortear a postura desses profissionais. Par-
tindo da concepção do advogado como personagem de natureza privada que de-
sempenha relevante múnus público. O conceito de múnus público significa que a 
relação entre o advogado e seu cliente ultrapassa a mera relação contratual privada 
e que a atuação do advogado representa um trabalho em benefício da sociedade.
Por essa razão, definiram-se os princípios que informam a consciência pro-
fissional do advogado e representam o balizamento de sua atuação em juízo e 
perante o Estado, na relação com clientes, com outros advogados e com a socie-
dade, tal como enumerados no preâmbulo do Código de Ética e Disciplina:
•	 Lutar sem receio pelo primado da Justiça; 
•	 Pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo 
com que esta seja interpretada com retidão, em perfeita sintonia com os 
fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum; 
•	 Ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos 
essenciais; proceder com lealdade e boa-fé em suas relações profissionais e 
em todos os atos do seu ofício; 
•	 Empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando ao 
constituinte o amparo do Direito, e proporcionando-lhe a realização prá-
tica de seus legítimos interesses;
•	 Comportar-se, nesse mister, com independência e altivez, defendendo 
com o mesmo denodo humildes e poderosos; 
•	 Exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas também 
com desprendimento, jamais permitindo que o anseio de ganho material 
sobreleve à finalidade social do seu trabalho; 
•	 Aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurí-
dica, de modo a tornar-se merecedor da confiança do cliente e da socieda-
de como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade pessoal; 
•	 Agir, em suma, com a dignidade das pessoas de bem e a correção dos 
profissionais que honram e engrandecem a sua classe.
temas para discussão
•	 Regras deontológicas que orientam a atuação do advogado.
•	 Regras sobre a relação entre advogado e cliente, o sigilo profissional e a 
cobrança de honorários profissionais.
•	 O Tribunal de Ética e Disciplina da OAB e o procedimento disciplinar.
9FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
AUlAs 3 e 4. esTATUTo DA ADvoCACIA
introdução
Ao dispor sobre a organização dos poderes do Estado Brasileiro (Título IV), 
a Constituição da República traça as diretrizes de funcionamento do Executivo, 
Legislativo e Judiciário nos Capítulos 1, 2 e 3, bem como enumera, no Capítulo 
4, as funções essenciais à justiça. É nesse Capítulo, ao lado do Ministério Públi-
co e da Advocacia Pública que o constituinte fez menção expressa ao advogado: 
“Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolá-
vel por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.
Constata-se que ao organizar o nosso Estado como Democrático de Direito, 
o constituinte brasileiro decidiu igualar a proteção dos interesses individuais 
(realizada por meio do advogado quando faz a defesa dos direitos dos cidadãos 
em juízo) à proteção dos interesses sociais, da defesa da ordem jurídica e do re-
gime democrático (que cabe ao Ministério Público promover) e à representação 
judicial da União (feita pela Advocacia Pública). A tarefa de defesa de interesses 
individuais em juízo representa verdadeiro múnus público, razão pela qual a 
advocacia privada é considerada indispensável à justiça. Trata-se, sem dúvida, de 
uma opção relacionada ao novo modelo pretendido para o país, bem como umreconhecimento ao papel desempenhado pela OAB durante a luta pela redemo-
cratização nos anos 70 e 80 do século XX. 
Seis anos após a promulgação da Constituição cidadã de 1988, o Congresso 
Nacional promulgou a Lei nº 8.906/1994, que dispõe sobre o Estatuto da Ad-
vocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil. Seguindo a diretriz estabelecida 
na Constituição, a Lei nº 8.906/94, estabelece que: “Art. 2º - O advogado é 
indispensável à administração da justiça. § 1º No seu ministério privado, o ad-
vogado presta serviço público e exerce função social. § 2º No processo judicial, 
o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao 
convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público”.
Como visto anteriormente, a defesa de interesses individuais em juízo é ex-
tremamente relevante para o equilíbrio da relação em sociedade. Com efeito, 
Todavia, a participação do advogado representa peça fundamental para o bom 
funcionamento da engrenagem chamada justiça. Ademais, esse múnus também 
decorre das defesas gratuitas realizadas por advogados quando nomeados por 
um juiz para representar pessoas indefesas ou desassistidas, bem como pela de-
fesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos 
direitos humanos, da justiça social, e pela exigência da aplicação das leis, da rá-
pida administração da justiça e do aperfeiçoamento da cultura e das instituições 
jurídicas, finalidades da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 44, inc. I, da Lei 
nº 8.906/94).
Por essa razão, o Estatuto da Advocacia prevê que: “Art. 6º - Não há hierar-
quia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério 
10FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. Pará-
grafo único. As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça 
devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível 
com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho”, bem 
como que: “Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor 
de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia. § 1º O 
advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em qualquer 
circunstância. § 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer 
autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exer-
cício da profissão”.
Por fim, para garantir o exercício desse múnus público, a Lei nº 8.906/94 
estabeleceu diversos direitos, verdadeiras prerrogativas profissionais, que permi-
tem ao advogado atuar sem temor em favor dos direitos de seus patrocinados, 
bem como vedou práticas incompatíveis com a dignidade da profissão, prevendo 
infrações disciplinares e suas respectivas sanções.
temas para discussão
•	 Direitos do advogado.
•	 Infrações disciplinares.
•	 Organização da Ordem dos Advogados do Brasil (atribuições do Conse-
lho Federal e das Seccionais da OAB).
•	 Constitucionalidade e oportunidade do Exame de Ordem.
11FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
Bloco 2. dirEito PEnal E ProcEssual PEnal
O segundo bloco de aulas será dedicado à elaboração de peças processuais 
relacionadas ao Direito Penal e Processual Penal. Cada aula terá como ponto de 
partida um caso concreto cuja análise implicará no estudo da legislação aplicável 
ao caso e na redação da peça processual adequada. Além dos elementos constan-
tes nos casos concretos, a apostila traz informações que deverão ser levadas em 
consideração por ocasião da elaboração do trabalho.
O uso de casos concretos que possuem ligação com situações cotidianas traz 
a realidade da aplicação do direito para dentro da sala de aula e estimula a par-
ticipação do aluno no processo de aprendizado, criando-se um ambiente de in-
teratividade entre aluno e professor e aprimorando sua capacidade de raciocínio 
lógico-jurídico. O objetivo dessa metodologia é habilitar o aluno a identificar 
problemas e resolvê-los de forma pragmática, sem deixar de se posicionar criti-
camente.
O espaço das oficinas está voltado para a formação técnica do aluno. Deve 
desenvolver nele as competências necessárias para atuação como profissional do 
direito, isto é, identificar qual peça processual é mais adequada para solucionar 
uma determinada hipótese fática e saber desenvolver os argumentos jurídicos 
pertinentes para atender a pretensão do cliente.
As competências que se pretende desenvolver no aluno nas oficinas de prática 
jurídica são: 1) capacidade de identificar o problema jurídico; 2) identificar o 
instrumento processual adequado para sana-lo; 3) redigir a peça processual per-
tinente; 4) consultar legislação e articular os argumentos jurídicos com apoio nos 
dispositivos legais e constitucionais; 5) elaborar um texto que indique conheci-
mento da técnica profissional e capacidade de interpretação e de exposição.
12FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
AUlA 5. PRIsão em flAgRAnTe e PeDIDo De lIBeRDADe PRovIsóRIA
A prisão que decorre de sentença condenatória transitada em julgado tem 
natureza de pena. A prisão imposta ao investigado ou ao réu, antes que seja con-
denado por sentença definitiva tem natureza cautelar. Em vista do princípio da 
presunção de inocência, toda prisão anterior à condenação definitiva deve estar 
pautada em elementos concretos que indiquem sua imprescindibilidade, bem 
como a presença de prova indiciária de que a pessoa atingida praticou a infração 
penal. 
A prisão em flagrante é cabível quando o agente é surpreendido no momento 
em que está cometendo a infração, ou logo após cometê-la, em circunstâncias 
que façam presumir ser ele o autor da infração (art. 302 CPP). A prisão em 
flagrante é a única hipótese em que alguém pode ser preso sem que haja deci-
são judicial prévia e fundamentada decretando a prisão. Assim, a Constituição 
determina que a prisão seja levada imediatamente ao conhecimento de um juiz, 
que a relaxará se for ilegal. 
Se a prisão for legal (se ficar constatada a situação de flagrante delito, se o 
auto for lavrado regularmente, se for assegurado ao preso a assistência de sua 
família, advogado ou defensor público, etc), o juiz deve examinar se estão pre-
sentes os requisitos que justificam a manutenção da prisão cautelar do preso. 
Após ouvir o Ministério Público, o juiz deve decidir fundamentadamente sobre 
a manutenção da prisão cautelar ou a concessão da liberdade provisória, com ou 
sem arbitramento de fiança (art. 310 e seu parágrafo único, CPP). Ou seja, a 
prisão cautelar tem que estar sempre motivada por circunstâncias concretas que 
indiquem a presença de seus pressupostos cautelares do periculum libertatis e do 
fumus boni iuris.
Ao analisar o auto de prisão em flagrante, o juiz pode decidir que não estão 
presentes os pressupostos que autorizam a decretação da prisão cautelar. Nesse 
caso, concederá liberdade provisória ao investigado. Trata-se de uma situação 
intermediária entre a prisão e a liberdade plena. O investigado ou acusado, no 
gozo de liberdade provisória, se compromete a comparecer a todos os atos do 
processo, sob pena de revogação e restabelecimento da prisão cautelar. A liberda-
de provisória pode ser concedida mediante recolhimento de fiança. 
dados relevantes para a elaBoração da peça processual
Bruno e Otávio têm 18 e 21 anos de idade, respectivamente, e estão presos 
na POLINTER por força da prisão em flagrante lavrada por policiais da 19a 
Delegacia Policial.
Inicialmente, verifica-se que houve violação ao art. 226 CPP, promovendo-
se “reconhecimento” em evidente prejuízo aos clientes. A vítima mencionou 
ter sido abordada tarde da noite (em local escuro) “por um grupo de seis a oito 
13FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
indivíduos” sem, entretanto, declinar qual teria sido, segundo sua versão, a parti-
cipação dos clientes. Ouseja, a vítima sequer sabia quantos o abordaram, quem 
o teria empurrado, quem teria subtraído seu dinheiro e quem teria “fugido” (a 
própria vítima admite que seu carro teria sido usado para fuga por jovens que 
não haviam participado da alegada subtração de seu dinheiro.
Assim sendo, o reconhecimento realizado em desacordo com a lei causa um 
prejuízo inexorável aos clientes, que foram postos frente a vítima logo após o 
fato, invalidando o pretendido ato reconhecimento.
In casu, ainda que admitíssemos, apenas para efeito de argumentação, que 
o viciado auto de prisão em flagrante pudesse emprestar aos fatos narrados na 
denúncia a fumaça do bom direito, não há nenhum elemento que indique a 
necessidade da prisão cautelar para a garantia da ordem pública, a conveniência 
da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei, estas as hipóteses ex-
pressas de forma taxativa e restritiva no art. 312 do CPP
Também é relevante mencionar que ambos os clientes possuem residência 
fixa, estudam, têm bons antecedentes, além de serem pessoas muito bem quis-
ta por colegas, amigos e familiares, como se pode observar das declarações em 
anexo, não havendo razão alguma para imaginar que haveria necessidade de 
decretação da medida preventiva.
critérios para elaBoração da peça processual
a) o tipo correto de peça processual; 
b) a destinação da peça (foro e juízo competentes); 
c) a indicação dos dispositivos legais aplicáveis; 
d) a indicação dos documentos, testemunhas e pedidos de diligências, quan-
do for o caso; 
e) a formulação do pedido correto; e
f ) o desenvolvimento da argumentação adequada ao caso.
14FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
anexo à aula 5
15FgV diREiTO RiO
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16FgV diREiTO RiO
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17FgV diREiTO RiO
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23FgV diREiTO RiO
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AUlA 6. EmEndatio liBElli (ADeqUAção enTRe os fATos ImPUTADos 
e A ClAssIfICAção JURÍDICA) e JUlgAmenTo AnTeCIPADo Do mÉRITo 
em RAzão DA ATIPICIDADe
O Código de Processo Penal autoriza que o juiz proceda à correção da clas-
sificação atribuída ao fato pelo Ministério Público na denúncia, dando enqua-
dramento jurídico diverso do original. Essa previsão está no art. 383 (emendatio 
libelli): “O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, 
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha 
de aplicar pena mais grave”.
Considerando que no caso os fatos todos imputados ao réu já estariam nar-
rados originariamente na denúncia, não há óbice para que o juiz desde logo 
determine a emenda da inicial, corrigindo a inadequada classificação. Afinal, o 
réu atua (traça sua estratégia de defesa) sob esta perspectiva (de que está sendo 
requerida sua condenação pelo crime do art. tal, com pena cominada de tanto a 
tanto) com as conseqüências daí decorrentes. 
Apenas o trânsito em julgado da sentença é capaz de concretizar a classifi-
cação jurídica dos fatos, sendo as qualificações anteriores apenas provisórias, 
podendo ser modificadas. Assim, a classificação realizada durante o inquérito 
policial, pelo delegado, é desprezada pelo representante do Ministério Público, 
se entender que a hipótese fática se amolda a outro tipo penal. Por sua vez, já 
vimos que o juiz também não fica preso àquela escolha do Parquet.
Um ponto de importância nessa discussão refere-se aos efeitos decorrentes da 
capitulação como, por exemplo, nos crimes que não admitem fiança, liberdade 
provisória, ou que permitem interceptação telefônica, etc. Embora o fato narra-
do na inicial devesse estar classificado como um tipo penal, preferiu o acusador 
enquadrá-lo em outro, advindo daí conseqüências mais gravosas para o acusa-
do. 
Determinados crimes admitem, em função das penas abstratamente comina-
das, a transação penal ou a suspensão condicional do processo, institutos pro-
cessuais que mitigam o princípio da obrigatoriedade da ação penal. Teríamos, 
aí, a possibilidade de ao final do processo criminal constatarmos que todo ele foi 
despiciendo, eis que deveria ter sido aplicada a transação penal ou a suspensão 
condicional do processo.
Outra questão pertinente ao caso em exame diz respeito aos elementos do 
tipo penal de falsidade. Todos os delitos de falsidade documental têm quatro 
elementos em seu tipo penal, a saber: 1) alteração da verdade sobre fato juridi-
camente relevante; 2) imitação da verdade; 3) potencialidade de dano; 4) dolo. 
Nelson Hungria definiu a falsidade documental como: “imitação ou deformação 
fraudulenta da verdade em um papel escrito, no sentido de conculcar uma re-
lação jurídica ou causar um prejuízo jurídico apreciável” (HUNGRIA, Nelson. 
Comentários ao Código Penal, Forense, 1959, 2ª ed, v.IX, p. 252).
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dados relevantes para a elaBoração da peça processual
Os clientes são engenheiros, sócios da empresa Engenharia e Construções 
Ltda. e foram denunciados pela prática do delito tipificado no art. 304, c/c art. 
297, na forma do art. 71, todos do Código Penal, consubstanciada na suposta 
conduta de uso de documento falso com intuito de fraudar procedimento licita-
tório realizado pelo Instituto Nacional de Tecnologia.
A licitação realizada pelo INT, no ano de 2000, tinha por objetivo contratar 
uma empresa de engenharia para prestação de serviços de manutenção das insta-
lações prediais da sede do Instituto. O critério da seleção era o “menor preço”.
Ao ser divulgada a vitória da empresa Engenharia e Construções Ltda, uma 
das empresas vencidas na licitação suscitou dúvidas sobre a veracidade de dois 
documentos apresentados pela empresa Engenharia e Construções Ltda. Ao in-
vestigar os fatos, a Comissão de Licitação descobriu que tais documentos não 
eram verdadeiros, o que gerou a instauração de inquérito e, posteriormente, o 
oferecimento da denúncia que originou a presente ação penal.
Ao cotejar a denúncia e os elementos coligidos durante a investigação, a de-
fesa técnica verificou haver elementos que conduzem ao reconhecimento da 
atipicidade do fato imputado, ou ainda, a mudança na capitulação e do rito 
procedimental, como se passa a demonstrar.
O edital de licitação exigia a apresentação de um “Atestado(s) de aptidão 
técnica expedido(s) por pessoa jurídica de direito público ou privado incluindo 
as características do objeto desta tomada de preços”. Embora bastasse um único 
documento, a empresa Engenharia e Construções Ltda. apresentou três: a) um 
atestado emitido pela Prefeitura de São Luiz do Maranhão; b) uma certidão de 
acervo técnico emitida pelo CREA-MG; c) uma certidão de acervo técnico emi-
tida pelo CREA-RJ.
Embora os dois primeiros documentos sejam materialmente falsos, tal falsi-
dade careceria de relevância jurídica. Como bastaria a apresentação de um docu-
mento para suprir a necessidade constante do edital, a certidão de acervo técnico 
emitida pelo CREA-RJ era suficiente para habilitar a empresa na licitação. 
Além de não serem juridicamente relevantes, os documentos em questão tam-
bém são atípicos porque não alteram a verdade. Embora sejam materialmente 
falsos, as informações ali contidas são verdadeiras. 
No caso do atestado falso emitido pela Prefeitura de São Luís do Maranhão, a 
empresa Engenharia e Construções Ltda. efetivamente realizou serviços técnicos 
de engenharia, ainda que na condição de sub-contratada da Construtora Centro 
Ltda., empresa detentora de contrato com aquela municipalidade (Doc. anexo). 
A realização dessa atividade foi inclusive averbada no CREA-MA (Doc. anexo).
Já no caso da certidão de acervo técnico emitido peloCREA-MG, verifica-se 
o mesmo. A certidão falsa corresponde a uma obra efetivamente realizada pela 
SM21 para a empresa “Cia Industrial de Aços” (Doc. anexo) como se vê da cer-
tidão verdadeira, expedida pelo CREA-MG (Doc. anexo), apresentada no curso 
do inquérito policial.
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critérios para elaBoração da peça processual
a) o tipo correto de peça processual; 
b) a destinação da peça (foro e juízo competentes); 
c) a indicação dos dispositivos legais aplicáveis; 
d) a indicação dos documentos, testemunhas e pedidos de diligências, quan-
do for o caso; 
e) a formulação do pedido correto; e
f ) o desenvolvimento da argumentação adequada ao caso.
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AUlA 7. AlegAções fInAIs e senTençA
Encerrada a fase instrutória, com eventual deferimento e realização das dili-
gências requeridas pelas partes na fase do art. 499, as partes devem apresentar 
suas alegações finais, petição em que vão analisar a matéria fática e de direito 
envolvida na lide e postular que o pedido seja julgado procedente ou impro-
cedente. As alegações finais do Ministério Público devem ser apresentadas em 
primeiro lugar. Após, as do assistente de acusação (se houver). A defesa sempre 
apresenta suas alegações após os demais, pois esse é o momento propício para 
que o advogado refute as alegações formuladas pela acusação. Alegações de defe-
sa excessivamente genéricas, sucintas e deficientes devem ser rejeitadas pelo juiz. 
O Ministério Público pode postular a absolvição do réu nas alegações finais (art. 
385 do CPP). Já o querelante não poderá fazê-lo, sob pena de perempção (art. 
60, III, CPP). 
A sentença é o ato através do qual o juiz julga o mérito da pretensão deduzida 
na denúncia. O juiz deve valorar as provas produzidas, examinar a matéria fática 
subjacente ao caso e as questões de direito pertinentes. O juiz tem o dever de 
se manifestar sobre todas as questões preliminares e de mérito, suscitadas pelas 
partes em suas alegações finais. A sentença que não contém motivação adequada 
e é omissa quanto a questões suscitadas é nula. O juiz deve se ater ao pedido 
formulado na denúncia, não podendo condenar o réu por fatos diversos dos que 
lhe foram imputados, ressalvada a aplicação dos arts. 383 e 384, já examinados 
anteriormente. 
A sentença deve conter: relatório (art. 381, I e II, CPP), motivação (381, III 
e IV), dispositivo (381, V), bem como data e assinatura (381, VI). As partes de-
vem ser intimadas da sentença, para que possam interpor os recursos cabíveis.
dados relevantes para a elaBoração da peça processual
O aluno dispõe do inteiro teor dos autos. A turma será dividida em grupos 
de três pessoas. Dentro de cada grupo, haverá um encarregado de elaborar as ale-
gações finais do Ministério Público, outro de elaborar a defesa e um responsável 
pela sentença. O trabalho será realizado em sala de aula, com 30 minutos para 
elaboração de cada peça. 
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AUlA 8. soBeRAnIA Dos veReDICTos: APelAção De DeCIsão 
Do TRIBUnAl Do JúRI
A instituição do júri no Brasil precede a própria independência do País, eis 
que criada por lei em julho de 1822, não tendo nunca sido abolida. Trata-se 
de feito incomum, considerando-se as oito Constituições que organizaram o 
Estado Brasileiro, além das incontáveis emendas constitucionais e mudanças le-
gislativas. 
Atualmente, a Constituição reserva ao Júri a competência expressa para o 
julgamento dos crimes dolosos contra a vida assegurando como contornos fun-
damentais a plenitude de defesa, o sigilo das votações e, principalmente, a sobe-
rania dos veredictos.
O tribunal de júri é composto por um juiz togado, que o preside, e por sete 
juízes leigos, pessoas do povo que não tem necessariamente formação jurídi-
ca. É um tribunal democrático, instituído como direito fundamental (art. 5o, 
XXXVIII, CF). A Constituição prevê que o Júri terá competência para julgar os 
crimes dolosos contra a vida, assegurando ainda: 1. a plenitude de defesa; 2. o 
sigilo das votações; 3. a soberania dos veredictos.
Os jurados decidem todos os aspectos da causa (se o réu cometeu o fato, se 
agiu sob uma excludente, quais foram os motivos e circunstâncias, se incidem 
agravantes ou atenuantes, etc), proferindo assim o veredicto. Caberá ao juiz to-
gado aplicar a pena, de acordo com a deliberação dos jurados. 
A soberania dos veredictos é entendida como oposta ao princípio geral de 
motivação e justificação jurídica das decisões judiciais, já que os jurados têm por 
guia apenas sua íntima convicção. Hélio Tornaghi (Instituições de Processo Penal 
– Vol. IV Rio de Janeiro: Forense, 1959) sustentava que as decisões dos jurados 
não são, nem devem ser, jurídicas, mas justas; por isso, fazem considerações de 
natureza ética, decidindo pelo conceito de eqüidade. 
Com a constitucionalização, sob a forma de garantia fundamental, da sobe-
rania dos veredictos, os argumentos de Tornaghi foram reavivados, sustentando-
se a inconstitucionalidade do art. 593, III, d, do Código de Processo Penal. 
Todavia, quando levada ao Supremo Tribunal Federal, ressalvada a posição do 
Ministro Marco Aurélio (que considera não recepcionado pela Constituição o 
art. 593, III, d, do CPP), decidiu-se pela manutenção no ordenamento jurídico 
da possibilidade de anulação do julgamento. 
Essa anulação, porém, sempre foi e continua sendo considerada uma exceção 
à regrageral da soberania, razão pela qual, ao longo dos anos, os tribunais têm 
balizado os estritos limites nos quais se admite a desconstituição da decisão do 
Tribunal Popular: se existem duas versões para os fatos e os jurados acolhem uma 
delas, não se pode falar em decisão manifestamente contrária à prova dos autos.
Diz-se assim que a sentença é subjetivamente complexa, competindo aos ju-
rados tomas as decisões e ao juiz togado aplicar a pena. A apelação da sentença 
na parte pertinente à deliberação dos jurados, se for provida pelo tribunal, en-
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sejará a anulação do julgamento anterior e convocação de um novo júri, pois os 
tribunais de 2o grau não podem modificar o veredicto dos jurados (princípio da 
soberania dos veredictos). Se a apelação ataca a forma como o juiz togado apli-
cou a pena, então o tribunal ad quem pode modificar a sentença, pois tal matéria 
não é pertinente à deliberação dos jurados.
dados relevantes para a elaBoração da peça processual
Em suas razões de apelação, o Ministério Público assinala que só pode ser 
anulada a decisão “aberrante”, “insustentável” e “evidentemente divorciada dos 
elementos de convicção que se reúnem no processo”. Afirma que esse é o caso 
dos autos.
No julgamento, os jurados responderam positivamente aos quesitos que ca-
racterizam a legítima defesa, razão pela qual Cristiano foi absolvido (art. 386, V, 
do CPP). Nessas contra-razões, a defesa técnica deverá demonstrar que a decisão 
dos jurados tem apoio em elementos dos autos. Um importante paralelo pode 
ser traçado com os dois primeiros quesitos, indagando se fora Cristiano quem 
efetuara os disparos e se estes causaram a morte da vítima. A autoria era con-
fessa e materialidade comprovada por laudo técnico. Assim, os quesitos foram 
respondidos afirmativamente por todos os jurados. Se tivessem negado a autoria 
ou a materialidade, aí sim haveria decisão manifestamente contrária à prova dos 
autos, já que não há qualquer divergência sobre esses fatos.
Porém, os depoimentos constantes dos autos são divergentes no que tange 
às circunstâncias em que os fatos ocorreram. Por isso, os quesitos seguintes, que 
tratavam da existência de uma agressão da vítima contra Cristiano, da injustiça, 
iminência e reação à agressão permitiriam a formação de teses contrárias plau-
síveis. 
critérios para elaBoração da peça processual
a) o tipo correto de peça processual; 
b) a destinação da peça (foro e juízo competentes); 
c) a indicação dos dispositivos legais aplicáveis; 
d) a indicação dos documentos, testemunhas e pedidos de diligências, quan-
do for o caso; 
e) a formulação do pedido correto; e
f ) o desenvolvimento da argumentação adequada ao caso.
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AUlA 9. ReCURso esPeCIAl
A possibilidade de que uma decisão judicial seja revista por um órgão diferen-
te daquele que proferiu a primeira decisão – chamado princípio do duplo grau 
de jurisdição – constitui uma garantia dos cidadãos brasileiros, constante da 
Convenção Americana de Direitos Humanos (art. 8º, II, “h”). Na Constituição 
não há dispositivo específico que trate do direito ao recursos, o que leva muitos 
autores a considerá-lo como regra implícita contida no direito ao devido proces-
so legal. O conceito de duplo grau está relacionado à possibilidade de que um 
órgão (normalmente, os tribunais de justiça ou regionais federais) reexamine as 
decisões de outro (as varas de 1° grau) no que diz respeito à avaliação dos fatos 
e do direito. Há recursos, porém, em que a análise dos fatos é vedada ao órgão 
revisor. São os casos dos recursos de índole extraordinária para os tribunais supe-
riores (STJ e STF). Por fim, há recursos que são interpostos para órgãos distintos 
do mesmo tribunal, como ocorre nos embargos de divergência e de nulidade.
Antes mesmo de avaliar o mérito (conteúdo) do recurso, é preciso verificar se 
foram preenchidas as condições para o exercício desse direito. O ato de verificar 
se estão satisfeitas as condições impostas pela lei para que o órgão possa apreciar 
o conteúdo da postulação chama-se exame de admissibilidade do recurso. Um 
exemplo dequestão atinente à admissibilidade do recurso é a tempestividade da 
interposição, ou seja, se o recurso foi interposto no prazo fixado em lei. No Juízo 
de admissibilidade, julga-se a postulação admissível ou inadmissível (também 
se utilizam os termos conhecer ou não conhecer o recurso). No juízo de méri-
to, é analisado o conteúdo do recurso, seus fundamentos jurídicos; nesse caso, 
decide-se se o recurso é procedente ou improcedente.
A questão referente à admissibilidade é sempre e necessariamente preliminar 
à questão de mérito. A apreciação desta fica excluída, se àquela se responde em 
sentido negativo. Se a admissibilidade é negada pelo órgão ad quem, diz-se que ele 
não conhece do recurso; no caso contrário, que ele conhece do recurso. No mérito, 
o órgão ad quem poderá dar provimento ao recurso, ou negar-lhe provimento. 
Em princípio, o órgão perante o qual se interpõe o recurso (órgão a quo) 
tem competência para verificar-lhe a admissibilidade, mas não para apreciar-lhe 
o mérito, salvo disposição em contrário. Já o órgão ao qual se dirige o recurso 
(órgão ad quem) sempre terá competência para examinar a admissibilidade e o 
mérito. O juízo de admissibilidade proferido pelo órgão de interposição, se po-
sitivo, tem como efeito abrir ao recorrente a via de acesso ao órgão ad quem; se 
negativo, o de trancar-lhe essa via. Ressalve-se a possibilidade, que se enseja ao 
recorrente, de interpor, para o órgão a que competiria o julgamento do recurso 
denegado, outro recurso, ou remédio análogo, contra a decisão que, no grau 
inferior, lhe barra a via recursal. 
São os seguintes os pressupostos do direito de recorrer: tempestividade; legiti-
midade; interesse; cabimento, tipicidade ou previsão legal; regularidade formal; 
e, ausência de fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer. 
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Todos os recursos admissíveis produzem um efeito constante e comum - obs-
tar, uma vez interpostos, ao trânsito em julgado da decisão impugnada. Ao lado 
dele, dois são os efeitos em geral mencionados como produzíveis pela interposi-
ção de recurso: o suspensivo (impede a produção imediata dos efeitos da decisão) 
e o devolutivo (transfere ao órgão ad quem o conhecimento da matéria julgada 
em grau inferior de jurisdição). A devolução pode ser total ou parcial, consoante 
se peça o reexame em relação a todo o julgado ou apenas em relação à parte dele, 
segundo o princípio do tantum devolutum quantum appellatum, ressalvada, em 
matéria criminal, a proibição da reformatio in pejus.
O Recurso Especial tem previsão constitucional, na competência do Superior 
Tribunal de Justiça (art. 105, III, “a”, “b” e “c” da CF). Esse recurso não compor-
ta efeito suspensivo (apenas o devolutivo). Não obstante, é possível a ajuizamen-
to de ações cautelares para que se dê efeito suspensivo ao recurso.
Atualmente, o procedimento de interposição, processo e julgamento dos re-
cursos de índole extraordinária (Recursos Especial e Extraordinário) está dis-
posto na Lei nº 8.038/90, sendo importante destacar a existência de diversos 
pressupostos específicos necessários para que se possa interpor esse recurso.
O Recurso Especial é interposto em face das decisões dos Tribunais Regionais 
Federais ou dos Tribunais de Justiça dos Estados sempre que houver contrarieda-
de à lei federal, com a finalidade de uniformizar a aplicação da legislação federal 
infraconstitucional.
dados relevantes para a elaBoração da peça processual
Os fatos que ensejaram a ação penal privada que foi trancada pelo acór-
dão objeto de recurso dizem respeito à violação de direito autoral de progra-
ma de computador, crime tipificado no § 1º do art. 12 da chamada Lei de 
Software (Lei nº 9.609/98). A Querelante, Informática Ltda., é a titular dos 
direitos de autor sobre o software conhecido como SAL. Este programa é 
responsável pelo gerenciamento do atendimento a clientes, permitindo uma 
maior eficácia na organização de filas e no auto-atendimento, além de outras 
vantagens. 
O programa foi desenvolvido por um dos sócios da Informática Ltda., o 
Sr. Jorge, e por ele cedido a esta empresa. A titularidade do SAL por parte da 
Querelante pode ser comprovada através do certificado expedido pelo Instituto 
Nacional da Propriedade Industrial sob o n. 123456789.
O “software” SAL é de exclusiva produção e distribuição da Querelante. Ao 
longo do tempo, este programa vem ganhando peso no mercado de telecomuni-
cações, sendo licenciado para diversas empresas de telefonia. A empresa Max SA 
foi uma das que mostraram grande interesse pelo programa.
Ao iniciar suas atividades no estado de Minas Gerais, a Querelante forneceu 
uma cópia do software para a empresa Max SA a fim de que esta pudesse treinar 
seu pessoal e testar a eficiência e aplicabilidade do programa. 
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As empresas fizeram todos os ajustes iniciais necessários ao posterior licen-
ciamento. Acertaram descontos sobre as cópias já instaladas e combinaram o 
licenciamento de programas para novas lojas, padronizando o sistema em todas 
as filiais da demandada.
Confiante na resolução de todas as pendências contratuais e acreditando no 
rápido desfecho das negociações a Querelante custou a suspeitar que a demora 
no licenciamento tinha como real objetivo o “pirateamento” da cópia do sof-
tware.
Depois de certo tempo de paralisação das negociações, empregados da Max 
SA promoveram, juntamente com empregados da Center SA, a instalação de 
software idêntico ao SAL, programa claramente desenvolvido a partir da cópia 
de demonstração do SAL, que se encontrava em poder da Max SA. 
Verificou-se que o software adotado pela Max SA e o SAL eram extremamen-
te semelhantes em seu aspecto externo e no processo de funcionamento. Diante 
de tais evidências, o d. Juiz da 13a Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte 
deferiu o pedido formulado pela empresa Informática Ltda., determinando a 
vistoria, busca e apreensão e realização de perícia, sendo certo que as peças do 
processo em tramitação na 13a Vara Cível integraram a ação penal privada (cujo 
andamento foi trancado pelo acórdão recorrido), como integram também o pre-
sente recurso.
O laudo pericial comprovando o pirateamento foi homologado por despacho 
prolatado em 02 de junho de 1999. A partir daí, restou identificada e induvidosa 
a prática do crime previsto no art. 12, § 1º da Lei 9.609, de 19 de fevereiro de 
1998.
A lei estatui que o prazo decadencial para a propositura da ação penal pri-
vada é de seis meses, contados a partir da data em que se tem conhecimento da 
autoria do crime. Imperioso, assim, saber, em que momento a Querelante teve 
ciência da realização do crime por parte dos então Querelados. O objetivo do 
recurso especial é sustentar a tese de que somente após a realização do laudo peri-
cial — prova técnica exigida em lei específica —, ficou caracterizada a existência 
do crime de pirataria e, subsidiariamente, a sua autoria.
critérios para elaBoração da peça processual
a) o tipo correto de peça processual; 
b) a destinação da peça (foro e juízo competentes); 
c) a indicação dos dispositivos legais aplicáveis; 
d) a demonstração de preenchimento dos pressupostos do direito de recorrer; 
e) a formulação do pedido correto; e
f ) o desenvolvimento da argumentação adequada ao caso.
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AUlA 10. HaBEas corPus
Habeas corpus é o procedimento jurídico através do qual se obtém a tutela, 
de maneira imediata, do direito de liberdade de locomoção do indivíduo. Por 
liberdade de locomoção entende-se o direito de ir, vir e ficar, ou seja, não sofrer 
restrições, salvo nos casos previstos em lei (CF, art. 5°, LXI a LVIII). A liber-
dade física é o principal objeto de tutela do habeas corpus. Esta liberdade pode 
estar ameaçada por diversos motivos, que vão desde a prisão propriamente dita 
(flagrante ilegal, preventiva sem fundamento, decorrente de pronúncia ou da 
capitulação, progressão de regime, etc.), passando pela existência de um processo 
criminal (inépcia da denúncia, prova ilícita, cerceamento de defesa, extinção da 
punibilidade, etc.) e podendo até mesmo ser configurado na existência de um 
inquérito criminal. A origem histórica do Habeas corpus é motivo de divergência 
entre os autores, uns apontando o direito romano e outro o direito anglo-saxão 
(inglês). 
Em que pese o estar disciplinado no livro de recursos do Código de Processo 
Penal, o habeas corpus é considerado uma ação autônoma. Os recursos pressu-
põem um processo anterior e uma decisão a ser impugnada neste mesmo pro-
cesso. Já o habeas corpus pode ser impetrado mesmo sem que exista um processo 
(v.g., constrangimento imposto por autoridade administrativa, por delegado de 
polícia em inquérito policial etc.). Outra diferença é que o habeas corpus pode 
atacar inclusive decisões transitadas em julgado, além de não estar sujeito a pra-
zos, algo que os recursos não se prestam a fazer.
A doutrina entende que o habeas corpus é uma ação de conhecimento por-
quanto compreende a cognição completa sobre a legalidade, ou não, da restrição 
ao direito de locomoção, que pode objetivar provimentos declaratórios (como é 
o caso na extinção da punibilidade), constitutivos (quando se tratar de pedido de 
anulação de sentença transitada), condenatórios (quando se condena a autorida-
de coatora nas custas do processo), além do inegável caráter mandamental (pois 
a concessão da ordem impõe seu imediato cumprimento, sem que a execução do 
julgado seja postergada).
Como toda ação, o habeas corpus deve preencher os requisitos para seu conhe-
cimento pelo poder judiciário, quais sejam: legitimidade ad causam, possibilida-
de jurídica do pedido e interesse de agir.
A legitimidade ativa pode ser definida, a grosso modo, como sendo a ti-
tularidade do direito que será reclamado em juízo. Reza o art. 6º do Código 
de Processo Civil: “Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, 
salvo quando autorizado por lei”. Contudo, como dito anteriormente, o habeas 
corpus é uma ação que tem caráter popular, fugindo à regra da legitimação ativa. 
Qualquer do povo poderá pleitear em juízo a proteção ao direito à liberdade de 
outra pessoa. 
Outra importante característica da ação de habeas corpus é a possibilidade de 
que a pretensão seja deduzida em juízo diretamente, sem a necessidade de que o 
201FgV diREiTO RiO
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impetrante seja bacharel em direito. Em outras palavras, dispensa-se a exigência 
da capacidade postulatória, permitindo o acesso direito à prestação jurisdicional. 
O Ministério Público também possui legitimidade para a impetração de habeas 
corpus, eis que zela pela justa aplicação da lei. Todavia, as mesmas restrições que 
se apontou acima também se aplicam ao Ministério Público, que carece de in-
teresse na impetração caso o titular do direito à liberdade venha a se manifestar 
contrariamente à ação do Parquet.
A segunda condição da ação, denominada interesse de agir, significa que o 
habeas corpus deve ser a medida necessária para se obter o provimento desejado. 
Assim, deve estar jogo a liberdade de locomoção individual, ainda que de forma 
remota, que torne necessária a utilização do writ. O critério, todavia, não pode 
se revestir de extremado rigor. Mesmo quando o habeas corpus não se revelar com 
instrumento adequado para fazer sanar alguma ilegalidade, mas ela puder ser 
aferida, cumprirá ao juiz conceder a ordem de ofício. 
O respeito à forma, embora represente uma garantia para o indivíduo, deve 
sujeitar-se aos reclamos da razoabilidade e da Justiça não podendo constituir 
óbice para a efetivação dos direitos dos indivíduos. Nesse diapasão, a jurispru-
dência majoritária conhece dos pedidos de habeas corpus mesmo quando esteja 
pendente apelação ou outro recurso interposto de decisão judicial.
Outra hipótese que ressalta a magnitude do remédio heróico é sua utilização 
após o transito em julgado da sentença condenatória. Verificada uma nulidade 
absoluta no processo, mesmo com condenação passada em julgado, admite-se 
a impetração de habeas corpus ao invés da pertinente ação de revisão criminal, 
como se manifestou o Supremo Tribunal Federal (RTJ 106/94). 
A última condição da ação é a possibilidade jurídica do pedido, que se enten-
de como sendo as hipóteses em que a liberdade de locomoção é possível de ser 
assegurada pelo Estado. Casos em que o pedido é impossível, ou não possui pro-
teção estatal, deverão obstar o julgamento do pedido pela falta deste requisito. 
A inicial do habeas corpus precisa conter minimamente os elementos essen-
ciais para que se possa avaliar a existência de constrangimento ilegal, tais como 
o nome de quem sofre e o de quem causa a coação e qual a atitude que confi-
gura essa coação. Em qualquer caso, se algum juiz constatar, em qualquer cir-
cunstância a existência de coação ilegal, poderá conceder uma ordem de habeas 
corpus independentemente de provocação. Embora não haja previsão específica 
em lei, é muito comum que se faça um pedido de concessão de medida liminar 
na ação de habeas corpus. Nesse caso, antecipa-se a tutela jurisdicional nos casos 
em que estejam presentes os requisitos cautelares (fumus boni juris e periculum 
in mora).
A ação de habeas corpus possui o seguinte rito específico, disciplinado no Có-
digo de Processo Penal: a) recebida a inicial, o juiz poderá determinar que o pre-
so lhe seja apresentado; b) após, requisitará informações àquele apontado como 
coator (é possível dispensar tais informações, a critério do julgador); c) com as 
informações ou sem elas, os autos seguirão ao Ministério Público para que se 
manifeste (essa manifestação pode ser oral, no momento do julgamento); d) o 
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habeas corpus será julgado na primeira sessão de julgamento. Uma característica 
interessante é que nos casos em que houver empate na votação (quando se tratar 
de órgãoscolegiados) prevalecerá a decisão mais favorável ao Paciente.
Além dessas regras básicas, os regimentos internos dos tribunais podem criar 
normas aplicáveis aos seus processos. Um exemplo é o Regimento Interno do 
Tribunal Regional Federal da 2a Região, que estabeleceu a obrigatoriedade de 
intimação do advogado para a sessão de julgamento, caso tenha feito esse pedido 
na inicial.
O habeas corpus julgado em primeira instância está sujeito a recurso neces-
sário para o tribunal (art. 574, I, CPP), caso concedido, e a recurso em sentido 
estrito (art. 581, CPP), caso concedido ou negado. Além dos recursos mencio-
nados no CPP, a Constituição também prevê a possibilidade de impetração de 
habeas corpus diretamente nos tribunais em razão de coação ilegal praticada por 
determinadas pessoas ou órgãos, bem como outros recursos de habeas corpus. 
Tais disposições estão nos artigos 102, 105, 108 e 114, da Constituição.
dados relevantes para a elaBoração da peça processual
Elaborar um Habeas Corpus para desconstituir o decreto de prisão preventiva 
proferido pelo juiz de 1º grau. O aluno só deverá levar em consideração os fatos 
constantes da inicial. O objetivo é desconstituir a prisão preventiva decretada 
contestando a fundamentação jurídica do decreto de prisão a partir dos seguin-
tes eixos: 1) inexistência de ameaça à garantia da ordem pública: o aluno deverá 
abordar a questão da influência da mídia na decisão judicial (ordem pública x 
clamor público); 2) inconstitucionalidade da prisão cautelar fundamentada na 
gravidade do crime (presunção de inocência x punição antecipada); 3) inexis-
tência de risco para aplicação da lei penal: o aluno deverá abordar a conduta dos 
acusados de não se eximir da aplicação da lei penal (sem tentativa de fuga, apre-
sentação espontânea); 4) inexistência de risco para a conveniência da instrução 
criminal: abordar o comportamento dos acusados em relação à instrução crimi-
nal; 5) impossibilidade de decretação da prisão para preservar a credibilidade das 
instituições públicas. 
critérios para elaBoração da peça processual
a) o tipo correto de peça processual; 
b) a destinação da peça (foro e juízo competentes, ver prevenção); 
c) a indicação dos dispositivos legais aplicáveis; 
d) a indicação dos documentos, testemunhas e pedidos de diligências, quan-
do for o caso; 
e) a formulação do pedido correto; e
f ) o desenvolvimento da argumentação adequada ao caso.
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Bloco 3. WorksHoPs ProfissionalizantEs
AUlAs 11 A 15. WorksHoPs PRofIssIonAlIzAnTes
introdução
A proposta dos workshops profissionalizantes é trabalhar conteúdos relacio-
nados às normativas que regulam a atividade advocatícia (Estatuto da OAB e 
Código de Ética da Advocacia) por meio de treinamentos e simulações práticas. 
Dentre as diversas possibilidades, pretende-se desenvolver atividades ligadas à 
construção da imagem do advogado perante o cliente (marketing jurídico); à 
gestão profissional da advocacia, seja relativa à administração de escritório de 
advocacia ou de departamento jurídico de empresas (lawyering); e, ao desenvol-
vimento da capacidade de comunicação, exposição de idéias e habilidade argu-
mentativa (public speaking).
O marketing jurídico trabalha elementos de marketing aplicados às relações 
jurídicas, tais como os limites da publicidade e do marketing na atividade ad-
vocatícia (provimento nº 94/2000, do Conselho Federal da OAB), os valores 
que devem nortear a relação entre advogado e cliente (confiança e ética) alia-
dos à comportamentos que solidificam essa relação (credibilidade, receptividade, 
empatia e clareza), bem como discute a diferenciação entre advogados de perfil 
conservador ou empreendedor. Esse workshop abordaria temas mais práticos, tais 
como construção e posicionamento da marca do escritório no mercado, segmen-
tação e identificação de público-alvo, triagem e seleção de advogados e estagiários, 
dentre outros.
Por gestão profissional da advocacia ou lawyering entende-se o estudo de práti-
cas de administração pelos profissionais da advocacia e a utilização de ferramentas 
de gestão para a construção de postura e ações que facilitem a tomada de decisão 
e que levem ao alcance de resultados substanciais em ambientes competitivos. 
Os alunos também serão apresentados ao funcionamento do mercado jurídico 
na atualidade e discutirão a importância da ação administrativa. Os objetivos 
desse workshop seriam estimular o aluno a pensar a advocacia como um negócio e 
demonstrar o formato empresarial da administração profissional de escritórios de 
advocacia e departamentos jurídicos e propiciar uma reflexão sobre temas moder-
nos de administração, competências gerenciais e ferramentas administrativas.
Por fim, o workshop de public speaking tem por finalidade treinar, por meio de 
exercícios práticos e simulações, o uso de técnicas de comunicação empresarial 
aplicada à área jurídica. Essa habilidade é indispensável para o profissional da 
área jurídica, com aplicações em reuniões de trabalho com clientes ou com outros 
profissionais, em sustentações orais ou alegações finais em audiências. Além de 
técnicas de organização de idéias, preparação de apresentações e utilização de lin-
guagem, também são desenvolvidos exercícios para argumentação de improviso.
227FgV diREiTO RiO
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ThIagO BOTTInO DO amaRal
Advogado criminal. mestre e doutor em direito constitucional (pUc-Rio). 
coordenador do núcleo de prática jurídica (npj) e professor de direito penal 
Econômico da FgV diREiTO RiO. Ex-coordenador da Banca de direito penal e 
processual penal do Exame de Admissão de Advogados da OAB/Rj. Ex-membro 
da comissão de direitos humanos da OAB/Rj. conferencista na Escola da 
magistratura Federal (EmARF) da 2ª Região e do ministério da justiça. Autor das 
seguintes obras: Direito Processual Penal (livro). São paulo: Saraiva, 2008. (Qualis 
A, nacional); A segurança como princípio fundamental e seus reflexos no sistema 
punitivo. Revista discursos Sediciosos, nº 15/16. Rio de janeiro: Revan, 2008 
(Qualis A, nacional); Estudo comparativo dos regimes excepcionais no Brasil e na 
França: Estados de defesa, urgência e sítio. Revista direito, Estado e Sociedade, 
nº 29. Rio de janeiro: pUc, 2008. (Qualis A, nacional); Ponderação de normas 
em matéria penal (livro). Rio de janeiro: lumen juris, 2007. (Qualis A, nacional); 
Direito de segurança: segurança do Estado versus segurança do cidadão. In ViEiRA, 
josé Ribas: perspectivas da Teoria constitucional contemporânea. Rio de janeiro: 
lumen juris, pp. 109/133. 2007 (Qualis B, nacional); Notas para um sistema 
punitivo democrático. Revista Forense, nº 385, pp. 185/201. Rio de janeiro: 
Forense, 2006. (Qualis A, nacional); Democracia constitucional efundamentos 
de um sistema punitivo democrático. Revista direito, Estado e Sociedade, nº 25, 
pp. 111/135. Rio de janeiro: pUc, 2004. (Qualis A, nacional); Considerações sobre 
a origem e evolução da ação de Habeas Corpus. Revista Brasileira de ciências 
criminais, nº 35, pp. 101/131. São paulo: RT. 2001. (Qualis B, nacional); A 
emendatio libelli no recebimento da denúncia - Aplicação antecipada do artigo 
383, do Código de Processo Penal. Revista da AjUFE, nº 63, pp. 287/299. Brasília: 
AjUFE, 2000. (Qualis c, nacional).
228FgV diREiTO RiO
pRáTicA jURídicA i
FICHA TÉCNICA
Fundação getulio Vargas
Carlos Ivan Simonsen leal
PRESIDEnTE
FgV DIREITO RIO
Joaquim Falcão
DIRETOR
Fernando Penteado
VicE-diRETOR AdminiSTRATiVO
luís Fernando Schuartz
VicE-diRETOR AcAdÊmicO
Sérgio guerra
VicE-diRETOR dE pÓS-gRAdUAÇÃO
luiz Roberto ayoub
pROFESSOR cOORdEnAdOR dO pROgRAmA dE cApAciTAÇÃO Em pOdER jUdiciáRiO
Ronaldo lemos
cOORdEnAdOR dO cEnTRO dE TEcnOlOgiA E SOciEdAdE
Evandro menezes de Carvalho
cOORdEnAdOR AcAdÊmicO dA gRAdUAÇÃO
Rogério Barcelos
cOORdEnAdOR dE EnSinO dA gRAdUAÇÃO
Tânia Rangel
cOORdEnAdORA dE mATERiAl didáTicO 
lígia Fabris e Thiago Bottino do amaral
cOORdEnAdORES dO nÚclEO dE pRáTicAS jURídicAS
Wania Torres
cOORdEnAdORA dE SEcRETARiA dE gRAdUAÇÃO
Diogo Pinheiro
cOORdEnAdOR dE FinAnÇAS
milena Brant
cOORdEnAdORA dE mARKETing ESTRATÉgicO E plAnEjAmEnTO

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